Historia Natural Da Doença

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Aula sobre História Natural da Doença - Curso Agente de Endemias do SENAC

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Epidemiologia e Prevenção: Epidemiologia e Prevenção: História Natural da Doença.História Natural da Doença.

De uma forma simplista “saúde” pode ser definida como “ausência de doença” e “doença” como falta ou perturbação da saúde.

Encontramos ainda conceitos mais elaborados:

• “Saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não meramente ausência de doença” (OMS).

• “Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal” (Dicionário Aurélio).

• “Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o seu meio ambiente”.

• A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco da doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (Constituição Federal, 1988).

Na prática a informação sobre a falta de saúde é a mais utilizada.É mais frequente encontrarmos referências a coeficientes de mortalidade e morbidade, e raramente a coeficientes de bem estar físico, mental ou social.

Processo Saúde-DoençaProcesso Saúde-Doença

Completo bem estar físico, mental e social

Doença

Morte

Gradiente de saúde/doença

Fatorespsicológicos

Fatoresambientais

Fatoreseducacionais

Fatoresculturais

Fatoreseconômicos

Fatorespolíticos

Fatoresecológicos

Fatoresgenéticos

Fatoressociais

Causalidade – 2 teorias:

Da Unicausalidade – bastavam o encontro e a identificação do

agente etiológico. Era bacteriológica.

Da Multicausalidade – conjunto de fatores determinantes/causais na

instalação da doença/agravo.

Modelos empregados no Modelos empregados no processo saúde-doençaprocesso saúde-doença

Modelos empregados no Modelos empregados no processo saúde-doençaprocesso saúde-doença

• Cadeia de Eventos: modelo simples linear relacionado à saúde e à doença aplicado em várias situações. Não representa toda a realidade do processo saúde-doença.

• Modelos Ecológicos a)Tríade ecológica: muito empregado em

doenças infecciosas mostrando relações recíprocas entre agente, hospedeiro e meio ambiente para esclarecer fatores causais.

• OBS: Não se deve colocar em igualdade de importância os elementos da tríade, pois raramente corresponde a realidade (nem sempre se conhece o agente específico).

b)Dupla ecológica: permite determinar o processo saúde-doença com base no hospedeiro e no meio ambiente, os quais costumam apresentar subdivisões de fatores envolvidos.

• Rede de Causas: também chamado modelo da “rede”, “emaranhado”, “teia” ou “trama” de causas, é muito utilizado para representar a natureza multicausal dos agravos à saúde. Ex.: má nutrição primária.

• Múltiplos efeitos: envolve situações mais complexa acarretando mais de um efeito. Por exemplo, verifica-se que classe social, idade avançada e fumo estão associados com muitos efeitos.

• Abordagem sistêmica da saúde: todo sistema é formado por vários elementos que estão ordenados de maneira racional funcionando estruturalmente. Esses sistemas mantêm entre si alguma forma de relação, cabendo ao observador isolar um sistema dos demais para investigar as suas relações internas e externas.

• Etiologia Social da Doença: algumas causas não são encontradas na biologia do ser humano, mas em eventos biopsicossociais.

HISTÓRIA NATURAL DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇADOENÇA

• Conjunto de processos interativos compreendendo as inter-relações do agente, do susceptível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, passando pela resposta do homem ao estímulo, até às alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte.

Desenvolve-se em dois períodos:

• Período Pré-Patogênico(Epidemiológico) : Compreende a etapa que se inicia com a agressão ao organismo e se estende até o momento em que ocorre reação do organismo à agressão. (Os fatores se relacionam entre si)

• Período Patogênico: Compreende a fase que ocorrem alterações físicas ou psíquicas, evoluindo para cura, incapacidade(defeito,sequela) ou morte.

Período Patogênico

OBS: A assistência prestada a muitas doenças, traduz apenas a “ponta do iceberg”, correspondente à demanda espontânea por serviços de saúde. As informações estatísticas produzidas pelos registros de estabelecimentos de saúde referem-se a parte visível deste iceberg e, por esta razão, fornecem um perfil de morbidade que nem sempre coincide exatamente com o padrão de doenças incidentes na comunidade.

A História Natural da Doença aponta os diferentes métodos de prevenção e controle, servindo de base para a compreensão de situações reais e específicas, tornando operacionais as medidas de prevenção.

Etiologia e Prevenção de uma doença

• O melhor conhecimento da etiologia indica melhores caminhos para concretizar a prevenção.

PrevençãoPrevenção

• Medidas Preventivas: são aquelas utilizadas para evitar as doenças ou suas consequências, quer ocorram sob forma esporádica, quer de modo endêmico ou epidêmico.

Ex.: cloração da água de abastecimento público, pasteurização do leite, controle de vetores, imunização dos suscetíveis, educação em saúde da população, etc.

A prevenção tem também um sentido mais amplo, o de evitar o aparecimento do estágio seguinte da história natural da doença.

As medidas preventivas são classificadas em:

• Inespecíficas: medidas amplas que promovem o bem-estar das pessoas.

• Específicas: medidas restritas, que incluem técnicas próprias para lidar com cada dano à saúde em particular.

Classificação de Leavell e Clark

• Prevenção Primária: ação aplicada em fase pré-patogênica, ou seja, no início biológico da doença dirigida para a manutenção da saúde.

Promoção da Saúde (nível 1):moradia adequada, escolas, lazer, alimentação adequada, educação, emprego, saneamento, etc.

Proteção Específica (nível 2): imunização, higiene pessoal e do lar, saúde ocupacional, aconselhamento genético, proteção contra acidentes, controle de vetores, exames pré-natal.

• Prevenção Secundária: atenção voltada para o período patológico, enquanto a doença ainda está progredindo, seja em fase subclínica, seja de evolução clinicamente aparente, visando à prevenção da evolução do processo patológico.

Diagnóstico Precoce e Tratamento Imediato (nível 3): aplicação de inquéritos na comunidade, exames periódicos individuais para constatação de casos, isolamento para evitar a propagação da doença, tratamento para evitar a progressão da doença, intervenções médicas e cirúrgicas.

Limitação do dano (nível 4): evitar futuras complicações, sequelas, acesso facilitado a serviços de saúde, tratamento médico e cirúrgico adequado e hospitalização necessária.

• Prevenção Terciária: atenção voltada à prevenção da incapacidade através de medidas de reabilitação para atenuação da invalidez, cujas consequências proporcionaram sequelas (poliomielite, AVC, etc.).

Reabilitação (nível 5): fisioterapia, terapia ocupacional, educação do público para aceitação do deficiente e emprego para o reabilitado.

• Medidas Universais:dieta balanceada, exercícios regulares, higiene dental.

• Medidas Seletivas: aconselhadas a grupos específicos da população, identificados por faixa etária, sexo, ocupação ou outra característica.

• Medidas Individualizadas: aplicadas unicamente na presença de uma condição que coloca o indivíduo em alto risco para o desenvolvimento futuro da doença. Ex.: controle da hipertensão e da hipercolesterolemia.

ExercícioExercício1 - Com relação à Dengue, Identifique estrutura

epidemiológica (agente, hospedeiro, ambiente – tríade ecológica) e cite fatores de risco relacionados a estrutura que interagindo entre si possibilitem a ocorrência da Doença?

2 – Descreva a História Natural da Doença e que tipo de atividades preventivas podemos realizar nos seus diferentes níveis?

Descrever a estrutura epidemiológica e a Descrever a estrutura epidemiológica e a história natural da Dengue. história natural da Dengue.

A Dengue tem como agente etiológico um vírus da família flaviridae que pode ser transmitido ao ser humano pela picada do mosquito Aedes aegypti que se torna um vetor. A presença de mosquito no ambiente ocasionada por situações como a oferta de recipientes em condições de acumulo de água nas residências , comércios terrenos baldios, a falta de higiene com a destinação de resíduos de maneira adequada, associada a fatores climáticos como chuva frequente e altas temperaturas possibilitando uma alta proliferação do vetor e a exposição do indivíduo à esse ambiente pode ocasionar o surgimento da doença.

A história natural da DENGUE começa quando o vírus acopla seu material genético ao material genético de outras células e começa a se multiplicar, o que leva a um aparecimento dos sintomas, e uma consequente busca por um atendimento médico. como febre intermitente de intensidade variável,dor de cabeça, dores nas costas, nos músculos das pernas e nas articulações, geralmente é uma virose que evolui para cura porém podem haver manifestações mais graveS como hemorragia onde rompem-se pequenos capilares que deixam manchas na pele e provocam sangramentos nasais, gengivais, gastrintestinais, urinários e ginecológicos. Como os vasos sanguíneos da periferia se dilatam, a pressão cai e podem surgir sintomas de hipotensão: tontura, visão turva, quedas e perda dos sentidos. Muito raramente, esse quadro evolui para choque e morte, se não houver tratamento médico intensivo .Após diagnosticada a doença é tratada e os sintomas regridem até a cura do paciente. Quando não tratada de forma inadequada pode levar a morte ou até mesmo deixar seque-las. 

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