Manifesto do Partido Comunista [em cordel] por souzalopes como anonimo de souza

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souzalopes assina anônimo de souza, publicado inicialmente na Revista Brasil Revolucionário, 2000.

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Manifesto do Partido Comunista

Anônimo de Souza

1 – Burguesia e Proletário

O mundo inteiro se assombra

Com o tal do comunismo.

O papa e os poderes

Querem fazer exorcismo:

Dizem que é coisa do cão

Querer o socialismo

Quem fala mal do governo

De comunista é chamado

Porque o comunismo vive

Até contra a lei do Estado,

Por que só o comunismo

Nos pode dar resultado.

Toda história deste mundo

Foi rico matando pobre,

Foi plebeu escravizado

Por toda família nobre:

Nossa vida vale menos

Que uma moeda de cobre.

Aqueles servos feudais

Se fizeram burguesia,

Navegaram nas Américas

N’África e n’Oceania,

Tomaram o lugar dos reis,

Mas mantendo a tirania.

Luta de classe não é

Uma invenção de ninguém:

É o motor da história

Movendo a vida que vem,

Do jeito que o vento sopra

Por mim, você e alguém.

O vapor e a maquinaria,

Tomaram o lugar da mão

Do homem que trabalhava

Para ganhar o seu pão.

E a máquina vale mais

Do que meu amigo João.

Daí veio a nova praga:

A conquista do mercado.

Foi assim que eles mataram

O negro escravizado;

Foi assim que construíram

Seu “mundo civilizado”.

A burguesia criou

O mercado mundial.

Isso que hoje se chama

“Civilização Global”

É cria da burguesia

Que se fez industrial.

A vida que hoje vivemos

Vem de processo bem lento.

Os reis caíram do trono

Quando soprou novo vento.

E o sol da burguesia

Tomou todo o firmamento.

Foi mesmo revolução

Que fez a nova classe.

Mas é eterna verdade

Que morre tudo que nasce –

Morrerá a burguesia

Chegando quem a ultrapasse.

Naquelas águas geladas

Onde vive o egoísmo

A burguesia afogou

Toda beleza e lirismo,

E tudo virou comércio

Medido por algarismo.

A própria religião

Nunca mais teve profeta,

Até mesmo a medicina

Só tem a moeda por meta.

Dinheiro tudo compra

E corrompe até poeta.

Adeus luares de maio,

Adeus tranças de Maria,

Nunca mais a inocência,

Nunca mais a alegria,

Adeus a vida do campo

Que hoje é só nostalgia.

Acabou-se o que era doce,

Foi-se o mundo camponês.

Desgraçou-se tudo aquilo,

Afundou-se duma vez:

Homem perante a maquina

E como gado, só rês.

A burguesia só vive

Ampliando a produção.

Assim vai determinando

Aquilo que os homens são.

As relações sociais

São contadas em cifrão.

Tudo aquilo que foi sólido

É hoje fumaça no ar.

Aquilo que foi sagrado

Hoje está no lupanar.

Por isso que precisamos

Garantir nosso lugar.

A burguesia que veio

Fez acabar as nações.

Não há espaço pros homens,

Não batem seus corações.

Tudo que existe é mercado

Guardado por legiões.

Foi assim que a burguesia

Centralizou a política.

Toda relação humana

Tornou-se fraca e raquítica,

E a nossa classe aleijada

Se arrasta paralítica.

A burguesia derruba

Qualquer país atrasado,

Até a muralha da China

Tem o alicerce abalado.

Saquear, depois vender,

E a lei do seu mercado.

Todo aquele que já fez

Ou macumba ou bruxaria

+sabe que tudo o que faz

Volta-se contra outro dia:

Assim se prepara a corda

Da forca da burguesia.

Quem leva o burguês pra forca

E o novo trabalhador,

Seja ele da mecânica

Ou do tal computador.

A burguesia bem sabe:

Servo vence o senhor.

Preço do teu trabalho

Também é mercadoria:

Seu trabalho vale merda,

Só enriquece a burguesia.

Seu filho morre de fome,

Você não tem garantia.

A oficina pequena

Onde um mestre ensinava

Seu ofício ao aprendiz

Que com ele praticava

Já perdeu toda a função:

A mão de obra é escrava.

Quem labuta por salário,

Vai lambendo sal azedo.

Não vende nem seu trabalho,

Porque este causa medo.

Vende a força do trabalho,

Que se transforma em degredo.

O produto fabricado

Vale mais que o ser humano

Que sofreu para fazê-lo

Passando por todo engano

Daquele patrão que o explora

Porque este é o seu plano.

O pobre trabalhador

Sofre na mão do patrão

E continua sofrendo

Se faz compra a prestação.

E ainda paga aluguel

Bem caro ao senhor ladrão.

Por isso o trabalhador

Ao nascer já vai pra luta.

Enfrenta a fera burguesa,

Faz azedar sua fruta.

Pra quem vive do trabalho,

Burguês é filho da puta.

No começo é um por um,

E depois somos milhões.

Trabalhador consciente

Se liberta dos patrões,

Em busca da nova ordem,

Nós formamos multidões.

Aquele que era só um

Naquela fábrica medonha,

São muitos do mesmo ramo,

O que um pensa, o outro sonha.

Assim luta quem trabalha

E não quer passar vergonha.

Toda essa massa de gente

Como cabrito na serra

Não se uniu por acaso,

Mas por estar numa guerra.

Resistindo à burguesia

Nos unimos nesta terra..

A burguesia querendo

Derrotar seus inimigos,

Já nos manda ir pra guerra

Como todos os seus perigos.

Morremos levando chumbo

E eles se tornam amigos.

Mesmo assim vamos crescendo,

Mesmo assim a classe aumenta.

Nós somos o sal da terra,

Somos feijão com pimenta,

Somos o saber da vida

E o sabor que alimenta.

Todos nós somos iguais

No salário tão mesquinho.

Vivemos a pão e água,

Mas produzimos bom vinho.

Os burgueses passarão –

Nós, um dia, passarinho’.

Nosso triunfo é pequeno

E não dura quase nada.

Mas se ainda não venci,

Vou formando um camarada,

Que continua a batalha

E vai seguindo na estrada.

Nossa união como classe,

Ou seja, como partido,

Nós mesmo prejudicamos

Quando eu brigo contigo.

Por isso, lutemos juntos,

Eu e você, meu amigo.

Aquelas brigas estúpidas

Da velha sociedade

Nos fazem tomar consciência

De toda sua maldade:

Burguês mata aristocrata,

Nós queremos igualdade.

Toda vez que um burguês

Pretende alguém derrotar,

Nos chama como soldados

E manda nos ensinar.

Nós, sabidos, aprendemos

A arte de nosso lutar.

Hoje são trabalhadores,

Alguns que foram patrões

Ou têm medo de se ver

Na miséria dos peões.

E nossa classe se educa

Vendo tais contradições.

E quando na luta de classes

Vai chegando o “agá” de hora,

A velha sociedade

Se caga, se mija e implora.

Vem puxar o nosso saco,

Porque nossa classe vigora.

A chamada classe média

Nunca fez revolução.

Tem bronca da burguesia,

Mas tem medo do patrão,

Falando em linguagem clara:

O classe média é bundão.

Aquele pobre perdido,

Que se vê feito farrapo,

Não serve para muita coisa,

Mesmo por que virou trapo.

Lambe os pés da burguesia,

Come até cocô de gato.

Por isso que não podemos

Contar com nenhum dos dois:

Nem com o pobre corrompido

Nem com aqueles que depois

Vai querendo nos mastigar

Como quem mastiga arroz.

O trabalhador que pensa

Não obedece ao patrão.

Sua mente não aceita

Essa tal situação:

Não aceitas os burgueses

Lei, moral ou religião.

Os trabalhadores podem

Fazer o mundo mudar.

Aquilo que é de um só

Para todos tem que dar.

Propriedade privada

No mundo tem que acabar.

Por isso devemos ter

Nossa mente sempre alerta.

Nós devemos destruir

A garantia tão certa

Do edifício burguês

E deixar a porta aberta.

Somente assim nós teremos

Justiça e paz pela terra.

Não como a justiça deles

Nem sua paz, que é guerra.

Teremos vida de gente

Cujo sonho não se enterra.

Não travemos mais luta

De país contra país,

Embora seja preciso

Afirmarmos a raiz,

E lutar pela nação,

Por um tempo mais feliz.

É mesmo guerra civil

No seio do nosso mundo.

Guerra suja, escondida,

Pedra que desce ao fundo.

Mas nós nascemos sem medo,

Sem medo estamos no mundo.

O servo entrou na comuna.

Mesmo sob a servidão

E o pequeno burguês

Se fez burguês, fez nação.

Mesmo sob o feudalismo

Que o mantinha na opressão.

Já o trabalhador de hoje

Tem cada vez mais miséria.

Mas o burguês que o explora

Não acha que a coisa é séria.

“O mais fraco que se quebre” –

O mais forte faz pilhéria.

Até hoje na história

Sé venceu a minoria:

Todo meio de produção

Servindo a classe vadia.

Mas só os trabalhadores

Representam a maioria.

A burguesia brincando

Dominou o mundo inteiro.

Pra ela quem só trabalha

Deve estar no cativeiro.

- Somos nós a nova classe,

Da velha somos coveiros.

2 – Proletários e comunistas.

Sempre está o comunismo

Unido ao trabalhador;

A toda gente operária

Nós damos maior valor.

Para nós, o proletário

Nunca dirá “por favor”.

Queremos tudo o que quer

Todo partido operário:

Vida melhor para todos,

Do peão ao bancário.

Derrube-se a burguesia,

Erguendo-se o seu contrário.

O ideal comunista

Não foi nascido do nada:

É fruto das condições

Da nossa classe explorada

Que precisa dar um fim

À propriedade privada.

O trabalho por salário

Não garante nossa vida:

O burguês fica mais rico

E seu capital se estica.

Não temos nada de nosso

E a situação se complica.

Mas é do nosso trabalho

Que nasceu o capital.

O nosso salário mínimo

Representa nosso mal.

Quanto mais nós trabalhamos

Menos vemos o metal.

Do nosso trabalho o fruto

Mal chega para comer,

Levar vida miserável,

Sem direito de querer,

Obedecendo até quando

Eles nos mandam morrer.

O nosso trabalho vivo

Assim vai se acumulando.

Quando houver o comunismo

Teremos voz de comando:

De todo nosso trabalho

Vamos estar aproveitando.

Os burgueses falam muito

Nessa tal liberdade,

Que para eles consiste

Em manter a propriedade.

Assim mandam em nossa vida,

Dominam nossa vontade.

A liberdade para eles

É só comprar e vender.

Só eles que são pessoas,

Só eles podem querer.

Eles se enganam, coitados:

Um dia vamos poder.

O comunismo não quer

Roubar o trabalho alheio.

Quer evitar o contrário

Deste quadro que é tão feio.

“abaixo o trabalho escravo!”

- Nós gritamos sem receio.

Eles dizem que sem eles

Morrerá toda cultura;

Que sem haver capital

A vida não é segura.

Eles mentem, por que sabem

Que nós somos o futuro.

Quando eles falam cultura

Dizem só “adestramento”,

Homens que se tornam máquinas,

Sofrendo todo tormento.

Pra eles não somos gente,

Somos simples instrumentos.

Eles dizem que à família

Nós queremos destruir:

Outra mentira que contam

Porque queremos unir

Crianças que não trabalhem,

Pais e filhos a sorrir.

Foi em nome de tal família

Que veio a prostituição.

As mulheres, para eles,

Só servem à produção.

Entre si são todos cornos,

É assim que eles são.

Dizem que o comunismo

À pátria não tem respeito.

É verdade: nossa pátria

Não é a lei de um sujeito.

Nossa pátria é para sempre

O homem livre, não sujeito.

Nós não somos de atacar

Ou matar um companheiro

Só porque ele nasceu

No território estrangeiro.

Nossa pátria, a liberdade,

Não se compra por dinheiro.

A história desse mundo

São as classes em combate.

Revolução sempre houve:

O novo ao velho abate.

Só se acabarmos as classes

Tudo será igualdade.

Como á vida é desigual,

E desiguais os Estados,

Não vale o mesmo critério

Entre ricos e atrasados:

Vigorando a mesma lei

Fracassam os resultados.

Assim diremos, são dez

Itens do nosso programa

Que podemos praticar

Seguindo esse panorama

Adaptando os casos

Conforme for cada drama:

-O latifúndio é crime.

-Quem paga imposto é o rico.

-Ninguém herda o que não fez.

-Quem não presta diz não fico.

-Todo dinheiro é do povo.

-Motorista não faz bico.

-Terra e fábrica para todos.

-Quem puder, vai trabalhar.

-Cidade e campo se ajuntam.

-Crianças vão estudar.

Assim dizemos pra sempre

Assim vamos vigorar.

O que chamam poder público

Nunca mais será político.

Nunca mais haverá classes

Nem o seu ranço raquítico.

O velho poder dos velhos

Morrerá de sifilítico.

Nova vida social

Tira o lugar do burguês.

A velha sociedade

Já perdeu a sua vez. –

Quando um se desenvolve

Um mais um já são três.

3 – Literatura Socialista e Comunista

1 – O socialismo reacionário

a) o socialismo feudal

Também reacionário

O socialismo já foi,

No tempo do carrancismo

Quando o homem era boi,

Na velha idade média

Naquele tempos de oi.

Lá na frança e na Inglaterra

A doente aristocracia

Porque derrotada lança

Gritos contra a burguesia.

A história não se finda

Porque sempre principia.

No ano dezoito-trinta

França fez revolução,

Na mesma época o inglês

Passava decepção.

(Isto se refere aos nobres,

Porque o pobre era cão).

Os nobres perdendo o trono

Foram atrás do proletário.

Falavam mal do burguês

Em todo jornal diário.

Assim levaram a luta

Para o campo literário.

Já não podendo lutar

Contra a brava burguesia

Limitavam-se a escrever

Contra ela todo dia.

Assim buscavam do pobre

Conquistar a simpatia.

Aquilo que resta da obra

Deles, agora é caduco.

Já riram muito, gozaram,

Só fazendo vuco-vuco.

Assim o mundo ficou

Mais uma vez mais maluco.

A grande bronca que tinham

Dos burgueses inimigos

Era ter criado a classe

Que traz maiores perigos:

Brava classe proletária

Pra todos eles um risco.

Assim, na luta política,

Ajudaram a repressão.

E na vida do dia a dia

Fazem discurso cristão.

E o padre, com água benta

Lava e limpa a opressão.

b) O socialismo pequeno burguês

Não foi só a aristocracia

Que perdeu para burguesia.

Também o pequeno burguês

Perdeu toda garantia:

Pode virar proletário

No espaço de um dia.

Foi assim que a classe média

Fez discurso social.

Foi assim que analisou

A contradição final

Das forças de produção

Daquela era fatal.

Os sábios da economia

Diziam ser coisa pra frente

A exploração do trabalho,

Maquina matando gente,

Camponeses na miséria,

Quantidade de indigentes.

Mas esse socialismo

Ainda não é bastante:

Quer voltar ao passado.

Quer tudo como foi antes.

Não avança um milímetro,

Não dá um passo adiante.

c) O socialismo alemão ou o “verdadeiro socialismo”

No velho século dezoito,

Filósofos da Alemanha,

Imitaram os franceses

Sem porém a mesma sanha:

Deixaram a fala macia

Como teia de aranha.

A burguesia alemã

Contra o feudo e a realeza,

Se chamava liberal,

Quase teve a grandeza:

Gritou socialismo

Nos ouvidos da nobreza.

Então os governos tiranos

Assustaram a burguesia.

Aqueles socialistas

A tudo destruiria.

Aqueles socialistas

Eram praga ou epidemia.

Esses pequenos burgueses,

Recuaram para sempre,

Daquilo que quer a gente.

Eles não querem igualdade,

Querem cargos de gerente.

2 – O socialismo conservador ou burguês

A burguesia querendo

O seu poder conservar

Apela para caridade

E diz que vai melhorar

A vida de todo pobre,

A qualidade do ar.

Tudo aquilo que eles fazem

É miséria filosófica.

Fazem museus e escolas

Da ciência ecológica

Enquanto derrubam as matas

Com sua fúria catastrófica.

3 – O socialismo e o comunismo crítico- utópico

Esses sistemas fundados

Ainda naquele momento

Já compreendiam bem

A ação dos elementos,

O antagonismo de classes

E seu desenvolvimento.

Foram quase evangelistas

Pregando que toda ação

Fosse mansa e pacífica

Sem qualquer arma na mão.

Por isso, tudo findou

Em sonho e divagação.

4 – Posição dos comunistas diante dos diferentes partidos de

oposição

O comunismo combate

Por todo trabalhador

Seja em França ou Alemanha,

Pólo Norte ou Equador.

O comunismo é o futuro

Do mundo que despertou.

O comunismo se orgulha:

Fala tudo, nunca mente.

Na luta vai derrubar

Essa ordem existente.

O proletário só tem

A perder suas correntes.

Por isso fica esse grito:

-Se ajunte, minha gente.

Notas:

Escrito por Marx e Engels entre dezembro de 1847 e janeiro de

1848, o Manifesto do partido comunista é o grande “eco épico”

da humanidade, desde a segunda metade do distante século XIX.

Estranho épico, n/ao vazado em poesia (como a Ilíada),

nem em prosa de ficção (como Grandes Sertões: Veredas), nem

em prosa jornalística (Como Os Sertões), mas na letra de

manifesto político, didaticamente propagandeiro da revolução. E

é o chamamento à revolução que dá ao Manifesto de Marx e

Engels esse vibrante “eco épico” que repercute para sempre.

Graciliano Ramos, diz a anedota, reclamava que o

comunismo “não pegava” no Brasil por causa das traduções

empoladas no Manifesto. Dizia que, em vez de “Proletários do

mundo inteiro, uni-vos!”, devia ser: “Minha gente, se ajunte!”.

Nesta versão anônima – composta em sextilhas de sete

sílaba (redondilha maior), o metro mais utilizado na poesia

popular do Nordeste ( também chamada “cordel”) - , teve-se em

conta a lição de Graciliano.

Apesar da quase impossibilidade de transmutação de

prosa e poesia, espera o autor ter cometido simples tentativa,

longe do hediondo atentado.

Consultou-se basicamente a 5ª edição, da Editorial Vitória

( Rio de janeiro – GB, 1963), tradução anônima, “cotejada com a

última edição em espanhol da Obras Escolhidas de Marx e Engels

(Moscou, 1962) que foi traduzida da edição russa preparada pelo

Instituto de Marxismo Leninismo anexo AP Comitê Central do

Partido Comunista da União Soviética”.

PUBLICADO ORIGINALMENTE

http://www.uni-vos.com/poesia2.html

http://espacogarrincha.blogspot.com.br/search/label/Souzalopes