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LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO DE 2014. (DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE LIMEIRA S.P.) 1 PAULO CÉZAR JUNQUEIRA HADICH, Prefeito Municipal de Limeira, Estado de São Paulo, USANDO das atribuições que lhe são conferidas por Lei, FAZ saber que a Câmara Municipal de Limeira aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei Complementar: TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO I DO ESTATUTO Art. 1º Para os efeitos desta Lei, servidor 1 é a pessoa natural 2 legalmente investida em cargo público, no âmbito da administração direta e indireta do Município de Limeira. Parágrafo Único Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Art. 2º Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. 3 Art. 3º Os cargos de provimento efetivo são organizados em carreiras, que, por sua vez, são escalonados em classes, observadas a escolaridade e a qualificação profissional exigida, bem como a natureza e complexidade das atribuições de seus ocupantes, conforme definido em lei. Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei. CAPÍTULO II DO PROVIMENTO SEÇÃO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:

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LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

1

PAULO CÉZAR JUNQUEIRA HADICH, Prefeito

Municipal de Limeira, Estado de São Paulo,

USANDO das atribuições que lhe são conferidas por

Lei,

FAZ saber que a Câmara Municipal de Limeira

aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei Complementar:

TÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I

DO ESTATUTO

Art. 1º – Para os efeitos desta Lei, servidor1 é a

pessoa natural2 legalmente investida em cargo público, no âmbito da administração

direta e indireta do Município de Limeira.

Parágrafo Único – Cargo público é o conjunto de

atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser

cometidas a um servidor.

Art. 2º – Os cargos, empregos e funções públicas

são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim

como aos estrangeiros, na forma da lei.3

Art. 3º – Os cargos de provimento efetivo são

organizados em carreiras, que, por sua vez, são escalonados em classes, observadas a

escolaridade e a qualificação profissional exigida, bem como a natureza e

complexidade das atribuições de seus ocupantes, conforme definido em lei.

Art. 4º – É proibida a prestação de serviços

gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

CAPÍTULO II

DO PROVIMENTO

SEÇÃO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º – São requisitos básicos para investidura em

cargo público:

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I – nacionalidade brasileira;

II – gozo dos direitos políticos;

III – quitação com as obrigações militares e

eleitorais;

IV – nível de escolaridade exigida para o exercício

do cargo;

V – idade mínima de 18 (dezoito) anos;

VI – aptidão física e mental.

§ 1º – As atribuições do cargo podem justificar

exigências de outros requisitos.

§ 2º – Às pessoas portadoras de deficiência é

assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo

cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais

pessoas serão reservadas 5% (cinco por cento) das vagas oferecidas no concurso.

§ 3º – Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por

cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos

e empregos públicos na administração pública municipal direta e indireta, conforme

disciplinado em lei, que terá vigência pelo prazo de 10 (dez) anos.4

§ 4º – Poderão concorrer às vagas reservadas a

candidatos negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição

no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, conforme disciplinado em lei

municipal.5

Art. 6º – O provimento dos cargos públicos far–se–á

mediante ato da autoridade competente de cada poder.

Art. 7º – A investidura em cargo público ocorrerá

com a posse.

Art. 8º – São formas de provimento6 em cargo

público:

I – nomeação;

II – readaptação;

III – reversão;

IV – reintegração;

V – recondução;

VI – aproveitamento.7

SEÇÃO II

DA NOMEAÇÃO

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Art. 9º – A nomeação far–se–á:

I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo

isolado ou de carreira;

II – em comissão, para cargos de confiança, de livre

exoneração.

Parágrafo Único – O servidor ocupante de cargo

em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício,

interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que

atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante

o período da interinidade.

Art. 10 – A nomeação para cargo de carreira ou

cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso

público de provas ou de provas e títulos, obedecidas a ordem de classificação e o prazo

de sua validade.

Parágrafo Único – Os demais requisitos para o

ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, serão estabelecidos por lei, que

fixará diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Municipal e seus

regulamentos.

SEÇÃO III

DO CONCURSO PÚBLICO

Art. 11 – O concurso será de provas ou de provas e

títulos, podendo ser realizado em mais de uma etapa, conforme dispuserem a lei e o

regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao

pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e

ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.

Parágrafo Único – Admitir-se-á a realização de

exame psicotécnico visando à habilitação de candidato a cargo público, fundamentado

em critérios objetivos e possibilitando-se o reexame.8

Art. 12 – O concurso público terá validade de até 2

(dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.

Parágrafo Único – O prazo de validade do concurso

e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Jornal

Oficial do Município de Limeira, em jornal diário de grande circulação no Município e

no sítio da Prefeitura Municipal de Limeira.

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Art. 13 – O edital do concurso estabelecerá os

requisitos a serem satisfeitos pelos candidatos, de acordo com a lei.

Parágrafo Único – Após a divulgação do edital,

qualquer alteração deste instrumento, deverá ser seguida de nova publicação.

SEÇÃO IV

DA POSSE E DO EXERCÍCIO

Art. 14 – A posse dar–se–á pela assinatura do

respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as

responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser

alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício

previstos em lei.

§ 1º – A posse ocorrerá no prazo de até 30 (trinta)

dias, contados da publicação do ato de provimento.

§ 2º – Em se tratando de servidor, que esteja na data

de publicação do ato de provimento, afastado ou licenciado nas hipóteses previstas

nesta Lei, o prazo será contado do término do impedimento.

§ 3º – A posse poderá dar–se mediante procuração

específica.

§ 4º – A posse dar-se-á exclusivamente nos casos de

provimento por nomeação.

§ 5º – No ato da posse, o servidor apresentará

declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao

exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

§ 6º – Será tornado sem efeito o ato de provimento,

se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.

Art. 15 – A posse em cargo público dependerá de

prévia inspeção médica oficial.

§ 1º – Só poderá ser empossado aquele que for

julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

§ 2º – O servidor, em estágio probatório, que omitir,

no exame pré-admissional, moléstia incapacitante preexistente, comete falta grave

punível com a pena de demissão, garantido o contraditório e a ampla defesa.

Art. 16 – Exercício é o efetivo desempenho das

atribuições do cargo público ou da função gratificada.

§ 1º – É de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor

empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.

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§ 2º – O início do exercício de função gratificada

coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor

estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que

recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a

15 (quinze) dias da publicação.

§ 3º – O servidor será exonerado do cargo ou será

tornado sem efeito o ato de sua designação para função gratificada, se não entrar em

exercício nos prazos previstos neste artigo.

§ 4º – À autoridade competente do órgão ou

entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.

Art. 17 – O início, a suspensão, a interrupção e o

reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.

Parágrafo Único – Ao entrar em exercício, o

servidor apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu

assentamento individual.

Art. 18 – A promoção9 não interrompe o tempo de

exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data da

publicação do ato que promover o servidor.

Art. 19 – Os servidores cumprirão jornada de

trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada

a duração máxima do trabalho semanal de 40 (quarenta) horas e observados os limites

mínimo e máximo de 6 (seis) e 8 (oito) horas diárias, respectivamente.

§ 1º – Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração

exceda 6 (seis) horas, é assegurada a concessão de um intervalo para repouso ou

alimentação, o qual será, no mínimo de uma hora e no máximo de duas horas, não

computado na duração do trabalho.10

§ 2º – O ocupante de cargo em comissão ou função

gratificada submete–se a regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser

convocado sempre que houver interesse da Administração, não fazendo jus à horas

extras.11

§ 3º – O disposto no caput deste artigo não se aplica

a duração de trabalho estabelecida em leis especiais.

SEÇÃO V

DO ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 20 – Ao entrar em exercício, o servidor

nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por

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período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão

objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:

I – assiduidade;

II – disciplina;

III – capacidade de iniciativa;

IV – produtividade;

V – responsabilidade.

§ 1º – 4 (quatro) meses antes de findo o período do

estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a

avaliação de desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa

finalidade, de acordo com o que dispuser lei complementar,12 sem prejuízo da

continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste

artigo.

§ 2º – O servidor não aprovado no estágio

probatório será exonerado.

§ 3º – O servidor em estágio probatório poderá

exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou

assessoramento em órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta

municipal, estadual ou federal, período no qual o estágio probatório ficará suspenso.13

§ 4º – Ao servidor em estágio probatório somente

poderão ser concedidas licenças ou afastamentos previstos nos incisos I, II, III, IV,

VII, VIII e IX do artigo 81 deste Estatuto.

§ 5º – O estágio probatório ficará suspenso nos casos

previstos no § 3º deste artigo e nos incisos I, II, IV, VII,14 VIII e IX do artigo 81 desta

Lei.

Art. 21 – O servidor estável, ao ser nomeado para

outro cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público, é obrigado a

cumprir o estágio probatório neste cargo.15

Art. 22 – As regras relativas ao estágio probatório

aplicam-se a todos os servidores nomeados para cargos de provimento efetivo em

virtude de concurso público, mesmo quando regidos por Estatuto próprio.

SEÇÃO VI

DA ESTABILIDADE

Art. 23 – O servidor, nomeado para cargo de

provimento efetivo em virtude de concurso público, adquirirá estabilidade após 3 (três)

anos de efetivo exercício, observada a condição de aprovação na avaliação especial de

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desempenho por comissão instituída para essa finalidade, na forma de lei

complementar.16

Art. 24 – O servidor público estável só perderá o

cargo:

I – em virtude de sentença judicial transitada em

julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe

seja assegurada ampla defesa;

III – mediante procedimento de avaliação periódica

de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.17

§ 1º – Invalidada por sentença judicial a demissão do

servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,

reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro

cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de

serviço.18

§ 2º – Extinto o cargo ou declarada a sua

desnecessidade, o servidor estável19 ficará em disponibilidade, com remuneração

proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.20

SEÇÃO VII

DA READAPTAÇÃO

Art. 25 – Readaptação é a investidura do servidor

em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha

sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica.

§ 1º – Se julgado incapaz para o serviço público, o

readaptando será aposentado.

§ 2º – A readaptação será efetivada em cargo de

atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência

de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas

atribuições como excedente, até a ocorrência da vaga.

§ 3º – O procedimento de readaptação será

regulamentado por Decreto.

§ 4º – Constatado que os motivos da readaptação

deixaram de existir, o servidor retornará ao cargo de origem, quando viável

administrativamente.

SEÇÃO VIII

DA REVERSÃO

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Art. 26 – Reversão é o retorno à atividade de

servidor aposentado:

I – por invalidez, quando junta médica oficial

declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou

II – no interesse da administração, desde que:

a) tenha solicitado a reversão;

b) a aposentadoria tenha sido voluntária;

c) estável quando na atividade;

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos

anteriores à solicitação;

e) haja cargo vago.

§ 1º – A reversão far–se–á no mesmo cargo ou no

cargo resultante de sua transformação.

§ 2º – O tempo em que o servidor estiver em

exercício será considerado para concessão da aposentadoria.

§ 3º – No caso do inciso I, encontrando–se provido o

cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

§ 4º – O servidor que retornar à atividade por

interesse da Administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria,

a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza

pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.

§ 5º – O servidor de que trata o inciso II somente

terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos

cinco anos no cargo.

§ 6º – O Poder Executivo regulamentará o disposto

neste artigo.

Art. 27 – Não poderá reverter o aposentado que já

tiver completado a idade prevista constitucionalmente para a aposentadoria

compulsória.

SEÇÃO IX

DA REINTEGRAÇÃO

Art. 28 – Reintegração é a reinvestidura do servidor

no cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, quando

invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento

de todas as vantagens.

§ 1º – Na hipótese do cargo ter sido extinto, o

servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto neste Estatuto.

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§ 2º – Encontrando–se provido o cargo, o seu

eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização ou

aproveitado em outro cargo, ou ainda, posto em disponibilidade.

SEÇÃO X

DA RECONDUÇÃO

Art. 29 – Recondução é o retorno do servidor

estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de reintegração do anterior

ocupante.

Parágrafo Único – Na hipótese prevista no caput

deste artigo, encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado

em outro ou posto em disponibilidade.

SEÇÃO XI

DA DISPONIBILIBILIDADE E DO

APROVEITAMENTO

Art. 30 – Extinto o cargo ou declarada a sua

desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração

proporcional21 ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Art. 31 – O retorno à atividade de servidor em

disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições

e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado, conforme disposto em lei.

Parágrafo Único – Será tornado sem efeito o

aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no

prazo legal, salvo comprovação de moléstia incapacitante por junta médica oficial.

CAPÍTULO III

DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 32 – A apuração do tempo de serviço será feita

em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 (trezentos e

sessenta e cinco) dias.22

Art. 33 – Além das ausências ao serviço previstas

em lei, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:

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I – férias;

II – exercício de cargo em comissão ou equivalente

em órgão ou entidade municipal, estadual, distrital e federal;

III – participação em programa de treinamento

regularmente instituído e autorizado ;

IV – desempenho de mandato eletivo federal,

estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;

V – participação em júri e outros serviços

obrigatórios por lei;

VI – licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde, até o limite de

24 (vinte e quatro) meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado

ao Município, em cargo de provimento efetivo;

c) para o desempenho de mandato classista ou

participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por

servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por

merecimento;

d) por motivo de acidente em serviço ou doença

profissional;

e) para capacitação, conforme dispuser o

regulamento;

f ) por convocação para o serviço militar.

Art. 34 – Contar-se-á apenas para efeito de

aposentadoria e disponibilidade:

I – o tempo de serviço público prestado aos

Municípios, Estados, Distrito Federal e União;

II – a licença para tratamento de saúde de pessoa da

família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em período de 12

(doze) meses;

III – a licença para atividade política;

IV – o tempo correspondente ao desempenho de

mandato eletivo municipal, estadual, distrital ou federal, anterior ao ingresso no

serviço público municipal;

V – o tempo de serviço em atividade privada,

vinculada a Previdência Social;

VI – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;

VII – o tempo de licença para tratamento da própria

saúde a que se refere à alínea “b” do inciso VI do artigo 33 deste Estatuto.

§ 1º – O tempo em que o servidor esteve aposentado

será contado apenas para nova aposentadoria.

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§ 2º – É vedada a contagem cumulativa de tempo de

serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou

entidades da administração pública direta e indireta municipal, estadual, distrital ou

federal.

Art. 35 – Para fins de adicionais, gratificações e

licenças computar-se-á exclusivamente o tempo de serviço prestado à administração

pública direta ou indireta do Município de Limeira.

Parágrafo Único – Para fins de licença prêmio

serão computados apenas os últimos 5 (cinco) anos, contados retroativamente a partir

da data de investidura do servidor no cargo.23

CAPÍTULO IV

DA VACÂNCIA

Art. 36 – A vacância do cargo público decorrerá de:

I – exoneração;

II – demissão;

III – aposentadoria;

IV – falecimento;

V – posse em outro cargo inacumulável.

Art. 37 – A exoneração de cargo efetivo dar–se–á a

pedido do servidor ou de ofício.

Parágrafo Único – A exoneração de ofício dar–se–

á:

I – quando o servidor for reprovado no estágio

probatório;24

II – quando, tendo tomado posse, o servidor não

entrar em exercício no prazo estabelecido.

Art. 38 – A exoneração de cargo em comissão dar–

se–á:

I – a juízo da autoridade competente;

II – a pedido do próprio servidor.

CAPÍTULO V

DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO

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Art. 39 – Remoção é o deslocamento do servidor, a

pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, nas seguintes modalidades:

I – de ofício, no interesse da Administração;

II – a pedido, a critério da Administração.

Parágrafo Único – Observados os critérios de

conveniência e oportunidade, a Administração Pública pode remover o servidor, desde

que o ato seja motivado, e desde que o servidor continue exercendo as mesmas

atribuições de seu cargo.25

Art. 40 – Redistribuição é o deslocamento de cargo

de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para

outro órgão ou entidade do mesmo Poder, observados os seguintes preceitos:

I – interesse da Administração;

II – equivalência de vencimentos;

III – manutenção da essência das atribuições do

cargo;

IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e

complexidade das atividades;

V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou

habilitação profissional;

VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo.

Art. 41 – A redistribuição ocorrerá ex officio para

ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive

nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.

Parágrafo Único – Nos casos de reorganização ou

extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no

órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em

disponibilidade, até seu aproveitamento na forma desta Lei.

CAPÍTULO VI

DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 42 – Os servidores investidos em cargo ou

função de direção ou chefia terão substitutos indicados no regimento interno ou, no

caso de omissão, previamente designados pelo Prefeito Municipal ou Presidente de

Autarquia.

§ 1º – O substituto assumirá automática e

cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de

direção ou chefia, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular

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e na vacância do cargo, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles

durante o respectivo período, desde que a substituição se dê por período igual ou

superior a 15 (quinze) dias.

§ 2º – Observados os critérios de conveniência e

oportunidade, a Administração Pública poderá, em caráter provisório, nomear ou

designar servidor titular de cargo de direção ou chefia para exercer, cumulativamente,

cargo de mesma natureza, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um

deles.

TÍTULO II

DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS

CAPÍTULO I

DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO

Art. 43 – Vencimento é a retribuição pecuniária pelo

exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

Art. 44 – Remuneração é o vencimento do cargo

efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.

§ 1º – Os vencimentos dos cargos do Poder

Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.26

§ 2º – É vedada a vinculação ou equiparação de

quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço

público.27

§ 3º – Os acréscimos pecuniários percebidos por

servidor público não serão computados nem acumulados para fim de concessão de

acréscimos ulteriores.28

§ 4º – O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de

cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto na Constituição

Federal.29

§ 5º – A remuneração e o subsídios dos ocupantes de

cargos, funções e empregos públicos da administração direta e indireta municipal e os

proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou

não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão

exceder o subsídio mensal, em espécie, do prefeito.30

Art. 45 – O servidor investido em cargo em

comissão poderá optar entre o vencimento deste ou a remuneração do cargo efetivo.

Art. 46 – A frequência diária dos servidores e

empregados públicos da administração direta e indireta será apurada pelo registro de

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ponto, utilizando-se meios mecânicos, preferencialmente, eletrônicos ou formulário

específico.

Parágrafo Único – É vedado dispensar o servidor

do registro do ponto, salvo os casos previstos em Lei.

Art. 47 – O servidor perderá a remuneração do dia

que faltar ao serviço, sem motivo justificado, e a parcela de remuneração diária,

proporcional aos atrasos e saídas antecipadas.

Art. 4831 – Serão abonadas faltas, até o máximo de

12 (doze) por ano, desde que não excedam de duas por mês, quando o servidor, por

moléstia ou outro motivo relevante, se achar impossibilitado de comparecer ao serviço.

§ 1º – A moléstia deverá ser comprovada por

atestado médico e homologado pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).

§ 2º – Considera-se “motivo relevante”, para os fins

deste artigo, o fato que por sua natureza ou circunstância, principalmente pela

repercussão na esfera pessoal ou no âmbito familiar, possa razoavelmente constituir

escusa do não comparecimento.

§ 3º – O servidor deverá justificar

fundamentadamente sua ausência com antecedência de 5 (cinco) dias.

§ 4º – Não sendo possível observar o prazo

estipulado no parágrafo anterior, o servidor deve justificar fundamentadamente sua

ausência até o primeiro dia no qual comparecer ao serviço, não sendo deferidos

pedidos posteriores.

§ 5º – O indeferimento motivado do pedido de

abono acarreta a perda da remuneração relativa aos dias não trabalhados.

Art. 49 – Salvo por imposição legal, ou mandado

judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.

§ 1º – Mediante autorização do servidor, poderá

haver consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, a critério da

administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento.

§ 2º – Será efetuado o desconto das mensalidades e

contribuições sindicais na folha de pagamento dos servidores sindicalizados, mediante

a relação de associados e cópia da autorização do servidor, apresentadas pelos

sindicatos.

Art. 50 – As reposições e indenizações ao Erário,

com valores atualizados, serão descontadas em parcelas mensais e sucessivas não

excedentes à décima parte da remuneração ou provento, exceto quando houver

autorização expressa do servidor para desconto em percentual maior.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

15

§ 1º – Independentemente do parcelamento previsto

neste artigo, o pagamento e recebimento de quantias indevidas poderão implicar

processo disciplinar para apuração das responsabilidades e aplicação das penalidades

cabíveis.

§ 2º – Quando o pagamento indevido houver

ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita

imediatamente, em uma única parcela, sem prejuízo do Processo Administrativo

Disciplinar.

§ 3º – Na hipótese de valores recebidos em

decorrência de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que

venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição.32

Art. 51 – O servidor em débito com o erário, que for

demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o

prazo de 60 (sessenta) dias para quitar o débito.

Parágrafo Único – A não quitação do débito no

prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.

Art. 52 – O vencimento, a remuneração, o subsídio

e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de

prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

Art. 53 – É assegurada a revisão geral anual da

remuneração dos servidores públicos, através de lei, sem distinção de índices, no mês

de março.

CAPÍTULO II

DOS ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS

SEÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 54 – Os acréscimos pecuniários percebidos por

servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de

acréscimos ulteriores.33

Art. 55 – Além do vencimento, poderão ser

concedidas ao servidor as seguintes vantagens pecuniárias:34

I – indenizações;

II – adicionais; 35

III – gratificações.36

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

16

§ 1º – As indenizações não se incorporam ao

vencimento ou prevento para qualquer efeito.

§ 2º – Os adicionais e as gratificações incorporam-se

ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.

SEÇÃO II

DAS INDENIZAÇÕES

SUBSEÇÃO ÚNICA

DAS DIÁRIAS

Art. 56 – O servidor que, a serviço, afastar-se do

Município em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional,

fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas

extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em

regulamento.

§ 1º – A diária será concedida por dia de

afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite

fora do Município.

§ 2º – Nos casos em que o deslocamento do

Município constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.

Art. 57 – O servidor que receber diárias e não se

afastar do Município, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí–las integralmente,

no prazo de 2 (dois) dias.

Parágrafo Único – Na hipótese de o servidor

retornar ao Município em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento,

restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.

Art. 58 – Os valores das diárias serão fixados por

decreto do Poder Executivo.

SEÇÃO III

DOS ADICIONAIS E DAS GRATIFICAÇÕES

Art. 59 – Além do vencimento e das vantagens

previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes gratificações e

adicionais:

I – gratificação natalina;

II – adicional pelo exercício de atividades

insalubres, perigosas, penosas ou por risco de morte;

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

17

III – adicional pela prestação de serviço

extraordinário;

IV – adicional noturno;

V – adicional de férias;

VI – gratificação por encargo de curso ou concurso;

VII – adicional por tempo de serviço e sexta parte;

VIII – salário-família;

IX – gratificação por exercício de função.

SUBSEÇÃO I

DA GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 60 – A gratificação natalina corresponderá a

1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por

mês de exercício no respectivo ano, sendo que a fração igual ou superior a 15 (quinze)

dias de trabalho será havida como mês integral.37

§ 1º – A gratificação natalina será paga em duas

parcelas, sendo a primeira paga até 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de

dezembro do ano correspondente.

§ 2º – A primeira parcela da gratificação natalina,

desde que requerida pelo servidor, será paga no gozo das férias, a partir do mês de

fevereiro, ou em outro momento, neste caso, a critério da Administração.

§ 3º – O pagamento da primeira parcela se fará

tomando por base a remuneração do mês em que ocorrer o pagamento.

§ 4º – A segunda parcela será calculada com base na

remuneração em vigor no mês de dezembro, abatida a importância da primeira parcela,

respeitadas as disposições do caput deste artigo.

Art. 61 – Caso o servidor deixe o serviço público

municipal, a gratificação natalina ser–lhe–à paga proporcionalmente ao número de

meses de exercício no ano, com base na remuneração do mês em que ocorrer a

exoneração, demissão ou aposentadoria.

SUBSEÇÃO II

DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE,

PERICULOSIDADE, PENOSIDADE E POR

RISCO DE MORTE

Art. 62 – Os servidores que trabalhem com

habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas,

radioativas ou com risco de morte fazem jus a um adicional sobre o vencimento do

cargo efetivo.

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DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

18

§ 1º – O servidor que fizer jus aos adicionais

previstos no caput deste artigo deverá optar por um deles, não sendo acumuláveis estas

vantagens.

§ 2º – O direito ao adicional previsto no caput deste

artigo cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que derem causa a sua

concessão.

Art. 63 – Haverá permanente controle da atividade

de servidores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.

§ 1º – A servidora gestante ou lactante, enquanto

durar a gestação e a lactação, será afastada das operações e locais previstos neste

artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não perigoso.

§ 2º – Os locais de trabalho e os servidores que

operam com raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle

permanente, de modo que as doses de radiação ionizantes não ultrapassem o nível

máximo previsto na legislação própria.

Art. 64 – Na concessão dos adicionais de atividades

penosas, de insalubridade, de periculosidade e por risco de morte, serão observadas as

situações estabelecidas em legislação específica.

SUBSEÇÃO III

DO ADICIONAL POR SERVIÇO

EXTRAORDINÁRIO

Art. 65 – O serviço extraordinário será remunerado

com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 66 – Somente será permitido serviço

extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite

máximo de 2 (duas) horas por jornada, podendo ser prorrogado por igual período, se o

interesse público exigir, precedido de autorização do Secretário da pasta que justificará

o fato.

Art. 67 – Poderá ser dispensado o acréscimo de

remuneração se, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente

diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à

soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite

máximo de 10 (dez) horas diárias.38

SUBSEÇÃO IV

DO ADICIONAL NOTURNO

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

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19

Art. 68 – O serviço noturno, prestado em horário

compreendido entre vinte e duas horas de um dia e cinco horas do dia seguinte, terá o

valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando–se cada hora como

cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

Parágrafo Único – Em se tratando de serviço

extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração

prevista no artigo 65.

SUBSEÇÃO V

DO ADICIONAL DE FÉRIAS

Art. 69 – Independentemente de solicitação, será

pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço)

da remuneração do período das férias.

Parágrafo Único – No caso de o servidor exercer

função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a

respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

SUBSEÇÃO VI

DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE

CURSO OU CONCURSO

Art. 70 – A Gratificação por Encargo de Curso ou

Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:

I – atuar como instrutor em curso de formação, de

desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da

administração pública municipal;

II – participar da logística de preparação e de

realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação,

supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem

incluídas entre as suas atribuições permanentes;

III – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar

provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.

§ 1º – Os critérios de concessão e os limites da

gratificação de que trata este artigo serão fixados em regulamento.

§ 2º - A gratificação por encargo de curso ou

concurso somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo

forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular,

devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a

jornada de trabalho.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

20

§ 3º - A gratificação por encargo de curso ou

concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e

não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens,

inclusive, para fins de cálculos dos proventos da aposentadoria e das pensões.

SUBSEÇÃO VII

DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO E

SEXTA PARTE

Art. 71 – O adicional por tempo de serviço é devido

ao servidor titular de cargo efetivo, à razão de 5% (cinco por cento) do vencimento de

seu cargo, a cada quinquênio de efetivo exercício, contínuo ou não, no serviço público

municipal.

§ 1º – O adicional de que trata este artigo se

incorpora para todos os efeitos legais.

§ 2º – É vedado calcular os adicionais por tempo de

serviço de forma cumulativa.

§ 3º – O servidor fara jus ao adicional por tempo de

serviço a partir do mês em que completar o tempo de serviço exigido.

§ 4º – Se o servidor titular de cargo efetivo estiver

exercendo cargo de provimento em comissão a vantagem será calculada sobre o

vencimento de seu cargo efetivo.

Art. 72 – O servidor titular de cargo efetivo que

completar 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público municipal perceberá

o equivalente à sexta parte do vencimento de seu cargo efetivo.

§1º – O adicional de que trata este artigo se

incorpora para todos os efeitos legais.

§ 2º – É vedado calcular o adicional de que trata este

artigo sobre outras vantagens devidas ao servidor.

§ 3º – O servidor fara jus ao adicional por tempo de

serviço a partir do mês em que completar o tempo de serviço exigido.

§ 4º – Se o servidor titular de cargo efetivo estiver

exercendo cargo de provimento em comissão a vantagem será calculada sobre o

vencimento de seu cargo efetivo.

Art. 73 – O tempo de serviço prestado anteriormente

à vigência desta Lei será computado para efeito da concessão dos adicionais previstos

nesta Subseção.

SUBSEÇÃO VIII

DO SALÁRIO-FAMÍLIA

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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

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DE LIMEIRA – S.P.)

21

Art. 74 – O salário-família será pago ao servidor

ativo ou inativo de baixa renda,39 por dependente econômico, nos termos de

regulamentação própria.

§ 1º– Consideram-se dependentes econômicos para

efeito de percepção de salário-família:

I – o filho até 18 (dezoito) anos de idade, que não

exerça atividade remunerada e nem tenha renda própria;

II – o filho até 24 (vinte e quatro) anos, matriculado

em curso de nível superior, desde que não tenha renda própria;

II – o filho inválido ou mentalmente incapaz, de

qualquer idade, sem renda própria.

§ 2º – Equipara-se a filho,40 para fins de concessão

do salário-família, o enteado com idade até 18 (dezoito) anos e o menor de até 18

(dezoito) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às expensas

do servidor ou inativo.41

§ 3º – Não se configura a dependência econômica

quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de

qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou

superior ao salário–mínimo.42

§ 4º – Quando o pai e mãe forem servidores públicos

municipais e viverem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando

separados, será pago a um ou outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.

§ 5º – O valor do salário-família será pago a partir

do mês em que for deferido o pedido.43

§ 6º – O responsável pelo recebimento do salário-

família deverá apresentar, no ato do requerimento, toda documentação comprobatória

do enquadramento nos requisitos desta Lei, responsabilizando-se por informar

imediatamente qualquer alteração referente ao dependente.

Art. 75 – O servidor ativo ou inativo que percebe

salário-família até a data da publicação desta Lei, não será alcançado pela alteração da

regra introduzida por este Estatuto.

Art. 76 – O salário-família não está sujeito a

qualquer forma de tributação, nem servirá de base para qualquer contribuição,

inclusive para previdência social.

Art. 77 – Todo aquele que, por ação ou omissão, der

causa a pagamento indevido de salário-família ficará obrigado à sua restituição, sem

prejuízo das demais cominações legais.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

22

SUBSEÇÃO IX

DA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE

FUNÇÃO DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO

Art. 78 – Ao servidor ocupante de cargo efetivo

investido em função de direção, chefia e assessoramento, é devido gratificação por seu

exercício, conforme definido em lei específica.

Art. 79 – Lei específica a remuneração dos cargos

em comissão.

Art. 80 – O exercício de função gratificada ou de

cargo em comissão só assegurará ao servidor o direito ao seu recebimento durante o

período em que estiver exercendo o cargo ou a função.

CAPÍTULO III

DAS LICENÇAS E AFASTAMENTOS44

SEÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 81 – Conceder–se–á ao servidor licença:

I – para tratamento de saúde;

II – por motivo de doença em pessoa da família;

III – para o serviço militar;

IV – para atividade política;

V – para tratar de interesse particular;

VI – para desempenho de mandato classista;45

VII – para exercício de mandato eletivo;

VIII – à gestante, à adotante e licença-paternidade;

IX – por acidente em serviço;

X – prêmio.

§ 1º – O servidor não poderá permanecer em licença

da mesma espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos

dos incisos I, III, V, VI, VII e IX.

§ 2º – É vedado o exercício de atividade

remunerada, durante o período da licença prevista nos incisos I, II, VIII e IX do caput

deste artigo.

§ 3º – A licença prevista no inciso II do caput será

precedida de comprovação de parentesco e atestado médico homologado na Divisão de

Medicina do Trabalho (DMT).

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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

23

Art. 82 – A licença concedida dentro de 60

(sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como

prorrogação.

Parágrafo Único – O pedido de prorrogação deverá

ser apresentado até 5 (cinco) dias antes de finda a licença.

SEÇÃO II

DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE

SAÚDE

Art. 83 – A licença para tratamento de saúde será

concedida ao servidor, a pedido ou de ofício, sem prejuízo da remuneração a que fizer

jus, mediante perícia médica realizada pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).

Parágrafo Único – Para efeito de férias, o período

de afastamento para tratamento de saúde, será considerado como de efetivo exercício

até o limite de 24 (vinte e quatro meses), cumulativo ao longo do tempo de serviço

público prestado ao Município, em cargo de provimento efetivo.

Art. 84 – A normatização da concessão de licença

para tratamento de saúde será de responsabilidade da Divisão de Medicina do Trabalho

(DMT) e autorizada por instruções expedidas pela Secretaria Municipal de

Administração.

§ 1º – Quando necessária, a inspeção médica será

realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar

internado.

§ 2º – Constatada a necessidade de avaliação com

outras especialidades médicas, a Divisão de Medicina do Trabalho (DMT)

encaminhará o servidor para a rede conveniada ou pública, de acordo com instruções

expedidas pela Secretaria Municipal de Administração.

§ 3º – Inexistindo médico de órgão oficial no local

onde se encontrar o servidor, será aceito atestado passado por médico particular, que

deverá ser homologado pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).

Art. 85 – Findo o prazo da licença para tratamento

de saúde, o servidor será submetido a nova inspeção médica, que concluirá pela volta

ao serviço, pela prorrogação da licença, pela readaptação ou pela aposentadoria.

Art. 86 – O atestado e o laudo da junta médica

deverão estar de acordo com os preceitos médicos legais, sendo vedado que contradiga

o Código de Ética Médica quanto ao sigilo profissional.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

24

SEÇÃO III

DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA

EM PESSOAS DA FAMÍLIA

Art. 87 – Poderá ser concedida licença ao servidor

por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou

madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu

assentamento funcional, mediante comprovação da Divisão de Medicina do Trabalho

(DMT).

§ 1º – A licença somente será deferida se a

assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada

simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, o

que deverá ser apurado através de acompanhamento social, pela Divisão de Medicina

do Trabalho (DMT).

§ 2º – A licença de que trata o caput deste artigo,

poderá ser concedida, a cada período de 12 (doze) meses, sem prejuízo da

remuneração do cargo, por até 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogada por igual

período, mediante parecer da Divisão de Medicina do Trabalho (DMT), e, excedendo

estes prazos, sem remuneração, por até 90 (noventa) dias.46

§ 3º - O início do interstício de 12 (doze) meses será

contado a partir da data do deferimento da primeira licença por motivo de doença em

pessoa da família.47

SEÇÃO IV

DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR

Art. 88 – Ao servidor convocado para o serviço

militar será concedida licença, na forma e condições previstas em lei.

Parágrafo Único – Concluído o serviço militar, o

servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

SEÇÃO V

DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA

Art. 89 – O servidor terá direito a licença, sem

remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha, em convenção

partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura

perante a Justiça Eleitoral.

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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

25

§ 1º – O servidor candidato a cargo eletivo na

localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia,

assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado conforme o que

dispuser Legislação Eleitoral.

§ 2º – A partir do registro da candidatura e até o

décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os

vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de 3 (três) meses.

§ 3º – O disposto neste artigo não se aplica aos

ocupantes de cargo exclusivamente em comissão.

SEÇÃO VI

DA LICENÇA PARA TRATAR DE

INTERESSES PARTICULARES

Art. 90 – A critério da Administração, poderá ser

concedida uma única vez ao servidor efetivo, desde que não esteja em estágio

probatório, licença para tratar de assuntos particulares, pelo prazo de até 3 (três) anos

consecutivos, sem remuneração.

§ 1º – O afastamento, quando concedido, iniciar-se-á

na data de seu deferimento.

§ 2º – A licença poderá ser interrompida, a qualquer

tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço público.

§ 3º – Serão pagos, de forma proporcional, os

valores correspondentes a férias e gratificação natalina quando se iniciar a licença de

que trata o caput deste artigo, iniciado-se novo período aquisitivo de férias e licença

prêmio quando de seu efetivo retorno ao exercício do cargo.

§ 4º – Cancelada a licença, o servidor terá até 30

(trinta) dias para retornar ao exercício, após notificação e/ou divulgação pública do

ato.

Art. 91 – Ao servidor nomeado exclusivamente em

comissão não se concederá, nessa qualidade, licença para tratar de interesses

particulares.

Art. 92 – Não será concedida licença para tratar de

interesses particulares ao servidor nomeado ou removido, antes de assumir o exercício

do cargo.

Art. 93 – É vedado ao servidor em gozo de licença

para tratar de interesse particular ser investido em outro cargo, função ou emprego

público, inclusive cargo comissionado.

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SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

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26

Parágrafo Único – A inobservância da vedação

prevista no caput deste artigo caracteriza acumulação indevida.48

SEÇÃO VII

DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE

MANDATO CLASSISTA

Art. 94 – É assegurado ao servidor estável o direito

a licença, com remuneração, para o desempenho de mandato em confederação,

federação, associação de classe de âmbito nacional ou sindicato representativo da

categoria ou entidade fiscalizadora da profissão, desde que nada receba do órgão no

qual desempenhe o mandato.

§ 1º – Somente serão licenciados os servidores

eleitos para cargos de direção ou representação nas entidades elencadas no caput até o

máximo de 3 (três) por entidade, desde que as entidades estejam cadastradas no órgão

competente.

§ 2º – A licença terá duração idêntica a do mandato

do servidor, podendo ser renovada, no caso de reeleição.

§ 3º – O servidor efetivo ocupante de cargo em

comissão ou função gratificada e o empregado público serão desincompatibilizados

dos respectivos cargos ou funções, quando empossarem–se nos mandatos de que trata

este artigo, sem prejuízo dos vencimentos dos cargos ou funções de origem.

SEÇÃO VIII

DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE

E LICENÇA-PATERNIDADE

Art. 95 – Será concedida licença à servidora

gestante por 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.

§ 1º – A licença poderá ter início no primeiro dia do

9º (nono) mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica e homologada

pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).

§ 2º – No caso de nascimento prematuro, a licença

terá início a partir do parto.

§ 3º – No caso de natimorto ou do falecimento do

recém–nascido durante o período da licença maternidade, decorridos 30 (trinta) dias

do evento, a servidora será submetida a exame médico de retorno ao trabalho, de

acordo com a normatização referida no artigo 84 deste Estatuto.

§ 4º – No caso de aborto, atestado por médico e

homologado por médico da Divisão de Medicina do Trabalho (DMT), a servidora terá

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

27

direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado, submetendo-se a exame médico de

retorno ao trabalho, de acordo com a normatização referida no artigo 84 deste Estatuto.

§ 5º – Durante a licença, a servidora que exercer

qualquer atividade remunerada ou mantiver a criança em creche ou organização

similar poderá responder administrativamente nos termos deste Estatuto.

Art. 96 – Pelo nascimento ou adoção de filhos, o

servidor terá direito à licença–paternidade de 5 (cinco) dias, contados da data do

nascimento.49

Art. 97 – À servidora que adotar ou obtiver guarda

judicial de criança de até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de

licença remunerada.

§ 1º – No caso de adoção ou guarda judicial de

criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata o caput deste artigo será

de 30 (trinta) dias.50

§ 2º – A servidora deverá requerer a licença de que

trata este artigo à autoridade competente, no prazo máximo de 15 (quinze) dias a

contar da expedição do termo de adoção ou do termo de guarda para fins de adoção.

§ 3º – O requerimento de que trata o § 2º deste artigo

deverá estar instruído com as provas necessárias à verificação dos requisitos para a

concessão da licença, na forma requerida.

§ 4º – A inobservância do previsto nos §§ 2º e 3º

deste artigo, implicará no indeferimento do pedido de licença.

§ 5º – O período da licença de que trata este artigo

será considerado de efetivo exercício para todos os efeitos.

SEÇÃO IX

DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE

MANDATO ELETIVO

Art. 98 – Ao servidor público municipal da

administração direta e indireta, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as

seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual

ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado

do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de Vereador, havendo

compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função,

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

28

sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será

aplicada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afastamento para

o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os

efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso

de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.51

Parágrafo Único – É vedada a transferência “de

ofício” de servidor investido em mandato eletivo municipal pelo tempo de duração de

seu mandato.

SEÇÃO X

DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO

Art. 99 – Será licenciado, com remuneração

integral, o servidor acidentado em serviço.

Art. 100 – Configura acidente em serviço o dano

físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente,

com as atribuições do cargo exercido.

Parágrafo Único – Equipara–se ao acidente em

serviço o dano:

I – decorrente de agressão sofrida e não provocada

pelo servidor no exercício do cargo;

II – sofrido no percurso da residência para o trabalho

e vice–versa.

Art. 101 – As despesas do tratamento em instituição

de referência definidas pela Divisão de Medicina do Trabalho (DMT), nos casos de

acidente em serviço, correrão por conta de recursos públicos.

Parágrafo Único – O tratamento recomendado por

junta médica oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quando

inexistirem meios adequados em instituição pública.

Art. 102 – A comunicação de acidente em serviço

deverá ser feito à Divisão de Medicina do Trabalho (DMT) no prazo de até 24 horas

após o evento.

§ 1º – O servidor que apresente indícios de lesões

orgânicas ou funcionais relacionadas ao trabalho, requererá perícia médica pela

Divisão de Medicina do Trabalho (DMT).

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DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

29

§ 2º – A análise, investigação e conclusão, para

prova de acidente em serviço será de responsabilidade da Divisão de Medicina do

Trabalho (DMT).

SEÇÃO XI

DA LICENÇA PRÊMIO

Art. 103 – Após cada quinquênio ininterrupto de

exercício, o servidor efetivo fará jus a 3 (três) meses de licença, a título de prêmio por

assiduidade, com a remuneração do cargo que estiver exercendo na época em que

pleitear.

Parágrafo Único – Os períodos de licença prêmio já

adquiridos e não gozados pelo servidor que vier a falecer serão convertidos em

pecúnia, em favor de seus beneficiários da pensão.

Art. 104 – Não se concederá licença–prêmio ao

servidor que, no período aquisitivo:

I – sofrer penalidade disciplinar de suspensão;

II – afastar–se do cargo em virtude de:

a) licença para tratar de interesses particulares;

b) licença por motivo de doença em pessoa da

família, desde que sem remuneração;

c) condenação a pena privativa de liberdade por

sentença transitada em julgado.

Parágrafo Único – Para a aferição do direito a

licença prêmio do servidor que desempenhe mandato sindical, nos mesmos moldes do

servidor em exercício regular, será obrigatória apresentação de relatório que comprove

a assiduidade, fornecido pelo órgão onde exerça o mandato.

Art. 105 – Para fins de licença prêmio, não se

consideram interrupção de exercício:

I – os afastamentos enumerados no artigo 33 desta

Lei;

II – as faltas abonadas e os dias de licença a que se

referem os incisos I e II do artigo 81 desta Lei, desde que o total das ausências não

exceda o limite máximo de 30 (trinta) dias, no período de 5 (cinco) anos.

Art. 106 – O número de servidores em gozo

simultâneo de licença prêmio não poderá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da

respectiva unidade administrativa do órgão ou entidade.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

30

Art. 107 – Ao servidor com direito à licença prêmio

é facultado52 ter o total de sua licença convertida em benefício pecuniário, na ocasião

em que pleitear a vantagem, sem qualquer desconto.

Parágrafo Único – Ao servidor é assegurado o

direito de pleitear o benefício em gozo ou pecúnia, desde que cada parcela não seja

inferior a 15 (quinze) dias.

CAPÍTULO IV

DAS FÉRIAS

Art. 108 – O servidor fará jus a 30 (trinta) dias de

férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de 2 (dois) períodos, no caso de

necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.

§ 1º – Para o primeiro período aquisitivo de férias

serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

§ 2º – Após cada período de 12 (doze) meses de

exercício, o servidor terá direito a férias, na seguinte proporção:

I – 30 (trinta) dias, quando não tiver mais de 5

(cinco) faltas;

II – 24 (vinte e quatro) dias, quando tiver de 6 (seis)

a 14 (quatorze) faltas;

III – 18 (dezoito) dias, tiver de 15 (quinze) a 23

(vinte e três) faltas;

IV – 12 (doze) dias, quando tiver de 24 (vinte e

quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.

§ 3º – O servidor não terá direito à férias quando

tiver se afastado por período superior a 6 (seis) meses, de forma continua ou não, em

decorrência da licença prevista no inciso I do artigo 81 desta Lei, ou tiver mais de 32

(trinta e duas) faltas injustificadas.

§ 4º – Iniciar-se-á um novo período aquisitivo

quando do retorno do servidor ao exercício, no caso do afastamento, por período

superior a 6 (seis) meses, em decorrência da licença prevista no inciso I do artigo 81

desta Lei.

§ 5º – A escala de férias poderá ser alterada por

autoridade superior, no interesse do serviço público.

§ 6º – As férias poderão ser parceladas em até duas

etapas, de 15 (quinze) dias cada, desde que assim requeridas pelo servidor, e no

interesse da administração pública.53

§ 7º – Em caso de parcelamento, o servidor receberá

o valor adicional previsto no inciso VII do artigo 7º da Constituição Federal quando da

utilização do primeiro período.54

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

31

§ 8º – Durante as férias, o servidor terá direito, além

do vencimento, a todas as vantagens que percebia no momento em que passou a fruí–

las.

§ 9º – É facultado ao servidor converter 1/3 (um

terço) das férias em abono pecuniário, desde que o requeira com, pelo menos, 60

(sessenta) dias de antecedência e haja deferimento da concessão pela autoridade

superior da administração pública municipal.

§ 10 – É vedada a conversão total do período de

férias em pecúnia, salvo nos casos de aposentadoria por invalidez, morte, exoneração,

demissão e de concessão de licença para tratar de interesses particulares.

§ 11 – Haverá indenização proporcional, com base

na remuneração do mês de afastamento ou desligamento, relativa ao período das férias

a que tiver direito o servidor, em caso de exoneração, demissão, aposentadoria, licença

para tratar de assuntos de particular e morte.

§ 12 – As férias somente poderão ser interrompidas

por motivo de calamidade pública, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral,

ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade,

devendo o restante do período interrompido ser gozado de uma só vez até o

vencimento do período aquisitivo seguinte.

§ 13 – Durante o período das Férias, o servidor

poderá ser convocado pela autoridade máxima da Comissão de Sindicância e Processo

Administrativo Disciplinar para todos os atos.

§ 14 – As férias dos servidores lotados na Secretaria

Municipal de Educação, em exercício nas unidades escolares, serão concedidas em

janeiro ou recessos escolares, de acordo com o calendário anual, podendo ser

parceladas, de forma a atender às necessidades pedagógicas e administrativas do

estabelecimento.

Art. 109 – Dos dias de férias a que o servidor tiver

direito, será reduzido 1 (um) dia para cada 3 (três) dias que o servidor gozar da licença

a que se refere o inciso II do art. 81, limitada a redução a 10 (dez) dias.

Art. 110 – O servidor ocupante do cargo de técnico

de radiologia, que opera direta e permanentemente com raios X ou substâncias

radioativas gozará, obrigatoriamente, de 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por

semestre de atividade profissional, proibida, em qualquer hipótese, a acumulação.

§ 1º – O adicional de férias, em relação a cada

período de afastamento previsto no caput deste artigo, será calculado sobre a

remuneração normal do mês, proporcional aos dias usufruídos em cada semestre.55

§ 2º – O servidor enquadrado na hipótese do caput

deste artigo não poderá exercer a faculdade prevista no § 9º do artigo 108 desta Lei.

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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

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32

Art. 111 – Independentemente de solicitação será

pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional de 1/3 (um terço) de

remuneração correspondente ao período de férias.

Parágrafo único - No caso do servidor exercer

função de direção, chefia ou assessoramento ou ocupar cargo em comissão, a

respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

Art. 112 – Para efeito de remuneração de férias e

gratificação natalina, os servidores municipais terão direito a perceber o valor

adicional equivalente a média de horas extras trabalhadas no período aquisitivo, bem

como do adicional noturno.

CAPÍTULO V

DAS CONCESSÕES

Art. 113 – Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor

ausentar–se do serviço:

I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;

II – pelo período comprovadamente necessário para

alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois)

dias;56

III – por 7 (sete) dias consecutivos em razão de:

a) casamento;

b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,

madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela, irmãos, avós e

netos;

IV – por 2 (dois) dias consecutivos em razão de

falecimento de sogro ou sogra.

Art. 114 – Poderá ser concedido horário especial ao

servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o

da repartição, sem prejuízo do exercício e do cargo.

§ 1º– Para efeito do disposto neste artigo será

exigida a compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada

a duração semanal do trabalho.

§ 2º – Também será concedido horário especial ao

servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica

oficial, independentemente de compensação de horário.

§ 3º – As disposições do parágrafo anterior são

extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência

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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

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33

física, exigindo–se, porém, neste caso, a compensação de horário até o mês

subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata.

Art. 115 – O servidor efetivo, ainda que em estágio

probatório,57 poderá ser cedido mediante requisição para ter exercício em órgão ou

entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas

seguintes hipóteses:

I – para exercício de cargo em comissão ou função

gratificada;

II – em casos previstos em leis específicas.

Parágrafo Único – Na hipótese de inciso I deste

artigo, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade requisitante.

Art. 116 – O servidor estável poderá ausentar–se do

Município para estudo, com prejuízo de seus vencimentos, desde que autorizado pelo

Prefeito Municipal.

Parágrafo Único – A ausência de que trata este

artigo não excederá de 4 (quatro) anos e, findo o período, somente decorrido outro

igual será permitida nova ausência para estudo, ou concedida licença para tratar de

interesse particular.

CAPÍTULO VI

DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE

Art. 117 – A assistência à saúde do servidor ativo ou

inativo e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odontológica,

psicológica e farmacêutica, prestada na forma de legislação específica.

CAPÍTULO VII

DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 118 – É assegurado ao servidor o direito de

requerer aos poderes públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.

Art. 119 – O requerimento será dirigido à autoridade

competente para decidi–lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver

imediatamente subordinado o requerente

Art. 120 – Cabe pedido de reconsideração à

autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo

ser renovado.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

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(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

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34

Parágrafo Único – O requerimento e o pedido de

reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo

de 15 (quinze) dias e decididos no prazo de 30 (trinta) dias.

Art. 121 – Caberá recurso:

I – do indeferimento do pedido de reconsideração;

II – das decisões sobre os recursos sucessivamente

interpostos.

§ 1º – O recurso será dirigido à autoridade

imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e,

sucessivamente em escala ascendente, às demais autoridades.

§ 2º – O recurso será encaminhado por intermédio

da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 122 – O prazo para interposição de pedido de

reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da

ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

Art. 123 – O recurso poderá ser recebido com efeito

suspensivo, a juízo da autoridade competente.

Parágrafo Único – Em caso de provimento do

pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato

impugnado.

Art. 124 – O direito de requerer prescreve:

I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e

de cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou que afetem interesse patrimonial e

créditos resultantes das relações de trabalho;

II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos,

salvo quando outro prazo for fixado em lei.

§ 1º – O prazo de prescrição será contado da data da

publicação do ato impugnado ou da data da ciência, pelo interessado, quando o ato não

for publicado.

§ 2º – Caso o interessado não compareça para

ciência do ato, no prazo de 5 (cinco) dias, deverá a autoridade competente encaminhar

o ato impugnado para publicação.

Art. 125 – O pedido de reconsideração e o recurso,

quando cabíveis, interrompem a prescrição.

Parágrafo Único – Interrompida a prescrição, o

prazo recomeçará a correr pelo restante, no dia em que cessar a interrupção.

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DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

35

Art. 126 – A prescrição é de ordem pública, não

podendo ser relevada pela Administração.

Art. 127 – Para o exercício do direito de petição, é

assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador

por ele constituído.

Art. 128 – A administração deverá rever seus atos a

qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.

Parágrafo Único – O direito da Administração

anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os servidores

decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada

má–fé, mediante devido processo legal.

Art. 129 – São fatais e improrrogáveis os prazos

estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

TÍTULO III

DO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO I

DOS DEVERES

Art. 130 – São deveres do servidor:

I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do

cargo;

II – ser leal às instituições a que servir;

III – observar as normas legais e regulamentares;

IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando

manifestamente ilegais;

V – atender com qualidade, agilidade, gentileza e

respeito:

a) ao público em geral, prestando as informações

requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa

de direito ou esclarecimento de situação de interesse pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;

VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em

razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de

envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;

VII – zelar pela economia do material e pela

conservação do patrimônio público;

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DE 2014.

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SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

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36

VIII – guardar sigilo sobre assuntos da repartição;

IX – manter conduta compatível com a moralidade

administrativa;

X – ser assíduo e pontual ao serviço;

XI – tratar com cortesia, educação e civilidade as

pessoas;

XII – representar contra a ilegalidade, omissão ou

abuso do poder;

XIII – fazer uso de uniforme e de crachá de

identificação pessoal, quando fornecido e exigido pela Administração;

XIV – fazer uso de vestimenta compatível com a

função exercida;

XV – dar fé a documentos públicos;

XVI – comparecer a eventos, campanhas, cursos,

capacitações, treinamento e reuniões de comissões que integre, quando convocado,

salvo quando dispensado pela chefia.

Parágrafo Único – A representação de que trata o

inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior

àquela contra a qual é formulada, assegurando–se ao representando o direito de defesa.

SEÇÃO I

DAS PROIBIÇÕES

Art. 131 – Ao servidor é proibido:

I – ausentar–se do serviço durante o expediente, sem

prévia autorização do chefe imediato;

II – retirar, sem prévia anuência da autoridade

competente, qualquer documento ou objeto da repartição;

III – recusar fé a documentos públicos;

IV – opor resistência injustificada ao andamento de

documento e processo ou execução de serviço, ou deixar de recebê–los;

V – promover manifestação de apreço ou desapreço

no recinto da repartição;

VI – cometer à pessoa estranha à repartição, fora dos

casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade

ou de seu subordinado;

VII – coagir ou aliciar outro servidor no sentido de

filiação a associação profissional, sindical ou partido político;

VIII – recusar–se a atualizar seus dados cadastrais

quando solicitado;

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37

IX – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou

função gratificada, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

X – valer–se do cargo para lograr proveito pessoal

ou de outrem em detrimento da dignidade da função pública;

XI – participar de gerência ou administração de

sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na

qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

XII – atuar, como procurador ou intermediário, junto

a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou

assistências de parentes até segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XIII – solicitar ou receber propina, comissão,

presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV – proceder de forma desidiosa;

XVI – utilizar de pessoal ou recursos materiais da

repartição em serviços ou atividades particulares;

XVII – cometer a outro servidor atribuições

estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias,

devidamente justificadas;

XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam

incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.

SEÇÃO II

DA ACUMULAÇÃO

Art. 132 – Ressalvados os casos previstos na

Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

§ 1º – A proibição de acumular estende–se a cargos,

empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades

de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos

Municípios.

§ 2º – A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica

condicionada à comprovação da compatibilidade de horários.

§ 3º – Considera–se acumulação proibida a

percepção de vencimento de cargo, emprego ou função pública com proventos da

inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem

acumuláveis na atividade.

§ 4º – O servidor que licenciar–se, sem vencimentos,

de seu cargo, emprego ou função pública não poderá tomar posse em outro cargo,

emprego ou função pública, sem incidir no exercício cumulativo vedado pelo artigo 37

da Constituição Federal.

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Art. 133 – O servidor não poderá exercer mais de

um cargo em comissão, exceto inno caso previsto no parágrafo único do artigo 9º desta

Lei, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.

Art. 134 – O servidor vinculado ao regime desta

Lei, que acumular licitamente 2 (dois) cargos efetivos, quando investido em cargo de

provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na

hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com exercício de um deles,

declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

§ 1º – O servidor que se afastar dos dois cargos que

ocupa poderá optar pela remuneração deles ou pelo vencimento do cargo em comissão.

§ 2º – O servidor que se afastar de um dos cargos

que ocupa poderá optar pela remuneração deste ou pela do cargo em comissão.

SEÇÃO III

DAS RESPONSABILIDADES

Art. 135 – O servidor responde civil, penal e

administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.

Art. 136 – A responsabilidade civil decorre de ato

omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao Erário ou a

terceiros.

§ 1º – A indenização de prejuízo dolosamente

causado ao Erário somente será liquidada na forma prevista neste Estatuto, na falta de

outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º – Tratando–se de dano causado a terceiros,

responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3º – A obrigação de reparar o dano estende–se aos

sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

Art. 137 – A responsabilidade penal abrange os

crimes e contravenções imputados ao servidor, nessa qualidade.

Art. 138 – A responsabilidade civil-administrativa

resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo, emprego ou

função.

Art. 139 – As sanções civis, penais e administrativas

poderão cumular–se, sendo independentes entre si.

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Art. 140 – A responsabilidade administrativa do

servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou

a sua autoria.

Art. 141 – Nenhum servidor poderá ser

responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade

superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade

competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou

improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de

cargo, emprego ou função pública.

SEÇÃO IV

DAS PENALIDADES

Art. 142 – São penalidades disciplinares:

I – advertência;

II – suspensão;

III – demissão;

IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

V – destituição de cargo em comissão;

VI – destituição de função gratificada.

Art. 143 – Na aplicação das penalidades serão

consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela

provirem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os

antecedentes funcionais.

Parágrafo Único – O ato de imposição da

penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

Art. 144 – A advertência será aplicada por escrito,

nos casos de violação de proibição constante no artigo 131, incisos I a IX, e de

inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna,

que não justifique imposição de penalidade mais grave.

Art. 145 – A suspensão será aplicada em caso de

reincidência das faltas punidas com a advertência e de violação das demais proibições

que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de

30 (trinta) dias, sem remuneração.

§ 1º – Será punido com suspensão de 15 (quinze)

dias o servidor que, injustificadamente, recusar–se a ser submetido à inspeção médica

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DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

40

determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez

cumprida a determinação.

§ 2º – Quando houver conveniência para o serviço, a

penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta

por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a

permanecer em serviço.

Art. 146 – As penalidades de advertência e de

suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos

de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período,

praticado nova infração disciplinar.

Parágrafo Único – O cancelamento da penalidade

não surtirá efeitos retroativos.

Art. 147 – A demissão será aplicada nos seguintes

casos:

I – crime contra a Administração Pública;

II – abandono de cargo;

III – inassiduidade habitual;

IV – improbidade administrativa;

V – incontinência pública e conduta escandalosa na

repartição;

VI – insubordinação grave em serviço;

VII – ofensa física, em serviço a servidor ou

particular, salvo em legítima defesa própria ou de defesa de outrem;

VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;

IX – revelação de segredo apropriado em razão do

cargo;

X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do

patrimônio municipal;

XI – corrupção;

XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou

funções públicas;

XIII – transgressão do artigo 131, incisos X a XVIII;

XIV – omissão no exame pré-admissional de

moléstia incapacitante preexistente.

Art. 148 – Detectada a qualquer tempo a

acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade competente

notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no

prazo improrrogável de 10 (dez) dias, contados da data da ciência e, na hipótese de

omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata.

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SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

41

Art. 149 – Será cassada a aposentadoria ou a

disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a

demissão.

Art. 150 – A destituição de cargo em comissão,

exercido por não ocupante de cargo efetivo, será aplicada nos casos de infração sujeita

às penalidades de suspensão e de demissão.

Art. 151 – A demissão ou a destituição de cargo em

comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do artigo 147 implica a

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário, sem prejuízo da ação penal

cabível.

Art. 152 – A demissão ou a destituição de cargos em

comissão, por infringência do artigo 131, incisos X e XII, incompatibiliza o ex–

servidor para nova investidura em cargo público municipal, pelo prazo de 5 (cinco)

anos.

Parágrafo Único – Não poderá retornar ao serviço

público municipal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por

infringência do artigo 142, incisos I, IV, VIII, X e XI.

Art. 153 – Configura abandono de cargo a ausência

intencional do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.

Art. 154 – Entende–se por inassiduidade habitual a

falta ao serviço, sem causa justificada, por 30 (trinta) dias, interpoladamente, durante

o período de 12 (doze) meses.

Art. 155 – Na apuração de abandono de cargo ou

inassiduidade habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se refere

ao artigo 148 desta Lei.

Art. 156 – As penalidades disciplinares serão

aplicadas:

I – pelo Prefeito Municipal, pelo Presidente da

Câmara Municipal e pelo dirigente superior de autarquia ou fundação, quando se tratar

de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao

respectivo Poder, órgão ou entidade;

II – pelas autoridades administrativas de hierarquia

imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso I, quando se tratar de

advertência ou de suspensão;

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

42

III – pela autoridade que houver feito a nomeação,

quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

Art. 157 – A ação disciplinar prescreverá:

I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis

com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em

comissão;

II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à

advertência.

§ 1º – O prazo de prescrição começa a correr da data

em que o fato se tornou conhecido.

§ 2º – Os prazos de prescrição previstos na lei penal

aplicam–se às infrações disciplinares capituladas também como crime.

§ 3º – A abertura de sindicância ou a instauração de

processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por

autoridade competente.

§ 4º – Interrompido o curso da prescrição, o prazo

começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

CAPÍTULO II

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR

Art. 158 – O processo disciplinar é o instrumento

destinado a apurar as responsabilidades do servidor por infração praticada no exercício

de suas atribuições ou que tenha relação mediata com as atribuições do cargo em que

se encontre investido.

Art. 159 – O processo disciplinar será disciplinado

por lei municipal específica, assegurado ao servidor o contraditório e a ampla defesa,

com os meios e recursos a ela inerentes.

Parágrafo Único – Até a edição da lei específica

prevista no caput deste artigo, o processo disciplinar municipal será regido pelos

artigos 143 a 182 da Lei Federal nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.58

TÍTULO IV

DISPOSIÇÒES FINAIS E TRANSITORIAS59

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

43

Art. 160 – O dia do servidor público será

comemorado no dia 28 de outubro.

Art. 161 – Os prazos previstos nesta Lei serão

contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do

vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em

dia em que não haja expediente.

Art. 162 – Por motivo de crença religiosa ou de

convicção filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos

seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do

cumprimento de seus deveres.

Art. 163 – Consideram-se da família do servidor,

além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoais que vivam às suas expensas e constem do

seu assentamento individual.

Parágrafo Único – Equipara-se ao cônjuge a

companheira ou companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.60

Art. 164 – O instrumento de procuração utilizado

para recebimento de direitos ou vantagens de servidor terá validade por 12 (doze)

meses, devendo ser substituído depois de findo esse prazo.

Art. 165 – Para todos os efeitos previstos nesta Lei e

na legislação vigente do Município, os exames de sanidade física e mental serão,

obrigatoriamente, realizados por médico da Divisão de Medicina do Trabalho (DMT)

ou, na sua falta, por médico do quadro de servidores municipais.

§ 1º – Em casos especiais, atendendo à natureza da

enfermidade, a autoridade municipal poderá designar junta médica para proceder ao

exame, dela fazendo parte, obrigatoriamente, médico da Divisão de Medicina do

Trabalho (DMT).

§ 2º – Os atestados médicos concedidos aos

servidores municipais, quando em tratamento fora do município, terão sua validade

condicionada à ratificação posterior por médico da Divisão de Medicina do Trabalho

(DMT).

Art. 166 – Estatuto aplica–se aos servidores da

Câmara Municipal, cabendo ao Presidente desta as atribuições reservadas ao Prefeito

Municipal, quando for o caso.

Art. 167 – A jornada de trabalho nas repartições

municipais será fixada por decreto do Prefeito Municipal, respeitada a duração do

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

44

trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 40 (quarenta) semanais, e

facultada a compensação de horários e a redução da jornada.

Art. 168 – O Prefeito Municipal regulamentará por

decreto, quando necessário, a execução da presente Lei.

Art. 169 – Ficam submetidos ao regime previsto

nesta Lei, os servidores estatutários da Prefeitura, da Câmara Municipal, das

autarquias e das fundações públicas municipais.61

Art. 170 – O Prefeito Municipal remeterá à Câmara

Municipal, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar da data da sua publicação,

projetos de lei sobre matérias constantes desta Lei que necessitem de regulamentação.

Art. 171 – A procuradoria do Município recorrerá

até a última instância judicial em processo cuja decisão seja contrária ao interesse

público, inclusive, quando decorrente da instituição do regime jurídico estatutário.

Parágrafo Único – Excetuam–se da exigência

contida no caput deste artigo, os feitos nos quais reste demonstrada, por manifestação

devidamente fundamentada da autoridade máxima da Secretaria Municipal de

Assuntos jurídicos, de forma inequívoca, a vantajosidade do acordo para a

Administração Pública Municipal.

Art. 172 – Lei municipal fixará as diretrizes dos

planos de carreira para a Administração direta, as autarquias e as fundações

municipais, de acordo com suas peculiaridades.

Art. 173 – O servidor público fará jus à

aposentadoria por tempo de serviço e por invalidez, nos termos da legislação própria;

ou compulsoriamente, ao completar 70 (setenta) anos de idade.

Art. 174 – Será computado para fins de adicional

por tempo de serviço e sexta parte o período em que o servidor prestou serviços à

municipalidade como Patrulheiro Mirim, ainda que sem vínculo empregatício, desde

que devidamente comprovado pelos órgãos municipais.

Art. 175 – Ao Estatuto do Magistério e ao da

Guarda Civil Municipal aplicam–se subsidiariamente às disposições desta Lei, naquilo

que couber.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

45

Art. 176 – Os pedidos protocolados até a publicação

desta Lei serão analisados em conformidade com o disposto na Lei Complementar nº

41, de 20 de junho de 1991.

Art. 177 – Esta Lei entrará em vigor na data de sua

publicação, revogando–se as disposições em contrário, especialmente a Lei

Complementar nº 41, de 20 de junho de 1991.

PAÇO MUNICIPAL DE LIMEIRA, aos dias do

mês de setembro do ano de dois mil e catorze.

PAULO CEZAR JUNQUEIRA HADICH

Prefeito Municipal

PUBLICADO no Gabinete do Prefeito Municipal

de Limeira, aos dias do mês de junho do ano de dois mil e catorze.

MARCO AURÉLIO MAGALHÃES FARIA

JUNIOR

Chefe de Gabinete

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

46

JUSTIFICATIVAS E FUNDAMENTOS

SECRETARIA DE ASSUNTOS JURÍDICOS

1 A Constituição Federal de 1988 substituiu a expressão “funcionário público” por “servidor

público” (artigos 39 s. – DI PIETRO, Sylvia Zanela. Servidores públicos na Constituição de

1988. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2014. p 8).

2 A Lei nº 10.406/02 (Código Civil) substituiu a expressão “pessoa física” por “pessoa

natural”.

3 Artigo 37, I, CF/88.

4 Há de se observar que a Constituição Federal não previu a reserva de cargos para minorias

raciais, como previu para pessoas portadoras de deficiência, o que, obviamente, não impede

que a reserva se dê no âmbito da legislação municipal. Todavia, há grande controvérsia sobre

a possibilidade de se estender aos cargos comissionados e funções de confiança, sendo que a

própria legislação federal não estabeleceu tais reservas:

LEI Nº 12.990, DE 9 DE JUNHO DE 2014

Reserva aos negros 20% (vinte por

cento) das vagas oferecidas nos

concursos públicos para

provimento de cargos efetivos e

empregos públicos no âmbito da

administração pública federal, das

autarquias, das fundações públicas,

das empresas públicas e das

sociedades de economia mista

controladas pela União.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas

oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos

públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das

fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista

controladas pela União, na forma desta Lei.

§ 1o A reserva de vagas será aplicada sempre que o número de vagas

oferecidas no concurso público for igual ou superior a 3 (três).

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

47

§ 2o Na hipótese de quantitativo fracionado para o número de vagas

reservadas a candidatos negros, esse será aumentado para o primeiro número

inteiro subsequente, em caso de fração igual ou maior que 0,5 (cinco décimos), ou

diminuído para número inteiro imediatamente inferior, em caso de fração menor

que 0,5 (cinco décimos).

§ 3o A reserva de vagas a candidatos negros constará expressamente dos

editais dos concursos públicos, que deverão especificar o total de vagas

correspondentes à reserva para cada cargo ou emprego público oferecido.

Art. 2o Poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles

que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público,

conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE.

Parágrafo único. Na hipótese de constatação de declaração falsa, o

candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à

anulação da sua admissão ao serviço ou emprego público, após procedimento

administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa,

sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Art. 3o Os candidatos negros concorrerão concomitantemente às vagas

reservadas e às vagas destinadas à ampla concorrência, de acordo com a sua

classificação no concurso.

§ 1o Os candidatos negros aprovados dentro do número de vagas oferecido

para ampla concorrência não serão computados para efeito do preenchimento das

vagas reservadas.

§ 2o Em caso de desistência de candidato negro aprovado em vaga

reservada, a vaga será preenchida pelo candidato negro posteriormente

classificado.

§ 3o Na hipótese de não haver número de candidatos negros aprovados

suficiente para ocupar as vagas reservadas, as vagas remanescentes serão

revertidas para a ampla concorrência e serão preenchidas pelos demais candidatos

aprovados, observada a ordem de classificação.

Art. 4o A nomeação dos candidatos aprovados respeitará os critérios de

alternância e proporcionalidade, que consideram a relação entre o número de

vagas total e o número de vagas reservadas a candidatos com deficiência e a

candidatos negros.

Art. 5o O órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica

de que trata o § 1o do art. 49 da Lei no 12.288, de 20 de julho de 2010, será

responsável pelo acompanhamento e avaliação anual do disposto nesta Lei, nos

moldes previstos no art. 59 da Lei no 12.288, de 20 de julho de 2010.

Art. 6o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e terá vigência

pelo prazo de 10 (dez) anos.

Parágrafo único. Esta Lei não se aplicará aos concursos cujos editais já

tiverem sido publicados antes de sua entrada em vigor.

Brasília, 9 de junho de 2014; 193o da Independência e 126o da República.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

48

DILMA ROUSSEFF

Miriam Belchior

Luiza Helena de Bairros

5 Artigo 2º, Lei nº 12.990/14.

6 Rol do artigo 8º, Lei nº 8.112/90.

7 Deixaram de existir, com a Constituição Federal de 1988, os institutos da readmissão, da

transposição e da reversão, ressalvada, neste último caso, a reversão ex officio, porque, nessa

hipótese, desaparecendo a razão de ser da inatividade, deve o servidor necessariamente

reassumir o cargo, sob pena de ser cassada a aposentadoria. No que tange a ascensão, com a

promulgação da Lei Maior, foi banida do ordenamento jurídico brasileiro, como forma de

investidura em cargo público. Portanto, estão abolidas as formas de investidura que

representem ingresso em carreira diferente daquela para a qual o servidor ingressou por

concurso e que não são, por isso mesmo, inerentes ao sistema de provimento em carreira, ao

contrário do que acontece com a promoção, sem a qual não há carreira, mas, sim, sucessão de

cargos ascendentes.

O STF sumulou entendimento de que “é inconstitucional toda modalidade de

provimento que propicie ao funcionário investir-se, sem prévia aprovação em concurso

público destinado ao seu provimento, encargo que não integra a carreira na qual

anteriormente investido” (Súmula 685) (DI PIETRO, Sylvia Zanella. Servidores públicos

na Constituição de 1988. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2014. p 72-3).

8 A Súmula 686 do STF admite a realização de exame psicotécnico: “Só por lei se pode

sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”. Nesse sentido,

ARNALDO SILVA JÚNIOR leciona que a jurisprudência pátria é pacifica no sentido de que

há legalidade e constitucionalidade na exigência do exame psicotécnico, em determinados

concursos públicos, desde que condicionada a previsão legal, a ampla possibilidade de

recursos contra seu resultado, com critérios unicamente objetivos e, ainda, com divulgação no

edital das regras e formas de aplicação dos testes psicológicos (Dos servidores públicos

municipais. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 47/8).

9 A proposta alude a “ascensão”, sendo que, com a promulgação da Lei Maior, tal instituto foi

banido do ordenamento jurídico brasileiro, como forma de investidura em cargo público.

Portanto, estão abolidas as formas de investidura que representem ingresso em carreira

diferente daquela para a qual o servidor ingressou por concurso e que não são, por isso

mesmo, inerentes ao sistema de provimento em carreira, ao contrário do que acontece com a

promoção, sem a qual não há carreira, mas, sim, sucessão de cargos ascendentes.

10 Redação conforme artigo 71 da CLT.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

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11 A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho consolidou-se no sentido de não

conceder horas extras aos ocupantes de cargo em comissão: EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO. ESCLARECIMENTOS. SERVIDOR PÚBLICO OCUPANTE DE

CARGO EM COMISSÃO OU INVESTIDO EM FUNÇÃO DE CONFIANÇA.

REGIME INTEGRAL DEDICAÇÃO AO SERVIDOR. AUSÊNCIA DE DIREITO A

HORAS EXTRAS. Os vencimentos dos ocupantes de cargos em comissão e das funções de

confiança incluem a remuneração por todos os deveres e atribuições respectivos, entre os

quais o dever de integral dedicação ao serviço, segundo o qual o servidor público ocupante de

tais cargos deve estar à disposição da Administração Pública sempre que for convocado.

Nesses termos, não há galar em remuneração por hora extra para os ocupantes de cargos em

comissão e investidos em função de confiança. Embargos de Declaração acolhidos, tão

somente, para prestar esclarecimento (TST. ED-ROMS 841/2005-000-14-00.3. Tribunal

Pleno. Rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. DJU 28/09/2007. p. 889).

Destarte, os cargos em comissão e as funções gratificadas não conferem a seus

ocupantes as mesmas prerrogativas daqueles servidores detentores de cargos de provimento

efetivo, dada a sua natureza precária e transitória: APELAÇÃO CÍVEL – HORAS EXTRAS

– COBRANÇA. 1. Servidores ocupante de cargo em comissão – Assessor de Gabinete –

Cargo de livre nomeação e exoneração – Cerceamento ao direito de defesa – Inocorrência -

Causa que estava madura para ser conhecida de imediato – Pedido de percepção de horas

extras à jornada normal de trabalho – Inviabilidade – Cargos em comissão que não

conferem a seus ocupantes as mesmas prerrogativas ínsitas aos servidores públicos

titulares de cargos efetivos, dada a sua natureza precária e transitória – Função de

caráter diferenciado, sendo incompatível o controle de horários – Funções de confiança que

não têm o liame com a exigência do cumprimento de jornada fixa, como acontece com os

servidores titulares de cargos de provimento efetivo – Precedentes – Férias – Pedido de

conversão em pecúnia de período não usufruído – Descabimento – Prova em sentido contrário

– Improcedência do pedido – Manutenção da sentença. 2. Recurso não Provido (Apelação

Cível nº 994060817398, 12ª Câmara de Direito Público, TJSP, Rel. Des. Osvaldo de Oliveira,

julgado em 28/04/2010).

12 § 4º, artigo 41, CF/88.

13 MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO chama a atenção para o fato de que “com

relação ao período de 3 anos, é importante realçar que ele somente conta, para fins de

estabilidade, se o servidor se mantiver no efetivo exercício do cargo nesse período. Se ele se

afastar para exercer outra função, esse período não pode ser computado, já que não haveria

como demonstrar que possui as qualidades exigidas para o exercício das funções próprias do

cargo de que é titular” (Servidores públicos na Constituição de 1988. 2 ed. São Paulo:

Atlas, 2014. p 154).

14 O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assentou entendimento de que o exercício de

mandato eletivo suspende o estágio probatório: “Nesse sentido, a Apelação nº 273.345-5/0-

00, 11ª Câmara, Rel. Des. Aroldo Viotti, j. 5.11.07, MC em ADI nº 2534/MG, Rel. Min.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

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Mauricio Côrrea, j. 15.08.02, RMS 9931/PR, Rel. Min. Gilson Dipp, j. 11.09.01 e RMS

23689/RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 18.05.10, cumprindo consignar que

os dois últimos julgados mencionam a necessidade de suspensão da fluência do prazo do

estágio probatório (três anos) durante o período de afastamento. Tal suspensão é mesmo

a solução mais adequada para conciliar os artigos 41 e 38 da Constituição Federal. Fica,

portanto, a observação no sentido de que ela deverá ser aplicada pela Administração (Apelação com Revisão nº 0001473-69-2010.8.26.0390 - Relator(a): Antonio Carlos

Villen; Comarca: Nova Granada; Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Público; Data do

julgamento: 04/03/2013; Data de registro: 05/03/2013). 15 STJ – RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA RMS 20934 SP

2005/0186607-2 (STJ) Data de Publicação: 01/02/2010 – EMENTA: (...). 1. A estabilidade é

adquirida no serviço público, em razão do provimento em determinado cargo público, após a

aprovação no estágio probatório. Não obstante, sempre que o servidor entrar em exercício em

um novo cargo público, mediante aprovação em concurso público, deverá ser submetido ao

respectivo estagio probatório (...).

16 Artigo 41, caput, CF/88.

17 § 1º, artigo 41, CF/88.

18 § 2º, artigo 41, CF/88.

19 STF – Súmula nº 22: “Estágio Probatório – Extinção do Cargo – Proteção do Servidor. O

estágio probatório não protege o servidor contra a extinção do cargo”.

20 § 3º, artigo 41, CF/88. Observar a Súmula 39 do STF: “À falta de lei, servidor em

disponibilidade não pode exigir, judicialmente, o seu aproveitamento, que fica subordinado ao

critério de conveniência da administração”.

21 A proposta de que o servidor em disponibilidade perceba remuneração integral (art. 36)

afronta expressa disposição constitucional, insculpida no § 3º do artigo 41 da Constituição

Federal de 1998.

22 O § 10 do artigo 40 da CF/88, expressamente veda a contagem de tempo de contribuição

fictício: “A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição

fictício” (redação dada pela EC nº 20/98).

23 A proposta de cômputo integral, sem restrições, do tempo de serviço anterior, veiculado

pelo artigo 32 do projeto, cria despesas desarrazoadas e sem previsão o que, s.m.j., afronta a

LRF.

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

51

24 RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO.

SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. REPROVAÇÃO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO.

EXONERAÇÃO. LEGALIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA NÃO

VIOLADOS. NÃO-OCORRÊNCIA DE BIS IN IDEM. REEXAME DO MÉRITO

ADMINISTRATIVO PELO JUDICIÁRIO. NÃO-CABIMENTO. 1. Considerando que a

aquisição de estabilidade no serviço público depende de prévia aprovação em avaliação de

desempenho, é irrelevante que o ato de exoneração de servidor público, de natureza

meramente declaratória, seja posterior ao prazo legal do estágio probatório. Precedentes. 2.

Afasta-se a alegação de cerceamento de defesa se assegurado, no processo administrativo que

resultou na exoneração do servidor, o direito à ampla defesa e ao contraditório. 3. O ato de

exoneração, ao contrário da suspensão, não tem caráter punitivo, mas se baseia no

interesse da Administração na dispensa do servidor que não preenche os requisitos

legais para um bom desempenho do cargo. Não-ocorrência de bis in idem. 4. Compete ao

Poder Judiciário apreciar a legalidade do ato administrativo e a regularidade do processo

administrativo que culminou na exoneração do impetrante, à luz dos princípios do

contraditório e da ampla defesa, sendo vedada qualquer interferência no mérito

administrativo. 5. Recurso ordinário improvido. (RMS 13810 / RN, Rel. Ministra MARIA

THEREZA DE ASSIS MOURA, julgamento em 29/04/2008, publicação DJe 26/05/2008).

25 ARNALDO SILVA JÚNIOR esclarece “o servidor público [municipal] não tem direito a

inamovibilidade, podendo a Administração Pública, visando o interesse público, alterar seu

horário [e local] de trabalho, devendo, contudo, o ato ser devidamente motivado, além de ser

observada a forma estabelecida por lei, sob pena de ilegalidade” (Dos servidores públicos

municipais. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 188).

26 Inciso XIII do artigo 37 da CF/88.

27 Inciso XIII do artigo 37 da CF/88.

28 Inciso XIV do artigo 37 da CF/88.

29 Inciso XV do artigo 37 da CF/88.

30 Inciso XI do artigo 37 da CF/88.

31 A proposta apresentada de “abonada”, s.m.j., é inconstitucional e contrária ao interesse

público, uma vez que, em tese, reveste-se de injustificada ampliação do período de férias com

aumento imediato de despesas para o erário, violando, inclusive, a LRF. Ademais, como

ensina HELY LOPES MEIRELLES, toda vez que se confere uma vantagem ao servidor “deve

fazê-lo na exata medida do interesse público. Vale dizer: as prerrogativas, garantias e

demais vantagens do servidor só se legitimam quando reclamadas pelo serviço público e

não anulem seus requisitos de eficiência, moralidade e aperfeiçoamento. Na concessão

desses benefícios por via constitucional existe uma presunção de imprescindibilidade,

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

52

diante da qual devem curvar-se as entidades estatais; mas, ao concedê-los, a Constituição

subtrai de cada uma delas o poder de disposição sobre a mesma matéria, de modo que lhes

é defeso posterga-los, restringi-los ou ampliá-los” (Direito municipal brasileiro. 17 ed. São

Paulo: Malheiros, 2014. p. 626/7).

32 § 3º do artigo 43 da Lei nº 8.112/90.

33 Inciso XIV do artigo 37 da CF/88.

34 “Vantagens pecuniárias são acréscimos ao vencimento do servidor, concedidas a título

definitivo ou transitório, pela decorrência do tempo de serviço (ex facto temporis), ou pelo

desempenho de suas funções especiais (ex facto officii), ou em razão das condições anormais

em que se realiza o serviço (propter laborem), ou, finalmente, em razão de condições pessoais

do servidor (propter personam). As duas primeiras espécies constituem os adicionais, as duas

últimas formam a categoria das gratificações” (SILVA JÚNIOR, Arnaldo. Dos servidores

públicos municipais. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 138).

35 “Os adicionais são vantagens pecuniárias que a Administração concede aos servidores em

razão do tempo de exercício (adicional de tempo de serviço) ou em face da natureza peculiar

da função, que exige conhecimentos especializados ou um regime próprio de trabalho

(adicionais de função)” (SILVA JÚNIOR, Arnaldo. Dos servidores públicos municipais.

Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 138).

36 “As gratificações são vantagens pecuniárias atribuídas precariamente aos servidores que

estarão prestando serviços comuns da função em condições anormais de segurança

(gratificações de serviço) ou concedidas como ajuda aos servidores que reúnam as condições

pessoais que a lei especifica (gratificações especiais). As gratificações são transitórias e só

serão percebidas enquanto perdurar a prestação dos serviços que as ensejam. É

vantagem que tem o fato gerador nas condições diferenciadas que irá prestar o serviço. Não é

vinculada ao cargo. Por isso, tecnicamente, há uma inversão na praxe de nomenclaturas, ao

denominar o adicional de periculosidade, o adicional noturno e as gratificações de função”

(SILVA JÚNIOR, Arnaldo. Dos servidores públicos municipais. Belo Horizonte: Del Rey,

2009. p. 138/9).

37 Parágrafo Único do artigo 1º do Decreto Federal nº 57.155/65.

38 § 2º do artigo 59 da CLT.

39 A disciplina normativa municipal do salário-família merece os seguintes apontamentos: 1º -

o inciso XII do artigo 7º da CF/88, com a redação dada pela EC 20/98, estabelece que faz jus

ao salário-família apenas e tão-somente o servidor de baixa renda; 2º - a lei municipal vigente

incorre em inconstitucionalidade ao vincular o salário-família a 10% (dez por cento) do

salário mínimo, uma vez que, com base na expressa determinação constitucional é vedada a

LEI COMPLEMENTAR Nº. , DE DE JUNHO

DE 2014.

(DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO

DE LIMEIRA – S.P.)

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vinculação do salário mínimo para qualquer fim. Neste sentido, foi editada a Súmula

Vinculante nº 4 que determina: “Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário

mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor

público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial”; 3º - a proposta de

que seja correspondente a 10% do piso salarial do município, sem quaisquer restrições, além

de elevar demasiadamente as despesas, incorre, s.m.j., nas mesmas restrições da legislação

vigente; 4º - obviamente, como o direito, nos termos atuais, se incorporou ao patrimônio dos

atuais servidores, deverá ser mantido para os servidores que se submetem a atual normativa,

sendo corrigidas as distorções para aqueles que ingressarem no serviço público a partir da

edição da nova lei.

40 Não há como se acolher a sugestão do projeto e que faz alusão a “adotivo”, uma vez que o §

6º do artigo 227 da CF/88 expressamente estabelece que: “os filhos, havidos ou não da relação

do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer

designações discriminatórias relativas à filiação”.

41 O § 4º do artigo 74 da proposta não se justifica, uma vez que foi absorvido pelo § 1º do

mesmo artigo.

42 Artigo 199 da Lei nº 8.112/90.

43 A proposta de que o salário-família corresponda à percentual sobre “piso salarial” se mostra

orçamentária e financeiramente inexeqüível, inclusive, podendo gerar conseqüências no que

tange à Responsabilidade Fiscal.

44 A Constituição Federal de 1988 trata “licença” e “afastamento” como sinônimos (art. 56).

A Lei Federal nº 8112/90, por sua vez, diferencia os motivos que permitem a licença (motivo

de doença em pessoa da família; afastamento do cônjuge ou companheiro; serviço militar;

para atividade política; capacitação; tratar de interesses particulares; desempenho de mandato

classista) dos motivos de afastamento (servir a outro órgão ou entidade; exercício de mandato

eletivo; estudo ou missão no exterior; participação em programa de pós-graduação stricto

sensu).

45 Durante o período de estágio probatório não deverá ser autorizada licença para o

desempenho de mandato classista (§ 4º do artigo 20 da Lei nº 8.112/90).

46 § 2º do artigo 83 da Lei nº 8.112/90.

47 § 3º do artigo 83 da Lei nº 8.112/90.

48 O Tribunal de Contas da União (TCU), após analisar vários casos referentes a essa matéria,

sumulou o entendimento que considera tais hipóteses abrangidas pela vedação constitucional:

Súmula nº 246 – “O fato de o servidor licenciar-se, sem vencimentos, do cargo público ou

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emprego que exerça em órgão ou entidade da administração direta ou indireta não o habilita a

tomar posse em outro cargo ou emprego público, sem incidir no exercício cumulativo vedado

pelo art. 37 da Constituição Federal, pois que o instituto da acumulação de cargos se dirige à

titularidade de cargos, empregos e funções públicas, e não apenas à percepção de vantagens

pecuniárias” (SILVA JÚNIOR, Arnaldo. Dos servidores públicos municipais. Belo

Horizonte: Del Rey, 2009. p. 88/9).

Ademais, a jurisprudência é pacífica no sentido de que o licenciamento para tratar de

interesses particulares, visando elidir a acumulação de cargos, consiste na verdade em burlar a

vedação constitucional, que alcança os cargos comissionados: “Servidor Público – Licença,

sem vencimento, para o exercício de cargo comissionado em outra esfera do Poder – Medida

adotada como forma de burlar a proibição constitucional de acumulação de cargos –

Apostilamento indevido, se o período de licença para tratar de interesses particulares não é

computado para fins de direitos e vantagens pecuniárias, eis que inexiste previsão legal –

Reforma da sentença, para denegar o mandado de segurança” (TJMG, AC N.

1.0000.00.303804-9/000, Rel. Des. SCHALCHER VENTURA). Assim, admitir-se o

licenciamento sem remuneração, visando simplesmente evitar a vedação constitucional,

violaria os princípios da moralidade e da prevalência do interesse público, pois realizado

concurso para o preenchimento do cargo, pressupõe-se que o efetivo exercício das respectivas

funções seja necessário e, portanto, inadmissível o afastamento do titular para que não ocorra

a acumulação remunerada.

49 § 1º do artigo 10 do ADCT.

50 Artigo 210 da Lei nº 8.112/90.

51 Artigo 38 da CF/88.

52 Em que pese o artigo utilizar o termo “facultado”, há de se ressaltar que “a conversão só é

deferida se isso interessa à Administração. Impende evidenciar que a opção do servidor não

tem a relevância que a isso se pretende prestar, uma vez que é curial, a despeito da opção, a

Administração, que desfruta do poder de império, poderia determinar o gozo das férias-

prêmio in natura, não o fazendo, remanesce implícita a necessidade de permanência do

servidor no trabalho em benefício do serviço público” (REsp nº 1691-SP, Rel. Min. Nilson

Naves, RSTJ 12/313) (2ª T., REsp nº 263.580/MG, Rel. Min. Franciulli Netto, j. 19.09.2000,

DJ 05.03.2001).

53 § 3º do artigo 77 da Lei nº 8.112/90 (incluído pela Lei nº 9.5225/97).

54 § 5º do artigo 78 da Lei nº 8.112/90 (incluído pela Lei nº 9.5225/97).

55 O direito ao adicional de férias é garantia constitucional que não comporta exceções (artigo

7º, inciso, XVII: gozo de férias anuais remuneradas, com pelo menos, um terço a mais que o

salário normal).

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56 Inciso II do artigo 97 da Lei nº 8.112/90 (com a redação dada pela Lei nº 12.998/14).

57 É pacífico o entendimento doutrinário e jurisprudencial de que, a partir de critérios de

conveniência e oportunidade da administração pública, o servidor efetivo em estágio

probatório pode ser cedido, ficando seu estágio probatório suspenso (vide, v.g., parecer da

CONAM, datado de 14 de junho de 2013). Nesse sentido, o STF assim se posicionou: “se a

servidora pública, recentemente aprovada em primeiro lugar em concurso, desfrutava de

confiança do Chefe do Poder Executivo, e tinha qualificação para cargo em comissão, nada

impedia fosse ela, como foi, convocada para exercer as funções de secretária do prefeito

municipal. Escreve Diógenes Gasparini que os cargos em comissão são próprios para direção,

comando, chefia de certos órgãos, onde se necessidade de uma agente que, sobre ser de

confiança da autoridade nomeante, se disponha a seguir sua orientação, ajudando-a a

promover a direção superior da Administração (Direito Administrativo, Ed. Saraiva, 4 ed., p.

194)” (STF – Recurso Extraordinário: RE 494132/SP, jul. 26/05/2010, pub. 09/06/2010).

58 ARNALDO SILVA JÚNIOR esclarece que “as regras para a instrução processual, oitiva

de testemunhas, interrogatório do acusado, intimação dos atos do processo disciplinar devem

estar fixados em norma municipal própria. Não há ilegalidade na vinculação, desde que

seja expressa no estatuto dos servidores municipais, na aplicação do rito e procedimento

do processo disciplinar constante na Lei nº 8112/90 aos servidores do município” (Dos

servidores públicos municipais. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 188).

59 A proposta insculpida no artigo 213 do projeto (“os servidores efetivos em estágio

probatório atualmente exercendo cargos em comissão ou cedidos para outros órgãos são

declarados estáveis depois de decorridos 3 (três) anos no exercício da função”), é, s.m.j.,

inconstitucional, uma vez que o § 4º do artigo 41 da Constituição Federal, com a redação dada

pela EC 19/98, estabelece: “como condição para a aquisição de estabilidade, é obrigatória

a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade”. Pode-

se, inclusive, afirmar que é pacífico o entendimento doutrinário e jurisprudencial de que o

servidor efetivo em estágio probatório pode ser cedido, mas seu estágio probatório é suspenso

(vide, v.g., parecer da CONAM, datado de 14 de junho de 2013). Nesse sentido, MARIA

SYLVIA ZANELLA DI PIETRO chama a atenção para o fato de que “com relação ao

período de 3 anos, é importante realçar que ele somente conta, para fins de estabilidade, se o

servidor se mantiver no efetivo exercício do cargo nesse período. Se ele se afastar para

exercer outra função, esse período não pode ser computado, já que não haveria como

demonstrar que possui as qualidades exigidas para o exercício das funções próprias do cargo

de que é titular” (Servidores públicos na Constituição de 1988. 2 ed. São Paulo: Atlas,

2014. p 154).

60 Artigo 241 da Lei nº 8.112/90.

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61 HELY LOPES MEIRELLES chama a atenção para o fato de que “os servidores públicos da

Câmara Municipal, embora nomeados pelo seu presidente, a quem são subordinados

hierárquica e funcionalmente, e pagos com recursos consignados ao Legislativo, não podem

der estatuto próprio, diverso do que rege os servidores da Prefeitura, porque todos são

servidores públicos municipais. O que a Câmara tem é quadro próprio de servidores distinto

da prefeitura, mas regido por um mesmo estatuto municipal” (Direito municipal brasileiro.

17 ed. São Paulo: Malheiros, 2014. p. 612).

ANÁLISE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE

GESTÃO ESTRATÉGICA

Considerando a análise técnica, do supracitado projeto de lei complementar, mais

precisamente aos artigos que inegavelmente apresentarão aumento da despesa pública, os

quais podemos destacar, a priori:

Art. 32 – Para os funcionários o tempo de serviço

anterior prestado ao município sob qualquer regime, mesmo em

sociedade de economia mista, será computado integralmente

para os fins de:

I – Aposentadoria;

II – Adicionais por tempo de serviço;

III – Gratificações;

IV – Licenças.

Parágrafo Único – Para efeito de licença Prêmio na

forma do disposto pelo “caput” deste artigo, serão computados

apenas os últimos 5 (cinco) anos contados retroativamente a

partir da data de nomeação no cargo para qual o funcionário

foi aprovado em concurso.

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Art. 48 – As faltas ao serviço poderão ser abonadas até

o máximo de 12 (doze) por ano, desde que não excedam a duas

por mês.

§ 1º - ...

§ 2º - ...

§ 3º - ...

§ 4º - O servidor que não exercer parcial ou

integralmente o direito previsto no caput do artigo, fará jus ao

gozo dos dias correspondentes por ocasião das férias ou sua

indenização, devendo esta ser requerida entre os meses de

fevereiro à novembro do ano seguinte, a critério da

Administração.

§ 5º - ...

Tratando-se de aumento de despesa pública, devemos destacar a princípio, a Lei

mestre que estabelece normas de finanças públicas voltadas para responsabilidade na gestão

fiscal, Lei nº 101/2000 – “Lei de Responsabilidade Fiscal”, que traz em seu § 1º, do Art. 1º o

que segue:

Art. 1º ...

§ 1º - A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a

ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e

corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas

públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre

receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que

tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal,

da seguridade social e outras, dividas consolidada e mobiliária,

operações de crédito, inclusive por antecipação de receita,

concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (grifo

nosso).

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Não há como se falar em ação planejada, e de equilíbrio entre receitas e despesas, uma

vez que, de acordo com a propositura, o gestor público teria que provisionar não apenas as

despesas relacionadas ao servidor contratado a partir de seu ingresso na municipalidade, mas

também, de maneira imensurável, sua situação pregressa, computando integramente para fins

de aposentadoria, adicionais de tempo de serviço, gratificações e licenças, sem uma

previsibilidade mínima possível. Assim como de proporcionar ao servidor, um direito

subjetivo de férias gozadas ou indenizadas, superior a 30 (trinta) dias.

Mesmo que, ignorada a preocupação da legislação vigente, com o equilíbrio fiscal do

Ente, através da imposição de estratégias de combate ao déficit e à dívida do Setor Público,

não há como se sobrepor ao Artigo 15 da mesma Lei 101/2000;

Art. 15 – Serão consideradas não autorizadas,

irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de

despesa ou assunção de obrigações que não atendam o disposto

nos arts. 16 e 17.

Art. 16 – A criação, expansão ou aperfeiçoamento de

ação governamental que acarrete aumento da despesa será

acompanhado de:

I – estimativa de impacto orçamentário-financeiro no

exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;

II – declaração do ordenador da despesa de que o

aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei

orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e

com a lei de diretrizes orçamentárias.

(...)

Art. 17 – Considera-se obrigatória de caráter

continuado a despesa corrente derivada de lei, medida

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provisória ou ato administrativo normativo que fixem

para o ente a obrigação legal de sua execução por um

período superior a dois exercícios.

§ 1º - Os atos que criarem ou aumentarem

despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com

a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar

a origem dos recursos para seu custeio.

§ 2º - Para efeito do atendimento do § 1º, o ato

será acompanhado de comprovação de que a despesa

criada ou aumentada não afetará as metas de resultados

fiscais previstas no anexo referido no § 1º do art. 4º,

devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes,

ser compensados pelo aumento permanente de receita ou

pela redução permanente de despesa.

(...)

Diante do arcabouço legal mencionado acima, as despesas de caráter continuado,

derivada do presente projeto de lei, as quais inegavelmente podemos afirmar que existiriam,

mas sem poder precisá-las e mensurá-las financeiramente, por se tratar de ato pretérito,

irresponsável seria, alegar que tais despesas não afetariam as metas fiscais do município,

tampouco deixariam os Ordenadores de Despesa, aptos a declararem a adequação

orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatível com o plano plurianual e

com a lei de diretrizes orçamentárias.

Sem a possibilidade do estudo trienal de impacto orçamentário e financeiro, a

validação da compatibilidade através dos Ordenadores de Despesa, evidenciando que a nova

despesa guarda compatibilidade com os instrumentos orçamentários, e por fim, tratando-se de

despesa de caráter continuado, que, adicionalmente estabeleceria a necessidade de

compensação financeira, mediante aumento permanente de receita ou corte de despesa,

acreditamos que a despesa carregaria vício de origem.

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Assim, a nosso ver, s.m.j., considerada não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio

público; seu ordenador pode ser enquadrado em crime contra as finanças públicas, sujeitando-

se a reclusão de um a quatro anos (art. 359-C do Código Penal), ademais, constitui ato de

improbidade administrativa que causa lesão ao erário (art. 10, IX, da Lei nº 8.429, de 1992).