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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ- SEED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE – UNIOSTE
DISCIPLINA : LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSORA – PDE – NEIVA SALETE BELINI DA SILVA
PROFESSORA ORIENTADORA IES: Drª. IARA AQUINO HENN
A FUNÇÃO DA LEITURA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
Resumo
Este artigo trata da proposta de intervenção pedagógica realizada na Escola Estadual do Campo Santa Emília no Ensino Fundamental, no ano de 2014. Com base nos conhecimentos adquiridos sobre o ato de ler, com o objetivo de efetivar com os educandos do 6º ano, a prática da leitura, através do conhecimento da diversidade textual, ressaltando a importância de utilizarmos estratégias pedagógicas como recursos necessários e eficientes para enfrentarmos com segurança, sempre visando a formação do leitor, a ampliação de seus horizontes, para criar gosto e prazer, e por meio da leitura apropriar-se de conhecimentos e de leituras de mundo. Oferecendo-lhes subsídios que permitam efetivar o domínio da escrita. As sete etapas, denominadas de oficinas e nortearam as atividades que envolveram a proposta.
PALAVRAS CHAVE: Conhecimento, Prática pedagógica, Diversidade textual.
A LEITURA NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Em um país ainda com o alto índice de analfabetismo funcional é
determinante favorecer aos educandos todas as possibilidades de acesso ao
conhecimento letrado. No que diz respeito ao conceito do ato de ler, especialmente
a partir de meados da década de 1980, inúmeros estudos tem destacado que ele
não pode mais ser entendido como mera decodificação do texto escrito. Tendo em
vista que a leitura é essencial na vida pessoal e social do ser humano, e a
construção do conhecimento se dá basicamente através da leitura, e que o
aprendizado da leitura não depende apenas dos métodos usados pelos docentes,
mas da organização geral da escola e equipe pedagógica para efetivação da
mesma. Por isso, a realidade vivenciada por nós educadores leva-nos a refletir que
a prática da leitura em sala de aula é submetida a uma rotina padrão: lê-se para
obter notas, ou então, a leitura é apenas decodificação, acontece que na maioria dos
casos eles somente passam os olhos sobre o texto e não compreendem quais as
finalidades implícitas e explicitas nos textos. No entanto, deparamo-nos no dia a dia
com educandos que não gostam de ler ou dizem não entenderem o que leem, ou
ainda, que apenas conseguem identificar informações explicitas nos textos.
De acordo com Freire (1989), a leitura de mundo precede sempre a leitura da
palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. A leitura é
associada à forma dever o mundo. Sendo possível dizer que a leitura é um meio de
conhecer, que como processo cultural de decodificação e interpretação de
linguagens tem um valor central na sociedade.
Por isso, faz-se necessário repensar, ver com outros olhos, como as práticas
de leitura vem sendo desenvolvida em sala de aula. Sendo necessário proporcionar
aos educandos oportunidades para que descubram que ler é essencial dentro e fora
da escola, pois, sabemos que há inúmeros conteúdos que podem ser trabalhados
em situações de reflexão. “Cabe, portanto, a escola viabilizar o acesso do educando
ao universo de textos que circulam socialmente, ensinar a produzir e interpretá-los.
Isso inclui os textos das diferentes disciplinas” (Brasil, 2001.p.30).
Hoje vemos que o atual contexto emerge com a proliferação de recursos tecnológicos,
com diversas possibilidades de que todo processo de construção de leitura e escrita poderá ser
promovido pela escola, porém, exercidas pelo educando além da vida escolar. Na tentativa de
compreender o real sentido da leitura é oportuno evidenciar que o sujeito precisa ser
conduzido em diversas situações a entrar nesse universo de leitores. E o educador é o
mediador fazendo-se necessário articular situações de prática de leitura que garanta uma
aprendizagem significativa, nessa perspectiva é interessante ressaltar que o sujeito constrói o
conhecimento, a partir das relações estabelecidas através dessa mediação. Diante do exposto,
questionamo-nos; Como podemos dar nossa contribuição para que o educando perceba a
importância da prática da leitura? Para que obtenha informações? E o mundo globalizado
demanda uma sociedade leitora, participativa, informada e, sobretudo, consciente de seu papel
enquanto sujeito social.
A prática da leitura está intimamente relacionada com a alfabetização, e que ler não
significa apenas decifrar códigos, mas procurar um sentido, a partir de uma expectativa ligada
a uma necessidade, a um prazer. Sabe-se o quanto os educandos dos anos iniciais do Ensino
Fundamental se encantam com o fantástico e rico mundo da literatura infantil e assim nos
questionarmos; por que razão esse encantamento vai sendo perdido a cada ano da vida escolar
dos educandos? O que se exige da escola, é despertar não só do gosto pela leitura, mas incitá-
lo a perceber a importância dessa prática tanto no âmbito da educação como na sociedade em
que está inserido.Paiva e Oliveira (2011, p. 478) enfatiza que:
É função e obrigação da escola dar amplo e irrestrito acesso ao mundo da leitura, e isto inclui a leitura informativa, mas também a leitura literária; a leitura para fins pragmáticos, mas também a leitura de fruição; a leitura que situações da vida real exigem, mas também a leitura que nos permita escapar por alguns momentos da vida real.
A linguagem está presente no cotidiano do sujeito, pois ele utiliza-se da linguagem
verbal, para interagir com o mundo e com o outro, e que usa o seu conhecimento de mundo,
no processo de construção e interpretação daquilo que lê. O conhecimento atual disponível
requer uma mudança de metodologia apontando para a necessidade de repensar as teorias e
práticas tão difundias e estabelecidas parecendo ser as únicas possíveis Então como
educadores envolvidos e comprometidos com a educação, tendo consciência da necessidade
de reestruturar estratégias de leitura, torna-se imprescindível trabalhar a inter-relação entre o
sujeito e as formas de linguagens com as quais convivem.
Infelizmente, a realidade das escolas, vem sendo marcada pelo desinteresse e
desmotivação pela leitura. Aparelhos mediáticos invadem espaço, trazendo leituras
superficiais sem aprofundamento do saber. Enfatiza-se que precisamos ir além nessa visão
equivocada de formarmos leitores capazes apenas de decodificar textos, com dificuldades
para compreender o que estão lendo. Especialmente, quando os educandos não tem contato
diário com bons e diferentes materiais de leitura.
De fato, a leitura não é vista pelos educandos como uma fonte que dá acesso a
informações, conhecimento de mundo e crescimento intelectual, então, nos defrontamos com
educandos que apresentam dificuldades do uso da língua padrão, não sabem organizar o
próprio pensamento, só gostam de ler o que é do seu interesse e muitas vezes, esquecem-se da
finalidade da leitura e leem correndo, sem atenção, procurando chegar ao final do livro o mais
depressa possível, sendo que, muitas vezes são obrigados a ler aquilo que não os interessa, a
saber que, tudo aquilo que é imposto, desmotiva e faz com que percamos o interesse pela
leitura.
Em se tratando de leitura, outro fator negativo é que muitos educandos só leem na
escola se for para a “nota”, mas, para que se constitua objeto de aprendizagem, é necessário
que ela faça sentido para o educando. Uma questão corriqueira em nossa vivencia escolar,
sendo comum ouvirmos professores reclamando que “os educandos não gostam de ler”.
Nessas condições, como vão se apropriar de conhecimentos sem leitura e reflexão? Quando se
pretende que o educando construa conhecimentos é necessário ter claro os objetivos: Para que
estamos lendo? Que sentido tem a leitura? O que queremos com a leitura? Para isso, devemos
usar metodologias adequadas, buscar materiais de leitura que fazem parte da realidade dos
educandos, não nos restringindo a trabalhamos apenas com textos descontextualizados,
constatamos que como educadores também falhamos e, em meio ao extenso currículo escolar,
no dever de cumpri-lo, muitas vezes marginalizamos as práticas de leitura, impondo
cobranças, e deixamos de mostrar o lado prazeroso de ler e, assim contribuímos para que o
educando construa uma visão empobrecida da leitura.
A trajetória da leitura tem uma longa tradição, mas somente há pouco tempo ela se
ampliou para considerar leitura e escrita como práticas sociais. Podemos dizer que a educação
brasileira está passando por uma época difícil, pois muitos jovens são “imediatistas”. Não tem
interesse e nem paciência em ler os livros, pois dizem, ”tem tudo na net”. Este é só mais um
dos obstáculos que a escola enfrenta, pois, toma quase o tempo todo dos educandos, que na
maioria das vezes, utilizam as tecnologias para outros fins. Como também em seu ambiente
familiar, não vivenciam usos da leitura e nem um ambiente que as valorize e motive seu
aprendizado, e que desde cedo a criança deve ser estimulada, motivada para a leitura,
descartando-se qualquer indício que possa relacionar o ato de ler à mera obrigação.
Enfatizando que a viagem que fazemos ao ler é encantadora, envolvente, incentivadora, é
realmente uma grande aventura.
Diante das questões que envolvem a leitura e seu papel social faz-se necessária a busca
de técnicas metodológicas e dinâmicas que estimulem o hábito de ler.
Para RANGEL (1990, p. 13), “Dinâmicas de leitura para sala de aula”: é:
a)estimular a prática da leitura em sala de aula; b) auxiliar o desenvolvimento de habilidades de atenção e observação; c) incentivar a organização e a expressão de ideias; d) estimular o aumento e a fixação de vocabulário; e) incentivar a criatividade; f) diversificar atividades de ensino e aprendizagem.
Na escola a criança constrói seu saber a partir do exercício do seu poder
sobre o mundo real. Cabe, portanto, a ela despertar nos educandos o gosto pela
prática da leitura, e o educador, em suas práticas pedagógicas projetar estratégias
inovadoras no seu processo de ensinar e aprender, oferecendo, instrumentos
necessários para que eles consigam buscar, analisar, selecionar, relacionar e
organizar as informações complexas do mundo e assim exercer a cidadania.
Para Bamberger (1987,p.92)
O desenvolvimento de interesses e hábitos permanentes de leitura é um processo constante, que começa no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora, através das influências da atmosfera cultural geral e dos esforços conscientes de educação e das escolas.
A escola, a biblioteca e o professor no espaço educativo são componentes
fundamentais de mediação das fontes de informação, os responsáveis pela
propiciação do processo de disseminação de leitura. Nesta perspectiva,
reconhecemos a biblioteca como um ambiente para adquirirmos cultura, um recurso
indispensável para o processo de aprendizagem, no entanto, são poucas as
interações dos educandos com os livros na biblioteca, Também, constatamos que
nem sempre temos nesse espaço o suporte necessário dos profissionais que lá
estão, e que, muitas vezes, ocorre de levarmos os livros para sala de aula e
deixarmos de usufruir esse espaço tão importante, transformá-lo num ambiente
acolhedor, um lugar onde os educandos queiram estar, pois é nesse espaço que
muitos farão o contato com livros e terão um ambiente de leitura. Porém, fica
evidente a necessidade de resgatarmos esse entrosamento, criarmos condições
favoráveis para construirmos uma prática constante de leitura, pois, a biblioteca
deve ser planejada e pensada como um espaço aberto, dinâmico e vivo para que
usufruam do conhecimento registrado nos livros.
A LEITURA COMO PRÁTICA SOCIAL
No Brasil, por questões históricas, sociais e econômicas, a leitura nem sempre faz
parte do cotidiano do educando. Chegamos ao século XXI, com o desafio de tornar a leitura
um bem cultural e assim contribuir para o enriquecimento cultural do mesmo. Para Bourdieu,
(1970) a escola é um espaço de reprodução de estruturas sociais e de transferências de capitais
de uma geração para outra. E nela que o legado econômico da família transforma-se em
capital cultural. Este, segundo o autor , está diretamente relacionado ao desempenho dos
educandos em sala de aula. Estes, por sua vez, tendem a serem julgados pela quantidade e
pela qualidade do conhecimento que trazem de casa. No início de seus escritos, Bourdieu
previa a superação dessa situação se as escolas deixassem de considerar a bagagem cultural
que o educando traziam de casa e partissem em busca do conhecimento a partir do zero, mas,
com o passar dos tempos ele percebeu que a competição escolar passou a ser vista como
incontrolável.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001, p.23) Essa responsabilidade é
maior quanto menor for o grau de letramento das comunidades em que vivem os educandos.
Considerando os diferentes níveis de conhecimento prévio, cabe à escola promover a sua
ampliação de forma gradativa para que os educandos se tornem capazes de interpretar as
diversidades textuais que circulam socialmente, acompanhando as novas exigências impostas
pela sociedade e, consequentemente promovendo a sua transformação social e cultural. O
contato produtivo com a leitura e a escrita torna-se possível quando se constrói situações de
maneira significativa para os educandos.
A noção de letramento está associada ás práticas sociais orais, já que estão marcadas
pela forma como escrevemos e pelos usos e funções sociais. A leitura de mundo das pessoas
que tem acesso a espaços letrados se diferencia da leitura de pessoas que não o têm. De fato
hoje temos um grande número de pessoas que mesmo tendo passado pela escola, não dá conta
de participar integralmente da sociedade letrada.
Considerando que alfabetização e letramento são processos diferentes, mas, cada uma
com suas especificidades. No entanto, sabe-se que, ambos são indispensáveis quando se leva
em consideração a aprendizagem da leitura e da escrita, portanto, são processos diferentes,
porém, complementares e inseparáveis. Magda Soares (1998) define que:
Letramento é o resultado da ação de ensinar e apreender as práticas sociais da leitura e escrita; é o estado ou condição que adquire um grupo social ou individuo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas praticas sociais (SOARES,1998).
O letramento está associado aos muitos conhecimentos que se desenvolveram, e
organizam-se de modos diferentes, com textualidades diferentes e estão associados a
conteúdos das diversas ciências. A leitura não é a aquisição de um mecanismo, então, toda
possibilidade de aprendizagem no contato com a literatura, mostra que a leitura é parte
essencial para o desenvolvimento de habilidades e de domínio da linguagem, porém, para
RANGEL (1990, p. 11) ‘’[...] nem todos, ainda adquiriram habilidades a leitura e nem todos
incorporaram o hábito de ler’’ [...]
Por motivos inversos, a maior parte das pessoas hoje não têm por hábito a leitura
diária de um jornal, uma revista, ou manter-se atualizado e integrado com as diversas noticias
que surgem. Se bem que esta é apenas uma das fontes de informação, para transformar-se em
conhecimento passa pelo poder de reflexão crítica, capacidade de análise, comparação,
abstração, entre outras atividades do intelecto, que se constroem no domínio e apropriação das
diferentes linguagens – diferentes ciências.
As diretrizes Curriculares do ensino de Língua Portuguesa do Paraná (2008 p. 50)
apontam a necessidade de uma nova perspectiva de ensino.
Ao considerar o conceito de letramento, também é necessário ampliar o conceito de texto, o qual envolve não apenas a formalização do discurso verbal ou não-verbal, mas o evento que abrange o antes, isto é, as condições de produção e elaboração; e o depois, ou seja, a leitura ou a resposta ativa. Todo texto é, assim, articulação de discursos, vozes que se materializam, ato humano é linguagem em uso efetivo.
Na perspectiva de letramento, não basta saber e escrever; é preciso ser reconhecido nas
práticas sociais de leitura e escrita e se reconhecer como participantes destas práticas. De fato,
a leitura é o suporte básico para o desenvolvimento intelectual crítico do educando. Podemos
afirmar que, quanto menos leitura, mais restrito se torna o nível cultural dele para dominar a
norma culta da língua Portuguesa. Sabe-se que a leitura é o procedimento indispensável a
todas as disciplinas e níveis de escolaridade e assim, facilitando a aprendizagem, dando
condições, de argumentações, frente a diversidade de situações que surgirem.
Para RANGEL (1990, p. 09) ler é [...]’’ uma prática básica essencial para aprender’’
[...] Trata-se de uma situação de aprendizagem em que leve o educando a pensar, fazer
inferências, apropriar-se de sentidos a partir de contextos linguísticos, históricos e situacionais
e que remeta ao conhecimento de mundo e por ser esta pratica fundamental na formação de
um educando letrado, e atuante no mundo globalizado que estamos inseridos.
Assim sendo, para RANGEL (1990, p. 11) “a leitura [...] agradável ou não, prazerosa
ou não, confortável ou não, é necessária, é indispensável quando se trata de aprendizagem, e
aprendizagem em qualquer nível.” Diante do exposto salientamos que a função do educador
não consiste em apenas ensinar o sujeito a ler, mas a de criar condições para que o mesmo
realize sua própria aprendizagem, conforme seus interesses, suas necessidades, fantasias,
dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta. Pois, crescemos como leitores quando
somos desafiados por leituras mais complexas.
A formação de leitores proficientes partiu da concepção de que a leitura precisa ser
percebida como uma prática historicamente determinada de atribuições de sentidos, produzida
e praticada a partir do local social e da formação discursiva em que o leitor está inserido, e
assim sendo reconhecido como um leitor proficiente em potencial.
Para Kleiman (1998, p. 51):
O leitor proficiente faz escolhas baseando-se em predições quanto ao conteúdo do livro. Essas predições estão apoiadas no conhecimento prévio, tanto sobre o assunto (conhecimento enciclopédico), como sobre o autor, a época da obra (conhecimento social, cultural, pragmático) o gênero (conhecimento textual). Daí ser necessário que todo programa de leitura permita ao aluno entrar em contato com um universo textual amplo e diversificado.
Considerando o trabalho de leitura em sala de aula, como prática transformadora que
admite uma diversidade textual capaz de levar o leitor a interagir e dialogar com as diversas
situações comunicativas no espaço e no tempo, permitindo-lhe a compreensão e interpretação
do texto lido. Por isso, é importante proporcionar-lhes diversificadas situações nas quais a
leitura esteja em foco, pois se aprende ler lendo e a interpretar o que leu, interpretando.
Retomando que a leitura desperta na pessoa o ato de pensar, imaginar, investigar,
deduzir, supor, criar e recriar suas ideias e seu estilo de vida, sendo as diversidades de leituras
que possibilitam uma nova postura, pois, ela suscita a critica, nos faz conhecedores, é
justamente o conhecimento que possibilita mudar a realidade. Mais que isto, ela promove
novos saberes no encontro entre o leitor e o texto. É o leitor que dá voz ao texto.
Segundo os Parâmetro Nacionais Curriculares ( 2001,p.54)
Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê, que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos, que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto.
Uma leitura de qualidade representa a oportunidade de ampliar a visão de mundo. Por
isso, torna-se indispensável que a escola desenvolva atividades num contexto de letramento,
uma vez que é visível a necessidade de se formar sujeitos letrados com a finalidade de superar
a formação dos analfabetos funcionais.
A UNESCO define analfabeto funcional como toda pessoa que sabe escrever seu
próprio nome, assim como ler e escrever frases simples, porém incapaz de interpretar o que lê
e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas, impossibilitando seu desenvolvimento
pessoal e profissional.Para manter aceso a prática da leitura, segundo Bamberger (2002, p.20):
[...] precisamos ir além das necessidades e interesses das várias fases de desenvolvimento e motivar a criança a ir ajustando o conteúdo de suas leituras à medida que suas necessidades intelectuais e condições ambientais forem mudando. É preciso fazer da leitura um hábito determinado por motivos permanentes, e não por inclinações mutáveis.
É muito importante que a escola contribua para a preparação de educandos capazes de
participar como sujeitos do processo de desenvolvimento da aprendizagem e é dela também a
responsabilidade de promover estratégias e condições para que ocorra o crescimento
individual enquanto leitor, no entanto, compete a família, também a tarefa de motivar essa
prática, seja por meio da leitura em casa no dia a dia ou através de estímulos.
A leitura não é tarefa apenas da escola. É por isso também que a formação dos professores deve incluir contato com os pais, com bibliotecas de bairro e de empresa, com associações, de maneira a estabelecer intercambio entre as ações de informação e formação. (FOUCABERT, 1994, p.11).
Foucambert (1994,p.11) enfatiza que, garantir acesso à leitura passa a ser uma tarefa
de responsabilidade da sociedade como um todo, porém isso não isenta a escola de sua
responsabilidade específica sobre isso, já que implica acesso a conhecimentos por meio da
leitura. A leitura e o grande facilitador da aprendizagem e precisa ser consolidado nas escolas,
levando os educandos a perceberem que a leitura é a chave que nos permite entrar em contato
com outros mundos, ampliar horizontes, desenvolver a compreensão e a comunicação .
Considerando esta perspectiva, a “leiturização” se configura como uma das
alternativas possíveis de reinvenção de uma forma de se relacionar com o mundo.
Sendo ela o suporte básico para o desenvolvimento intelectual crítico de todo o
educando no ensino-aprendizagem no processo educativo. A leitura exige ser
percebida como um processo de busca voluntária da curiosidade, do prazer e do
conhecimento:
Tornar-se leitor significa ter acesso aos escritos sociais sabendo encontrá-los onde eles estão. O leitor não é aquele que lê o livro que lhe é proposto, mas aquele que cria seus próprios meios de escolher os livros que irá ler, [...] é aquele que conhece os meios para encontrar e diversificar os textos ligados ao seu interesse. (FOUCAMBERT, 1994, p.135).
Nas palavras de Foucambert (1994, p. 05), "ler significa ser questionado pelo mundo e
por si mesmo. Significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita". Dessa forma,
necessita-se desenvolver no educando o interesse por diversos gêneros, a competência leitora
e a produção textual para construir e produzir conhecimento. Assim, estamos preparando- os
para uma formação crítica, criativa e inovadora na vida familiar, social e profissional. Para
contribuirmos efetivamente com o crescimento intelectual e emocional .
Cosson, (2009) defende que o processo de letramento literário é diferente da leitura
literária por fruição, na verdade, esta depende daquela. Para ele, a literatura deve ser ensinada
na escola. O texto literário permite múltiplas interpretações, uma vez que é na recepção que
ele significa. No entanto, não está aberto a qualquer interpretação. O texto traz lacunas,
vazios, que serão preenchidos conforme o conhecimento de mundo, as experiências de vida,
as ideologias, as crenças e os valores, que o leitor carrega consigo.
Cosson (2014, p. 66) defende que
Na escola é preciso compartilhar a interpretação e ampliar os sentidos construídos individualmente. A razão disso é que, por meio do compartilhamento de suas interpretações, os leitores ganham consciência de que são membros de uma coletividade e de que essa coletividade fortalece e amplia seus horizontes de leitura
É preciso motivar e conscientizar os educandos que algumas leituras oferecem
ensinamentos, outras preparam para adquirir conhecimento, sempre visando melhorar seu
desempenho escolar, e assim, fortalecendo essa disposição critica, levando-os a ultrapassar o
simples consumo de textos literários.
Todas as possibilidades de leitura devem ser exploradas, o mundo atual requer muito
conhecimento científico, exigindo que saibamos cada vez mais e melhor. Nossa tarefa como
formadores de leitores é que faz a diferença na vida de nossos educandos, pois a leitura
qualifica- se como mediadora entre cada ser humano e seu presente, pois nos aproxima da
cultura, ou seja, de múltiplas culturas. Sendo assim pode- se dizer que é uma contribuição
essencial para a cultura própria do leitor.
Cosson (2012, p.81), Defende que: “O tempo de leitura precisa ter um limite claro. Ele
não pode ser tão curto a ponto de deixar os educandos sem conhecimentos do texto, nem tão
longo que leve à dispersão da leitura” o maior desafio na formação do leitor está exatamente
em produzir um ambiente que aflore a necessidade de adquirir conhecimentos.
O domínio da língua tem relação com a plena participação social, pois é por meio dela
que o sujeito se comunica e tem acesso a informação, se expressa e defende seu ponto de
vista, produzindo conhecimento. Assim pode-se afirmar que o texto é o produto da atividade
discursiva oral ou escrita que forma um significado.
Pode-se acrescentar aqui também uma questão destacada por Koch e Elias
(2009,p.58).Segundo as autoras.
(...) como qualquer outro produto social, os gêneros não são formas fixas, mas estão sujeitos a mudanças, decorrentes das transformações sociais, de novos procedimentos de organização e acabamento da arquitetura verbal, bem como de modificações conforme o lugar atribuído ao ouvinte.
Segundo as diretrizes Curriculares da Educação Básica. (2008,p.53)O aprimoramento
da competência linguística do educando acontecerá com maior propriedade se lhe for dado
conhecer nas práticas de leitura, escrita e oralidade, o caráter dinâmico dos gêneros
discursivos. O trânsito pelas diferentes esferas de comunicação possibilitara ao educando uma
inserção social mais profunda no sentido de poder formular seu próprio discurso e interferir
na sociedade em que está inserido. Conforme os PCNs (2001,p57.)
Uma prática constante de leitura na escola pressupõe o trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de leitura de fato. Diferentes objetivos exigem diferentes textos e, cada qual, por sua vez exige uma modalidade de leitura. Há textos que podem ser lidos apenas por partes, buscando-se
a informação necessária; outros precisam ser lidos exaustivamente e várias vezes. Há textos que se pode ler rapidamente, outros devem ser lidos devagar. Há leituras em que é necessário controlar atentamente a compreensão, voltando atrás para certificar-se do entendimento; outras em que se segue adiante sem dificuldade, entregue apenas ao prazer de ler. Há leituras que requerem um enorme esforço intelectual e, a despeito disso, se deseja ler sem parar; outras em que o esforço é mínimo e, mesmo assim, o desejo é deixa-las para depois.
Para as (DCEs2008,p57.) a leitura é entendida como ato dialógico, onde o
leitor é responsável pela reconstrução dos sentidos do texto. O autor, o texto e o
leitor interagindo mutuamente para que a leitura seja significativa e propicie ao leitor
diferentes formas de ver e avaliar o mundo. O trabalho com o texto, só vem a
contribuir para a conscientização de que escrevemos com a finalidade de alguém
ler! De modo geral, deve-se propiciar a motivação dos educandos para a prática da
leitura e letramento necessários, um leitor é competente quando utiliza em sua vida
pessoal ou social, o sentido que conseguiu construir em suas leituras.
Também nas (DCEs (2008,p78)O educador precisa instigar no educando, a
compreensão, semelhanças e diferenças dependendo do gênero, do contexto de
uso e da situação de interação, a percepção da multiplicidade de usos e funções da
língua: o reconhecimento das diferentes possibilidades de ligações e de construções
textuais. Dessa forma, o educador leva-o a aprender como fazer uma leitura
aprofundada, onde seja capaz de enxergar os elementos implícitos, as reais
intenções do texto
A LEITURA NO CONTEXTO ESCOLAR
No decorrer das oficinas propus atividades mais simples e seguiu-se em direção as
mais complexas e, assim consequentemente foi se exigindo uma maior reflexão para a
compreensão dos gêneros em estudo, ampliando sempre o horizonte de expectativas do
educando. Descreveremos aqui as atividades realizadas para que os educandos efetivassem a
pratica da leitura e da escrita e consequentemente a, salientando que a leitura é sempre
prioridade, e a partir daí ocorreram as produções escritas para cada gênero.
Iniciando a primeira oficina, construindo a prática da leitura, cujo objetivo é
proporcionar uma ambiente integrador e estimulador em que o educando terá o
papel principal no desenvolvimento de sua oralidade, onde, assistimos ao vídeo
“Amenina que odiava livros” fizemos a contextualização do gênero, depois fizemos a
leitura do livro “O menino que aprendeu a ver” de Ruth Rocha, em seguida
assistimos ao vídeo, organizamos ''a roda de leitura”, em que foram espalhados
diferentes exemplares de livros de contos; trabalhamos na oralidade, onde os
educandos fizeram a releituras de contos, sendo direcionando questionamentos
durante as aulas e onde o educador sempre participando como leitor. E assim, eles
compreenderam que ler não é só uma das maiores experiências da vida escolar,
mas, uma vivência única para todo ser humano. Esse momento causou muitas
expectativas em relação à leitura de contos, também conheceram diversos autores,
a seguir fizemos uma visita à biblioteca para explorar o local. Para concluir essa
primeira oficina, fizemos produções escritas de contos, ilustrações e assim
montamos uma coletânea de contos, para expor no mural da escola.
A segunda oficina foi filme “O Menino Maluquinho” visando buscar o prazer e
o aprendizado, ampliando o reportório de palavras. Nessa perspectiva de inovação
do ensino, é inegável a necessidade de integrar diferentes linguagens nas aulas.
Nesse contexto, adotar filmes como recurso para facilitar o processo ensino-
aprendizagem como suporte para se transmitir conhecimentos aos educandos O uso
de filmes oferece vantagens ao educador pelo fato de ser um meio confortável,
familiar e estimulante, por mobilizar o interesse dos mesmos; e, ainda, porque são
fontes de experiências emocionais e cognitivas que permitem ampliar a visão de
mundo e aperfeiçoar as atitudes deles. No entanto, faz-se necessária a reflexão: O
que estamos fazendo com o filme? Com que finalidade? Outro aspecto importante é
ensinar os educandos a ler imagens e associar o uso de filmes a conteúdos teóricos
e leitura de textos. Após assistir o filme citado, trabalhamos a biografia do autor na
linha do tempo, houve a contextualização, a ilustração de cenas apreciadas por eles,
exposição em mural, também reescreveram um novo final para o filme, houve a
socialização das produções individuais e concluindo com a síntese de enredo do
filme em questão, onde houve a possibilidade de um trabalho interdisciplinar com
artes e história.
Ao trabalhar a terceira oficina; desenvolver através da fábula, o gosto pela
leitura e pela escrita, apreciando-a como fonte de entretenimento. A sua importância,
como recurso didático para a formação de valores nas crianças enfatizando a
valorização da transmissão, construção e reconstrução de conhecimentos, formação
de atitudes e valores, através do processo ensino e aprendizagem de uma maneira
significativa e prazerosa. Para introduzirmos o gênero, fez-se uso da fábula ”O
velho, o menino e o burro”. Houve a contextualização oral sobre algumas fábulas
que eles conheciam, e assim, compreenderam porque tornou-se comum quando
terminamos de contar um caso, anunciarmos o final de nossa narrativa dizendo:
“moral da história”. Em seguida estudamos a fábula “A raposa e as uvas” Fez-se
pesquisa escrita no laboratório para obtermos alguns esclarecimentos sobre as
fábulas: Como surgiram? Também estudamos alguns autores. Como a utilização da
mesma pode ser eficaz no processo ensino e aprendizagem? Com a fábula “O lobo
e o cordeiro’’ trabalhamos o diálogo e a dramatização, a seguir foi entregue a cada
educando uma moral, onde foram até o laboratório fazer pesquisa para ver qual a
fábula que culminava com aquela moral sugerida, tiveram um pouco de dificuldade
para essa atividade, tendo em vista ,que não conheciam muitas fábulas, precisaram
de muito tempo até encontrar a lenda condizente com a moral, em seguida
ilustraram a mesma, e assim, percebemos que atividades com fábulas, abrem
espaço para trabalharmos , a interpretação a ortografia, melhorando a linguagem, a
comunicação, a expressividade e a escrita dos mesmos. Finalizando, organizamos
uma coletânea de fábulas para expor no mural da escola.
A quarta oficina foi trabalhado lendas, oportunizando aos educandos, através
da leitura, a conhecer a lenda, sua estrutura e função no contexto social, iniciamos
nossas atividades assistindo ao vídeo com a lenda “A Festa no Céu’’
contextualizamos expondo que são narrativas transmitidas oralmente pelas pessoas
com o objetivo de explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais É claro, que
sabe-se as lendas não podem ser comprovadas cientificamente, pois, são frutos da
imaginação das pessoas que as criaram, por isso, há uma mistura de fatos reais
com imaginários; A seguir lemos o livro com a mesma lenda, fizemos a releitura,
ilustramos, aproveitando o contexto da lenda, estudamos o gênero textual ‘’convite’’.
Enfatizando que as lendas são importantes ferramentas para trabalharmos inúmeras
habilidades com os educandos, entre elas, sensibilizá-los pela necessidade de
respeitar a si mesmo e aos colegas em relação às crenças, costumes e tradições
que orientam nossos pensamentos e atitudes; e assim, desenvolvendo atitudes de
interação, de colaboração e de troca de experiências em grupo, momento em que os
educandos apresentaram outras histórias dos mitos da tradição oral. Foi proposta a
seguinte tarefa. Em conversas com os pais, avós ou conhecidos mais velhos,
perguntassem sobre quais lendas do repertório popular assombrava-os quando
crianças? Tivemos momentos de socialização para que eles relatassem que
descobriram? Observando as reações que as lendas provocam em quem as ouve.
Foram questionando se eles têm medo, ou se acreditam nas lendas? E dessa
maneira ampliamos o conhecimento sobre lendas, fazendo a transposição de
algumas para a linguagem escrita, distinguindo as marcas de oralidade, da escrita
formal e assim consolidando as informações adquiridas a partir do gênero em
estudo, foi proposto a eles irem ao laboratório, pesquisar outras lendas que não
eram de seu conhecimento, após socialização em sala de aula, questionou-se quais
lendas das pesquisadas, eles conheciam? Para finalizar, ilustraram as lendas
escolhidas, e organizamos na forma de livro.
A quinta oficina: trabalharmos com as histórias em quadrinhos, compreender
e perceber suas características; diante da necessidade em usarmos um recurso
atrativo para os educandos ampliarem a aprendizagem em relação a alguns temas.
Para iniciarmos, assistimos ao vídeo ‘’Turma da Monica em boas maneiras’’
contextualizamos oralmente transformando imagens visuais em textos verbais,
fizemos roda de leitura com gibis, depois trabalhamos a estrutura composicional, isto
é, a organização em partes; os recursos linguísticos que empregamos: o discurso
que usamos; o direto ou indireto; se usamos gíria; a linguagem coloquial, ou culta;
também, os recursos expressivos, como rimas, linguagem figurada, jogos de
palavras, o emprego de onomatopeias; usando os balões para cada expressão. Em
seguida fizemos a interpretação da tira ‘’Emília’’ para aprofundarmos o
conhecimento deste gênero, no entanto, as histórias em quadrinhos, tornaram-se um
bom estimulo para desenvolver a compreensão, pois, os educandos têm dificuldades
em identificar o humor na tira, ou perceber qual a intenção de quem produziu a
história. Finalizamos fazendo a produção textual com o gênero em estudo, sentimos
algumas dificuldades, pois, percebemos que nem todos possuem todos os
conhecimentos para essa produção, contemplando toda a estrutura exigida,
formatos gráficos, ilustrações e linguagem adequada, onde entenderam a estrutura
do gênero em estudo. Concluímos com a leitura compartilhada do texto “ O passeio
de minha família” a seguir eles fizeram a produção de um texto de sua autoria, com
o mesmo título e com toda estrutura de uma história em quadrinhos, e a seguir
colocamos no mural, para que os demais tomassem conhecimento. Foi uma
aprendizagem significativa, pois, gostaram de elaborar tiras, pela oportunidade de
desenhar e pintar.
A seguir desenvolvemos a sexta oficina que foi a de poesias. iniciamos com a
leitura do poema: “O Girassol’’ de Vinicius de Moraes, para introduzirmos o gênero,
depois seguiu-se com a leitura do livro “Meus primeiros versos’’ de Cecilia Meireles,
Trabalhamos na oralidade, contextualizamos dizendo que quando lemos um poema,
temos como objetivo o entretenimento, a busca do encantamento com a forma
original e diferente que os poetas têm de ver o mundo. Diferentemente de outros
gêneros de texto, um poema pode ser lido muitas vezes e a cada leitura pode
despertar uma nova emoção, novas ideias, novas sensações. Sabemos que o poeta
usa a linguagem de maneira diferente da que fazemos no dia-a-dia. Em seguida,
estudamos as características do poema como; verso, estrofe e rima. Fizemos
declamação do Poema “Retrato de pato” de Mario Quintana, para entendermos a
linguagem poética, a sonoridade, e a musicalidade. Também houve um momento
que usamos o laboratório de informática para pesquisarmos outros poemas de
vários autores, houve a leitura, para socialização, para identificar a linguagem
figurada; conotação, denotação, metáfora, o significado das palavras: a pontuação, a
entonação como marca expressiva a Intertextualidade, diferenciando o eu-lírico do
narrador; e assim, reconhecendo os poemas em suas mais variadas formas; Em
seguida fizemos um poema coletivo, para ampliarmos a compreensão da linguagem
poética e aprofundarmos o conhecimento do gênero em estudo. Finalizando com a
produção individual de poemas, com o tema livre, fizemos revisão para percebermos
se a estrutura estava coerente e depois a ilustração individual e consequentemente,
expondo no mural da escola.
A sétima oficina foi a leitura de contos populares; para estimular a
imaginação, familiarizando-os com características formais dos contos populares,
contextualizamos que , a contação de histórias é uma forma de manifestação
cultural, sabemos que o conto é um recurso didático rico para trabalho em sala de
aula, mas não é muito utilizado no ambiente escolar e muitas vezes, são apenas
vistos como distração e não como um dos instrumentos para a integração da criança
no contexto social; iniciamos o estudo do gênero com o conto “A visita da
Madrinha” de Maria Alberta Menéres, com leitura compartilhada, aproveitamos o dito
popular ‘’ Quem conta um conto, aumenta um ponto’’ e fizeram uma pesquisa com
provérbios, para compreendermos o significado destas falas. Atualmente temos
poucos contadores de história oralmente, no entanto, sabemos que essa prática vem
se perdendo de nossos hábitos, onde as TICs substituem os encontros para ouvir e
contar causos, e consequentemente sua origem perdeu-se no tempo. Para
entendermos os ditos populares, tivemos um momento de leitura compartilhada do
livro ’’Quem conta um conto’’ de Ana Maria Machado, em que cada um contou um
conto, do livro que leram. Sabemos que para contar histórias devemos ter algumas
habilidades para tornar este momento mais agradável e proveitoso, tanto para o
contador como para o ouvinte: Através desta atividade, podemos avaliar o seu
desenvolvimento, sua capacidade de atenção e memória, sua fala, sua criatividade e
desenvoltura ao contar uma história. Como estudamos contos, trabalhamos os
elementos da narrativa, onde será um subsidio para a elaboração de textos, quando
produzidos pelos mesmos, para finalizarmos cada educando recebeu um exemplar
do conto “A casa da madrinha” de Lygia Bojunga Nunes, para uma leitura
extraclasse e depois foi socializado o conto através de uma gincana para
compreendermos a linguagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os objetivos elencados nesta proposta desenvolveu-se um
estudo de ações pedagógicas referentes à aquisição da prática da leitura rumo ao
letramento. Nas realizações das atividades durante as oficinas, valorizou-se a
reflexão, a interação, o diálogo e o comprometimento do educando na elaboração de
cada atividade proposta nesta implementação, tendo como ponto essencial a sua
evolução enquanto leitor com o intuito de transforma-lo social e culturalmente e,
dessa maneira, capacitá-lo a descobrir sentidos na leitura e posicionar-se ante o
mundo.
Entretanto, por causa do baixo índice de leitura foi possível constatar que as
dificuldades encontradas referem-se à falta de uma rotina para a leitura onde os
educandos demonstravam não possuir e isso reflete no processo ensino
aprendizagem no cotidiano em sala de aula, ressalta-se aqui a necessidade de uma
ação conjunta entre a escola e a família, para fazê-los imergir na cultura letrada. No
entanto, assim que iniciamos o processo de intervenção, a cada etapa trabalhada,
esses obstáculos foram sendo em parte amenizados, e assim de uma maneira
especial dedicou-se uma atenção especial para que houvesse uma integração ente
a leitura e o domínio da escrita e que isso trouxesse algum resultado satisfatório no
dia a dia, e assim, ampliar seu universo cultural.
Para realizar a unidade didática evidenciou-se a importância de metodologias
que norteiem o trabalho de formação do leitor, na organização e seleção dos
gêneros, proporcionando o contato com as diversas tipologias textuais de suportes
diferentes e todo trabalho desenvolvido teve o intuito de criar nos educandos do
6ºano, a apropriação da prática da leitura, sendo esse um empecilho que
enfrentamos diariamente, sendo que o educador é aquele que tem a possibilidade
de levar o educando a se apropriar dessa aquisição. Todas as práticas pedagógicas
foram centradas na prática social da leitura através do conhecimento de gêneros
textuais e a partir daí ocorrerem as produções escritas. Com a realização das
atividades observou-se se os educandos haviam compreendido cada gênero em
estudo e eram capazes de demonstrar esse aprendizado através de suas produções
escritas.
Ao analisarmos as atividades realizadas em sala de aula, com a finalidade de
que é possível inserir um novo fazer pedagógico, onde haja espaço para construção
de conhecimentos, privilegiando o espaço para leitura. Levando em consideração de
que quando o educador domina as estratégias e sabe explorá-las,
consequentemente, os resultados serão satisfatórios, e foi o que se pode observar
em relação à pratica de leitura nas aulas de Português.
Observamos, ainda que, após a realização das atividades relatadas
anteriormente, torna-se necessário que as escolas fiquem atentas as mudanças que
estão ocorrendo na educação, pois é extremamente necessário que os educadores
façam uso de estratégias que leve o educando a sentir prazer em estudar.
Considerando que a língua escrita está presente de maneira visível e marcante em
todos os lugares e em todos os momentos, cumprindo diferentes funções nas
atividades cotidianas, por isso, a necessidade dos educadores assumirem uma nova
postura nas aulas de Língua Portuguesa.
Desse modo acredita-se que essas experiências com o PDE devem ser
compartilhadas, sempre que possível, para que outros professores possam inserir
em suas aulas, fazendo uso de novas práticas pedagógicas que privilegiem a
construção do conhecimento dos educandos, utilizando a leitura e a produção
escrita como ferramentas para construir conhecimentos.
Concluindo, pode-se dizer que é importante e necessário efetivar a prática da
leitura, pois, leva o educando a construir sua própria aprendizagem e essas
atividades proporcionam mudanças na postura, Sendo assim, a implementação da
proposta que aqui se delineou, requer que os docentes se envolvam
simultaneamente em aprendizagens na direção do letramento, da pratica social da
leitura e da intertextualidade ao mesmo tempo dar-lhes oportunidades de
vivenciarem as funções da escrita. As práticas pedagógicas aqui apresentadas
demonstraram interesse de outros educadores, principalmente os participantes do
GTR, que compartilharam essas práticas em suas escolas, com o intuito de propiciar
o desenvolvimento de um sujeito letrado e integrado a sociedade em que fazem
parte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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______. Pró-letramento: Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental: alfabetização e linguagem - ed. rev. e ampl. Brasília: 2007, 364 p
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