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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
JOSÉ GONZAGA DE LIRA JUNIOR PAULO PEDRO ARESTIDES FILHO
LOGÍSTICA NO CANTEIRO DE OBRA NO ÂMBITO DAS INOVAÇÕES
MACEIÓ-AL 2018/02
JOSÉ GONZAGA DE LIRA JUNIOR
PAULO PEDRO ARESTIDES FILHO
LOGÍSTICA NO CANTEIRO DE OBRA NO ÂMBITO DAS INOVAÇÕES
Trabalho de conclusão apresentado como requisito final, para conclusão de curso de Engenharia Civil Cesmac, sob a orientação do Me. Mayco Sullivan Araújo de Santana.
MACEIÓ-AL 2018/02
REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC
SETOR DE TRATAMENTO TÉCNICO
L768l Lira Júnior, José Gonzaga de Logística no canteiro de obras no âmbito das inovações / José Gonzaga de Lira Júnior, Paulo Pedro Arestides Filho. Maceió: 2018. 34 f.
TCC (Graduação em Engenharia Civil) – Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL, 2018
Orientadora: Mayco Sullivan.
1. Qualidade. 2.Estratégia. 3.Canteiro de obra. 4.Construção Civil.
I. Arestides Filho, Paulo Pedro. II. Sullivan, Mayco. III. Título.
CDU: 624:69.052
Bibliotecária: Ana Paula de Lima Fragoso Farias – CRB/4 - 2195
RESUMO
3
Este estudo mostrou como realiza-se as buscas constantes das organizações por melhorias para os processos e produtos, redução de custos e aumento da produtividade, tornando imprescindível a adoção pelo modelo de excelência da gestão(MEG), o qual é disseminado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), estando estruturados em 11 Fundamentos que refletem valores reconhecidos internacionalmente, servindo de base para os 08 Critérios de Excelência utilizados, cuja característica mais importante é a de ser um modelo sistêmico; portanto, com o benefício de buscar a inovação, estruturação e o alinhamento dos componentes da gestão das organizações sob a ótica da melhoria dos canteiros de obras.. Tal modelo estabelece uma orientação integrada e interdependente para gerir uma organização. Considera que os vários elementos da organização e as partes interessadas interagem de forma harmônica e balanceada nas estratégias e resultados.
Palavras chave: Qualidade; Estratégia; Canteiro de Obra; Construção civil
ABSTRACT
4
This study showed how the constant searches of the organizations are made for improvements to the processes and products, cost reduction and increased productivity, making it imperative to adopt the Management Excellence Model (MEG), which is disseminated by the National Foundation for (FNQ), being structured in 11 Foundations that reflect internationally recognized values, serving as a basis for the 08 Excellence Criteria used, whose most important characteristic is that of being a systemic model; therefore, with the benefit of seeking innovation, structuring and alignment of the components of the management of organizations from the point of view of the improvement of construction sites. Such a model establishes an integrated and interdependent orientation to manage an organization. It considers that the various elements of the organization and the stakeholders interact in a harmonious and balanced way in the strategies and results.
Key words: Quality; Strategy; Construction site; Construction
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 6
1 A QUALIDADE IMPLANTADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................... 8
1.1 A Normalização Técnica e Certificação de Conformidade .............................9
1.2 O Modelo Atual de Gestão de Qualidade na Construção Civil .................... 10
1.3 Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras (SIQ) .............. 11
2 A IMPLANTAÇÃO DE UM CANTEIRO DE OBRAS............................................ 15
2.1 O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho- PCMAT no
Âmbito da Organização do Canteiro de Obras .................................................... 18
3 OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAR A INOVAÇÃO DO
SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE PARA EMPRESAS CONSTRUTORAS
COM ENFASE NO CANTEIRO DE OBRAS .............................................................. 21
3.1 Recursos Humanos ........................................................................................... 22
3.2 As Perdas Financeiras ..................................................................................... 23
3.3 Indicadores de Desempenho ........................................................................... 25
3.4 Oportunidades de Melhoria em Empresas Construtoras ............................. 26
3.5 Correções de Falhas ....................................................................................... 29
3.6 O Sistema de Gestão da Qualidade (NBR ISO 9001:2000) Implantado no
Ramo da Construção Civil Em Maceió-Al ............................................................ 29
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 34
6
INTRODUÇÃO
O tema em ênfase na “Logística no Canteiro de obras no âmbito das
inovações” mostrará como a implantação da ordem e limpeza para a segurança nos
canteiros de obra com o propósito de oferecer condições de ambientes satisfatórias
de trabalho deve atender as especificações previstas pela NR 18.
Um canteiro devidamente higienizado, livre de entulhos, e organizado
propicia ao responsável pela segurança um melhor aproveitamento do espaço de
acordo com as fases da obra, uma maior tranquilidade e uma maior comodidade ao
operário na execução de suas tarefas.
Neste século XXI a indústria da construção lidera os índices de acidentes de
trabalho segundo dados do Ministério do Trabalho (2016). A segurança no ambiente
de trabalho, na construção civil, é um tema que vem sendo bastante discutido já que
não se pode obter excelência dos seus produtos sem priorizar a qualidade de vida
daqueles que a produz. Muitos acidentes ocorridos no setor são em decorrência da
negligência que se faz em torno da ordem e limpeza nos canteiros de obra prevista
pela Norma Regulamentadora de número 18 (NR 18 – Condições e Meio Ambiente
de Trabalho na Indústria da Construção).
Documentos que integram o Programa de Condições e Meio Ambiente de
Trabalho PCMAT Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas
atividades e operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de
doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas; Projeto de execução
das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra;
Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;
Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT; Layout
inicial do canteiro de obras, contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento
das áreas de vivência; Programa educativo contemplando a temática de prevenção
de acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária.
Os acidentes em decorrência da falta de controle do ambiente de trabalho
geram custos para as empresas com a baixa na produtividade do canteiro de obra
causada pelo afastamento dos operários e que consequentemente leva a diminuição
do quadro de funcionários da empresa.
7
Desta forma a realidade presente em muitos canteiros de obra espalhados pelo
Brasil são precários em higiene e limpeza no ambiente de trabalho dos operários,
denotando uma maior evidência de ocorrências dos acidentes causados pelo
descumprimento da norma.
São inúmeras as dificuldades na implantação da ordem e limpeza muitas vezes
se dão pela falta de conscientização e educação dos operários devido ao nível de
instrução, a falta de controle do meio ambiente de trabalho, a falta de treinamento em
higiene e prevenção de acidentes nos canteiros de obra, como consequência do não
cumprimento da norma, que regulamenta o setor, a empresa poderá incorrer em baixa
produtividade do operário além de causar prejuízos na economia, devido aos
possíveis acidentes causados através de um ambiente inseguro que alguns canteiros
proporcionam aos seus operários.
A construção civil é um dos setores que mais necessita de atenção devido à
falta de conscientização, orientação e informação para os operários quanto ao risco e
a importância da prevenção de acidentes e doenças adquiridas no trabalho. É
necessário que haja uma melhoria na qualidade do ambiente de trabalho para
proporcionar um ambiente salutar ao trabalhador, sendo assim não haverá um alto
índice de acidentes no trabalho e os custos com eles diminuirão para a empresa.
Diante disso, as indústrias de construção civil tem buscado melhoras
expressivas em canteiros de obras buscando se adequar as normas pedidas,
inclusive inovando cada vez mais em todos os aspectos. Porque os empresários do
setor estão cientes que agindo desta maneira só haverá crescimento tanto financeiro
como ambiental.
Não deixando de destacar um ponto crucial, mostrando o fator “qualidade”
passará confiança ao cliente no imóvel adquirido, levando assim a propaganda boca
a boca que é na realidade o marketing de qualquer empresa.
Objetivo geral desse estudo é mostrar a logística na indústria de construção civil
no âmbito do canteiro de obras, enfatizando as inovações implantadas para a melhoria
no setor.
A metodológica utilizada é tipo descritivo de âmbito bibliográfico que do
ponto de vista de seus objetivos enfatiza no trabalho conceitos e visões de autores
específicos sobre o tema em foco. Os quais foram pesquisados através de livros,
revistas especificas, legislação e artigos específicos publicados.
8
1 A QUALIDADE IMPLANTADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Geralmente na construção de edifícios o entendimento de qualidade como o
simples atendimento das especificações, porém, uma empresa, que pretende se
envolver com questões de qualidade deverá entendê-la minimamente como:
Dentro de uma visão moderna, é a busca de características que atendam às
necessidades dos clientes, internos e externos, com economia (qualidade do produto
e do processo, numa combinação de enfoques no produto, no usuário e na fabricação)
(PICCHI,2012, p 64).
Qualidade não tem a ver com a classe social alvo do empreendimento.
Independente de mais ou menos provida financeiramente, suas necessidades básicas
têm que ser supridas, a diferença está no fato dos mais abastados terem poder de
compra para exigir requisitos que vão além destas necessidades, como: aparência,
maior conforto, status, etc. Para o subgrupo Edificações, ter qualidade significa:
Qualidade de projeto: exercendo forte influência na eficiência da obra e do
produto final e na decisão pela aquisição do imóvel pelo cliente;
Qualidade de conformação: influenciando na ausência de defeitos, bem como
nos desperdícios na obra. Está associada a três fatores: qualidade no produto
(atendimento às especificações), custo (produtividade e desperdícios) e prazo.
Qualidade de serviços: influenciando na satisfação do cliente após a aquisição
do imóvel. Este componente da qualidade está relacionado aos serviços de
assistência técnica prestados pela empresa construtora após a entrega do
imóvel.(PICCHI,2012, p 64).
Para facilitar a avaliação da qualidade global em um edifício pode-se tomar
como referência as dimensões adquiridas por este conceito. Para tanto, faz-se
necessário particularizá-las, caracterizando-as em: Psico-Sociais (determinada pela
interrelação projeto e especificações e pelos fatores externos como: a cultura, os
costumes, etc.), Desempenho (traduzida por parâmetros tecnológicos), Contratuais
(aspectos jurídicos) e Serviços Associados ao Produto (assistência dada ao cliente
durante e após a obra). (BARROS, 2011, p.42).
9
Neste trabalho, a qualidade é entendida como um conjunto de ações que
visem racionalizar o processo de produção, lançando mão dos recursos tecnológicos
disponíveis, e dotar o produto com as características necessárias e solicitadas pelo
usuário, sejam elas: segurança, conforto, durabilidade, funcionalidade e estética, a
preço justo e adequado ao ambiente. (BARROS, 2011, p.43).
Implantar sistemas visando à melhoria da qualidade é uma importante
estratégia da empresa na competitividade, entretanto, a ansiedade por resultados
pode dificultar o pleno alcance dos objetivos, quais sejam fazer a qualidade alcançar
o canteiro de obras.
Assim, a melhoria da qualidade está no discurso das empresas construtoras,
mas, ainda não foi consolidada no canteiro de obras. A dificuldade está em transferir
para a obra os conceitos de qualidade desenvolvidos por um programa (BARROS,
2011, p.43).
1.1 A Normalização Técnica e Certificação de Conformidade
Todo esforço de melhoria da qualidade de uma empresa, de um setor industrial
e de um país começa com a normalização dos produtos, projetos, processos e
sistemas. Sem normas e padrões não há controle nem garantia, nem certificação da
qualidade (SOUZA, 2012 p.53).
A normalização tem como função especificar os produtos de acordo com as
necessidades do consumidor e estabilizar os processos, com intuito de que todos os
insumos sejam processados da mesma maneira, racionalizando o uso de materiais,
mão-de-obra e equipamentos, visando reduzir os custos de produção e a
conformidade do produto final.(SOUZA, 2012 p.53).
Em função do avanço tecnológico e das necessidades dos consumidores, a
normalização está em constante mudança, tendo caráter dinâmico e de modificação
rápida. Além das normalizações utilizadas pelas empresas, existem as de caráter mais
abrangente, como: a normalização nacional (normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas), a regional (normas da Comunidade Européia, etc.) e as normas
internacionais (normas da International Organization for Standardization- ISO). Devido
aos vários agentes envolvidos neste processo, estas têm sua evolução mais
lenta.(SANTOS; FILHO, 2010 p.32).
10
No Brasil, desde 1940, a normalização está sob responsabilidade da ABNT,
sendo o Comitê Brasileiro de Construção Civil – principal responsável pela elaboração
e revisão das normas técnicas do setor da construção civil.
1.2 O Modelo Atual de Gestão de Qualidade na Construção Civil
O modelo atual de gestão, comumente utilizado pelas empresas construtoras,
entende o processo de construção como uma conversão, pela manipulação da mão
de obra, de materiais em um produto acabado, ignorando o fluxo de insumos e de
informações. (SANTOS; FILHO, 2010 p.32).
O enfoque é dado ao controle das atividades isoladas, perdendo de vista,
muitas vezes, o empreendimento como um todo, o que acaba por originar atividades
que geram custos e não agregam valor ao produto final.
Se o fluxo de insumos e de informações for otimizado, sob a ótica do cliente
(interno e/ou externo), através de uma logística eficiente, contribuirá significativamente
para redução de atividades de espera, inspeção e transporte, convertendo-se em
aumento da produtividade e a própria agregação de valores. (SANTOS; FILHO, 2010
p.32).
Pelas características do setor Construção Civil, onde diversos agentes
participam da produção, é difícil identificar as atividades que agregam custos e não
agregam valor ao produto. Para agir nesta questão as empresas podem lançar mão
de bases teóricas como a Construção Enxuta. Resumindo, não adianta a empresa
investir apenas na tecnologia do processo de produção, deve investir também no
sistema de gestão utilizada pela empresa (SANTOS; FARIA FILHO, 2010 p.34).
Investir em um sistema de gestão significa o envolvimento das empresas
construtoras com questões sistêmicas, estratégicas, melhoria contínua e
construtibilidade e ter noção de continuidade destas ações, sucintamente entendidas
como:(SANTOS; FARIA FILHO, 2010 p.34).
Abordagem Sistêmica: O edifício é um sistema composto por outros vários
subsistemas que se interrelacionam. Esta abordagem busca a otimização do
todo. As ações são no sentido de melhorar o rendimento global do edifício.
Visão Estratégica: Em um mercado cada vez mais competitivo, as empresas,
para continuarem produzindo, são obrigadas a se diferenciar frente aos
concorrentes. Assim, devem se questionar e agir em questões como: a maneira
11
correta de fazer, o tempo de execução, os custos, etc., visando à racionalização
dos seus processos e à eficiência de seus produtos. (SANTOS; FARIA FILHO,
2010 p.34).
Melhoria Contínua: Conceito japonês (Kaizen) que busca produzir com zero
defeitos. Esta idéia utópica impulsiona uma melhoria contínua do processo
produtivo em todos os setores da empresa. Sua implantação se dá basicamente
através do treinamento dos responsáveis pela execução e conscientização da
importância do cumprimento dos padrões existentes. (SANTOS; FARIA, 2010
p.34).
Construtibilidade: Entendida como o grau de facilidade com que algo pode ser
construído. Constitui-se de ações voltadas para o projeto, não apenas em si, mas
também, na sua relação com a execução da edificação e com o uso e
manutenção do objeto construído. (SANTOS; FARIA, 2010 p.34).
Diante deste quadro, evidencia-se a necessidade de modernização do setor,
abandonando sua visão tradicional, calcada em preceitos quase artesanais, e encará-
la como uma indústria e que, portanto, precisa ser competitiva.
1.3 Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras (SIQ)
Além da ISO tem-se o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do
Habitat (PBQP-H) onde possui o Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e
Obras (SIQ), cujo objetivo principal é: estabelecer um sistema de qualificação
evolutiva adequado às características das empresas atuantes no setor da construção
civil, visando contribuir para a evolução da qualidade do setor (PBQPH, 2014c),
baseado nos seguintes princípios:
Adequação de seus requisitos ao referencial da série de normas NBR ISO
9000:2000.
Caráter evolutivo de seus requisitos, com níveis progressivos de qualificação,
segundo os quais os sistemas de gestão da qualidade das empresas são
avaliados e classificados.
12
Caráter pró-ativo, visando à criação de um ambiente de suporte que oriente o
melhor possível às empresas, no sentido que estas obtenham o nível de
qualificação almejado.
Caráter nacional, sendo o Sistema único e aplicável a todos os tipos de
contratantes e a todos os tipos de obras, em todo o Brasil, por meio do
estabelecimento de requisitos específicos, aos quais os Sistemas da Qualidade
das empresas contratadas devam atender.
Flexibilidade, possibilitando sua adequação às empresas de diferentes regiões,
com diferentes tecnologias e tipos de obras.
Sigilo quanto às informações de caráter confidencial das empresas.
Transparência quanto aos critérios e decisões tomadas.
Independência dos envolvidos nas decisões.
Caráter público, não tendo o SIQ fins lucrativos, sendo a relação de empresas
qualificadas pública, com divulgação a todos os interessados.
Harmonia com o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (SINMETRO), a ser toda qualificação atribuída pelo SIQ, executada
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(INMETRO) – por meio dos Organismos de Certificação Credenciados
(OCC’s).(PBQPH, 2014c)
O SIQ é aplicável a toda empresa construtora que pretende melhorar sua
eficiência e eficácia técnica e econômica através de um Sistema de Gestão da
Qualidade. Deve ser aplicado de acordo com os requisitos complementares de cada
subgrupo que se deseja obter a qualificação.
No subgrupo Edificações, para se capacitar neste sistema, a empresa deve
preparar uma lista própria de serviços de execução controlados que afetem a
qualidade do produto exigido pelo cliente, abrangendo no mínimo os itens
demonstrados no Quadro 1 (PBQP-H, 2014c).
Além destes, a empresa construtora deve incluir os materiais e componentes
produzidos na obra, tais como: concreto, blocos, elementos pré-moldados e
argamassas.
13
Esta lista deve ser representativa dos sistemas construtivos por ela empregados
em suas obras. Caso a empresa utilize serviços que substituam os itens
demonstrados na tabela 1, os mesmos deverão ser controlados.
Quando os sistemas construtivos utilizados pela empresa nas obras cobertas
pelo sistema de gestão da qualidade não empregarem serviços de execução
controlados que constem nesta lista mínima, é dispensado estabelecer os seus
respectivos procedimentos documentados. Para implementação deste sistema, a
empresa deve evoluir em porcentagens, utilizando um número mínimo de serviços de
execução controlados estabelecido sem sua lista. (PBQP-H, 2014c).
Quadro 1 - Itens mínimos a serem controlados.
Fonte: (PBQP-H, 2014)
14
A partir desta lista de serviços de execução controlados, a empresa construtora
deverá preparar outra lista com os materiais empregados e que afetam a qualidade
dos serviços. Também deverão ser controladas as porcentagens de materiais de
acordo com o nível de qualificação.
15
2 A IMPLANTAÇÃO DE UM CANTEIRO DE OBRAS
Na implantação de um canteiro de obras, deve-se procurar evitar, ao máximo,
o deslocamento das instalações durante a execução do projeto, evitando desperdício
de material e mão-de-obra. Em terrenos de área reduzida, particularmente nos
grandes centros urbanos, é muitas vezes necessária a implantação de um canteiro de
obras inicial, com muitas deficiências e pouco conforto para os trabalhadores. Nestes
casos, somente após a desforma de duas ou três lajes, poderá a administração da
obra implantar um canteiro em condições satisfatórias.
- Áreas de Vivência
O canteiro de obras deve dispor de:
Instalações Sanitárias
As instalações sanitárias devem:
- Ter portas de acesso que impeçam o seu devassamento e ser construídas de
modo a manter o resguardo conveniente.
- Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso e no máximo a 150m (cento
e cinquenta metros) de distância do posto de trabalho.
Ser constituídas de:
- Um conjunto composto de lavatório, vaso sanitário e mictório, para cada
grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração.
- Um chuveiro, para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.
A fim de estimar a área necessária para as instalações sanitárias, devem ser
considerados:
Número máximo de trabalhadores na obra.
Para cada vaso sanitário: 1,00m2.
Para cada chuveiro: 0,80m2.
16
Para lavatório, espaçamento: 0,60m2.
Para mictório, espaçamento: 0,60m2.
Vestiário
Todo canteiro de obras deve possuir vestiário para troca de roupa dos
trabalhadores que não residam no local. Os vestiários devem:
- Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado.
- Ter bancos, com largura mínima de 0,30cm (trinta centímetros).
Alojamento
O alojamento do canteiro de obras deve:
- Ter área mínima de 3,00m2 (três metros quadrados) por módulo cama/
armário, incluindo a circulação.
- Ter no máximo duas camas na vertical (beliche).
- Ter lençol, fronha e travesseiro por cama, em condições adequadas de
higiene, e cobertor, quando as condições climáticas o exigirem.
- Ter armários duplos, individuais.
- É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca no alojamento,
na proporção de 1 (um) bebedouro para cada grupo de 25 (vinte e cinco)
trabalhadores ou fração.
- Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no
horário das refeições e com assentos em número suficiente para atender os
usuários.
- Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.
- Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não da
cozinha, deve haver local exclusivo para o aquecimento das refeições.
Cozinha, (quando houver preparo de refeições)
Quando houver cozinha no canteiro de obras, ela deve:
- Ter pia para lavar os alimentos e utensílios.
- Possuir instalações sanitárias, que com ela não se comuniquem, de uso
exclusivo dos encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e
utensílios.
- Possuir equipamentos de refrigeração, para preservação dos alimentos.
17
Lavanderia
- Deve haver um local próprio, coberto, ventilado e iluminado, para que o
trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal.
- Este local deve ter tanques individuais ou coletivos em número adequado.
Área de Lazer
- Devem ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados,
podendo ser usado o local de refeições para este fim.
Ambulatório
- As frentes de trabalho com 50 (cinqüenta) ou mais trabalhadores devem ter
um ambulatório. Neste ambulatório, deve haver o material necessário à
prestação de Primeiros Socorros, conforme as características da atividade
desenvolvida. Este material deve ser mantido guardado e aos cuidados de
pessoa treinada para esse fim.
Escritórios e Depósitos
O escritório é uma construção, normalmente de madeira, cujo acabamento é
feito com maior ou menor esmero, conforme a previsão do prazo de funcionamento
no local ou das características da obra. Compõem-se, geralmente, de dependências
para os seguintes elementos da Administração da Obra:
Engenharia (Gerentes e Engenheiros).
Estagiários e Técnicos.
Mestre-de-Obras.
Encarregado de Escritório e Auxiliares.
Segurança do Trabalho.
Ambulatório.
Sanitários.
Encarregados.
É comum prever-se uma sala de reuniões, destinada a estudar o planejamento
e a coordenador os serviços, além de controlar sua execução e desenvolvimento. De
preferência, os escritórios do Engenheiro e Mestre- de- Obras devem ter visão para o
Canteiro de Obras. Na sala do Encarregado de Escritório, deve ficar uma relação de
telefones de emergência, e no caso de a Obra não comportar enfermaria, ficar também
um estojo de Primeiros Socorros. A sala da Segurança do Trabalho deve atender
18
também aos elementos de apoio da Obra, tais como: Assistente Social do Trabalho,
Psicóloga do Trabalho, Nutricionista, etc.
Portaria
- A portaria da obra deve ficar junto à porta de acesso do pessoal e ser
suficientemente ampla para manter um estoque de EPI, a ser fornecido aos visitantes.
- A guarita deve ser localizada de modo que o vigia possa controlar os acessos
da obra.
O Encarregado ou Chefe da Portaria, além de anotar o nome e a identidade
dos visitantes, não deve permitir a sua entrada na obra, sem os Equipamentos de
Proteção Individuais determinados pelas normas da empresa, e deve consultar a
administração ou gerência da Obra, para autorização do acesso aos visitantes.
Almoxarifado
- O almoxarifado deve ser construído, de preferência, separado dos escritórios,
porém nas suas proximidades e mantido limpo e arrumado. Deve também
ficar próximo das entradas e ser localizado de modo a permitir uma fácil
distribuição dos materiais pelo canteiro. Os depósitos são locais destinados
a estocagem de materiais volumosos ou de uso corrente, podendo ser a céu
aberto ou cercados, para possibilitar o controle.
2.1 O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho- PCMAT no Âmbito
da Organização do Canteiro de Obras
Faz-se necessário que haja em primeiro lugar o Programa de Condições e Meio
Ambiente de Trabalho- PCMAT, sendo elaborado por um profissional legalmente
habilitado (Engenheiro de Segurança do Trabalho) que possua conhecimento de
construção e das várias facetas de um canteiro de obra. Segundo que o planejamento
do canteiro seja colocado em anexo ao PCMAT e possua a participação do técnico
que irá implantar o mesmo e do responsável pela construção do empreendimento.
Desta reunião surgirá o planejamento onde todos colocarão suas necessidades, tanto
ligadas a produção quanto à prevenção.
Um alerta faz-se necessário aos Técnicos de Segurança no Trabalho: não lhes
podem faltar conhecimentos teóricos e práticos dos processos construtivos e dos
elementos de apoio a eles inerentes. Um Técnico de Segurança no Trabalho sem
prática de obra terá sérias dificuldades ao implantar um PCMAT e de assessorar os
19
responsáveis pela construção quando o tema for disposição das diversas peças
integrantes de um canteiro de obra.
O canteiro de obras, por ser o espaço para a transformação em realidade de
todo o trabalho de concepção de uma obra, acaba recebendo influências de todas as
atividades que dizem respeito a um empreendimento. Sendo assim, sua própria
concepção acaba se dando através de um processo interativo, onde cada modificação
quanto à concepção da obra acaba gerando uma melhor solução para o mesmo.
Apesar de, no entanto, reconhecer tal complexidade, há que se adotar um roteiro de
abordagem para o planejamento do canteiro que procure simplificar e organizar as
tomadas de decisão quanto ao canteiro de obras.
O fluxograma abaixo apresenta as atividades para o planejamento do canteiro
que podendo ser seguido em diferentes fases do empreendimento, isto é, com
diferentes níveis de informação disponíveis. Mais que isto, são propostas ferramentas
auxiliares, para cada definição a ser tomada ao longo do planejamento, que deverão
ser adaptadas à realidade de cada empresa/ empreendimento e continuamente
discutidas e melhoradas.
20
Fluxograma das atividades que compõem o planejamento de um canteiro de obras
Fonte: Saurin, 2014.
21
3 OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAR A INOVAÇÃO DO
SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE PARA EMPRESAS CONSTRUTORAS
COM ENFASE NO CANTEIRO DE OBRAS
Segundo Souza (2012) para se dar início ao processo de implantação do
sistema da qualidade da organização, é necessária a criação de um comitê
denominado comitê da qualidade, o qual deve ser formado por um grupo de pessoas,
que representem os diversos setores da empresa. O planejamento ficará a cargo
deste grupo o qual será dirigido pelo gerente da qualidade.
O modelo de implantação consiste no primeiro momento na obtenção do
diagnóstico da organização, elaborado pelo comitê da qualidade. Com o diagnóstico
em mão verifica-se a posição da empresa em relação à qualidade almejada, definindo
quais elementos devem compor o sistema da qualidade da empresa. (SOUZA, 2012)
É elaborado o plano de ação, que é composto pela definição do sistema da
qualidade desejado, o planejamento das ações, o cronograma e a criação dos times
da qualidade.
Os times da qualidade são grupos de trabalho criados para desenvolver e
implementar ações específicas, que visam a padronização dos procedimentos.
Passam por treinamentos, de forma a familiarizá-los com o uso das ferramentas para
análise e melhoria de processos. (SOUZA, 2012).
Dentre os envolvidos devem ser preferencialmente escolhidas as pessoas
que irão verificar a aplicação dos procedimentos padronizados, através das auditorias
internas. Cuja função é a de verificar a eficácia das ações implantadas e fornecer
informações para melhoria da eficiência dos procedimentos.
A consolidação da implantação do sistema da qualidade se efetiva com a
elaboração do manual da qualidade da empresa. Um documento que apresenta a
política da qualidade da organização e descreve a maneira pela qual a empresa
procura atingir os objetivos da qualidade expressos em sua política. (SOUZA, 2012).
Abaixo mostramos os elementos básicos que constituem o sistema de
qualidade de uma empresa. Então vejamos:
22
Figura 1 Elementos do Sistema da Qualidade para Empresas Construtoras.
Fonte: Souza et al (2012 p. 81).
3.1 Recursos Humanos
A implantação/manutenção de um sistema da qualidade exige, que a função
de recursos humanos esteja bem estruturada dentro da organização, sendo o
envolvimento dos operários um dos fatores que respondem pelo seu sucesso ou
insucesso. Para esta estruturação é necessário o conhecimento das características
do pessoal envolvido, de forma que se possa utilizar a forma adequada de gestão.
Algumas pesquisas realizadas ajudam a caracterizar o perfil do operário da
construção civil (PICHI, 2012: p. 251):
Salários: Na indústria da construção civil 50,8% recebem até 2 S.M.: na
indústria de transformação são 43,1%. Condições de vida: na maioria dos
canteiros de obra predominam condições de trabalho precárias, do ponto de
vista sanitário, de alimentação, de segurança de trabalho, etc.
Jornada de trabalho: jornadas semanais médias maiores de que 49 horas
para 21,9% dos operários da construção civil, enquanto na indústria da
transformação este número é de 12,8%.
23
Forma de contratação: 44,6% sem carteira assinada, contra 16,8% da
indústria de transformação.
Faixa etária: de maneira geral são jovens, 33,5% possuem de 18 a 25 anos e
30,3% de 25 a 35 anos.
Grau de instrução: 8,0% dos operários em média são analfabetos, chegando
a 13,8 % dos serventes. (PICHI, 2012: p. 251)
Como se pode notar, o operário da construção civil além da mal remuneração
em relação a outros setores de trabalho, outros fatores também chamam a atenção
como: o analfabetismo predominante, a jornada de trabalho que na condiz com a
realidade da lei em vigor, são jovens e para completar não tem registro em carteira de
trabalho, com isto o trabalhador da construção civil trabalha clandestinamente e sem
um aparato maior do ministério do trabalho, onde ao nosso ver a fiscalização nos
canteiros de obra deveria haver ser atuante. (PICHI, 2012: p. 251)
No setor da construção civil devido à variabilidade do produto, baixa
mecanização, e o uso intensivo da mão de obra, há uma grande relação entre a
produtividade e qualidade dos processos e a motivação e habilidade dos operários.
As características destes operários propiciam um índice elevado de rotatividade e
absenteísmo no trabalho, causando grandes dificuldades em se manter a
produtividade e a qualidade nos processos. Mas ao mesmo tempo tem-se uma gama
enorme de possibilidades de melhorias a serem implantadas, as quais serão
apresentadas no item.
3.2 As Perdas Financeiras
Segundo Santos et all (2010, p. 8), define-se perdas como qualquer
ineficiência que se reflita no uso de equipamento, materiais e mão de obra em
quantidades superiores àquela necessária à produção da edificação. Neste caso, as
perdas englobam tanto os desperdícios de materiais quanto à execução de tarefas
desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor. As atividades que
compõem um processo podem ser classificadas como:
Atividades de conversão são as atividades necessárias a transformação
dos materiais em produtos acabados. Geralmente agregam valor ao
produto, podendo, no entanto existir atividades de retrabalho ou
atividades não percebidas pelo cliente, as quais não agregam valor.
24
Atividades de fluxo são atividades de inspeção, movimento e espera de
materiais, necessárias até que haja uma evolução nos procedimentos,
não agregam valor ao produto.
Santos et al (2010, p. 9) classifica as perdas de acordo com a possibilidade
de serem controladas, sua natureza e sua origem:
Perdas segundo o seu controle: podem ser consideradas inevitáveis quando
não possui um desenvolvimento tecnológico eficiente para evitá-la; e evitáveis
quando existe a tecnologia e não se faz uso dela. O uso de processos mais
eficientes está diretamente ligado aos custos de ocorrência e os de
prevenção.
Perdas segundo sua natureza: diversas são as possíveis causas, por
exemplo: superprodução, tempo de espera, transporte, substituição, no
processamento, estoques, movimentos desnecessários (layout), materiais
não conformes, etc.
Perdas segundo sua origem: refere-se ao fato de todas as perdas, ocorrerem
oriundas da falta de planejamento dos diversos setores envolvidos. Por
exemplo, perda por substituição ocorre por falha do setor de suprimento,
perda por transporte falha da gerência de obra (lay out), etc. (SANTOS et
al2010)
Na indústria da construção é comum ocorrência de todos os tipos de perdas
descritas acima. Já as perdas descritas abaixo não chega a alcançar um alto índice
de porcentagem nas construtoras.
Perdas segundo o seu controle: os programas de inovação e aperfeiçoamento
dos processos desenvolvidos na empresa são uma possível solução pra se
reduzir este tipo de perda, através do contato com novas tecnologias, por
exemplo.
Perdas segundo sua natureza: não há obra que no final do dia parte da
argamassa não seja jogada fora devido ao excesso de produção ou ocorra
sobra de concreto usinado nos caminhões quando da concretagem de uma
laje.
Perdas segundo sua origem: situação comum ao se realizar a compra de
tijolos cerâmicos, vir uma quantidade insuficiente de meio-tijolo para o
fechamento da alvenaria ou por falta de compromisso do funcionário
25
responsável pelo assentamento, quebrar-se um tijolo para utilizá-lo como
substituto; no armazenamento inadequado da areia é comum com a chuva se
perder uma quantidade razoável de material. SANTOS et al2010)
As perdas são a primeira e melhor oportunidade de se demonstrar à eficácia
dos programas de aperfeiçoamento das atividades, pois as melhorias são
identificadas imediatamente e em geral são quantificáveis.
3.3 Indicadores De Desempenho
Os indicadores de desempenho são a expressão quantitativa ou qualitativa
que representa uma informação gerada a partir de medições de procedimentos de
uma organização, do produto ou do resultado. A medição do desempenho de uma
organização envolve três elementos: coleta, processamento e avaliação dos dados.
Formoso et al (2011, p. 8) afirma que, pode-se obter dados de todas as
atividades desenvolvidas. No entanto deve-se selecionar o que realmente merece ser
medido para que se transforme em informações, que levem a tomada de decisões por
parte dos gerentes a ações que visem o desenvolvimento de melhorias da qualidade
e da produtividade do processo.
Os indicadores de desempenho podem ser divididos em indicadores de
qualidade e indicadores de produtividade, sendo o primeiro quando se refere à eficácia
de um serviço ou produto no atendimento de uma necessidade de um cliente seja
externo ou interno; e produtividade quando se deseja verificar a eficiência de um
processo. (FORMOSO, 2011)
Segundo Formoso et al (2011, p. 8) os indicadores podem ser classificados de
acordo com sua abrangência como gerenciais ou operacionais. Os gerenciais são
estabelecidos com o objetivo de acompanhar e impulsionar a implantação das
estratégias da empresa, e os operacionais são estabelecidos em função dos objetivos
e atividades desenvolvidos dentro do processo.
Segundo o PBQP (2009), SEBRAE (2012), considerando a situação específica
a que for aplicado o indicador deve atender aos seguintes requisitos:
Seletividade: devem se relacionar a aspectos, etapas e resultados essenciais
ou críticos do produto, serviço ou processo.
Simplicidade: fácil compreensão e aplicação.
Baixo custo: o custo não deve ser superior ao beneficio.
Acessibilidade: os dados para cálculo devem ser de fácil acesso.
26
Representatividade: representar o processo ou produto medido.
Estabilidade: sua obtenção deve virar rotina.
Rastreabilidade: ser adequadamente documentado.
Abordagem experimental: deve-se testá-lo primeiro, para verificar se
realmente é importante.
3.4 Oportunidades de Melhoria em Empresas Construtoras
No setor da construção civil encontram-se oportunidades de melhoria em
diversas áreas sejam em recursos humanos, desenvolvimento de projetos,
programação, planejamento e venda do empreendimento e/ou organização do
canteiro de obras.
Existem diversos aspectos que podem ser melhorados ou criados para que se
aperfeiçoe a forma de se gerenciar os recursos humanos dentro da organização.
Estudo realizado por Scardoelli et al (2011), orienta as mudanças em quatro
categorias, conforme tabela abaixo:
27
Quadro 2:Oportunidades de Melhoria Recursos Humanos
28
Fonte: SCARDOELLI et al– Melhorias de Qualidade e Produtividade: Iniciativas da Empresas da Construção Civil (2011).
A organização do canteiro de obra deve ser sempre discutida com a equipe
de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Caso contrário, surgirão vários pontos que
não atenderão à legislação vigente e colocarão em risco a segurança dos empregados
da obra.(SCARDOELLI et al ,2011)
A primeira pergunta sempre feita é: quem é o responsável por estas situações?
Será o profissional ligado à área de produção ou o profissional ligado à área de
Segurança no Trabalho? Pode-se concluir que os dois são os responsáveis, tendo em
vista que não houve entrosamento entre ambos. (SCARDOELLI et al ,2011)
A disposição das áreas de vivência, o posicionamento de equipamentos como
elevadores e betoneiras, assim como os locais de depósito de materiais sejam
decididos inicialmente por um profissional ligado à produção, normalmente o
engenheiro responsável pela construção.
No entanto, antes de colocar em prática esta disposição deve ser consultado
profissional ligado à Segurança e Saúde no Trabalho, evitando-se assim uma série de
transtornos futuros que levarão ao surgimento de situações de risco e a perda
desnecessária de materiais e mão de obra para correções de falhas que poderiam ter
sido evitadas.
29
3.5 Correções de Falhas
Sub dimensionamento das áreas de vivência com a necessidade de ampliação
futura, o que nem sempre será possível.
Esgoto dos sanitários e chuveiros colocados em local onde, futuramente,
passará canalização definitiva do empreendimento.
Deslocamento desnecessário de pessoas para chegar ao bebedouro, ao
sanitário ou mesmo ao local de refeições.
Local escolhido para depósito de ferragem, esquadrias, produtos ensacados,
etc, obstruindo o trânsito natural no canteiro, com as pessoas passando sobre
estes materiais, com risco de queda.
Entrada e saída de veículos próxima a locais de movimentação intensa de
empregados.
Locais sub dimensionados para depósito de determinado material, obrigando a
execução de pilhas com altura em risco de queda dos mesmos. Exemplo: sacos
de cimento, latas de tinta, blocos cerâmicos. (SCARDOELLI et al ,2011)
Pensando em economizar, quando da constatação da falha, não são feitas as
alterações e correções necessárias, surgindo locais que oferecem riscos, alguns
sérios, para todas as pessoas que de uma forma ou outra se deslocam no interior do
canteiro da obra.
3.6 O Sistema de Gestão da Qualidade (NBR ISO 9001:2000) Implantado no Ramo
da Construção Civil Em Maceió-Al.
O processo de implantação é tarefa em geral difícil por implicar forte mudança
de conceitos. Padrões são estabelecidos para todas as atividades da empresa e os
funcionários participam de uma série de treinamentos. A mais eficaz das razões que
levam uma construtora a implantar a série 9000 é a conscientização da alta
administração, seguida de razões contratuais, competitividade e até modismo, embora
no último caso, normalmente, o processo seja abandonado no meio do caminho por
falta de comprometimento da alta cúpula. (SILVA, 2010)
30
Lançada oficialmente no país, em novembro de 2002, a norma brasileira NBR
ISO 14040 complementaria a família ISO 14.000. Trata da avaliação do ciclo de vida
dos produtos, que impõe a análise dos componentes da cadeia de suprimentos e
considerações sobre o fim da vida de produtos e embalagens produzidos. Dados
quantitativos sobre aspectos ambientais como emissões consumo de recursos e
geração de resíduos são levantados nas diferentes unidades da cadeia de produção
e consumo.
Para Silva (2010), a Filosofia dos 5S, ferramenta que em geral dá início aos
programas de qualidade total, tem sido uma das formas mais bem-sucedidas e
eficazes de formatar planos de ação que buscam mudanças profundas nas pessoas,
organizações e até mesmo em países.
Os mencionados 5S dizem respeito a sensos (hábitos ou virtudes)
fundamentais, cuja origem são as palavras japonesas Seiri (utilização), Seiton
(ordenação), Seisou (limpeza), Seiketsu (saúde) e Shitsuke (autodisciplina).
Com o desenvolvimento do senso de utilização, os recursos serão em geral melhor
aproveitados. Ele refere-se ao combate de desperdício e também ao melhor uso dos
talentos humanos na geração de novos negócios, produtos e processos, elevando a
competitividade do país.(SILVA, 2010)
O senso de ordenação (organização, sistematização) decorre do domínio da
dinâmica do conhecimento. Boas práticas de gestão e educação, aperfeiçoadas no
dia-a-dia geram competência e oportunidade para inovações, assegura o autor.
As bases para qualidade, produtividade, segurança do trabalho e saúde
ocupacional estariam garantidas com a prática e desenvolvimento dos três sensos
anteriores. No entanto, a plenitude da energia necessária para a ação inteligente só
se obtém de pessoas saudáveis em termos físicos, emocionais e espirituais. O desafio
da saúde plena é um ideal do qual ainda se está longe, mas é preciso mantê-lo como
uma visão poderosa de futuro.(SILVA, 2010)
Para Moura (2013), produtos, preços, variedade, sistemas de informação e
tecnologia ficarão cada vez mais parecidos. É chegada a hora de investir nas pessoas,
na atração, retenção e desenvolvimento de talentos e na gestão inteligente do
conhecimento. Nas empresas atuais, todos ensinam e todos aprendem a todo o
instante. E não há melhor professor que o cliente. Ao satisfazer suas exigências e
perscrutar suas necessidades, estamos aprendendo a trabalhar cada vez melhor, seja
31
na indústria, varejo ou serviços. Bom atendimento é conteúdo e não simples intenções
ou gentilezas que agradam, mas não convencem.
Seguindo as inovações desenvolvidas para o Produto Nacional de Qualidade
(PNQ), o Plano Geral de Produto de Qualidade (PGPQ) ampliou o critério “sociedade”,
incluindo a responsabilidade social na sua oitava edição (2003). Segundo seu
presidente, a atualização está sintonizada com a busca de novos patamares de
exigência e com as evoluções tecnológicas de gestão, que contribuem para a melhoria
da qualidade. (MOURA, 2013)
No ano de 1999, deu-se inicio ao processo de certificação do sistema baseado
na ISO 9002:1994 aqui em Alagoas. O primeiro grupo a implantar este sistema era
composto de cinco construtoras, sendo elas: CIPESA, V2 construções, ANCIL,
ENENGI e PLACIC; hoje, elas migraram para ISO 9001:2000. Posteriormente à
maioria delas buscou também o reconhecimento pelo PBQP-H e a CIPESA,
particularmente foi além e buscou também a certificação de seu sistema na ISO
14001:2004, que diz respeito ao meio ambiente (MOURA, 2013).
Este grupo teve o apoio do projeto Competir que era uma parceria firmada entre
a GTZ, SEBRAE e SENAI. Participavam deste projeto com o foco na construção civil
os Estados da Bahia, Sergipe e Alagoas. O grupo de Alagoas foi o primeiro a obter a
certificação dentre os demais participantes do projeto (MOURA,2013).
Desde então, a maioria das construtoras de Maceió-Al vem aderindo a este
sistema, muitas delas hoje, estão em processo de certificação. Tornou-se uma
questão de necessidade e competitividade a busca por sistemas de melhoria nas
construtoras, visando a qualidade tantos de seus produtos quanto de seus serviços.
Foi a partir deste princípio que nós iniciamos uma pesquisa de campo com 17
construtoras certificadas no nível A, pelo ISO 9001:2000, com o intuito de saber o que
elas estão achando deste sistema em todos os aspectos que envolvem qualidade, e
se elas estão sendo beneficiadas (MOURA, 2013).
32
CONCLUSÃO
Entender que o que se vive são ações históricas, que vão se formando ao
longo dos anos e que podem vir a ocasionar riscos à saúde dos trabalhadores se não
pensadas e analisadas sob todos os aspectos, buscando compreender seus impactos
sobre as condições e meio ambiente do trabalho, requerendo uma prática de
avaliação e análise constante, são marcos importantes para um redirecionamento da
prática vivenciada por muitos, e que hoje se pretende através deste trabalho
Podemos observar durante o desenvolvimento do estudo que as empresas
visaram à melhoria dos processos como intuito principal de inovar, implantando assim
do Sistema Geral de Qualidade- SGQ, com isto, nota-se que a preocupação maior
seria ter um controle e padronização para buscar a sua melhoria.
Dentre os benefícios, gerado pelo modelo de gestão, constatou-se que as
maiorias das construtoras em termos percentuais, estão satisfeitas com a evolução
que o SGQ proporciona aos seus aderentes, é notória a melhoria em diversas partes,
entre elas destacam-se: a qualidade na mão-de-obra, a redução de desperdício de
material de construção, a redução dos custos de obra, o marketing, a satisfação dos
clientes, uma maior aceitação do produto.
Os principais pontos positivos do SGQ citados no trabalho foram: a
padronização, diminuindo assim o retrabalho; a melhoria contínua dos processos; a
organização; uma maior satisfação dos clientes interno e externo; o treinamento de
seus funcionários, menor desperdício de materiais e redução de custos.
Como pontos negativos citados, os que mais se destacaram foram:
burocratização, pois foi visto que existem muitos procedimentos, muitas vezes
desnecessários e não utilizados; o custo de implantação; e a conscientização dos
funcionários, já que toda mudança é de difícil adaptação.
Outro aspecto que chama atenção no setor de serviços das construtoras é a
crescente sofisticação e uma maior consciência por parte do cliente quanto aos seus
direitos, em relação à preservação do meio ambiente, além do conhecimento das
vantagens da concorrência. As formas habituais através das quais uma empresa pode
realizar o atendimento ao cliente são através de contatos interpessoais
(cliente/funcionário), ou do contato com alguma parte da estrutura física da empresa
(equipamentos, instalações etc.).
33
De um modo geral um sistema de gestão de qualidade, notou-se que foi
aprovado pelos seus adeptos de uma forma satisfatória. Pode-se concluir então, que
os benefícios trazidos pelo SGQ para as empresas, são fundamentais para a melhoria
na inovação da gestão do empreendimento da construção civil, desde o momento da
concepção da ideia até a concretização do produto, conduzindo a uma menor
solicitação por assistência técnica, e um melhor desenvolvimento dos futuros projetos.
34
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36
ANEXOS
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TIPOS DE CANTEIROS DE OBRA
Canteiro restrito
Nos canteiros denominados restritos, a construção ocupa todo o terreno ou a
maior parte dele. Este tipo é o mais frequente em áreas urbanas, principalmente em
bairros centrais, onde devido ao alto custo dos terrenos, as edificações ocupam
praticamente o lote inteiro e não há muito espaço disponível para a instalação do
canteiro de obras.
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Canteiro amplo
Os canteiros denominados amplos possuem apenas uma pequena parcela de
terreno ocupada pela construção. Há possibilidade de vários acessos para máquinas
e veículos, bastante espaço para armazenamento de materiais e acomodação para
os funcionários. Esse canteiro é encontrado em construções industriais, conjuntos
habitacionais e em grandes obras.
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Canteiro linear
Os canteiros de obras lineares são limitados em apenas uma dimensão e
possuem poucas possibilidades de acesso. Alguns exemplos de obras onde esses
canteiros estão presentes são: obras de estradas de ferro, rodovias, redes de gás,
etc.
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