View
227
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
1
MASSAGEM RELAXANTE NA CORRIDA DE RUA
Belise Cristine Belão¹, Cynthia Maria Rocha Dutra2
1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 Professora de Educação Física e Fisioterapeuta, Profª. Msc. Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR).
Endereço para correspondência: behcristine@gmail.com
RESUMO: A corrida de rua é uma atividade que tem crescido nas últimas décadas com
sentido do cuidado com a saúde em especial nas grandes metrópoles. A Massagem
Relaxante (MR) vem de encontro com a necessidade de promover melhor desempenho
físico e evitar lesões osteomusculares. Este estudo tem como objetivo a percepção
individual dos corredores de rua no ganho de performance com a MR. Participaram da
amostra 80 corredores, com idade entre 20 e 60 anos, sendo 33,75% do gênero feminino e
66,25% do gênero masculino. A abordagem da pesquisa foi quantitativa e transversal. O
instrumento utilizado foi um questionário com 10 perguntas. A análise estatística foi
calculada pela média dos dados coletados. O resultado apresentou que 78,75% dos
entrevistados já ouviu falar ou que conhecem pessoas que a recebem a MR. Em relação ao
hábito de receber MR a amostra apresenta que 47% recebem a mesma, sendo que 100%
da amostra relata sentir relaxamento e alívio de dores após a aplicação da MR. Conclui-se
que a MR promove benefícios ao desempenho desportivo.
Palavras-chave: massagem relaxante, desempenho esportivo, corrida de rua.
___________________________________________________________________
ABSTRACT: Street jogging is an activity that has grown in recent decades with regard to
health care, particularly in major cities. A Relaxing Massage (RM) comes with the need to
promote better physical performance and prevent muscle skeletal injuries. This study aims to
provide an individual perception of street jogging in performance gain with MR. In a total of
80 runners, aged between 20 and 60 years, 33.75 % were female and 66.25% males. The
research approach was quantitative and transversal. The data was collected by the use of a
questionnaire with 10 questions. Statistical analysis was calculated by the average of the
data collected. The result showed that 78.75 % of respondents have heard or know people
who receive MR. In relation to the habit of receiving the MR, the amount was 47%, where
100 % of the individuals reported a feeling of relaxation and pain relief after the application
of MR .Therefore, we can affirm that MR brings benefits sports performance.
Keywords: relaxing massage, sports performance, street race.
2
1. INTRODUÇÃO
A origem da palavra massagem é derivada do grego massein, que quer dizer
“amassar”. Porém, a terminologia “massagem”, por sua abrangência e
complexidade, é muito difícil de ser definida em todas as suas dimensões.1
Braunstein; Braz e Pivetta (2011)2 citam que a massagem é um método que através
de variados tipos de manobras desempenham a função de estimular no organismo
humano eventos fisiológicos que influenciam os estados emocionais e a cognição do
paciente. Esta é uma terapêutica antiga e atende o ser em sua integralidade,
compreendendo-o dinâmico e complexo.
A MR é uma técnica de tratamento de determinados distúrbios musculares e
de outros tecidos moles do corpo com a intenção de regularizar esses tecidos,
através de procedimentos manipulativos, que incluem a aplicação de pressão e
movimento.3 É uma prática terapêutica descrita há mais de 4.000 anos, e que exibe
mais de 80 modalidades, dentre elas a massagem desportiva.4
Esta técnica não é apenas para tratar um determinado problema ou
contusão, ela pode ajudar no aquecimento pré-competição e/ou prática de exercício,
na recuperação pós-competição e no condicionamento do atleta.5 6
A MR quando aplicada em esportistas saudáveis pode aumentar a
capacidade do desempenho esportivo e ajudar na recuperação para poder voltar
logo as suas atividades sem que seu desempenho seja afetado e até na
flexibilidade.1
A relevância do estudo está na relação de apresentar aos corredores de rua
a utilização da massagem não apenas na finalidade de relaxar o atleta, mas também
de melhorar seu desempenho e condições gerais da saúde, com isso incentivando-
os a começarem o tratamento, contribuindo para aumentar o campo de atuação dos
tecnólogos em estética.
Este estudo tem como objetivo avaliar a percepção individual dos corredores
de rua no ganho de performance com a MR.
3
1.1 MASSAGEM RELAXANTE
Na pré história utilizavam o toque e fricções como método terapêutico
promovendo o bem estar, contra lesões e infecções, que seria o início da origem da
massagem. Através desses métodos os homens descobriram que há uma relação
entre pontos distribuídos pelo corpo e a energia que flui entre eles.7O mesmo autor
relata que a massagem é uma antiga forma de manipulação e atualmente é
reconhecida como um complemento de tratamento médico e um meio para manter a
beleza e habilidades físicas.7
A massagem teve seu início na medicina tribal, que era feita por pajés,
feiticeiros e chefes tribais utilizando, folhas de plantas, raízes, óleos de origem
vegetal ou animal. Desde então foram descobertos os benefícios da massagem,
passando pelos povos do oriente médio, gregos e etc.7
A prática mais antiga de massagem é a Anma que influenciou o
desenvolvimento de várias outras técnicas como a Sueca, Shiatsu e o Tui-ná.7
A MR é uma prática terapêutica realizada com movimentos manipulativos e
pressões para disfunções do músculo e de tecidos moles do corpo proporcionando o
aumento de sangue e oxigênio. Dessa forma, alivia dor, reduz as contraturas
musculares provocando indiretamente o relaxamento e bem-estar geral, pois tem
ação nos sistemas muscular, nervoso e circulatório,8 contribuindo para que estes
sistemas funcionem de forma harmônica.9
Os benefícios promovidos pela MR são tanto fisiológicos como psicológicos.
Melhoria da mobilidade do tecido conjuntivo, da mobilidade articular, da circulação
do “stress” através da diminuição do cortisol e o aumento da adrenalina e da
noradrenalina, são exemplos de alterações fisiológicas.8 Redução da angústia,
ansiedade, tensão e estresse, aumento da tranquilidade, vitalidade, atenção,
concentração e sensação de bem-estar são exemplos de alterações psicológicas.1
A massagem é importante, pois é realizada através do toque que é uma das
necessidades humanas mais fundamentais.8 É uma espécie de comunicação não
verbal e uma maneira agradável de estimular o indivíduo de forma integral, gerando
confiança entre paciente e terapeuta, proporcionando tranquilidade, diminuindo a
ansiedade e favorecendo a consciência corporal e emocional, ou seja, sua
autopercepção.9
4
Para realizar a massagem é necessário ter noções básicas de anatomia e
fisiologia para ter consciência do que esta tocando, saber também a pressão
aplicada, direção do deslizamento região do estímulo e ritmo.9
O massoterapeuta tendo estas noções pode aplicar diversas técnicas em
uma mesma sessão com o intuito de conseguir melhor resposta e proporcionar à
pessoa uma sensação de bem-estar.9
1.2 CORRIDA DE RUA
O ato de correr está presente na atualidade e nos diferentes momentos da
existência humana.10 Encontram-se registros sobre corrida de rua nos mais antigos
e diversos achados arqueológicos, sugerindo que esse desporto perdura desde as
civilizações mais primitivas. Na legendária corrida da maratona, onde a morte súbita
do soldado Fidípedes, que percorreu a distância de 42 km entre as cidades de
Maratona e Atenas para informar a vitória dos gregos sobre os persas, em 490
a.C.11
A literatura12 relata que alguns aspectos desta história parecem ter uma
sólida relação com a prática da corrida, inclusive na atualidade, como a resistência,
a perseverança na busca de seu objetivo, a solidão e individualidade no caminho
percorrido.
Foram encontrados registros da prática da corrida desde as civilizações mais
primitivas. A corrida de rua surgiu na Inglaterra no século XVIII, ganhando maior
destaque após a primeira maratona olímpica,13 sendo que por volta da década dos
anos 70, fortaleceu sua prática com o incentivo do médico Kenneth Cooper, o
criador do Teste de Cooper.14
De acordo com a literatura11 fazer parte do contexto esportivo e se
apresentar como “corredor” passou a ter um valor simbólico de excelência física,
disciplina e outros valores que, em geral, dão ao indivíduo um lugar de respeito na
comunidade. Ser corredor era ser superior fisicamente disciplinado dando ao
indivíduo um lugar de respeito na sociedade.15
Tem se destacado das modalidades esportivas escolhidas por pessoas que
buscam uma atividade física. É a forma de exercício mais comum por poder ser
realizado por: indivíduos de várias idades, ambos os sexos e de fácil acesso e não
5
precisa ter habilidade específica para praticar. Tem obtido grande aumento de
praticantes, sendo considerado o segundo esporte mais praticado ficando atrás
apenas do futebol. Essa prática desportiva tem sido procurada por diversos
interesses, tais como: promoção da saúde, sensação de bem estar, controle de peso
corporal, competição entre outros.15
Nos últimos 10 anos no Brasil houve um grande aumento na procura por
este tipo de atividade14 por ser uma das formas mais comuns de exercícios,
juntamente com a caminhada. O mesmo autor relata que esse esporte tem obtido
destaque no cenário nacional, chegando a ser o segundo esporte mais praticado,
perdendo somente para o futebol. Acredita-se que esse crescimento se deve a
fatores como: fácil acesso da população, baixo custo para corredores e
organizadores, caracterizando-se por uma atividade física popular e de massa, que
promove também boas perspectivas de lazer.16
1.3 MASSAGEM RELAXANTE NA CORRIDA DE RUA
Atletas estão predispostos a terem contusões devido ao esforço excessivo, a
massagem é importante para sua flexibilidade, recuperação da fadiga muscular, das
lesões e melhora de seu desempenho e os atletas reconhecem sua influência. Além
desses benefícios há mais alguns oferecidos aos atletas como: redução à dor
muscular, alívio dos espamos musculares, aumento da amplitude do movimento,
melhora da circulação sanguínea e linfática, melhora da saúde do tecido muscular,
diminuição da ansiedade, o estresse e a depressão e aumento da sensação de bem
estar e de concentração, a aplicação da massagem desportiva pode ser realizada
pré-competição, pós-competição, de recuperação, de reabilitação e de manutenção
preventiva.17
Os benefícios citados são importantes e úteis para o desempenho do atleta,
mas os efeitos fisiológicos têm maior importância quando se trata de saúde
esportiva. Esses efeitos são subdivididos em efeitos estruturais que são os que
desenvolvem alterações nos músculos e no tecido conjuntivo e os efeitos sistêmicos
que são resultantes de alterações celulares, circulatórias e do sistema nervoso.18
Como efeitos estruturais as técnicas de massagem utilizadas podem
promover: aumento da extensão de movimento, diminuir a tensão muscular, a
6
compressão e tensão articular, atenuação de câimbras e espamos musculares e a
flexibilidade do tecido conjuntivo atingindo a capacidade do atleta de treinar, realizar
e se recuperar de uma lesão e os efeitos sistêmicos na massagem são mais difíceis
de comprovar que os efeitos estruturais, por não serem visíveis, sendo identificados
apenas através de palpação, ultrasom, perimetria, entre outros. Seus efeitos são:
aumento na circulação local, diminuição da dor e do edema.18
A massagem desportiva é dividida em classes de treinamento como:
preparatória, intermediária e de resfriamento e suas principais fases de aplicações
são para recuperação, reparação, reabilitação, manutenção e competição. O
terapeuta deve avaliar a classe de treinamento, a fase de aplicação, o ambiente, o
esporte e a região corporal mais afetada pela prática do desporto.18
No caso da massagem de competição o auxílio será no preparo e
alongamento do atleta para a atividade física. Esta fase ela tem ritmo acelerado e é
realizada no local da atividade, ela pode ser dividida em três categorias: pré-
competição, entre competições e pós-competição.18 É sabido que todo atleta deve se
aquecer antes de praticar exercício para diminuir o risco de lesão e intensificar o seu
desempenho e ampliando a extensão dos movimentos, a MR pré competição tem a
mesma finalidade que o aquecimento, porem não o substitui, ela serve para
complementá-lo e seus objetivos incluem flexibilizar a fáscia e o tecido conjuntivo,
diminuir a tensão muscular e ajuda a criar uma sensação de relaxamento que traz
maior facilidade na realização dos movimentos,18 nessa técnica o terapeuta deve
evitar movimentos que possam lesionar o atleta, pois o objetivo é apenas estimular
seu corpo e deixá-lo motivado.19 A MR entre competições é realizada no intervalo
dos exercícios, entre eliminatórias, assim como a MR pré competição ela não
substitui o aquecimento, o objetivo dela é identificar alguma lesão que pode ter sido
desenvolvida durante o exercício e ajudar na recuperação para a próxima etapa do
mesmo.18
A MR pós competição tem o objetivo de assessorar os atletas em sua
recuperação, as técnicas utilizadas nunca devem cortar o desaquecimento do atleta
e sim ajudá-lo em sua recuperação “acalmando” o sistema nervoso e assim trazendo
o corpo de volta a homeostasia,19 em seus objetivos estão inclusos o auxilio no
retorno venoso, reduz o risco de dor muscular tardio, retorna os músculos ao tônus
7
de repouso, coadjuvante no tratamento de lesão osteomuscular na recuperação de
tecidos moles, diminuindo a dor e o edema melhorando a amplitude do movimento e
do trauma.18
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 TIPO DE PESQUISA e AMOSTRA
Este estudo tem como característica uma pesquisa do tipo quantitativa e
transversal. A busca de informações para a revisão de literatura foi realizada nas
bases SciELO, Biomed Central, Google acadêmico e livros referentes ao assunto
utilizando os descritivos: massagem relaxante, desempenho esportivo, corrida de
rua.
A amostra foi composta por 80 corredores de rua de ambos os gêneros com
media de idade de 20 a 60 anos. Todos os colaboradores assinaram o TCLE (termo
de consentimento livre e esclarecido).
2.2 CRITERIOS DE INCLUSÃO E CRITERIOS DE EXCLUSÃO
Os critérios de inclusão foram: (i) ser praticantes de corrida de rua; (ii) ter
idade entre 20 e 65 anos e (iii) ambos os gêneros. Para os critérios de exclusão
determinou-se: (i) praticar outro tipo de atividade física e (ii) apresentar qualquer tipo
de lesão osteomuscular.
2.3 INSTRUMENTOS
Aplicar um questionário composto por 10 perguntas, validados por 3
profissionais da área. O questionário é composto por duas partes: a primeira
caracterizando a coleta de dados pessoais e a segunda contendo questões para
obter informações em relação ao recebimento da massagem relaxante na sua
atividade esportiva.
2.4 ANÁLISE ESTATISTICA
Os dados são apresentados pela média do total da amostra através do
programa Microsoft Office Excel 2007.
8
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Tabela 1: dados referentes à caracterização da amostra
Variáveis Resultados (%)
Gênero
Feminino 33,75%
Masculino 66,25%
Idade
20 a 25 anos 17,50%
26 a 30 anos 32,50%
31 a 35 anos 28,75%
36 a 40 anos 15%
41 a 45 anos 3,75%
46 a 50 anos 1,25%
51 a 55 anos 0%%
56 a 60 anos 1,50%
Etilista
Ocasional 53,75%
Não 46,25%
Tabagista
Sim 26,25%
Não 73,75%
Ingestação de água diária
Moderada 63,75%
Abundante 28,75%
Não 7,50%
FONTE: Belise
Observa-se na tabela, acima, que o índice de praticantes na corrida de rua
prevalece para o gênero masculino com 66,25% e no feminino 33,75% sendo que
neste levantamento 32,50% é de praticantes com faixa etária de 26 a 30 anos.
O percentual de praticantes que são etilistas ocasionalmente também é maior
que os que não têm este hábito com 53,75% dos entrevistados. Já ocorre ao
contrário com os tabagistas onde o percentual de não fumantes é superior com
73,75%. Também nota-se que o maior percentual de praticantes faz ingestão de
água moderadamente com 63,75%.
Conforme analisada a pesquisa de Pazin et al. (2008)19 feita somente com
atletas do gênero masculino a faixa etária mais praticada é de 36 a 50 anos, já na
pesquisa de Truccolo, Maduro e Feijó (2008)20 os atletas do gênero feminino e
masculino tem o mesmo percentual e em sua análise ela relata as razões principais
9
dos mesmos aderirem à corrida de rua, nas mulheres os maiores índices são: saúde,
aparência, autoestima e ar livre como extremamente importantes, nos homens os
maiores índices são: saúde, ansiedade, estresse, autoestima e ar livre como
extremamente importantes.
3.2 PERFIL DOS CORREDORES DE RUA QUANTO A PRÁTICA DO
DESPORTO
Na figura 01, abaixo, verifica-se que 41% dos entrevistados praticam o
esporte de 1 a 3 anos com 41% de freqüência de 2 vezes por semana.
Figura 1: dados referentes ao perfil dos corredores e a prática da atividade física
FONTE: Belise
Segundo a análise da pesquisa de Pazin et al. (2008)19 o percentual de tempo
da pratica do desporto era de 11 a 20 anos e sua freqüência semanal de 4 a 7 dias.
Na pesquisa do Hobold21 (53%) dos entrevistados praticam exercício físico a menos
de seis meses e desse percentual (9%) pratica corrida de rua e desses entrevistados
(63%) praticam exercício de 3 a 6 vezes por semana. Em outra pesquisa realizada
por Yamato, Saragiotto e Lopes (2011)22 o número de treinos realizados na semana,
teve uma média de quatro treinos semanais para o grupo A e 3,3 treinos semanais
para o grupo B. No estudo de Hino et al. (2009)23 foi possível observar que (56,4%)
dos avaliados possuíam tempo de participação em provas de corrida de rua de 1a 5
anos, (8,5%) eram iniciantes, com tempo de participação inferior à 1 ano. Foram
avaliados 94 atletas desses, cinco não realizavam treino específico de corrida,
apenas participavam das provas, dentre os participantes que treinavam apenas
10
(36%) possuíam acompanhamento de um profissional de educação física em seus
treinos.
3.3 PERFIL DA AMOSTRA SOBRE O CONHECIMENTO DA MASSAGEM
RELAXANTE
Figura 2: dados da amostra em relação ao conhecimento da MR
FONTE: Belise
Observa-se na figura 2, acima, que o resultado de quem já ouviu falar sobre a
massagem e se conhece pessoas que recebem ambos são de 78,75%.
São muitos os estudos que relatam a diversidade de profissionais ligados à
área da medicina do esporte, firmados em interpretações e experiência prática,
creem que a massagem pode promover efeitos benéficos, em se tratando de
recuperação pós-exercício(24,25,26).
Entretanto, além de a massagem ser empregado com a finalidade de reduzir
o tempo de recuperação do atleta, melhorando seu desempenho,(27,28) bem como
prevenir lesões relacionadas ao esforço(24), seus resultados até então não são
totalmente definidos, devido à diversidade de protocolos aplicados.
11
3.4 PERFIL DA AMOSTRA SOBRE O HÁBITO DE RECEBER MASSAGEM
Na figura 3, abaixo, na letra A observa-se que 47% dos corredores de rua
entrevistados recebem a MR para o esporte. Em relação à frequência semanal que a
amostra recebe a MR (letra B) verifica-se que 60% recebem 1 vez na semana, 24%
2 vezes e 16% 3 vezes na semana. Nas letras C e D os resultados apresentam que
100% da amostra recebem a MR com óleo de massagem, bem como 100% relatam
sentir relaxamento e alívio de dores após a aplicação da MR.
Na avaliação feita por Abad et al. (2010)29 somente para avaliar a eficácia da
massagem clássica percepção subjetiva de dor, edema, amplitude articular e força
máxima após dor muscular tardia induzida pelo exercício, verificou-se que a
massagem não promoveu nenhum benefício em nenhuma das variáveis analisadas.
Contudo, deve-se relevar, pois o número de sujeitos avaliados era pequeno
proporcionando baixo poder estatístico. Sendo assim esse estudo não dá suporte
para saber o real beneficio que a massagem promove.
Figura 3: dados da amostra em relação ao hábito de receber a MR
FONTE: Belise
A B
C D
12
4. CONCLUSÃO
Com este estudo pode-se verificar e relatar a importância da realização da
MR no desporto, pois além de ter benefícios psicológicos como relaxamento, ela tem
efeitos fisiológicos ajudando na recuperação, removendo as toxinas acumuladas ao
longo do esforço ou na preparação muscular para a prática.
Quando aplicada para a preparação para o esporte o terapeuta deve ter
cuidado para não lesionar o músculo, pois é uma técnica para estimulação do atleta,
diferente da técnica utilizada após o esforço que é para relaxamento e diminuir a
tensão muscular, com isso o terapeuta deve ter noções de anatomia, quais
músculos o atleta mais utiliza para o esporte e qual técnica deve se utilizar para
trazer benefícios para o mesmo.
Diante do exposto pode-se concluir que a massagem é eficaz e complementa
o aquecimento e recuperação do atleta e que de algum modo deveria dar prioridade
a essa prática devido aos benefícios relatados melhorando o desempenho
desportivo.
5. REFERÊNCIAS
1. CESANA, Juliana et al. Massagem e Educação Física: perspectivas curriculares. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. v.3, n.3, p. 89-97, 2004.
2. BRAUNSTEIN, Marcus Vinícius Gomes; BRAZ, Melissa Medeiros; PIVETTA, Hedioneia Maria Foletto; A fisiologia da massagem terapêutica. Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria – RS. 2011. Disponível em: http://www.unifra.br/eventos/forumfisio2011/Trabalhos/2246.pdf. Acesso em: 20 de setembro de 2013.
3. FRITZ, S. Fundamentos da massagem terapêutica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 2002. 720 p.
4. COHEN, M.; ABDALLA, R. J. Lesões nos esportes: diagnóstico: prevenção: tratamento. Rio de Janeiro: Revinter, 2003. 937 p.
5. MASINA, Roberta Merino; STEFFLER, Keli; SCHNEIDER, Cintia. Apostila
de técnicas de massagem aplicada. Escola de massoterapia Sogab. Disponível em: <http://www.sogab.com.br/apostilaprincipaldemassoterapiaaplicada.pdf.>. Acesso em setembro de 2013.
13
6. MORI, H. et al. Effects of massage on blood flow and muscle fatigue
following isometric lumbar exercise. Medicine and Science Monitory, Warsaw, v.10, n. 5, p. 173-179, 2004.
7. MARQUES, C. N. C. A massagem terapêutica em idosos não
comunicantes com doença terminal. Mestrado em Cuidados Paliativos, Universidade de Lisboa/Faculdade de Medicina de Lisboa; 2010.
8. BRAUSTEIN, M. V. G; BRAZ, M. M; PIVETTA, H. M. F. A fisiologia da
massagem terapêutica. Monografia Promoção da Saude e Tecnologias aplicadas a Fisioterapia. Centro universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria-RS.
9. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1989. 158 p.
10. OLIVEIRA, S. N. Lazer sério e envelhecimento: loucos por corrida. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Educação Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre; 2010.
11. LUNZENFICHTER, A. De Marathon au marathon. 2ª ed. Biarritz: Atlância,
2003. 258 p.
12. SALGADO, J. V. V.; CHACON-MIKAHIL, M. T. Corrida de rua: análise do crescimento do número de provas e de praticantes. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 4, n. 1, 2006.
13. SARKIS, M. A construção do corredor: dos primeiros passos à alta
performance. Gente: São Paulo, 2009. 264 p.
14. GONÇALVES, G. H. T, Corrida de rua: um estudo sobre os motivos de adesão e permanência de corredores amadores de Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre- RS; 2011.
15. GLOBO NEWS (Brasil). Corrida de rua é o segundo esporte mais
popular no Brasil. Disponível em: http://globonews.globo.com Acesso em: 10 out. 2013.
16. SIMONSON, S.; BRAUN, M. B. Introdução à Massoterapia. São Paulo:
Manole, 2007. 506 p.
17. ARCHER, P. Massagem Terapêutica Esportiva. Barueri, São Paulo: Manole, 2008. 318 p.
18. McGILLICUDDY, M. Massagem para o desempenho esportivo. Porto
alegre, RS, 2012. Editora: artmed, 192 p.
14
19. PAZIN, J. et al. Corredores de rua: Características demográficas, treinamento e prevalência de lesões. Revista Brasileira de Cineantropom e Desempenho Humano, volume 10 num. 3, pgs. 277-282, 2008.
20. TRUCCOLO, A. B; MADURO, P. A; FEIJÓ, E. A. Fatores motivacionais
de adesão a grupos de corrida.Revista de Motriz, Rio Claro, v. 14 n.2 p. 108 – 114, abr/jun, 2008.
21. HOBOLD, E. Relação exercício físico e saúde: um estudo de caso.
Disponível em: <e-revista.unioeste.br> Acesso em: 11 nov. 2013.
22. YAMATO, Tiê Parma; SARAGIOTTO, Bruno Tirotti; LOPES, Alexandre Dias. Prevalência de dor musculoesquelética em corredores de rua no momento em que precede o início da corrida. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, v. 33, n. 2, p. 475-482, abr./jun. 2011.
23. HINO, A. A. F. et al. Prevalência de lesões em corredores de rua e fatores associados. Rev Bras Med Esporte, v.15, n.1. 2009.
24. WEERAPONG, P.; HUME, P. A.; KOLT, G. S. The mechanisms of
massage and effects on performance, muscle recovery and injury prevention. Sports Med, v.35, n. 3, p. 235-56, 2005.
25. WEERAPONG, P.; HUME, P. A.; KOLT, G. S. The mechanisms of
massage and effects on performance, muscle recovery and injury prevention. Sports Med, v.35, n. 3, p. 235-56, 2005.
26. BROOKS, C. P. et al. The immediate effects of manual massage on power-
grip performance after maximal exercise in healthy adults. J Altern Complement Med, v.11, n.6, p. 1093-101, 2005.
27. ROBERTSON, A.; WATT, J. M.; GALLOWAY, S. D. Effects of leg massage
on recovery from high intensity cycling exercise. Br J Sports Med, v.38, n.2, p. 173-6, 2004.
28. MORASKA, A. Sports massage: a comprehensive review. J Sports Med
Phys Fitness, v.45, n. 3, p. 370-80, 2005.
29. ABAD, C.C.C. et al. Efeito da massagem clássica na percepção subjetiva de dor, edema, amplitude articular e força máxima após dor muscular tardia induzida pelo exercício. Rev Bras Med Esporte, v.16, n.1. 2010.
Recommended