Para torcer com categoria 1/2 - O Liberal, mai/2010

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Reportagem sobre o livro "O Mundo das Copas, do jornalista Lycio Velloso Ribas e outros lançamentos do mercado editorial brasileiro sobre futebol às vésperas do Mundial da África do Sul. Publicada no dia 24 de maio de 2010. Página 1/2.

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Belém, SeGUNDA-feirA, 24 De mAio De 2010

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o liberal

No amor e na TVO casal Alexandre Nero e Fabiula Nascimento chega ao sucesso unido. Página 7.

Está chegando a horaFãs abrem contagem regressiva para o Fest Music, que começa na sexta-feira. Página 3.

Para torcer com categoriaÀs vésperas do Mundial da África do Sul, livrarias oferecem vários títulos para quem quer saber tudo sobre a Copa do Mundo e sobre futebol

Serviçoo mundo das Copas, de lycio Vellozo ribas608 páginaseditora: lua de PapelPreço médio: 70 reais

A última seleção vitoriosa, em 2002. Alguns nomes continuam na Copa de 2010.

Leonardo aquinoEspecial para O LIBERAL

Se fosse realizada todos os anos, a Copa do Mun-do poderia estar perto

do Natal e do Dia das Mães como um dos períodos mais lucrativos do ano para o co-mércio. O evento mais im-portante do futebol mundial aquece as vendas em vários segmentos. Todo mundo quer uma camisa nova pa-ra torcer pela seleção, uma TV maior ou melhor para acompanhar cada detalhe das partidas, bandeiras e plásticos nas cores do Brasil para enfeitar as ruas... Mas o mercado da cultura não fica atrás. As prateleiras de livros sobre futebol ganham uma fornada de lançamen-tos especiais para que o fanático pelo esporte possa acompanhar o Mundial com informação e leitura. São enciclopédias, curiosidades, biografias e histórias para iniciantes e iniciados.

Uma das principais obras que chega às livrarias brasileiras às vésperas do torneio na África do Sul é “O Mundo das Copas”, do jornalista paranaense Lycio Vellozo Ribas. Em um dos textos de apresentação, o livro é definido como “dois quilos de pura informação” sobre os 18 Mundiais dispu-tados de 1930, no Uruguai, até 2006, na Alemanha. São 608 páginas com estatísti-cas, escalações, placares, tabelas, fichas e biografias.

O fã de futebol que é rato de livrarias pode até dizer que não é o primeiro e nem o último lançamento desse tipo. Mas, num segmento em que o “que seja eterno enquanto dure” parece ser ainda mais verdadeiro, o livro de Ribas oferece um diferencial para não enve-lhecer tão rapidamente: vai a fundo nos detalhes, ou nos “detalhes dos de-talhes”, como define o craque Tostão, no prefácio. O autor passou seis anos pesquisando jor-nais, revistas e vídeos para re-contar os jogos mais antigos como se ti-

vessem acontecido na última Copa. Além disso, os textos mostram como foi a escolha do país-sede de cada Mundial e relembram o contexto sócio-político em que os campeona-tos aconteceram.

Tanto quanto disciplina profissional, um trabalho co-mo esse exige paixão pelo fu-tebol. Um sentimento que não falta para Lycio Vellozo Ribas. A história dele deve ser fami-liar a muitos meninos, jovens, adultos brasileiros: começou com um álbum de figurinhas, como o que é febre hoje em dia. E foi além: ainda adoles-cente, aos 14 anos, redigiu e diagramou um livro sobre Co-pas do Mundo numa máquina de escrever. Talvez tenha an-tecipado a carreira profissio-nal que construiu: jornalista esportivo há 12 anos, Ribas é editor do Jornal do Estado, de Curitiba, e esteve nas últimas três Copas do Mundo. Ele fa-lou em entrevista por e-mail com exclusividade ao Maga-zine sobre a sua nova cria.

n Conhecer a história da Co-pa do Mundo é mais impor-tante que se informar sobre tudo a respeito do Mundial que está chegando?

o As duas coisas são impor-tantes. Quem não conhe-ce a história está fadado a repeti-la, como já dizia um historiador. E quem ig-norar as informações que vão aparecendo sobre o Mundial tende a cometer

erros que poderiam ser facilmente evitáveis.

n No prefácio do seu livro,

Tostão diz que ele se di-ferencia das outras enci-clopédias sobre a Copa por trazer “os detalhes dos detalhes”. Quais são esses detalhes?

o O livro é rico em porme-nores que quase não fo-ram explorados em outras obras. Todos os 708 jogos têm um texto descritivo, resgatam a imagem de um jogador que foi o he-rói da partida, mostram os uniformes que as equi-pes usaram, expõem as

fichas técnicas completas. E a maioria apresenta des-crições de como saíram os gols, se foi de pênalti, quem deu passe. Além disso, há uma parte de estatísticas bastante detalhada. Entre outras coisas, com os no-mes de todos os jogadores que estiveram em Copas do Mundo, em quantos jogou atuou e quantos gols fez.

n Uma enciclopédia é um li-

vro que, em alguns anos, vai carecer de informação mais atual. Esses “deta-lhes dos detalhes” são o diferencial do seu livro para que ele tenha uma vida mais duradoura que os demais?

o Funcionam como um dife-rencial. Mas o objetivo é atu-alizá-lo de Copa para Copa.

n Você procura contar sem-

pre o contexto histórico, social e político em que os Mundiais aconteceram. Pra você, o futebol é indissoci-ável desses assuntos?

o No caso das Copas do Mun-do, sim. Os Mundiais sem-pre sofre certa influência de elementos externos. Para citar um exemplo: o Mundial do Chile, em 1962, quase não saiu por causa de um terremoto. E o inverso é verdadeiro. De-terminados países usaram a Copa do Mundo para pro-paganda política.

n Os relatos sobre os jogos das primeiras Copas são quase tão ricos quanto os das últimas. Quais foram as fontes que você utilizou pra recontar essas partidas? Precisou viajar muito?

o A pesquisa foi feita essen-cialmente em revistas e jornais, atuais e antigos, livros brasileiros e estran-geiros e filmes de Copas, sejam oficiais ou o videota-pe de partidas, e internet. Nas Copas mais antigas, quase não havia registros audiovisuais. Tive que confiar nos registros em papel que tinha em mãos, mesmo sabendo que eles poderiam ser dissonan-tes - como os autores de determinados gols, por exemplo. Mas não há na-da ali que não tenha sido checado. Nas vezes em que fiquei sem uma conclusão, procurei colocar os fatos dissonantes, para deixar o julgamento para o leitor. Quanto à segunda pergun-ta, não fiz viagem nenhu-ma específica para o livro. Na verdade, acontecia o contrário. Primeiro vinha a viagem, normalmente por turismo, e depois uma passadinha em livrarias dos locais em que estive.

n O livro se define como

uma “obra de quase dois quilos de pura informa-

ção” coletada em seis anos de pesquisa. Mas o que livro ainda traz dos seus primei-ros rascunhos, escri-tos quando você ain-da tinha 14 anos?

o Não traz quase nada, só a essência de se fazer um livro sobre Copas do Mundo. O de 1986 foi feito com máquina de escrever e desenhado com esferográfica e ca-netinha. A tecnologia de hoje permite coisas mais atrativas visualmente e com menos erros. A fra-se “quase dois quilos de pura informação” é da minha esposa. É que o li-vro é meio pesadinho...

n A Copa de 82 é a sua lembrança mais remota dos Mundiais? Além da Tragédia do Sarriá e do álbum de figurinhas, o que mais ficou marcado na sua memória?

o Na verdade, a primeira lembrança que tenho é de um gol da Copa de 1978. Um cara de amare-lo, chutando no ângulo. Depois, fui saber que era o do Roberto Dinamite, na vitória de 1 a 0 do Brasil sobre a Àustria. Curiosamente, na época eu não gostava de fute-bol. O que me despertou o gosto para o futebol foi a Copa de 1982. Além do álbum de figurinhas - uma febre na época, era do chiclete ping pong - e da tragédia do Sarriá, eu me lembro da atuação de dois goleiros, o Das-saev, da União Soviéti-ca, e o Pfaff, da Bélgica, contra a Argentina. Meu ídolo de infância, como goleiro, era o Dassaev. Até hoje, digo que é o melhor que vi jogar.

Os craques inesquecíveis: Pelé, Romário, Zidane e Maradona estão no livro de Vellozo Ribas n CONtiNua Na págiNa 2

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