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Sessão Minas Gerais
Texto para Discussão
Minas nos anos 2000: A consolidação do pacto liberal e a
possibilidade de sua superação
Autor: Diogo Santos
Dezembro - 2013
Minas nos anos 2000: A consolidação do pacto liberal e
a possibilidade de sua superação
Diogo Santos*
Introdução
As elites mineiras desde o inicio do século XX se mostraram muito capazes de
se unificar em torno do objetivo de manter e ampliar sua influência junto ao governo
federal e disputar posições com as elites dos estados mais industrializados. O precoce
desenvolvimentismo mineiro no século XX foi fruto da necessidade de modernizar a
economia para evitar a perda de peso relativo no jogo de poder nacional.
No que tange a modernização da economia mineira podemos dizer que nossas
elites foram bastante exitosas, como se poderá ver ao longo do artigo. Já no plano
político, as tradicionais elites mineiras vivenciaram uma perda de poder a partir da
Ditadura Militar. Esta perda de poder político das elites, contraditoriamente, é fruto de
seu sucesso na área econômica.
Após a redemocratização brasileira na década de 1980, a economia mineira já
estava plenamente estruturada em termos capitalistas. A política em Minas, então, passa
necessariamente ser feita de acordo com as posições que cada ator ocupa nas relações de
produção da sociedade, ou seja, de acordo com seus interesses de classe.
Após a redemocratização, fruto de uma economia mais complexa, novos atores
participam da disputa pelo poder no estado. Começa então um período de disputas no
interior das classes dominantes que perpassa toda a década de 1990.
No inicio do primeiro governo Aécio em 2003, o governo de Minas encontra-se
em uma difícil situação fiscal. Os governos mineiros da década de 1990 haviam deixado
uma enorme dívida pública. A economia mineira no período crescia a taxas modestas,
em torno de 2% ao ano, não apresentando uma trajetória de crescimento, como havia
ocorrido do inicio da década de 1970 até meados da década de 1980. No front político,
o governo herda um período de baixa convergência entre as classes dominantes e de
baixa influência destas classes no cenário nacional.
______________________
*Graduando em Ciências Econômicas pela UFMG, membro da Sessão Mineira da
Fundação Maurício Grabois e membro da Direção Estadual do PCdoB – Minas.
Contudo, é também no inicio do governo Aécio que a economia mundial passa a
favorecer enormemente a economia mineira. Como poderemos ver, a demanda mundial
por produtos produzidos em Minas, especialmente minério de ferro tendo a China como
destino principal, propiciaram um vigoroso crescimento da economia mineira que só foi
interrompido, e mesmo assim somente de forma parcial, com a crise capitalista
internacional iniciada em 2008. Com o crescimento da economia mineira e nacional a
partir de 2004, o governo de Minas aumenta de forma decisiva a arrecadação do ICMS
– Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços.
Este impulso novo na economia mineira foi decisivo para o governo conseguir
reequilibrar as contas públicas, voltar ao mercado de empréstimos e assim restaurar sua
capacidade gasto público. O governo de Minas volta então a ter capacidade de ser um
polo aglutinador das classes dominantes do estado. Ocorre então uma repactuação no
interior das classes dominantes com objetivo de aproveitar o período de recuperação da
capacidade de gastar do governo.
A ampliação da arrecadação do governo de Minas, não se traduziu, entretanto,
em uma melhoria das áreas sociais, diminuição das desigualdades regionais ou retomada
do desenvolvimento de Minas.
Recentemente, contudo, podemos estar vivenciando um período de instabilidade
deste pacto político, fruto da ampliação do endividamento público nos governos Aécio e
Anastasia, da oscilação da demanda mundial por produtos mineiros e do baixo
crescimento da indústria do estado.
Pretendemos levantar hipóteses que sirvam para ampliar a compreensão sobre a
dinâmica política recente em Minas, mas do que tentar dar respostas definitivas. De
fato, provocar perguntas talvez seja a contribuição mais significativa das linhas que se
seguem.
1. Da fundação de Belo Horizonte ao auge do crescimento na década de 1970
Buscaremos destacar os pontos de maior interesse para o propósito presente
sobre trajetória desenvolvimentista de Minas e em seguida passaremos ao período pós-
redemocratização.
Ao final do Século XIX já ocupava o primeiro plano da política mineira o tema
do atraso do estado diante de São Paulo. O território disperso, uma economia
pulverizada e a perda de população para outros estados compunham o cenário a ser
enfrentado pelas elites mineiras. A decisão de construção da nova capital dirigia-se para
esta situação. O propósito era criar um centro capaz de integrar as regiões de Minas e
que para tanto deveria ser um polo de irradiação do progresso, simbolizando o ingresso
de Minas em uma nova fase de prosperidade.
A nova capital foi inaugurada em 1897 e em 1903 a cidade recebe seu primeiro
grande evento, o Primeiro Congresso, Agrícola, Comercial e Industrial de Minas Gerais.
Este evento teve grande influência sobre os caminhos a serem perseguidos para o
desenvolvimento do estado. O Congresso também ampliou a projeção nacional das
elites mineiras, levando à eleição de Afonso Pena, presidente de Minas, à presidência da
República em 1906, o primeiro mineiro a presidir o país.
O grande condutor do Congresso de 1903 foi João Pinheiro. Em 1906, João
Pinheiro é eleito para o governo de Minas. Governou o estado até 1908, quando faleceu
no exercício do cargo. João Pinheiro foi o pioneiro do desenvolvimentismo mineiro. Em
seu governo, o Estado era entendido como o suporte necessário para que os empresários
levassem a frente os projetos de modernização da estrutura econômica mineira. O
governo de João Pinheiro deu destaque à educação técnica pública, incentivou a
modernização agrícola e a cooperação entre os empresários.
A prioridade ao Ensino Técnico inaugurada no governo de João Pinheiro deitou
raízes nas preocupações modernizantes dos governos seguintes. No governo Arthur
Bernardes (1918-1922) foi aprovada a lei estadual que criava a Escola Superior de
Agricultura e Veterinária, a qual foi inaugurada em 1926 com sede em Viçosa.
A criação da Escola foi a efetivação do diagnóstico da necessidade de ampliar o
ensino técnico para além da formação de mão de obra básica. O objetivo principal da
Escola de Viçosa era a modernização do campo. Além da formação científica a Escola
deveria formar e difundir uma ideologia de modernização das técnicas e da
administração dos empreendimentos rurais.
Entretanto, a principal marca do governo Arthur Bernardes a respeito do
desenvolvimento mineiro foi a firme posição contrária à exploração de minério pela
Itabira Iron. A empresa de propriedade do norte-americano Percival Farquharque, não
tinha a intenção de submeter o minério a processos industriais no interior do estado, ou
seja, o minério sairia do estado in natura, não contribuindo para a industrialização de
Minas. No governo Bernardes foi instalada a Belgo-Mineira (atual ArcelorMittal), a
mais importante siderúrgica em solo brasileiro, até a construção da CSN em 1946 em
Volta Redonda.
A Revolução de 1930 marca para Minas o inicio de uma fase ampliação do
planejamento público estatal e aprofundamento da ideologia desenvolvimentista
regional.
Em 1933, com a morte do governador mineiro, Olegário Maciel, Vargas indica
Benedito Valadares (PSD) ao governo de Minas, que governa até 1945. O governo
Valadares significou uma primeira modernização dos setores dirigentes mineiros. Isto
foi possível graças à Revolução de 1930 que centralizou poder no governo federal e
retirou parte do poder dos setores tradicionais. Valadares convocou novos quadros para
seu governo. Israel Pinheiro, o mais destacado quadro da nova geração, assumiu a
poderosa Secretaria de Agricultura, Indústria, Comércio e Trabalho que foi criada por
Valadares.
Na primeira metade do governo Valadares prevaleceu a ideia de diversificação
da agricultura como caminho ao desenvolvimento (DULCI, 1999, p. 61). Entretanto, a
derrota de Minas para o Rio de Janeiro na disputa pela instalação da CSN reforça a
necessidade de Minas dedicar-se a sua industrialização.
Na década de 1940 cria-se e consolida-se o grande projeto do Parque Industrial
de Contagem, a Cidade Industrial. A cidade simbolizou a virada do governo
Valadares/Israel Pinheiro rumo à industrialização do estado. Participantes da
implantação do projeto relatam que a Cidade Industrial de Contagem foi pensada para
transformar uma economia centrífuga em uma economia centrípeta (DULCI, 1999, p.
252, nota 32). Ou seja, mais uma vez presente a preocupação de unificar o território
mineiro, o que era entendido como um gargalo importante do estado.
A partir de 1943, portanto ainda do governo Valadares, Lucas Lopes assume a
elaboração do plano de eletrificação do estado que vai se consolidando como um plano
de industrialização. Contudo, o PSD perde a eleição em 1947, concorrendo para isto as
disputas internas do Partido (DULCI, 1999, p. 76). Milton Campos (UDN) sucede
Valadares e os projetos de Lucas Lopes, apesar de terem sido utilizados no governo
Milton Campos, somente voltarão a ter prioridade com a volta do PSD ao governo com
JK em 1951.
A linha geral do governo Milton Campos era de equilibrar Agricultura e
Indústria. É importante notar que mesmo sendo um candidato que se opunha ao governo
Valadares, a política econômica do governo Milton Campos significou mais
continuidades que rupturas com o governo anterior.
Um abrangente e importante plano foi elaborado em seu governo. Coordenado
por Américo René Giannetti, secretário de Agricultura de Milton Campos, o Plano de
Recuperação Econômica e Fomento à Produção tinha o claro entendimento de que o
Estado deveria atuar como auxiliador da iniciativa privada e ator econômico onde o
setor privado não se engajasse, principalmente na Indústria de base. Um marco
importante do fomento a Indústria foi a criação de hidrelétricas como a do Rio Santo
Antônio, afluente do Rio Doce. Empreendimento que resultou na usina de Salto Grande,
que entrou em operação em 1956.
No âmbito do desenvolvimento agrícola, foi criada a Associação de Crédito e
Assistência Rural com o objetivo e aumentar a produção e melhorar a qualidade de vida
do homem do campo. A experiência da ACAR se espalhou pelo Brasil, dando origem
mais tarde à EMBRATER. Para o sucesso da ACAR foi decisiva a participação da
Escola de Viçosa, demonstrando o alcance da decisão estratégica da criação da Escola.
Em 1948, a Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa foi transformada em
Universidade Rural do Estado de Minas Gerais.
Juscelino Kubitschek é eleito em 1950 pelo PSD. O governo JK atribuía o atraso
de Minas a falta de prioridade na industrialização. O entendimento do governo era que o
Estado devia propiciar as condições prévias para que a iniciativa privada florescesse no
ramo industrial. Para tanto o setor público atacou os pontos de estrangulamento da
infraestrutura, estradas e hidrelétricas. O projeto industrializante se consolida.
Nos transportes a meta de construção de rodovias foi largamente ultrapassada,
foram 3.725 quilômetros executados ante 2 mil quilômetros planejados (DINIZ, 1981,
p. 80). No setor energético a meta não foi totalmente atingida no período do governo
JK. Contudo, passos fundamentais foram dados como a criação da CEMIG em 1952.
Mais do que uma empresa fornecedora de energia, a CEMIG se tornou um polo de
fomento a indústria. Também foram criadas grandes hidrelétricas no período: Salto
Grande, Itutinga, Piau e Tronqueiras.
No plano político, JK organizou o governo em “dois níveis”, conforme
denominação de Dulci (DULCI, 1999, p. 97). As Secretarias foram distribuídas de
acordo com a base de apoio do governo, tratavam das questões cotidianas da
Administração e lidavam com as demandas políticas que chegavam ao governo. A
CEMIG e o DER eram os órgãos estratégicos responsáveis por alcançar as metas do
“Binômio Energia e Transporte”. Este sistema foi necessário para acomodar os setores
das elites que eram importantes eleitoralmente, mas ligados à estrutura econômica
tradicional que se queria superar.
Assim como o Brasil, durante boa parte da década de 1960 Minas vive um
período de baixo crescimento econômico. Ao final da década, contudo, quando o Brasil
iniciava um novo ciclo de crescimento, Minas está apta a receber investimentos e viverá
um período de expansão sem precedente na história republicana do estado.
A construção anterior da infraestrutura de transportes e energia, a organização
institucional pró-indústria (BRITO, 1984, p.241) , a base industrial erguida nas décadas
anteriores e as técnicas modernas na agricultura pavimentaram o caminho de um forte
crescimento na década de 1970. De 1970 a 77 a taxa média de crescimento anual da
indústria mineira foi de 16,4% contra 6,95% da década de 1960. Reproduzimos abaixo
os números do crescimento de Minas e do Brasil de 1971 a 1985 para uma clara
visualização do vigoroso crescimento mineiro no período.
Crescimento anual do PIB de Minas e do Brasil entre 1970-
1985 e participação de Minas no PIB do Brasil (%)
Anos Brasil Minas PIB MG/PIB
Brasil
1971 12 7,2 8,1
1972 11,1 14,6 8,4
1973 13,6 13,9 8,4
1974 9,7 19,5 9,1
1975 5,4 16,4 10,1
1976 9,7 15,7 10,6
1977 5,7 10,6 11,1
1978 5 4,5 11,1
1979 6,4 10,2 11,5
1980 7,2 3,3 11
1981 -1,6 -4,7 10,7
1982 0,9 3,1 10,9
1983 -3,2 -1,8 11,1
1984 4,5 2,2 10,8
1985 7,4 9,2 11
Extraído de DINIZ, 1986, p. 326.
O forte crescimento de Minas, especialmente até 1979, resulta em um aumento
do peso da economia mineira no conjunto do país. A década de 1970 é o auge do
processo desenvolvimentista mineiro, ressaltando o sucesso da articulação exercida
pelas elites mineiras junto ao governo federal para destinar investimentos ao estado.
Entretanto, é também nesta década que o empresariado mineiro perde peso na economia
do estado. Do total de capitais investidos em projetos industriais em Minas na década de
1970, 57,2% eram públicos, 20,1% estrangeiros e 22,7% privados nacionais, a maioria
de outros estados. Nesta década ocorre também a transferência de sedes de bancos
mineiros para o Rio de Janeiro e São Paulo (DINIZ, 1986, p. 337).
O bem sucedido processo de modernização da economia mineira trouxe também
mais complexidades para a arena política. O desenvolvimento do capitalismo em Minas
impõe que os interesses de classe assumam posições de destaque e coloca em segundo
plano, ou melhor, subjugam os interesses das elites tradicionais. Julgamos ser mais
pertinente falarmos de classes dominantes e não mais em elites, a partir da década de
1980. Como afirma Diniz, “... o próprio processo de modernização econômica e de
urbanização impõem que a sustentação e a legitimidade política se façam, em função
dos interesses de classes sociais em uma economia que se moderniza” (DINIZ, 1986,
317).
Para manter o seu poder na esfera nacional, em um país dominantemente
capitalista, as classes dominantes de Minas precisam ter um peso relativo capaz de
impor seus interesses. Entretanto, com a inserção de capitais externos, capitais públicos
federais e de capitais privados de outros estados vivida na década de 1970, o
empresariado mineiro sofre uma redução do seu peso político. É o paradoxo mineiro,
como denominado por Diniz, fortalecimento econômico e enfraquecimento político de
Minas (DINIZ, p. 339). Com o fim da Ditadura e o retorno do jogo político
democrático, Minas terá que encontrar um novo caminho para disputar espaço com as
demais classes dominantes regionais e para repor sua influência na esfera federal.
2. Da redemocratização à instabilidade política dos anos 1990
Após a redemocratização O Brasil viveu um período de esgotamento do ciclo
desenvolvimentista. O período de liberalização dos anos FHC demoliu a ideia do papel
do Estado na indução do desenvolvimento. A privatização de grandes empresas sediadas
em Minas e de bancos estaduais contribuiu mais ainda para o enfraquecimento da ideia
de desenvolvimento do estado. Além disso, a inexistência de um projeto de
desenvolvimento para o Brasil na década de 1990 reforçou a dificuldade de Minas em
disputar uma determinada posição na federação.
As classes dominantes mineiras que agora participavam do novo jogo
democrático eram mais complexas que as de outrora, com mais frações. Ademais, a
participação política da classe trabalhadora também se ampliou com o desenvolvimento
do Capitalismo, o que colocou mais uma peça no tabuleiro político de Minas. As classes
dominantes precisaram ainda mais legitimar sua ação entre o povo.
Newton Cardoso vence as eleições para governador em 1986 com o apoio de
Hélio Garcia. Este último havia sido eleito vice-governador na chapa de Tancredo
Neves em 1982 e assumido o cargo de governador quando Tancredo renunciou devido à
disputa da Presidência da República.
Apesar da literatura que nos baseamos colocar a ênfase do governo Newton
Cardoso no fato de que durante seu governo foram enfraquecidos os órgãos técnicos de
planejamento, julgamos que é pertinente acentuar que este governo manteve certo
caráter desenvolvimentista para o Estado. No aspecto da infraestrutura foram
construídas diversas estradas, aeroportos, barragens e a Usina hidrelétrica de Nova
Ponte. No desenvolvimento social destaca-se a construção de centenas de escolas
estaduais e de milhares de moradias populares. No mínimo podemos dizer que o
governo Newton Cardoso representou a transição entre o período desenvolvimentista e a
fase liberal que viria em seguida.
Em 1990, Hélio Garcia é eleito em segundo turno contra Hélio Costa. Apesar de
seu favoritismo, o resultado do primeiro turno demonstra uma maior pulverização dos
votos.
Eleições para Governador - Minas 1990 -
Resultado do Primeiro Turno
Candidato Votos (V) (V)/VN)
Hélio Garcia 2.192.016 39,97%
Hélio Costa 962.499 17,55%
Pimenta da Veiga 858.881 15,66%
Virgílio Guimarães 630.044 11,49%
Ronan Tito de Almeida 476.970 8,69%
Oscar Dias 327.876 5,98%
Total de votos nominais (VN) 5.482.840
Além destes candidatos, concorreu às eleições Luiz Manuel da Costa Filho, mas
obteve uma quantidade irrisória de votos (34.554).
Nas eleições parlamentares de 1990, dos 53 deputados federais de Minas eleitos,
24 eram empresários, 45% do total (DULCI, 2000, p. 645). Segundo Dulci ao final da
década de 1990 está proporção era de 40%. Estes números demostram a substancial
perda de espaço político das elites tradicionais e um aumento da complexidade do jogo
político no estado. Em 1998 foram eleitos 9 deputados de origem sindical ou popular.
Concordamos que no inicio da década de 1990 presenciamos um “panorama de
desagregação do antigo bloco de poder que sustentou historicamente o processo mineiro
de recuperação econômica” (DULCI, 2000, p. 645). Entendemos que estes resultados
expressam uma fase de baixa convergência entre as classes dirigentes e de maior
influência do conjunto do povo.
As eleições de 1994 acontecem em um quadro de disputa acirrada. Também
apoiado por Hélio Garcia, Eduardo Azeredo se elege em segundo turno contra Hélio
Costa. Este último havia terminado o primeiro turno como o candidato mais votado. O
que reforça o quadro de disputa acirrada entre as classes dirigentes pelo controle do
governo estadual.
Vejamos:
Eleições para Governador - Minas 1994 -
Resultado do Primeiro Turno
Candidato Votos (V) (V)/VV*)
Hélio Costa 2.893.594 48,30%
Eduardo Azeredo 1.629.711 27,20%
José Alencar 641.887 10,71%
Antônio Carlos Pereira 585.173 9,77%
Resultado do Segundo Turno
Eduardo Azeredo 4.370.836 58,65%
Hélio Costa 3.081.094 41,35%
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral
*Votos Válidos (VV)
Os governos Hélio Garcia e Eduardo Azeredo mantiveram uma relação com o
governo federal não conflitiva. Não lideraram um programa para Minas, se
comportaram “mais como clientes da administração federal do que como protagonistas
da política nacional” (DULCI, 2000, p. 648).
Entretanto, é a chegada de Eduardo Azeredo ao governo estadual que inaugura o
período do pacto liberal em Minas. Seu governo foi o prolongamento local da política
aplicada na esfera federal pelo governo FHC. Coordenou a privatização de bancos
públicos estaduais, tentou privatizar a CEMIG, colocou em primeiro plano o tema do
ajuste fiscal e enxugamento do Estado, além de apoiar as privatizações federais como a
da Vale do Rio Doce, privatizada em 1997.
Esta primeira experiência liberal foi rejeitada na eleição seguinte. Seu formato
não foi aceito pelas classes dominantes e não conquistou apoio suficiente entre o
conjunto do povo. Na eleição de 1998, Itamar Franco é eleito com uma plataforma
explicitamente contrária ao projeto conduzido por FHC e por seu representante local,
Eduardo Azeredo. O ano de 1998, portanto, é o auge da instabilidade política que
marcou os anos 1990 em Minas. Vale registrar o resultado do primeiro turno da eleição
de 1998, na qual um candidato com discurso eminentemente popular conseguiu mais de
16% dos votos.
Eleições para Governador - Minas 1998 -
Resultado do Primeiro Turno
Candidato Votos (V) (V)/VV)
Itamar Franco 3.080.925 44,29%
Eduardo Azeredo 2.665.500 38,32%
Patrus Ananias 1.122.007 16,13%
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral
Mesmo com todos os seus méritos como reverter o processo de privatização da
CEMIG, ampliar o diálogo com o povo, valorizar os servidores públicos e resistir à
expansão liberalizante, o governo Itamar significou um interregno no pacto liberal e não
o seu estancamento. A partir de 2002, o pacto liberal se consolidou.
A mudança brusca de rumo do governo de Minas nos anos 90 reforça a ideia de
uma baixa convergência das classes dominantes mineiras. A ausência de um projeto
nacional a ser disputado e a baixa capacidade econômica do governo do estado, em
volto em crises fiscais em durante a maior parte da década (OLIVEIRA; GONTIJO,
2012), retiraram do governo de Minas a capacidade de criar uma grande convergência
entre as classes dominantes e que conquistasse apoio entre a maioria da classe
trabalhadora e demais setores sociais.
3. A consolidação do pacto liberal mineiro
As eleições 2003 para governador de Minas ocorrem em um cenário de menor
disputa. As eleições foram resolvidas em primeiro turno, tendo o candidato vitorioso
quase o dobro da quantidade de votos do segundo colocado. Aécio Neves obteve 57,6%
dos votos válidos e Nilmário Miranda obteve 30,7%. O que não significa que não havia
campos opostos, mas sim que se ampliava a convergência em torno de um candidato e,
portanto, de um projeto. A mudança no perfil das eleições é significativa desta viragem
que começava a ocorrer. É o inicio da consolidação do pacto liberal mineiro.
Aécio Neves herda uma difícil situação fiscal dos governos anteriores, situação
que se iniciou com o governo Azeredo e não se resolveu no governo Itamar Franco. A
ideia de controle fiscal presente desde o inicio do primeiro governo Aécio serviria para
recolocar o Estado como polo de convergência das classes dominantes mineiras. A
ampliação da arrecadação do Tesouro com o aumento das vendas de minério, o
crescimento da economia brasileira com o consequente aumento da arrecadação do
ICMG e os empréstimos feitos pelo governo consolidaram a possibilidade desta
convergência. Não há, por conseguinte, um projeto de desenvolvimento para o estado,
entendido aqui como uma estratégia de modernização econômica e transformação
social.
Desde então o governo de Minas concentra todos seus esforços em manter esta
capacidade financeira do Estado para realimentar a convergência no interior do bloco
dirigente e também sua hegemonia entre setores médios e parte da classe trabalhadora.
Assim se explica o choque de gestão, os recorrentes empréstimos nacionais e
internacionais, o aumento da dívida pública do estado, o endividamento com a CEMIG
e o baixo investimento nas áreas sociais. Portanto, o marca do “Choque de Gestão” não
pode ser entendida como simples marketing eleitoral, mesmo ciente de toda maquiagem
feita para sustentar a propaganda do déficit zero (SANTOS, 2013). A marca em questão
é em primeiro lugar uma reafirmação permanente dos compromissos do governo com o
bloco no poder.
Passemos às condições que possibilitaram a consolidação do pacto liberal. No
primeiro governo Aécio, a economia brasileira começa a viver um período de
aceleração que só será parcialmente interrompido com a crise internacional em 2008. A
política distributiva do governo federal, os aumentos reais do salário mínimo, a
ampliação do crédito e o cenário externo favorável reativaram a economia brasileira o
que, obviamente, impactou Minas favoravelmente. O resultado mais importante para o
governo de Minas é que a arrecadação do ICMS que havia sido de R$19,3 bilhões em
2004 foi de R$29,2 bilhões em 2011, um crescimento anual de 9% entre 2004 e 20081.
Esta ampliação de arrecadação foi decisiva por conceder ao governo de Minas a
capacidade de unificar a grande maioria das classes dominantes do estado.
O crescimento da economia brasileira no período também teve outro papel muito
importante para a construção desta hegemonia. A ascensão social da base da pirâmide
brasileira teve um efeito vigoroso em um estado tão desigual como Minas Gerais. A
sensação geral de melhoria nas condições de vida possibilitou ao bloco dominante em
Minas justificar seu poder entre amplas parcelas dos trabalhadores e das camadas mais
pobres da sociedade, ampliando ainda mais seu poder.
É também no primeiro governo Aécio que a demanda internacional por minério
começa um ciclo de forte elevação, principalmente devido à demanda da China. Com
sua economia fortemente concentrada na exportação de commodities minerais, Minas
vivencia um período de crescimento do PIB. A arrecadação do governo do estado com
os “royalties da mineração” passou de R$ 33,1 milhões, em 2004, para mais de R$
181,4 milhões em 2011 (GONTIJO, 2013, 59). Este foi um elemento importante para
devolver ao governo a iniciativa política na construção da convergência entre a classe
dominante e justificar a condição de sócio menor do capital local diante dos interesses
do capital estrangeiro e das empresas exportadoras de commodities minerais.
Outra característica importante dos governos do pacto liberal é a contratação de
empréstimos, o que também concorre para manter a capacidade aglutinadora do governo
de Minas. De 2005 a 2013, o governo de Minas solicitou à ALMG vinte e cinco
empréstimos. Ao todo foram solicitados R$19,23 bilhões2.
No interior do pacto há a hegemonia dos setores exportadores de commodities e
do capital estrangeiro presente no estado. Não poderia ser diferente. Como vimos
anteriormente, a modernização econômica da década de 1970 ampliou a presença em
Minas dos capitais públicos federais, do capital estrangeiro e do capital privado de
outros estados, o que reduziu o peso relativo do capital local. Na década de 1990, as
privatizações concentraram ainda mais poder econômico ao transferir grande parte dos
capitais públicos federais e estaduais para o setor privado. Portanto, em um pacto em
que o Mercado dita as regras, os setores mais poderosos tendem a assumir a posição
dominante do condomínio de poder. Coube então ao capital local um papel de sócio
menor se aproveitando indiretamente dos ventos favoráveis do comércio internacional e
das fatias de recursos públicos negociadas no interior do governo do estado. Mais
adiante veremos como esta relação impactou a estrutura produtiva de Minas.
A classe trabalhadora e as camadas inferiores do tecido social são excluídas do
pacto. Seus interesses e reivindicações não encontram eco no governo ou o encontram
somente na medida em que são funcionais à legitimação do bloco dirigente. Este é o
caso das políticas sociais focalizadas que servem a dois propósitos: garantir melhorias
em índices, sem mudanças estruturais na vida do povo e fornecer material para a
propaganda oficial. Uma marca flagrante da exclusão dos interesses da maioria do povo
é a não aplicação do mínimo constitucional em Saúde e Educação como denunciado
pelo Ministério Público Estadual em 2011.
Este cenário levou às duas vitórias seguintes em primeiro turno do bloco que
governa Minas até os dias de hoje. Em 2006, Aécio Neves foi reeleito com 77,03% dos
votos válidos contra 22,03% do segundo colocado, Nilmário Miranda. Em 2010, o vice-
governador Antônio Anastasia foi eleito governador com 62,7% contra 34,1% do
candidato Hélio Costa. Sem sombra de dúvidas estes resultados expressam uma ampla
convergência entre as classes dominantes mineiras - mesmo que com interesses
conflitantes em seu interior - e uma extensa hegemonia do bloco dirigente entre o
conjunto da sociedade.
Reconhecemos que não se pode desprezar a influência nestes resultados da
dinâmica política nacional que levou o campo progressista liderado por Lula a
concentrar esforços em enfraquecer o núcleo central das forças conservadoras, qual seja,
o PSDB paulista. Esta tática possibilitou um arranjo em Minas que redundou na vitória
do campo progressista nas disputas federais e ao mesmo tempo na vitória do pacto
liberal nas disputas estaduais. Entretanto, o que queremos destacar é que sem considerar
as condições internas a Minas, relatadas anteriormente, não é possível compreender a
consolidação do pacto liberal.
Também não ignoramos o papel da ostensiva propaganda oficial que simula um
quadro social muito mais favorável do que o realmente existente no estado. Entre 2003
e 2010, o setor público gastou R$803,65 milhões em propaganda. Entre 2007 e 2011 foi
gasto em propaganda quase a mesma quantia dependida pelo governo de São Paulo no
mesmo período (GONTIJO, 2013, p. 63), o que é uma quantia elevadíssima se
considerarmos que a economia paulista é três vezes maior que a mineira. A magnitude
deste gasto contribui em primeira instância para incluir as empresas privadas de
comunicação de massa no bloco dirigente e assim evitar ruídos na imprensa que possam
arranhar a legitimidade deste bloco. Contudo, afirmamos que sem sólidos interesses de
classe sustentando o governo, as propagandas oficiais não conseguiriam sustentá-lo por
si só.
Em síntese, compreendemos por pacto liberal mineiro, o modelo de condução da
política e da economia que vigora atualmente em Minas, marcado pelas seguintes
características: Ausência de projeto de desenvolvimento regional; como corolário da
primeira característica, o Estado não exerce papel de indutor do desenvolvimento; o
poder aglutinador do Estado é garantido pela ampliação da arrecadação e pelos
empréstimos efetuados; hegemonia dos setores exportadores de commodities e do
capital estrangeiro no interior do bloco dirigente; exclusão dos interesses dos
trabalhadores e da maioria do povo.
4. A Título de conclusão: sinais de esgotamento das condições que sustentam o
pacto liberal mineiro e a possibilidade de sua superação
Antes de adentrarmos no tema desta subseção cabe advertir que não
pretendemos sucumbir à teleologia e nem estabelecermos uma data para o fim do pacto
liberal. Pretendemos tentar demonstrar que é possível perceber sinais de
enfraquecimento dos pilares do pacto e que, portanto, podem indicar um caminho para
sua superação. Não obstante, somente o curso da economia e, fundamentalmente, o
curso da luta política dirá se será aberto um novo ciclo político e econômico em Minas.
A Fundação João Pinheiro no seu Boletim de Conjuntura do Segundo trimestre
de 2013 aponta que “é pouco provável que ocorram aumentos sustentados nos preços
mundiais de bens primários como os que vinham ocorrendo até então. Tudo indica que
os preços estáveis ou menores desses produtos voltados para a exportação serão um
empecilho a mais para a manutenção do atual ritmo de crescimento econômico... ”3.
Com o alto grau de dependência das exportações de commodities minerais e agrícolas
este cenário pode indicar um período de estagnação no crescimento deste setores, pelo
menos pelo fator preço. Menor crescimento gera menor arrecadação e dificuldades nas
contas públicas. Sinal de enfraquecimento do poder aglutinador do Estado.
Em relação às exportações mineiras, temos o seguinte quadro na última década.
No ano 2000, minérios representavam 25% do total exportado pelo estado, em 2009 esta
porcentagem estava em 35%. Ferro e aço tinham participação de 23% nas exportações
mineiras, caíram para 16% em 2009. Levando em conta o critério de níveis de conteúdo
tecnológico das mercadorias, as exportações mineiras em 2009 podem ser classificadas
da seguinte forma: produtos primários, 26,19%; 44,45% de produtos manufaturados
baseados em recursos naturais; produtos manufaturados de baixa tecnologia, 9,37%;
manufaturados de média tecnologia, 18,89%; e produtos manufaturados de alta
tecnologia, 1,1%. Ou seja, 70% do total exportado foram de produtos primários e de
manufaturados baseados em recursos naturais (LIBÂNIO, 2010, p. 36). Entre 2000 e
2009 a exportação de produtos de média tecnologia declinou cerca de 10%. (LIBÂNIO,
2010, p. 38)
As exportações mineiras são concentradas em poucos produtos e também em
poucas empresas. As principais empresas exportadoras considerando os dados de 2011
são a Vale com 40,6% do total exportado, CBMM com 4,5%, Fiat com 4%, Namisa
Minérios com 3,7% e Gerdau Açominas com 3,5% (GONTIJO, 2013, p. 53).
O processo de ampliação da dependência da economia mineira em relação aos
produtos primários e “quase primários” ocorrida na década de 2000 aumenta os
conflitos no interior do bloco no poder. Se explorados, estes conflitos podem causar um
descolamento do pacto de parte dos setores produtivos locais mais interessados em uma
estratégia de modernização da economia.
No plano social, o quadro de persistência das desigualdades regionais do estado
contribui para enfraquecer a legitimação do bloco no poder. Minas tem a 3ª maior
economia do país, entretanto é apena o 9º estado em PIB per capita4 (R$17.931,00,
abaixo da média nacional) e o 10º. As regiões do Norte de Minas e os Vales do
Jequitinhonha e Mucuri tem rendas per capta que são cerca da metade das rendas per
capta da Região Central e do Triângulo. No Norte de Minas e nos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri os valores são, respectivamente, R$455,33 e R$431,75. Nas
regiões Central e Triângulo os valores são R$961,82 e R$908,04. (SANTOS; PALES,
2012, p. 11).
A magnitude da desigualdade regional também pode ser visualizada pela
concentração do PIB em algumas regiões do estado. Segundo a Fundação João Pinheiro,
o PIB de Minas em 2009 se dividia da seguinte maneira entre as regiões de
planejamento: Região Central, 45,8%; Sul de Minas, 12,2%; Triângulo Mineiro, 12%;
Zona da Mata, 7,8%; Rio Doce, 6%; Centro-Oeste, 4,4%; Norte, 4,2%; Alto Paranaíba,
3,8%; Jequitinhonha e Mucuri, 2%; Noroeste, 1,8%5.
A questão fiscal talvez seja a área mais sensível em que o governo de Minas tem
enfrentados sérios problemas recentemente. Já não é mais possível esconder que os
governos Aécio e Anastasia ampliaram consideravelmente a dívida pública do estado,
chegando a uma situação crítica. Minas contabilizou ao final de 2012 uma dívida de
R$82 bilhões, crescimento de 8,05% em relação a 20116.
O agravante da questão fiscal do estado é que o governo está se aproximando do
teto legal de endividamento. Atualmente as dívidas consolidadas do governo de Minas
comprometem 11,4% da Receita Corrente Líquida, ao passo que o limite estabelecido
pelo Senado brasileiro é de 11,5% da Receita Corrente Líquida. Em relação à Lei de
Responsabilidade Fiscal, Minas também está batendo no teto. Segundo a LRF a dívida
líquida pode ser no máximo duas vezes maior que a Receita Corrente Líquida. Em
setembro último, o Tesouro Nacional apontou que do limite de 2,0, Minas estava em
1,77.
Para não exceder o limite máximo nos dois indicadores apontados acima em um
cenário que pouco dinamismo da economia do estado, o governo terá que efetuar
contenção de gastos, como feito recentemente com a Reforma Administrativa. Isto
significará enfraquecimento do aparato estatal, demandas sociais ignoradas e possível
perda de receita destas áreas.
O cenário a frente é no mínimo de turbulência para o pacto liberal. A economia
crescendo menos, queda da arrecadação, proximidade do limite de endividamento,
ampliação das críticas a respeito da área social e estagnação da Indústria de
transformação do estado são temas que certamente estarão na agenda política dos
tempos que seguem.
________________________
Notas
1 Revista Mercado Comum, edição 232, p. 85. Disponível em
http://www.mercadocomum.com/site/revista
2 Revista Mercado Comum. Disponível em
http://www.mercadocomum.com/site/artigo/detalhar/governo_mineiro_contraiu_r$_19_bilhoes_de_novas
_dividas_durante_os_dez_ultimos_anos
3 Fundação João Pinheiro. Boletim de Conjuntura Econômica de Minas Gerais - 2º Trimestre de 2013.
Disponível em http://www.fjp.gov.br/index.php/component/docman/doc_download/997-
boletimdeconjuntura2otrimestre2013-13
4 Revista Mercado Comum, edição 232, p. 85. Disponível em
http://www.mercadocomum.com/site/revista
5 Fundação João Pinheiro. Informativo: PIB por região de planejamento – MG 2009/2. Disponível em
http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/component/docman/doc_download/735-informativo-pib-
regioes-de-planejamento-mg-20092
6 Revista Mercado Comum. Disponível em
http://www.mercadocomum.com/site/artigo/detalhar/governo_mineiro_contraiu_r$_19_bilhoes_de_novas
_dividas_durante_os_dez_ultimos_anos
7 Revista Mercado Comum. Disponível em
http://www.mercadocomum.com/site/artigo/detalhar/governo_mineiro_contraiu_r$_19_bilhoes_de_novas
_dividas_durante_os_dez_ultimos_anos
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