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13BELO HORIZONTE, MG - BRASIL, 15 de março a 15 de abril de 2013

Secretária de Casa Civil Maria Coeli destacaavanços e desafios das mulheres no século XXI

Quais os avanços dasmulheres nos últimosanos? Já se pode falarem protagonismo femi-nino?

Afinal, em 2013, qualo papel delas na socie-dade? No Dia Internacio-nal da Mulher, asecretária de Estado deCasa Civil e de RelaçõesInstitucionais, MariaCoeli Simões Pires, fazuma reflexão sobre estase outras questões ligadasao posicionamento e tra-tamento do gênero femi-nino na atualidade.

Com mais oportuni-dades de atuação nomercado de trabalho ena esfera pública emgeral, as mulheres, se-gundo Maria Coeli, de-monstram um podertransformador das rela-ções humanas e dos pro-cessos já estabelecidos.“Elas vêm exercendo umcrescente papel na hu-manização das relaçõesde poder, o que jamaispoderá ser confundido

com a fragilização de suapresença nos espaços degovernança”, observa.

Segundo a secretária,Minas Gerais é hoje umdos Estados que maisavançaram em políticasde proteção e promoçãodas mulheres, processoiniciado em 1983,quando o então governa-dor Tancredo Neves criouo Conselho Estadual dasMulheres. “Diversas ou-

tras iniciativas, no âm-bito do Poder Judiciário,do Poder Legislativo edas instituições essen-ciais à Justiça, agregam-se a essas, ganhandocorpo em projetos capi-taneados pelo GovernoAnastasia que, ademais,prestigia, em seu quadrode auxiliares diretos,cinco secretárias de Es-tado”, comemora.

Entretanto, a secre-

tária explica que as con-quistas são muito recen-tes e muitastransformações aindaestão em curso. “No Bra-sil, somente nos anos 30do século 20, houve re-conhecimento da condi-ção cidadã da mulher,com a previsão do direitoao voto”, destaca a se-cretária. “O processoainda precisa transcen-der a estruturação demarcos legais e de insti-tucionalidades, para bus-car a superação de umamentalidade arcaica poruma cultura de equidadenesses papéis”, afirma.

Entrevista:O dia 8 de março

marca a luta das mulhe-res pela garantia de di-reitos. O que realmentetem mudado na socie-dade para que a mulherdeixe de ser vista apenascomo mera reprodutora?

Maria Coeli: A mulherreprodutora e cuidadorada prole é uma imagem

que nos vem da pré-his-tória da humanidade. Ahumanidade descobriu aagricultura, os metais, aescrita, mas o avançomaterial em pouco alte-rou a ordem familiar es-tabelecida sob o podermasculino de defesa eprovisão.

A partir do século 18,também chamado “sé-culo das luzes”, essa de-sigualdade de gênerocomeçou a tornar-setema publicamente de-batido, com as idéias deigualdade proclamadaspor Condorcet, porexemplo, na esteira daRevolução Francesa.Contudo, mesmo em paí-ses avançados, só na se-gunda metade do século19, e, no Brasil, somentenos anos 30 do século 20,houve reconhecimentoda condição cidadã damulher, com a previsãodo direito ao voto.

Essa conquista nocampo político marcou oinício de um processo

geral de mobilização,não somente de mulhe-res notáveis, mas, tam-bém, de homens lúcidose conscientes, pela ga-rantia e ampliação de di-reitos e pela superaçãodos preconceitos herda-dos ao longo da civiliza-ção e que aindasubsistem em larga me-dida.

Sem dúvida, nesseprocesso histórico, signi-ficativos são os avançosna estrutura jurídica epolítica da igualdade degênero. Isso, entretanto,não foi suficiente paramudar, profundamente,a realidade, e atender àsexpectativas sociais arespeito de papéis femi-ninos e masculinos. Ouseja, o processo aindaprecisa transcender a es-truturação de marcos le-gais e deinstitucionalidades, parabuscar a superação deuma mentalidade ar-caica por uma cultura deequidade nesses papéis.

Para secretária, Minas Gerais é um dos Estados que mais avançaramem políticas de proteção e promoção do gênero feminino

Com mais oportunidades de atuação no mercado de trabalho e naesfera pública em geral, as mulheres, segundo Maria Coeli,demonstram um poder transformador

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