View
0
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
S. Paulo, 9 de Outubro de 1933
Redator-chcfc"GERALDO FERRAS
B*___i____H ^_______H ^B ^B bb Bgy*j___l Su MB ^______r ____$ÍFi__- BhsSI _____! ___! ^^Hv ^^^^^h ^^^^^h ^H _HL__m __V ^___l ___^^ ___________________ ASSINATURAS:ANO 201000SEMESTRE ÍòSÍÒOONUMERO AVULSO $20»
Rua do Carmo, 11 — 1." andar
Os crimes nojentos do fascismo
A monstruosidade do processo pelo incêndio do "Reichstag'*..;._ .x .*. ,. " ..,.•. ?... ,-> Av nnlnvi-ns desfie heróico trabalha-
Está jã demonstrado á sueiedade
que o processo de Leipzig nâo passaduma macabra comédia organizada pc-
los fascistas alemães para, nssassinnn-
do quatro vitimas inocentes, se livrar
da pecha de um crime pelo qual todo
o mundo os responsabilizou.O protesto veemente da opinião pu-
blica da Europa e da América, como
também a posição assumida por uma
parte dn própria intelectualidade hur-
güesa contra a infâmia e o ciiiisinlo do
hitlerismo, já derámipor julgado o pro-cesso.
As conclusões d;*. "Comissão Inter-
nacional de Inquérito sobre o incêndiod0 Rciclistag", da qual participam ele-
mentos burguesisshnos, como D. N.
Pritt, King's Counsellor (Conselheirodo rei) da Inglaterra, o prof. l.uis Ji-
menes de Asúa, da Universidade de
Madrid, o deputado francês Gastou
Bergcry e o antigo "Prémier" Itália-
n0 Francisco Nitti, acusam — hasean-do-se em documentos irrespondíveis,— os chefes do nazismo, e parti-cularmente os ministros Goering e
Goebbels, como responsáveis pelo incên.
dio do Parlamento alemão.O deputado comunista Torgler, que
se apresentou espontaiièàmenti ás
autoridades para ser julgado de um
crime praticado pelos seus acusadores,,è os refugiados búlgaros Dimitrov, Po-
poy e Tarkv são apenas os bodes e.\-
piatbrios duma maquinação tenebrosa,sem precedentes nos anais judiciários e
na historia da reação capitalista.Os quatro acusados ofereceram ali-
bi» que demonstram até aos cegos a
sua não participação na destruição do
Reichstag.Nenhum deles, antes de ser preso,
sabia (Ia existência de Marinus Van
der Lubbe, essa enigmática persona-gem, cujo papel aparece agora mais
do que nunca como sendo o de provo-cador.
Mau grado as torturas sofridas (fi-caram durante cinco meses algemados
dia e noite!) as vitimas da sanha fas-
cista não se cansaram e não se. cansam
de proclamar a própria inocência.Essa inocência demonstra-a c pro-
clama-a o protesto de todos os ho-
mens deJ>em,-desmanchando-assim-por-completo a imunda "mise en scénc"
do governo nazista.A própria "justiça" hitlcrista não
pode furtar-se ao dever de ensaiar uma
defesa qualquer, deante das provas in-
sofismaveis apresentadas pelas "Co-
missão Internacional de Inquérito.
O "procurador geral do Reich", Wer-
ner, viu-se forçado a discutir direta-mente com Romain Rolland e com o
advogado sueco Branting.
Mas os nazistas, que souheram tão
bem arranjar o servicinbo do incên-
dió, para terrorizar 0 eleitorado con-
servador e pequeno-burguês, e pôr, ao
mesmo tempo, fora da lei, os partidosdo proletariado, não tiveram sorte
igual com o ultimo ato da miserável
comédia. O diaho que sabe fazer a
tigela nem sempre é capaz de pôr-lhett tampa...
O governo nazista organizou o pro-cesso com todos os cuidados dos mal-
feitores mais experimentados, mas
não previu o desfecho do mesmo. Com——êf-Ttorfõi o processo de Leipzig que
arrancou definitivamente a mascarados criminosos assentados no poder e
destruiu o castelo de papelão armado
pela magistratura "ariana" com o l'ito
de sepultar eternamente a verdade.
Tanto assim que, ao verem-se desço-
bertòs con a mão no saco, os gover-multes da infeliz Alemanha não acha-
ram outro recurso senão mandar pren-der e expulsar jornalistas estrangeiros
de diversas nacionalidades, inclusive o
correspondente dc um diário brasilei-
ro, e adiar o processo.Van der Lubbe, o personagem cen-
traí do plano arquitetado do qual se
falou a valer logo depois do incêndio,
acabou de lingua atada deante dos jui-
zes, isto é. quando era mister esclare-
cer ()s homens da "justiça" e o mundo.
Por quê essa esfinge emudeceu? Te-
ria sido o remorso? Ou, como muitos
pensam, a policia hitlcrista reduziu
Van der Lubbe a um boneco incòn-
ciente, com o auxilio de poções entor-
pecentes, para impedi-lo dc dizer como
se passaram os fatos na realidade.A esse respeito, os telegrammas pro-
cedente; da miesmissima Alemanha sao
sobremaneira impressionantes. Um
deles, do dia 2(i d0 mês passado, dizia
:i seguinte:LETPZ1G, 2(5 (H.) — A audiência de
hoje, do Tribunal Superior do "Reich"
que está julgando os implicados no
processo relativo ao incêndio do "Rei-
chstag", foi curta, mas fértil em sur-¦iresas.
O presidente, sr. Bungcr, declarou
iiue a "passividade" do acusado Van
der Lubbe exigia a modificação do pro-ces«o até agora seguido pelo Tribunal.O juiz de instrução e os policiais quetomaram parte no inquérito deporão
depois do acusado, sempre que o pre-sidente julgar necessário.
Van der Lubbe sentou-se numa ca-
deira, colocada no centro do pretovio,ladeado de seu advogado e do interpre-
te holandês.
O presidente convida o acusado a
explicar como empregou 0 tempo an-
tes do incêndio, Van der Lubbe não
dá mostras de reação e continua prós-
trado. O presidente arranca-lhe algu--
mas palavras penosamente."
Depois disso, achamos que não é
preciso acrescentar mais nada.
Agora, ao lado da atitude equivocade Marinus Van der Lubbe, resultama coragem e a altivez de Dimitrov, dePopov, de Taniev e de Torgler. Os
quatro acusados, sobre cuja cabeça pai-ra a ameaça de morte, mais do que a
própia pessoa, dé.enderami perante o
tribunal o seu partido. As declara-
ções de Dimitrov repetem as declara-
ções de Eugênio Léviné deante dos jui-zes de Munich e as palavras de todos os
verdadeiros militantes da causa dos
oprimidos.Terminou ele o seu depoimento com
com esta profissão de fé: "Sou revo-
lucionário proletário, membro do Co-
milé Central d„ Partido Comunistabúlgaro e do Comitê Executivo Inter-
nacional Comunista. Estou nessa qua-lidade pronto a assumir todas as res-
ponsabilidades dos meus atos e dos átòsdo meu Partido. E', porém, precisa-mente, por essa razão que não sou um
vulgar aventureiro nem um terrorista.
Sou apenas partidário da revolução
As palavras desse heróico trabalha-
dor devem ter calado fundo no cora-
ção dos proletários alemães. Elas cons-
tituem a primeira afirmação antifas-
cista feita ná Alemanha, depois da to-
mncla do poder pelos hitlcristas.Por isso Dimitrov, inocente, está des-
dc já condenado pelos assassinos na-
zistas, cobertos da roupagem de juiz.A mlenos que os homens livres do
mundo c todos os que cultuam a cora-
gem e a nobreza de alma não se le-
van tem contra o novo crime prepara-do pelos asseclas de Hitler.
Refutando uma afirmação covarde
desse miserável cabotino que é Bernard
Shaw, segundo a qual não cabe a es-
trangeiros iritròmetér-sc num. processocm que os réus não são seus compatrio-tas, miss Wilkinson exclamava, ha
dias, que "os direitos da justiça não
conhecem fronteiras".E temos o orgulho de ter sido no
Brasil, entre os poucos, para não dizer
os únicos, a levantar uma voz de pro-testo contra esta infâmia fascista e dc
solidariedade para com Dimitrov e os
seus camaradas, quando os próprios
___/'i ÍIÚ/M rm\wr^m a?r y'___mmm\J hLWs*A J\mmmm\'^^m\'J^*-^ tmmmm __K
!_______? Wafcà jmSíi.''' *f^^^Ef^V _K^I________-E*fcfifc__!!_^ij-g*¦ ir '._.________________ ^____b*Z____P^_H _____________wb4_Fv5t*_________H____-___ 'RHfl w
"Heil Hitler!"
proletária única que pôde resolver a companheiros de partido deles não
situação mundial." | souheram fazer outra coisa senão ca-
«5mm
(Haagsche Post.)
_-___BIF2
lar lamentavelmente. Onde foram pararaqueles que tanto se comoveram porFerrer, por Sacco e Vanzetti e porMatteotti? Onde aqueles que se bate-ram contra as mais clamorosas iniqui-dades destes ul limos anos? Tendes a
boca cheia dc frases sonantes, sabeistão bem falar em Liberdade, em Fra-ternidade, em Justiça, si o perigo está
longe, mas agora é que é preciso falar!
O TERROR HITLERIÁNO"A orgia de barharismo e brutalidade
que o regime de Ilerr Hiller anuncia-
va foi conhecida no estrangeiro, de
inicio, através de relatórios dc jornaise dc boatos incertos. Ultimamente, po-rém, o processo de investigação e ve-
rificação por parte de inquéritos dignos
dc credito assumiram um papel i*ele-
vante e os fatos mais importantes se
podem agora considerar estahelccidos
acima de qualquer duvida. A parlesubstancial do trabalho dc investiga-
ção foi realizada pelo Comitê Inter-
nacional sob a direção dc Einstein e,
no livr0 (1) publicado pôr esse Co-
mité a história do Terror está comiple-
ta e sistematicamente desenvolvida. O
'¦iimi:mm
._. __c_______WWBI^^__BiBk J.S _4__ _SVi_. ___i-__*i *M*******_ ¦_¦_. ^HM__ 9 r iSOm wÉíatmmt^ ^-¦mmmmmml^^mm mm\Tm\m\m m'^mmW ____¦ ______ *f K&3-A _W_K^GJ^^^ '»• __i ^E_____ ^^^ ____________ EM. Áwff^v_____B_______ ^_______F^^___________L mH^B^BH __¦ ___*ih^^^^^ ^HL-
Como foi orgaoizade
o incêndio
livro é francamente polêmico e está
redigido com vigor c realismo cicero-
Pianos. E, si os' acontecimentos quelhe urdem a contexturu reavivam mais
a época da conspiração dc Catalina,do que o XX século europeu, o estilo
não poderia ser melhor apropriado á
matéria. Como garantia da veracidadedos documentos recolhidos, temos o
nome do professor Albert Einstein,
presidente do Comitê Internacional
que procedeu á_sua_j_3mpilação, e-umTnTrõitõ^de. Lord Marley, presidenteefetivo do mesmo Comitê. Nesse in-
tróito, Lord Marley declara que todos
os documentos tomados em considera-
ção pelo Comitê foram cuidadosamenteverificados antes de sua publicação c
que todos os fatos relatados são tipicosde uma serie de casos análogos, ten-
do sido omitidos os fatos individuais
mais sensacionais, a-pesar-de- autênti-
cos.O livro principia com uma breve
sintesc da hisHória politicjh da Ale-
manha desd a fundação do "Partido
Trabalhista Alemão", cm 1919 até a
queda do gabinete presidido pelo Ge-
neral Scbleicher, em 30 de Janeiro de
1933.
"Todas aB conclusões do processo nos conduzem a um único resultado: o in-
cendiário do Reichstag foi Goering, o capitão morfinômano, que não só pos-suia todos os meios para executar o crime como também a perversão moral
necessária.(Moro-Giaffieri, do Comitê Interna-cional Contra as Vitimas do FascismoHitleriano)
Em substancia, contudo, e em
virtude da evidencia do que «e segue
a essa parte, o livro constitue uma ter
rivel e esmagadora acusação dos fins,
dos nétodos e do espirito do movi-
mento nazi. Da queda do Gabinete
Schleicher em diante, os aconteci-mentos são relatados com minúcias e
uma grande parte do livro' é dedicada
ao dia 27 de Fevereiro, data do inecn-
dio do Reichstag. Eis como é ali re-
latado o incêndio do Parlamento Ale-
mão:
POR QUE FOI INCENDIADO O PAR-
LAM-NTO"Os nazis foram ri mil idos ao gover-
uo por Hindenburg, afim de abafar os
escândalos dos empréstimos á Prússia
Oriental, mas a sua situação estava
difícil. Haviam entrado para o Gabi-
nele sob condições restritivas c ti-
nham contra si a Reiehswehr, ¦ uquan-
to que os comunistas estavam quasi
ganUandoas eleições ás suas expen-
sas. O dr. G oebbels, então, urdiu um
plano, que foi aceito por Hitler e Goe-ring, que consistia na descoberta de
um imaginário^ TOíujssijno_^complot_lComunista, descoberta essa que devia
ser acompanhada por uma violenta
campanha propagandistica. Em primei-ro lugar, no dia 24 de Fevereiro, uma
grande quantidade de documentossensacionais falsificados, compromete-dores para os comunistas, foi "desço-
herta" pela policia na "Casa dc Licb-
knecht". Essas falsificações eram pordemais inhabeis e infamantes para en-
ganar as próprias masas, tanto que Pa-
pen, Hugenbcrg, e Seldts censuraram,
a Goering, no Gabinete, ter lançado
mão de tão ridículo embuste. O Gabi-
riète recusou aos Nazis a permissão de
publicar as falsificações e a interdição
do Partido Comunista (o que daria aos
hitlcristas a maioria no Parlamento).Em 27 de Fevereiro, a imprensa nazi
iniciou uma furiosa campanha sobre »
questão essencial. Nem Hitler, nem
Goering, nem Goebbels tinhami assumi-
do o compromisso de falar na campa-
nha eleitoral e ficaram em Berlim. As
tropas de assalto mantiveram-se reco-
Ihidas nas suas tendas durante todo o
dia, e o presidente do Reichstag, reco-
lheu-se á sua residência a uma hora
da tarde, contrariamente aos seus ha-
bitos. Durante a tarde, uma grande
quantidade de mraterial inflamavel foi
(Continua na 3a. pag.)
->> O HOMEM LIVRE 9-10-1933—i—ww
QUE SIGNIFICA ISSO?Os jornais dc 8. Paulo e do Bio publicaram esto telegrama:«FLORIANÓPOLIS, 28 (//J — Numerosos professores das
escolas alemãs de 8. Paulo, Paraná e 8mtà Catarina redlimrafi
uma reunião em Blumenau, para estudar os meios de metodizar
o ensino nas suas escolas».
ti ir- — yn-mmrifr-i—ijif-r-"*" ¦¦"—--¦
* * ít
Perguntamos: as escolas «alemã*» que funcionam no Brasil
dependem dos departamentos de ensino daqui ou depende,,, du
direção do partido nazista fW esta a primeira vez (pie se organiza no Brasil nm congrer
so de escolas estrangeiras. .Para falar mais claramente, isso se deu so depois do adven-
to do fascismo nos paises europeus. Isso quer dizer que o aseis-
mo europeu está agindo entre nós,, mesmo por intermédio das es.
colas implantadas no estrangeiro.Que acham de tudo isso os senhores integralistas.
Crônica do fascismoEm proseguimento das noticias publicadas no boletim
de "L'Informazione Italiana", reproduzimos aquinovas informações acerca da condenação dos 1
"confinados" ou Ponza:5°
Os nossos fascistas
AGITAÇÕES E PRISÕES EM NÁPOLESE SALERNO
"Também na Híúí-a, a-pesar-da si-
tuàçno de terror que ali vige constan-
temente, realizaram).se manifestações
de p:nlost() e existe uma viva agita-
ção.Entre as massas trabalhadoras na-
politanas a agitação em favor dos 152
confinados de Ponza extendeu-se até
as camadas importantes de intelectuais
e estudantesl>urante a primeira quinzena de ju-
lho. foram distribuídos nas estradas
c nas fábricas, muitos manifestos
contra a condenação dos confinados.Naturalmente a policia e a "Ovra"
puseram-se logo á caça dos autores.Efetuaram-se numerosas-perquisições,seguidas dc miais de 100 prispes de
operários, intelectuais e estudantes,
que foram acusados de haver organi-
zado células comunistas e de ter de-
senvolvido propaganda anti-fascistacm favor dos confinados.
Também em Salerno foram presosnumerosos ferroviários, pelas mesmasrazões,
E' por isso que tiramos a conclu-são de que o governo fascista não se
sente tranqüilo.Os confinados devem ser libertados
c a portai ia-cabresto deve ser supri-
mida."
WOlíNTES TRATADOS A SO(JOs>E PONTA-PES
"E' conveniente conhecer tambémeste particular da deportação de Pon-za. Os deportados Renato Pini e Giu-
seppe Vallarelli recolheram-se ao lei-
to por se sentirem indispostos.
Chegada TlümrtUTTisiUi de contro-le ,oh doentes procuraram convenceros milicianos de que não estavam emcondições de se levenlar e que procu-rassem assinar a "ausência por moles-tia" no registo d0 desfile matutino.
Os fascistas responderam-lhes, arro-
gantemente, que apresentassem o certi-ficado médico. Os dois deportados ob-
jetaram que, sentindo-se indispostos
na tarde do dia precedente, ainda não
tinham tid0 a oportunidade de se sub-
meter a visita médica, que é dispensa-
da só de mmihã, razão por que não
possuíam o certificado.
Os fascistas não iceifaram essas ex-
plieações e como os presos repetiamscr-lht-s impossível manter-se de pé,iVram brutalmente obrigados a levan-tar-se e vestir-se, em seguida, conduziram-nos ao controle a socos e pon-ta-pés"
DOENTES PUNIDOS COM O ISOLA-MENTO
"O socialista Alessandro Pertini,condenado por antifascismo em 1929.
a 11 anos de reclusão, devido ás pre-carias condições de saúde, foi sempre
. preso nas chamadas "casas penais pa-ra doentes" (onde não recebem trata-
mento especial) — antem em Turi dc
Bari — o presidio cm que AntônioGramsci vem sendo assassinado aos
poucos e, posterioremnte, na liba Pia-
nosa.Pertini, após unia ligeira discussão
com o diretor do presidio foi trans-
ferido para a cela de rigor.Esta punição significa: pão e água,
láboa em lugar de cama, privação da
hora de passeio, numa palavra, estar
na situação dc um enterrado vivo por
tempo indeterminado.Como sairá da cela o companheiro
Pertini, que é tuberculoso?"
OS TRATADOS DE EXTRADIÇÃO
"E' geralmente conhecido que o Es-
tado Fascista assinou com muitos paises (e lambemi com o Urasil, N. d. 11.5
tratados dc extradição, de modo a per-seguir também no estrangeiro os seus
adversários, e eom o fim dc facilitar
a obra reacionária do Estado policial.Agora, dois antifascistas italianos
presos cm paises estrangeiros estão
ameaçados de sereia entregues ao go-vêrno dc Mussolini. Um é o operário
Ângelo Giangulauo, que se encontra
cm Bilbao, na Espanha, e que foi pre-so unicamente por não possuir do-
cumentoa consulares, visto que fugiu
ilegalmente da Itália. O outro é o is-
triano Smotlak, que foi recolhido ao
hospital austríaco de Klangcnfurt.Convém recordar que o governo aus-
triaco já é responsável pela morte de
um operário italiano, Marcelo Fer-
rarri, que se atirou do trem quandoera conduzido á Itádia."
PRISÕES EM DIVERSAS LOCALI-DA DES
"Durante o aniversário da entrada
da Itália na guerra, foram efetuadas--como acontece todos os anos — mi-
lhares dc prisões em toda a penin-sida.
Em Roma, foram detidas para mais
de 1.000 pessoas, tendo sido condena-
das pelo tribunal especial, cerca de 40.
Na Apúlia, as prisões subiram a vá-
rias centenas.Em Massa Carrara, a cerca de 30.
Como se vê, o "regime indestruti»vel" estremece ao minimo movimento
das massas, as quais aumentam cada
vez mais a própria combatividade con-
tra o fascismo, c cuja miséria é ver-
dadeiramente indescritível."
"Todos os cidadãos alemães erguem-se
espontaneamente aos acordes do
«Horst Vessel".
(Dos jornais nazis.)
A COOPERATIVA jMOVEIS E TAPEÇARIAS
Rua .losc Paulino, 80-ATel. 4-0Ò18'I
Para -os nossos leitores <pienunca ou riram falar do maiorpintor desta bendita terra deSanta Cruz, é bom fazer a aprersentação do sr. Virgílio JHuuri.cio, irmão do ardoroso bispo deIWugança e autor duma papela-da que tem por titulo «O trape-Po da Vida», cuja edição comple-M, pode ser encontrada nos pirrões do «sebo» e nó Gazeuu.
No dizer dos seus amigos. Vir.gilio foi até hoje a único pintorque obteve a consagrarão oficialda mais acreditada das eêpoM-ções parisienses. Hempre segun.do as informações procedentesda rnesma fonte, um quadro da«8U(t)) lavra, «A pré* le rêve», te-ria deslumbrado a «Ville tAi-miérre» e feito desmaiar de comoçãoo bombeiro-mór da critica cou-servadora francesa, Camilo Mpn»Glávr. aquele que Jacqucs paconrchamou de «sob inoffensif», o bo-bo inofensivo.
W verdade, porém, que mau
grado aquilo que acabamos de dr'zer, ninguém até este momento
conseguiu ver o grande artistadc pincel na mão. E há, também,
quem sustenta que ele nunca pin-tou uma «croute» siquer.
Esse é o destino dos gênios ver-dadeiros. Como há quem negue
que Shakcspeare seja o autor dc«llamlet»e de «Julieta e Romeu»,assim hoje há malvados que sus
il
Correspondência de"O Hontem Livre"
F. L. — Está cerfo.. A criação dos nu-
cleos "Pró "O Homem Livre", tem,
apenas, essa finalidade e o priuucipiode organização está claramente lex-i
presso no apelo que. publicamos em
outra parte deste numero: o principioda frente única dos antifascistas eon-
tra as diversas manifestações do fas-
cism0 entre nós.II. T. R. — l.o) Quanto maior <¦ nu-
mero, tanto melhor...; 2.0) A respos-ta a F. L. serve para o vosso caso;
3.o) A série A constará dos núcleos
formiados em capitais dc Estado; 4.o)
os fundos recolhidos devem ser en-
viados para a rua do Carmo n. 1.1, l.o
andar, sala 3, São Paulo.S. P. Q. — Nã0 ba razão para não
se unir na ação comum. Se outros
pontos dc vistas deles são contrários
aos vossos, cm questões que não to-
cam diretamente o antifascismo, não
vemos motivos para abandonar aunião na luta que interessa, indistin-
lamente'; a todos. O peor serviço quese pôde prestar á causa, neste caso, é,
justamente, o sectarismo.
Rffllp RussaL. TROTSKY
0 Sporte Club Germâniacurva-se diante de Hitler
Recebemos esta carta, datada de 5de Setembro de 1933, sob a assinatu-ra de X. X., pseudônimo sob o qual seesconde um alemão que pede deseul-
pas por não poder assinar o seu nomeverdadeiro, para não entregar os seus
parentes na Alemanha ás fúrias vin-
gativas dos Hitlcr, Goering e Cia.* * *
"Hitler decretou que as associaçõesesportivas, por ocasião de suas ses-
O QUE E' A REVOLUÇÃO DE OUTU-BRO
Nenhum estudioso da questão social
deve deixar de ler a extraordinária con-
ferencia realizada por Trotsky em Co-
penhague, em Novembro de 1932. Em
perfeita tradução portuguesa, com um
apêndice contendo a famosa carta do
grande chefe bolchevique ao lider so-,
cialista Emilio Vandervelde, encontra-so á venda nesta redação, ao preço de
1$500 o exemplar.
sões, devem fazer içar ao lado da ban-
í deira nacional, a bandeira da cruz ga-
mada, além cl c serem obrigadas a can-
tar, justamente com o "Deutschland" o
canto de Horst WeBsel. Nas ultimas
reuniões do Esporte Clube Germânia,
só se tem içado a bandeira gamada.
Quando será cantado o "Horst Wcs-
sei"? Achamos que os representante»
de Hitler daqui como a direção do Es-
porte Clube Germânia ainda não eom-
preenderam que proceder com os clu- {bes daqui como si se tratasse de "so-
ciedades esportivas arianas", baseia-,
das nos moldes das que existem hoje
no Terceiro Reich, é prestar um mau
serviço aos alemães.
Considera o Fuhrer os brasileiros
e japonezes, que são também membros
do Esporte Clube como arianos e co-
mo deve fazer então o Clube Gerina-
nia quando tem que lutar com os ou-
tros clubes paulistanos, que tem em
suas fileiras na qualidade de membros
com iguais direitos, brasileiros de côr,
que, segundo Hitler, são idênticos aos
judeus?Sabemos também que os membros
arianos do Esporte Clube são absolu-
lamente contrários á posição politica
partidária da direção do clube, c, no
entanto, como se conduz a sua direto-
ria?
Um grande numero de membros do
Esporte Clube Germânia espera queeste tome uríia posição clara a respei-
to, sem condescendência para com os
representantes do governo, que não
tôni nenhum direito cm mandar na so-
ciedade e sem os quais o clube sem-
pre existiu e existirá talvez ainda me-
lhor."
ttMANUAL ORTOGRÁFICOBCSflgB " '¦" "I "l"*'"—-—'
»9
POR UM PROFESSOR
Com prefácio de Medeiros e Albuquerque. Aprovado pela Federação
das Escolas d« Comércio de S. Paulo
PREÇO 12100»A' venda em todait as livrarias
Gráfico Editora Unitas Ltda.aaHmaHHnsBMDraaHB
tentam, que os trabalhos de Vir-gilio foram adquiridos pelo «aw ..tor-)) nas ((feiras livres» de pin-tura do Quui Medieis e de 1'Ave-nue de Neuillc, ua capital daFra riça.
Ma* o nosso grande artistanão ê somente pintor: êle é tam-bem uma das glorias mais julga-rentes do nosso jornalismo. Co-mo tal, noutros tempos, Vir gilioMauricio, juntamente, com Urasil Gerson e Corifeu dc AzevedoMarques, foi o redator da «pugi-na brasileira)) do diário fasoista(dl Piccolo», onde leve o bomgasto de publicar todas as car-tas elogiosas que tinha recebidodo desastrado autor da {(Vidahumilhada dr. 11 cine».
Portanto o pintor que nuncapintou é um fascista du velhaguarda.
Nessa* condições, logo de rolta da sua ultima viagem á Eunrpa, êle não podia dciwar de dizeruma porção de bobagens acercada situação politica e econômicado velho mundo e, particular-mente do fascismo luso-itálieo.
Numa entrevista fielmente re.colhida por um H rum mel do su-burbio que, uas horas vagas, mi'ja na* colunas do «Fanfulla». oirmão de d. dose Mauricio e.vpeUu as considerações qne vão se.gidr:
«A Europa está doente; mui.to doente. Atravessa neste, mo-mento uma das fases mais afflrUvas da sua vida e da sua his-tória. Miséria genralizada, con.vulsões políticas, exércitos de dc-*cmpregados. 8ÓmenTe"aItália êPortugal escapam a essa realida-de cruel; mas na Inglaterra, nafrança, nu Alemanha, na Àus~Iria, na flungrUi c noutras na-ções, o estrangeiro sente.se ate.uazar a alma pelo* sofrimentosque atormentam todas as cias-ses sociais».
«Nesse espetáculo de dezohrção da Europa contemporânea, aItália constitue, uma espécie deoásis Oficie há homens que cons-troem».
Pelo que acabam de ver, osI nossos leitores se apercebem jáque o Virgilinho c mais realista.do que o rei, isto é, mais f a seis-ià do que os escriba* do «fascio».Com efeito, o .mesmissimo govêr-no de Mussolini declara que aItália conta com mais de um mi-íhão de desempregados.
Quando a estatística mussolia'na diz «um milhão», pode-se ler:três milhões. W esta uma cifra¦mais próxima, da verdade.
Diariamente lemos cartas quechegam da Itália e repetem to.das o mesmo estribilho: a fomecrônica que assola a Peninsula e
que não constitue a ultima màí-dição do fascismo.
Aonde foi o Virgílio Mauricioestuda,r o regime fascista? No*museus? Nos cabarés? Nqs ho-teh de luxo?
Esteve êle nas usifias, nos cum,-pos, bairros operários? Compor-Ulhou da vida dos trabalhadorescom,o tem feito Alfredo Kurella,
que, há pouco, voltou dá Itéüia,trazendo uma reportagem, horro.rizante ?
Não é só: o pintor que «nin~
guém não viu» pintar tem- a ou-sadia, para não dizer a desfaça-tez, de opor o inferno francês ao
paraíso fascista. Agora é bom,
que ele saiba que na França vi-vem e trabalham, centenas e cen-tenas de milhares de italianos;centenas de milhares de italianosque, para não morrer de fome,tiveram, que deixar o... paraísodo «Duce».
O Virgilinho não sabia disso?Tome nota. então, e seja mai»
prudente noutra ocasião,
BEIMATim.
23-9-1933 O HOMEM LIVRE 3Dimii «.umiiiiihi»
O terror hitleriano JOS aüliflOS (lO "0 HOM Livre"____________________MI| . *•
(Continuaçfio da Ia. pag.)
levada da casa de òoering, pela passa-
gem subterrânea quc a lijía ao Par-
lamento, até este, por alguns milícia-nos fias tropas de Assalto sob a dire-
ção dó famigerado Heines e dc Goering.Van der Lubbe um renegado comunis-ta holandês quc mantivera por al-
guin tempo relações estreitas eom al-
gúns dos mais proeminentes chefesNaxis:. foi deixado no edifieio, com"papeis comunistas" e eom insira-í;5cs de culpar os sociais-democrataslanto quanto os comunistas. Algunsminutos depois dc declarar o incêndio,Hitler. Goebbcís e Goering aparece-
ram no Rcichstag.Pouco dei)0is, Van der Lubbe foi
preso e, eni seguida, juntamente comTorgler. o lider comunista, e três bul-
gaTÓs acusados dc ter ateado fogo ao
Parlamento.
AS PKOVAS
A« provas dadas cm apoio dessa bis-toria sâo de quatro espécies: primeiro,as circunstancias evidentes da situa-
cão politica cm geral; segundo, o me-
morandum preparado pelo Nacionalis-tu dr. oherfobren; terceiro, as contra-(lições íninicrosas e sérias contidas no
relatório oí'ici;.l nazista e quarto, va-
rios. trechos dc informações coleeio-nad-a,*- pelo próprio Comitê Interna-eioual. S.nbc-se pela situação geral, queapenas os Nazis poderiam ter tirado
proveito do incêndio, e que é politicadeclarada dos comunistas evitar todos
os atos de provocação. No memoran-dum dc Obcrfobren, aqui citado quasiintegralmente, , pode-se colher um
grande numero dc informações até
aqui inéditas. O dr. Obcrfobren estava
encarregado da campanha eleitoral na-
cioníit.sta, e posteriormente escreveu
e fez circular secretamente unii memo-
rawiuni sobre os acontecimentos que
precederam o incêndio. Isso foi desço-
berto no fim de Abril... e o dr. Ober-
fobren é encontrado morto, segundo a
imprensa Nazi. O memorandum afir-
ma qne "o dr. Goebbels, sem escrupu-lo algum", preparou o plano para as
falsificações da "Casa de Liebknccht"e para o incêndio; e segue-se a bisto-
ria da.- discussões dentro do Gabinete,
e a introdução eventual dos incendia-
rios no Rcichstag por Heines através
di) subterrâneo. Das 30 ou mais con-
dicôcs con'tida|B no relatório oficial,
a miais importante refere-se ao sr.
Torgler, quc é acusado de ter dei-
xado-o Rcichstag .cerca das dez horas;
mai varias testemunhas independentes
provaram que êle sairá ás oito ç um
quarto, e que estava em outra parte dc
Berlim, na ocasião do incêndio. As—pro'-"»,''- colecionadas p*cío Comitê do
Professor Einstein são múltiplas, mas
mostram entre outras ocisas que Van
der Lubbe mantinha relações intimas
com .-ertos lideres nazistas, que era
imlpossivel deixar o Rcichstag depois
da:** nove horas, excepto pela passagempava a casa de Goering, e que o próprioGoering declarou em um momento de
distração, que os incendiados se tinhamescapado por aquele caminho; que Di-
mitrov, um- dos búlgaros detidos esta-
va em Munich no dia em que alegaram
tê-lo visto em Berlim com Van der
Lubbe: c que o sr. Gempp, diretor do
corpo de bombeiros dc Berlim, revelou
(depois de ter sido detido) quc o cor-
po de bombeiros foi chamado muito
tarde, ,, que Goering impediu-o de to-
mar medidas adequadas para a extin-
ção do fogo. Depois da compilaçü-.*- do"Livro Pardo", pelo Comitê do Pro-
fessor Einstein, novas e importantesinformações vieram á luz. Relata o
correspondente especial do Manchestcr
Guardian que o sr. Torgler suspeitava
j da conspiração do incêndio do Reichstag vários dias antes de 27 de Fcvc-rciro, c que revelara a sua suspeita em
uni discurso no Conselho de Estado
Prussiano a 215 de Fevereiro (cuja ataé agora impossível de obter). Parece,de fato, que os Nazis tinham tão boasrazões para desejarem descinbaçar-scdo sr. Torgler como do dr. Obcrfobrene do dr. Bell (que sabia algo de ver-dade a respeito do incêndio e foi as-sassinado pelos Nazis na Áustria). Nasegunda parle, o livro dá uma narra-
ção autentica e bem documentada, comfotografias, do.s "campos dc concen-tração" e outras formas da brutali-dade Nazi, agora geralmente conheci-das fora da Alemanha. Acentua-se qucesses métodos não são simples expio-r/õe's esporádicas, mas conseqüênciasdiretas de incitamento pelos lideresNazis (Mesmo que só pudesse atirar,:', queima roupa, atiraria de qualquermodo" e Goering em Esscn, 11 deMarco, de 1983). O Comitê estima qucC0.O0Ü pessoas foram sujeitas a vio-Inicias desde 27 de Fevereiro, e que,cm Julho, mais dc 25.000 estavam noscampos de concentração. Diferente dcalgumas das atrocidades originais, oscampos de concentração são instru-mentos permanentes de crueldade, on-
da a oportunidade para sadismo fisicoe mental continuará provavelmentetanto quanto durar o regime nazista.Um escritor modrno, que provável-mente não se apoia no marxismo, con-clüe. nr> Times uma longa descrição dc
un. campo de concentração Nazi, com
a seguinte nota: — O visitante dei-xa o campo com um sentimento dc
repulsa. Sente-se culpado de qualquercoisa que se aproxima da indecência,
por se ter permitido testemunhar tra-
tamento tão desbumano, imposto porhomens cruéis sobre o seu própriosangue, c carne." O Comitê possúetambém informações definidas dc
quinhentos assassinios efetuados pe-los Nazis desde 2 dc Março; nada me-
nos de quarenta e três judeus foram
assassinados, pelo sinvpUs fato dc se-
rem judeus. O livro é além disso ilus-
tra do com fotografias de Hitler, Goc-
ring e Goebbels ocupados em falar ao
publico, e por fotografias de um; car-
tãp registrado de um asilo de Langro,
(Suécia) que recorda a admissão de
Goering, em 1025, c dc certificado de
um medico de Stockolmo de que "O
capitão Goering é um morfinómano"c que por conseguinte a sua casa é"imprópria" para seu filho. Ha tam-bem uma narração detalhada da cam-
paniia contra a cultura c da persegui-ção a todos os artistas e cientistas"anti-germnnieos". Recorda-se que as
obras do Professor Einstein foram
queimadas—cm—i)ublico-=^para—nãomencionar as de André Gide, Proust,
Zola, Emil Ludwig, Thomas Mann e
inúmeros outros. A confirmação por
provas inteiramente dignas de con-
fiança das pcores suspeitas a respei-
to d0 incêndio do Rcichstag e do ter-
ror hitleriano, provavelmente produ-•/.irá um choque de repulsão e horror
através do inundo civilizado. E levam
tara também a questão de saber si o
direito dc igualdade de Estado entre
as nações, pode ser reclamado por um
Governo quc, sem olhar os cânones or-
dinarios de justiça e humanidade, vin-
íça-se nos seus próprios compatriotas,
(Do "Economjst", de 2 de Setcm-bro).
"0 Homem livre" não podesuspender a sua publicação
Há poucas semanas fizemos umapelo aos nossos amigos» no qua! pro-curámos mostrar que o "O HomemLivre", único jornal antifascista quecircula atualmente em territôro bra~sileiro não poderia continuar a viversem o AUXILIO DIRETO dos anti-fascistas, uma vez que a sua exis-teneia é garantida unicamente pelaboa vontade e pelos esforços de um
grupo de elementos que se cornpene-traram da importância desta luta pa-ra os nossos destinos políticos.
Vários amigos de "O Homem Li«vre" responderam ao apelo, reafir-
mando a sua devoção á causa.No entanto, o que se fez, ainda es- j
tá longe do que se deveria e poderiater feito.
Não o afirmamos para censurar os
nossos amigos, mas para despertar-lhes a atividade que cada um é ca
paz de desenvolver-ímjavor da cam
panha contra o obscurantismo fa.-.*
cista.A luta em que estamos empenha-
dos é dificil e requer de nós todas
as energias de que dispomos. E' pre*ciso dizê-Io claramente: os inimigos
que devemos enfrentar são podero-sos, pois dispõem do controle de to*
dos os meios aptos a nos esmagare, além disso, contam com aliados
igualmente fortes.
Nessas condições, os antifascistasdevem compreender que o seu apoio
deve ser decidido, enérgico e, sobre
tudo, CONSTANTE.A circulação de "O Homem Livre"
representa entre nós uma arma po-derosa contra o integralismo mas,
para que essa arma se fortifique, tor-
nando-se mais eficiente, precisamosde auxilio. Para isso, temos em nos-
sa redação, cartões de subscrição
cujo resultado será utilizado para ga-rantir a vida do jornal, melhora lo,
aumentar a sua tiragem. Como um
trando que si os gra-údos da co-lonia mussoliuesca aplaudem aopintor cortezão, os verdadeirositalianos, aqueles que trabalham,estão conosco.
dos meios para alargar a sua divu!gação» sugerimos aos nossos amigosa constituição de NÚCLEOS PRO'-"O HOMEM-LIVRE". Esses nu-cleos poderão ser formados de quan--tos antifascistas estejam dispostos alutar, sem distinção de tendências
partidárias ou simplesmente, ideoló-
gicas. As suas finalidades serão: La)angariar fundos para as despesas da
publicação; 2.a) desenvolver a suadivulgação; 3.a) centralizar a colabo*.ração.
Todos os verdadeiros antifascistasterão, assim, a possibilidade de de-senvolver um trabalho pratico contrao fascismo. E é só trabalhando quese pode vencê-lo. Enquanto a inér.cia for a carateristica dos antifascis-tas, o fascismo continuará a desen-volver-se e aqueles que forem, de-
pois, ,por êle esmagados, não terãosiquer o direito de lastimar a sua derrota, pois terão contribuído, com asua abstenção, para a vitória do ini-migo.
Antifascistas do Brasil! Sentido!
Subscrição de solidariedadeao "O Homem Livre"
Cera Ida Ferraz criticou, hádias, pelas colunas do «Diário daNoite,)) nm quadro, do pintor Ilu.go Adami, caraierizando o seu-autor como propagou dist a dofascismo. Fm «resposta)), umgrupo de fascistas abriu uma su.bserição por interemedio do«Wanfullmii; para oferecer o qua-dro ao Oircolo Italiãlio. Revidan-do essa atitude, um grupo de tra"balhadores da Moóca nos reme.teu uma contra-subscrição de so-liduriedudc ao nosso jornal.
A significação do gesto dosoperários italianos vae além daim poiíta n cia reco lliida, dem o ns-
Sottoscrizione di solidarietá conGeraldo Ferraz, critico d'arte dei"Diário da Noite" e direttore di "O
Homem Livre", ingiuriato dal "Fan-
fulla" per aver criticato un quadrode Hugo Adami intitolato "Viva ilDuce".
(La somma raccolta saradestinata al giornale antifas-cista "O Homem Livre").
A Ido Messina 2$000Hugo Ramacciotti 3$000F. Bini 2Ç000S. Silvio 2$000F. Retefori .. .. 2$00i)I. Adello .. .*. 1$000F. Rosetta .. 2$000Luigi Santarelli 1$000Nino Olivieri 3$000Tomasi 1$000Giorgio Camiato 2$000F. Berremo 2$0A0Ugo Vittori 2$000ítalo Carbonelli . .. 1$000A. Donati l$50flB. Vittori ISOODTuristano 1$000
Aplaudindo ao protesto dos..companheiros italianos:
Mário Pedrosa .. ..Ivone QaldoMário XavierE. AtranoB. BarretoM. RuasCaüxto GarciaLivioChico José Morais AndradePaulo MeirellesBarros FerreiraVicente FuscoPlínio Rolim de MouraN.
Total
295500
1$0001$0002$000ISOOO1$0002$0002SO0O2X0002S00O1$0002$Ô002$0002$0002$0002$0«0
57$500
O dever das organizações operárias
Drs. Bruno Barbosae Silveira Melo
advogado.*-
Rua Sâo Bento, 58 — 2.» «nd«vTel. 2-3780 .
(1) O "Livr0 Pardo do Terror Hi-
tlc-riano e do Incêndio do Reich^tag",
compilado piplo Comitê Internacional
sob a presidência do Alberto EinB-
tein — Gollancz.
"WS
_J
•Mg
O fascismo é, antes de tudo, a dc-
fesa da burguesia contra o proleta-riacio. Si bem que, por força das cir-
cunstáncias, as próprias organizaçõesburguesas devam sofrer as conse
quências da diciplina severa t]iie o
fascismo .significa para a classe ca-
pitulista em seu conjunto, as primei-nus vítimas são, necessariamente as
organizações operárias. K' o prOleta-riacio que a burguesia teme mais do
"que tudo. I^rraiioando-llTê^ijdos u.,s
meios de combate, destruindo-lhe os
sindicatos e csmagando-lhe os par-tidos, a burguesia tem a possibilida-de de estabelecer ainda, por um pra-zo relativamente longo, um certo
equilíbrio de sua podridão econômica
e política. A Itália é a ilustração
mais expressiva desse equilíbrio. A
Alemanha segue-lhe o exemplo. E
todo o mundo capitalista se prepara,hoje, para fazer o mesmo.
Até no Brasil, onde não existe um
proletariado suficientemente org.uii-
zado para ameaçar, mesmo dc longe,
o poder da classe dominante, o fas
cismo principia a desenvolver-se. O
caráter mundial da economia capita-
lista determinou, a uma crise mais
profunda, a necessidade de uma poli-Lica mundial correspondente: o fas-
cismo universaliza-se. Os aventurei-
ros sem eira nem beira não poderiamencontrar melhor ocasião para um
ensaio. Os Plínio Salgado, os Gus-
tavo Barroso, os J. Fabrino, os Mi-
guel Reale e todos esses detritos quese amontoam na periferia da socie.dade contemporânea, não têm outromeio de subir sinão o de se transfor-rnarem em mercenários e lacaios. Is-
so está na lógica das coisas. A lite.ratura nunca foi um negócio muitorendoso nem muito seguro. Era pre-ciso aliá-la a algo de mais concreto,
quo faUisse mais de perto ao esto-
mago e á bolsa. Ora, si os operáriossão mal pagos, c precisamente paraque a burguesia remunere melhor osseus valetes. Com os seus botões,Plínio Salgado há de dizer que a ar-te de lamber as botas, si não é mui-to difícil nem requer aprendizagem,é entretanto bastante incômodo: po.de ferir a lingua num prego mal co-locado.
Os fascistas brasileiros têm bons
uliadoíV-No-govêrno,- como-no-excr---cito. existe gente disposta a não me-
dir sacrifícios para garantir a prós-
peridade do bando. E' explicável: —
quando o fim é o mesmo, porque não
se fazer uma aliança quanto aos-
meios para atingi-lo? Não vemos
porque um ladrão não possa combi-
nar com outro as medidas praticas
para o assalto. Quando a empresa é
muito arriscada, não só salteadores
mas até grupos dc salteadores po-dem unir-se. Ora, existem muitos,
tudo depende da<s conversações pre-liminares. E é o que sc está fazendo,
não é verdade?Plinío Salgado não joga no bicho,
nem compra bilhetes, nem tem di-
nhelro na Caixa Econômica. Conía.i-
do, porem, com bons amigos, resol-
veu fazer uma viagem. Esteve no
norte, percorreu todos os Estados.
Deitou falação, organizou grupos,deu instruções, conversou com sacer-
dotes e oficiais. Todos de pleno acôr-
do. O caixeiro-viajánte soube vender
a mercadoria da casa. Para que jo-
gar, si os patrões pagam bem?
Amanhã, toda essa gente estará
no poder. O Brasil será um grande
trust de banditismo. A Religião, a
Família e a Propriedade formarão o
lema da nova bandeira. E, .por baixo
da podridão imperante, toda a gran-
de massa do povo.
As organizações operárias, já o
i dissemos, serão as primeiras vítimas.Só haverá um partido — o fascista;um poder — o fascista; uma impren-sa — a fascista. Em nome da Reli-
gião e da Propriedade, a Fámiliáburguesa continuará a matar de fo-me, sem riscos imediatos, milhões defamílias proletárias.
Os acontecimentos não esperam eii sua marcha nunca foi tão aceleradacomo- na atualidade. Si. _qs_ operáriosnão reagem, si não organizam osseus grupos de combate desde já,amanhã será tarde demais.
O proletariado do Brasil está divi-dido pela luta de tendências. Seriautópico pretender que as divergemcias desaparecessem por um simples
acordo entre os vários agrupamentos
e partidos. Por um lado, essa luta •?
mesmo salutar, porque ensinará a
encontrar o caminho justo. Mas não
é, de modo algum, motivo para quese deixe dc fazer, momentaneamente,íi frente única contra o inimigo co-
mum. Que os operários concientes se
rebelem contra os seus líderes que
não querem lutar!A Frente Única Antifascista foi
feita. E' muito pouco. Não basta
aderir formalmente ao antifaseismo.
As organizações aderentes precisam
ter atividade e uma atividade em co.
mum, sobre uma única frente de ba-
talha. Não existe lugar para os fra-
cos e os covardes. Os operários pre-
cisam lutar, si não quizerem morre;.
R. PIRAJA'
CASAMILIONALFAIATARIA E
ROUPAS FlilTAS
Rna Sta. Ephigeriia, 12» a
O HOMEM LIVRE 9-10-1933
O PLANO DE NACIONALIZAÇÃO BANCARIADO PARTIDO TRABALHISTA INGLÊS
Uma das ultimas publicações do
partido, preparatórias da Conferência
que se realizará cm Hastiugs durante
a primeira semana de Outubro, trata
do "Socialismo da condição do povo"e inclue o projeto de fusão Big Five,
como são geralmente denominados os
maiores bancos du Inglaterra, isto é,
o Midland, o Lloyds, o Barolays, o
Westminstcr e o National Provirei"..
O plano é baseado no caráter do mo-
nopólio virtual que tim <Mes bancos
dos depósitos bancários n0 pais c se
realizaria pela fusão dos Big Fiv,
conseqüente á aquisição pelo governo
das suas ações. Assim, o governo t-ría
o direito de nomear os diretores, e
concentraria numa pequena c poucodispendiosa direção o trabalho exigido,
atribuindo ainda parte das verbas as-
sim economizadas á criação de um
departamento de estatística e pesqui-su realmente eficaz.
O governo indicaria as linhas ge-
rais .Ia politica bancária e faria com
que a Corporação bancária resultante
da fusão dos Big Five cooperasse eom
o Banco da Inglaterra lambem sociali-
zado, e com o futuro National Invest-
ment Board, em vista do "plano de
desenvolvimento nacional".As ações que representam somente
5o|o do capital dos eijico bancos, sen-
do o restante fornecido pelos deposi-
tantes, seriam adquiridas "por preço
justo e equitativo". As auloridades pu-blicas nacionais ou locais, teriam o di-
reito de opção na compra das proprie-dades dispensáveis -. que seriam ada-
ptadas á serventia publica.A direção da Corporação Bancária;
conquanto sujeita á obrigarão de coo-
perar com as instituições encarregadasde pôr em prática, a politica fináncci-
ra do governo, teria poderes, quasi
Cartões de visita emrelevo
POR METADE DO PREÇO!Procurar PLINIO — Rua 3 deDezembro, 12-5." andar - sala 8
»B9'
Soldadose Bestas
I Tipogr. FrankenthallRua José Paulino, 49
Tel. 4-6066
Em discurso recente, p deputado hi-
tlerista Hinckel, o que vale dizer uma
das bocas de Hitler, pois ninguém, na
Alemanha pensa mais nem fala mais
senão pela cachola e pela boca de Hi-
tler, declarou que "um soldado das
secções de. assalto serve melhor á cau-
sa alemã que cem be-stas intelectuais."
Í5squeccu=lhe acrescentar: ... hitle-
ristas. S»iH---ttQríLtie_os intelectuais quese não conformaram com o nazismo «-
não andam aos pés do ex-pintor de
paredes austríaco, estão no seu verda-deiro papel e não podem ser incluídosna cliVisificação do tWçalissimo depu-tado Ititlerista. Quanto aos que, amou-cados, estão de rojo deante do nazis-mo, só merece palmas o. bruíamontesem assim classifical-os.
Em que categoria de bestas seráclassificado o sr. Gustavo Barroso, to-do cheio de peuduricalhos, se o "chefe
nacional", ua sua qualidade de super=besta, fizer a classificação dos creti-nos que n acompanham agora nas suasexcursões ás "províncias"?
E a propósito: porque será que a po-licia veda qualquer atividade comu-ni8ía, a ponto do baixar "canoas" nascelulaa e permite a propaganda do"ducicolo" paulista, cujo intuito étambém a destruição do Estado demo-cratico? Será porque náo o leva a se-rio, como ele o merece?
Na ribaltado escândalo
«Um partido que, se transformaem Casa de Orates»
«O «mitegralisnío» nunca foilevado a sério. Nesta capital oracasso da nova «doutrina»,
i.i;jor. -pgiadpiO-S fuiulameutaisse assentam em «marchas», foicompleto. Mo chegou a ser rui-doso, porque ninguém dele to-mou conhecimento. Entretanto,os aventureiros qne organizaramo «integralismo» julgaram que oNorte poderia ser um vasto cam-po para suas operações. E, umbelo dia, IA se foi o chefe dashostes em excursão pelos Esta-dos do Septentriâo. Novo fracas-s.o. No Ceará, por exemplo, aconferência do «chefe» acaboudebaixo de formidável vaia. EmPernambuco, a mesma coisa. Portoda parte, o integralismo eraapupado. O Norte, pelas suas ne*cessidades etnológicas, pelosseus fenômenos biológicos, pe-las suas aspirações coletivas, pa-recia-ihe fadado a aceitar asidéias «salvadoras» do integra-lismo. Felizmente, os nortistastiveram juizo e compreenderam
Queremos conhecer o "Ime"O órgão hitlerista de Munich, «Voelbischer Beobdchter», num
numero anterior de poucos dias ao Congresso de Nureniberg, pu-"blicou a seguinte nota que traduzimos da revista parisiense«Ln» (N. 35) :
«Lista dos representantes dos paises que comparecerão, naqualidade de hóspedes de honra, no Congresso nacional-socialistade Nureniberg:
{(Estônia, Dinamarca, Bolivia, Egito, Portugal, Haiti, S. Do-mingos, Peru, Bulgária, Lituânia, China, Pérsia, Argentina, No-mega, Rumania, Letônia, Suissa, México, Sião, Hungria, Crécia,Estado Livre da Irlanda, Finlândia, Guatemala, Turquia, Itália,Afganistão, Cuba, Nicarágua, Brasil».
O que á primeira vista resalta aos olhos do leitor, é a presen-ça ao congresso nazista de paises que, na quasi totalidade, figirram entre os mais atrazados do mundo. Por uma curiosa fatali-lidade, o Brasil foi posto mesmo na rabeira.AE', sem duvida,, umaatenção especial dos arianos puros da Alemanha para com um po.vo ((africano».
Agora, é pena que o jornal nazista tenha ocultado os nomesdos que representaram os paises acima nesse certamede~bmi,diidos-W pena, também, que fique o cavalheiro que, «sem mandato deniguém» teve a cara-dura de falar «em nome do Brasil» peranteos bandoleiros reunidos em Nureniberg. Por isso, destas colunas
pedimos ao «home» que deixe dc lado a modéstia Pire a mascara
para nos permitir de ver-lhe o focinho de suino.
discricionários quando se tratasse de
npplieações particulares de crédito, es-
pecialinente no cas0 tle créditos para
particulares e firmas.O Parlamento conservaria o direito
de discutir c criticar as linhas geraisda politica bancária exposta pelo mi-
nistro responsável. Para evitar o pe-rigo da perda cie posição liquida, da
corporação no fornecimento de credi-
tos para a industrio, será criada uma
nova instituição de crédito, conforme
as recomendações da comissão Macni-
llan, mas como propriedade publica e
controle do governo, para conceder
créditos ás industrias e á agricultura.Essa instituição assumirá, sob uma
avaliação razoável, os créditos bloquca-
dos deixados pelas antigas organiza-
jõts. Os outros bancos e casas banca-
rias serão fundidos também ou no
Banco da Inglaterra ou na Corporação
Bancária. A cidade de Loíidres e o
mundo financeiro em geral, afirma o
relatório em questão, carecem de uma
reorganização drástica em beneficio da
industria produtiva. *ws**çg
(pie o Brasil não pode ser arras-tado a uma aventura ridicula,que só poderá causar prejuízosá sua reconstrução moral e eco-nômica. Desde então, o «integra-lismo» não apareceu mais nocartaz da publicidade. Os seuscorifeus, aliás, em numero redu-zido. se recolheram á sombra dosilêncio.
Agora, porém, voltou êle á ri-balta do escândalo. Numa, reu-nião que se realisou. num cine-ma de S. Gonçalo, os «integra-listas» promoveram um «rolo»alucinante, que forçou a inter-venção da policia, para acalmaros ânimos exaltados dos «refor*hmd(rre^rr---0-barulho^,aliás foi
provocado pelo dissidio entre os
próprios membros do partido.Questões de familia, onde todosmandam e ninguém se entende.Foi isso a assembléia dos «inte-
gralistas. «Casa de Orates». Osseus oradores divergiram funda-mentalmente na defesa das
idéias. Quer dizer que o «inte-
gralismo» não tem priucipios.Cada um pensa como quer e,
daí, o conflito qne a policia teve
de acalmar. Ora, não sabemos
como os pândegos do «integra-
lismo» pensarão em engrossaras suas fileiras, se, dentro delas,tão novas e tão débeis, já reina
a indisciplina e a desordem. A
disciplina é a base fundamentalde todas as organizações. Quan-do os seus membros se entregamâs brigas, esquecendo as suasresponsabilidades, vae tudo porágua abaixo... E foi o que acon-
teceu com a familia «integralis-ta».•.
(Do Diário Carioca, de 15-8-933).
Malharia LoslowskiRua José Paulino. 80
Tel; 5-4163
j Obrigações — BônusPromissórias
CJLX A- mantém um excelenteserviço de informações sobrevalor, vantagens e condiçõesdos titulos públicos.
Fazei vossos negócios por in-termedio de ,
C. I. T. A. LBA.Ptreção de Pcrcy D. Levy
Sâo Paulo — Santo» — RioCaixa Postal 87,40 (S. Paulo)
"Os arreganhos dofascismo no Brasil
A seguir, transcrevemos a conclusão do artigo publicado pelo«Diário da. Tarde», de São Luis do Maranhão, cuja primeira partefoi por nós reproduzida em nosso ultimo numero'.
«Omne ignotum, pro magnífico»...Tácito, ao proferir essa sentença, por certo tarabeizam que
no Brasil, um dia, surgiria um partido integralista, com umasidéias c modos misteriosos, cheio de in sinceridade, e nos quiz pou-par, decerto, ao trabalho de ereá-la
E essa sentença ia ser necessária, porque só parece que o pti-nianismo visa, apenas, isto: estabelecer a confusão uo espirito dopovo, tornando as suas idéias o mais desconhecidas possivel, pamserem tidas por magníficas c para que, assim, n povo oáiw, commais facilidade, nu cilada.
Foi, pelo menos, o único juizo que pudemos formular, leitão o«Manual, do Integralista», um dos «mosaicos de de sho nest >4u deisintelectuais», pois, após botarmos á vista acervos dc palavrasdesconexas, sentenças que eram contraditas, mais adiante, por m-trás, nunca nos permitiu chegar a uma conclusão lógica do queali se queria dizer, donde se evidencia a má fé, os propósito.* mis-tifieadores dos «camisas verdes».
Haja vista o «homem integral».. . O que é esse homem? Nin-
guém sabe... Para o explicar, os homens que têm por emblema o«sigma» grego não foram nada «integrais»!...
O próprio «Estado .Integralista», esse conúbio dc um absoútírtismo revoltante sêlirepondo-sc a todas as conciências, com o eóV-dido e hipócrita clcricalismo, estava disfarçado eom tal «engenhoe arte», que impossível seria á massa trabalhadora, d massa popu-lar, deixada, muito a propósito, pela burguesia, ua ignorância., tra~zc-lo á luz do raciocínio.
Mas, esse pequeno estudo permite-nos subentender que no re-
gime integralista continuará a exploração do homem pelo homvm,
porque será mantido o privilégio de classes.Numa antevisão, contemplemos o Brasil integralista. Lem-
bremo-nos de Prometeu. Façamos uma paródia. F poderemos dt-zer: o Proletariado, um dia, ereou e deu vida ao ideal de liberta.cão do jugo burguês. O fascismo, para lhe castigar a audécia,amarrou-o, passivo, no alto da cúpula da igreja romana, onde oabutre capitalista lhe vai roubando a força de trabalho, coníimui-mente, á proporção que' vai renacendo!...
Esse estudo permite-nos antever o homem brasileiro, incon-ciente da sua personalidade, indistinto, vacilando entre o indivi-dualismo, o coletivismo, o liberalismo e a escravidão, sem forçade agir, de pensar, de querer, de aspirar alguma cousa, sob o posoeverestiauo dessa tirania absolutisla.clerical, eom a concerniaesmagada, acachapada debaixo do jugo odioso do escrávoemia«Estado Integralista».
Permite-nos antever o Brasil como «a Itália depois de trezeanos de didatura integral», ondTAãTs~-]jTisõcs e *s ilhas-ruinrg}-. _.tam com u'm numero cada vez maior de homens e mulheres que,representantes de classes sociais não tiveram as suas aspiraçõessatisfeitas; e, paralelamente, um numero crescente de desocupa-dos que, segundo as próprias estaiisticas oficais, longe do ewpri.mirem a verdade, são em numero superior a um milhão» («O Ho-mem Livre», de São Paulo)
Permite-nos antever o Brasil, como a Alemanha, onde duasclasses supremas, o nazismo e o clericulismo, imperam, esmaga*-do as outras, matando operários a machado nos prèsuUos nn-tu-lhados, onde «o antisemitismo, essa paixão indigna de um paizcivilizado», segundo Lato, pratica selvagerias horripilantes e on-de (ho! barbaridade trogloditica!) logo de entrada foi incineradaa inteligência condensada em dez mil livros!... ^
Eis o que nos espera no regime, fascista-pliniano!...Essa doutrina, pois, nem pode ser chamada de Ideal pois o
Ideal é um avanço do pensamento ao encontro de algo que a forçada evolução, fará, mais tarde, ser realidade, c o integralismo re-
trograãa para ir buscar um Estado caduco, uma organização so-
ciai fossilizada, fmtaziada com umas tinturas de inovação, miaovemo bárbaro, que se ainda vive na Itália e na Alemanha ¦ em
virtude do fanatismo desses povos pelos tabus clericaleseos e rm-
litaristas. . . .E o fanatismo, segundo Ingemieros, «e uma conspiração de
hostes, para sufocar a verdade alheia». .Não' é digno, pois, dc quem tem caráter, de quem tem brio, de
quem tem dignidade, de quem se ufana de raciocinar. W proprwdos medíocres!...
¦* * * *
Como vem os srs. integralistas, seguimos á risca o conselho
dado no distico do seu Manifesto de Outubro de 1.932, de meditar,
mos sobre essas idéias sob promessa de que elas nos levariam a*
inscrevermo-nos no núcleo mais próximo da. Ação Integraima
Brasileira...Fizemo-lo.Meditamos. , „• „li essa meditação nos levou a 9»W.f>*MW^ f'
*
IDÉIAS DO PARTIDO INTECRAIJHTA W^M^MMTUITO ÚNICO DE MISTIFWAR E TRAIR A MASSA lh,A-
BALHADORA!VÍTOR BUCO BELLARI).
Todos os anti-f ascistas que não quizerem tornar-se
cúmplices da vitória do fascismo, têm o dever de lutar
pratica e constantemente contra as suas investidas.
ii
Composto e Impresso na Typographia PAULISTA — _J. Bignardi & Cia. — Rua Jandaia, 10 e 12 — £. Paulo
Recommended