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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
ADRIANA IASCO PEREIRA DA SILVA
UNIDADE DIDÁTICA
TÍTULO: MANEJO DE ORDENHA E QUALIDADE DO LEITE COMO PROCESSO
DE ENSINO APRENDIZAGEM AOS EDUCANDOS DO CURSO TÉCNICO EM
AGROPECUÁRIA
A produção didático-pedagógica é uma das atividades propostas ao professor que participa do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, como estratégia de ação prevista no Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola. Orientador: Prof. Marcos Augusto Moraes Arcoverde
Foz do Iguaçu 2013
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
ADRIANA IASCO PEREIRA DA SILVA
FOZ DO IGUAÇU 2013
Título: MANEJO DE ORDENHA E QUALIDADE DO LEITE COMO PROCESSO DE
ENSINO APRENDIZAGEM AOS EDUCANDOS DO CURSO TÉCNICO EM
AGROPECUÁRIA
Autor Adriana Iasco Pereira da Silva
Área Pecuária
Disciplina Produção Animal
Escola de Implementação do Projeto e sua
localização
Centro Estadual de Educação
Profissional Manoel Moreira Pena
Av. General Meira 391
Município da Escola Foz do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação Foz do Iguaçu
Professor Orientador Prof. Ms. Marcos Augusto Moraes
Arcoverde
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do
Paraná - UNIOESTE
Resumo A atividade leiteira é
economicamente viável e sustentável,
mas devemos sempre nos alertar com a
qualidade de seu produto principal que é
o leite, sempre dando ênfase ao aspecto
e ao manejo sanitário.
A ideia principal deste projeto seria
associar as aulas teóricas e práticas da
disciplina Produção Animal, para que os
alunos façam um acompanhamento e
tenham mais informação quanto à
importância de um manejo adequado na
ordenha dos animais produtores de leite,
aproveitando o ambiente que a escola
dispõe e principalmente onde atua o
técnico em agropecuária, facilitando a
troca de experiências entre alunos,
funcionários e comunidade escolar, tendo
ainda como base a experiência de vida
dos alunos, auxiliando-os a transformar a
realidade em que vivem.
Palavras-chave Manejo, Aulas Práticas e Leite.
Formato do Material Didático Caderno Pedagógico.
Relação Interdisciplinar Biologia, Agroindústria, Extensão Rural.
Público Alvo Alunos do 3o ano do Ensino Médio
Técnico em Agropecuária.
APRESENTAÇÃO
A disciplina Produção Animal é contemplada em todas as séries do referente
curso, com grande ênfase em manejo dos animais e suas devidas particularidades,
sendo que a terceira série do curso Técnico em Agropecuária conta com duas aulas
teóricas e uma prática por semana, separada em grupos, caso a turma possua mais de
30 alunos.
Com o decorrer dos anos houve uma redução de aulas teóricas e práticas, bem
como suspensão de algumas disciplinas relacionadas á pecuária, onde as mesmas
foram fundidas em apenas uma disciplina, Produção Animal, ou seja, apesar da
redução de aulas houve um aumento de conteúdo mas não necessariamente aumento
da carga horária aos educandos, ocorrendo assim um prejuízo nos setores dos animais
devido a ausência dos alunos no controle destes setores, com esta redução de aulas
os alunos estão sendo prejudicados quanto a sua formação nos conteúdos referentes
á agropecuária.
Observa-se uma grande dificuldade em associar as aulas práticas e teóricas
referentes ao conteúdo da disciplina Produção Animal do terceiro ano integrado á
prática do dia a dia, ou seja, ao manejo correto de ordenha e uma melhor qualidade do
leite.
Com o projeto haverá um acompanhamento e consequentemente uma maior
informação do setor leiteiro, associando desta maneira, aulas teóricas e práticas,
desenvolvendo ainda um acompanhamento no devido setor e associando á outras
práticas pedagógicas tais como Dia de Campo.
Os conteúdos referentes ao Manejo Leiteiro serão contemplados logo no
primeiro bimestre, onde serão eles: importância da atividade leiteira no Brasil, manejo
no parto (nascimento da bezerra), manejo da criação de bezerras e novilhas,
alimentação e nutrição nas diferentes fases do animal, manejo de vacas em produção,
manejo de vacas secas, manejo de ordenha (preparação para a ordenha, sequência da
ordenha, mastite, instalações da sala de ordenha, tipos de ordenhadeiras, manejo
sanitário e profilático), qualidade do leite.
Tendo em vista a aplicação de conteúdos teóricos e práticos na moderna
produção leiteira e associados ao eficaz manejo de animais com a obtenção de um
leite de melhor qualidade, fazemos os seguintes questionamentos:
Pode-se despertar no educando o interesse do conhecimento aplicado
ao dia a dia para um padrão de qualidade de Manejo de Ordenha
Higiênica?
Quais metodologias práticas podem ser inseridas de forma funcional
para associar ensino-aprendizagem e produção de qualidade?
O Ensino Profissional Técnico em Agropecuária atende as expectativas
dos educandos para o setor leiteiro através da atualização do
conhecimento e da interação tecnológica e do trabalho e sociedade?
Os objetivos específicos deste material são:
Capacitar os alunos quanto à importância de uma ordenha de
qualidade.
Promover à oralidade nos alunos, por meio de apresentações a
comunidade escolar.
Associar a teoria e prática na disciplina de produção animal de uma
maneira mais eficaz e investigativa, a procura soluções.
Formar técnicos em agropecuária multiplicadores de uma postura
crítica e consciente.
Promover uma melhora na sala de ordenha adaptando as normas
de higiene.
Para atender esses objetivos este caderno pedagógico é composto por três
unidades didáticas relacionadas á disciplina de Produção Animal, com conteúdo
específico em manejo de leite e qualidade do leite.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
As atividades propostas e os objetivos a serem realizados serão
apresentados para os alunos, professores e comunidade escolar a fim de se tenha
uma interação de todos e uma maior participação da comunidade.
Unidade 1:
“Teste de mastite em todas as vacas em lactação”.
Introdução
Na fase de lactação, deve-se ter atenção especial com a mastite, doença que
causa grandes prejuízos para a atividade leiteira. Conforme o tipo de microrganismo
causador da mastite, ela pode ser classificada em: contagiosa e ambiental. Podemos
classificar a mastite quanto ao diagnostico em mastite clínica e subclinica, onde é
fundamental para o controle da mastite a fim de se fazer um melhor tratamento.
Objetivo Geral:
Acompanhar o teste de mastite em caneca de fundo preto e o teste de mastite
CMT (Califórnia Mastite Teste). Com o objetivo de diagnosticar as vacas com mastite
clinica e subclínica.
Material:
- Placa com quatro divisões própria para o CMT;
- Reagente CMT;
- Caneca de fundo preto ou telada;
- Vacas em Lactação;
Metodologia:
Após a aula teórica do conteúdo referente, ou seja, mastite e sua importância,
haverá aulas no setor bovinocultura do colégio, onde os educandos irão manusear e
praticar os conhecimentos adquiridos durante a teoria. A aula será expositiva e
prática.
Procedimento:
Após as vacas entrarem para a sala de ordenha e serem cuidadosamente
manejadas, devem ser preparadas para a ordenha, os tetos devem ser lavados
cuidadosamente a fim de molhar o úbere da vaca.
Teste da caneca de fundo preto:
Antes de cada ordenha retirar os três primeiros jatos de cada teto na caneca de
fundo preto ou com tela escura.
Movimente a caneca de um lado para o outro á procura de grumos.
Resultado:
Sem grumos de leite – não tem mastite;
Com grumos de leite – tem mastite;
Figura 1: Caneca de fundo preto e resultado positivo para mastite(EMBRAPA. 2013).
Teste CMT
É o teste mais eficiente para verificar a presença de mastite subclínica.
Como fazer:
Despreze os três primeiros jatos de cada teto.
Em cada divisão coloque o leite de cada teto até a primeira marca,
equivalente a dois ml de leite;
Coloque o reagente até a segunda marca, equivalente a dois ml e mexa a
placa de um lado para outro em movimentos circulares para misturar bem o
leite e a solução CMT, para em seguida fazer a leitura do teste;
Resultado:
Amostra sem alteração do leite – não tem mastite;
Amostra com alteração do leite – tem mastite;
Avaliação:
A avaliação será de forma prática, onde grupos de quatro alunos farão o
exame individualmente de cada teto, para a observação e confirmação do quadro
clínico de mastite.
Unidade 2:
“Visita Técnica Demonstrativa em Propriedade Produtora de Leite de Alta
Tecnologia”.
Introdução:
As visitas técnicas são ferramentas de grande relevância para a formação dos
alunos, pois permite aperfeiçoar, aprimorar, instigar os alunos, colaborando assim
para a formação de um profissional mais capacitado.
As técnicas de ensino são recursos metodológicos, e segundo DENCKER
(1998, p. 18), “podemos utilizar vários métodos para adquirir conhecimentos:
observar a realidade, experimentar novas formas de agir ou, interpretar os fatos de
diferentes formas. A maneira como fazemos isso é metodologia”.
Objetivos:
- Conhecer a realidade da propriedade rural, as atividades realizadas, como e por
que;
- Introduzir, reforçar ou melhorar novas técnicas ou práticas;
Etapas da Visita Técnica:
Primeira etapa:
1- Local a ser visitado: Fazenda Iguaçu- Star Milk/ Céu Azul – PR;
2- Data: Primeiro Semestre 2014;
3- Meio de Transporte: Ônibus escolar;
4- Orçamento: Cooperativa Escola
5- Tempo previsto para a realização da visita: 6 horas
6- Relação nominal e documento de identidade de todos os alunos envolvidos
na visita;
Segunda etapa:
Execução do trabalho de campo, registrando e observando os animais de elite,
bem como seu manejo, alimentação, cuidados, materiais, instalações, podendo ser
feita a coleta de informações através de anotações, imagens e outros.
Terceira etapa:
Avaliação: Procedimento indispensável ao retorno da visita técnica, onde será
feita por meio de apresentação em grupo de 4 alunos, através de relatório e
exposição fotográfica, apresentado aos alunos da primeira série do curso Técnico
em Agropecuária Integrado.
Unidade 3:
Produção de um Dia de Campo, com o tema “MANEJO DE LEITE E
QUALIDADE DO LEITE”.
Introdução:
O dia de campo é um método planejado, de comunicação grupal e de grande
efeito motivacional, utilizado na extensão rural para mostrar, em um dia, práticas
agropecuárias tecnicamente recomendáveis na prática, mas de uma elaboração
dupla onde a teoria contribui para explicar a prática e esta realimenta a teoria. Esse
exercício requer, antes de tudo, a valorização das capacidades individuais, o
reconhecimento da ação reflexiva e criativa do ser humano.
Paulo Freire destaca a importância na reorientação da “práxis (prática - teoria -
prática)”, contudo, não se trata de uma busca explicativa.
Para isso é necessário que agricultores e alunos sejam estimulados a
aprimorar-se sempre, a investigar e a desafiar os limites impostos.
Objetivo Geral:
Com a demonstração da prática pretende-se que o grupo aprenda a executar,
planejar e demonstrar, a prática ou a tecnologia recomendada, na forma como
deverá ser utilizada na propriedade ou no lar.
Objetivos Específicos:
1. Mostrar a aplicação e os resultados de prática em manejo de ordenha e qualidade
do leite, nas condições locais;
2. Possibilitar comparações entre diversas alternativas viáveis, em uma ou mais
práticas;
3. Despertar interesse de toda a comunidade escolar;
4. Proporcionar entrosamento entre alunos, produtores, funcionários e comunidade
escolar;
5. Estimular a troca de experiência entre todos os participantes;
Vantagens do Dia de Campo:
1. Atingir um maior número de pessoas;
2. Motivar para adoção de práticas;
3. Envolver a participação de toda a comunidade;
4. Reforçar o entrosamento dos extensionistas com a comunidade;
5. Divulgar os trabalhos da Bovinocultura.
Planejamento:
1. Reunião de toda a turma do terceiro ano do curso técnico para decidir sobre a
realização do dia de campo,
2. Seleção de métodos ou meios de comunicação em extensão rural para reforçar o
convite do dia de campo, tais como: reunião com informação, reunião com
demonstração, unidade de demonstração, carta circular ou convite-programa, folder,
folheto, cartaz e outros;
3. Previsão da categoria e do número de participantes, a fim de nortear as
providências a serem tomadas, como: convite, programas, material técnico-
informativo, estacionamento, alimentação, número de grupos a ser formados,
duração do evento, recepcionistas, palestrantes, guias, crachás e outros;
Organização:
1. Organização do local. Organizar na bovinocultura e aos redores, locais
adequados, tais como: barracas, cadeiras, instalações, áreas, para:
- Espera dos grupos;
- Estações necessárias;
- Fixação de faixas, cartazes e setas indicativas;
Material:
- Material informativo (folder, volante, folheto);
- Cartazes, faixas e setas indicativas;
- Barracas;
- Crachás;
- Alto-falantes;
- Retroprojetor;
- Data-show;
- Máquina fotográfica;
- Mesas, cadeiras, canetas, pincéis atômicos, etc.;
Realização:
A partir do momento que os participantes começam a chegar, onde os
alunos do próprio colégio deverão estar acompanhados por seu
professor orientador, deverão ser divididos em grupos de 10 a 15
pessoas e aguardar na barraca de espera;
Os alunos envolvidos no dia de campo explicam, rapidamente, como
serão realizadas as atividades do Dia de Campo. Em seguida, cada
grupo com o seu guia, dirigem-se às estações que estarão com placas
de identificação com o título do assunto;
Estações e temas propostos:
Temas propostos:
Tema 1: “Cuidados higiênicos na sala de ordenha”.
Tema 2: “Mastite seus cuidados e prevenção”.
Tema 3: “Processo de funcionamento e limpeza da Ordenhadeira”.
Tema 4: “Características Externas de uma boa vaca leiteira”.
Tema 5:“Manejo Sanitário e Profilático em Bovinos de Leite”.
Tema 6: “Cuidados com Bezerros recém Nascidos”.
Tema 7: “Manejo Nutricional em Vacas Lactantes”.
O tempo aproximado da permanência em cada estação deverá ser de 20
minutos;
Todos os palestrantes e demonstradores devem gastar tempo idêntico, para
evitar atropelos e/ou deixar imagem de desorganização;
No final do percurso, os grupos deverão dirigir-se ao local apropriado para
realizar uma pequena avaliação sobre os palestrantes, na avaliação será
fornecido um questionário com a seguinte questão:
Referente ao Dia de Campo em Manejo de Ordenha de uma nota de 0 á
10, sendo:
0 á 2 – Péssimo;
3 á 5 – Regular;
5 á 7 – Bom
7 á 10 – Excelente
Quanto à organização do evento:
Quanto ao conhecimento e atuação dos palestrantes:
Capacidade em tirar duvida e solucionar suas duvidas:
Avaliação:
Após a apresentação do trabalho de campo, será realizado um encontro com os
alunos envolvidos no projeto, com o objeto de realizar um feedback com a seguinte
abrangência:
Atuação dos grupos;
Avaliação do público participante;
Qualidade das palestras e demonstrações realizadas;
Alcance dos objetivos;
Cumprimento da programação;
Qualidade do material técnico, didático e de divulgação;
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BORDENAVE. J. D. e PEREIRA. A. M. Estratégias de Ensino-Aprendizagem.
6 ed. Petrópolis: Vozes, 1984.
CORRÊA, W. M e CORRÊA, C. N. Enfermidades Infecciosas dos Mamíferos
Domésticos. 2º ed. São Paulo: Medsi, 1992.
DENCKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e Técnicas de pesquisas em Turismo. São Paulo: Futura, 1998.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática
Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
OLIVEIRA, Duanei Rodrigues. Metodologia de Extensão Rural. Embrapa Agência
Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa; Disponível em
http://www.emater.go.gov.br/intra/wp-content/uploads/downloads/2012/10/Apostila-
Metodologia-Ext.Rural_.pdf acessado em 10/11/2013.
VALIOTO, Altair Antonio e NETO Pedro Guimarães. Manejo de Gado Leiteiro.
Curitiba: Senar, 2012.
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