Land Art, Site-specific, Arte Povera, Arte conceitual

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Land Art, Site-specific, Arte Povera, Arte conceitualProf. Ma. Sofia Corso

A escultura ampliada

1960 – 1970 = A arte sofreu intensas modificações influenciadas especialmente pelo Minimalismo e pela Pop Art

Essas transformações deram origem a novas categorias e percepções, acarretando movimentos conhecidos como Land Art, ou Arte Ambiental, Site-specific, Arte Povera e Arte Conceitual

Essas novas linguagens expandiram não só a percepção artística, como também as possibilidades de produção, que tinham todo o mundo concreto e o das ideias como matéria para criação

Land Art, ou Arte Ambiental

As obras de arte ambiental se propõem a repensar a relação da arte com a natureza, sendo obras efêmeras, isto é, que se dissolvem e se confundem na paisagem

E outras que se modificam e transformam esses lugares

A preservação ambiental e o contraponto com a frieza de galerias e museus são aspectos importantes que motivaram a produção desses trabalhos

1970 – Robert Smithson = Espiral – Grande Lago Salgado (EUA)

1970 – Robert Smithson = Espiral –Grande Lago Salgado (EUA)

1970 – Robert Smithson = Espiral –Grande Lago Salgado (EUA)

A obra foi feita a partir da colocação de toneladas de pedra nesse lago que, devido a um tipo especial de algas, ficou vermelho

A obra é melhor visualizada por cima e quando o nível da água está abaixo de 1280 m

Land Art, ou Arte Ambiental

Artista = Walter de Maria = Campo de relâmpagos

Instalou diversas barras de aço em um campo de 1 600m² localizado no Deserto do Novo México (EUA)

O local já era muito atingido por raios, e o campo feito pelo artista foi isolado de modo que, durante tempestades, pode ser visto apenas à distância, em uma cabana localizada nas proximidades

Distância = “Essência da Land Art” = Em que a obra incorpora também a maneira e a forma com as quais é contemplada

Walter de Maria – Campo de relâmpagos, 1971-77

Site-specific

À medida que os pensamentos sobre espaço e tridimensionalidade foram se expandindo, as obras aproximaram-se dó público e do espaço urbano

Surgem então as site-specific – “local específico”

A obra é feita para um local apenas e dificilmente existiria em outros lugares

As obras site-specific são pensadas geralmente para o espaço urbano e fundem-se, em alguns momentos, com a chamada arte urbana

Arco inclinado – Richard Serra, 1981

Arco inclinado – Richard Serra, 1981

O artista projetou e instalou uma enorme estrutura em uma praça de Nova York

A pessoas que frequentavam a praça tinham de dar a volta para atravessá-la

Iniciou-se então uma grande discussão jurídica, movimentada ao longo dos anos. Para o artista a obra não afetava o uso social da praça e havia sido feita para aquele local, não funcionando em nenhum outro lugar

Apesar dos julgamentos serem mais favoráveis que contra, foi decidido que o órgão que encomendou a obra tinha propriedade sobre ela, sendo assim, poder dar à peça o destino que quisesse

1989 = Peça removida, cortada em três partes e guardada em um armazém

Christo e Jeanne-Claude– Reichstagembrulhado, 1995

Christo e Jeanne-Claude– Reichstagembrulhado, 1995

O casal de artistas Christo e Jeanne-Claude se tornaram conhecidos por suas megainstalações que chamavam a atenção das pessoas para a fragilidade e a efemeridade da arte. Usando quase sempre panos, papéis e tecidos, o búlgaro e a marroquina que nasceram no mesmo dia passaram décadas surpreendendo o mundo com sua arte simples e magnânima.

Christo e Jeanne-Claude

O casal fez uma série de trabalhos embrulhando locais públicos, interferindo em paisagens e modificando a vida dos que passam pelos ambientes.

Um de seus trabalhos mais ousados foi feito no Parlamento Alemão

O casal gastou meses preparando a ação, que envolvia todos aqueles que utilizavam esse espaço público em Berlim

A obra foi realizada em 1995 e os artistas usaram mais de 100 mil m² de tecido e 15km de corda

O prédio ficou assim por três semanas , interferindo não só na paisagem, mas no cotidiano de todos

5 milhões de pessoas contemplaram o trabalho

Cortina de pano – Valley Curtain - EUA

Árvores na Suíça

Ponte Neuf, Paris

O enigma de IsadoreDucasse, Man Ray, 1920

Inspiração dos artistas = Man Ray = Dadaísmo

Arte Povera

Do italiano = “Arte pobre” = surgiu para contrapor o purismo da arte tradicional, que se pautava em conceitos como os de obra-prima finalizada ou de uso de materiais nobres

Os artistas desse movimento valorizavam o processo acima do produto final e buscavam a simbologia que ia além dos significados da matéria, enfocando sua simples presença

Germano Celant = crítico de arte = a arte até então era apenas um simples acúmulo de emoções e ideias = a arte povera se contrapunha a isso, e a proposta era uma produção conectada com ações e fatos que uniram a riqueza da arte com a vida cotidiana

Arte Povera

Assim, o passado da arte, especialmente a italiana, dialogaria com o espaço moderno dos tempos atuais, unindo diferentes tempos históricos

Michelangelo Pistoletto = Precursor da Arte Povera e da Arte Conceitual = produziu pinturas, ações e esculturas nos anos 1960 dentro da proposta de criar uma união entre a ideia de materialidade artística e a vida

Vênus e os trapos, 1967 –Michelangelo Pistoletto

Vênus e os trapos, 1967 –Michelangelo Pistoletto

Pistoletto colocou a imagem de uma Vênus, representação máxima da arte italiana, ao lado de uma pilha de trapos. No lugar da essência, o artista visava mostrar a ordem das coisas, a presença da vida, a completude entre o mundo da ação e da criação.

Nessa obra, há diversos conceitos colocados em oposição com o passado e o presente, arte histórica e contemporânea, dureza e maciez, cor e não cor, produção cultural e produção industrial, exclusividade e multiplicidade, formando um movimento de sentidos que se alternam, se desafiam e se completam.

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Iglus modernizados de Mario Merz

No BrasilVik Muniz

Arte conceitual

Um outro tipo de ampliação da obra de arte que transformou a linguagem da escultura ocorreu não no espaço físico, mas nas ideias.

As propostas da Arte Conceitual já haviam sido implantadas por Marcel Duchamp, mas somente a partir das décadas de 1960 e 1970 se difundiram, colocando em pauta os limites daquilo que é ou não arte.

A Arte Conceitual trabalhava noções filosóficas, textuais e gráficas, e os procedimentos artísticos passaram a ocupar os espaços das obras.

Assim, questões que pertenciam apenas aos espaços teóricos, começaram a fazer parte do repertório da arte.

Arte conceitual

Joseph Kosuth = 1965 = Uma e três cadeiras = Expressivo artista conceitual

Foi nesse momento que, com grande intensidade, os textos dados, informações históricas e estatísticas passaram a dialogar com espaços ocupados por formas, cores e matérias.

As ideias são o que importa para essa arte, não fazendo diferença se há ou não o fazer artístico tradicional, já que o artista pode encomendar peças, replicar ou parodiar obras já existentes

O importante não é o resultado final, mas sim o pensamento que formula ou norteia aquela obra

“Tudo foi expurgado dessa pintura, a não ser arte; nenhuma ideia entrou nessa obra” – John Baldessari, 1968

“Tudo foi expurgado dessa pintura, a não ser arte; nenhuma ideia entrou nessa obra” – John Baldessari, 1968

A frase contradiz ironicamente a Arte Conceitual, que tem como base o próprio pensamento. As cores e as formas, elementos fundamentais da pintura, não estão presentes, pois o artista prefere a escrita, cujo significado anula a existência tanto da escrita quanto da pintura, ainda que se trate de um projeto artístico

Baldessari teve uma produção profícua de frases que questionavam todas as estruturas da arte. Seus trabalhos, muitas vezes, pretendiam equiparar os valores da imagem e da palavra.

Carregados de ironia e humor, trafegam nas fronteiras dos significados de todas as coisas. Tendo a palavra como elemento recorrente, o artista utilizava, além da pintura, as colagens, fotomontagens e a própria linguagem como matéria.

The Fallen Easel, 1988

Shapolsky et al – Hans Haacke, 1971

Nove fotóstatos, 142 cópias de impressões fotocoloidais

Fotóstatos: Aparelho para fazer fotocópias diretamente sobre a superfície de papel preparado e sensibilizado, sem negativo

Shapolsky et al – Hans Haacke, 1971

O artista propõe, a partir de uma vasta documentação e exposição de fotos, uma reflexão sobre o sistema social e de propriedades.

Ele detalhou o processo de exploração imobiliária de NY, expondo fraudes comerciais e fiscais de 70 grandes empresas da cidade.

Controversamente, a exposição, prevista para o Museu Guggenheim, foi cancelada e considerada imprópria e incompatível com as funções de uma instituição artística.

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