“MEU CORPO, MINHAS REGRAS” · 2018-08-15 · Faculdade de Ciências Sociais Centro de Ciências...

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“MEU CORPO, MINHAS REGRAS”Análise dos dispositivos de poder sobre o corpo feminino

por meio de imagens das Marchas das Vadias

Faculdade de Ciências Sociais

Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Grande área: Ciências Humanas

Sub área: Sociologia

Aluna: Carolina Cristina Mantovani Ferreira

carolinacmferreira@yahoo.com

Orientador: Prof. Dr. Glauco Barsalini

Faculdade de Ciências Sociais

glaucob@puc-campinas.edu.br

INTRODUÇÃO

A Marcha das Vadias é um dos principais movimentos feministas da atualidade e

surgiu em 2011 no Canadá. A Marcha surgiu no Brasil no mesmo ano, como forma

de protesto à cultura do estupro e à objetificação do corpo da mulher. Ao pensar

essas relações de dominação sobre as mulheres dentro da matriz hegemônica de

poder, na perspectiva da biopolítica, nos indagamos sobre como se aplicam os

dispositivos de poder disciplinares que atuam no corpo feminino.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é analisar, por meio das fotografias da Marcha das

Vadias, possibilidades de expressão dos aspectos subjetivos significativos que

permitam entender como a exposição do corpo, enquanto ato político, tenta

desconstruir a naturalização do machismo e suas expressões simbólicas. Assim, a

Marcha das Vadias nos faz pensar sobre os limites impostos ao corpo feminino e

quais são os limites impostos à própria vida da mulher.

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to:

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REFERÊNCIAS

BUTLER, Judith. Problemas de gênero – Feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. 8ª ed. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2015.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade – A vontade de saber (vol. 1). Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque. 3ª ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2015.

LE BRETON, David. A sociologia do corpo. Trad. Sonia Fuhrmann. 6ª ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2012.

SAMAIN, Etienne (org.). Como pensam as imagens. 1ª ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2012.

JOLY, Martine. Introdução à análise da imgem. Trad. Marina Appenzeller. 14ª ed. Campinas, SP: Editora Papirus, 2012.

METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho implica na seleção e análise de fotografias tiradas

nas Marchas das Vadias no Brasil, a partir do que se pode contextualizar a

reflexão sobre o corpo feminino e a política. Para tanto, autores que utilizam a

análise fotográfica serão de primeira importância. Parte-se da premissa

metodológica de que a fotografia nos faz pensar e transmite o pensamento não

apenas de quem a tirou, mas também de quem observa a imagem. A leitura

social das imagens remete a reflexões sobre o caráter vivo das imagens e suas

implicações sociais.Foto: Nelson Antoine

RESULTADOS/DISCUSSÃO

A discussão que propomos com este trabalho é de pensar o corpo feminino

fora dos padrões hegemônicos de poder. Apresentar a distinção entre sexo e

gênero, além de suscitar um questionamento sobre a performance de gênero

dentro da Marcha das Vadias.

CONCLUSÃO

Concluímos que, apesar dos precedentes que compreendiam o corpo feminino

como espaço do profano, a sociedade ocidental contemporânea busca a

“libertação do corpo”, principalmente o corpo feminino. Em nossa análise,

compreendemos como as relações sociais instituem e mantêm as fronteiras do

corpo por meio do controle. Sabendo que há uma distinção entre sexo e

gênero, corpo e mente, natureza e cultura, sugerimos que o controle sobre a

mulher está baseado em pensamentos retrógrados e demonstramos por meio

de imagens das Marchas das Vadias que os corpos que revelam ou produzem

uma significação cultural são performativos e que não há uma identidade

preexistente, ou seja, a noção de masculinidade e feminilidade são

culturalmente constituídos.

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