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Módulo de Capacitação
Conhecendo a Agenda 21 e o que é
Desenvolvimento Sustentável
Professora e Coordenadora: Lucia Palhares
E-mail: lucia.palhares@globo.com
Nunca antes se ouviu falar tanto nessa palavra quanto nos dias
atuais: Sustentabilidade. Mas, afinal de contas, o que é
sustentabilidade?
Segundo a Wikipédia: “sustentabilidade é um conceito sistêmico;
relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais,
culturais e ambientais da sociedade humana”.
Mas você ainda pode pensar: “E que isso tudo pode significar na
prática?”
Podemos dizer “na prática”, que esse conceito de sustentabilidade
representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos
planetários (naturais ou não) de forma a prejudicar o menos possível o
equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda
a biosfera que dele dependem para existir.
O que é desenvolvimento sustentável?
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração
atual, sem comprometer a capacidade de atender as
necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que
não esgota os recursos para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, criada
pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de
harmonizar dois objetivos:
o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.
Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.
Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico.
O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.
O Clube de Roma - Evolução histórica
O conceito de Desenvolvimento sustentável não surgiu nos anos de 1990.
Pode-se dizer que, alguns autores, consideram a publicação, em 1962, do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, como o começo das discussões internacionais sobre o meio ambiente.
Um dos documentos mais importantes, em termos de repercussão entre os cientistas e os governantes foi o Relatório Meadows, conhecido como Relatório do Clube de Roma e o que propõe crescimento econômico zero e influenciou, de maneira decisiva, o debate na conferência de Estocolmo.
Surge em 1968, e era composto por cientistas, industriais e políticos, que tinha como objetivo discutir e analisar os limites do crescimento econômico levando em conta o uso crescente dos recursos naturais.
Detectaram que os maiores problemas eram: industrialização acelerada, rápido crescimento demográfico, escassez de alimentos, esgotamento de recursos não renováveis, deterioração do meio ambiente.
No ano de 1972, o grupo de pesquisadores liderado por Dennis L. Meadows publicou o estudo intitulado "Os Limites do Crescimento".
No estudo, fazendo uma projeção para cem anos (sem levar em conta o progresso tecnológico e a possibilidade de descoberta de novos materiais) apontou-se que, para atingir a estabilidade econômica e respeitar a finitude dos recursos naturais é necessário congelar o crescimento da população global e do capital industrial.
Tal posição significava uma clara rediscussão das velhas teses de Malthus sobre os perigos do crescimento da população mundial.
A tese do Crescimento Zero era um ataque direto às teorias de crescimento econômico contínuo propalados pelas teorias econômicas.
O relatório teve repercussão internacional, principalmente, no direcionamento do debate caloroso que ocorreu, no mesmo ano de 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, conhecida como Conferência de Estocolmo.
Evolução Histórica1972: ONU realiza em Estocolmo a “Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano”
1987: Relatório “Nosso Futuro Comum”.
1990: Surgiu o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática)
1992: Eco 92 ou Rio 92. Principal documento Agenda 21
1992: Eco 92. Convenção sobre Mudanças Climáticas. Protocolo de Kyoto
1997: COP 3 Reunião em Kyoto
2002: Rio + 10. Objetivo de avaliar as mudanças ocorridas em dez anos
2007: 13ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. 2ª parte de Kyoto
2009: COP 15 Convenção do Clima de Copenhague
20010; COP 16 .......
O Brasil é o berço da Carta da Terra. Em 1987, uma Comissão das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
recomendou a redação de uma nova Carta sobre o desenvolvimento
sustentável, mas foi só no evento paralelo da Cúpula da Terra (ECO-
92), chamado de “Fórum Global”, realizado no Rio de Janeiro, em 1992,
que foi redigida a primeira versão da Carta da Terra, ao lado de um
conjunto de documentos chamados de “Tratados” das ONGs.
A CARTA DA TERRA NO BRASIL
No Fórum Global Rio-92 foram debatidos e aprovados 36 tratados, entre
eles, a Carta da Terra e a Declaração do Rio do Fórum Global.
A Carta da Terra é utilizada como um guia para a construção de
uma cultura da paz e da sustentabilidade.
A Carta da Terra é o equivalente à Declaração Universal dos Direitos
Humanos, apropriada para os tempos atuais, constituindo-se num
documento baseado na afirmação de princípios éticos e valores
fundamentais que norteariam pessoas, nações, estados, raças e culturas
no que se refere à cultura da sustentabilidade, com eqüidade social. Parte
integrante de um projeto social global de construção de uma sociedade
com desenvolvimento econômico sustentado e justiça social, ela também
não deixa de ser um processo global de formação e capacitação:
aprofunda a capacidade de participação, organização e co-direção, para
que os cidadãos e cidadãs possam intervir, local e globalmente, de modo
criativo e transformador, a partir da realidade em que estão inseridos para
melhorar a qualidade de vida de todos.
A CARTA DA TERRA NO BRASIL
Princípios da Carta da Terra
I. Respeitar e cuidar da comunidade da vida
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade;2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor;3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas;4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações;
Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:
II. Integridade Ecológica
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especialpreocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida;6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando
o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução;7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades
regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário;8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla
aplicação do conhecimento adquirido
III. Justiça Social e Econômica
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental;10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis
promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável;
11. Afirmar a igualdade e a equidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas;
12. Defender sem discriminação os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias;
IV. Democracia, Não Violência e Paz
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões , e acesso à justiça
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável;15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração;16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
Portanto:
A escolha é nossa, formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida.
O que compõe a Pegada Ecológica?
A Pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa, corresponde ao
tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, necessárias para gerar produtos,
bens e serviços que sustentam seus estilos de vida. Em outras palavras,trata-se de
traduzir, em hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma
sociedade “utiliza” , em média,para se sustentar.
http://panodajangada.files.wordpress.com/2009/05/pegada-ecologica.jpg
A palavra Ecologia tem origem no grego “oikos" que significa casa e "logia",
estudo,reflexão.
Logo, seria o estudo da casa, ou de forma mais genérica, do lugar onde se vive.
Foi o cientista alemão Ernest Haeckel, em 1869, quem primeiro usou este termo
para designar a parte da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o
meio ambiente em que vive, além da distribuição e abundância dos seres vivos no
planeta.
Ecologia
Denomina-se ecossistema o conjunto das comunidades de
uma área específica, levando em consideração os fatores
ambientais que constitui um biótopo (local onde vive uma
comunidade).
Ecossistema
Ou de outra forma, podemos definir ecossistema como
sendo um conjunto de comunidades interagindo entre si e
agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos fatores abióticos.
Dentro do conceito de ecossistema, ainda cabe definirmos o
conceito de hábitat, pelo qual entendemos o ambiente físico o qual
ocorre(m) uma(s) determinada(s) espécie(s).
Ex.: O hábitat do lobo guará é o cerrado.
Muitas vezes, o termo bioma é utilizado como sinônimo de
ecossistema, no entanto ao contrário do segundo que implica nas
inter-relações entre fatores bióticos e abióticos, o primeiro significa
uma grande área de vida formada por um complexo de hábitats e
comunidades, ou seja, apenas o meio físico (área) sem as
interações.
Ex.: Bioma cerrado, bioma mata atlântica.
A definição de um modelo de desenvolvimento,
pressupõe a construção de um futuro desejável que
possa satisfazer as necessidades.
Porém, a supremacia dos interesses econômicos
sobre os objetivos sociais e ambientais não é
novidade, mas uma herança do colonialismo do
atual capitalismo e porque não dizer também da
globalização reforçam esta tese, pois num mundo
globalizado, desenvolvimento significa crescimento.
A visão econômica tradicional, que enxerga os capitais natural e
manufaturado como substitutos, já está sendo recusada por cientistas,
economistas e ambientalistas, pois já é possível mensurar
economicamente a destruição do ecossistema, não contabilizando,
apenas, o que foi destinado ao mercado (capital natural transformado em
capital manufaturado).
O Economista Hermam Daly acredita que a humanidade se acha em uma
encruzilhada histórica, pois pela primeira vez, os limites da prosperidade
se devem à falta, não de capital criado pelo homem, mas de capital
natural.
Economia
Economia é o estudo do abastecimento material do oikos ou da
polis, isto é, da casa familiar ou da cidade
O livro Capitalismo Natural, (P. Hawken, A Lovins e L. Lovins) mostra
que já é possível, dadas as condições tecnológicas atuais, viver um
mundo completamente diferente, no qual, o capital natural, cada vez
mais escasso, é o recurso mais importante , pois não aparece por obra
de um milagre singular: é, isso sim, o produto do trabalho permanente
executado por milhares e milhares de espécies em interação complexa
e deve ser encarado como a soma total dos sistemas ecológicos que
sustentam a vida, diferindo completamente do capital feito pelo homem
na medida em que não pode ser produzido pela atividade humana.
Sendo assim, o capital natural torna-se o fator limitador do
desenvolvimento, pois todas as indústrias dependem de algum recurso
natural para produzir .
A eco economia, segundo Lester R. Brown, ambientalista e autor do livro
“A Eco Economia para um Mundo Sustentável”, passa pela substituição dos
combustíveis fósseis por energias renováveis, especialmente a eólica e a
solar, a criação de novos sistemas de transporte, a reciclagem dos produtos e
a estabilização populacional do planeta.
Em seu livro Brown mostra que a economia global está fora de sincronia com
o ecossistema da Terra e para que possamos reestruturar a economia no
tempo que nos resta, todos precisaremos estar envolvidos.
O fator mais crítico do modelo econômico que acelerará o processo da
adoção de ferramentas da Eco Economia será o aumento do preço dos
alimentos.
Abordando o caso da produção, o ambientalista cita números que
impressiona, ou seja, são necessários cerca de 1 mil litros de água para a
produção de uma tonelada de grãos. Em relação a mudanças climáticas,
conclui que o aumento de um grau da temperatura representa a redução de
10% da produtividade das lavouras.
A evolução do modelo econômico
Os principais instrumentos da Eco Economia:
Energias renováveis;
Reestruturação do sistema tributário;
Custos ambientais indiretos;
Estabilização da população (programas
educacionais).
A Agenda 21 é um programa de ações para o qual
contribuíram governos e instituições da
sociedade civil de 179 países, que constitui a
mais ousada e abrangente tentativa já realizada
de promover, em escala planetária, um novo
padrão de desenvolvimento, conciliando
métodos de proteção ambiental, justiça social e
eficiência econômica.
Resumo dos quarenta capítulos:
Preâmbulo - Capítulo 1
Seção I Dimensões Sociais e Econômicas – Capítulo 2 ao 8
Seção II Conservação e Gestão dos Recursos para o
Desenvolvimento - Capítulo 9 ao 22
Seção III Fortalecimento do Papel dos Grupos Principais –
Capítulo 23 ao 32
Seção IV Meios de Implementação – Capítulo 33 ao 40
Capítulo 6: Proteção e Promoção das Condições da Saúde Humana
Áreas de Programas
a- satisfação das necessidades de atendimento primário da saúde,
especialmente nas zonas rurais;
b- controle das moléstias contagiosas;
c- proteção dos grupos vulneráveis;
d- o desafio da saúde urbana;
e- redução dos riscos para a saúde decorrentes da poluição e dos
perigos ambientais
A partir da Agenda 21 Global, todos os países que assinaram o
acordo assumiram o compromisso de elaborar e implementar sua
própria Agenda 21 Nacional.
A Agenda 21 Nacional deve adequar-se à realidade de cada país e
de acordo com as diferenças sócio-econômico-ambientais, sempre
em conformidade com os princípios e acordos da Agenda 21
Global.
A metodologia empregada internacionalmente para a elaboração
das agendas 21 nacionais contempla a participação de diferentes
níveis do governo, o setor produtivo e a sociedade civil
organizada.
No Brasil foi criada, por decreto do Presidente da República, em
fevereiro de 1997, a Comissão de Políticas de Desenvolvimento
Sustentável (CPDS)e da Agenda 21, no âmbito da Câmara de
Políticas dos Recursos Naturais, incluindo representantes do
governo e da sociedade civil, com as atribuições de (1) propor
estratégias de desenvolvimento sustentável e (2) coordenar,
elaborar e acompanhar a implementação da Agenda.
A Agenda 21 Brasileira foi construída a partir das diretrizes da Agenda 21
global. Trata-se, portanto, de um instrumento fundamental para a
construção da democracia participativa e da cidadania ativa no País.
Esse processo que se deu de 1996 a 2002 teve o envolvimento de cerca de
40.000 pessoas de todo o Brasil.
O documento Agenda 21 Brasileira foi concluído em 2002.
A partir de 2003, a Agenda 21 Brasileira não somente entrou na fase de
implementação assistida pela CPDS, como também foi elevada à condição
de Programa do Plano Plurianual, PPA 2004-2007, pelo atual governo.
Como programa, ela adquire mais força política e institucional, passando a
ser instrumento fundamental para a construção do Brasil Sustentável.
Portanto, a Agenda 21, é hoje um dos grandes instrumentos de formação
de políticas públicas no Brasil.
Assim cada país, cada cidade deve adequar sua Agenda à sua realidade e
às suas diferentes situações e condições, sempre considerando os
seguintes princípios gerais:
- participação e cidadania;
- respeito às comunidades e diferenças culturais;
- integração;
- melhoria do padrão de vida das comunidades;
- diminuição das desigualdades sociais;
-mudança de mentalidades.
A Agenda 21 traduz em ações o conceito de Desenvolvimento Sustentável
Um fator diferencial da Agenda Brasileira em relação às demais experiências
no mundo é a opção pela inclusão das Agendas Locais.
Você está sendo convidado a entrar nesta “ciranda”
Síntese do Passo a Passo da Agenda 21 Local
1º Passo – mobilizar para sensibilizar governo e sociedade;
2º Passo – criar o Fórum da Agenda 21 Local
3º Passo – elaborar o diagnóstico participativo
4º Passo – elaborar o plano local de desenvolvimento sustentável
5º Passo - implementar o plano local de desenvolvimento sustentável
6º Passo – monitorar e avaliar o plano local de desenvolvimento
sustentável
A Agenda 21 Local é um processo de desenvolvimento de
políticas para o alcance da sustentabilidade, cuja implementação depende,
diretamente, da construção de parcerias entre autoridades e outros
setores da sociedade.
Seu objetivo principal é produzir um plano de ação para o alcance de
um cenário de futuro desejável
É importante que a noção de „processo contínuo‟ esteja sempre
presente.
No processo de desenvolvimento de uma Agenda 21 Local, a comunidade
aprende sobre suas deficiências e identifica suas potencialidades e
recursos; dessa forma estará apta a fazer as escolhas que vão torná-la uma
comunidade sustentável.
O documento final deverá refletir uma estratégia local para o
desenvolvimento sustentável e:
(1) ser claro e conciso;
(2) identificar as principais questões e metas a serem alcançadas
(3) relacionar organizações e setores envolvidos;
(4) definir as responsabilidades de cada um;
(5) estabelecer prazos;
(6) definir formas de acompanhamento das ações e avaliação de
desempenho.
É essencial lembrar, sempre, que o documento é um marco no
processo e não a conclusão.
SENSIBILIZAÇÃO
A sensibilização tem sido considerada uma das partes mais
difíceis do trabalho, já que pressupõe uma revolução na forma
tradicional de se tomar decisões.
Mudar a relação entre a comunidade e as autoridades é tarefa
complexa e longa; as pessoas precisam ser convencidas da
importância da contribuição individual na solução dos problemas
globais e de que sua participação será levada em consideração,
garantindo algum controle sobre o seu futuro.
Efeito Estufa
O efeito estufa é uma proteção natural
do planeta e sem ele a temperatura
média da Terra seria 33°C mais baixa,
ficando em torno de 15 graus
negativos.
O Efeito Estufa consiste, basicamente, na ação do dióxido
de carbono e outros gases como metano, óxidos de azoto
e ozônio sobre os raios infravermelhos refletidos pela
superfície da terra, reenviando-os para ela, mantendo
assim uma temperatura estável no planeta.
Nos últimos anos, a concentração de dióxido de
carbono na atmosfera tem aumentado cerca de 0,4%
anualmente; este aumento se deve à utilização de
petróleo, gás e carvão e à destruição das florestas
tropicais.
Contribuição relativa de gases provenientes de atividades
antrópicas ao efeito estufa
(baseado em Krupa, 1997)
O efeito conjunto de tais substâncias pode vir a causar um aumento
da temperatura global (Aquecimento Global) estimado entre 2 e 6 ºC
nos próximos 100 anos.
Um aquecimento desta ordem de grandeza
não só irá alterar os climas em nível
mundial como também irá aumentar o
nível médio das águas do mar em pelo
menos 30 cm, o que poderá interferir na
vida de milhões de pessoas habitando as
áreas costeiras mais baixas.
Destruição da Camada de Ozônio
Situada na estratosfera , entre os quilômetros 20 e 35 de
altitude, a camada de ozônio tem cerca de 15 km de espessura
Redução da Camada
Como a composição da atmosfera nessa altitude é bastante
estável, a camada de ozônio manteve-se inalterada por milhões
de anos.
Nas últimas décadas, entretanto, vem ocorrendo uma
diminuição na concentração de ozônio, causada pela emissão
de poluentes na atmosfera.
O maior responsável é o cloro presente e clorofluorcarbonetos
(CFCs).
A relação entre o CFC e a diminuição da camada de ozônio começa a
ser discutida em 1974 pelo químico norte-americano
Frank Rowland (1927-) e pelo mexicano Mario Molina (1943-),
ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 1995.
Dez anos depois, em 1984, é detectado um buraco na camada de
ozônio sobre a Antártica, cuja extensão, 7.000.000 km²,
supera as previsões mais pessimistas.
Um novo inimigo é descoberto em 1992: o brometo de metila, um
inseticida usado em plantações de tomate e morango,
que existe em quantidade bem menor que o CFC, mas é 50 vezes
mais prejudicial.
Calcula-se que o bromo encontrado no brometo de metila seja
responsável por 5% a 10% do total da destruição da camada de
ozônio no mundo.
Consequências ?
A redução da camada de ozônio causa maior incidência dos
raios ultravioleta, o que diminui a capacidade de fotossíntese
nos vegetais e afeta as espécies animais.
Nos seres humanos compromete a resistência do sistema
imunológico e causa câncer de pele e doenças oculares, como
a catarata.
Políticas ambientais
Em 1987, 24 países assinam o Protocolo de Montreal, no Canadá,
comprometendo-se a restringir à metade a produção de CFC
até 1999.
Em junho de 1990, a ONU determina o fim gradativo da
fabricação de CFC até o ano 2010.
No mesmo ano é criado o Programa Brasileiro de Eliminação da
Produção e Consumo das Substâncias que Destroem a
Camada de Ozônio, que pretende acabar com o uso de CFC no país
até 2001.
Entre 1988 e 1995, a utilização de CFC cai 76% no mundo inteiro.
O Brasil reduz sua utilização em 31%. Mas, como o CFC leva
anos para chegar à estratosfera, estima-se que a camada de
ozônio só vai começar a se recuperar no final da década e não
será totalmente reconstituída antes de um século.
Os Estados Unidos, em 1994, substituem totalmente
o produto, assim como vários países europeus.
No Brasil ainda há pouco com que se preocupar
No Brasil, a camada de ozônio ainda não perdeu 5% do seu
tamanho original, de acordo com os instrumentos medidores do
INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais).
O instituto acompanha a movimentação do gás na atmosfera
desde 1978 e até hoje não detectou nenhuma variação
significante, provavelmente pela pouca produção de CFC no
Brasil em comparação com os países de primeiro mundo.
No Brasil apenas 5% dos aerossóis utilizam CFC, já que uma
mistura de butano e propano é significativamente mais barata,
funcionando perfeitamente em substituição ao clorofluorcarbono.
O último CFC ainda consumido e tolerado no país é o usado na
indústria farmacêutica para produção de "bombinhas" para asmáticos
e sprays.
A partir de 2011, produção e importação de medicamentos que
contêm CFC estão proibidas por uma determinação da ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicada no Diário Oficial
da União em 26 de novembro de 2008.
Procure seu médico para orientações". Essa mensagem deve,
obrigatoriamente, constar das embalagens de remédios com CFC
comercializados no país desde 31 de julho de 2009, estipulou a
mesma determinação da ANVISA.
A Agência deu prazo até 31 de dezembro de 2010 para fabricantes
regularizarem o registro de seus medicamentos sem CFC usados no
tratamento de doenças pulmonares e continuarem no mercado.
O que é Produção Mais Limpa (P+L)?
Produção Mais Limpa significa a aplicação contínua de uma
estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos
processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de
matérias-primas, água e energia, através da não geração,
minimização ou reciclagem de resíduos gerados, com benefícios
ambientais e econômicos para os processos produtivos.(Definição: UNIDO)
• Aumentar a vantagem econômica e competitiva da empresa.
• Racionalizar o uso de insumos.
• Reduzir os desperdícios.
• Minimizar a geração de resíduos, diminuindo os impactos
ambientais.
• Aumentar a competitividade, atualizando a empresa de acordo
com as exigências do mercado.
• Adequar os processos e produtos em conformidade com a
legislação ambiental.
• Permitir a obtenção de indicadores de eficiência.
• Documentar e manter os resultados obtidos.
• Promover e manter a boa imagem da empresa, divulgando a
ecoeficiência da produção e a qualidade dos produtos oferecidos.
Quais são os objetivos da adoção da Produção Mais Limpa?
Quais são as vantagens da Produção Mais Limpa?
• Redução dos custos de produção e aumento da eficiência e
competitividade.
• Redução das infrações aos padrões ambientais previstos na
legislação.
• Diminuição dos riscos de acidentes ambientais.
• Melhoria das condições de saúde e segurança do trabalhador.
• Melhoria da imagem da empresa junto aos consumidores,
fornecedores e poder público.
• Ampliação das perspectivas de mercado interno e externo.
• Acesso facilitado às linhas de financiamento.
• Melhor relacionamento com os órgãos ambientais, com a mídia e a
comunidade.
Quais são os benefícios da Produção Mais Limpa?
Para a produção:
•Redução no consumo de matéria-prima, energia e água.
•Redução de resíduos e emissões.
•Reúso de resíduos de processo.
•Reciclagem de resíduos.
Para os produtos:
•Redução de desperdícios (Ecodesign).
•Uso de material reciclável para novos produtos.
•Diminuição do custo final. Redução de riscos.
Produção Mais Limpa e Técnicas de Fim de Tubo:
qual é a diferença?
Produção Mais Limpa é uma ação preventiva que busca evitar,
por exemplo, a geração de resíduos por meio do aproveitamento
máximo das matérias-primas utilizadas durante o processo
produtivo.
Já as Técnicas de Fim de Tubo são ações que apenas ajudam a
diminuir o impacto ambiental de determinados resíduos, ao dar-
lhes tratamento.
Portanto, o Fim de Tubo só é válido para tratar aqueles resíduos
que não puderam ser evitados no processo, sendo considerado
uma alternativa de remediação, enquanto a Produção Mais Limpa
é uma proposta de solução.
Quais são as etapas para a implementação da Produção
Mais Limpa?
É a aplicação de técnica ou conjunto de técnicas em uma área
contaminada, visando a remoção ou contenção dos contaminantes
presentes, de modo a possibilitar a sua reutilização, com limites
aceitáveis de riscos ao meio ambiente e à saúde humana.
O Ecodesign, ou projeto para o meio ambiente, avalia o
efeito que um produto tem sobre o meio ambiente em
todos os estágios do seu ciclo de vida, ou seja, desde a
escolha da matéria prima, produção e distribuição até o
seu uso e pós-uso.
Avaliação do Ciclo de Vida
ACV (Life Cycle Assessment - LCA)
É um método utilizado para avaliar o impacto ambiental de
bens e serviços.
A análise do ciclo de vida de um produto, processo ou
atividade é uma avaliação sistemática que quantifica os fluxos
de energia e de materiais no ciclo de vida do produto.
A EPA (Environmental Protection Agency, dos Estados Unidos)
define a Avaliação de Ciclo de Vida como “uma ferramenta
para avaliar, de forma holística, um produto ou uma atividade
durante todo seu ciclo de vida”.
O ciclo nada mais é que a história do produto, desde a fase de
extração das matérias primas, passando pela fase de
produção, distribuição, consumo, uso e até sua transformação
em lixo ou resíduo.
Ciclo PDCA
"O que não pode ser medido, não pode
ser gerenciado."
W. E. Deming
O ciclo PDCA, também conhecido como ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming,
tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na
execução da gestão, como por exemplo na gestão da qualidade, dividindo-a
em quatro principais passos que são os seguintes:
Plan (Planejamento)
Do (Execução)
Check (Verificação)
Act (Ação)
Permacultura
O QUE É PERMACULTURA?
Permacultura é uma palavra formada pela união de
¨permanente¨ e ¨agricultura¨ e representa uma nova
maneira de pensar e organizar a atividade produtiva.
Seus princípios estimulam a criação de ambientes
equilibradamente produtivos, ricos em alimentos, energia,
abrigos e outras necessidades materiais e não materiais,
o que inclui infra-estrutura social e econômica.
0 projeto permacultural envolve o planejamento, a
implantação e a manutenção conscientes de
ecossistemas produtivos que tenham a diversidade, a
estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais.
Ele resulta na integração harmoniosa entre as
pessoas e a paisagem, provendo alimentação, energia
e habitação, entre outras necessidades materiais e
não materiais, de forma sustentável.
QUANDO SURGIU A PERMACULTURA?
A Permacultura foi desenvolvida no começo dos anos 70
pelos australianos Bill Mollison e David Holmgren, como
uma síntese das culturas ancestrais sobreviventes com os
conhecimentos da ciência moderna.
A partir de então, passou a ser difundida na Austrália,
considerando que, naquele país, a agricultura convencional
já estava em decadência adiantada, mostrando sinais de
degradação ambiental e perda de recursos naturais
irrecuperáveis.
Situação muito similar à do Brasil de hoje.
Princípios da Permacultura
• Princípios Éticos:
- Cuidados com o planeta - Significa cuidar de todas as coisas,
vivas e não vivas: solos, espécies e suas variedades,
atmosfera, florestas, microhabitats, animais e águas. Isto
implica na realização de atividades inofensivas e reabilitadoras,
conservação ativa e uso ético e moderado de seus recursos.
- Cuidados com as pessoas - Estimula a ajuda mútua entre as
pessoas e a comunidade. As necessidades básicas de
alimento, abrigo, educação, trabalho satisfatório, contato
humano e convivência são levadas em conta.
Princípios da Permacultura
• Compartilhar excedentes (inclusive conhecimentos)
Depois de haver cuidado de nossas necessidades
básicas e planejado nossos sistemas, buscando
usar o melhor de nossas habilidades, podemos
estender nossas influências e energias para ajudar
outras pessoas a entenderem este enfoque.
• Limites ao consumo - Urge um limite nas
necessidades, na população e no consumo, que
terão de atender dois conceitos importantes, a
Capacidade de Carga e o Caminho Ecológico.
Características da permacultura:
• É possível o uso da terra em pequena
escala.
• O uso da terra é intensivo e não
extensivo.
• Há diversidade nas espécies de
plantas, variedades e produtividade.
• O prazo longo, um processo
evolucionário (várias gerações).
Na permacultura todo sistema deve produzir mais
energia do que consome e dentro deste conceito os
sistemas permaculturais se tornam energéticos de
várias maneiras:
• Produção intensiva em relação ao trabalho.
Sistemas permanentes exigem poucas ou nenhuma
máquina e pouco ou nenhum insumo, consumindo
menos calorias do que produzem;
• Produção para consumo local. Evitam-se assim
gastos em transporte;
• Utilização das energias do lugar (gravidade,
transporte animal, sol, vento, etc.);
• Reciclagem dos dejetos. Compostagem
• Utilizando energias alternativas captadas no lugar:
cozinhando com fogões solares e a lenha, biogás,
painéis solares, etc.
Hoje, existem institutos de Permacultura em todos os
continentes, em mais de cem nações.
Diversos países, como o Brasil, vêm adotando a
Permacultura como metodologia agrícola e, até
mesmo, escolas de todos os níveis estão incluindo a
Permacultura no seu currículo básico.
Em linhas gerais, a Permacultura é um sistema de
design ecológico, que une conhecimentos tradicionais
à ciência moderna, para a criação de ambientes
humanos sustentáveis podendo ser aplicada em áreas
urbanas e rurais.
Ela apresenta soluções práticas e sustentáveis para a
organização de diferentes espaços.
Sistemas agroflorestais (SAFS)
• Os sistemas agroflorestais (SAFS) são
formas de uso da terra em que há um
consórcio de espécies arbóreas, cultivos
agrícolas e/ou criação de animais numa
mesma área de maneira simultânea ou ao
longo do tempo.
Vantagens e desvantagens
• Pelo menos três aspectos negativos com relação aos SAFS
precisam ser pautados.
• O primeiro diz respeito ao conhecimento técnico com relação
às melhores combinações para cada região.
• O segundo ponto é a falta de tradição em SAFS que gera
desconfiança no produtor, dificultando a adoção do sistema.
• Por fim, a interação de várias espécies numa mesma área
torna o manejo mais complexo, exigindo mais conhecimento e
habilidade técnica.
Vantagens e desvantagens
• Por outro lado, em temos ecológicos, a
experiência mostra que os SAFS são capazes de
controlar a erosão dos solos. As diferentes
arquiteturas de copas reduzem o impacto da chuva e
a insolação direta, promovem o acúmulo de matéria
orgânica na superfície e contribuem com a melhoria
da fertilidade.
• A presença de diferentes espécies de plantas faz
com que camadas diversas de solo sejam
exploradas pelos diferentes sistemas radiculares,
otimizando a absorção de nutrientes e água.
Vantagens e desvantagens
• Por promoverem uma ciclagem de nutrientes, os
SAFS são responsáveis pela manutenção da
capacidade produtiva da terra ao longo do tempo.
• Sob aspecto econômico, os SAFS oferecem
diversidades de produtos, gerando várias fontes de
renda para o produtor.
• A maior diversidade e a distribuição de trabalho no
campo durante o ano ocupa a mão-de-obra familiar,
proporcionando melhoria da qualidade de vida e
contribuindo para reduzir a taxa de êxodo rural.
Capítulo 18 da Agenda 21: Água
O capítulo 18 da Agenda 21, por exemplo, trata de um
elemento essencial para que haja vida no planeta Terra:
a água.
O objetivo geral é assegurar a oferta de água de boa
qualidade para todos os habitantes, mantendo as
funções hidrológicas, biológicas e químicas dos
ecossistemas, adaptando as atividades do homem aos
limites da natureza e lutando para combater as moléstias
ligadas a água.
Origem geológica e biológica
da água na Terra
As erupções vulcânicas associadas à “Tectônica de Placas”, lançaram
na atmosfera grandes quantidades O, H, CO2, N, SO2 e CO.
O oxigênio e o hidrogênio combinaram-se para dar origem ao vapor
de água da atmosfera.
Água no Planeta
Não houve mudança no teor de umidade na Terra.
A água que os dinossauros bebiam há milhões de anos
é a mesma que hoje vem da chuva.
Mas vai existir água suficiente em um mundo cada vez
mais populoso?
Água no planeta
Entre os fatores limitantes do desenvolvimento sustentável
está a água. Poucos sabem, mas de toda água do globo
terrestre, apenas 1% serve para abastecer a população.
O planeta Terra é formado por ¾ de água (doce e salgada) e
apenas ¼ de terra (continentes e ilhas). Fica bem mais fácil
entender isso olhando no globo terrestre: toda a parte em azul
representa a água, enquanto que a parte em marrom
representa a terra.
Total de água da Terra = 1.386.000 de km³, sendo que
desse total 97,5% é de água salgada.
Água doce representa 2,5% do total, dividida da
seguinte forma:
68,9% calotas polares e geleiras;
29,9% água subterrânea;
0,3% rios e lagos
0,9% outros reservatórios
Fonte : Shiklomanov in IHP/UNESCO, 1998.
A água doce disponível no planeta se apresenta cada
vez mais insuficiente para matar a sede da
humanidade.
Os brasileiros até que são privilegiados, já que
detém em seu território 13,7% da água doce do
mundo.
Deste total 80% estão nos rios da Amazônia.
O Brasil possui uma das maiores redes hidrográficas
do mundo, além de extensas reservas de águas
subterrâneas.
A gigantesca bacia Amazônica é a maior do Planeta.
Está, em sua maioria, em território brasileiro e seus
rios são responsáveis por 70% dos recursos
hídricos do país.
As águas encontradas no subsolo do Brasil, que
formam os aquíferos, têm também proporções
gigantescas.
O aquífero Guarani, principal reserva subterrânea de
água doce da América do Sul, ocupa uma área de
um 1.200.000 km² de extensão, equivalente aos
territórios da Espanha, França e Inglaterra somados.
Dois terços está no Brasil e um terço no Paraguai,
Argentina e Uruguai. Estima-se que este aquífero
possa abastecer permanentemente uma população de 500.000.000 de habitantes, se bem manejado.
O Guarani estende-se pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul
e Santa Catarina e por partes do território do Uruguai, do Paraguai
e da Argentina.
Ele pode fornecer até 43 trilhões de metros cúbicos de água por
ano. Uma camada de rocha basáltica protege o aquífero das
contaminações do solo.
No entanto, uma pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2002 apontou níveis de
agrotóxicos próximos aos do limite de risco para a saúde humana
na região de Ribeirão Preto (SP) e em outras quatro áreas: nas
nascentes do rio Araguaia, no limite setentrional do aquífero, na
região de Lajes (SC), em Alegrete (RS) e no interior do Paraná.
Nessas regiões o risco de contaminação é grande porque o
aquífero não é protegido pela rocha basáltica.
O NOME:
Homenagem à população indígena que dominava a Bacia Platina na
época do descobrimento da América.
O VOLUME DE ÁGUA ARMAZENADA:
Calcula-se que a reserva contenha 50 quatrilhões de litros de água. É
mais do que a água que corre em todos os rios do planeta em um ano,
ou seja, 43 quatrilhões de litros. Poderia abastecer a atual população
brasileira por 2 mil anos. (Alguns cientistas afirmam que poderá chegar
a 3 mil anos).
A VAZÃO:
Chega a 800 metros cúbicos por hora (ou 800 mil litros) em
profundidades de mil a 1,2 mil metros. Nas bordas é de cerca 3
litros/hora.
A PROFUNDIDADE:
A água do manancial está situada a uma profundidade que oscila de 50
metros a 1,5 mil metros. 10% da área total está rente a superfície.
A TEMPERATURA DA ÁGUA:
A cada cem metros de profundidade, a temperatura da
água aumenta 3ºC. Nos pontos mais profundos, pode
chegar a 60ºC. A água tem uma temperatura média de
25ºC a 30ºC .
A ESPONJA:
A água está embebida em um manto de arenito poroso.
Trata-se de água da chuva que escorreu lentamente
para o subsolo durante 100 milhões de anos,
depurando-se.
Outros Aquíferos
Embora não haja no Brasil dados precisos sobre as
características e a capacidade da maioria desses
reservatórios de água subterrâneos, sabe-se que
outros aqüíferos importantes são o Serra Grande, o
Cabeças e o Poti-Piauí, que ocupam uma área
localizada entre o Piauí e o Maranhão; o São
Sebastião, na Bahia; o Açu, no Rio Grande do Norte;
o Solimões e o Alter do Chão, na Amazônia; além do
Bauru e do Serra Geral, no Sudeste.
O que é a dessalinização?
Dessalinização é um processo físico-químico de retirada de sais
da água, tornando-a doce, ou potável.
Em todo o mundo são adotados quatro métodos diferentes para
promover a conversão da água salgada em doce: a Osmose
Inversa, a Destilação Multiestágios, a Dessalinização Térmica e o
método por Congelamento.
É viável dessalinizar água?
É viável para países que não possuem muitas reservas de água,
como a Arábia Saudita, Israel e Kuwait, ou locais como a Ilha de
Chipre, onde os lençóis freáticos foram reduzidos por conta da
exploração exagerada.
É também uma alternativa para a tripulação de navios que ficam
meses no mar ou para exploradores e cientistas que promovem
pesquisas em regiões desprovidas de água doce.
Diversos governos e instituições investem em pesquisas para o
desenvolvimento de processos de dessalinização que sejam
eficientes, adequados às características regionais e que tenham
um custo reduzido.
Esse tipo de tratamento é muito mais caro que o convencional.
Poluição das águas
Um dos maiores desafios da Sabesp, quanto ao fornecimento de
água de qualidade, é enfrentar a poluição.
Para combate esse mal, a empresa constrói sistemas de coleta e
tratamento de esgotos sanitários domésticos e industriais,
controla os focos de erosão e recupera fontes de recursos hídricos.
Na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, a Sabesp
explora as águas superficiais de mananciais localizados
principalmente na Bacia do Alto Tietê. Além disso, opera 8 sistemas
produtores de água potável:
Baixo Cotia
Alto Cotia
Guarapiranga
Cantareira
Alto Tietê
Rio Claro
Rio Grande
Ribeirão da Estiva
Em alguns, a água obtida é de baixa qualidade, quando o
sistema chegou ao limite da sua capacidade de potabilização.
Isso significa que, além do tratamento, é preciso desenvolver
constantemente novas técnicas de captura da água bruta e
fazer um intenso programa social de conscientização
ambiental.
Mesmo com essas dificuldades a Sabesp mantém os esforços
para levar ao consumidor água tratada de qualidade, seguindo
padrões internacionais exigidos pelo Ministério da Saúde, pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e Portaria 36/GM.
Processos poluidores
• Contaminação – Quando a água apresenta substâncias nocivas
à saúde e às espécies da vida aquática.
• Eutrofização – Fertilização excessiva da água causada por
nutrientes como o nitrogênio e o fósforo, o que provoca o
crescimento de algas e plantas aquáticas.
• Acidificação – Acontece quando a chuva ácida, que tem em
seus componentes muitas substâncias químicas, altera o pH da
água.
• Assoreamento – Acúmulo de substâncias minerais como areia
e argila, ou orgânicas como o lodo, que reduzem a
profundidade da água e seu volume útil.
Principais Doenças Relacionadas com a Água
Por ingestão de água contaminada: • Cólera
• Disenteria amebiana
• Disenteria bacilar
• Febre tifóide e paratifóide
• Gastroenterite
• Giardíase
• Hepatite infecciosa
• Leptospirose
• Paralisia infantil
• Salmonelose
Por contato com água contaminada:
• Escabiose (doença parasitária cutânea
conhecida como Sarna)
• Tracoma (mais frequente nas zonas
rurais)
• Verminoses, tendo a água como um
estágio do ciclo
• Esquistossomose
Por meio de insetos que se desenvolvem
na água:
• Dengue
• Febre amarela
• Filariose
• Malária
• Cólera, Febre tifóide e Paratifóide são
doenças frequentemente ocasionadas por
águas contaminadas e penetram pela
pele.
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