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LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO
DE 2014.
(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO
DE LIMEIRA – S.P.)
1
PAULO CÉZAR JUNQUEIRA HADICH, Prefeito
Municipal de Limeira, Estado de São Paulo,
USANDO das atribuições que lhe são conferidas por
Lei,
FAZ saber que a Câmara Municipal de Limeira
aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei Complementar:
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO I
DO ESTATUTO
Art. 1º – Para os efeitos desta Lei, servidor1 é a
pessoa natural2 legalmente investida em cargo público, no âmbito da administração
direta e indireta do Município de Limeira.
Parágrafo Único – Cargo público é o conjunto de
atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser
cometidas a um servidor.
Art. 2º – Os cargos, empregos e funções públicas
são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei.3
Art. 3º – Os cargos de provimento efetivo são
organizados em carreiras, que, por sua vez, são escalonados em classes, observadas a
escolaridade e a qualificação profissional exigida, bem como a natureza e
complexidade das atribuições de seus ocupantes, conforme definido em lei.
Art. 4º – É proibida a prestação de serviços
gratuitos, salvo os casos previstos em lei.
CAPÍTULO II
DO PROVIMENTO
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5º – São requisitos básicos para investidura em
cargo público:
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I – nacionalidade brasileira;
II – gozo dos direitos políticos;
III – quitação com as obrigações militares e
eleitorais;
IV – nível de escolaridade exigida para o exercício
do cargo;
V – idade mínima de 18 (dezoito) anos;
VI – aptidão física e mental.
§ 1º – As atribuições do cargo podem justificar
exigências de outros requisitos.
§ 2º – Às pessoas portadoras de deficiência é
assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo
cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais
pessoas serão reservadas 5% (cinco por cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3º – Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por
cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos
e empregos públicos na administração pública municipal direta e indireta, conforme
disciplinado em lei, que terá vigência pelo prazo de 10 (dez) anos.4
§ 4º – Poderão concorrer às vagas reservadas a
candidatos negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição
no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, conforme disciplinado em lei
municipal.5
Art. 6º – O provimento dos cargos públicos far–se–á
mediante ato da autoridade competente de cada poder.
Art. 7º – A investidura em cargo público ocorrerá
com a posse.
Art. 8º – São formas de provimento6 em cargo
público:
I – nomeação;
II – readaptação;
III – reversão;
IV – reintegração;
V – recondução;
VI – aproveitamento.7
SEÇÃO II
DA NOMEAÇÃO
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Art. 9º – A nomeação far–se–á:
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
isolado ou de carreira;
II – em comissão, para cargos de confiança, de livre
exoneração.
Parágrafo Único – O servidor ocupante de cargo
em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício,
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que
atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante
o período da interinidade.
Art. 10 – A nomeação para cargo de carreira ou
cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso
público de provas ou de provas e títulos, obedecidas a ordem de classificação e o prazo
de sua validade.
Parágrafo Único – Os demais requisitos para o
ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, serão estabelecidos por lei, que
fixará diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Municipal e seus
regulamentos.
SEÇÃO III
DO CONCURSO PÚBLICO
Art. 11 – O concurso será de provas ou de provas e
títulos, podendo ser realizado em mais de uma etapa, conforme dispuserem a lei e o
regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao
pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e
ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.
Parágrafo Único – Admitir-se-á a realização de
exame psicotécnico visando à habilitação de candidato a cargo público, fundamentado
em critérios objetivos e possibilitando-se o reexame.8
Art. 12 – O concurso público terá validade de até 2
(dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.
Parágrafo Único – O prazo de validade do concurso
e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Jornal
Oficial do Município de Limeira, em jornal diário de grande circulação no Município e
no sítio da Prefeitura Municipal de Limeira.
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Art. 13 – O edital do concurso estabelecerá os
requisitos a serem satisfeitos pelos candidatos, de acordo com a lei.
Parágrafo Único – Após a divulgação do edital,
qualquer alteração deste instrumento, deverá ser seguida de nova publicação.
SEÇÃO IV
DA POSSE E DO EXERCÍCIO
Art. 14 – A posse dar–se–á pela assinatura do
respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser
alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício
previstos em lei.
§ 1º – A posse ocorrerá no prazo de até 30 (trinta)
dias, contados da publicação do ato de provimento.
§ 2º – Em se tratando de servidor, que esteja na data
de publicação do ato de provimento, afastado ou licenciado nas hipóteses previstas
nesta Lei, o prazo será contado do término do impedimento.
§ 3º – A posse poderá dar–se mediante procuração
específica.
§ 4º – A posse dar-se-á exclusivamente nos casos de
provimento por nomeação.
§ 5º – No ato da posse, o servidor apresentará
declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao
exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
§ 6º – Será tornado sem efeito o ato de provimento,
se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.
Art. 15 – A posse em cargo público dependerá de
prévia inspeção médica oficial.
§ 1º – Só poderá ser empossado aquele que for
julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
§ 2º – O servidor, em estágio probatório, que omitir,
no exame pré-admissional, moléstia incapacitante preexistente, comete falta grave
punível com a pena de demissão, garantido o contraditório e a ampla defesa.
Art. 16 – Exercício é o efetivo desempenho das
atribuições do cargo público ou da função gratificada.
§ 1º – É de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor
empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.
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§ 2º – O início do exercício de função gratificada
coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor
estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que
recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a
15 (quinze) dias da publicação.
§ 3º – O servidor será exonerado do cargo ou será
tornado sem efeito o ato de sua designação para função gratificada, se não entrar em
exercício nos prazos previstos neste artigo.
§ 4º – À autoridade competente do órgão ou
entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.
Art. 17 – O início, a suspensão, a interrupção e o
reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.
Parágrafo Único – Ao entrar em exercício, o
servidor apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu
assentamento individual.
Art. 18 – A promoção9 não interrompe o tempo de
exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data da
publicação do ato que promover o servidor.
Art. 19 – Os servidores cumprirão jornada de
trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada
a duração máxima do trabalho semanal de 40 (quarenta) horas e observados os limites
mínimo e máximo de 6 (seis) e 8 (oito) horas diárias, respectivamente.
§ 1º – Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração
exceda 6 (seis) horas, é assegurada a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo de uma hora e no máximo de duas horas, não
computado na duração do trabalho.10
§ 2º – O ocupante de cargo em comissão ou função
gratificada submete–se a regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser
convocado sempre que houver interesse da Administração, não fazendo jus à horas
extras.11
§ 3º – O disposto no caput deste artigo não se aplica
a duração de trabalho estabelecida em leis especiais.
SEÇÃO V
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
Art. 20 – Ao entrar em exercício, o servidor
nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por
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período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão
objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:
I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V – responsabilidade.
§ 1º – 4 (quatro) meses antes de findo o período do
estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a
avaliação de desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa
finalidade, de acordo com o que dispuser lei complementar,12 sem prejuízo da
continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste
artigo.
§ 2º – O servidor não aprovado no estágio
probatório será exonerado.
§ 3º – O servidor em estágio probatório poderá
exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou
assessoramento em órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta
municipal, estadual ou federal, período no qual o estágio probatório ficará suspenso.13
§ 4º – Ao servidor em estágio probatório somente
poderão ser concedidas licenças ou afastamentos previstos nos incisos I, II, III, IV,
VII, VIII e IX do artigo 81 deste Estatuto.
§ 5º – O estágio probatório ficará suspenso nos casos
previstos no § 3º deste artigo e nos incisos I, II, IV, VII,14 VIII e IX do artigo 81 desta
Lei.
Art. 21 – O servidor estável, ao ser nomeado para
outro cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público, é obrigado a
cumprir o estágio probatório neste cargo.15
Art. 22 – As regras relativas ao estágio probatório
aplicam-se a todos os servidores nomeados para cargos de provimento efetivo em
virtude de concurso público, mesmo quando regidos por Estatuto próprio.
SEÇÃO VI
DA ESTABILIDADE
Art. 23 – O servidor, nomeado para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público, adquirirá estabilidade após 3 (três)
anos de efetivo exercício, observada a condição de aprovação na avaliação especial de
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desempenho por comissão instituída para essa finalidade, na forma de lei
complementar.16
Art. 24 – O servidor público estável só perderá o
cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em
julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe
seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica
de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.17
§ 1º – Invalidada por sentença judicial a demissão do
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço.18
§ 2º – Extinto o cargo ou declarada a sua
desnecessidade, o servidor estável19 ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.20
SEÇÃO VII
DA READAPTAÇÃO
Art. 25 – Readaptação é a investidura do servidor
em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica.
§ 1º – Se julgado incapaz para o serviço público, o
readaptando será aposentado.
§ 2º – A readaptação será efetivada em cargo de
atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência
de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas
atribuições como excedente, até a ocorrência da vaga.
§ 3º – O procedimento de readaptação será
regulamentado por Decreto.
§ 4º – Constatado que os motivos da readaptação
deixaram de existir, o servidor retornará ao cargo de origem, quando viável
administrativamente.
SEÇÃO VIII
DA REVERSÃO
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Art. 26 – Reversão é o retorno à atividade de
servidor aposentado:
I – por invalidez, quando junta médica oficial
declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
II – no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
§ 1º – A reversão far–se–á no mesmo cargo ou no
cargo resultante de sua transformação.
§ 2º – O tempo em que o servidor estiver em
exercício será considerado para concessão da aposentadoria.
§ 3º – No caso do inciso I, encontrando–se provido o
cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
§ 4º – O servidor que retornar à atividade por
interesse da Administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria,
a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza
pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.
§ 5º – O servidor de que trata o inciso II somente
terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos
cinco anos no cargo.
§ 6º – O Poder Executivo regulamentará o disposto
neste artigo.
Art. 27 – Não poderá reverter o aposentado que já
tiver completado a idade prevista constitucionalmente para a aposentadoria
compulsória.
SEÇÃO IX
DA REINTEGRAÇÃO
Art. 28 – Reintegração é a reinvestidura do servidor
no cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento
de todas as vantagens.
§ 1º – Na hipótese do cargo ter sido extinto, o
servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto neste Estatuto.
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§ 2º – Encontrando–se provido o cargo, o seu
eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização ou
aproveitado em outro cargo, ou ainda, posto em disponibilidade.
SEÇÃO X
DA RECONDUÇÃO
Art. 29 – Recondução é o retorno do servidor
estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de reintegração do anterior
ocupante.
Parágrafo Único – Na hipótese prevista no caput
deste artigo, encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado
em outro ou posto em disponibilidade.
SEÇÃO XI
DA DISPONIBILIBILIDADE E DO
APROVEITAMENTO
Art. 30 – Extinto o cargo ou declarada a sua
desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional21 ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Art. 31 – O retorno à atividade de servidor em
disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições
e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado, conforme disposto em lei.
Parágrafo Único – Será tornado sem efeito o
aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no
prazo legal, salvo comprovação de moléstia incapacitante por junta médica oficial.
CAPÍTULO III
DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 32 – A apuração do tempo de serviço será feita
em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 (trezentos e
sessenta e cinco) dias.22
Art. 33 – Além das ausências ao serviço previstas
em lei, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
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I – férias;
II – exercício de cargo em comissão ou equivalente
em órgão ou entidade municipal, estadual, distrital e federal;
III – participação em programa de treinamento
regularmente instituído e autorizado ;
IV – desempenho de mandato eletivo federal,
estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;
V – participação em júri e outros serviços
obrigatórios por lei;
VI – licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de
24 (vinte e quatro) meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado
ao Município, em cargo de provimento efetivo;
c) para o desempenho de mandato classista ou
participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por
servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por
merecimento;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença
profissional;
e) para capacitação, conforme dispuser o
regulamento;
f ) por convocação para o serviço militar.
Art. 34 – Contar-se-á apenas para efeito de
aposentadoria e disponibilidade:
I – o tempo de serviço público prestado aos
Municípios, Estados, Distrito Federal e União;
II – a licença para tratamento de saúde de pessoa da
família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em período de 12
(doze) meses;
III – a licença para atividade política;
IV – o tempo correspondente ao desempenho de
mandato eletivo municipal, estadual, distrital ou federal, anterior ao ingresso no
serviço público municipal;
V – o tempo de serviço em atividade privada,
vinculada a Previdência Social;
VI – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII – o tempo de licença para tratamento da própria
saúde a que se refere à alínea “b” do inciso VI do artigo 33 deste Estatuto.
§ 1º – O tempo em que o servidor esteve aposentado
será contado apenas para nova aposentadoria.
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§ 2º – É vedada a contagem cumulativa de tempo de
serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou
entidades da administração pública direta e indireta municipal, estadual, distrital ou
federal.
Art. 35 – Para fins de adicionais, gratificações e
licenças computar-se-á exclusivamente o tempo de serviço prestado à administração
pública direta ou indireta do Município de Limeira.
Parágrafo Único – Para fins de licença prêmio
serão computados apenas os últimos 5 (cinco) anos, contados retroativamente a partir
da data de investidura do servidor no cargo.23
CAPÍTULO IV
DA VACÂNCIA
Art. 36 – A vacância do cargo público decorrerá de:
I – exoneração;
II – demissão;
III – aposentadoria;
IV – falecimento;
V – posse em outro cargo inacumulável.
Art. 37 – A exoneração de cargo efetivo dar–se–á a
pedido do servidor ou de ofício.
Parágrafo Único – A exoneração de ofício dar–se–
á:
I – quando o servidor for reprovado no estágio
probatório;24
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não
entrar em exercício no prazo estabelecido.
Art. 38 – A exoneração de cargo em comissão dar–
se–á:
I – a juízo da autoridade competente;
II – a pedido do próprio servidor.
CAPÍTULO V
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
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Art. 39 – Remoção é o deslocamento do servidor, a
pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, nas seguintes modalidades:
I – de ofício, no interesse da Administração;
II – a pedido, a critério da Administração.
Parágrafo Único – Observados os critérios de
conveniência e oportunidade, a Administração Pública pode remover o servidor, desde
que o ato seja motivado, e desde que o servidor continue exercendo as mesmas
atribuições de seu cargo.25
Art. 40 – Redistribuição é o deslocamento de cargo
de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para
outro órgão ou entidade do mesmo Poder, observados os seguintes preceitos:
I – interesse da Administração;
II – equivalência de vencimentos;
III – manutenção da essência das atribuições do
cargo;
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e
complexidade das atividades;
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
habilitação profissional;
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo.
Art. 41 – A redistribuição ocorrerá ex officio para
ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive
nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.
Parágrafo Único – Nos casos de reorganização ou
extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no
órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em
disponibilidade, até seu aproveitamento na forma desta Lei.
CAPÍTULO VI
DA SUBSTITUIÇÃO
Art. 42 – Os servidores investidos em cargo ou
função de direção ou chefia terão substitutos indicados no regimento interno ou, no
caso de omissão, previamente designados pelo Prefeito Municipal ou Presidente de
Autarquia.
§ 1º – O substituto assumirá automática e
cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de
direção ou chefia, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular
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e na vacância do cargo, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles
durante o respectivo período, desde que a substituição se dê por período igual ou
superior a 15 (quinze) dias.
§ 2º – Observados os critérios de conveniência e
oportunidade, a Administração Pública poderá, em caráter provisório, nomear ou
designar servidor titular de cargo de direção ou chefia para exercer, cumulativamente,
cargo de mesma natureza, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um
deles.
TÍTULO II
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
Art. 43 – Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
Art. 44 – Remuneração é o vencimento do cargo
efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.
§ 1º – Os vencimentos dos cargos do Poder
Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.26
§ 2º – É vedada a vinculação ou equiparação de
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço
público.27
§ 3º – Os acréscimos pecuniários percebidos por
servidor público não serão computados nem acumulados para fim de concessão de
acréscimos ulteriores.28
§ 4º – O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto na Constituição
Federal.29
§ 5º – A remuneração e o subsídios dos ocupantes de
cargos, funções e empregos públicos da administração direta e indireta municipal e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão
exceder o subsídio mensal, em espécie, do prefeito.30
Art. 45 – O servidor investido em cargo em
comissão poderá optar entre o vencimento deste ou a remuneração do cargo efetivo.
Art. 46 – A frequência diária dos servidores e
empregados públicos da administração direta e indireta será apurada pelo registro de
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ponto, utilizando-se meios mecânicos, preferencialmente, eletrônicos ou formulário
específico.
Parágrafo Único – É vedado dispensar o servidor
do registro do ponto, salvo os casos previstos em Lei.
Art. 47 – O servidor perderá a remuneração do dia
que faltar ao serviço, sem motivo justificado, e a parcela de remuneração diária,
proporcional aos atrasos e saídas antecipadas.
Art. 4831 – Serão abonadas faltas, até o máximo de
12 (doze) por ano, desde que não excedam de duas por mês, quando o servidor, por
moléstia ou outro motivo relevante, se achar impossibilitado de comparecer ao serviço.
§ 1º – A moléstia deverá ser comprovada por
atestado médico e homologado pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).
§ 2º – Considera-se “motivo relevante”, para os fins
deste artigo, o fato que por sua natureza ou circunstância, principalmente pela
repercussão na esfera pessoal ou no âmbito familiar, possa razoavelmente constituir
escusa do não comparecimento.
§ 3º – O servidor deverá justificar
fundamentadamente sua ausência com antecedência de 5 (cinco) dias.
§ 4º – Não sendo possível observar o prazo
estipulado no parágrafo anterior, o servidor deve justificar fundamentadamente sua
ausência até o primeiro dia no qual comparecer ao serviço, não sendo deferidos
pedidos posteriores.
§ 5º – O indeferimento motivado do pedido de
abono acarreta a perda da remuneração relativa aos dias não trabalhados.
Art. 49 – Salvo por imposição legal, ou mandado
judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.
§ 1º – Mediante autorização do servidor, poderá
haver consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, a critério da
administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento.
§ 2º – Será efetuado o desconto das mensalidades e
contribuições sindicais na folha de pagamento dos servidores sindicalizados, mediante
a relação de associados e cópia da autorização do servidor, apresentadas pelos
sindicatos.
Art. 50 – As reposições e indenizações ao Erário,
com valores atualizados, serão descontadas em parcelas mensais e sucessivas não
excedentes à décima parte da remuneração ou provento, exceto quando houver
autorização expressa do servidor para desconto em percentual maior.
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§ 1º – Independentemente do parcelamento previsto
neste artigo, o pagamento e recebimento de quantias indevidas poderão implicar
processo disciplinar para apuração das responsabilidades e aplicação das penalidades
cabíveis.
§ 2º – Quando o pagamento indevido houver
ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita
imediatamente, em uma única parcela, sem prejuízo do Processo Administrativo
Disciplinar.
§ 3º – Na hipótese de valores recebidos em
decorrência de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que
venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição.32
Art. 51 – O servidor em débito com o erário, que for
demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o
prazo de 60 (sessenta) dias para quitar o débito.
Parágrafo Único – A não quitação do débito no
prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.
Art. 52 – O vencimento, a remuneração, o subsídio
e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de
prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
Art. 53 – É assegurada a revisão geral anual da
remuneração dos servidores públicos, através de lei, sem distinção de índices, no mês
de março.
CAPÍTULO II
DOS ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 54 – Os acréscimos pecuniários percebidos por
servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
acréscimos ulteriores.33
Art. 55 – Além do vencimento, poderão ser
concedidas ao servidor as seguintes vantagens pecuniárias:34
I – indenizações;
II – adicionais; 35
III – gratificações.36
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§ 1º – As indenizações não se incorporam ao
vencimento ou prevento para qualquer efeito.
§ 2º – Os adicionais e as gratificações incorporam-se
ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
SEÇÃO II
DAS INDENIZAÇÕES
SUBSEÇÃO ÚNICA
DAS DIÁRIAS
Art. 56 – O servidor que, a serviço, afastar-se do
Município em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional,
fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas
extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em
regulamento.
§ 1º – A diária será concedida por dia de
afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite
fora do Município.
§ 2º – Nos casos em que o deslocamento do
Município constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
Art. 57 – O servidor que receber diárias e não se
afastar do Município, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí–las integralmente,
no prazo de 2 (dois) dias.
Parágrafo Único – Na hipótese de o servidor
retornar ao Município em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento,
restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.
Art. 58 – Os valores das diárias serão fixados por
decreto do Poder Executivo.
SEÇÃO III
DOS ADICIONAIS E DAS GRATIFICAÇÕES
Art. 59 – Além do vencimento e das vantagens
previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes gratificações e
adicionais:
I – gratificação natalina;
II – adicional pelo exercício de atividades
insalubres, perigosas, penosas ou por risco de morte;
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III – adicional pela prestação de serviço
extraordinário;
IV – adicional noturno;
V – adicional de férias;
VI – gratificação por encargo de curso ou concurso;
VII – adicional por tempo de serviço e sexta parte;
VIII – salário-família;
IX – gratificação por exercício de função.
SUBSEÇÃO I
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
Art. 60 – A gratificação natalina corresponderá a
1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por
mês de exercício no respectivo ano, sendo que a fração igual ou superior a 15 (quinze)
dias de trabalho será havida como mês integral.37
§ 1º – A gratificação natalina será paga em duas
parcelas, sendo a primeira paga até 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de
dezembro do ano correspondente.
§ 2º – A primeira parcela da gratificação natalina,
desde que requerida pelo servidor, será paga no gozo das férias, a partir do mês de
fevereiro, ou em outro momento, neste caso, a critério da Administração.
§ 3º – O pagamento da primeira parcela se fará
tomando por base a remuneração do mês em que ocorrer o pagamento.
§ 4º – A segunda parcela será calculada com base na
remuneração em vigor no mês de dezembro, abatida a importância da primeira parcela,
respeitadas as disposições do caput deste artigo.
Art. 61 – Caso o servidor deixe o serviço público
municipal, a gratificação natalina ser–lhe–à paga proporcionalmente ao número de
meses de exercício no ano, com base na remuneração do mês em que ocorrer a
exoneração, demissão ou aposentadoria.
SUBSEÇÃO II
DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE,
PERICULOSIDADE, PENOSIDADE E POR
RISCO DE MORTE
Art. 62 – Os servidores que trabalhem com
habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas,
radioativas ou com risco de morte fazem jus a um adicional sobre o vencimento do
cargo efetivo.
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§ 1º – O servidor que fizer jus aos adicionais
previstos no caput deste artigo deverá optar por um deles, não sendo acumuláveis estas
vantagens.
§ 2º – O direito ao adicional previsto no caput deste
artigo cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que derem causa a sua
concessão.
Art. 63 – Haverá permanente controle da atividade
de servidores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.
§ 1º – A servidora gestante ou lactante, enquanto
durar a gestação e a lactação, será afastada das operações e locais previstos neste
artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não perigoso.
§ 2º – Os locais de trabalho e os servidores que
operam com raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle
permanente, de modo que as doses de radiação ionizantes não ultrapassem o nível
máximo previsto na legislação própria.
Art. 64 – Na concessão dos adicionais de atividades
penosas, de insalubridade, de periculosidade e por risco de morte, serão observadas as
situações estabelecidas em legislação específica.
SUBSEÇÃO III
DO ADICIONAL POR SERVIÇO
EXTRAORDINÁRIO
Art. 65 – O serviço extraordinário será remunerado
com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.
Art. 66 – Somente será permitido serviço
extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite
máximo de 2 (duas) horas por jornada, podendo ser prorrogado por igual período, se o
interesse público exigir, precedido de autorização do Secretário da pasta que justificará
o fato.
Art. 67 – Poderá ser dispensado o acréscimo de
remuneração se, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à
soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite
máximo de 10 (dez) horas diárias.38
SUBSEÇÃO IV
DO ADICIONAL NOTURNO
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Art. 68 – O serviço noturno, prestado em horário
compreendido entre vinte e duas horas de um dia e cinco horas do dia seguinte, terá o
valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando–se cada hora como
cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
Parágrafo Único – Em se tratando de serviço
extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração
prevista no artigo 65.
SUBSEÇÃO V
DO ADICIONAL DE FÉRIAS
Art. 69 – Independentemente de solicitação, será
pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço)
da remuneração do período das férias.
Parágrafo Único – No caso de o servidor exercer
função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a
respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.
SUBSEÇÃO VI
DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE
CURSO OU CONCURSO
Art. 70 – A Gratificação por Encargo de Curso ou
Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:
I – atuar como instrutor em curso de formação, de
desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da
administração pública municipal;
II – participar da logística de preparação e de
realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação,
supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem
incluídas entre as suas atribuições permanentes;
III – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar
provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.
§ 1º – Os critérios de concessão e os limites da
gratificação de que trata este artigo serão fixados em regulamento.
§ 2º - A gratificação por encargo de curso ou
concurso somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo
forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular,
devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a
jornada de trabalho.
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§ 3º - A gratificação por encargo de curso ou
concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e
não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens,
inclusive, para fins de cálculos dos proventos da aposentadoria e das pensões.
SUBSEÇÃO VII
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO E
SEXTA PARTE
Art. 71 – O adicional por tempo de serviço é devido
ao servidor titular de cargo efetivo, à razão de 5% (cinco por cento) do vencimento de
seu cargo, a cada quinquênio de efetivo exercício, contínuo ou não, no serviço público
municipal.
§ 1º – O adicional de que trata este artigo se
incorpora para todos os efeitos legais.
§ 2º – É vedado calcular os adicionais por tempo de
serviço de forma cumulativa.
§ 3º – O servidor fara jus ao adicional por tempo de
serviço a partir do mês em que completar o tempo de serviço exigido.
§ 4º – Se o servidor titular de cargo efetivo estiver
exercendo cargo de provimento em comissão a vantagem será calculada sobre o
vencimento de seu cargo efetivo.
Art. 72 – O servidor titular de cargo efetivo que
completar 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público municipal perceberá
o equivalente à sexta parte do vencimento de seu cargo efetivo.
§1º – O adicional de que trata este artigo se
incorpora para todos os efeitos legais.
§ 2º – É vedado calcular o adicional de que trata este
artigo sobre outras vantagens devidas ao servidor.
§ 3º – O servidor fara jus ao adicional por tempo de
serviço a partir do mês em que completar o tempo de serviço exigido.
§ 4º – Se o servidor titular de cargo efetivo estiver
exercendo cargo de provimento em comissão a vantagem será calculada sobre o
vencimento de seu cargo efetivo.
Art. 73 – O tempo de serviço prestado anteriormente
à vigência desta Lei será computado para efeito da concessão dos adicionais previstos
nesta Subseção.
SUBSEÇÃO VIII
DO SALÁRIO-FAMÍLIA
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Art. 74 – O salário-família será pago ao servidor
ativo ou inativo de baixa renda,39 por dependente econômico, nos termos de
regulamentação própria.
§ 1º– Consideram-se dependentes econômicos para
efeito de percepção de salário-família:
I – o filho até 18 (dezoito) anos de idade, que não
exerça atividade remunerada e nem tenha renda própria;
II – o filho até 24 (vinte e quatro) anos, matriculado
em curso de nível superior, desde que não tenha renda própria;
II – o filho inválido ou mentalmente incapaz, de
qualquer idade, sem renda própria.
§ 2º – Equipara-se a filho,40 para fins de concessão
do salário-família, o enteado com idade até 18 (dezoito) anos e o menor de até 18
(dezoito) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às expensas
do servidor ou inativo.41
§ 3º – Não se configura a dependência econômica
quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de
qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou
superior ao salário–mínimo.42
§ 4º – Quando o pai e mãe forem servidores públicos
municipais e viverem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando
separados, será pago a um ou outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.
§ 5º – O valor do salário-família será pago a partir
do mês em que for deferido o pedido.43
§ 6º – O responsável pelo recebimento do salário-
família deverá apresentar, no ato do requerimento, toda documentação comprobatória
do enquadramento nos requisitos desta Lei, responsabilizando-se por informar
imediatamente qualquer alteração referente ao dependente.
Art. 75 – O servidor ativo ou inativo que percebe
salário-família até a data da publicação desta Lei, não será alcançado pela alteração da
regra introduzida por este Estatuto.
Art. 76 – O salário-família não está sujeito a
qualquer forma de tributação, nem servirá de base para qualquer contribuição,
inclusive para previdência social.
Art. 77 – Todo aquele que, por ação ou omissão, der
causa a pagamento indevido de salário-família ficará obrigado à sua restituição, sem
prejuízo das demais cominações legais.
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SUBSEÇÃO IX
DA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE
FUNÇÃO DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO
Art. 78 – Ao servidor ocupante de cargo efetivo
investido em função de direção, chefia e assessoramento, é devido gratificação por seu
exercício, conforme definido em lei específica.
Art. 79 – Lei específica a remuneração dos cargos
em comissão.
Art. 80 – O exercício de função gratificada ou de
cargo em comissão só assegurará ao servidor o direito ao seu recebimento durante o
período em que estiver exercendo o cargo ou a função.
CAPÍTULO III
DAS LICENÇAS E AFASTAMENTOS44
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 81 – Conceder–se–á ao servidor licença:
I – para tratamento de saúde;
II – por motivo de doença em pessoa da família;
III – para o serviço militar;
IV – para atividade política;
V – para tratar de interesse particular;
VI – para desempenho de mandato classista;45
VII – para exercício de mandato eletivo;
VIII – à gestante, à adotante e licença-paternidade;
IX – por acidente em serviço;
X – prêmio.
§ 1º – O servidor não poderá permanecer em licença
da mesma espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos
dos incisos I, III, V, VI, VII e IX.
§ 2º – É vedado o exercício de atividade
remunerada, durante o período da licença prevista nos incisos I, II, VIII e IX do caput
deste artigo.
§ 3º – A licença prevista no inciso II do caput será
precedida de comprovação de parentesco e atestado médico homologado na Divisão de
Medicina do Trabalho (DMT).
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Art. 82 – A licença concedida dentro de 60
(sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como
prorrogação.
Parágrafo Único – O pedido de prorrogação deverá
ser apresentado até 5 (cinco) dias antes de finda a licença.
SEÇÃO II
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE
SAÚDE
Art. 83 – A licença para tratamento de saúde será
concedida ao servidor, a pedido ou de ofício, sem prejuízo da remuneração a que fizer
jus, mediante perícia médica realizada pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).
Parágrafo Único – Para efeito de férias, o período
de afastamento para tratamento de saúde, será considerado como de efetivo exercício
até o limite de 24 (vinte e quatro meses), cumulativo ao longo do tempo de serviço
público prestado ao Município, em cargo de provimento efetivo.
Art. 84 – A normatização da concessão de licença
para tratamento de saúde será de responsabilidade da Divisão de Medicina do Trabalho
(DMT) e autorizada por instruções expedidas pela Secretaria Municipal de
Administração.
§ 1º – Quando necessária, a inspeção médica será
realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar
internado.
§ 2º – Constatada a necessidade de avaliação com
outras especialidades médicas, a Divisão de Medicina do Trabalho (DMT)
encaminhará o servidor para a rede conveniada ou pública, de acordo com instruções
expedidas pela Secretaria Municipal de Administração.
§ 3º – Inexistindo médico de órgão oficial no local
onde se encontrar o servidor, será aceito atestado passado por médico particular, que
deverá ser homologado pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).
Art. 85 – Findo o prazo da licença para tratamento
de saúde, o servidor será submetido a nova inspeção médica, que concluirá pela volta
ao serviço, pela prorrogação da licença, pela readaptação ou pela aposentadoria.
Art. 86 – O atestado e o laudo da junta médica
deverão estar de acordo com os preceitos médicos legais, sendo vedado que contradiga
o Código de Ética Médica quanto ao sigilo profissional.
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SEÇÃO III
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA
EM PESSOAS DA FAMÍLIA
Art. 87 – Poderá ser concedida licença ao servidor
por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou
madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu
assentamento funcional, mediante comprovação da Divisão de Medicina do Trabalho
(DMT).
§ 1º – A licença somente será deferida se a
assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada
simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, o
que deverá ser apurado através de acompanhamento social, pela Divisão de Medicina
do Trabalho (DMT).
§ 2º – A licença de que trata o caput deste artigo,
poderá ser concedida, a cada período de 12 (doze) meses, sem prejuízo da
remuneração do cargo, por até 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogada por igual
período, mediante parecer da Divisão de Medicina do Trabalho (DMT), e, excedendo
estes prazos, sem remuneração, por até 90 (noventa) dias.46
§ 3º - O início do interstício de 12 (doze) meses será
contado a partir da data do deferimento da primeira licença por motivo de doença em
pessoa da família.47
SEÇÃO IV
DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR
Art. 88 – Ao servidor convocado para o serviço
militar será concedida licença, na forma e condições previstas em lei.
Parágrafo Único – Concluído o serviço militar, o
servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.
SEÇÃO V
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA
Art. 89 – O servidor terá direito a licença, sem
remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha, em convenção
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura
perante a Justiça Eleitoral.
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§ 1º – O servidor candidato a cargo eletivo na
localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia,
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado conforme o que
dispuser Legislação Eleitoral.
§ 2º – A partir do registro da candidatura e até o
décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de 3 (três) meses.
§ 3º – O disposto neste artigo não se aplica aos
ocupantes de cargo exclusivamente em comissão.
SEÇÃO VI
DA LICENÇA PARA TRATAR DE
INTERESSES PARTICULARES
Art. 90 – A critério da Administração, poderá ser
concedida uma única vez ao servidor efetivo, desde que não esteja em estágio
probatório, licença para tratar de assuntos particulares, pelo prazo de até 3 (três) anos
consecutivos, sem remuneração.
§ 1º – O afastamento, quando concedido, iniciar-se-á
na data de seu deferimento.
§ 2º – A licença poderá ser interrompida, a qualquer
tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço público.
§ 3º – Serão pagos, de forma proporcional, os
valores correspondentes a férias e gratificação natalina quando se iniciar a licença de
que trata o caput deste artigo, iniciado-se novo período aquisitivo de férias e licença
prêmio quando de seu efetivo retorno ao exercício do cargo.
§ 4º – Cancelada a licença, o servidor terá até 30
(trinta) dias para retornar ao exercício, após notificação e/ou divulgação pública do
ato.
Art. 91 – Ao servidor nomeado exclusivamente em
comissão não se concederá, nessa qualidade, licença para tratar de interesses
particulares.
Art. 92 – Não será concedida licença para tratar de
interesses particulares ao servidor nomeado ou removido, antes de assumir o exercício
do cargo.
Art. 93 – É vedado ao servidor em gozo de licença
para tratar de interesse particular ser investido em outro cargo, função ou emprego
público, inclusive cargo comissionado.
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Parágrafo Único – A inobservância da vedação
prevista no caput deste artigo caracteriza acumulação indevida.48
SEÇÃO VII
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE
MANDATO CLASSISTA
Art. 94 – É assegurado ao servidor estável o direito
a licença, com remuneração, para o desempenho de mandato em confederação,
federação, associação de classe de âmbito nacional ou sindicato representativo da
categoria ou entidade fiscalizadora da profissão, desde que nada receba do órgão no
qual desempenhe o mandato.
§ 1º – Somente serão licenciados os servidores
eleitos para cargos de direção ou representação nas entidades elencadas no caput até o
máximo de 3 (três) por entidade, desde que as entidades estejam cadastradas no órgão
competente.
§ 2º – A licença terá duração idêntica a do mandato
do servidor, podendo ser renovada, no caso de reeleição.
§ 3º – O servidor efetivo ocupante de cargo em
comissão ou função gratificada e o empregado público serão desincompatibilizados
dos respectivos cargos ou funções, quando empossarem–se nos mandatos de que trata
este artigo, sem prejuízo dos vencimentos dos cargos ou funções de origem.
SEÇÃO VIII
DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE
E LICENÇA-PATERNIDADE
Art. 95 – Será concedida licença à servidora
gestante por 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
§ 1º – A licença poderá ter início no primeiro dia do
9º (nono) mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica e homologada
pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).
§ 2º – No caso de nascimento prematuro, a licença
terá início a partir do parto.
§ 3º – No caso de natimorto ou do falecimento do
recém–nascido durante o período da licença maternidade, decorridos 30 (trinta) dias
do evento, a servidora será submetida a exame médico de retorno ao trabalho, de
acordo com a normatização referida no artigo 84 deste Estatuto.
§ 4º – No caso de aborto, atestado por médico e
homologado por médico da Divisão de Medicina do Trabalho (DMT), a servidora terá
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direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado, submetendo-se a exame médico de
retorno ao trabalho, de acordo com a normatização referida no artigo 84 deste Estatuto.
§ 5º – Durante a licença, a servidora que exercer
qualquer atividade remunerada ou mantiver a criança em creche ou organização
similar poderá responder administrativamente nos termos deste Estatuto.
Art. 96 – Pelo nascimento ou adoção de filhos, o
servidor terá direito à licença–paternidade de 5 (cinco) dias, contados da data do
nascimento.49
Art. 97 – À servidora que adotar ou obtiver guarda
judicial de criança de até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de
licença remunerada.
§ 1º – No caso de adoção ou guarda judicial de
criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata o caput deste artigo será
de 30 (trinta) dias.50
§ 2º – A servidora deverá requerer a licença de que
trata este artigo à autoridade competente, no prazo máximo de 15 (quinze) dias a
contar da expedição do termo de adoção ou do termo de guarda para fins de adoção.
§ 3º – O requerimento de que trata o § 2º deste artigo
deverá estar instruído com as provas necessárias à verificação dos requisitos para a
concessão da licença, na forma requerida.
§ 4º – A inobservância do previsto nos §§ 2º e 3º
deste artigo, implicará no indeferimento do pedido de licença.
§ 5º – O período da licença de que trata este artigo
será considerado de efetivo exercício para todos os efeitos.
SEÇÃO IX
DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE
MANDATO ELETIVO
Art. 98 – Ao servidor público municipal da
administração direta e indireta, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função,
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DE LIMEIRA – S.P.)
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sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será
aplicada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso
de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.51
Parágrafo Único – É vedada a transferência “de
ofício” de servidor investido em mandato eletivo municipal pelo tempo de duração de
seu mandato.
SEÇÃO X
DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO
Art. 99 – Será licenciado, com remuneração
integral, o servidor acidentado em serviço.
Art. 100 – Configura acidente em serviço o dano
físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente,
com as atribuições do cargo exercido.
Parágrafo Único – Equipara–se ao acidente em
serviço o dano:
I – decorrente de agressão sofrida e não provocada
pelo servidor no exercício do cargo;
II – sofrido no percurso da residência para o trabalho
e vice–versa.
Art. 101 – As despesas do tratamento em instituição
de referência definidas pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT), nos casos de
acidente em serviço, correrão por conta de recursos públicos.
Parágrafo Único – O tratamento recomendado por
junta médica oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quando
inexistirem meios adequados em instituição pública.
Art. 102 – A comunicação de acidente em serviço
deverá ser feito à Divisão de Medicina do Trabalho (DMT) no prazo de até 24 horas
após o evento.
§ 1º – O servidor que apresente indícios de lesões
orgânicas ou funcionais relacionadas ao trabalho, requererá perícia médica pela
Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).
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DE LIMEIRA – S.P.)
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§ 2º – A análise, investigação e conclusão, para
prova de acidente em serviço será de responsabilidade da Divisão de Medicina do
Trabalho (DMT).
SEÇÃO XI
DA LICENÇA PRÊMIO
Art. 103 – Após cada quinquênio ininterrupto de
exercício, o servidor efetivo fará jus a 3 (três) meses de licença, a título de prêmio por
assiduidade, com a remuneração do cargo que estiver exercendo na época em que
pleitear.
Parágrafo Único – Os períodos de licença prêmio já
adquiridos e não gozados pelo servidor que vier a falecer serão convertidos em
pecúnia, em favor de seus beneficiários da pensão.
Art. 104 – Não se concederá licença–prêmio ao
servidor que, no período aquisitivo:
I – sofrer penalidade disciplinar de suspensão;
II – afastar–se do cargo em virtude de:
a) licença para tratar de interesses particulares;
b) licença por motivo de doença em pessoa da
família, desde que sem remuneração;
c) condenação a pena privativa de liberdade por
sentença transitada em julgado.
Parágrafo Único – Para a aferição do direito a
licença prêmio do servidor que desempenhe mandato sindical, nos mesmos moldes do
servidor em exercício regular, será obrigatória apresentação de relatório que comprove
a assiduidade, fornecido pelo órgão onde exerça o mandato.
Art. 105 – Para fins de licença prêmio, não se
consideram interrupção de exercício:
I – os afastamentos enumerados no artigo 33 desta
Lei;
II – as faltas abonadas e os dias de licença a que se
referem os incisos I e II do artigo 81 desta Lei, desde que o total das ausências não
exceda o limite máximo de 30 (trinta) dias, no período de 5 (cinco) anos.
Art. 106 – O número de servidores em gozo
simultâneo de licença prêmio não poderá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da
respectiva unidade administrativa do órgão ou entidade.
LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO
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DE LIMEIRA – S.P.)
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Art. 107 – Ao servidor com direito à licença prêmio
é facultado52 ter o total de sua licença convertida em benefício pecuniário, na ocasião
em que pleitear a vantagem, sem qualquer desconto.
Parágrafo Único – Ao servidor é assegurado o
direito de pleitear o benefício em gozo ou pecúnia, desde que cada parcela não seja
inferior a 15 (quinze) dias.
CAPÍTULO IV
DAS FÉRIAS
Art. 108 – O servidor fará jus a 30 (trinta) dias de
férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de 2 (dois) períodos, no caso de
necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.
§ 1º – Para o primeiro período aquisitivo de férias
serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
§ 2º – Após cada período de 12 (doze) meses de
exercício, o servidor terá direito a férias, na seguinte proporção:
I – 30 (trinta) dias, quando não tiver mais de 5
(cinco) faltas;
II – 24 (vinte e quatro) dias, quando tiver de 6 (seis)
a 14 (quatorze) faltas;
III – 18 (dezoito) dias, tiver de 15 (quinze) a 23
(vinte e três) faltas;
IV – 12 (doze) dias, quando tiver de 24 (vinte e
quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
§ 3º – O servidor não terá direito à férias quando
tiver se afastado por período superior a 6 (seis) meses, de forma continua ou não, em
decorrência da licença prevista no inciso I do artigo 81 desta Lei, ou tiver mais de 32
(trinta e duas) faltas injustificadas.
§ 4º – Iniciar-se-á um novo período aquisitivo
quando do retorno do servidor ao exercício, no caso do afastamento, por período
superior a 6 (seis) meses, em decorrência da licença prevista no inciso I do artigo 81
desta Lei.
§ 5º – A escala de férias poderá ser alterada por
autoridade superior, no interesse do serviço público.
§ 6º – As férias poderão ser parceladas em até duas
etapas, de 15 (quinze) dias cada, desde que assim requeridas pelo servidor, e no
interesse da administração pública.53
§ 7º – Em caso de parcelamento, o servidor receberá
o valor adicional previsto no inciso VII do artigo 7º da Constituição Federal quando da
utilização do primeiro período.54
LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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DE LIMEIRA – S.P.)
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§ 8º – Durante as férias, o servidor terá direito, além
do vencimento, a todas as vantagens que percebia no momento em que passou a fruí–
las.
§ 9º – É facultado ao servidor converter 1/3 (um
terço) das férias em abono pecuniário, desde que o requeira com, pelo menos, 60
(sessenta) dias de antecedência e haja deferimento da concessão pela autoridade
superior da administração pública municipal.
§ 10 – É vedada a conversão total do período de
férias em pecúnia, salvo nos casos de aposentadoria por invalidez, morte, exoneração,
demissão e de concessão de licença para tratar de interesses particulares.
§ 11 – Haverá indenização proporcional, com base
na remuneração do mês de afastamento ou desligamento, relativa ao período das férias
a que tiver direito o servidor, em caso de exoneração, demissão, aposentadoria, licença
para tratar de assuntos de particular e morte.
§ 12 – As férias somente poderão ser interrompidas
por motivo de calamidade pública, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral,
ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade,
devendo o restante do período interrompido ser gozado de uma só vez até o
vencimento do período aquisitivo seguinte.
§ 13 – Durante o período das Férias, o servidor
poderá ser convocado pela autoridade máxima da Comissão de Sindicância e Processo
Administrativo Disciplinar para todos os atos.
§ 14 – As férias dos servidores lotados na Secretaria
Municipal de Educação, em exercício nas unidades escolares, serão concedidas em
janeiro ou recessos escolares, de acordo com o calendário anual, podendo ser
parceladas, de forma a atender às necessidades pedagógicas e administrativas do
estabelecimento.
Art. 109 – Dos dias de férias a que o servidor tiver
direito, será reduzido 1 (um) dia para cada 3 (três) dias que o servidor gozar da licença
a que se refere o inciso II do art. 81, limitada a redução a 10 (dez) dias.
Art. 110 – O servidor ocupante do cargo de técnico
de radiologia, que opera direta e permanentemente com raios X ou substâncias
radioativas gozará, obrigatoriamente, de 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por
semestre de atividade profissional, proibida, em qualquer hipótese, a acumulação.
§ 1º – O adicional de férias, em relação a cada
período de afastamento previsto no caput deste artigo, será calculado sobre a
remuneração normal do mês, proporcional aos dias usufruídos em cada semestre.55
§ 2º – O servidor enquadrado na hipótese do caput
deste artigo não poderá exercer a faculdade prevista no § 9º do artigo 108 desta Lei.
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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Art. 111 – Independentemente de solicitação será
pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional de 1/3 (um terço) de
remuneração correspondente ao período de férias.
Parágrafo único - No caso do servidor exercer
função de direção, chefia ou assessoramento ou ocupar cargo em comissão, a
respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.
Art. 112 – Para efeito de remuneração de férias e
gratificação natalina, os servidores municipais terão direito a perceber o valor
adicional equivalente a média de horas extras trabalhadas no período aquisitivo, bem
como do adicional noturno.
CAPÍTULO V
DAS CONCESSÕES
Art. 113 – Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor
ausentar–se do serviço:
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II – pelo período comprovadamente necessário para
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois)
dias;56
III – por 7 (sete) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela, irmãos, avós e
netos;
IV – por 2 (dois) dias consecutivos em razão de
falecimento de sogro ou sogra.
Art. 114 – Poderá ser concedido horário especial ao
servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o
da repartição, sem prejuízo do exercício e do cargo.
§ 1º– Para efeito do disposto neste artigo será
exigida a compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada
a duração semanal do trabalho.
§ 2º – Também será concedido horário especial ao
servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica
oficial, independentemente de compensação de horário.
§ 3º – As disposições do parágrafo anterior são
extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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física, exigindo–se, porém, neste caso, a compensação de horário até o mês
subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata.
Art. 115 – O servidor efetivo, ainda que em estágio
probatório,57 poderá ser cedido mediante requisição para ter exercício em órgão ou
entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas
seguintes hipóteses:
I – para exercício de cargo em comissão ou função
gratificada;
II – em casos previstos em leis específicas.
Parágrafo Único – Na hipótese de inciso I deste
artigo, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade requisitante.
Art. 116 – O servidor estável poderá ausentar–se do
Município para estudo, com prejuízo de seus vencimentos, desde que autorizado pelo
Prefeito Municipal.
Parágrafo Único – A ausência de que trata este
artigo não excederá de 4 (quatro) anos e, findo o período, somente decorrido outro
igual será permitida nova ausência para estudo, ou concedida licença para tratar de
interesse particular.
CAPÍTULO VI
DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE
Art. 117 – A assistência à saúde do servidor ativo ou
inativo e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odontológica,
psicológica e farmacêutica, prestada na forma de legislação específica.
CAPÍTULO VII
DO DIREITO DE PETIÇÃO
Art. 118 – É assegurado ao servidor o direito de
requerer aos poderes públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.
Art. 119 – O requerimento será dirigido à autoridade
competente para decidi–lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver
imediatamente subordinado o requerente
Art. 120 – Cabe pedido de reconsideração à
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo
ser renovado.
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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Parágrafo Único – O requerimento e o pedido de
reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo
de 15 (quinze) dias e decididos no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 121 – Caberá recurso:
I – do indeferimento do pedido de reconsideração;
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente
interpostos.
§ 1º – O recurso será dirigido à autoridade
imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e,
sucessivamente em escala ascendente, às demais autoridades.
§ 2º – O recurso será encaminhado por intermédio
da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
Art. 122 – O prazo para interposição de pedido de
reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da
ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
Art. 123 – O recurso poderá ser recebido com efeito
suspensivo, a juízo da autoridade competente.
Parágrafo Único – Em caso de provimento do
pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato
impugnado.
Art. 124 – O direito de requerer prescreve:
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e
de cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou que afetem interesse patrimonial e
créditos resultantes das relações de trabalho;
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos,
salvo quando outro prazo for fixado em lei.
§ 1º – O prazo de prescrição será contado da data da
publicação do ato impugnado ou da data da ciência, pelo interessado, quando o ato não
for publicado.
§ 2º – Caso o interessado não compareça para
ciência do ato, no prazo de 5 (cinco) dias, deverá a autoridade competente encaminhar
o ato impugnado para publicação.
Art. 125 – O pedido de reconsideração e o recurso,
quando cabíveis, interrompem a prescrição.
Parágrafo Único – Interrompida a prescrição, o
prazo recomeçará a correr pelo restante, no dia em que cessar a interrupção.
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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Art. 126 – A prescrição é de ordem pública, não
podendo ser relevada pela Administração.
Art. 127 – Para o exercício do direito de petição, é
assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador
por ele constituído.
Art. 128 – A administração deverá rever seus atos a
qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
Parágrafo Único – O direito da Administração
anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os servidores
decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má–fé, mediante devido processo legal.
Art. 129 – São fatais e improrrogáveis os prazos
estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
TÍTULO III
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DOS DEVERES
Art. 130 – São deveres do servidor:
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do
cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando
manifestamente ilegais;
V – atender com qualidade, agilidade, gentileza e
respeito:
a) ao público em geral, prestando as informações
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa
de direito ou esclarecimento de situação de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em
razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
VII – zelar pela economia do material e pela
conservação do patrimônio público;
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VIII – guardar sigilo sobre assuntos da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade
administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com cortesia, educação e civilidade as
pessoas;
XII – representar contra a ilegalidade, omissão ou
abuso do poder;
XIII – fazer uso de uniforme e de crachá de
identificação pessoal, quando fornecido e exigido pela Administração;
XIV – fazer uso de vestimenta compatível com a
função exercida;
XV – dar fé a documentos públicos;
XVI – comparecer a eventos, campanhas, cursos,
capacitações, treinamento e reuniões de comissões que integre, quando convocado,
salvo quando dispensado pela chefia.
Parágrafo Único – A representação de que trata o
inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior
àquela contra a qual é formulada, assegurando–se ao representando o direito de defesa.
SEÇÃO I
DAS PROIBIÇÕES
Art. 131 – Ao servidor é proibido:
I – ausentar–se do serviço durante o expediente, sem
prévia autorização do chefe imediato;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade
competente, qualquer documento ou objeto da repartição;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de
documento e processo ou execução de serviço, ou deixar de recebê–los;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço
no recinto da repartição;
VI – cometer à pessoa estranha à repartição, fora dos
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade
ou de seu subordinado;
VII – coagir ou aliciar outro servidor no sentido de
filiação a associação profissional, sindical ou partido político;
VIII – recusar–se a atualizar seus dados cadastrais
quando solicitado;
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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IX – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou
função gratificada, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
X – valer–se do cargo para lograr proveito pessoal
ou de outrem em detrimento da dignidade da função pública;
XI – participar de gerência ou administração de
sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na
qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
XII – atuar, como procurador ou intermediário, junto
a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou
assistências de parentes até segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
XIII – solicitar ou receber propina, comissão,
presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV – proceder de forma desidiosa;
XVI – utilizar de pessoal ou recursos materiais da
repartição em serviços ou atividades particulares;
XVII – cometer a outro servidor atribuições
estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias,
devidamente justificadas;
XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.
SEÇÃO II
DA ACUMULAÇÃO
Art. 132 – Ressalvados os casos previstos na
Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.
§ 1º – A proibição de acumular estende–se a cargos,
empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades
de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos
Municípios.
§ 2º – A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
condicionada à comprovação da compatibilidade de horários.
§ 3º – Considera–se acumulação proibida a
percepção de vencimento de cargo, emprego ou função pública com proventos da
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem
acumuláveis na atividade.
§ 4º – O servidor que licenciar–se, sem vencimentos,
de seu cargo, emprego ou função pública não poderá tomar posse em outro cargo,
emprego ou função pública, sem incidir no exercício cumulativo vedado pelo artigo 37
da Constituição Federal.
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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Art. 133 – O servidor não poderá exercer mais de
um cargo em comissão, exceto inno caso previsto no parágrafo único do artigo 9º desta
Lei, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.
Art. 134 – O servidor vinculado ao regime desta
Lei, que acumular licitamente 2 (dois) cargos efetivos, quando investido em cargo de
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na
hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com exercício de um deles,
declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
§ 1º – O servidor que se afastar dos dois cargos que
ocupa poderá optar pela remuneração deles ou pelo vencimento do cargo em comissão.
§ 2º – O servidor que se afastar de um dos cargos
que ocupa poderá optar pela remuneração deste ou pela do cargo em comissão.
SEÇÃO III
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 135 – O servidor responde civil, penal e
administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 136 – A responsabilidade civil decorre de ato
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao Erário ou a
terceiros.
§ 1º – A indenização de prejuízo dolosamente
causado ao Erário somente será liquidada na forma prevista neste Estatuto, na falta de
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
§ 2º – Tratando–se de dano causado a terceiros,
responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
§ 3º – A obrigação de reparar o dano estende–se aos
sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.
Art. 137 – A responsabilidade penal abrange os
crimes e contravenções imputados ao servidor, nessa qualidade.
Art. 138 – A responsabilidade civil-administrativa
resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo, emprego ou
função.
Art. 139 – As sanções civis, penais e administrativas
poderão cumular–se, sendo independentes entre si.
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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Art. 140 – A responsabilidade administrativa do
servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou
a sua autoria.
Art. 141 – Nenhum servidor poderá ser
responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade
superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade
competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de
cargo, emprego ou função pública.
SEÇÃO IV
DAS PENALIDADES
Art. 142 – São penalidades disciplinares:
I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função gratificada.
Art. 143 – Na aplicação das penalidades serão
consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
provirem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes funcionais.
Parágrafo Único – O ato de imposição da
penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
Art. 144 – A advertência será aplicada por escrito,
nos casos de violação de proibição constante no artigo 131, incisos I a IX, e de
inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna,
que não justifique imposição de penalidade mais grave.
Art. 145 – A suspensão será aplicada em caso de
reincidência das faltas punidas com a advertência e de violação das demais proibições
que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de
30 (trinta) dias, sem remuneração.
§ 1º – Será punido com suspensão de 15 (quinze)
dias o servidor que, injustificadamente, recusar–se a ser submetido à inspeção médica
LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO
DE 2014.
(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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DE LIMEIRA – S.P.)
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determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez
cumprida a determinação.
§ 2º – Quando houver conveniência para o serviço, a
penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta
por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a
permanecer em serviço.
Art. 146 – As penalidades de advertência e de
suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos
de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período,
praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo Único – O cancelamento da penalidade
não surtirá efeitos retroativos.
Art. 147 – A demissão será aplicada nos seguintes
casos:
I – crime contra a Administração Pública;
II – abandono de cargo;
III – inassiduidade habitual;
IV – improbidade administrativa;
V – incontinência pública e conduta escandalosa na
repartição;
VI – insubordinação grave em serviço;
VII – ofensa física, em serviço a servidor ou
particular, salvo em legítima defesa própria ou de defesa de outrem;
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX – revelação de segredo apropriado em razão do
cargo;
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do
patrimônio municipal;
XI – corrupção;
XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou
funções públicas;
XIII – transgressão do artigo 131, incisos X a XVIII;
XIV – omissão no exame pré-admissional de
moléstia incapacitante preexistente.
Art. 148 – Detectada a qualquer tempo a
acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade competente
notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no
prazo improrrogável de 10 (dez) dias, contados da data da ciência e, na hipótese de
omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata.
LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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Art. 149 – Será cassada a aposentadoria ou a
disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a
demissão.
Art. 150 – A destituição de cargo em comissão,
exercido por não ocupante de cargo efetivo, será aplicada nos casos de infração sujeita
às penalidades de suspensão e de demissão.
Art. 151 – A demissão ou a destituição de cargo em
comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do artigo 147 implica a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário, sem prejuízo da ação penal
cabível.
Art. 152 – A demissão ou a destituição de cargos em
comissão, por infringência do artigo 131, incisos X e XII, incompatibiliza o ex–
servidor para nova investidura em cargo público municipal, pelo prazo de 5 (cinco)
anos.
Parágrafo Único – Não poderá retornar ao serviço
público municipal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por
infringência do artigo 142, incisos I, IV, VIII, X e XI.
Art. 153 – Configura abandono de cargo a ausência
intencional do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.
Art. 154 – Entende–se por inassiduidade habitual a
falta ao serviço, sem causa justificada, por 30 (trinta) dias, interpoladamente, durante
o período de 12 (doze) meses.
Art. 155 – Na apuração de abandono de cargo ou
inassiduidade habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se refere
ao artigo 148 desta Lei.
Art. 156 – As penalidades disciplinares serão
aplicadas:
I – pelo Prefeito Municipal, pelo Presidente da
Câmara Municipal e pelo dirigente superior de autarquia ou fundação, quando se tratar
de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao
respectivo Poder, órgão ou entidade;
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia
imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso I, quando se tratar de
advertência ou de suspensão;
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III – pela autoridade que houver feito a nomeação,
quando se tratar de destituição de cargo em comissão.
Art. 157 – A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis
com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em
comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à
advertência.
§ 1º – O prazo de prescrição começa a correr da data
em que o fato se tornou conhecido.
§ 2º – Os prazos de prescrição previstos na lei penal
aplicam–se às infrações disciplinares capituladas também como crime.
§ 3º – A abertura de sindicância ou a instauração de
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por
autoridade competente.
§ 4º – Interrompido o curso da prescrição, o prazo
começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
CAPÍTULO II
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR
Art. 158 – O processo disciplinar é o instrumento
destinado a apurar as responsabilidades do servidor por infração praticada no exercício
de suas atribuições ou que tenha relação mediata com as atribuições do cargo em que
se encontre investido.
Art. 159 – O processo disciplinar será disciplinado
por lei municipal específica, assegurado ao servidor o contraditório e a ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes.
Parágrafo Único – Até a edição da lei específica
prevista no caput deste artigo, o processo disciplinar municipal será regido pelos
artigos 143 a 182 da Lei Federal nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.58
TÍTULO IV
DISPOSIÇÒES FINAIS E TRANSITORIAS59
LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO
DE 2014.
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DE LIMEIRA – S.P.)
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Art. 160 – O dia do servidor público será
comemorado no dia 28 de outubro.
Art. 161 – Os prazos previstos nesta Lei serão
contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do
vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em
dia em que não haja expediente.
Art. 162 – Por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos
seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do
cumprimento de seus deveres.
Art. 163 – Consideram-se da família do servidor,
além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoais que vivam às suas expensas e constem do
seu assentamento individual.
Parágrafo Único – Equipara-se ao cônjuge a
companheira ou companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.60
Art. 164 – O instrumento de procuração utilizado
para recebimento de direitos ou vantagens de servidor terá validade por 12 (doze)
meses, devendo ser substituído depois de findo esse prazo.
Art. 165 – Para todos os efeitos previstos nesta Lei e
na legislação vigente do Município, os exames de sanidade física e mental serão,
obrigatoriamente, realizados por médico da Divisão de Medicina do Trabalho (DMT)
ou, na sua falta, por médico do quadro de servidores municipais.
§ 1º – Em casos especiais, atendendo à natureza da
enfermidade, a autoridade municipal poderá designar junta médica para proceder ao
exame, dela fazendo parte, obrigatoriamente, médico da Divisão de Medicina do
Trabalho (DMT).
§ 2º – Os atestados médicos concedidos aos
servidores municipais, quando em tratamento fora do município, terão sua validade
condicionada à ratificação posterior por médico da Divisão de Medicina do Trabalho
(DMT).
Art. 166 – Estatuto aplica–se aos servidores da
Câmara Municipal, cabendo ao Presidente desta as atribuições reservadas ao Prefeito
Municipal, quando for o caso.
Art. 167 – A jornada de trabalho nas repartições
municipais será fixada por decreto do Prefeito Municipal, respeitada a duração do
LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO
DE 2014.
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DE LIMEIRA – S.P.)
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trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 40 (quarenta) semanais, e
facultada a compensação de horários e a redução da jornada.
Art. 168 – O Prefeito Municipal regulamentará por
decreto, quando necessário, a execução da presente Lei.
Art. 169 – Ficam submetidos ao regime previsto
nesta Lei, os servidores estatutários da Prefeitura, da Câmara Municipal, das
autarquias e das fundações públicas municipais.61
Art. 170 – O Prefeito Municipal remeterá à Câmara
Municipal, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar da data da sua publicação,
projetos de lei sobre matérias constantes desta Lei que necessitem de regulamentação.
Art. 171 – A procuradoria do Município recorrerá
até a última instância judicial em processo cuja decisão seja contrária ao interesse
público, inclusive, quando decorrente da instituição do regime jurídico estatutário.
Parágrafo Único – Excetuam–se da exigência
contida no caput deste artigo, os feitos nos quais reste demonstrada, por manifestação
devidamente fundamentada da autoridade máxima da Secretaria Municipal de
Assuntos jurídicos, de forma inequívoca, a vantajosidade do acordo para a
Administração Pública Municipal.
Art. 172 – Lei municipal fixará as diretrizes dos
planos de carreira para a Administração direta, as autarquias e as fundações
municipais, de acordo com suas peculiaridades.
Art. 173 – O servidor público fará jus à
aposentadoria por tempo de serviço e por invalidez, nos termos da legislação própria;
ou compulsoriamente, ao completar 70 (setenta) anos de idade.
Art. 174 – Será computado para fins de adicional
por tempo de serviço e sexta parte o período em que o servidor prestou serviços à
municipalidade como Patrulheiro Mirim, ainda que sem vínculo empregatício, desde
que devidamente comprovado pelos órgãos municipais.
Art. 175 – Ao Estatuto do Magistério e ao da
Guarda Civil Municipal aplicam–se subsidiariamente às disposições desta Lei, naquilo
que couber.
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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DE LIMEIRA – S.P.)
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Art. 176 – Os pedidos protocolados até a publicação
desta Lei serão analisados em conformidade com o disposto na Lei Complementar nº
41, de 20 de junho de 1991.
Art. 177 – Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogando–se as disposições em contrário, especialmente a Lei
Complementar nº 41, de 20 de junho de 1991.
PAÇO MUNICIPAL DE LIMEIRA, aos dias do
mês de setembro do ano de dois mil e catorze.
PAULO CEZAR JUNQUEIRA HADICH
Prefeito Municipal
PUBLICADO no Gabinete do Prefeito Municipal
de Limeira, aos dias do mês de junho do ano de dois mil e catorze.
MARCO AURÉLIO MAGALHÃES FARIA
JUNIOR
Chefe de Gabinete
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JUSTIFICATIVAS E FUNDAMENTOS
SECRETARIA DE ASSUNTOS JURÍDICOS
1 A Constituição Federal de 1988 substituiu a expressão “funcionário público” por “servidor
público” (artigos 39 s. – DI PIETRO, Sylvia Zanela. Servidores públicos na Constituição de
1988. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2014. p 8).
2 A Lei nº 10.406/02 (Código Civil) substituiu a expressão “pessoa física” por “pessoa
natural”.
3 Artigo 37, I, CF/88.
4 Há de se observar que a Constituição Federal não previu a reserva de cargos para minorias
raciais, como previu para pessoas portadoras de deficiência, o que, obviamente, não impede
que a reserva se dê no âmbito da legislação municipal. Todavia, há grande controvérsia sobre
a possibilidade de se estender aos cargos comissionados e funções de confiança, sendo que a
própria legislação federal não estabeleceu tais reservas:
LEI Nº 12.990, DE 9 DE JUNHO DE 2014
Reserva aos negros 20% (vinte por
cento) das vagas oferecidas nos
concursos públicos para
provimento de cargos efetivos e
empregos públicos no âmbito da
administração pública federal, das
autarquias, das fundações públicas,
das empresas públicas e das
sociedades de economia mista
controladas pela União.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas
oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos
públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das
fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista
controladas pela União, na forma desta Lei.
§ 1o A reserva de vagas será aplicada sempre que o número de vagas
oferecidas no concurso público for igual ou superior a 3 (três).
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DE 2014.
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§ 2o Na hipótese de quantitativo fracionado para o número de vagas
reservadas a candidatos negros, esse será aumentado para o primeiro número
inteiro subsequente, em caso de fração igual ou maior que 0,5 (cinco décimos), ou
diminuído para número inteiro imediatamente inferior, em caso de fração menor
que 0,5 (cinco décimos).
§ 3o A reserva de vagas a candidatos negros constará expressamente dos
editais dos concursos públicos, que deverão especificar o total de vagas
correspondentes à reserva para cada cargo ou emprego público oferecido.
Art. 2o Poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles
que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público,
conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE.
Parágrafo único. Na hipótese de constatação de declaração falsa, o
candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à
anulação da sua admissão ao serviço ou emprego público, após procedimento
administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa,
sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Art. 3o Os candidatos negros concorrerão concomitantemente às vagas
reservadas e às vagas destinadas à ampla concorrência, de acordo com a sua
classificação no concurso.
§ 1o Os candidatos negros aprovados dentro do número de vagas oferecido
para ampla concorrência não serão computados para efeito do preenchimento das
vagas reservadas.
§ 2o Em caso de desistência de candidato negro aprovado em vaga
reservada, a vaga será preenchida pelo candidato negro posteriormente
classificado.
§ 3o Na hipótese de não haver número de candidatos negros aprovados
suficiente para ocupar as vagas reservadas, as vagas remanescentes serão
revertidas para a ampla concorrência e serão preenchidas pelos demais candidatos
aprovados, observada a ordem de classificação.
Art. 4o A nomeação dos candidatos aprovados respeitará os critérios de
alternância e proporcionalidade, que consideram a relação entre o número de
vagas total e o número de vagas reservadas a candidatos com deficiência e a
candidatos negros.
Art. 5o O órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica
de que trata o § 1o do art. 49 da Lei no 12.288, de 20 de julho de 2010, será
responsável pelo acompanhamento e avaliação anual do disposto nesta Lei, nos
moldes previstos no art. 59 da Lei no 12.288, de 20 de julho de 2010.
Art. 6o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e terá vigência
pelo prazo de 10 (dez) anos.
Parágrafo único. Esta Lei não se aplicará aos concursos cujos editais já
tiverem sido publicados antes de sua entrada em vigor.
Brasília, 9 de junho de 2014; 193o da Independência e 126o da República.
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DILMA ROUSSEFF
Miriam Belchior
Luiza Helena de Bairros
5 Artigo 2º, Lei nº 12.990/14.
6 Rol do artigo 8º, Lei nº 8.112/90.
7 Deixaram de existir, com a Constituição Federal de 1988, os institutos da readmissão, da
transposição e da reversão, ressalvada, neste último caso, a reversão ex officio, porque, nessa
hipótese, desaparecendo a razão de ser da inatividade, deve o servidor necessariamente
reassumir o cargo, sob pena de ser cassada a aposentadoria. No que tange a ascensão, com a
promulgação da Lei Maior, foi banida do ordenamento jurídico brasileiro, como forma de
investidura em cargo público. Portanto, estão abolidas as formas de investidura que
representem ingresso em carreira diferente daquela para a qual o servidor ingressou por
concurso e que não são, por isso mesmo, inerentes ao sistema de provimento em carreira, ao
contrário do que acontece com a promoção, sem a qual não há carreira, mas, sim, sucessão de
cargos ascendentes.
O STF sumulou entendimento de que “é inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao funcionário investir-se, sem prévia aprovação em concurso
público destinado ao seu provimento, encargo que não integra a carreira na qual
anteriormente investido” (Súmula 685) (DI PIETRO, Sylvia Zanella. Servidores públicos
na Constituição de 1988. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2014. p 72-3).
8 A Súmula 686 do STF admite a realização de exame psicotécnico: “Só por lei se pode
sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”. Nesse sentido,
ARNALDO SILVA JÚNIOR leciona que a jurisprudência pátria é pacifica no sentido de que
há legalidade e constitucionalidade na exigência do exame psicotécnico, em determinados
concursos públicos, desde que condicionada a previsão legal, a ampla possibilidade de
recursos contra seu resultado, com critérios unicamente objetivos e, ainda, com divulgação no
edital das regras e formas de aplicação dos testes psicológicos (Dos servidores públicos
municipais. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 47/8).
9 A proposta alude a “ascensão”, sendo que, com a promulgação da Lei Maior, tal instituto foi
banido do ordenamento jurídico brasileiro, como forma de investidura em cargo público.
Portanto, estão abolidas as formas de investidura que representem ingresso em carreira
diferente daquela para a qual o servidor ingressou por concurso e que não são, por isso
mesmo, inerentes ao sistema de provimento em carreira, ao contrário do que acontece com a
promoção, sem a qual não há carreira, mas, sim, sucessão de cargos ascendentes.
10 Redação conforme artigo 71 da CLT.
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DE 2014.
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11 A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho consolidou-se no sentido de não
conceder horas extras aos ocupantes de cargo em comissão: EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. ESCLARECIMENTOS. SERVIDOR PÚBLICO OCUPANTE DE
CARGO EM COMISSÃO OU INVESTIDO EM FUNÇÃO DE CONFIANÇA.
REGIME INTEGRAL DEDICAÇÃO AO SERVIDOR. AUSÊNCIA DE DIREITO A
HORAS EXTRAS. Os vencimentos dos ocupantes de cargos em comissão e das funções de
confiança incluem a remuneração por todos os deveres e atribuições respectivos, entre os
quais o dever de integral dedicação ao serviço, segundo o qual o servidor público ocupante de
tais cargos deve estar à disposição da Administração Pública sempre que for convocado.
Nesses termos, não há galar em remuneração por hora extra para os ocupantes de cargos em
comissão e investidos em função de confiança. Embargos de Declaração acolhidos, tão
somente, para prestar esclarecimento (TST. ED-ROMS 841/2005-000-14-00.3. Tribunal
Pleno. Rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. DJU 28/09/2007. p. 889).
Destarte, os cargos em comissão e as funções gratificadas não conferem a seus
ocupantes as mesmas prerrogativas daqueles servidores detentores de cargos de provimento
efetivo, dada a sua natureza precária e transitória: APELAÇÃO CÍVEL – HORAS EXTRAS
– COBRANÇA. 1. Servidores ocupante de cargo em comissão – Assessor de Gabinete –
Cargo de livre nomeação e exoneração – Cerceamento ao direito de defesa – Inocorrência -
Causa que estava madura para ser conhecida de imediato – Pedido de percepção de horas
extras à jornada normal de trabalho – Inviabilidade – Cargos em comissão que não
conferem a seus ocupantes as mesmas prerrogativas ínsitas aos servidores públicos
titulares de cargos efetivos, dada a sua natureza precária e transitória – Função de
caráter diferenciado, sendo incompatível o controle de horários – Funções de confiança que
não têm o liame com a exigência do cumprimento de jornada fixa, como acontece com os
servidores titulares de cargos de provimento efetivo – Precedentes – Férias – Pedido de
conversão em pecúnia de período não usufruído – Descabimento – Prova em sentido contrário
– Improcedência do pedido – Manutenção da sentença. 2. Recurso não Provido (Apelação
Cível nº 994060817398, 12ª Câmara de Direito Público, TJSP, Rel. Des. Osvaldo de Oliveira,
julgado em 28/04/2010).
12 § 4º, artigo 41, CF/88.
13 MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO chama a atenção para o fato de que “com
relação ao período de 3 anos, é importante realçar que ele somente conta, para fins de
estabilidade, se o servidor se mantiver no efetivo exercício do cargo nesse período. Se ele se
afastar para exercer outra função, esse período não pode ser computado, já que não haveria
como demonstrar que possui as qualidades exigidas para o exercício das funções próprias do
cargo de que é titular” (Servidores públicos na Constituição de 1988. 2 ed. São Paulo:
Atlas, 2014. p 154).
14 O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assentou entendimento de que o exercício de
mandato eletivo suspende o estágio probatório: “Nesse sentido, a Apelação nº 273.345-5/0-
00, 11ª Câmara, Rel. Des. Aroldo Viotti, j. 5.11.07, MC em ADI nº 2534/MG, Rel. Min.
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO
DE LIMEIRA – S.P.)
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Mauricio Côrrea, j. 15.08.02, RMS 9931/PR, Rel. Min. Gilson Dipp, j. 11.09.01 e RMS
23689/RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 18.05.10, cumprindo consignar que
os dois últimos julgados mencionam a necessidade de suspensão da fluência do prazo do
estágio probatório (três anos) durante o período de afastamento. Tal suspensão é mesmo
a solução mais adequada para conciliar os artigos 41 e 38 da Constituição Federal. Fica,
portanto, a observação no sentido de que ela deverá ser aplicada pela Administração (Apelação com Revisão nº 0001473-69-2010.8.26.0390 - Relator(a): Antonio Carlos
Villen; Comarca: Nova Granada; Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Público; Data do
julgamento: 04/03/2013; Data de registro: 05/03/2013). 15 STJ – RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA RMS 20934 SP
2005/0186607-2 (STJ) Data de Publicação: 01/02/2010 – EMENTA: (...). 1. A estabilidade é
adquirida no serviço público, em razão do provimento em determinado cargo público, após a
aprovação no estágio probatório. Não obstante, sempre que o servidor entrar em exercício em
um novo cargo público, mediante aprovação em concurso público, deverá ser submetido ao
respectivo estagio probatório (...).
16 Artigo 41, caput, CF/88.
17 § 1º, artigo 41, CF/88.
18 § 2º, artigo 41, CF/88.
19 STF – Súmula nº 22: “Estágio Probatório – Extinção do Cargo – Proteção do Servidor. O
estágio probatório não protege o servidor contra a extinção do cargo”.
20 § 3º, artigo 41, CF/88. Observar a Súmula 39 do STF: “À falta de lei, servidor em
disponibilidade não pode exigir, judicialmente, o seu aproveitamento, que fica subordinado ao
critério de conveniência da administração”.
21 A proposta de que o servidor em disponibilidade perceba remuneração integral (art. 36)
afronta expressa disposição constitucional, insculpida no § 3º do artigo 41 da Constituição
Federal de 1998.
22 O § 10 do artigo 40 da CF/88, expressamente veda a contagem de tempo de contribuição
fictício: “A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício” (redação dada pela EC nº 20/98).
23 A proposta de cômputo integral, sem restrições, do tempo de serviço anterior, veiculado
pelo artigo 32 do projeto, cria despesas desarrazoadas e sem previsão o que, s.m.j., afronta a
LRF.
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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24 RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. REPROVAÇÃO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO.
EXONERAÇÃO. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA NÃO
VIOLADOS. NÃO-OCORRÊNCIA DE BIS IN IDEM. REEXAME DO MÉRITO
ADMINISTRATIVO PELO JUDICIÁRIO. NÃO-CABIMENTO. 1. Considerando que a
aquisição de estabilidade no serviço público depende de prévia aprovação em avaliação de
desempenho, é irrelevante que o ato de exoneração de servidor público, de natureza
meramente declaratória, seja posterior ao prazo legal do estágio probatório. Precedentes. 2.
Afasta-se a alegação de cerceamento de defesa se assegurado, no processo administrativo que
resultou na exoneração do servidor, o direito à ampla defesa e ao contraditório. 3. O ato de
exoneração, ao contrário da suspensão, não tem caráter punitivo, mas se baseia no
interesse da Administração na dispensa do servidor que não preenche os requisitos
legais para um bom desempenho do cargo. Não-ocorrência de bis in idem. 4. Compete ao
Poder Judiciário apreciar a legalidade do ato administrativo e a regularidade do processo
administrativo que culminou na exoneração do impetrante, à luz dos princípios do
contraditório e da ampla defesa, sendo vedada qualquer interferência no mérito
administrativo. 5. Recurso ordinário improvido. (RMS 13810 / RN, Rel. Ministra MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, julgamento em 29/04/2008, publicação DJe 26/05/2008).
25 ARNALDO SILVA JÚNIOR esclarece “o servidor público [municipal] não tem direito a
inamovibilidade, podendo a Administração Pública, visando o interesse público, alterar seu
horário [e local] de trabalho, devendo, contudo, o ato ser devidamente motivado, além de ser
observada a forma estabelecida por lei, sob pena de ilegalidade” (Dos servidores públicos
municipais. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 188).
26 Inciso XIII do artigo 37 da CF/88.
27 Inciso XIII do artigo 37 da CF/88.
28 Inciso XIV do artigo 37 da CF/88.
29 Inciso XV do artigo 37 da CF/88.
30 Inciso XI do artigo 37 da CF/88.
31 A proposta apresentada de “abonada”, s.m.j., é inconstitucional e contrária ao interesse
público, uma vez que, em tese, reveste-se de injustificada ampliação do período de férias com
aumento imediato de despesas para o erário, violando, inclusive, a LRF. Ademais, como
ensina HELY LOPES MEIRELLES, toda vez que se confere uma vantagem ao servidor “deve
fazê-lo na exata medida do interesse público. Vale dizer: as prerrogativas, garantias e
demais vantagens do servidor só se legitimam quando reclamadas pelo serviço público e
não anulem seus requisitos de eficiência, moralidade e aperfeiçoamento. Na concessão
desses benefícios por via constitucional existe uma presunção de imprescindibilidade,
LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO
DE 2014.
(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO
DE LIMEIRA – S.P.)
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diante da qual devem curvar-se as entidades estatais; mas, ao concedê-los, a Constituição
subtrai de cada uma delas o poder de disposição sobre a mesma matéria, de modo que lhes
é defeso posterga-los, restringi-los ou ampliá-los” (Direito municipal brasileiro. 17 ed. São
Paulo: Malheiros, 2014. p. 626/7).
32 § 3º do artigo 43 da Lei nº 8.112/90.
33 Inciso XIV do artigo 37 da CF/88.
34 “Vantagens pecuniárias são acréscimos ao vencimento do servidor, concedidas a título
definitivo ou transitório, pela decorrência do tempo de serviço (ex facto temporis), ou pelo
desempenho de suas funções especiais (ex facto officii), ou em razão das condições anormais
em que se realiza o serviço (propter laborem), ou, finalmente, em razão de condições pessoais
do servidor (propter personam). As duas primeiras espécies constituem os adicionais, as duas
últimas formam a categoria das gratificações” (SILVA JÚNIOR, Arnaldo. Dos servidores
públicos municipais. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 138).
35 “Os adicionais são vantagens pecuniárias que a Administração concede aos servidores em
razão do tempo de exercício (adicional de tempo de serviço) ou em face da natureza peculiar
da função, que exige conhecimentos especializados ou um regime próprio de trabalho
(adicionais de função)” (SILVA JÚNIOR, Arnaldo. Dos servidores públicos municipais.
Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 138).
36 “As gratificações são vantagens pecuniárias atribuídas precariamente aos servidores que
estarão prestando serviços comuns da função em condições anormais de segurança
(gratificações de serviço) ou concedidas como ajuda aos servidores que reúnam as condições
pessoais que a lei especifica (gratificações especiais). As gratificações são transitórias e só
serão percebidas enquanto perdurar a prestação dos serviços que as ensejam. É
vantagem que tem o fato gerador nas condições diferenciadas que irá prestar o serviço. Não é
vinculada ao cargo. Por isso, tecnicamente, há uma inversão na praxe de nomenclaturas, ao
denominar o adicional de periculosidade, o adicional noturno e as gratificações de função”
(SILVA JÚNIOR, Arnaldo. Dos servidores públicos municipais. Belo Horizonte: Del Rey,
2009. p. 138/9).
37 Parágrafo Único do artigo 1º do Decreto Federal nº 57.155/65.
38 § 2º do artigo 59 da CLT.
39 A disciplina normativa municipal do salário-família merece os seguintes apontamentos: 1º -
o inciso XII do artigo 7º da CF/88, com a redação dada pela EC 20/98, estabelece que faz jus
ao salário-família apenas e tão-somente o servidor de baixa renda; 2º - a lei municipal vigente
incorre em inconstitucionalidade ao vincular o salário-família a 10% (dez por cento) do
salário mínimo, uma vez que, com base na expressa determinação constitucional é vedada a
LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO
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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS
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vinculação do salário mínimo para qualquer fim. Neste sentido, foi editada a Súmula
Vinculante nº 4 que determina: “Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário
mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor
público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial”; 3º - a proposta de
que seja correspondente a 10% do piso salarial do município, sem quaisquer restrições, além
de elevar demasiadamente as despesas, incorre, s.m.j., nas mesmas restrições da legislação
vigente; 4º - obviamente, como o direito, nos termos atuais, se incorporou ao patrimônio dos
atuais servidores, deverá ser mantido para os servidores que se submetem a atual normativa,
sendo corrigidas as distorções para aqueles que ingressarem no serviço público a partir da
edição da nova lei.
40 Não há como se acolher a sugestão do projeto e que faz alusão a “adotivo”, uma vez que o §
6º do artigo 227 da CF/88 expressamente estabelece que: “os filhos, havidos ou não da relação
do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação”.
41 O § 4º do artigo 74 da proposta não se justifica, uma vez que foi absorvido pelo § 1º do
mesmo artigo.
42 Artigo 199 da Lei nº 8.112/90.
43 A proposta de que o salário-família corresponda à percentual sobre “piso salarial” se mostra
orçamentária e financeiramente inexeqüível, inclusive, podendo gerar conseqüências no que
tange à Responsabilidade Fiscal.
44 A Constituição Federal de 1988 trata “licença” e “afastamento” como sinônimos (art. 56).
A Lei Federal nº 8112/90, por sua vez, diferencia os motivos que permitem a licença (motivo
de doença em pessoa da família; afastamento do cônjuge ou companheiro; serviço militar;
para atividade política; capacitação; tratar de interesses particulares; desempenho de mandato
classista) dos motivos de afastamento (servir a outro órgão ou entidade; exercício de mandato
eletivo; estudo ou missão no exterior; participação em programa de pós-graduação stricto
sensu).
45 Durante o período de estágio probatório não deverá ser autorizada licença para o
desempenho de mandato classista (§ 4º do artigo 20 da Lei nº 8.112/90).
46 § 2º do artigo 83 da Lei nº 8.112/90.
47 § 3º do artigo 83 da Lei nº 8.112/90.
48 O Tribunal de Contas da União (TCU), após analisar vários casos referentes a essa matéria,
sumulou o entendimento que considera tais hipóteses abrangidas pela vedação constitucional:
Súmula nº 246 – “O fato de o servidor licenciar-se, sem vencimentos, do cargo público ou
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emprego que exerça em órgão ou entidade da administração direta ou indireta não o habilita a
tomar posse em outro cargo ou emprego público, sem incidir no exercício cumulativo vedado
pelo art. 37 da Constituição Federal, pois que o instituto da acumulação de cargos se dirige à
titularidade de cargos, empregos e funções públicas, e não apenas à percepção de vantagens
pecuniárias” (SILVA JÚNIOR, Arnaldo. Dos servidores públicos municipais. Belo
Horizonte: Del Rey, 2009. p. 88/9).
Ademais, a jurisprudência é pacífica no sentido de que o licenciamento para tratar de
interesses particulares, visando elidir a acumulação de cargos, consiste na verdade em burlar a
vedação constitucional, que alcança os cargos comissionados: “Servidor Público – Licença,
sem vencimento, para o exercício de cargo comissionado em outra esfera do Poder – Medida
adotada como forma de burlar a proibição constitucional de acumulação de cargos –
Apostilamento indevido, se o período de licença para tratar de interesses particulares não é
computado para fins de direitos e vantagens pecuniárias, eis que inexiste previsão legal –
Reforma da sentença, para denegar o mandado de segurança” (TJMG, AC N.
1.0000.00.303804-9/000, Rel. Des. SCHALCHER VENTURA). Assim, admitir-se o
licenciamento sem remuneração, visando simplesmente evitar a vedação constitucional,
violaria os princípios da moralidade e da prevalência do interesse público, pois realizado
concurso para o preenchimento do cargo, pressupõe-se que o efetivo exercício das respectivas
funções seja necessário e, portanto, inadmissível o afastamento do titular para que não ocorra
a acumulação remunerada.
49 § 1º do artigo 10 do ADCT.
50 Artigo 210 da Lei nº 8.112/90.
51 Artigo 38 da CF/88.
52 Em que pese o artigo utilizar o termo “facultado”, há de se ressaltar que “a conversão só é
deferida se isso interessa à Administração. Impende evidenciar que a opção do servidor não
tem a relevância que a isso se pretende prestar, uma vez que é curial, a despeito da opção, a
Administração, que desfruta do poder de império, poderia determinar o gozo das férias-
prêmio in natura, não o fazendo, remanesce implícita a necessidade de permanência do
servidor no trabalho em benefício do serviço público” (REsp nº 1691-SP, Rel. Min. Nilson
Naves, RSTJ 12/313) (2ª T., REsp nº 263.580/MG, Rel. Min. Franciulli Netto, j. 19.09.2000,
DJ 05.03.2001).
53 § 3º do artigo 77 da Lei nº 8.112/90 (incluído pela Lei nº 9.5225/97).
54 § 5º do artigo 78 da Lei nº 8.112/90 (incluído pela Lei nº 9.5225/97).
55 O direito ao adicional de férias é garantia constitucional que não comporta exceções (artigo
7º, inciso, XVII: gozo de férias anuais remuneradas, com pelo menos, um terço a mais que o
salário normal).
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56 Inciso II do artigo 97 da Lei nº 8.112/90 (com a redação dada pela Lei nº 12.998/14).
57 É pacífico o entendimento doutrinário e jurisprudencial de que, a partir de critérios de
conveniência e oportunidade da administração pública, o servidor efetivo em estágio
probatório pode ser cedido, ficando seu estágio probatório suspenso (vide, v.g., parecer da
CONAM, datado de 14 de junho de 2013). Nesse sentido, o STF assim se posicionou: “se a
servidora pública, recentemente aprovada em primeiro lugar em concurso, desfrutava de
confiança do Chefe do Poder Executivo, e tinha qualificação para cargo em comissão, nada
impedia fosse ela, como foi, convocada para exercer as funções de secretária do prefeito
municipal. Escreve Diógenes Gasparini que os cargos em comissão são próprios para direção,
comando, chefia de certos órgãos, onde se necessidade de uma agente que, sobre ser de
confiança da autoridade nomeante, se disponha a seguir sua orientação, ajudando-a a
promover a direção superior da Administração (Direito Administrativo, Ed. Saraiva, 4 ed., p.
194)” (STF – Recurso Extraordinário: RE 494132/SP, jul. 26/05/2010, pub. 09/06/2010).
58 ARNALDO SILVA JÚNIOR esclarece que “as regras para a instrução processual, oitiva
de testemunhas, interrogatório do acusado, intimação dos atos do processo disciplinar devem
estar fixados em norma municipal própria. Não há ilegalidade na vinculação, desde que
seja expressa no estatuto dos servidores municipais, na aplicação do rito e procedimento
do processo disciplinar constante na Lei nº 8112/90 aos servidores do município” (Dos
servidores públicos municipais. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 188).
59 A proposta insculpida no artigo 213 do projeto (“os servidores efetivos em estágio
probatório atualmente exercendo cargos em comissão ou cedidos para outros órgãos são
declarados estáveis depois de decorridos 3 (três) anos no exercício da função”), é, s.m.j.,
inconstitucional, uma vez que o § 4º do artigo 41 da Constituição Federal, com a redação dada
pela EC 19/98, estabelece: “como condição para a aquisição de estabilidade, é obrigatória
a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade”. Pode-
se, inclusive, afirmar que é pacífico o entendimento doutrinário e jurisprudencial de que o
servidor efetivo em estágio probatório pode ser cedido, mas seu estágio probatório é suspenso
(vide, v.g., parecer da CONAM, datado de 14 de junho de 2013). Nesse sentido, MARIA
SYLVIA ZANELLA DI PIETRO chama a atenção para o fato de que “com relação ao
período de 3 anos, é importante realçar que ele somente conta, para fins de estabilidade, se o
servidor se mantiver no efetivo exercício do cargo nesse período. Se ele se afastar para
exercer outra função, esse período não pode ser computado, já que não haveria como
demonstrar que possui as qualidades exigidas para o exercício das funções próprias do cargo
de que é titular” (Servidores públicos na Constituição de 1988. 2 ed. São Paulo: Atlas,
2014. p 154).
60 Artigo 241 da Lei nº 8.112/90.
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61 HELY LOPES MEIRELLES chama a atenção para o fato de que “os servidores públicos da
Câmara Municipal, embora nomeados pelo seu presidente, a quem são subordinados
hierárquica e funcionalmente, e pagos com recursos consignados ao Legislativo, não podem
der estatuto próprio, diverso do que rege os servidores da Prefeitura, porque todos são
servidores públicos municipais. O que a Câmara tem é quadro próprio de servidores distinto
da prefeitura, mas regido por um mesmo estatuto municipal” (Direito municipal brasileiro.
17 ed. São Paulo: Malheiros, 2014. p. 612).
ANÁLISE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE
GESTÃO ESTRATÉGICA
Considerando a análise técnica, do supracitado projeto de lei complementar, mais
precisamente aos artigos que inegavelmente apresentarão aumento da despesa pública, os
quais podemos destacar, a priori:
Art. 32 – Para os funcionários o tempo de serviço
anterior prestado ao município sob qualquer regime, mesmo em
sociedade de economia mista, será computado integralmente
para os fins de:
I – Aposentadoria;
II – Adicionais por tempo de serviço;
III – Gratificações;
IV – Licenças.
Parágrafo Único – Para efeito de licença Prêmio na
forma do disposto pelo “caput” deste artigo, serão computados
apenas os últimos 5 (cinco) anos contados retroativamente a
partir da data de nomeação no cargo para qual o funcionário
foi aprovado em concurso.
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Art. 48 – As faltas ao serviço poderão ser abonadas até
o máximo de 12 (doze) por ano, desde que não excedam a duas
por mês.
§ 1º - ...
§ 2º - ...
§ 3º - ...
§ 4º - O servidor que não exercer parcial ou
integralmente o direito previsto no caput do artigo, fará jus ao
gozo dos dias correspondentes por ocasião das férias ou sua
indenização, devendo esta ser requerida entre os meses de
fevereiro à novembro do ano seguinte, a critério da
Administração.
§ 5º - ...
Tratando-se de aumento de despesa pública, devemos destacar a princípio, a Lei
mestre que estabelece normas de finanças públicas voltadas para responsabilidade na gestão
fiscal, Lei nº 101/2000 – “Lei de Responsabilidade Fiscal”, que traz em seu § 1º, do Art. 1º o
que segue:
Art. 1º ...
§ 1º - A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a
ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e
corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre
receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que
tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal,
da seguridade social e outras, dividas consolidada e mobiliária,
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita,
concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (grifo
nosso).
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Não há como se falar em ação planejada, e de equilíbrio entre receitas e despesas, uma
vez que, de acordo com a propositura, o gestor público teria que provisionar não apenas as
despesas relacionadas ao servidor contratado a partir de seu ingresso na municipalidade, mas
também, de maneira imensurável, sua situação pregressa, computando integramente para fins
de aposentadoria, adicionais de tempo de serviço, gratificações e licenças, sem uma
previsibilidade mínima possível. Assim como de proporcionar ao servidor, um direito
subjetivo de férias gozadas ou indenizadas, superior a 30 (trinta) dias.
Mesmo que, ignorada a preocupação da legislação vigente, com o equilíbrio fiscal do
Ente, através da imposição de estratégias de combate ao déficit e à dívida do Setor Público,
não há como se sobrepor ao Artigo 15 da mesma Lei 101/2000;
Art. 15 – Serão consideradas não autorizadas,
irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de
despesa ou assunção de obrigações que não atendam o disposto
nos arts. 16 e 17.
Art. 16 – A criação, expansão ou aperfeiçoamento de
ação governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de:
I – estimativa de impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;
II – declaração do ordenador da despesa de que o
aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei
orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e
com a lei de diretrizes orçamentárias.
(...)
Art. 17 – Considera-se obrigatória de caráter
continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
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provisória ou ato administrativo normativo que fixem
para o ente a obrigação legal de sua execução por um
período superior a dois exercícios.
§ 1º - Os atos que criarem ou aumentarem
despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com
a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar
a origem dos recursos para seu custeio.
§ 2º - Para efeito do atendimento do § 1º, o ato
será acompanhado de comprovação de que a despesa
criada ou aumentada não afetará as metas de resultados
fiscais previstas no anexo referido no § 1º do art. 4º,
devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes,
ser compensados pelo aumento permanente de receita ou
pela redução permanente de despesa.
(...)
Diante do arcabouço legal mencionado acima, as despesas de caráter continuado,
derivada do presente projeto de lei, as quais inegavelmente podemos afirmar que existiriam,
mas sem poder precisá-las e mensurá-las financeiramente, por se tratar de ato pretérito,
irresponsável seria, alegar que tais despesas não afetariam as metas fiscais do município,
tampouco deixariam os Ordenadores de Despesa, aptos a declararem a adequação
orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatível com o plano plurianual e
com a lei de diretrizes orçamentárias.
Sem a possibilidade do estudo trienal de impacto orçamentário e financeiro, a
validação da compatibilidade através dos Ordenadores de Despesa, evidenciando que a nova
despesa guarda compatibilidade com os instrumentos orçamentários, e por fim, tratando-se de
despesa de caráter continuado, que, adicionalmente estabeleceria a necessidade de
compensação financeira, mediante aumento permanente de receita ou corte de despesa,
acreditamos que a despesa carregaria vício de origem.
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Assim, a nosso ver, s.m.j., considerada não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio
público; seu ordenador pode ser enquadrado em crime contra as finanças públicas, sujeitando-
se a reclusão de um a quatro anos (art. 359-C do Código Penal), ademais, constitui ato de
improbidade administrativa que causa lesão ao erário (art. 10, IX, da Lei nº 8.429, de 1992).
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