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CARLA FORMENTIN DA SILVA
OS EFEITOS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS REALIZADOS EM PISCINA
TERAPÊUTICA EM MULHERES COM FIBROMIALGIA
Tubarão, 2005
CARLA FORMENTIN DA SILVA
OS EFEITOS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS REALIZADOS EM PISCINA
TERAPÊUTICA EM MULHERES COM FIBROMIALGIA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Fisioterapia, como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia.
Universidade do sul de Santa Catarina
Orientador: Prof. Espec. Aderbal Silva Aguiar Júnior.
Tubarão, 2005
CARLA FORMENTIN DA SILVA
OS EFEITOS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS REALIZADOS EM PISCINA
TERAPÊUTICA EM MULHERES COM FIBROMIALGIA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Fisioterapia, julgado adequado à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia.
Universidade do sul de Santa Catarina
Orientador: Prof. Espec. Aderbal Silva Aguiar Júnior.
Tubarão, 27 de junho de 2005.
________________________________________________
Professor Especialista Aderbal Silva Aguiar Júnior Universidade do Sul de Santa Catarina
________________________________________________
Prof. Dr. Ricardo Aurino de Pinho Universidade do Extremo Sul Catarinense
________________________________________________
Prof. Dr. Marcos de Oliveira Machado Universidade do Sul de Santa Catarina
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha mãe, que quando ainda
em vida me ensinou todos os valores morais e toda a
base de educação para que eu pudesse chegar até
aqui. Ao meu pai, que sempre me apoiou em todos
os momentos difíceis, nunca deixou faltar nada para
completar mais esta etapa. Ao meu irmão e a minha
tia Natalícia, minha prima Izabel, que sempre
estiveram ao meu lado sempre que precisei, e ao
meu namorado Fábio.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu amigo Daniel, pelo tempo que se
dedicou auxiliando em várias etapas deste trabalho,
principalmente na coleta de dados, assim como
minha amiga Fernanda (Pê). A minha amiga Muryel
pela ajuda na procura de artigos e ao meu orientador
Aderbal, por todos os ensinamentos prestados.
RESUMO
Objetivos: Os objetivos deste estudo foi analisar os efeitos crônicos do exercício
aeróbio sobre as taxas dos hormônios tireóide-estimulante (TSH), hormônio do crescimento (HGH), hormônio Cortisol, e seus efeitos sobre a qualidade de vida, dor e depressão em mulheres com fibromialgia. Sujeitos: Foram analisadas duas mulheres fibromiálgicas, com idades de 52 anos e 22 anos. Métodos: As participantes responderam ao questionário de impacto de fibromialgia (FIQ), pra analisar a qualidade de vida, ao inventário de depressão de A mente vencendo o humor e a escala visual análoga (EVA) para quantificar a dor. Foram coletadas amostras de sangue das duas para análise dos hormônios. Foram submetidas a um programa de exercício aeróbio em piscina, durante 10 semanas, 3 vezes na semana por aproximadamente uma hora. Completado o programa de exercícios todos os testes foram refeitos. Passada 23 semanas do início dos exercícios, uma nova análise hormonal foi feita. Resultados: Ambas as participantes apresentaram melhora na dor, na qualidade de vida e na depressão com os exercícios aeróbios. O TSH elevou-se na segunda coleta e baixou na terceira coleta nas duas mulheres. O HGH aumentou pouco em uma participante na segunda coleta e na terceira coleta baixou em ambas as participantes. O Cortisol baixou em ambas as participantes na segunda coleta e na terceira coleta. Conclusão: O exercício aeróbio atua de forma positiva em mulheres com fibromialgia sobre a depressão, a dor e a qualidade de vida. Quanto ao hormônio TSH primeiramente elevou e com a interrupção dos exercícios caiu, o que é negativo. O HGH não apresenta resposta imediata com o exercício, porém sua interrupção age negativamente. O cortisol foi beneficiado com o exercício aeróbio, baixando suas taxas o que prevaleceu com a interrupção do mesmo.
Palavras chave: Fibromialgia; Hormônio do crescimento; Hormônio tireóide-
estimulante; Hormônio Cortisol; Qualidade de vida; Dor; Depressão.
ABSTRACT
The purpose of this essay is to analyze the cronical effects of aerobic exercise about the taxes of thyroid-stimulating hormone (TSH), growth hormone (HGH), Cortisol hormone, and their effects on quality of life, pain and depression on women with fibromyalgia. Subjects: Two women, aged 52 years and 22 year, with fibromyalgia were analyzed. Methods: The participants answered the Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ), to analyze the quality of life, to the inventory of depression of “The mind winning over the humor” and the visual analogue scale (EVA) to quantify the pain. Blood samples were collected from the two women to analyze the hormones. They were submitted to an aerobic exercise in a swimming pool, during 10 weeks, 3 times a week for approximately an hour. With the exercise program completed all the tests were redone. 23weeks after the beginning of the exercises, a new hormone analyzes was done. Results: both the participants showed an improvement in pain, quality of life and depression with the aerobic exercises. The TSH increased in the second collection and decreased in the third collection on both women. The HGH increased a little in one participant in the second collection and in the third collection it deceased on both of them. The Cortisol decreased on both women in the second and third collection. Conclusion: The aerobic exercise is very positive on women with fibromyalgia on depression, pain and quality of life. The TSH hormone firstly increased and with the interruption of the exercises decreased, which is not good. The HGH does not present an immediate response with the exercise, however its interruption is negative. The cortisol was benefited with the aerobic exercise, lowering its taxes, which prevailed with the interruption of it.
Key Words : Fibromyalgia; Growth hormone; Thyroid-stimulating hormone;
Cortisol hormone; Quality of life; Pain; Depression.
LISTA DE FOTOS
Foto 1 – Alongamento da panturrilha ...................................................................................31
Foto 2 – Alongamento dos flexores de quadril.....................................................................32
Foto 3 – Alongamento dos músculos posteriores da coxa ....................................................32
Foto 4 – Alongamento dos músculos da parte posterior da coxa .........................................33
Foto 5 – Passo lateral............................................................................................................33
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Análise da variável depressão .............................................................................35
Tabela 2 – Análise da variável dor .......................................................................................38
Tabela 3 – Análise da variável qualidade de vida ................................................................40
Tabela 4 – Análise do hormônio tireóide-estimulante (TSH) .............................................43
Tabela 5 – Análise do hormônio Cortisol.............................................................................45
Tabela 6 – Análise do hormônio de Crescimento (GH) ......................................................47
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Análise gráfica dos dados obtidos com o questionário de depressão ................36
Gráfico 2 – Análise gráfica dos dados obtidos com a escala visual análoga (EVA) ...........38
Gráfico 3 – Análise gráfica dos dados obtidos com o questionário de impacto da fibromialgia
(FIQ) ....................................................................................................................................41
Gráfico 4 – Análise gráfica das taxas do hormônio tireóide-estimulante (TSH) ................43
Gráfico 5 – Análise gráfica das taxas do hormônio Cortisol................................................45
Gráfico 6 – Análise gráfica das taxas do hormônio de Crescimento (GH) .........................48
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................12
2 Fibromialgia, hormônios e exercício aeróbio ................................................................15
2.1 Fibromialgia ..................................................................................................................15
2.2 Hormônios .....................................................................................................................18
2.2.1 Hormônio do crescimento............................................................................................18
2.2.2 Hormônio tireóide-etimulante .....................................................................................19
2.2.3 Hormômio Cortisol......................................................................................................20
2.3 Exercício aeróbio ..........................................................................................................22
2.4 Fibromialgia, hormônios e exercício aeróbio .............................................................24
3 Delineamento da pesquisa...............................................................................................26
3.1 Tipo de pesquisa............................................................................................................26
3.2 População e amostra .....................................................................................................26
3.2.1 Critérios de inclusão ....................................................................................................27
3.2.2 Critérios de exclusão....................................................................................................28
3.3 Instrumentos utilizados na coleta de dado .................................................................29
3.4 Procedimentos para a coleta de dados ........................................................................30
3.5 Procedimentos para análise dos dados .......................................................................34
4 Resultados e discussão.....................................................................................................35
4.1 Análise dos dados da variável depressão....................................................................35
4.2 Análise da variável dor.................................................................................................37
4.3 Análise da variável qualidade de vida ........................................................................40
4.4 Análise dos dados do Hormônio Tireóide-estimulante (TSH) .................................42
4.5 Análise dos dados do Hormônio Cortisol ...................................................................44
4.6 Análise dos dados do Hormônio do Crescimento (GH) ...........................................47
5 CONCLUSÕES ................................................................................................................51
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................53
APÊNDICE A – Formulário de avaliação ........................................................................58
ANEXO A – Termo de consentimento livre e esclarecido ..............................................60
ANEXO B – Escala análogo visual (EVA) .......................................................................63
ANEXO C – Questionário de impacto da Fibromialgia (FIQ) ......................................65
ANEXO D – Questionário de depressão...........................................................................68
12
1 INTRODUÇÃO
Fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores musculares difusas,
problemas gastrintestinais, perturbações do sono, irritabilidade, fadiga. Normalmente atinge
mulheres em idade próxima aos 40 anos. Esta envolve músculos, tendões e ligamentos, o que
não quer dizer que acarrete deformidade física ou outros tipos de seqüelas. No entanto, a
fibromialgia pode prejudicar a qualidade de vida e o desempenho profissional, motivos que
plenamente justificam que o paciente seja levado a sério em suas queixas. Como não existem
exames complementares que por si só confirmem o diagnóstico, a experiência clínica do
profissional que avalia o paciente com fibromialgia é fundamental para o sucesso do
tratamento.
Não se sabe ainda a causa dessa síndrome, mas diferentes fatores, isolados ou
combinados, podem favorecer as manifestações da fibromialgia, como traumas emocionais,
físicos, mudanças hormonais. Assim sendo, uma infecção, um episódio de gripe, um acidente
de carro ou uma cirurgia podem estimular o aparecimento dessa síndrome. Por outro lado, os
sintomas de fibromialgia podem provocar alterações no humor e diminuição da atividade
física, o que agrava a condição de dor. Como vários hormônios agem influenciando no sono,
no humor, na dor, sugere-se que alterações hormonais podem também influenciar para o
aparecimento de sintomas da fibromialgia.
A dor, a fadiga muscular e outros, podem levar a inaptidão física, tendo estes
pacientes uma vida sedentária. Sabe-se que o exercício físico libera uma gama de substâncias
13
no organismo, altera a produção e liberação dos hormônios, promove alívio da dor, prazer,
quando realizado de forma não exaustiva. São sempre propostos aos pacientes com
fibromialgia que pratiquem algum tipo de exercício físico exatamente para quebrar esse
sedentarismo e melhorar a qualidade de vida.
Neste estudo foram pesquisados as taxas do hormônio Cortisol, hormônio
Tireóide-estimulante (TSH) e o hormônio do crescimento (HGH), os sintomas depressivos, a
qualidade de vida e a dor em pacientes que convivem com esta síndrome, com o intuito de
verificar o impacto de um programa de um programa de exercícios físicos na piscina, depois
do programa completo (10 semanas) e 13 semanas em repouso, após o término do mesmo. Os
resultados foram comparados e discutidos, sempre correlacionando com a fibromialgia e sua
sintomatologia.
A fibromialgia é uma desordem de etiologia desconhecida. Os sintomas são
semelhantes aos experimentados por pacientes com deficiências hormonal. Gur et al (2003),
sugerem que se façam estudos para avaliar hormônios do eixo hipotálamo pituitário anterior
(HPA) para uma melhor compreensão da patofisiologia da fibromialgia. O exercício físico
tem sido apontado como importante agente terapêutico da fibromialgia, entretando Jentof et al
(2001), sugerem estudos adicionais para confirmar os possíveis efeitos benéficos extras de
exercício na piscina.
A partir desse pressuposto este estudo temo como objetivo analisar os efeitos do
exercício físico realizado em piscina terapêutica em mulheres com fibromialgia. Para tal,
foram desenvolvidos alguns objetivos específicos como: verificar o efeito do exercício
aeróbio na piscina em mulheres com fibromialgia sobre taxa hormonal do Cortisol, do TSH e
do GH, analisar os sintomas depressivos, a dor e a qualidade de vida.
No segundo capítulo será apresentado uma revisão de literatura que abordará a
fibromialgia, os hormônios: cortisol, TSH e GH, exercícios aeróbios e a correlação entre
fibromialgia, taxas hormonais e exercício aeróbio. O terceiro capítulo abordará os
14
procedimentos metodológicos do estudo. O quarto capítulo é constituído pela discussão e
análise dos dados; por fim, o quinto e último capítulo, a conclusão do trabalho.
15
2 FIBROMIALGIA, HORMÔNIOS E EXERCÍCIO AERÓBIO
2.1 Fibromialgia
“Fibromialgia é uma desordem caracterizada por dor musculoesquelética difusa,
rigidez muscular e formação de tender points” (MEIWORM et al, 2000, p. 253). É
acompanhada de sintomas como fadiga, distúrbios do sono, problemas gastrintestinais e
psicológicos como depressão, melancolia, semelhantes as pacientes com história de
deficiência hormonal (ADLER; MANFREDSDOTTIR; CRESKOFF, 2002). Também pode
ocorrer edema sem achados objetivos, dor de cabeça freqüente, modulação dos sintomas por
atividades, mudanças no tempo, e stress (NICHOLS; GLEN, 1994).
Segundo Neeck (2002), a freqüência da fibromialgia é de 1 a 5% na população
mundial e causa inaptidão psicológica e física, de causa e cura ainda não descoberta,
mostram-se de suma importância estudos nesta área.
Pesquisas recentes mostram que os pacientes portadores desta síndrome
apresentam alterações (para mais ou para menos, comparadas aos padrões normais) nas taxas
de alguns hormônios (GRIEP. BOERSMA; KLOET, 1994; ADLER., MANFREDSDOTTIR;
CRESKOFF, 2002; NESSCK, 2000; GÜRSEL et al, 2001; CROFFORD, 1998; GUR et al,
2004).
A etiologia da fibromialgia é desconhecida e a patogenia é obscura. Assim o
tratamento causal não é possível (JENTOFT; KVALVIK; MENGSHOEL, 2001). Esta
16
desordem acomete preferencialmente mulheres de vinte a cinqüenta anos de idade e estima-se
que atinja seis milhões de pessoas no mundo (NICHOLS; GLEN, 1994).
Os critérios clínicos de classificação para fibromialgia foram desenvolvidos para propósitos de pesquisa e são eles: dor musculoesquelética difundida por pelo menos três meses de duração e dor distinta à palpação de pelo menos onze entre dezoito pontos definidos como tender points (JENTOFT; KVALVIK; MENGSHOEL, 2001, p. 42).
Smythe e Moldofsky (1975, apud MEIWORM et al, 2000, p. 253) observaram
que: “[...] certas localizações eram mais freqüentemente dolorosas em portadores de
fibromialgia, sendo então denominados de pontos sensíveis (tender points). Relataram
também que esses pacientes apresentam insônia, possivelmente relacionada com os sintomas
de dor muscular, observados em fibromiálgicos.”
Investigação microscópica de biópsias de músculo de pacientes com fibromialgia revelou fibras do tipo II, não específica, atrofiada, fibras vermelhas com recorte irregular. Vários achados unem a dor da fibromialgia a isquemia do músculo local e aos tender points. Investigações bioquímicas mostram baixos níveis de fosfato, baixa concentração de enzimas oxidativas celular e metabolismo muscular local de glicose diminuído tudo é associado a fibromialgia (MEIWORM et al, 2000, p. 253).
Segundo o critério de classificação de fibromialgia do Colégio Americano de
Reumatologia de 1990 descrito por Wolfe et al (1990, p. 162):
Os tender points foram avaliados através de palpação com polpa do dedo polegar ou os primeiros dois ou três dedos, a uma pressão de quatro kg. Este nível de pressão foi determinado tendo os examinadores palpado os pontos e sendo o esforço exigido para alcançar um estado de dolorimento de quatro quilogramas. Vinte e quatro locais ativos (12 pares) foram examinados: inserção dos músculos occiptal e subocciptal, na cervical baixa e na parte anterior ao nível dos espaços intervertebrais C5-C7, ponto central da base superior do trapézio, na origem do supraespinhal, sobre a espinha de escápula perto da borda mediana, 3 cm lateral ao paraespinhal em nível do meio da escápula, segunda costela na junção de costovertebral, lateral ao peitoral ao nível da quarta costela anterior a linha axilar, no epicôndilo lateral há 2 cm distal, no epicôndilo medial em cima do epicôndilo, no glúteo nos quadrantes exterior-superiores, na proeminência do trocânter maior, nos joelhos na borda medial. Foram examinados seis locais de controle: no dorso da parte distal do antebraço, na unha do polegar, e no lado dorsal no ponto bem central do terceiro metatarso. O sistema de contagem era classificado segundo a severidade tender points (18) eram usados: 0 = nenhuma dor; 1 = reclamação de dor sem careta ou retirada do corpo; 2= dor mais careta ou retirada do corpo; 3= dor mais marcante careta e retirada do corpo; 4=
17
intocável, paciente retira o corpo sem palpação. Uma declaração de dor foi aceita para contagens maior que 0.
O exposto acima pode ser melhor elucidado no desenho a seguir citado pelos
mesmos autores:
Desenho 1: Localização dos tender points de acordo com o colégio americano de
reumatologia.
Há vários sintomas relatados pelos pacientes, e também descritos pelo Colégio
Americano de Reumatologia, alguns destes serão citados a seguir. A fadiga é um relato muito
comum, é notada mais pela manhã e no fim de tarde, e os pacientes referem como física e
psíquica, sendo a sensação correntemente relatada como uma necessidade de férias. Quanto
aos distúrbios do sono, ocorrem em quase 100% dos casos, e são variáveis, em alguns se
manifesta como dificuldade de conciliar o sono, em outros predomina insônia, outros que
despertam várias vezes, e outros que dormem a noite toda porém acordam cansados
(MOREIRA; CARVALHO, 1998).
Outro relato é a presença de edema articular subjetivo, pois ao exame físico, tal
alteração não é encontrada. Parestesias também é um relato comum, geralmente sentida nas
extremidades e muitas vezes confundida com quadros de compressão nervosa periférica. A
cefaléia é outra queixa clínica, e pode aparecer como hemicraniana, dor na nuca, na região
18
frontal, periorbitária ou mesmo holocraniana. Depressão, ansiedade e irritabilidade são
comumente observadas (MOREIRA; CARVALHO, 1998).
Quanto ao aparelho digestivo, a alteração mais frequentemente encontrada é a
síndrome do cólon irritável. Os principais sintomas incluem desconforto ou dor abdominal,
diarréia ou constipação intermitente, inchaço e distensão abdominal (YUNUS, 1989).
O Fenômeno de Raynaude que é conhecido como vasoespasmo induzido pelo frio
é constantemente encontrado (CHAITOW, 2002).
2.2 Hormônios
2.2.1 Hormônio do crescimento: GH
Segundo Coronho (2001, p. 222):
A secreção de GH hipofisário está sob controle de dois peptídeos hipotalâmicos: GH releasing-hormone (GHRH) e somatostatina ou somatotropina-releasing-inhibiting hormone (SRIF). Uma vez secretado, o GH age através de um receptor cuja forma circulante representa sua porção extracelular, estimulando a produção de insulin-like growth factor (IGF-1), o GHRH é o principal estimulador da secreção de GH.
Segundo Powers e Howley (2000, p. 70):
O Hormônio do crescimento é secretado pela hipófise anterior e exerce efeitos profundos sobre o crescimento de todos os tecidos. A secreção desse hormônio é controlada por hormônios liberadores, secretados pelo hipotálamo. Os estímulos adicionais para o hipotálamo que podem influenciar a secreção do GH incluem o exercício, o stress, uma baixa concentração plasmática de glicose e o sono. O GH aumenta durante o exercício a fim de ajudar a manter a concentração plasmática de glicose.
Conforme Mazzaferri (1982, p. 23):
A maior parte da atividade secretória do GH está limitada a vários episódios de secreção, ocorrendo durante o dia e a noite. Em seguida ao início do sono, o episódio secretório do GH ocorre. Esta secreção está associada com a onda lenta do
19
sono (estágio III), cujos distúrbios diminuirão a secreção noturna de GH. A faixa normal para as concentrações séricas de GH em jejum é usualmente menos que 10 ng/m L.
“O GH promove crescimento de músculos e hipertrofia, facilitando o transporte
de aminoácido nas células. Os níveis deste hormônio são elevados durante exercícios aeróbios
e tipicamente permanece elevado durante algum tempo depois do exercício.” (WILMORE;
COSTILL, 1999, p. 167).
A secreção de GH é modificada pela idade, diminuindo acentuadamente após a
quarta década, pelo estado metabólico, sendo estimulada por estrógenos, progesterona,
andrógenos, hormônios tireóideos e suprimida por glicocorticóides (CORONHO, 2001).
2.2.2 Hormônio tireóide-estimulante: TSH
Conforme Mazzaferri (1982, p. 21):
A tireotropina é uma glicoproteína, seu maior efeito é estimular o crescimento e a função das células foliculares tireoidianas, onde quase toda a função celular é influenciada pelo TSH. A regulação da secreção do TSH é influenciada pela tiroxina (T4) e pelo hormônio hipotalâmico TRH. Uma secreção exagerada do TSH em resposta ao TRH ocorre no hipotireoidismo e uma secreção diminuída ou ausente do TSH ocorre em pacientes com hipertireoidismo.
“O TSH, controla a taxa de formação dos hormônios tireoidianos e a secreção da
tireóide.” (POWERS; HOWLEY, 2000, p. 70). Os dois hormônios tiróides metabólicos
compartilham funções semelhantes. Triiodotironina e tiroxina aumentam a taxa metabólica de
quase todos tecidos e podem aumentar a taxa metabólica basal do corpo. O TSH controla a
liberação de triiodotironina e tiroxina, assim seria esperado que com o exercício induzido
aumentasse o nível de TSH, estimulando a glândula tiróide. Realmente o exercício produz um
aumento em tiroxina plasmática, mas há uma demora entre a elevação de TSH e o aumento
dos níveis de tiroxina, além disso durante exercícios prolongados os níveis de tiroxina tendem
20
a permanecem relativamente constantes porém os níveis de triiodotironina tendem a diminuir
(WILMORE; COSTILL, 1999).
A principal ação dos hormônios tireoidianos consiste em um aumento
generalizado da taxa metabólica. Algumas funções associadas a esse aumento no metabolismo
são: uma maior síntese protéica, o que torna os hormônios tireoidianos necessários para o
crescimento e o desenvolvimento normais da pessoa jovem, uma maior quantidade de
enzimas intracelulares, um aumento no número e no tamanho das mitocôndrias, uma maior
captação celular de glicose e aceleração da glicólise e da glicogênese e uma maior
mobilização e oxidação dos ácidos graxos (FOSS; KETEYIAN, 2000).
“Os valores plasmáticos de referência para TSH, com coletas das seis horas às
vinte e uma horas estará entre 0,3 à 0,5 muUI/mL. O TSH apresenta padrão secretório
pulsátil, ocorrendo a maioria dos picos a noite, sendo praticamente inibidos pelo sono.”
(CORONHO, 2001, p. 361).
2.2.3 Hormônio cortisol
Os maiores produtos de secreção do córtex adrenal humano encontram-se em três
níveis: os mineralcorticóides, os andrógenos e os glicocorticóides (MAZZAFERRI, 1982).
Todos são de importância fundamental no metabolismo orgânico. Os hormônios mais ativos
no corpo são os glicocorticóides e são secretados pelas células da camada fascicular
(CORONHO, 2001).
Segundo Wilmore e Costill (1999), os glicocorticóides são essenciais à vida. Eles
nos permitem adaptar a mudanças externas e a tensão. Eles também mantêm níveis de glicose
de plasma alto, caso haja necessidades de períodos longos sem ingerir comida. O cortisol,
também conhecido como hidrocortisona, é o corticosteróide principal. É responsável por
aproximadamente 95% de todo o glicocorticóides ativo no corpo. O cortisol é conhecido por
21
estimular gliconeogênesis para assegurar uma provisão de combustível adequada, aumentar a
mobilização de ácidos graxos livres, diminui a utilização de glicose poupando isto para o
cérebro, estimula o catabolismo de proteína para libertar aminoácidos para uso em síntese de
enzima, e produção de energia, age como antiinflamatório, deprime reações imunes, dentre
outras.
O catabolismo envolve a quebra de energia e a produção de nutrientes, a liberação
de energia livre e elétrons e as suas transferências acopladas para as moléculas intermediárias
e a formação de pouca energia e produtos. As moléculas intermediárias podem ser usadas de
uma maneira controlada e regulada para fornecer a energia livre necessária à reação do
anabolismo exergônico. O anabolismo envolve ligações convalescentes de elétrons, prótons e
pequenas moléculas para produzir moléculas maiores. Dessa maneira, a energia livre é o
preço a ser pago na construção de novas e/ou maiores moléculas e isso ocorre às custas do
aumento de calor e da entropia liberada pelo catabolismo (ROBERGS; ROBERTS, 2002).
Segundo Mazzaferri (1982, p. 204):
A secreção de cortisol é realizada pelo sistema nervoso central (SNC), onde há centros que controlam a elaboração do fator de corticotropina (CRF) pelo hipotálamo. O CRF estimula a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que estimula a secreção e liberação de cortisol pela zona fasciculada do córtex adrenal. A secreção diária do cortisol caracteriza-se por uma atividade aumentada nas primeiras horas do dia e pela inatividade nas últimas horas da noite. Essa variação ocorre por causa do SNC, sendo o ACTH também secretado de maneira rítmica. A maior parte dos picos de liberação hormonal ocorre nas primeiras horas da manhã, e são liberados aproximadamente 20 mg por dia.
O cortisol é o maior glicocorticóide e é regulador importante do metabolismo intermediário. Esses hormônios são sintetizados a partir do colesterol que depois de ingerido é absorvido no intestino e alcançam a membrana da célula fascicular e ligam-se a receptores específicos e se transferem para o interior da célula e sofrem conversões até finalmente se formar o cortisol que é rapidamente difundido do citoplasma para fora da célula, onde vai atuar em vários setores do organismo . São essenciais para a vida humana e, quando há insuficiência supra renal é necessário reposição hormonal (CORONHO, 2001, p. 715).
22
Segundo Coronho (2001, p. 721): “[...] os níveis normais de cortisol, às oito horas
variam de 5 à 30 mcg/dL e declinam às vinte horas para menos da terça parte do valor
normal.”
Quando ocorre stress por lesão tecidual o cortisol estimula a degradação das proteínas teciduais para a formação de aminoácidos, os quais podem ser utilizados no local para a reparação da lesão tecidual. A sobrecarga funcional do músculo pelo treinamento de força ou de endurance é capaz de evitar a atrofia muscular que pode ser causada pelos glicocorticóides (POWERS; HOWLEY, 2000, p. 74).
Os glicocorticóides exercem amplos efeitos no metabolismo da maioria dos tecidos, tendo um efeito catabólico sobre proteínas e lipídeos e ação gliconeogênica. Produz lise do tecido linfóide com decréscimo dos linfócitos circulantes, a osteoporose é induzida como resultado da atividade osteoblástica diminuída, em quantidades fisiológicas, os glicocorticóides aumentam a força muscular, enquanto sua deficiência resulta em fraqueza muscular, porém, em quantidades excessivas levam à perdas de proteínas musculares e conseqüentemente a fraqueza, diminuição da força muscular (MAZZAFERRI, 1982, p. 205).
O cortisol atua intrusamente na imunidade celular, bloqueando a resposta aos
corpos estranhos. Atuam também nos processos inflamatórios inibindo a produção do fator
ativador de plaqueta, levando a diminuição da vasodilatação (CORONHO, 2001).
2.3 Exercício aeróbio
Os exercícios aeróbios são assim denominados devido suas demandas energéticas,
que utilizam o glicogênio, gorduras e proteínas como fonte de combustível. O oxigênio é
necessário, o ATP (adenosina trifosfato) é ressintetizado nas mitocôndrias da célula muscular.
A habilidade para metabolizar oxigênio e outros substratos está relacionada como o número e
concentração de mitocôndrias e células. A capacidade máxima do sistema é grande (90,0
moles de ATP). A potência máxima do sistema é pequena (mol de ATP por minuto)
(KISNER; COLBY, 1998).
Quanto ao recrutamento de unidades motoras, as fibras são recrutadas
seletivamente durante o exercício, e se dividem em fibras de contração lenta (tipo I) e fibras
23
de contração rápida (tipo II a) que se caracterizaram por serem fibras resistentes a fadiga
(McCARDLE, 2003).
Os exercícios aeróbios requerem pouca potência e ocorrem em períodos
prolongados. O gasto energético pode ser determinado facilmente por uma espirometria sendo
computado a partir da quantidade de oxigênio consumido. As unidades usadas para
quantificar gasto de energia são quilocalorias e METS. As atividades são classicadas como
leves ou pesadas de acordo com a energia gasta ou oxigênio consumido ao realizá-las
(LONDERE,1984 apud KISNER; COLBY, 1998).
A determinação da intensidade apropriada do exercício a ser usada é baseada no
princípio da sobrecarga e no princípio da especificidade onde a carga dos exercícios precisa
estar acima do limiar de estímulo de treinamento para que ocorra adaptação (McCARDLE,
2003).
Uma sessão de 20 a 30 minutos é geralmente ideal a uma freqüência cardíaca de
70% da máxima. Quando a intensidade fica abaixo do limiar de freqüência cardíaca, um
período de 45 minutos de exercício pode dar a sobrecarga apropriada (KISNER; COLBY,
1995).
Fisiologicamente, existe um espaço de tempo entre o inicio das atividades e
ajustes corporais necessários para suprir os requerimentos físicos do corpo. O propósito do
período de aquecimento é favorecer os numerosos ajustes que necessitam ocorrer antes da
atividade física (KISNER; COLBY, 1995).
Finalmente, um período de resfriamento é necessário após o exercício segundo
Kisner e Colby (1998): para prevenir acúmulo de sangue nos membros pelo uso contínuo dos
músculos e para manter o retorno venoso. Prevenir tonturas aumentando o retorno de sangue
para o coração e o cérebro à medida que diminui o débito cardíaco e o retorno venoso.
Melhorar o período de recuperação com a oxidação de resíduos do metabolismo e reposição
das reservas energéticas. Prevenir isquemia do miocárdio, arritmias e outras complicações
24
cardiovasculares, e suas características são semelhantes as do período de aquecimento com
exercícios globais e que deve durar aproximadamente 5 a 8 minutos.
2.4 Fibromialgia, hormônios e exercício aeróbio
Segundo Gürsel et al (2001, p. 401): “[...] em alguns estudos foi sugerido que os
pacientes com a síndrome da fibromialgia têm baixos níveis de hormônio de crescimento
(GH) devido ao fato de que o GH é secretado durante as fases 3 e 4 do sono REM e pacientes
com fibromialgia têm distúrbios nestas fases.”
É perceptível o aumento nos níveis de GH após uma hora de exercício, Gürsel et
al (2001) observaram que logo após o exercício há um aumento de aproximadamente quatro
vezes nos níveis de GH.
Gürsel et al (2001), observaram que a efetividade de exercício no tratamento de
fibromialgia é uma convicção geralmente aceita, porém o mecanismo não é bem conhecido.
Em muitos casos pacientes com fibromialgia tiveram melhora com exercício aeróbio, e foi
informado que ocorrem melhoras nos sintomas como fadiga, depressão, pois eles provocam
respostas hormonais que podem ajudar a regular secreção de hormônios.
Os níveis de cortisol em pacientes com fibromialgia se apresentam a baixo do
normal (CROFFORD, 1998).
Os níveis plasmáticos de cortisol tendem a aumentar menos em indivíduos treinados que em pessoas sedentárias que realizam o mesmo nível absoluto de exercício submáximo. O aumento das glândulas supra renais pode resultar tanto da hipertrofia quanto da hiperplasia celular com as sessões repetidas de um treinamento com exercícios de alta intensidade e uma produção correspondentemente alta de cortisol (McCARDLE, 2003, p. 449).
Segundo Samborski (1996, p. 168): “[...] os níveis de TSH foram encontrados
dentro da normalidade.” E segundo McCardle (2003, p. 449): “[...] não ocorre qualquer
modificação no TSH, quando pacientes são submetidos a exercícios regulares.”
25
Anormalidades no HPA (eixo hipotálamo-pituitário-adrenal) em pacientes com
fibromialgia relacionam-se com manifestações sintomáticas principalmente com dor, cansaço,
perturbações do sono e depressão. Nós acreditamos que intervenções que proporcionam
melhora sintomática em pacientes com fibromialgia, podem diretamente ou indiretamente
afetar o eixo HPA. Estas intervenções incluem exercício, antidepressivos tricíclicos.
Considerando que muitos destes sintomas somáticos e psicológicos estão presentes em outras
síndromes que apresentam perturbações neste eixo, parece razoável sugerir que pode haver
alguma relação entre função basal e dinâmica do eixo de HPA e manifestações clínicas de
fibromialgia (CROFFORD, 1998).
A participação no treinamento físico, independente do tipo, tem o potencial de
alterar a secreção de hormônios por alterar o estímulo que os libera, alterar a capacidade das
células de responderem aos hormônios ou alterar a capacidade máxima dos tecidos endócrinos
de liberarem o hormônio (ROBERGS; ROBERTS, 2002).
Com base em nosso levantamento bibliográfico sobre o tema proposto
verificamos a falta ou a pouca informação científica sobre o impacto do exercício físico em
mulheres com fibromialgia.
26
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Segundo Gil (1994), o delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em
sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão de análise e
interpretação de dados.
3.1 Tipo de pesquisa
O tipo da pesquisa será estudo de caso multicaso, que segundo Rauen (2002, p.
210): “É uma análise profunda e exaustiva de um ou de poucos objetos, de modo a permitir o
seu amplo e detalhado conhecimento.” Ainda segundo o mesmo autor, há sempre o perigo de
ser questionada a validade científica de um estudo de caso, em função de sua simplicidade
inicial, trata-se de um estudo que exige severa objetivação, originalidade, coerência e
consistência. Os estudos de caso multicasos são os estudos de dois ou mais sujeitos,
organizações, entre outros.
Bruyne (1994), afirma que o estudo de caso reúne informações tão numerosas e
tão detalhadas quanto o possível, com vistas a apreender a totalidade de uma situação. Por
isso ele recorre a técnicas de coleta das informações igualmente variadas (observações,
entrevistas, documentos) e, aliás, freqüentemente refinadas.
3.2 População e amostra
27
População designa a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas
características, definidas para um determinado estudo. Uma pesquisa geralmente não é feita
com todos os elementos que compõem uma população, costuma-se selecionar uma parte
representativa dela, que é denominada amostra. As amostras intencionais ocorrem através de
uma estratégia adequada onde são colhidos casos para a amostra que represente, por exemplo,
o bom julgamento da população sob algum aspecto, não servindo, conseqüentemente, os
resultados obtidos nesta amostra, para se fazer uma generalização para a população normal
(RUDIO, 1978).
A amostra foi composta por duas mulheres, ambas diagnosticadas com
fibromialgia, segundo os critérios do Colégio Americano de Reumatologia, descrito por Wolf
et al (1990), encaminhadas pelo médico Dr. Nei Bianchine, de Tubarão - SC.
A ID1, 52 anos, data de nascimento em 19/07/1952, moradora do Bairro São João
da cidade de Tubarão, SC, branca, brasileira, do lar, estava fazendo uso de hidroclorotiazida e
captopril.
A ID 2, 22 anos, data de nascimento em 14/03/1982, moradora do bairro São
Martinho da cidade de Tubarão – SC, branca, trabalha como auxiliar administrativa.
A ID1 faltou uma vez e a ID 2 faltou 2 vezes aos atendimentos.
3.2.1 Critérios de inclusão
Utilizamos com critérios de inclusão as diretrizes do Colégio Americano de
Reumatologia (ACR) de 1990 descritos por Wolfe et al (1990) que são:
• Dor generalizada com uma duração mínima de três meses.
• Dor à dígito-pressão de 4 Kg em 11 ou mais dos 18 pontos dolorosos
Presença de algum sintoma associado, como:
28
• Ansiedade ou tensão
• Rigidez matinal
• Sono não restaurador
• Dor nas mãos e pés
• Sensação subjetiva de edema
• Síndrome do colón irritável
• Dismenorréia
• Fenômeno de Raynaud
• Fadiga
• Cefaléia
• Tontura
• Dor abdominal
• Artralgia
• Parestesias
• Depressão
3.2.2 Critérios de exclusão
Usamos como critérios de exclusão:
• Hipertensão arterial não controlada
• Enfermidades no coração
• Enfermidades nos rins
• Enfermidades na pele
• Alcoolismo
• Fumantes
29
3.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados
Os instrumentos utilizados na coleta dos dados foram os seguintes:
Resultados dos exames das taxas dos hormônios:
• Hormônio Cortisol: através da coleta do soro das participantes, o laboratório o
analisou através do método de quimiluminescência;
• Hormônio do crescimento (HGH): através da coleta do soro das participantes, o
laboratório o analisou através do método de imunofluorescência;
• Hormônio tireóide-estimulante (TSH): através da coleta do soro das
participantes, o laboratório o analisou através do método de meia automação Abbott.
Formulário de avaliação (Apêndice – A), contendo simples informações sobre os
dados pessoais, história da doença pregressa, história da doença atual, medicamentos
utilizados pelas participantes.
Também foi utilizado o questionário de impacto da fibromialgia (FIQ) que contém
20 perguntas sobre depressão, rigidez, dor, ansiedade e limitações nas atividades de vida
diárias (AVD’s), conforme o Anexo-C;
O questionário de depressão (Anexo-D), composto por 19 questões, o qual, para
cada questão, continha quatro alternativas onde o participante deveria escolher a que mais se
correlacionava com os sintomas experimentados durante a última semana, antecessora a
aplicação do mesmo.
Por fim foi aplicado a escala análoga visual (EVA) (Anexo-B), a qual é formada
por uma linha de 10 (dez) centímetros, enumerada com zero em uma ponta e dez na outra,
sendo que zero significa nenhuma dor e dez dor insuportável. O participante foi informado
quanto a isso, e marcou o local onde representava a dor experimentada por ele.
30
3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados
O projeto desta pesquisa foi devidamente aprovado pelo comitê de ética em
pesquisa, em 18 de julho de 2004, e registrado no CEP (código): 04.120.4.08.III, conforme
apresentado no anexo E.
As pacientes com fibromialgia, diagnosticadas conforme os critérios do Colégio
americano de reumatologia (ACR) de 1990, foram encaminhadas até a clinica escola de
fisioterapia da UNISUL, campus Tubarão, pelo médico Dr. Nei Bianchine, clínico da dor,
desta mesma cidade. Foram indagadas sobre a possível participação nesta pesquisa. Aquelas
que se disponibilizaram a participarem foram convidadas para uma reunião onde todas as
informações necessárias foram repassadas ou colhidas. No total compareceram seis pacientes,
e se deu no dia 23/09/2004 (vinte e sete de setembro de dois mil e quatro). Dentre estas,
apenas duas preenchiam todos os itens necessários para participarem da pesquisa.
No mesmo dia, assinaram o termo de compromisso (Anexo-A) e responderam a
ficha de avaliação, o questionário de impacto da fibromialgia (FIQ), o questionário de
depressão, e a escala análoga da dor (EVA). Foi então marcado para as participantes
comparecerem no dia 27/09/2004 (vinte e sete de setembro de dois mil e quatro) à clinica
escola de fisioterapia para realizarem o exame dermatológico e ao Laboratório de Análises
Clínicas (LAC) da UNISUL, situado na Avenida José Acácio Moreira, 787 – CEP: 88704-
9000, no horário das dezessete horas e trinta minutos para então coletar as amostras de sangue
para a dosagem dos hormônios Cortisol, TSH e GH.
No dia 04/10/2004 (quatro de outubro de dois mil e quatro) iniciaram-se os
exercícios aeróbios na piscina, seguindo as diretrizes do Colégio Americano de Esportes. A
piscina era térmica, temperatura da água variava de 31º C a 34º C, coberta e com uma
profundidade média de 135 cm. O programa de exercícios foi realizado num período de 10
semanas,numa freqüência de 3 X na semana, com tempo e duração de cada atendimento de 60
31
minutos. Na segunda semana após o inicio dos exercícios, foi realizado apenas um
atendimento, devido a feriados e a indisponibilização da piscina e na primeira semana de
novembro devido a feriado, onde foram realizados 2 encontros.
O programa de exercícios constavam de 10 (dez) minutos de aquecimento, entre
vinte e trinta minutos que se seguiam constavam de exercícios aeróbios; e dez minutos finais
de desaquecimento e relaxamento, conforme Sova (1998).
O aquecimento foi realizado no intuito de evitar algum tipo de lesão era composto
por: andar, andar com passos largos, andar na ponta dos pés, andar nos calcanhares, passo
lateral. O alongamento era realizado apenas após os músculos estarem aquecidos, a posição
de alongamento era mantida por aproximadamente 15 segundos. Os seguintes alongamentos
eram realizados:
Alongamento da panturrilha: participante permanecia na posição de pé, de frente
para a barra, com um dos pés mais atrás, o mais afastado possível, pressionava o calcanhar do
pé que está atrás para baixo, enquanto flexionava o joelho da perna que está a frente, sem que
a linha dos dedos fosse ultrapassada pelo joelho, conforme representado na foto 1:
Foto 1: Alongamento da panturrilha.
32
Alongamento dos flexores de quadril: participante permanecia na posição de pé,
segurava-se na barra, pés afastados, levantava o calcanhar de uma das pernas atrás do corpo,
segurando o pé ou o tornozelo, mantendo o alinhamento do tronco, como representado na foto
2.
Foto 2: Alongamento dos flexores de quadril
Alongamento dos músculos da parte posterior da coxa: participante segurava-se
na barra, flexionava o tronco formando um ângulo de 90º no tornozelo e quadril, como
representado na foto 3.
33
Foto 3: Alongamento dos músculos da parte posterior da coxa.
O aquecimento aeróbio constava de caminhada e passo lateral.
Os exercícios aeróbios realizados foram os seguintes:
Amarelinha: pular com os pés separados; saltar com o pé direito enquanto levanta
o pé esquerdo; saltar com os pés separados; saltar com o pé esquerdo, enquanto levanta o pé
direito. Amarelinha se deslocando. Saltar: saltar quatro vezes com o pé direito; saltar quatro
vezes com o pé direito. Saltar se deslocando. Saltar se deslocando vigorosamente.
Passo lateral, andando para o lado como representado na foto 4 e 5.
Foto 4: Passo lateral. Foto 5: Passo lateral
Saltar: levante a perna direita para o lado, com um grande salto, avance para a
direita e junte os dois pés, continue para a direita até não ter mais espaço, repita os saltos para
a esquerda.
Corrida: corra no lugar durante um minuto, levantando bem alto os joelhos.
Após os exercícios realizados era feito relaxamento utilizando flutuadores e
exercícios respiratórios.
34
Foram no total 10 (dez) semanas para completar o programa de exercícios, então
as participantes foram encaminhadas novamente ao laboratório de Análises Clinicas da
UNISUL no dia 03/12/2004 (três de dezembro de dois mil de quatro), às dezessete horas e
trinta minutos, para nova coleta de sangue para a dosagem dos mesmos hormônios.
Passadas treze semanas, após o término da realização dos exercício, as
participantes foram convidadas a refazerem os exames, que se deu no dia 02/03/2005 (dois de
março de dois mil e cinco), às dezessete horas e trinta minutos.
3.5 Procedimento para análise dos dados
Os dados foram analisados de modo descritivo, segundo os valores colhidos nos
exames 1, 2 e 3.
Para o FIQ, as respostas das questões de 1 (um) à 11 (doze), foram somados
conforme os números circulados pelas participantes, equivalentes ao mesmo, bem como a
questão 13 (treze) à 20 (vinte), assim sendo se circulassem o número um, esta questão somaria
um, já para os dados da questão 12 (doze) se o número circulado fosse o zero, este valeria 7,
se o número circulado fosse o 1 este valeria 6, se o número circulado fosse o 2 este valeria 5,
e assim sucessivamente.
Para a EVA, foi averiguado em centímetros o local assinalado pelas participantes,
este sendo equivalente a resposta.
Para o questionário de depressão foi feito o somatório conforme o número
circulado pela participante. Assim sendo, quando circularam o número 2, esta questão foi
equivalente ao somatório 2.
Utilizamos o software Microsoft ® Excel 9.0 para confecção dos gráficos.
35
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Análise dos dados da variável depressão
Os resultados colhidos com o questionário de depressão, mostrados na tabela 1,
mostram que as participantes apresentam sintomas depressivos, sendo que os valores variam
de 0 à 57, e quanto mais perto de 57 mais sintomas depressivos a paciente apresenta, como
cita Greenberger e Padescky (1999).
Tabela 1 – Análise dos dados obtidos com o questionário de depressão.
Sujeito Antes 10 semanas depois 1 ID 1 25 15 2 ID 2 24 22 Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
Sugere-se que a dor, a inaptidão e a incapacidade vivenciada por estas pessoas, as
levam a este tipo de pensamentos e sentimentos, assim como a insônia, a mudança constante
no humor dentre outros. Após o programa de exercícios melhoraram seus escores conforme o
gráfico 1.
Gráfico1: Representação gráfica dos dados referentes aos resultados do questionário de
depressão.
36
15
22
25
24
0
5
10
15
20
25
30
Coleta 1 Coleta 2
Esc
ala
de D
epre
ssão
ID 1
ID 2
Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
Sugere-se que esta melhora se deva aos exercícios aeróbios e pelo fato de terem
sido realizados na água, já que atividades realizadas na água são divertidas, agradáveis,
estimulantes, o condicionamento aeróbio melhora a função cárdio-pulmonar, vai aumentar a
flexibilidade, a agilidade, além do mais, vai aumentar o bem estar emocional, a auto-estima
levando a uma atitude positiva, agindo em vários sintomas que poderiam levar a estes tipos de
sentimentos.
Segundo Greenberger e Padescky (1999), os sintomas cognitivos da depressão
incluem autocrítica, desesperança, pensamentos suicidas, dificuldade de concentração e
negatividade generalizada. As mudanças comportamentais associadas à depressão incluem
afastar-se de outras pessoas, não fazer tantas atividades prazerosas e agradáveis como de
costume e ter dificuldades de iniciar atividades. Os sintomas físicos associados à depressão
incluem insônia, dormir mais ou menos do que de costume, cansaço, comer mais ou menos do
que de costume e alterações de peso, os sintomas emocionais que acompanham a depressão
incluem sentimentos de tristeza, irritabilidade, raiva, culpa e nervosismo.
Para Suhr (2003), fatores psicológicos, como depressão, e fadiga, são importantes
reclamações cognitivas subjetivas na fibromialgia.
37
Briley e Moret (2003), observam que a fibromialgia parece estar associado
fortemente com a depressão ou pelo menos com alguns sintomas de depressão, e
antidepressivos tem efeito no tratamento desta desordem.
Segundo o estudo de Valim et al (2003), que comparava o exercício aeróbio com
o alongamento na fibromialgia em relação a função, dor, qualidade de vida, depressão, e
ansiedade, aptidão de cardiorrespiratória, concluíram que o exercício aeróbio é extremamente
benéfico e superior ao alongamento para pacientes com fibromialgia principalmente para dor,
depressão, função e aspectos emocionais.
É sabido que a maioria dos pacientes com fibromialgia tem sintomas depressivos,
e pacientes deprimentes que sofrem de dor não são incomuns. Alguns investigadores
sugestionam uma possível conexão então entre fibromialgia e depressão (SCHAFFER;
DONLON; BITTLE, 1980).
Após observar os benefícios promovidos pelo exercício físico, constatou-se que o
exercício físico pode estar relacionado com a redução dos níveis de depressão e tendência de
melhora na ansiedade (THOMPSON; BAXENDALE; DUNCAN, 2000).
Braga et al (2003), através de um estudo com 30 pacientes submetidos a 12
semanas de exercícios aeróbios, 3 vezes na semana concluíram que esta prática é suficiente
para decrescer os níveis de depressão.
4.2 Análise dos dados da variável dor
Os resultados da escala análoga da dor mostram que antes do programa de
exercícios as participantes apresentavam um dor generalizada acima de 7, segundo esta
escala, como apresentado na tabela 2.
38
Tabela 2 – Análise dos dados obtidos com a escala visual análoga
sujeito Antes 10 semanas depois 1 ID 1 8,1 6,2 2 ID 2 7,3 5,3 Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
Após a realização do programa de exercícios os escores tiveram uma queda,
ficando sua graduação abaixo de sete, apontam para uma melhora, alívio na dor generalizada
com a prática de exercício aeróbio, como pode ser melhor visualizado no gráfico 2.
Gráfico 2: Representação gráfica dos dados referentes a escala visual análoga (EVA).
6,28,1
5,3
7,3
0
2
4
6
8
10
Coleta 1 Coleta 2
Esc
ala
visu
la a
nálo
ga
ID 1
ID 2
Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
A dor é a principal queixa relatada por pacientes com esta síndrome, sugere-se
que deva ser a principal causa de inaptidão, sedentarismo e outro sintomas. Pode indicar-se
que a melhora nesta variável deva ser, primariamente pelos efeitos da água, o relaxamento
que ela causa de imediato, pela quebra do sedentarismo e pelos efeitos tróficos do exercício.
Yildiz, Kiralp e Akin (2004), mostram um aumento significante no limiar de dor
através da EVA em grupo de pacientes com fibromialgia.
39
Está obscuro se a depressão desenvolve como uma reação à dor crônica ou
representa uma doença independente dentro da fibromialgia (NEECK, 2000).
Um dos critérios da ACR para definir a fibromialgia é que a pessoa apresente
onze ou mais, dos dezoito pontos sensíveis chamados de tender points que são áreas
localizadas de stress miofacial e de hiper-reatividade neural. (EISING et al, 1994). Quando
são encontradas próximas à coluna, são conhecidas como áreas de facilitação segmentares.
Quando ocorrem em ligamentos, tendões ou tecidos periosteais, são chamados ponto gatilho,
e se situadas em músculos ou fáscias são denominados pontos gatilhos “miofasciais”
(CHAITOW, 2002).
Se uma determinada dor é grave o suficiente para levar um paciente a procurar
aconselhamento profissional (na ausência de dor orgânica), isto em geral envolve dor referida
e, portanto, uma área disparadora é provavelmente um fator (TRAVELL; SIPSON, 1986,
apud CHAITOW, 2002). Sendo essa área os pontos gatilhos miofasciais, estes e as dores que
produzem serão aumentadas por todas as formas de estresse que influenciam aquele paciente.
Alguns fatores podem aumentar a atividade dos ponto gatilhos: deficiências nutricionais
(especialmente vitamina C e complexo B e ferro), desequilíbrios hormonais (baixa produção
de hormônio tireoidiano, infecções, alergias, baixa oxigenação dos tecidos) (STARLANYE;
COPELAND, 1996, apud CHAITOW, 2002).
Uma das possíveis causas da dor global relatada pelos pacientes com fibromialgia
seria uma baixa produção de serotonina ou uma baixa captação pelas plaquetas. A serotonina
é um neurotransmissor inibitório na iniciação e manutenção de sono restaurativo
(MOLDOFSKY, 1982 apud CHAITOW, 2002). Também é sugerido que ela atue no tálamo
como regulador de percepção da dor e também atue adicionalmente como regulador de
liberação hormonal, incluindo hormônio de crescimento (HGH) (RUSSEL et al, 1992).
Segundo Chaitow (2002), a serotonina tem uma influência amortecedora na
percepção de dor e a substância P (normalmente liberada pelos tecidos da medula espinhal
40
como uma resposta a estímulo doloroso), ajuda na transmissão de mensagens de dor periférica
ao cérebro. Assim se os níveis de serotonina são mais baixos que o normal, ou se os níveis de
substância P são mais altos que o normal, a transmissão de dor será ampliada.
Os benefícios fisiológicos e psicológicos, observados após a prática de
exercícios físicos, podem estar relacionados a alterações bioquímicas envolvidas com
liberação de neurotransmissores, com a ativação de receptores específicos e com a adequação
dos níveis serotoninérgicos (SONENREICH; CORRÊA; ESTEVÃO, 1991).
4.3 Análise dos dados da variável qualidade de vida
A qualidade de vida nos pacientes com fibromialgia normalmente aparece
reduzida, devido aos inúmeros sintomas decorrentes desta síndrome. No questionário para
impacto da fibromialgia, aplicado neste estudo, com o intuito de avaliar a qualidade de vida,
apontou uma grande discrepância entre as duas participantes como pode ser observado na
tabela 3, isto pode estar relacionado a severidade da síndrome em cada uma, a forma com que
os sintomas se apresentam e como interferem na vida diária. A ID 2 é muito mais jovem, é
cabível que seria mais ativa, ou devesse ter uma vida mais ativa, e que a síndrome venha a
interferir muito mais diretamente na sua qualidade de vida comparando com a ID 1.
Tabela 3 – Análise dos dados obtidos com o questionário de impacto da fibromialgia
Sujeito Antes 10 semanas depois 1 ID 1 66 56 2 ID 2 93 90 Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
Observamos no gráfico 3 a diferença clara entre os resultados de cada participante
e também fica claro que os escores de ambas as participantes diminuíram após o programa de
41
exercícios completos, evidenciando uma melhora na qualidade de vida das duas, provando
que a prática do exercício físico interfere na vida diária de seus praticantes. Sugere-se que ele
haja principalmente nos sintomas associados à fibromialgia, aliviando muitos deles, promove
relaxamente, a pessoa torna-se mais ativa, mais motivada, e isso venha a se refletir em sua
qualidade de vida.
Gráfico 3 – Análise gráfica dos dados obtidos com o questionário de impacto da fibromialgia
0
20
40
60
80
100
Coleta 1 Coleta 2
Que
stio
nário
de
Impa
cto
da
Fib
rom
ialg
ia
ID 1
ID 2
Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
Qualidade de vida é a "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no
contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações", que pode ser avaliada através de questionários.
(AHLES et al, 1991). A qualidade de vida ligada á saúde aplica-se a pessoas sabidamente
doentes e diz respeito ao grau de limitação e desconforto que a doença e/ou a sua terapêutica
acarretam ao paciente e à sua vida, é, ainda assim, uma concepção pluridimensional, dado que
engloba todos os aspectos da vida da pessoa potencialmente atingidos pelo adoecer e
extrapola à pura e simples limitação física (SILVA, 1999). A fibromialgia provoca um
impacto negativo importante na qualidade de vida dos pacientes. O impacto global envolve
aspectos pessoais, profissionais, familiares e sociais (MARTINEZ et al., 1995).
42
O impacto na qualidade de vida correlaciona-se fortemente com a intensidade da
dor, fadiga e decréscimo da capacidade funcional. Dessa forma, a utilização desses
instrumentos enquanto método de acompanhamento clínico é bastante interessante, quando
associada às medidas de avaliação dos sintomas. Levando-se em conta a capacidade dos
instrumentos genéricos de detectar mudanças, eles devem merecer a preferência quando das
avaliações evolutivas (BURCKHARDT; CLARK; BENNETT, 1991).
O questionário conhecido como questionário de impacto da fibromialgia ou,
simplesmente, FIQ é o instrumento específico para a avaliação do impacto na qualidade de
vida. É composto de questões relacionadas à influência da doença nas atividades do dia-a-dia,
nas atividades profissionais e questões relacionadas à intensidade dos principais sintomas. O
FIQ tem boa confiabilidade (BURCKHARDT; CLARK; BENNETT, 1991).
Segundo Rivera e González (2004), o FIQ é um seguro, válido e responsivo
questionário para medir mudanças no estado de saúde e função física dos pacientes com
fibromialgia.
Cedraschi, Desmeules, e Rapiti (2004), após aplicarem um programa de exercícios
de baixa intensidade em piscina terapêutica em pacientes com fibromialgia, quebrando a
inatividade dos mesmos, encontraram uma melhora significantes no escore do FIQ comparado
antes de inciarem os exercícios e após completar o programa.
A medida que se logra obter melhor estado de bem-estar nas esferas físicas,
emocional e profissional, tais ganhos se refletem, quase que automaticamente, em outras
dimensões que integram o universo da pessoa como a social, a intelectual e a espiritual.
Alguém cujo corpo funciona bem e sente-se bem consigo mesmo e com o que faz tende a se
relacionar melhor com as outras pessoas e a produz mais intelectualmente, passam a desfrutar
de melhor saúde e qualidade de vida.
4.4 Análise dos dados do Hormônio Tireóide-estimulante (TSH)
43
As taxas do hormônio tireóide-estimulante estavam dentro na normalidade, já que
dentro da normalidade seus valores podem variar de 0,49 à 4,67 muUI/mL, na primeira coleta
e mantiveram-se assim, como pode ser observado na tabela 4. Porém podemos observar um
aumento nos valores logo após completado o programa de exercícios, e após 13 semanas em
repouso ela caiu ficando abaixo do primeiro valor coletado.
Tabela 4 – Análise dos resultados das taxas do hormônio TSH (uUl/ml)
Sujeito Antes 10 semanas depois 13 semanas repouso 1 ID 1 1,26 1,62 1,07 2 ID 2 0,56 0,67 0,42 Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
Os resultados podem ser melhor visualizados no gráfico 4. Para o aumento da
taxa hormonal sugere-se que seja pelos efeitos da pratica do exercício físico.
Gráfico 4 – Análise gráfica das taxas do hormônio tireóide-estimulante (TSH)
0
1
2
3
4
5
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
TS
H [u
UI/m
l]
ID 1
ID 2
Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
Samborski, Stratz e Schochat et al (1996), falam que não há alteração significante
nos níveis de ACTH e TSH em pacientes com fibromialgia, já para Neeck (2000) as taxas de
TSH podem estar abaixo do normal.
44
Baixas cargas de trabalho submáximo não modificam as taxas do TSH durante o
exercício nem nas 24 horas que sucedem o mesmo, sendo comprovado por Grawl, Park e
Rose (1979), com exercícios na bicicleta ergométrica. Refsum, Strömme (1979, appud FOSS;
KETEYIAN, 2000), falam que a elevação prolongada e acentuada nos níveis sangüíneos do
TSH é devida mais provavelmente a um déficit periférico persistente nos hormônios
tireoidianos causado pelo exercício. Isso estimula a liberação do TSH pela adeno-hipófise. A
elevação do TSH observada nos primeiros dias após o exercício deve ser pela redução de
tiroxina e triiodotironina após o exercício por uma possível incapacidade da tireóide em
atender as maiores demandas celulares desses hormônios.
Os sintomas da fibromialgia se assemelham muito aos do hipotireoidismo,
inclusive a depressão, fadiga mental, ansiedade, memória fraca, perturbações do sono,
cefaléia, disfunções gastrintestinais, irregularidades menstruais, fadiga, hipoglicemia,
sensibilidade a resfriados, suscetibilidade aumentada à infecções, sintomas
musculoesqueléticos e problemas de pele (WILKE, 1981; SONKIN, 1985 apud CHAITOW,
2002).
Segundo Yellin (1997 apud CHAITOW, 2002), o hormônio tireoidiano regula a
substância P em pequenos núcleos cerebrais, na pituitária anterior, na medula lombar e nos
gânglios da raiz dorsal, a regulação inadequada da transcrição gênica pelo hormônio
tireoidiano pode não somente levar a um nível elevado de substância P, mas também a todos
os outros dados objetivos e sintoma associados da fibromialgia.
O exercício permite aos pacientes capitalizarem a capacidade metabólica
aumentada provida por hormônio tireoidiano e suplementos (LOWE, 1997 apud CHAITOW,
2002).
4.5 Análise dos dados do Hormônio Cortisol
45
As taxas do hormônio cortisol apresentam-se dentro da normalidade (2,5 à 12,5
mcg/dl), na primeira coleta como pode ser observado na tabela 5. Podemos observar uma
queda nos valores logo após completado o programa de exercícios, mantendo-se ainda dentro
da normalidade, caindo ainda mais na terceira coleta. A diferença apresentada entre as
participantes deve-se a diferença de idade entre as duas. É pressuposto que pessoas mais
jovens apresentem taxas do cortisol mais altas quando comparadas a pessoas de mais idade.
Tabela 5 – Análise dos resultados das taxas do hormônio Cortisol (mcg/dl)
Sujeito Antes 10 semanas depois 13 semanas repouso 1 ID 1 2,70 2,10 1,9 2 ID 2 12,50 10,20 10,10 Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
A diferença nos resultados podem ser mais bem visualizados no gráfico 5. Para a
queda nas taxas do cortisol sugere-se os efeitos do exercício, ou então ao tempo entre o
término do programa de exercícios e a coleta do material para a análise.
Gráfico 5 – Análise gráfica das taxas do hormônio Cortisol
0
2
4
6
8
10
12
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
Cor
tisol
[mcg
/dl]
ID 1ID 2
Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
46
Segundo Gur et al (2003), os níveis de cortisol estavam significativamente baixos
nos pacientes com fibromialgia e níveis de depressão alto comparados com o grupo controle e
não havia nenhuma diferença no grupo de pacientes com níveis de depressão baixo e o grupo
controle.
Gur et al (2004), chegaram a conclusões, segundo suas pesquisas de que os níveis
de cortisol eram relativamente baixo em pacientes com fadiga, depressão, perturbações do
sono sendo que a correlação com os tender points também eram significantes.
Foi achado nos estudos de Gur et al (2003), que os índices no inventário de
depressão de Beck eram altos em pacientes com fibromialgia sendo que os níveis de cortisol
eram significativamente baixos nesses pacientes.
As concentrações de cortisol podem aumentar, exponencialmente, com o exercício
progressivo e rápido, auxiliando as principais funções do hormônio do crescimento, ele
também aumenta a mobilização de ácidos graxos livres do tecido adiposo, assim como
diminui o consumo de aminoácidos pelos tecidos periféricos provocando um aumento nos
aminoácidos circulantes. Os aminoácidos aumentados são predominantemente usados pelo
fígado na gliconeogênese, entretanto durante o exercício progressivo ou intenso por curto
período de tempo, os estoques de carboidrato do organismo não são depletados e há uma
pequena necessidade para a gliconeogênese hepática. Consequentemente, o benefício
metabólico da liberação de cortisol durante o exercício intenso poderia também ser limitado
ao período imediato da recuperação (ROBERGS; ROBERTS, 2002).
Para Foss e Keteyian (2002), a resposta ao exercício do hormônio do cortisol, é
inconstante e variada. Durante um exercício ligeiro ou moderado, pode não haver qualquer
alteração ou apenas uma pequena redução nos níveis sangüíneos de cortisol. Entretanto, se o
exercício for prolongado até a exaustão, pode-se constatar um aumento no cortisol. Além
disso, o treinamento físico parece não alterar as respostas do cortisol ao exercício. As
modificações na secreção do cortisol observadas com o exercício são estimuladas
47
presumivelmente por um aumento na liberação do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH)
pela adeno-hipófise. Uma maior secreção de cortisol constitui uma resposta geral ao estresse.
Portanto o exercício leve ou ligeiro, onde o estresse pode ser pequeno, é possível não observar
qualquer alteração no cortisol. Uma maneira como o cortisol poderia beneficiar o desempenho
nos exercícios seria a dos seus efeitos gliconeogênicos sobre o fígado, como já citado.
4.6 Análise dos dados do Hormônio do Crescimento (GH)
Os níveis do hormônio de crescimento também apresentaram-se normais (valor de
referencia menor que 4,5 nanog/mL), na primeira coleta realizada, como apresentado na
tabela 6. Na coleta realizada após o programa de exercícios completos, apresentou um
pequeno aumento na ID 2, como será apresentado a seguir. Na última coleta realizada a
alteração foi a redução nos valores encontrados.
Tabela 6 – Análise dos resultados das taxas do hormônio GH (nanog/mL)
Sujeito Antes 10 semanas depois 13 semanas repouso 1 ID 1 0,10 0,10 0,05 2 ID 2 0,40 0,45 0,42 Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
Após o programa de exercícios completo praticamente não ocorreram mudanças
na taxa desse hormônio, como pode ser melhor visualizado no gráfico 6. Para tal sugere-se
que o exercício físico, praticado com este protocolo, não surtiu efeitos na produção, liberação
ou captação deste hormônio, ou então ao tempo entre o término do programa de exercícios e a
coleta do material para a análise.
48
Gráfico 6 – Análise gráfica das taxas do hormônio de crescimento
0
1
2
3
4
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
GH
[nan
og/m
l]
ID 1ID 2
Fonte: pesquisa realizada pela autora em 2004.
Geenen, Jacobs e Bijlsma (2002) tiveram em seus achados que o nível de GH está
na parte mais baixa da gama normal em pacientes com fibromialgia.
Paiva et al (2002), compararam os níveis de GH e cortisol entre pacientes com
fibromialgia e pacientes saudáveis, durante um mês, a coleta era feita uma hora antes do
exercício, imediatamente antes de exercício, imediatamente depois de exercício, e uma hora
depois de exercício; as conclusões foram: os pacientes com fibromialgia têm uma resposta de
GH reduzida ao se exercitar sendo que a secreção de GH defeituosa pode acontecer em
pacientes com níveis de IGF-1 normais, é imaginado que a resposta de GH defeituosa em
pacientes com fibromialgia, ao se exercitar, é o resultado de níveis aumentados de
somatostatina, um hormônio hipotalâmico que inibe as secreção de GH.
Para Bennett (1998), a deficiência no hormônio de crescimento (GH) acontece
aproximadamente em 30% dos pacientes. Pacientes com fibromialgia que tratam a deficiência
do GH melhoram várias características clínicas, inclusive a quantidade de tender points.
Entre pacientes de fibromialgia que fizeram terapia com GH tiveram dor reduzida,
e melhorou sintomas globais (BENNETT; CLARK; WALCZYK, 1998). Comparou-se um
grupo controle com pacientes de fibromialgia achando-se que estes também têm os mais
baixos níveis de GH sendo que ultimamente, baixas concentrações de GH estão sendo
49
correlatadas com qualidade de sono pobre (BAGGE; BENGTSSON; CARLSSON et al,
1998).
Nas 24 horas do ciclo diário, acontece um pulso maior de secreção de GH logo
antes ou com o início do sono, concentrações reduzidas de GH acontecem quando o sono é
privado e o despertar noturnos são associados com taxas de secreção reduzidas de GH (VON;
NORMAN; ARMSTRONG, 1996). Foram encontrados movimento dos olhos aumentado
entre a fase 1 sono (uma fase de transição entre vigilância e sono) e vigilância, mais evidente
na primeira metade da noite, em mulheres com fibromialgia comparado com grupo controle
(LANDIS; LENTZ; ROTHERMEL, 2001).
Foi correlacionada a depressão principal com a função hipotalâmica-pituitária
alterada, especialmente manifestou com concentrações diminuídas de GH durante a primeira
metade do período de sono em mulheres com depressão periódica (JARRETT; KUPFER;
MIEWALD, 1994).
A máxima secreção de GH acontece durante fase 4 do sono, e esta fase está
reduzida em pacientes com fibromialgia. Na realidade foi achado uma diminuição marcada na
secreção de GH à noite em associação com comprimento reduzido da fase III-IV do sono. Isso
poderia contribuir com sintomas como tolerância reduzida ao exercício, vitalidade
prejudicada, intolerância ao frio, fraqueza muscular, e um sentimento de isolamento social
(BAGGE et al, 1998).
As concentrações do hormônio do crescimento alteram-se durante o exercício,
sendo que aumentam de forma linear. A função primária do hormônio do crescimento é
aumentar as concentrações circulantes de ácidos graxos livres e inibir o consumo de glicose
pelos tecidos periféricos, conservando assim a glicose sangüínea. Durante o exercício intenso
esses efeitos são redundantes pelas concentrações aumentadas de catecolaminas e ocorre
quase uma dependência total do catabolismo de carboidratos no músculo esquelético. As
concentrações aumentadas do hormônio do crescimento durante o exercício auxiliariam na
50
recuperação do exercício, pois a meia vida do hormônio do crescimento é algumas vezes mais
prolongada do que a das catecolaminas, o que permitiria a economia de glicose, a síntese
aumentada de glicogênio muscular e rápidos aumentos no catabolismo lipídico do músculo
esquelético (ROBERGS; ROBERT, 2002).
O aumento do hormônio do crescimento, secretado pela adeno-hipófise, durante o
exercício, será tanto mais elevado quanto maior for a intensidade do exercício. Existem
evidências de que os aumentos podem ser devidos a elevações na temperatura corporal e não
aos efeitos do exercício propriamente dito. O hormônio de crescimento não aumenta
imediatamente durante o exercício, mas, pelo contrário, aumenta gradualmente com o passar
do tempo, sendo esse achado contrário a idéia de que uma maior liberação de hormônio do
crescimento durante o exercício desempenha um papel significativo na mobilização e no
metabolismo dos ácidos graxos (FOSS; KETEYIAN, 2000).
Ainda conforme os mesmos autores, a resposta do hormônio do crescimento ao
exercício parece estar relaciona ao nível de aptidão do indivíduo, podendo ser demonstrado de
duas maneiras: observa-se um menor aumento do hormônio do crescimento durante o
exercício da mesma intensidade no indivíduo treinado do que naquele destreinado e a queda
no hormônio do crescimento após o exercício é mais rápida no indivíduo treinado que no
destreinado.
51
5 CONCLUSÕES
Este trabalho teve como proposta a analisar os efeitos do exercício aeróbio
realizado em piscina terapêutica sobre a taxa dos hormônios GH, TSH e Cortisol, além da
depressão, qualidade de vida e presença de dor generalizada, em mulheres com fibromialgia.
Está de acordo com a literatura em termos dos benefícios adquiridos pelo
exercício em pacientes com fibromialgia.
• Com a prática de exercício físico os sintomas depressivos das participantes
estudadas foram reduzidos.
• Com a prática de exercício físico a qualidade de vida das participantes estudadas
foi melhorada
• Com a pratica de exercício físico a for referida pelas participantes estudadas foi
diminuída
• Com a prática de exercício físico, primeiramente a taxa do Hormônio tireóide-
estimulante elevou-se, porém com a interrupção da prática dos exercícios sua taxa caiu, o que
mostra a importância da pratica constante de exercícios físicos por mulheres com
fibromialgia.
• Com a prática de exercício físico não houve alteração nas taxas do HGH em um
primeiro momento, porém com a sua interrupção as taxas caíram, o que mostra a importância
da pratica constante de exercícios físicos por mulheres com fibromialgia.
52
• Com a prática de exercício físico primeiramente as taxas do Cortisol reduziram,
mantendo-as dentro da normalidade, e caiu novamente na terceira coleta.
• A heterogeneidade da amostra e o tipo de exercício dificultaram a concordância
entre este trabalho e outros.
• Como sugestão para trabalhos futuros, fica um aumento na amostra utilizada,
para que os resultados possam ser validados a toda população. A ampliação do perfil
hormonal estudado, pode-se também analisar o perfil lipídico, glicêmico e de eletrólitos. Mais
trabalhos devem ser realizados para identificar as características dos pacientes com
fibromialgia que vão se beneficiar com determinados tipos de exercícios.
53
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58
APÊNDICE A FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO
59
Nome:___________________________________________Idade:___________________ Sexo: _________________________________________Data de nascimento:__________ Endereço: _____________________________________Cidade/Bairro:_______________ Religião: ______________________________________Raça: ______________________ Ocupação:_____________________________________ Médico:____________________ Diagnóstico médico:_____________________________Telefone:____________________ Exames complementares:_____________________________________________________ Queixa principal: ____________________________________________________________ __________________________________________________________________________ História da doença atual: ______________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ História da doença pregressa:___________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Medicamentos:______________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________
60
ANEXO A TERMO DE CONCENTIMENTO LIVRE E EXCLARECIDO
61
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Observações: 1. Preencha na linguagem coloquial do sujeito e/ou paciente a ser pesquisado. 2. Em caso de pessoas legalmente não autônomas ou com capacidade de decisão diminuída, este termo de consentimento deve ser assinado pelo seu responsável legal.
Disciplina de Fisioterapia Aplicada a Ortopedia, Traumatologia e Reumatologia II.
Gostaria de obter todas as informações sobre este estudo:
a- tempo que terei de ficar disponível;
b- quantas sessões serão necessárias (com dia e horário previamente marcados);
c- detalhes sobre todos os procedimentos (testes, tratamentos, exercícios, etc.);
d- local onde será realizado;
e- equipamentos ou instrumentos que serão utilizados;
f- se preciso vestir alguma roupa ou sapato apropriado;
e quaisquer outras informações sobre o procedimento do estudo a ser realizado em mim.
Quais as medidas a serem obtidas?
Quais os riscos e desconfortos que podem ocorrer?
Quais os meus benefícios e vantagens em fazer parte deste estudo?
Quais as pessoas que estarão me acompanhando durante os procedimentos práticos deste estudo?
Existe algum questionário que preciso preencher? Sou obrigado a responder a todas as perguntas?
PESSOA PARA CONTATO: NÚMERO DO TELEFONE:
62
Prof. Aderbal Silva Aguiar Jr
(pesquisador responsável)
(48) 9986-8070
ENDEREÇO: R Simeão E Menezes 68 Tubarão-SC
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.
Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Nome por extenso :
RG :
Local e Data:
Assinatura:
63
ANEXO B ESCALA VISUAL ANÁLOGA DE DOR (EVA)
64
1 ____________________________________________________ 10 Obs.: Sendo que 1 não tem nenhuma dor e 10 é uma dor insuportável. Fonte: STARKEY, C. Recursos terapêuticos em fisioterapia. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001
65
ANEXO C QUESTIONÁRIO DE IMPACTO DA FIBROMIALGIA (FIQ)
66
Nome: ____________________________________________ Data: / /
Instruções: Para as questões de 1 a 11, por favor circule o número que melhor descreve como
você fez globalmente durante a última semana. Se você não fizer normalmente algo que é
perguntado, risque a pergunta.
0 - sempre
1 - a maioria
2 - ocasionalmente
3 - nunca
Você é capaz para:
1. Fazer compra? ……………………………............0 1 2 3
2. Lavar roupa com uma lavadora e secadora? ..........0 1 2 3
3. Preparar comidas? .......................................... .......0 1 2 3
4. Lavar utensílios de cozinha/pratos à mão?..............0 1 2 3
5. Limpar com aspirador de pó um tapete?.................0 1 2 3
6. Arrumar camas? .....................................................0 1 2 3
7. Caminhar vários quarteirões? .................................0 1 2 3
8. Visitar amigos ou parentes? ....................................0 1 2 3
9. Trabalhar no quintal?...............................................0 1 2 3
10. Dirigir um carro? ..................................................0 1 2 3
11. Escalar degraus? ...................................................0 1 2 3
12. Dos 7 dias na última semana, quantos dias você sentiu-se bem? 0 1 2 3 4 5 6 7
13. Quantos dias da semana passada você perdeu o trabalho, inclusive serviço doméstico, por
causa da fibromialgia? 0 1 2 3 4 5 6 7
Instruções: Para os itens restantes, marque o ponto na linha que melhor indica como você se
sentiu no geral durante a última semana.
14. Quando você trabalhou, quanto doeu ou outros sintomas da fibromialgia interferiram na
sua habilidade para fazer seu trabalho, inclusive serviço doméstico?
___/___/___/ ___/___/ ___/ ___/ ___/ ___/___.
Nenhum problema com trabalho Grande dificuldade com trabalho
15. Como tem sido sua dor ?
___/ ___/___/ ___/___/ ___/ ___/ ___/ ___/___.
67
Nenhuma dor dor Muito severa
16. O quanto tem se sentido cansado?
___/ ___/___/ ___/___/ ___/ ___/ ___/ ___/___.
Nenhuma fadiga Muito cansado
17. Como você se sente quando levanta pela manhã?
___/ ___/___/___/___/ ___/ ___/ ___/ ___/___.
Despertado bem descansado Despertado muito cansado
18. Como tem sido sua rigidez?
___/ ___/___/ ___/___/ ___/ ___/ ___/ ___/___.
Nenhuma rigidez Muita rigidez
19. Quanto nervoso ou ansioso tem se sentido?
___/ ___/___/ ___/___/ ___/ ___/ ___/ ___/___.
Não ansioso Muito ansioso
20. O quanto vem se sentindo deprimido?
___/ ___/___/ ___/___/ ___/ ___/ ___/ ___/___.
Deprimido Muito deprimido
Fonte: BURCKHARD, C. S.; CLARK, S.R. S.; BENNETT, R. M. The fibromyalgia Impact
Questionnaire: development and validation. Journal of Rheumatology, n.18, p. 728-734,
1991.
68
ANEXO D QUESTIONÁRIO DE DEPRESSÃO
69
Inventário de depressão de A mente vencendo o Humor
Circule o número, em cada item, que melhor descreve o quanto você
experimentou cada sintoma durante a última semana.
Nem um pouco
As vezes
Frequentemente A maior parte do tempo
1 Humor triste ou deprimido 0 1 2 3
2 Sentindo-se culpado 0 1 2 3
3 Humor irritado 0 1 2 3
4 Menos interesse ou prazer em
atividades de costume
0 1 2 3
5 Fugindo ou evitando as pessoas 0 1 2 3
6 Achar mais difícil fazer as coisas
do que de costume
0 1 2 3
7 Vendo-se a si mesmo como inútil 0 1 2 3
8 Dificuldade para se concentrar 0 1 2 3
9 Dificuldade de tomar decisões 0 1 2 3
10 Pensamentos suicidas 0 1 2 3
11 Pensamentos de morte recente 0 1 2 3
12 Pensar num plano suicida 0 1 2 3
13 Baixa auto-estima 0 1 2 3
14 Não ver esperança no futuro 0 1 2 3
15 Pensamentos de autocrítica 0 1 2 3
16 Cansaço ou perda de energia 0 1 2 3
17 Perda de peso importante ou 0 1 2 3
70
diminuição do apetite (não incluir
perda de peso decorrente de dieta)
18 Alteração no padrão de sono-
dificuldade para dormir ou dormir
mais ou menos do que de costume
0 1 2 3
19 Desejo sexual diminuído 0 1 2 3
Fonte: GREENBERGER, D. PADESCKY,C.A. A mente vencendo o humor. Porto Alegre: Artmed, 1999, p. 10
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