Introdução à Filosofia · Introdução à política • Questões fundamentais da polítca:...

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Introdução à Filosofia

Introdução à política

• Questões fundamentais da polítca:

1.Luta pelo poder conquista, manutenção e expansão do poder;

2.As insttuições polítcas partdos polítcos, movimentos sociais, os três poderes, por exemplo;

3.A origem, a natureza e a signifcação do poder qual é o seu fundamento?, qual é a sua legitmidade?, qual é o critério da autoridade e o princípio da obediência?

• Discutr polítca é referir-se ao poder

• Poder é uma relação, ou um conjunto de relações pelas quais indivíduos ou grupos interferem na atvidade de outros indivíduos ou grupos

• Poder e força força fsica, coerção, violência, persuasão, discurso

• Estado e poder o conceito de soberania e a formação do Estado moderno

• Conceito weberiano de Estado são tpicos dos Estados modernos a presença do aparato administratvo para prestação de serviços públicos e o monopólio legítmo do uso da força fsica

• A força fsica é condição sufciente para a manutenção do poder?

• Poder legítmo princípios de legitmidade

• A personalização do poder x a insttucionalização do poder

• O exercício da democracia o que é democracia? (confito, abertura e rotatvidade)

Giovanni Sartori (1924 - 2017)

A democracia grega e a democracia moderna

• Homonímia ou homologia?

• Democracia antga = relação simbiótca com a polis

• Polis cidade-comunidade ≠ cidade-Estado (soberania – autoridade – poder - coerção)

• Os homens que são a cidade (politeía = cidadania e estrutura)

• Os gregos cunhariam a expressão “Estado democrátco”?

• Diferenças geográfcas e demográfcas, mas também, de objetvos e valores

• Cristanismo, humanismo, Reforma, direitos naturais e o liberalismo

• Democracias representatvas

• Democracia direta partcipação contnua do povo

• Democracia indireta limitação e controle do poder

• Partcipação é melhor que representação?

• Polis comunidade compacta unifcada por um ethos religioso, moral, polítco convergentes

• Dedicação completa ao serviço público

“O cidadão [...] entregava-se totalmente ao Estado; dava seu sangue na guerra; seu tempo na paz; e não tnha liberdade de pôr as questões públicas de lado e cuidar de seus interesses pessoais [...] ao contrário, tnha de negligenciá-los para trabalhar pelo bem da cidade.” (S artori, 1994, p. 39)

• Hipertrofa polítca e atrofa econômica

• Produziu-se um animal polítco em detrimento do homo economicus

• S istema indireto de governo 1. múltplos estágios e fltros, precauções e restrições

• Proporcionar uma liberdade segura a todos os indivíduos

• Individualismo e liberdade:

• Espaço privado legítmo – projeção moral e jurídica da pessoa humana única

• Direitos pessoais (????)

• Ostracismo

Sartori, G. (1994). A Teoria da Democracia Revisitada, vol. 2. p. 45

• O homem é mais que um cidadão de um Estado

• Não há a sujeição do indivíduo frente ao todo

• A ideia moderna e o ideal:

• Regime perverso conduzido por muitos democracia (res publica)

• Dissensão, diversidade, as ‘partes’ não são coisas incompatveis com a ordem social

• Consenso discordante democracia liberal

MAQUIAVEL (1469-1527)

A Itália de Maquiavel

• Análise do Estado real (a verdade efetva das coisas)

• Questão do autor: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável?

• História cíclica (estabilidade e caos)

• Traços humanos imutáveis - os homens “são ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os perigos, ávidos de lucro”.

• “O mundo da polítca não leva ao céu, mas sua ausência é o pior dos infernos.”

• Poder polítco (origem mundana malignidade).

• Ao mesmo tempo, é a única forma de enfrentar o confito, ainda que a ‘domestcação’ seja transitória.

• Estabilidade na correlação de forças

• Virtù e fortuna

Thomas Hobbes (1588-1679)Thomas Hobbes (1588-1679)

• Contratualismo

• Não existe a História como transformadora dos Homens

• Os Homens para Hobbes são iguais

• “Todo homem é opaco aos olhos de seu semelhante – eu não sei o que o outro deseja, e por isso tenho que fazer uma suposição de qual será a sua attude mais prudente, mais razoável” (Ribeiro, 2006, p. 55).

• Ataque + estado de guerra

• S em Estado, o mais racional é o ataque

• IMAGINAÇÃO (ter poder; ser respeitado\ofendido; o que o outro irá fazer)

• No estado de natureza cada um se imagina poderoso, perseguido, traído.

• Poder coercitvo do Estado (PLENO)

“Aquele que é portador dessa pessoa se chama soberano, e dele se diz que possui poder soberano. Todos os restantes são súditos.” (Hobbes, cap. XVII, p. 106).

• Contrato de associação (sociedade)

• Contrato de submissão (poder polítco; governo)

• O soberano não assina o contrato

• No intuito de proteger a sua própria vida o súdito dá totais poderes ao soberano

• Possibilidade de acabar com o pacto??

• No Estado absoluto de Hobbes, o indivíduo conserva o direito à vida sem precedentes na teoria polítca moderna

• Terras e bens são controlados pelo soberano

• Estado como monstruoso

• Homem como belicoso

• S ubordina a religião ao poder polítco

• Nega o direito natural ou sagrado à propriedade

JOHN LOCKE (1632 – 1704)KE

• Coroa (absolutsmo) x Parlamento (liberalismo)

• Crise religiosa

• Revolução Puritana (1649)

• Em 1651, Hobbes publica o Leviatã

• Revolução Gloriosa (1688)

• Defensor da liberdade e da tolerância religiosa

• Empirismo

• Teoria da tábula rasa do conhecimento

• Descartes (ideias inatas)

O Primeiro Tratado:

• Refutação do patriarcado (Robert Filmer)

O Segundo Tratado:

• Origem, extensão e objetvo do governo civil

• Consentmento

• Jusnaturalista

• Estado de natureza: mais perfeita liberdade e igualdade

• Homens dotados de razão e desfrutavam da propriedade

• O trabalho como fundamento da propriedade

• Violação da propriedade (lei\árbitro\força)

• Pacto de submissão

• Pacto de consentmento

“Em suma, o livre consentmento dos indivíduos para o estabelecimento da sociedade, o livre consentmento da comunidade para a formação do governo, a proteção dos direitos de propriedade pelo governo, o controle do executvo pelo legislatvo e o controle do governo pela sociedade, são, para Locke, os principais fundamentos do estado civil.” (Mello, 2006, p. 87)

• Direito de rebelar-se contra o governo (direito de resistência)

• Dissolução do estado civil e retorno ao estado de natureza

• Fermento das revoluções liberais

“Através dos princípios de um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado baseado no consenso, de subordinação do poder executvo ao legislatvo, de um poder limitado, de direito de resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do Estado liberal.” (Bobbio apud Mello, 2006, p. 88)

MONTESQUIEU (1689 – 1755)

• Princípios e natureza dos regimes polítcos

• Teoria dos três poderes ou teoria da separação dos poderes

• Preocupação com a estabilidade dos governos (manutenção do poder)

• Natureza e princípio dos governos

• Natureza Quem detém o poder?

• Princípio É a paixão que rege o governo

Natureza do governo• Monarquia: um só governa através de leis fxas e

insttuições.

• República: governa o povo na maioria ou em parte.

• Despotsmo: governa a vontade de um só.

Princípio do governo

• Monarquia honra

• República virtude

• Despotsmo medo

Governo Monárquico – FORÇA DA LEI

SUSTENTAÇÃO Governo Despótco – O BRAÇO DO PRÍNCIPE

S EMPRE LEVANTADO

Estado Popular – VIRTUDE

• Na República e no despotsmo o povo é considerado de forma igual?

• Despotsmo é o governo da paixão; República é o governo dos homens; Monarquia é o governo das insttuições.

• Na monarquia o poder está dividido e, portanto, o poder contraria o poder

Os três poderes• Inglaterra bases consttucionais da liberdade (O

Espírito das Leis)

• Análise da estrutura bicameral do Parlamento inglês e das funções do executvo, legislatvo e judiciário

• Problema polítco – de correlação de forças – e não um problema jurídico-administratvo

Todo homem que tem poder é tentado a abusar dele, até onde pelo menos encontrar limites. Para que não se possa abusar do poder é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder.

Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse os três poderes: o de fazer leis, o de executar as relações públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.

• Governo misto (moderação e base social)

• Arranjos insttucionais que impeçam:

1.Que uma única força polítca possa prevalecer;

2.Alteração das regras depois de iniciado o jogo polítco.

ROUSSEAU (1712 - 1778)

O pacto social

“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se aprisionado. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles. Como se deve esta transformação? [...] o que poderá legitmá-la?” (Rousseau apud Nascimento, 2006, p. 194)

• Pacto legítmo perde-se a liberdade natural, mas ganha-se as liberdade civis

• Condição de igualdade entre as partes contratantes

• Alienação da propriedade

• O povo soberano é autônomo

• Obedecer à lei que se prescreve a si mesmo é um ato de liberdade

• S ubmissão à vontade geral

Vontade e representação

• Ao nível da soberania não há representação

• A soberania é inalienável

• Alternância polítca

JOHN STUART MILL (1806 – 1873)

• S urgimento da classe operária, da burguesia industrial e fnanceira e da economia de bases monetárias

• Contestação polítca canalizar e dar voz à oposição

• Alocação de riquezas insatsfação (competção em forma latente)

• Mecanismos insttucionais

• Partcipação eleitoral alargamento das bases sociais/inclusão de setores cada vez mais amplos

• Utlitarismo radical, defensor do sufrágio universal (censitário), de reformas sociais (cidadania restrita), emancipação da mulher

• Sistema eleitoral proporcional

“Um bom sistema representatvo é aquele que não permite ‘que qualquer interesse seccional se torne forte o sufciente para prevalecer contra a verdade, a justça e todos os outros interesses seccionais juntos.” (Mill apud Balbachevsky, 2006, p. 196)

• Voto plural

• Apologia à democracia

Mill, J. S.. Considerações sobre o governo representativo. Brasília, UnB, 1981. p. 37

• Diversidade + confito reformas e desenvolvimento social

Hegel (1770 – 1831)

• Vive no momento da derrocada do mundo feudal e do fortalecimento da ordem burguesa

• A dialétca idealista e a sua concepção de Estado

• Critca a tradição jusnaturalista tpica dos pensadores contratualistas

As ideias socialistas

• S urgimento da classe operária

• Crítca ao liberalismo e ao princípio da livre concorrência

• Mudança de ênfase: da liberdade individual para a igualdade; do individualismo para o socialismo

• O socialistas utópicos não necessariamente reconhecem a existência de uma contradição entre burgueses e proletariado (S aint-S imon, Fourier)

O marxismo

• A contradição entre o progresso, o avanço técnico e o poder do homem sobre a natureza versus a situação da classe operária cada vez mais pauperizada

• O materialismo dialétco

• O materialismo histórico

• A infra e a superestrutura

• A luta de classes

• A mais-valia

• A alienação e o fetchismo da mercadoria

O anarquismo

• Proudhon e Bakunin concordam com Marx nas crítcas ao sistema capitalista, à propriedade privada dos meios de produção e à exploração da classe proletária pela burguesia

• Também estão de acordo quanto ao papel polítco das Revoluções Francesa e Americana

• A discordância surge no tocante à teoria marxista da ditadura do proletariado

• Para Marx, a ditadura do proletariado seria necessária para se evitar a contrarrevolução da classe burguesa deposta. S ó depois o poder seria dissolvido rumo a uma sociedade sem Estado

• Para Bakunin, a rígida oligarquia de funcionários públicos e tecnocratas tenderiam a se perpetuar no poder na ditadura do proletariado

• A palavra anarquia signifca “sem governante”

• O princípio defendido é o de que o Estado é nocivo e desnecessário, porque existem formas alternatvas de organização voluntária

• A religião, o Estado e a propriedade são vistas como elementos restritvos a emancipação humana (busca pela autonomia moral)

• Visa um modelo baseado na cooperação e na aceitação da comunidade (local de trabalho, os bairros)

• Autodisciplina e cooperação voluntária versus decisões hierárquicas

• Repudia-se a formação de partdos polítcos, pois eles prejudicam a espontaneidade de ação, tendem a se burocratzar e a exercer formas de poder

• Deve-se manter a partcipação, a colaboração e a consulta direta

• Critca-se a tradicional democracia parlamentar (a representação pode levar a eleição de demagogos)

• Em questões mais amplas, convoca-se uma assembleia e escolhe-se delegados por tempo limitados e com mandatos que serão revogados

• O anarcossindicalismo defende a posição de que os sindicatos não deveriam se preocupar apenas em conseguir melhores salários

• Contribuir para a transformação da sociedade, sem ter um poder centralizado e preservando pela partcipação direta dos trabalhadores

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