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Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica
Nº 107 - junho / 2018
Comunhão Anglicana
Jesus abre caminho para liberdade. Ele é o Senhor de todos os dias.
2
PRESIDÊNCIA
DOS CULTOS
Senhor Deus:
Vimos à Tua soberana presença para suplicar ajuda aos que sofrem por doenças do corpo ou da mente. Sabemos que as enfermidades nos favorecem momentos de reflexão e de uma aproximação maior de Ti.
Mas pedimos-Te a tua misericórdia e que estendas a Tua luminosa mão sobre os que se encontram doentes. Que a sua fé e confiança brotem for-tes nos seus corações.
Que a Tua paz esteja com todos nós. Que assim seja!!
Amém.
OREMOS PELOS
DOENTES
02 – Rui Pedro Soares
07 – Fernando Miguel Neves
08 – Luís Gomes
11 – Joana Grifo
19 – Jorge Henrique Fernandes
19 – Eduarda Arbiol
19 – Andreia Gonçalves
22 – Maria Emília Silva
25 – Maria Irene Arbiol
03 - Presbítero Carlos Duarte
10 - Díácona Isabel Silva
17 - Presbítero Carlos Duarte
24 - Bispo D. Fernando
3
9º DOMINGO COMUM - 3 DE JUNHO
S. Marcos 2,23-3,6
Regressados aos domingos do
Tempo Comum, vamos acom-
panhar o Ministério de Jesus, no
testemunho evangélico de S.
Marcos.
Era dia de sábado. Jesus e os
seus discípulos atravessavam
uma seara. Os discípulos arrancavam espigas para comerem. Os fari-
seus, ao verem o comportamento dos discípulos, perguntaram a Jesus:
porque é que eles fazem aquilo que a Lei não permite fazer ao sábado?
Jesus respondeu aos fariseus com o comportamento do rei David e dos
seus homens, quando, num dia em que estavam com fome, entraram na
casa de Deus e comeram os pães consagrados. Depois concluiu: o sába-
do como dia de descanso foi criado para benefício das pessoas e não as
pessoas para benefício do sábado.
O autor do Evangelho segundo S. Marcos relata-nos outro incidente de
Jesus, com os fariseus, por causa do sábado. Jesus tinha entrado numa
casa de oração e encontrou um homem com uma mão paralisada. Os
fariseus observavam Jesus para ver se ele iria “desobedecer” à Lei.
Jesus dirigiu-se aos que o observavam: a nossa lei manda fazer bem ao
sábado, ou fazer mal? Mas ninguém teve a coragem de lhe responder.
Então Jesus dirigiu-se ao homem e disse-lhe: estende a mão. Ele esten-
deu-a e a mão ficou curada.
Os fariseus não conseguiram perceber o comportamento de Jesus e
foram-se juntar com os partidários do rei Herodes para planearem
4
como matar Jesus.
A Lei dada por Deus a Moisés no livro do Êxodo diz: “Recorda-te do dia de
sábado para o consagrares ao Senhor. Podes trabalhar durante seis dias, para
fazeres tudo o que precisares. Mas o sétimo dia é dia de descanso, consagrado
ao Senhor teu Deus”.
Com a Ressurreição de Jesus, ocorrida no primeiro dia da semana, os discípu-
los passaram a reunir-se regularmente neste dia da semana.
Os governos dos países cristãos decretam o domingo como dia de descanso
semanal. Embora se trate de um normativo laboral, os cristãos devem consa-
grar o domingo ao Senhor, para celebrarem o testemunho da Ressurreição.
Embora o domingo seja dia de descanso, para benefício das pessoas, não há
impedimento para que os cristãos pratiquem atos de amor ao próximo, fazen-
do o bem.
Carlos Duarte, Presbítero
S. Marcos 3,20-35
Este texto é aquele da Bíblia que mais dificuldade tenho em entender pelo
que me demorou muito tempo a refletir sobre ele, e a orar sobre ele.
Começa com uma preocupação com a família biológica de Jesus ao vê-lo
com uma multidão de gente a rodeá-Lo e a seus discípulos, muito provavel-
mente à procura de curas. Sua família diz «está fora de si». O que eu entendo
por isto é a preocupação de Sua mãe, que sabia quem Ele era, e de seus
irmãos (provavelmente alguns não sabiam na realidade quem ele era) de O
ver assolado de gente e sem tempo sequer para comer, além de estar a ser
10º DOMINGO COMUM 10 DE JUNHO
5
perseguido pelos
fariseus e sumo-
sacerdotes. Que-
riam tirá-Lo dali
por Sua vida estar
em perigo. Mas
Jesus não tinha
medo nem fugia de
quem Lhe pedia
ajuda, por ser puro
Amor. Ora, alguém que não se preocupa com a sua vida só pode de facto
«estar fora de si», e estava….pois não estava apenas neste mundo, o Jesus
corporal não era deste mundo, estava pois fora de si, no Amor do Pai, era o
próprio Pai encarnado. Pessoalmente, considero curioso não haver uma pala-
vra sobre José. Talvez ele soubesse que não havia nada a fazer, que essa era a
missão que Jesus que tinha que cumprir.
A segunda parte refere-se à acusação de que Jesus fazia milagres porque seria
o diabo encarnado. Jesus argumenta que se assim fosse, Ele não poderia tirar
os demónios das pessoas. Mas poderia curar doentes? Talvez, se fosse depois
para poder atuar malignamente sobre eles de outras formas, digo eu. Os
judeus já se tinham confrontado com vários falsos messias e ao longo do tem-
po continuaram a confrontar-se, até hoje. Para os judeus ortodoxos de hoje
Jesus não assou de uma fraude, e têm vergonha da sua origem hebraica.
Aliás, ao longo destes 2000 anos, muitos vieram reclamar serem a 2ª vinda de
Jesus à Terra; assim, também os cristãos foram sendo tentados acreditar em
falsos Messias, nomeadamente dentro da Sua Igreja.
6
A terceira parte do texto é aquela que realmente considero difícil «não haverá
perdão contra quem agir contra o Espírito Santo», afirma o Evangelho segun-
do S. Marcos, o 1º dos Evangelhos ser escrito. O que realmente significa
isto? Várias vezes me tenho interrogado e procurado explicações na teologia
cristã de várias denominações. Mas curiosamente a resposta vem sempre do
meu coração: dentro do contexto de Se dar inteiramente, de ser acusado de
ser o diabo encarnado, Jesus afirma tal coisa. Considero o contexto muito
importante. O que Ele nos diz é que quem possui dons do Espírito Santo para
curar, para exorcizar e outros (enunciados claramente por S. Paulo que anda-
ria a pregar a Boa Nova na altura na qual este Evangelho foi escrito) e não os
usar, peca contra a Graça enorme que Deus dá a estas pessoas; caso elas sai-
bam que têm um (ou mais) desses dons e não o exerçam, isso não lhes será
perdoado. Então o que é efetivamente não perdoado é a contenção da utiliza-
ção do Amor de Deus ao serviço dos outros, é o medo de ser mal interpretado
e até julgado socialmente num mundo que sempre age maioritariamente
como reino do maligno. É este pecado irrevogável por os dons do Espírito
Santo serem a fonte mais poderosa que há contra esse poderio, construindo o
Reino de Deus minoritariamente, com sofrimento, mas com firmeza; disso os
mártires antigos, e os atuais, nos dão prova.
Por fim, o texto termina com referência a Sua família biológica, de novo. Há
aparentemente um hiato no texto, mas se o lermos atentamente verificamos
que não; pertencer à família de Jesus, enquanto o Messias, significa exercer o
dons do Espírito Santo e/ou servir os outros em total Amor, Graça da Trinda-
de em todos nós.
Clara Costa Oliveira
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S. João 15,12-17
O mandamento do amor fraterno enche o texto evangélico que hoje
escutamos: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (v. 12). Jesus
já tinha afirmado que há dois mandamentos: o mandamento de amar a
Deus com todo o coração e o mandamento de amar o próximo como a
nós mesmos. Aqui, Jesus vai mais longe: “Amai-vos uns aos outros
como Eu vos amei” (v. 12). “Como eu vos amei”. Amar o próximo
como a nós mesmos é já muito. Mas, amar o próximo como Jesus nos
ama, é muito mais. É o amor cristão. Como é que Jesus nos ama? Ama-
nos com delicadeza e com força. Chama-nos amigos, porque nos faz
entrar na sua intimidade. Não nos trata como servos, mas como amigos.
Conta-nos segredos através dos olhos e da palavra do nosso próximo.
Ama-nos na força do silêncio. Ama-nos na essência que desconhece-
mos. Este amor delicado é também muito forte: “Ninguém tem mais
amor do que quem dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 13). O modelo
do amor cristão é um homem-Deus crucificado e ressuscitado, que nos
amou até ao sacrifício de Si mesmo. É também assim que havemos de
amar os nossos irmãos. Ser discípulo de Cristo consiste em amar o
irmão até dar a vida
por ele, tal como fez
Jesus, o Filho que
desceu do Céu para
dar a vida por nós.
Dar a vida não signi-
fica necessariamente
sofrer o martírio. Essa
pode ser uma graça
S. BARNABÉ, APÓSTOLO - 11 DE JUNHO
8
especial, concedida a alguns. Dar a vida é gastar-se na atenção e no serviço
àqueles que estão ao nosso lado, que precisam de nós. Significa também
interrogar-se, cada manhã, sobre o modo como não se tornar um peso para os
outros. Significa ainda suportar os silêncios, os amuos e os limites de carácter
de quem vive ao nosso lado. Significa não nos escandalizarmos com as suas
contradições e pecados. Significa aceitar cada um como é e não como gosta-
ríamos que fosse.
Jorge Filipe Fernandes
S. Marcos 4,26-34
Ao contrário de muitos “sábios” do seu tempo, cheios de ensinos complica-
dos ou repetitivos, Jesus falou de modo muito criativo e inovador, mas sem-
pre simples e acessível ao povo. As parábolas já eram usadas há séculos pelos
judeus, mas Jesus não se limita a repetir coisas antigas, algumas até seriam
válidas… Mas Jesus tem muitas comparações e exortações novas, algumas de
uma profundidade a que os ouvintes não estavam habituados “Ouviste que foi
dito aos antigos… Eu porém vos digo…” (S. Mateus 5:43 e 44).
As duas parábolas selecionadas para hoje são comparações agrícolas. A frase
de abertura é muito interessante e algo enigmática. Não diz o que é o reino de
Deus, diz “O reino de Deus é como se…” ou seja é uma comparação, que
deixa abertura para a imaginação e abertura de espírito, com confiança. Aqui
a ideia transmitida através da semente é a certeza de que, colocada no sítio
certo, e depois de cumprido o nosso trabalho, com o tempo, virão os frutos /
11º DOMINGO COMUM 17 DE JUNHO
9
resultados, nem sabemos
como, mas que irão muito
para além de nós.
Os resultados das intenções e
ações corretas poderão ser
inesperados, a curto ou a lon-
go prazo, aqui ao pé ou a
grandes distâncias, ou até
depois da nossa vida e que irão até à vida eterna.
A parábola da semente de mostarda demonstra a importância das coisas
pequenas. Pequenas aos nossos olhos, basta recordar a esmola da viúva pobre
no templo (S. Lucas 21:3). Coisas mínimas não apenas se tornam grandes,
mas dão efeitos variados. Grãos de mostarda, à venda nalguns supermerca-
dos, são pouco maiores que uma cabeça de alfinete. A mostarda serve de
especiaria / condimento alimentar e também de medicamento. Jesus chama a
atenção para o facto de a planta adulta também servir para as aves se abriga-
rem e fazerem ninho. No conjunto, vemos aquilo que dá gosto ao alimento,
mas também dá abrigo, acolhimento e medicamento. Alimento, cura e abrigo
são três características que do Evangelho devem resultar. Para nós e para os
outros, crentes ou incrédulos. Tudo que Jesus ensina é de valor universal e
destina-se a todos. Tal como algumas sementes são levadas pelo vento duran-
te centenas de quilómetros, e outras permanecem em lugares secos até que
um dia venha a chuva aos desertos, isso apenas mostra que Deus trabalha de
muitas maneiras, mesmo que nós não as entendamos totalmente. Mas alegre-
mo-nos porque os resultados não falharão.
Jorge Barros, Pastor
10
S. Lucas 1,57-66.80
Natividade de S. João Baptista
Na generalidade durante o ano pouca ou nenhuma importância damos
ao nascimento de João Batista. Inclusive esquecemo-nos de que é pri-
mo de Jesus de Nazaré através da relação familiar das mães de ambos.
As circunstâncias do seu surgimento na História da Salvação também
são rodeadas de acontecimentos de grande mistério. Essencialmente é
o cumprimento de uma promessa pessoal e afetiva de Deus a Zacarias
e a Isabel, que há muito desejavam com ardor deixar descendência.
Assim Deus lhes concedeu cumprir o seu desejo, e nasce João o
Batista, aquele que irá ter como principal ocupação anunciar a chega-
da do Reino de Deus através do arrependimento e cuja face visível e
pública seria o Batismo. Quase que podemos dizer que é pelo Minis-
tério de João que a Igreja entende incluir na sua Doutrina o Sacra-
mento do Batismo como ritual de Confissão e reconhecimento dos
pecados e pela água a sua limpeza espiritual, mas, obviamente é por-
que o Senhor Jesus se submeteu a este Batismo, e por amor de nós
pediu publicamente perdão por pecados impossíveis, inimagináveis,
não reais e nunca cometidos, e independentemente daquilo que os
outros à sua volta pen-
sassem ou julgassem!
No entanto para mim
há uma postura funda-
mental de S. João
Batista que desde sem-
pre me comove muito,
que é a sua profunda
humildade diante de
NATIVIDADE DE S. JO
ÃO BATISTA - 24 DE JUNHO
11
Cristo. Ele coloca-se sempre na sombra antes que alguém o coloque a ele. Ao
contrário de Jesus, João no Evangelho não chega a ser menino porque pouco
depois é homem e já anuncia a chegada do Messias e do Reino, ao ponto de
muitos pensarem que ele mesmo poderia ser o Messias, que teria as caracte-
rísticas daquilo que se esperava do Messias: austero; exigente; com um dis-
curso de grande radicalidade, sem meias medidas e frontal. E, no entanto,
com uma humildade convicta e forte apontou para não para si mesmo, mas
para o Cordeiro – o Cordeiro de Deus – que ali vinha. Esse sim, haveria de
tirar os pecados do Mundo não pela água nem pelos rituais exteriores, mas
pela verdadeira conversão interior e reconhecimento de Deus. Nunca João o
Batista se aproveitou por ser primo do Messias, nunca fez chantagem espiri-
tual, nem social, nem religiosa, mas colocou-se à sua sombra até desaparecer
por completo e pela porta de uma morte que resultou da defesa das suas con-
vicções e do seu carácter ético e moral para com as autoridades Romanas,
que dava pelo nome de Herodes. O Evangelho dá-nos logo um João Batista
retirado para o(s) deserto(s) onde leva uma vida de asceta. Ao longo da His-
tória do Cristianismo isto haveria de dar muito que falar. Um eremita? Um
profeta retirado dos ambientes mundanos? Um homem que pela sua dieta
estranha procurava purificar-se para a chegada do Reino de Deus? Inspirador
das ordens religiosas dos monges do deserto…?! A verdade é que ele é o que
aponta o caminho para a chegada de Jesus. É-me impossível ler este texto de
Lucas sem recordar o “Prólogo” do Evangelho de S. João Evangelista. Ali
está descrita a cumplicidade entre o Verbo anunciado e o verbo anunciador
na declaração de que não era João a luz, mas que apontava para a luz que
veio iluminar o mundo, e que o mundo não conheceu ou não reconheceu, o
que não é bem a mesma coisa e não pode ser interpretado da mesma forma.
Fico sempre surpreso com as fontes que a Igreja usou para formar a sua litur-
gia, e estas palavras que apontam para o Messias haveriam de fazer parte da
12
liturgia de todas as tradições, desde as do Oriente às do Ocidente, na língua
Grega, Latina, Eslava etc… e que S. Jerónimo traduziu: “Agnus Deus que
tollis peccata Mundi” – Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.
Estas são as palavras da Grande Missa Solene em Dó menor de Mozart que
em gratidão a Deus pelo seu Servo João Batista estou a ouvir no momento em
que escrevo estas linhas. Este é o eco supremo da confissão de Fé eterna de
João Batista, que é e será cantada pela Igreja até à exaustão e até à tão aguar-
dada chegada do Reino de Deus. Nunca podermos esquecer que se o Ministé-
rio João Batista sem mais, começa pelas palavras “raça de víboras”, passa
rapidamente para o mais importante: “Eis o Cordeiro de Deus que tira os
pecados do Mundo”. Eis ali diante de vós, sempre disponível, o que levará
sobre si os pecados do mundo. Mais tarde será o Senhor Jesus que nos pedirá
para lançarmos sobre Ele os fardos dos nossos pecados porque o seu jugo é
suave. Guardemos todo o ano estas palavras de João Baptista no nosso cora-
ção e na nossa oração de Confissão, porque este Cordeiro de Deus que tira os
pecados do Mundo continua a passar diante de nós, não o deixes passar sem
abrir com Ele o teu coração. Ámen.
José Manuel Cerqueira, Pastor
S. Mateus 16,13-19
Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igre-
ja. [...] Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará
ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.» As três
metáforas às quais Jesus recorre são em si muito claras: Pedro será o funda-
mento rochoso sobre o qual se apoiará o edifício da Igreja; ele terá as chaves
S. PEDRO E S. PAULO, APÓSTOLOS 29 DE JUNHO
13
do Reino dos céus para abrir ou
fechar a quem melhor julgar; por
fim, ele poderá ligar ou desligar, no
sentido em que poderá estabelecer
ou proibir o que considerar necessá-
rio para a vida da Igreja, que é e
permanece de Cristo. É sempre a
Igreja de Cristo, e não de Pedro.
Deste modo, é descrito com imagens o que a reflexão posterior qualificará
com a designação de «primado de jurisdição».
Esta posição de preeminência que Jesus decidiu conferir a Pedro verifica-se
também depois da ressurreição: Jesus encarrega as mulheres de irem anunciar
a Pedro; será Pedro a primeira testemunha de uma aparição do Ressuscitado
(Lc 24,34; 1 Cor 15,5). Depois, o facto de vários textos-chave relativos a
Pedro poderem ser relacionados com o contexto da Última Ceia, na qual Cris-
to confere a Pedro o ministério de confirmar os irmãos (Lc 22,31ss.), mostra
que a Igreja, que nasce do memorial pascal celebrado na Eucaristia, tem no
ministério confiado a Pedro um dos seus elementos constitutivos.
Esta contextualização indica também o sentido último deste primado: Pedro
deve ser, ao longo dos tempos, o guardião da comunhão com Cristo; deve
conduzir à comunhão com Cristo; deve preocupar-se por que a rede não se
rompa e assim possa perdurar a comunhão universal. Só juntos podemos estar
com Cristo, que é o Senhor de todos. A responsabilidade de Pedro é, assim,
garantir a comunhão com Cristo, pela caridade de Cristo, conduzindo à reali-
zação desta caridade na vida de todos os dias.
Rafael Coelho
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REFLEXÃO SOBRE O PEREGRINO
No passado dia 13 de Maio, os dois cursos do Peregrino que decorrem no
Redentor, fizeram a sessão conjunta que finalizou o livro com o
tema A Bíblia.
A tradição cumpriu-se e a última sessão em conjunto foi de uma
riqueza espiritual extraordinária porque a participação foi inten-
sa e, se me é permitida a avaliação, a qualidade das intervenções
foi demonstrativa do interesse que todos têm posto no Peregrino.
A minha satisfação particular é aumentada pela circunstância de eu, sexage-
nário detentor de muitas verdades, ter aprendido muito com as 42 sessões a
que assisti de todos os livros..
Sim, aprender é a palavra certa, porque eu sabia muito menos do que sei hoje.
E sendo para mim um pouco difícil exteriorizá-lo, ainda que interiormente
me provoque orgulho e até alguma vaidade, o facto de ser o meu irmão e afi-
lhado Pedro o orientador desses cursos, também seria injusto para com ele se
não exprimisse, publicamente, que a forma como ele tem orientado essas ses-
sões tem sido determinante para os bons resultados.
Afinal, se bem se ler o que escrevi no parágrafo anterior, eu acabo de fazer
um exercício de humildade reconhecendo que fui inapto na orientação reli-
giosa do meu irmão 16 anos mais novo e meu afilhado, e é ele que faz des-
pertar em mim, com mais intensidade, os valores da Fé.
Neste livro, com o tema A Bíblia, também aprendi muito sobre o significado
dos Livros Sagrados e confirmei uma convicção antiga de que a leitura e
compreensão da Bíblia necessitam de muita preparação, acompanhamento
didático e complementação com as diversas interpretações que se possam
O QUE ACONTECEU…!
15
fazer. Foi, um pouco de tudo isto, que se conseguiu fazer nas sessões sobre a
Bíblia. E como eu entendo que Deus quer um mundo perfeito, mas construído
pelos homens, a assimilação das inúmeras mensagens que a Bíblia nos trans-
mite é fundamental para lutarmos por esta utopia: Construirmos um mundo
perfeito como DEUS quer.
Para finalizar, mais uma vez tenho que deixar uma palavra de enorme simpa-
tia às sempre disponíveis Rosa Maria e Maria da Graça que cuidam do nosso
bem-estar gastronómico com uma refeição que justifica a junção dos dois
grupos na última sessão de cada livro, em que o principal ingrediente que
estas simpáticas paroquianas colocam em tudo o que fazem para a Paróquia
é: Amizade. No meu prato eu detetei, também, uma boa dose de Carinho.
Obrigado
José Henrique Fernandes
ACTIVIDADES ECUMÉNICAS E DIOCESANAS
Para além daquilo que são as atividades paroquiais que aqui costumamos dar
nota, também há outras iniciativas, de cariz ecuménico e diocesano, na qual a
nossa paróquia se faz representar por diferentes membros. Assim, no passado
mês de Março, a Diácona Isabel participou na Celebração Ecuménica, que se
realizou na Capela do Hospital de S. João, no Porto. Também o Leitor Pedro,
a convite do Presbítero Sérgio Alves, participou na Celebração Eucarística
com o Rito de Lava-pés, que se realizou na nossa Paróquia do Bom Pastor,
em Vila Nova de Gaia, dirigida aos utentes dos Centos Sociais do Bom Pas-
tor e do Salvador do Mundo, da AETP. Ainda em Abril, o Leitor Pedro este-
ve presente, na qualidade de um dos representantes da ILCAE, na Assembleia
-geral do COPIC, que se realizou na Fundação CESDA em Aveiro.
Ao nível Diocesano, vários membros da nossa paróquia, participaram no Chá
16
das 5 que se realizou na Paróquia de S. João Evangelista, em Vila Nova de
Gaia, a 24 de Março e na Venda de Garagem que ocorreu no Ginásio do Tor-
ne, em Vila Nova de Gaia, no dia 25 de Abril, tudo ações organizadas pelo
DMIL.
Também já no mês de Maio, começaram as reuniões de preparação dos Cam-
pos de Férias, que contaram com a presença de jovens da nossa Paróquia.
O RR dá Graças a Deus pela disponibilidade dos membros da nossa paróquia,
em se envolverem nestas diferentes iniciativas.
BAZAR
No primeiro sábado Maio, mais propria-
mente dia 5, aconteceu, como é hábito há
já muitos anos, o Bazar da Primavera da
nossa Paróquia.
Foi um momento de grande partilha, con-
vivência e cheio da presença do Espírito
Santo, com a visita de cerca de 90 pessoas, entre crianças, jovens e adultos,
de diversas paróquias da Igreja Lusitana, do Arciprestado do Norte, que nos
deram o prazer e a honra da sua visita.
Realçamos a importância da iniciativa levada a cabo pela nossa Escola Domi-
nical no sorteio de vários prémios, oferecidos por diferentes pessoas ao longo
do ano, e que permitiram um envolvimento entusiasmado das nossas crianças
e jovens, para além de terem contribuído, de forma significativa, no resultado
financeiro do Bazar.
É uma atividade de vital importância para a angariação de fundos, que permi-
te o desenvolvimento do trabalho da nossa comunidade na prossecução da
Missão da paróquia, em particular, e da Igreja, em geral.
17
“Quem sou eu e quem é o meu povo, para te podermos oferecer todas estas
coisas? Pois é de ti que tudo vem e nada te poderíamos oferecer, se não nos
viesse das tuas mãos.” (1Crónicas 29,14).
DIA DA MÃE
Como é hábito há muitos anos na
nossa paróquia, celebramos, no pri-
meiro domingo de Maio, este ano dia
6, o Dia da Mãe. Foi uma festa muito
bonita, que contou com a intervenção
da Escola Dominical e da nossa irmã,
em Cristo, Rosa Maria.
A Escola Dominical apresentou uma representação, em que fez a analogia do
tratamento de uma flor, com o modo como a Mãe trata dos seus filhos, para
além do enquadramento bíblico desta Festa, com a passagem do Evangelho
lido nesse dia. A homenagem decorreu, em momento próprio, durante o Cul-
to Eucarístico, e incluiu, também, a oferta de uma lembrança da autoria da
Escola Dominical e a tradicional distribuição da flor, rosa branca ou verme-
lha, conforme a circunstância.
O RR dá Graças a Deus pelo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelos
monitores e alunos, das diferentes classes, da nossa Escola Dominical.
DIA DA ASCENSÃO
No passado dia 10 de Maio, Dia da Ascensão, realizou-se um Culto Eucarísti-
co, presidido pelo nosso Bispo Diocesano, ao nível do Arciprestado do Norte,
na nossa Paróquia, o qual serviu, também, para dar inicio ao Tempo de Ora-
ção da campanha “Venha o Teu Reino, que culminou com o encontro que se
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realizou na nossa Catedral de S. Paulo,
em Lisboa, a 19 de Maio.
Foi uma cerimónia rica em participação
e na partilha da palavra e que contou
com a presença de, praticamente, todo o
Clero da nossa Igreja do Arciprestado
do Norte.
VENHA O TEU REINO
No passado dia 19 de Maio teve lugar na Catedral de S. Paulo da Igreja Lusi-
tana o encontro "Quem é Ele?". Esta iniciativa esteve inserida na campanha
«Venha o Teu Reino» que se realizou desde a Ascensão ao Pentecostes. O
encontro permitiu juntar o povo da diocese na celebração da sua fé em Jesus
Cristo e viver intensos momentos de louvor e oração realizados em conjunto,
no qual participaram um grupo de membros da nossa paróquia.
Pela graça de Deus foi possível viver-se momentos de oração e louvor,
momentos de trabalho nos grupos e com (rica) partilha feita pelos animado-
res, momentos de alegre confraternização e um momento de apresentação de
uma bonita peça, ao estilo de um
musical, sobre o Sentido da Vida, na
parte da tarde, da responsabilidade
dos nossos irmãos, em Cristo, da
Paróquia de S. Tomé.
Damos graças a Deus pelo muito
trabalhado realizado e pelo cuidado
e esmero colocados no acolhimento
e nos diversos espaços da Catedral.
19
01 e 02 97.º Sínodo Diocesano – Catedral S. Paulo – Lisboa 03 Escola Dominical – 10hCulto Dominical – 11h 06, 13, 20 e 27 Oração da Manhã – Torne – 9h 10 Escola Dominical – 10h Culto Dominical – 11h 17 Escola Dominical – 10h Culto Dominical – 11h 23 Abertura Loja Social c/ Oração breve da Tarde - 15h 24 Culto Dominical – 11h
JUNHO - AGENDA PAROQUIAL E DIOCESANA
20
ACTIVIDADES REGULARES DA PARÓQUIA
Templo - Rua Visconde de Bóbeda
Área social - Rua Barão de S. Cosme, 223
Cultos Dominicais - 11 horas
Escola Dominical - 2 classes (crianças e jovens) - Domingos, 10 horas
Loja Social - 3º sábado de cada mês - 15h
Propriedade: Paróquia do Redentor ♦ Equipa Redatorial: Jorge Filipe Fernandes, José Manuel Santos,
Pedro Miguel Fernandes ♦ Redação: Rua Barão de S. Cosme, 223 4000-503 PORTO ♦ Periodicidade:
Mensal ♦ Contactos: www.paroquiaredentor.org; redentor@igreja-lusitana.org; redentor1884@gmail.com
♦ O conteúdo dos diferentes artigos deste Boletim é da responsabilidade dos seus autores, e não
representa necessariamente a posição da Paróquia do Redentor ou da Igreja Lusitana.
Ú
LTIM
A PAGINA - A NOSSA CAPA
Será que Jesus é o Senhor dos nossos Domingos?
A lei que Deus imprimiu no nosso coração é a lei do amor, portanto, o
que nos faz mal e prejudica a nossa vida é, justamente, o desamor.
Tudo o que não é regido pelo amor e não tem como objetivo a vivência
do amor, não é eficaz para o nosso crescimento. Toda a lei que tira ao
homem o direito de viver com dignidade, de prover a sua existência e
sobrevivência, não está conforme à vontade de Deus. Jesus quer ensi-
nar-nos a colocar a caridade como lei primeira nas ações da nossa vida.
Tudo o que o Pai criou, fê-lo em favor do homem, objeto do Seu
Amor. Portanto, dizer que “o sábado foi feito para o homem e não o
homem para o sábado” significa que a nossa sobrevivência e a carida-
de connosco mesmos e com os nossos irmãos estão acima das normas
que, apesar de estabelecidas pelo homem e para o homem, muitas
vezes se voltam contra o próprio homem.
https://liturgiadiariadapalavra.blogspot.pt
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