Investigação Sobre o Comportamento Do Baixo

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Investigao sobre o comportamento do baixo-contnuo nos

Investigao sobre o comportamento do baixo-contnuo nos movimentos lentos do concerto barrocoAluno: Marco Antnio Assuno Filho

Msica e Histria II / Prof. Ana Guiomar

A questo de que trata este presente texto fora levantada pela professora Ana Guiomar no transcorrer de uma das aulas a respeito da msica barroca. O seguinte questionamento nos fora proposto: Como se d utilizao do baixo contnuo nos movimentos lentos do concerto barroco ? Como este baixo contnuo - se comporta ? possvel estabelecer algum padro recorrente nestes movimentos ?

Em busca de referncias bibliogrficas que tratassem deste tema em questo, logo fora possvel notar que se tratava de um tema pouco explorado e quase nenhum material fora encontrado de modo especfico para tratar o objeto da investigao. Portanto, fora utilizada para esta sondagem a confrontao auditiva de alguns concertos de relevantes compositores do barroco, com foco massivo evidente nos movimentos que apresentam andamento lento.

Portanto, neste presente texto, tentar-se- perscrutar e compreender os elementos constitutivos do baixo-contnuo nos movimentos lentos do concerto barroco e, ao final, apontar o que fora apreendido deste processo investigativo.

CONCERTOS UTILIZADOS PARA CONFRONTAO AUDITIVA:

I J.S. Bach

* BWV 1041 2 mov.: Andante;

(Concerto para violino em L menor)

* BWV 1042 2 mov.: Adagio;

(Concerto para violino em Mi maior)

* BWV 1043 2 mov.: Largo ma non tanto;

(Concerto para dois violinos em R menor)II G.F. Hndel

* HWV 320 3 mov.: Largo;

(Concerto Grosso em F Maior, Op.6, N.2)III A.L. Vivaldi

* RV 230 2 mov.: Larghetto

(Concerto para Violino em R Maior, Op. 3, N. 9)Percepes AuditivasI J.S. Bach

BWV 1041 2 mov.: Andante;

(Concerto para violino em L menor);

Neste movimento, notou-se que a orquestra funcionou como uma cama harmnica (base) para o solista (violino) apresentar o tema e seus desdobramentos. O baixo-contnuo entra e se retira ciclicamente; BWV 1042 2 mov.: Adagio;

(Concerto para violino em Mi maior);

Neste movimento, as cordas atuam como contnuo realizando acordes para acompanhamento do solista; O baixo-contnuo se alterna (entra e sai); Todavia, nos momentos mais intensos do movimento o baixo contnuo no se ausenta.

Obs: curioso notar que no 1 e 3 mov. deste concerto, esta espcie de intermitncia do baixo contnuo no ocorre.BWV 1043 2 mov.: Largo ma non tanto;

(Concerto para dois violinos em R menor);

Neste movimento, diferentemente dos anteriores acima analisados, nota-se que o baixo-contnuo persistente e no se ausenta em parte alguma do movimento.II G.F. Hndel

HWV 320 3 mov.: Largo;

(Concerto Grosso em F Maior, Op.6, N.2);

Nota-se a utilizao de uma rtmica extremamente definida; As figuras rtmicas do baixo contnuo so mais longas e no contm grandes saltos meldicos (predominantemente); A utilizao de notas repetidas no baixo contnuo massiva;

Em contrapartida, no movimento seguinte Allegro, ma non troppo nota-se a ocorrncia de grandes saltos, baixo movimentado e composio em estilo fugato.

III A.L. Vivaldi RV 230 2 mov.: Larghetto

(Concerto para Violino em R Maior, Op. 3, N. 9);

Nesta ltima anlise auditiva, notou-se que o baixo contnuo (composto nesta presente pea por Cello e Basso), configura-se novamente em estado de intermitncia, atuando desta forma na parte inicial e final do movimento, deixando uma lacuna na parte central do movimento, trecho onde o baixo contnuo no utilizado.Concluses da Anlise

evidente que no presente trabalho, no se pretende apontar concluses a nvel cintfico pois para tal seria necessrio uma abordagem muito mais criteriosa e carecer-se-ia respaldos bibliogrficos basilares para que se pudesse aferir cientificamente a respeito da interessantssima problemtica levantada em classe.

Entretanto, no se pode desprezar totalmente as impresses, percepes e apontamentos feitos a partir de anlises auditivas informais, pois ao contrrio do que possam parecem, so estas geralmente as principais ferramentas para o incio do caminho investigativo cintfico srio.

Ao final do processo investigativo, pode-se notar a respeito do baixo-contnuo nos movimentos lentos ora anlisados as seguintes caractersticas:

1 Utilizao intermitente do baixo-contnuo;

2 Utilizao de notas repetidas e figuras de maior durao;

3 No clmax dos movimentos em questo analisados, o baixo-contnuo est presente;

4 Nos momentos em que o baixo-contnuo se ausenta, a orquestra se encarga de realizar uma teia harmnica ao solista, que entrega ao ouvinte um solo aparentemente mais flutuante e de maior leveza, uma vez que a ausncia do baixo-contnuo dilui discretamente a pulsao; PAGE 3

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