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INDISCIPLINA Bianca Leite Caroline de Paula Mariana Soares Tayná Carvalho

indisciplina - fclar.unesp.br · A INDISCIPLINA substantivo feminino 1. falta de disciplina; desobediência, insubordinação, rebeldia. 2. violação de regras ou ordens impostas

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INDISCIPLINABianca LeiteCaroline de PaulaMariana SoaresTayná Carvalho

A AUTORIDADE

Substantivo feminino 1. direito ou poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer. 2. entidade que detém esse direito ou poder.

AUTORIDADE DE PROFESSOR

O professor autoritário ameaça, acusa, e aponta os erros.

Ao longo da história da educação vimos que as práticas autoritárias estiveram presentes por muito tempo.

Os resquícios do militarismo internacional, as políticas na era do nazismo e do fascismo impuseram momentos de terror que não terminaram com a Segunda Guerra Mundial.

As práticas autoritárias, de imposição da ordem que fere o outro, permaneceram às escondidas por vários anos, principalmente no âmbito das instituições de ensino. O uso da palmatória, a prática de colocar o aluno ajoelhado sobre grãos de milho e feijão e as orelhas de burro são grandes exemplos das práticas autoritárias.

Falar em autoestima é coisa da modernidade.

Nas décadas anteriores ao período militar os estudantes sofriam as sanções do Estado, da família e da escola, eram tidos como anarquistas, baderneiros, aqueles que se voltavam contra os líderes.

Com isso, não eram respeitados em suas ambições enquanto jovens, mas duramente criticados e punidos.

REGIMENTO ESCOLAR Documento que “contempla” os direitos e deveres dos educandos. Atualmente todas as escolas possuem um regimento escolar.

O descumprimento do mesmo acarreta em um ato de disciplina, que por sua vez, é papel da escola. Caso haja ato infrator, o menor é encaminhado para o conselho tutelar.

A INDISCIPLINA

substantivo feminino

1. falta de disciplina; desobediência, insubordinação, rebeldia.

2. violação de regras ou ordens impostas pelo empregador ou por seus prepostos, podendo ser justificativa para a demissão do trabalhador por justa causa; insubordinação.

Os professores relacionam a indisciplina como um dos aspectos mais difíceis de se lidar em sala de aula.

Mas afinal, o que é indisciplina na sala de aula, quando falamos de crianças de 2 a 6 anos? Em fases como a adolescência e a vida adulta, por exemplo, indisciplina nada mais é que uma regra ou infringido alguma lei.

Se tratando das crianças, a indisciplina pode representar algo maior que esta acontecendo naquele momento, ou seja, pode ser um sinal de que algo não vai bem. É nessas horas que devemos investigar de onde vem a indisciplina, pois tratando a raiz do problema, seus sintomas desaparecerão.

Os docentes podem ficar ansiosos e nervosos com a necessidade de manter a ordem em sala, e podem até ter medo da sua integridade, física e moral.

HTTP://G1.GLOBO.COM/EDUCACAO/NOTICIA/2015/03/PROFESSOR-NO-BRASIL-PERDE-20-DA-AULA-COM-BAGUNCA-NA-CLASSE-DIZ-ESTUDO.HTML

“Uma pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que no Brasil o professor perde 20% do tempo de aula acalmando os alunos e colocando a classe em ordem para poder ensinar. Além disso, o estudo aponta que 60% dos professores brasileiros ouvidos têm mais de 10% de alunos-problemas em sua sala de aula, o maior índice entre os países participantes do estudo.”

ALUNO PROBLEMA https://www.youtube.com/watch?v=Lj5jKT5UX0c

A ABORDAGEM

As abordagens tradicionais tendem a isolar o aluno, depois há um enquadramento relacionados a problemas emocionais e/ou de personalidade.

Mas tais abordagens são antiquadas, já que não relacionam diferentes comportamentos com devidas situações.

A RESOLUÇÃO Não existe uma receita, ou regra, de qual técnica deve ser usada em determinados casos, cabe ao educador tomar a decisão de qual é mais cabível em determinada situação. Primeiro o educador precisa observar o comportamento que ele julga improprio, depois ele deve considerar as consequências de determinada atitude que será tomada.

AS TÉCNICAS SÃO:Reforço Social: consiste em dar uma resposta depois de determinado comportamento positivo. Por exemplo, um elogio, um sorriso, atenção.

Punição: se o resultado do reforço social for positivo, ou seja, se acontecer com frequência, a punição deixará de ser necessária.

Estabelecer contato com diretores e encarregados da educação: pode ser importante quando o educador pensa que já usou de tudo e recorre a “forças maiores”

Exclusão do grupo: uma técnica punitiva, que nem sempre funciona como castigo. Pode ser para fora da escola, como uma suspenção, ou dentro da sala de aula, como troca-lo de lugar. Entretanto, deve haver uma readmissão controlada pelo educador.

Trabalho suplementar: não é recomendável, já que o aluno deve fazer suas atividades de acordo com suas oportunidades, para treino e prática, para aprenderem. Pode causar desmotivação.

Crítica ou ataque pessoal: não possui nenhuma função corretiva, mas sim, causará ressentimento. O castigo físico acarretará em criança violentas.

Extinção: O professor passa a ignorar determinados comportamentos, e só volta a dar-lhe atenção quando o mesmo passa a se comportar de modo adequado para a aula.

ALGUMAS ABORDAGENS COGNITIVAS:Representação de papéis: “atuando” como outras pessoas, os alunos passam a ver como são as relações humanas, exploram o problema, e decidem como será resolvida a situação.

Auto-estudo: os educadores questionam as atitudes dos alunos para eles refletirem sobre suas práticas. A resolução é feita através de diálogos, eu grupo ou individual.

Discussão em grupo: os alunos poderão se abrir, até sobre suas insatisfações com os educadores. O educador deve observar a dinâmica do grupo.

Reunião ente professor e aluno: o educador, além de ter informações, deve mostrar-se interessado em resolver o problema, e em ouvir o aluno. O professor deve encorajar o aluno, questiona-lo e ouvir sugestões dos alunos.

PARA PIAGET Piaget defende uma “educação democrática” onde tapas e punições não existem; para ele, é possível corrigir um comportamento indesejado apenas conversando com a criança, dando –lhe opções.

Por exemplo: uma criança acompanha a mãe nas compras e faz a famosa “birra” por querer um doce que não esta na lista de compras da mãe, esta por sua vez lhe da um puxão de orelha ou um beliscão no braço, a fim de puni-la para que corrija o comportamento... Piaget mostra que punir fisicamente não surte o efeito desejado, e que pode inclusive aumentar o problema. O correto seria que essa mãe falasse firmemente com o filho, dando-lhe opções de escolha, “você pode escolher o doce A ou o doce B”... se mesmo assim a birra continuasse, a mãe deveria apenas dizer” “então vamos embora, quando você estiver mais calma escolhemos um doce”

Esse comportamento faria com que a criança regrida a hostilidade e o comportamento inadequado, sem que fosse preciso bater, ou castigar, pois as crianças aprendem a regular seus comportamentos, pensando e tomando decisões.

A DISCIPLINA A disciplina começa a aparecer depois da tomada de consciência, crianças são seres pensantes e devem ser tratadas assim. Com a disciplina, notamos também as noções de respeito e autoridade. Respeito é um sentimento (posição) conquistado por meios de ações conscientes e sensatas e não por gritos, tapas e castigos.

A figura de autoridade é percebida sem grandes esforços, já que, aquele que fez pensar, possibilitou á criança fazer uma escolha, pensar sobre suas ações, aprender a regulá-las e assim, desenvolver se.

Os professores devem se preocupar em conquistar o respeito dos alunos por meio da conscientização, e não impondo por meio de punições. Devem entender que a indisciplina é apenas um sinal de algo mais profundo a ser resolvido, e que, ensinar-lhes a tomar decisões e pensar sobre seus atos é o melhor caminho.

A AGRESSÃO

Violência e IndisciplinaA violência na idade de 2 a 6 anos pode ser explicada pela falta de estrutura familiar, falta de atenção dos pais, reprodução de atitudes presenciadas, tentativa de chamar a atenção do outro.

Uma das formas de lidar com a agressividade nessa faixa etária é jogando, porque o jogo pode distrair a atenção da criança brincando e construir imagens positivas, podendo transformar a sua realidade.

O que é agressão? “agressão é qualquer comportamento com intenção de ferir alguém física ou verbalmente” (WEITEN, 2002, p. 387).

A agressão pode ser caracterizada de três maneiras:

1) A agressão instrumental: se da quando a criança quer obter ou reter um brinquedo ou outro objeto qualquer.

2) A agressão reativa é a retaliação raivosa em função de um ato intencional ou acidental.

3) A agressão ameaçadora é um ataque de agressão espontâneo.

Crick e Grotpeter consideram um outro tipo de agressão que parece ter efeitos mais graves do que a agressão física, é chamada de agressão relacional ou social, que envolve insultos e rejeições sociais. Parece ser mais comum entre meninas do que entre meninos e entre crianças mais velhas, porque essa agressão é uma forma de ataque social.

Segundo Berger (2003, p.202), a agressão se inicia “a partir de um auto-conceito e de uma regulação emocional inadequados durante os primeiros anos da pré-escola e pode se tornar um sério problema social à medida que o tempo passa”.

Para ajudarmos as crianças, precisamos entender que a nossa sociedade está em processo de mudança todos os dias e compreender que as crianças tem uma certa dificuldade para lidar com isso; o que mais temos hoje em dia, são pessoas se preocupando cada vez mais com o trabalho e menos com a família, participando cada vez menos de momentos junto com a família. “Esse ambiente de desagregação pode comprometer as crianças, tornando-as agressivas, podendo afetar o comportamento da criança na escola, quando a criança, na busca de chamar a atenção do professor, agride um colega.”

Sobre famílias desestruturadas: “As crianças ricas ou pobres, produtos de gestações não desejadas, dificilmente receberão os cuidados necessários ao seu bom desempenho emocional” (Lisboa, 2006, p. 55).

A criança menor de 5 anos que vive em orfanatos, internatos, creches e hospitais onde fica longe da sua mãe, pode ter problemas na sua estruturação de personalidade, lembrando que não é o fato da institucionalização em si causa efeitos ruins na criança e sim, a privatização materna, se, por outro lado, mesmo nestes ambientes, a criança for devidamente cuidada, como num lar equilibrado, os efeitos deletérios descritos terão menos possibilidade de ocorrer. Porém, a realidade desses locais não é essa, normalmente, é um pagem para cuidar de várias crianças ao mesmo tempo, quebrando o vínculo natural mãe-criança.

“Patterson (1982) estudou a agressividade no ambiente familiar e verificou que nas famílias, em que não há demonstrações de aprovação e afeto, as crianças são extremamente agressivas. Também ambientes familiares coercivos, com punições, ameaças, provocações entre os membros familiares, contribuem para o desenvolvimento da agressividade nas crianças.”

Lisboa diz que para criar uma criança agressiva, é só humilharmos, castigarmos, ignorarmos ela e ainda sim brigar com o nosso companheiro, enganando-a e etc.

A agressividade se diferencia nas faixas etárias, de 2 a 3 anos, a agressão vem por meio de chutes e tapas, a agressão é mais física e por volta dos 4 aos 6 anos as agressões são mais verbais, dando apelidos e rindo dos outros colegas.

As crianças são mais agressivas aos 4 anos do que aos 2 anos, porque a medida que elas se tornam mais conscientes de si mesma e de suas necessidades, aprendem a defender seus próprios interesses. “Nessa busca pela defesa dos próprios interesses, a criança esbarra na questão dos valores morais, ou seja, naquilo que é aceito como moralmente adequado em determinada sociedade.”

O desenvolvimento cognitivo e as experiências sociais ajudam a criança a desenvolver uma compreensão mais rica do significado das regras, das leis e obrigações interpessoais. Com isso, Piaget (1977) descreve que a criança passa por um momento inicial em sua trajetória de desenvolvimento cuja característica é o egocentrismo, em que se julga no centro do mundo e que todos ao seu redor vivem em função dela. Esse autor relaciona o egocentrismo com o comportamento moral da criança: “O egocentrismo infantil, longe de constituir um comportamento anti-social, segue sempre ao lado do constrangimento adulto. O egocentrismo só é pré-social em relação à cooperação. É preciso distinguir, em todos os domínios, dois tipos de relações sociais: a coação e a cooperação, a primeira implicando um elemento de respeito unilateral, de autoridade, de prestígio; a segunda uma simples troca entre indivíduos iguais.”

A primeira forma das crianças aprenderem suas obrigações morais é sob a imposição dos pais ou pelo meio social, pois eles não têm noção das regras. “Aprendem o que é certo e errado por meio da obrigação, não percebendo o porquê de estar certo ou errado.” Piaget diz que para que o desenvolvimento moral ocorra, precisa de pessoas que se relacionam bem entre si, que tem compressão.

Quando a criança entra na educação infantil, ela passa a conviver em dois micros sistemas diferente, com regras e interlocutores diferentes isso influenciará na aquisição e desempenho das atividades sociais. Esta nova situação pode gerar conflitos para as crianças, que, diante de sentimento de impotência para resolvê-los ou de insegurança quanto à nova situação, podem manifestar-se agressivamente.

A autora Fante (2005) explica, em sua obra, que existem alguns fatores que podem desencadear a manifestação de comportamentos agressivos no ambiente escolar, que são: fatores internos que dizem respeito ao clima escolar, relações interpessoais e características individuais além dos fatores externos.

A agressividade pode ser uma resistência a um estado que não é cômodo para as crianças; como as regras da escola e atividades que são pautadas em pais e não nas crianças.

Os comportamentos agressivos das crianças devem ser identificados pelos professores e tratados de forma adequada, pois é observado comumente que castigos e ameaças verbais podem ser percebidos pelas crianças não como uma punição, mas como forma de se receber atenção dos pais e professores por seus comportamentos agressivos inadequados.

Alguns estudos como Ormeño (2004), Silva e Del Prette (2003), Silva (2006) e Luizzi (2006) demonstraram que uma das formas de mudar o comportamento agressivo das crianças é por meio de intervenções salientando um modelo positivo, de respeito e relacionamento afetuoso com as crianças, contrapondo-se às maneiras de se lidar com a agressão através de sanções ou punições de forma coercitiva no relacionamento professor-aluno.

GOSTARIA DE SABER O QUE VOCÊ ACHA SOBRE AGRESSIVIDADE E INDISCIPLINA NA SALA DE AULA ENTRE AS CRIANÇAS DE 2 A 6 ANOS? R) R) Nessa faixa etária entre 2 e 6 anos, não gosto de usar o termo "indisciplina e agressividade", na verdade a criança nessa etapa externaliza muito do que ela vê e tem. Acredito assim, que esses dois conceitos são em decorrência das experiências e situações que são proporcionadas à ela. 

Assim, bater, chingar, morder... etc. Está muitas vezes, ligada às situações de "disputa" por brinquedo, afinal como pudemos notar, a criança nessa idade ainda é muito centrada no seu "eu", e por isso a dificuldade de dividir e ver o outro é maior. A indisciplina também. Sentar, ficar quieta, esperar, se acalmar, são fatores aprendidos e, portanto, devem ser ensinados ã criança. O professor deve ter paciência, e ir chamando a atenção da criança para esses fatores.

VOCÊ JÁ TEVE ALGUMA SITUAÇÃO DE INDISCIPLINA COM CRIANÇAS DESSA FAIXA ETÁRIA? E COMO VOCÊ RESOLVERIA A SITUAÇÃO? R) R) Sim, lido sempre com essas questões na sala de aula. Procuro sempre mostrar para a criança que essas atitudes não são legais. Para isso, coloco elas "de castigo", para ficar em uma linguagem mais fácil. Ou seja, tiro a criança da brincadeira por no máximo 2 minutos...e coloco-a sentada em uma cadeira. Nesse momento falo que isso não pode, para mostrar para a criança que se ela fizer tais "coisas" não poderá brincar com o amigo, terá que ficar sozinha. Depois dou um abraço e deixo ela brincar. A ideia do abraço, é para que ela entenda que eu continuo gostando dela, que ninguém está com ódio...

- Michele Varotto

ISSO É TUDO PESSOAL!

VALEU!