Modos de lembrar e esquecer 1

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MODOS DE LEMBRAR, ESQUECER E VIVER: OFICINA DE MEMÓRIA E DIVERSIDADE CULTURAL

Ouro Preto – Julho, 2011

Observação e registro

Leonardo Oliveira – Ouro Preto, MG(MG)

Raquel de Souza – Ouro Preto, MGSuellen Amorim – Ouro Preto, MG

“O ESFORÇO PARA LEMBRAR É A VONTADE DE

ESQUECER”.

(LOS HERMANOS – O VENTO)

A nossa pesquisa de campo abrangeu

oito entrevistados, dos quais apenas

cinco permitiram o uso de suas imagens. A pesquisa foi realizada na manhã de

20 de julho de 2011, no bairro Pilar, em Ouro Preto.

QUEM?

Rone dos Santos, 40 anos, técnico

agropecuário. Natural de Ouro Preto e mora no

Pilar.

Para não esquecer:

Rone nos disse que usa apenas a memória e a agenda do

telefone celular para se lembrar de compromissos.

Para lembrar:

Em relação à memória sensitiva, ele usa a música para se

lembrar do pai: o relojoeiro Geraldo dos Santos. Geraldo

gostava de bandas de música instrumental (sociedades

musicais). Ainda para recordar do pai, ele coleciona fotos.

Para esquecer:

Quando prefere esquecer algum acontecimento, ele

caminha e ouve músicas.

Quem?

Yasmin Cubas, de 19 anos,

é vendedora em uma loja

localizada no bairro de

nossa pesquisa, mas

reside no centro.

Para se lembrar de

compromissos, ela anota

em papeizinhos que

guarda na bolsa. Também

utiliza uma caderneta:

Para lembrar:

Tem um mural de fotos em casa e outras

tantas no computador. Também se reúne

com os entes queridos para contar

“casos”.

Para esquecer:

sai de casa para se divertir com as

amigas.

Quem?

Adriana Teixeira, de 26 anos. Balconista, mora no

Morro Santana.

Para lembrar:

Adriana guarda muitas cartas e fotos que a ajudam

a lembrar de pessoas e fatos, além de guardarem

experiências, criando uma memória que chamamos

de “anticorpo”, ou seja, que a protege de futuras

Decepções.

Para esquecer:

Adriana apenas usa o silêncio.

Mel Marins, 21 anos. Estudante de

Engenharia Ambiental, moradora

do Pilar.

Para não esquecer:

Mel escreve na agenda e em

papéis, que pendura em um mural do quarto

ou deixa na mesa.

Para lembrar:

Mel tem muitas memórias sensitivas, como:

cheiro de maresia lembra a cidade natal,

Vitória.

Cheiro de lasanha lembra a amiga Alice. A

música “Bom Conselho”, de Chico Buarque

lembra a mãe.

Para esquecer:

Segundo ela, só o tempo ajuda a esquecer.

Mas procura mudar de ambiente.

Quem?

Ricardo Maizatto, 45 anos, geólogo. Mora

no Rio de Janeiro.

Para não esquecer: Ricardo anota

compromissos na agenda ou no

seu calendário. Ainda usa os lembretes no

celular.

Para lembrar:

Ricardo tem uma estante de fotos em

casa e várias outras no computador.

Para ele é o melhor meio de lembrar.

Para esquecer:

Ricardo lê, caminha ou sai para tomar

um café em um lugar interessante.

Quem?

Adair Marques dos Reis,

73 anos, aposentado.

Mora no Pilar.

Para não esquecer:

Adair disse que ainda tem a memória

muito boa: sempre guardou tudo “de

cabeça”.

Para lembrar:

Gosta de ver álbuns de família para

recordar.

Para esquecer:

Escuta rádio, músicas para se distrair.

Quem?

Pedro Antunes Ferreira, 07

anos, estudante.

Mora no Pilar.

Para não esquecer:

O menino disse que às vezes “enrola” para

fazer as coisas que precisaria lembrar. Mas a

mãe sempre o relembra.

Para lembrar:

Pedro gosta de ver fotos e escutar músicas para

lembrar de coisas legais. E ainda:

“cheiro de linguiça lembra praia”.

Para esquecer:

Pedro relatou que, para esquecer coisas ruins,

“Penso em nunca mais pensar naquilo”.(Pedro Ferreira)

Conclusões:

* a família como base das

memórias.

* a memória e as idades.

* o tempo de esquecer.

* eu nas lembranças dos outros ou

na minha própria.

OBRIGADO!

FIM

www.observatoriodadiversidade.org.br/oficinadememoria

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