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A AUTORIDADE
Substantivo feminino 1. direito ou poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer. 2. entidade que detém esse direito ou poder.
Ao longo da história da educação vimos que as práticas autoritárias estiveram presentes por muito tempo.
Os resquícios do militarismo internacional, as políticas na era do nazismo e do fascismo impuseram momentos de terror que não terminaram com a Segunda Guerra Mundial.
As práticas autoritárias, de imposição da ordem que fere o outro, permaneceram às escondidas por vários anos, principalmente no âmbito das instituições de ensino. O uso da palmatória, a prática de colocar o aluno ajoelhado sobre grãos de milho e feijão e as orelhas de burro são grandes exemplos das práticas autoritárias.
Falar em autoestima é coisa da modernidade.
Nas décadas anteriores ao período militar os estudantes sofriam as sanções do Estado, da família e da escola, eram tidos como anarquistas, baderneiros, aqueles que se voltavam contra os líderes.
Com isso, não eram respeitados em suas ambições enquanto jovens, mas duramente criticados e punidos.
REGIMENTO ESCOLAR Documento que “contempla” os direitos e deveres dos educandos. Atualmente todas as escolas possuem um regimento escolar.
O descumprimento do mesmo acarreta em um ato de disciplina, que por sua vez, é papel da escola. Caso haja ato infrator, o menor é encaminhado para o conselho tutelar.
A INDISCIPLINA
substantivo feminino
1. falta de disciplina; desobediência, insubordinação, rebeldia.
2. violação de regras ou ordens impostas pelo empregador ou por seus prepostos, podendo ser justificativa para a demissão do trabalhador por justa causa; insubordinação.
Os professores relacionam a indisciplina como um dos aspectos mais difíceis de se lidar em sala de aula.
Mas afinal, o que é indisciplina na sala de aula, quando falamos de crianças de 2 a 6 anos? Em fases como a adolescência e a vida adulta, por exemplo, indisciplina nada mais é que uma regra ou infringido alguma lei.
Se tratando das crianças, a indisciplina pode representar algo maior que esta acontecendo naquele momento, ou seja, pode ser um sinal de que algo não vai bem. É nessas horas que devemos investigar de onde vem a indisciplina, pois tratando a raiz do problema, seus sintomas desaparecerão.
Os docentes podem ficar ansiosos e nervosos com a necessidade de manter a ordem em sala, e podem até ter medo da sua integridade, física e moral.
HTTP://G1.GLOBO.COM/EDUCACAO/NOTICIA/2015/03/PROFESSOR-NO-BRASIL-PERDE-20-DA-AULA-COM-BAGUNCA-NA-CLASSE-DIZ-ESTUDO.HTML
“Uma pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que no Brasil o professor perde 20% do tempo de aula acalmando os alunos e colocando a classe em ordem para poder ensinar. Além disso, o estudo aponta que 60% dos professores brasileiros ouvidos têm mais de 10% de alunos-problemas em sua sala de aula, o maior índice entre os países participantes do estudo.”
ALUNO PROBLEMA https://www.youtube.com/watch?v=Lj5jKT5UX0c
A ABORDAGEM
As abordagens tradicionais tendem a isolar o aluno, depois há um enquadramento relacionados a problemas emocionais e/ou de personalidade.
Mas tais abordagens são antiquadas, já que não relacionam diferentes comportamentos com devidas situações.
A RESOLUÇÃO Não existe uma receita, ou regra, de qual técnica deve ser usada em determinados casos, cabe ao educador tomar a decisão de qual é mais cabível em determinada situação. Primeiro o educador precisa observar o comportamento que ele julga improprio, depois ele deve considerar as consequências de determinada atitude que será tomada.
AS TÉCNICAS SÃO:Reforço Social: consiste em dar uma resposta depois de determinado comportamento positivo. Por exemplo, um elogio, um sorriso, atenção.
Punição: se o resultado do reforço social for positivo, ou seja, se acontecer com frequência, a punição deixará de ser necessária.
Estabelecer contato com diretores e encarregados da educação: pode ser importante quando o educador pensa que já usou de tudo e recorre a “forças maiores”
Exclusão do grupo: uma técnica punitiva, que nem sempre funciona como castigo. Pode ser para fora da escola, como uma suspenção, ou dentro da sala de aula, como troca-lo de lugar. Entretanto, deve haver uma readmissão controlada pelo educador.
Trabalho suplementar: não é recomendável, já que o aluno deve fazer suas atividades de acordo com suas oportunidades, para treino e prática, para aprenderem. Pode causar desmotivação.
Crítica ou ataque pessoal: não possui nenhuma função corretiva, mas sim, causará ressentimento. O castigo físico acarretará em criança violentas.
Extinção: O professor passa a ignorar determinados comportamentos, e só volta a dar-lhe atenção quando o mesmo passa a se comportar de modo adequado para a aula.
ALGUMAS ABORDAGENS COGNITIVAS:Representação de papéis: “atuando” como outras pessoas, os alunos passam a ver como são as relações humanas, exploram o problema, e decidem como será resolvida a situação.
Auto-estudo: os educadores questionam as atitudes dos alunos para eles refletirem sobre suas práticas. A resolução é feita através de diálogos, eu grupo ou individual.
Discussão em grupo: os alunos poderão se abrir, até sobre suas insatisfações com os educadores. O educador deve observar a dinâmica do grupo.
Reunião ente professor e aluno: o educador, além de ter informações, deve mostrar-se interessado em resolver o problema, e em ouvir o aluno. O professor deve encorajar o aluno, questiona-lo e ouvir sugestões dos alunos.
PARA PIAGET Piaget defende uma “educação democrática” onde tapas e punições não existem; para ele, é possível corrigir um comportamento indesejado apenas conversando com a criança, dando –lhe opções.
Por exemplo: uma criança acompanha a mãe nas compras e faz a famosa “birra” por querer um doce que não esta na lista de compras da mãe, esta por sua vez lhe da um puxão de orelha ou um beliscão no braço, a fim de puni-la para que corrija o comportamento... Piaget mostra que punir fisicamente não surte o efeito desejado, e que pode inclusive aumentar o problema. O correto seria que essa mãe falasse firmemente com o filho, dando-lhe opções de escolha, “você pode escolher o doce A ou o doce B”... se mesmo assim a birra continuasse, a mãe deveria apenas dizer” “então vamos embora, quando você estiver mais calma escolhemos um doce”
Esse comportamento faria com que a criança regrida a hostilidade e o comportamento inadequado, sem que fosse preciso bater, ou castigar, pois as crianças aprendem a regular seus comportamentos, pensando e tomando decisões.
A DISCIPLINA A disciplina começa a aparecer depois da tomada de consciência, crianças são seres pensantes e devem ser tratadas assim. Com a disciplina, notamos também as noções de respeito e autoridade. Respeito é um sentimento (posição) conquistado por meios de ações conscientes e sensatas e não por gritos, tapas e castigos.
A figura de autoridade é percebida sem grandes esforços, já que, aquele que fez pensar, possibilitou á criança fazer uma escolha, pensar sobre suas ações, aprender a regulá-las e assim, desenvolver se.
Os professores devem se preocupar em conquistar o respeito dos alunos por meio da conscientização, e não impondo por meio de punições. Devem entender que a indisciplina é apenas um sinal de algo mais profundo a ser resolvido, e que, ensinar-lhes a tomar decisões e pensar sobre seus atos é o melhor caminho.
A AGRESSÃO
Violência e IndisciplinaA violência na idade de 2 a 6 anos pode ser explicada pela falta de estrutura familiar, falta de atenção dos pais, reprodução de atitudes presenciadas, tentativa de chamar a atenção do outro.
Uma das formas de lidar com a agressividade nessa faixa etária é jogando, porque o jogo pode distrair a atenção da criança brincando e construir imagens positivas, podendo transformar a sua realidade.
O que é agressão? “agressão é qualquer comportamento com intenção de ferir alguém física ou verbalmente” (WEITEN, 2002, p. 387).
A agressão pode ser caracterizada de três maneiras:
1) A agressão instrumental: se da quando a criança quer obter ou reter um brinquedo ou outro objeto qualquer.
2) A agressão reativa é a retaliação raivosa em função de um ato intencional ou acidental.
3) A agressão ameaçadora é um ataque de agressão espontâneo.
Crick e Grotpeter consideram um outro tipo de agressão que parece ter efeitos mais graves do que a agressão física, é chamada de agressão relacional ou social, que envolve insultos e rejeições sociais. Parece ser mais comum entre meninas do que entre meninos e entre crianças mais velhas, porque essa agressão é uma forma de ataque social.
Segundo Berger (2003, p.202), a agressão se inicia “a partir de um auto-conceito e de uma regulação emocional inadequados durante os primeiros anos da pré-escola e pode se tornar um sério problema social à medida que o tempo passa”.
Para ajudarmos as crianças, precisamos entender que a nossa sociedade está em processo de mudança todos os dias e compreender que as crianças tem uma certa dificuldade para lidar com isso; o que mais temos hoje em dia, são pessoas se preocupando cada vez mais com o trabalho e menos com a família, participando cada vez menos de momentos junto com a família. “Esse ambiente de desagregação pode comprometer as crianças, tornando-as agressivas, podendo afetar o comportamento da criança na escola, quando a criança, na busca de chamar a atenção do professor, agride um colega.”
Sobre famílias desestruturadas: “As crianças ricas ou pobres, produtos de gestações não desejadas, dificilmente receberão os cuidados necessários ao seu bom desempenho emocional” (Lisboa, 2006, p. 55).
A criança menor de 5 anos que vive em orfanatos, internatos, creches e hospitais onde fica longe da sua mãe, pode ter problemas na sua estruturação de personalidade, lembrando que não é o fato da institucionalização em si causa efeitos ruins na criança e sim, a privatização materna, se, por outro lado, mesmo nestes ambientes, a criança for devidamente cuidada, como num lar equilibrado, os efeitos deletérios descritos terão menos possibilidade de ocorrer. Porém, a realidade desses locais não é essa, normalmente, é um pagem para cuidar de várias crianças ao mesmo tempo, quebrando o vínculo natural mãe-criança.
“Patterson (1982) estudou a agressividade no ambiente familiar e verificou que nas famílias, em que não há demonstrações de aprovação e afeto, as crianças são extremamente agressivas. Também ambientes familiares coercivos, com punições, ameaças, provocações entre os membros familiares, contribuem para o desenvolvimento da agressividade nas crianças.”
Lisboa diz que para criar uma criança agressiva, é só humilharmos, castigarmos, ignorarmos ela e ainda sim brigar com o nosso companheiro, enganando-a e etc.
A agressividade se diferencia nas faixas etárias, de 2 a 3 anos, a agressão vem por meio de chutes e tapas, a agressão é mais física e por volta dos 4 aos 6 anos as agressões são mais verbais, dando apelidos e rindo dos outros colegas.
As crianças são mais agressivas aos 4 anos do que aos 2 anos, porque a medida que elas se tornam mais conscientes de si mesma e de suas necessidades, aprendem a defender seus próprios interesses. “Nessa busca pela defesa dos próprios interesses, a criança esbarra na questão dos valores morais, ou seja, naquilo que é aceito como moralmente adequado em determinada sociedade.”
O desenvolvimento cognitivo e as experiências sociais ajudam a criança a desenvolver uma compreensão mais rica do significado das regras, das leis e obrigações interpessoais. Com isso, Piaget (1977) descreve que a criança passa por um momento inicial em sua trajetória de desenvolvimento cuja característica é o egocentrismo, em que se julga no centro do mundo e que todos ao seu redor vivem em função dela. Esse autor relaciona o egocentrismo com o comportamento moral da criança: “O egocentrismo infantil, longe de constituir um comportamento anti-social, segue sempre ao lado do constrangimento adulto. O egocentrismo só é pré-social em relação à cooperação. É preciso distinguir, em todos os domínios, dois tipos de relações sociais: a coação e a cooperação, a primeira implicando um elemento de respeito unilateral, de autoridade, de prestígio; a segunda uma simples troca entre indivíduos iguais.”
A primeira forma das crianças aprenderem suas obrigações morais é sob a imposição dos pais ou pelo meio social, pois eles não têm noção das regras. “Aprendem o que é certo e errado por meio da obrigação, não percebendo o porquê de estar certo ou errado.” Piaget diz que para que o desenvolvimento moral ocorra, precisa de pessoas que se relacionam bem entre si, que tem compressão.
Quando a criança entra na educação infantil, ela passa a conviver em dois micros sistemas diferente, com regras e interlocutores diferentes isso influenciará na aquisição e desempenho das atividades sociais. Esta nova situação pode gerar conflitos para as crianças, que, diante de sentimento de impotência para resolvê-los ou de insegurança quanto à nova situação, podem manifestar-se agressivamente.
A autora Fante (2005) explica, em sua obra, que existem alguns fatores que podem desencadear a manifestação de comportamentos agressivos no ambiente escolar, que são: fatores internos que dizem respeito ao clima escolar, relações interpessoais e características individuais além dos fatores externos.
A agressividade pode ser uma resistência a um estado que não é cômodo para as crianças; como as regras da escola e atividades que são pautadas em pais e não nas crianças.
Os comportamentos agressivos das crianças devem ser identificados pelos professores e tratados de forma adequada, pois é observado comumente que castigos e ameaças verbais podem ser percebidos pelas crianças não como uma punição, mas como forma de se receber atenção dos pais e professores por seus comportamentos agressivos inadequados.
Alguns estudos como Ormeño (2004), Silva e Del Prette (2003), Silva (2006) e Luizzi (2006) demonstraram que uma das formas de mudar o comportamento agressivo das crianças é por meio de intervenções salientando um modelo positivo, de respeito e relacionamento afetuoso com as crianças, contrapondo-se às maneiras de se lidar com a agressão através de sanções ou punições de forma coercitiva no relacionamento professor-aluno.
GOSTARIA DE SABER O QUE VOCÊ ACHA SOBRE AGRESSIVIDADE E INDISCIPLINA NA SALA DE AULA ENTRE AS CRIANÇAS DE 2 A 6 ANOS? R) R) Nessa faixa etária entre 2 e 6 anos, não gosto de usar o termo "indisciplina e agressividade", na verdade a criança nessa etapa externaliza muito do que ela vê e tem. Acredito assim, que esses dois conceitos são em decorrência das experiências e situações que são proporcionadas à ela.
Assim, bater, chingar, morder... etc. Está muitas vezes, ligada às situações de "disputa" por brinquedo, afinal como pudemos notar, a criança nessa idade ainda é muito centrada no seu "eu", e por isso a dificuldade de dividir e ver o outro é maior. A indisciplina também. Sentar, ficar quieta, esperar, se acalmar, são fatores aprendidos e, portanto, devem ser ensinados ã criança. O professor deve ter paciência, e ir chamando a atenção da criança para esses fatores.
VOCÊ JÁ TEVE ALGUMA SITUAÇÃO DE INDISCIPLINA COM CRIANÇAS DESSA FAIXA ETÁRIA? E COMO VOCÊ RESOLVERIA A SITUAÇÃO? R) R) Sim, lido sempre com essas questões na sala de aula. Procuro sempre mostrar para a criança que essas atitudes não são legais. Para isso, coloco elas "de castigo", para ficar em uma linguagem mais fácil. Ou seja, tiro a criança da brincadeira por no máximo 2 minutos...e coloco-a sentada em uma cadeira. Nesse momento falo que isso não pode, para mostrar para a criança que se ela fizer tais "coisas" não poderá brincar com o amigo, terá que ficar sozinha. Depois dou um abraço e deixo ela brincar. A ideia do abraço, é para que ela entenda que eu continuo gostando dela, que ninguém está com ódio...
- Michele Varotto
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