Paulo Amarante

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Uma revisão histórica do processo brasileiro de reforma psiquiátrica e das políticas públicas de saúde mental. Paulo Amarante. O primeiro período: um hospício para os loucos. ...aos loucos o hospício. - 1808 - vinda da Família Real para o Brasil - PowerPoint PPT Presentation

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Uma revisão histórica do processo brasileiro de reforma psiquiátrica e das

políticas públicas de saúde mental

Paulo Amarante

O primeiro período:um hospício para os loucos...

...aos loucos o hospício

- 1808 - vinda da Família Real para o Brasil

- 1830 - Relatório da Comissão de Salubridade da Sociedade de Medicina

Desejando assinalar o fausto dia de minha sagração com a criação de um estabelecimento de pública beneficência, hei por bem fundar um hospital destinado privativamente para tratamento de alienados, com a denominação de Hospício de Pedro II, o qual ficará anexo ao Hospital da Santa Casa de Misericórdia desta Corte, debaixo de minha imperial proteção.

D. Pedro II, Imperador do Brasil

Decreto n. 82 de 18 de julho de 1841

Hospício de Pedro II Pintura de Victor Frond

1851 - Inauguração do Hospício na Praia Vermelha

O palácio dos loucos (Lima Barreto)

As críticas ao Hospício e asprimeiras reformas: as colônias de alienados

João Carlos Teixeira Brandão - o alienista e a influência francesa

As primeiras colônias de alienadosA desanexação da Santa Casa de

Misericórdia - decreto 142 – AA criação da Assistência Médico-

Legal aos Alienados

O surgimento da influência alemã

Juliano Moreira e a psiquiatria alemã de Emil Kraepelin

A primeira lei nacional de Assistência aos Alienados (lei 1132 de 22.12.1903)

A proliferação das colônias - de Juliano a Adauto Botelho

ANOS 20 a 40: a Liga Brasileira de Higiene Mental

O dispositivo da saúde mental

A ProfilaxiaA EugeniaA XenofobiaA Luta AntialcóolicaGustavo Riedel e Renato Kehl

Antecedentes da privatização

1923 - a Lei Elói Chaves

As Caixas de Aposentadorias e Pensões

Os IAP’s e o INPS

O PPA do Ministro Leonel Miranda - 1968

SOBRE A UNIDADE DE SERVIÇO (US) – PAGAMENTO POR PROCEDIMENTO DIZIA CARLOS GENTILE DE MELLO

A US É UM FATOR INCONTROLÁVEL DE CORRUPÇÃO

Início da Reforma Psiquiátrica

Aumento dos leitos psiquiátricos

1941-1978 Públicos - 21.079 >

22.603 Privados - 3.034 >

55.670 Início dos anos 80

chegam a quase 100 mil leitos de psiquiatria aí incluídos os “leito-chão”.

Início do Processo de Reforma Psiquiátrica

O final da Ditadura no final dos anos 70

O cenário da redemocratização

As novas lutas e os novos movimentos sociais

A saúde previdenciária

Os novos tempos: a reforma psiquiátrica

1978 - O Movimento dos Trabalhadores em Saúde mental e a redemocratização: Inclusão, solidariedade, cidadania

NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Congresso Camboriú SC – outubro 1978

Ibrapsi – outubro – 1978 – Basaglia, Cooper, Laing, Castel, Goffman, Guattari, Szasz...

1979

I Congresso Nacional de Trabalhadores de Saúde Mental – Instituto Sedes Sapiente - SP

III Congresso Mineiro de Psiquiatria – A volta de Basaglia

I Simpósio de Políticas de Saúde da Câmara – Brasília – O SUS e a Reforma Psiquiátrica

Intervalo....

Os novos tempos: a reforma psiquiátrica

1987 - A I Conferência Nacional de Saúde Mental e o Movimento “Por uma sociedade sem Manicômios” - Bauru

Deslocamentos: a) teórico e b)

político

As conferências, a reforma sanitária e o SUS

A Constituinte de 1988

O SUS se torna política pública

A Reforma Psiquiátrica geralmente era entendida como (ainda seria?):

Sinônimo de reestruturação de serviços

Introdução de novas tecnologias de tratamentos e cuidados

Modernização ou humanização de serviços ou tecnologias

Promulgação de uma nova legislação

Riscos do Modelo assistencial

A reforma psiquiátrica não é APENAS reforma de serviços

Um outro objetivo para aReforma psiquiátrica:

a construção de um outro lugar socialpara a loucura e a doença mental- transformação das relações sociedade - loucura/doença mental

Complexidade noCampo da Saúde Mental

CIÊNCIAS/SABERES

↓ ÉTICA → AÇÃO ← POLÍTICA

IDEOLOGIA

Dimensões do processo de reforma psiquiátrica

Teórico-conceitual

Técnico-assistencial

Jurídico-política

Sóciocultural

Dimensão epistemológica (teórico-conceitual)

Crise paradigmática da ciência moderna

a ciência como produtora de Verdade

o mito da neutralidade dos saberes ditos científicos

o papel do técnico - o intelectual orgânico, os funcionários do consenso, operadores do saber prático

A dimensão técnico-assistencial

A construção / invenção de novos serviços, estratégias e dispositivos

A transformação do papel e da função dos técnicos, dos usuários, familiares e comunidades

Uma nova relação de contrato

A dimensão político-jurídica

Códigos civil, penal e sanitário

Conceito de periculosidade inimputabilidade

Irresponsabilidade civil

Custódia e tutela

A dimensão político-jurídica

Sofrimento psíquico e trabalho

Educação

Direitos sociais e humanos

Cidadania

Dimensão sócio-cultural

Um novo lugar social para a loucura que não seja sinônimo de erro, irresponsabilidade, incapacidade, insensatez, desatino, defeito, ausência de obra

Inclusão, solidariedade e cidadania

Trabalho, cultura e lazer

Dimensão sócio-cultural

Transformar o imaginário social

Produzirculturas e práticas sociais de solidariedadesolidariedadeinclusão inclusão cidadaniacidadania

Dimensão sócio-cultural

Cooperativas

Associações

Projetos culturais

Intersetorialidade

Outras tantas iniciativas da sociedade

Desistitucionalização

Uma cidade sem manicômios

Santos, 03 de maio de 1989: a intervenção na Clínica Anchieta

A invenção dos NAPS

Residências assistidas

As cooperativasO movimento

social

Projeto legislativo de reforma psiquiátrica

PL 3657/89 - o projeto Paulo Delgado

A ampliação do debate, os movimentos sociais, o empresariado e os familiares

A reforma psiquiátrica

1991 - Portaria SNAS 189/91 - inclui novos procedimentos nas tabelas do SIS e SIH e define o financiamento dos mesmos.

1992 - Portaria SNAS 224/92 - regulamenta

Reforma Psiquiátrica

1992 - II Conferência Nacional de Saúde Mental

Portaria SAS 407/93 exigências mínimas hospitais

1993 - I Encontro da Luta Antimanicomial

Reforma Psiquiátrica II ENCONTRO

NACIO NAL DE SERVIÇ OS SUBSTITUTIVOS EM SAÚDE M ENTAL

“Do Manicômio aos Ser viços Subst it ut ivos: da r ealidade que t emos para a realidade que quer emos.”

7, 8 e 9/ 09/ 2000 - Escola Bosque - Belém - Pará

“ s . L i ó b n e r

e

d r a

b d o e ,

s l a s i b s e r d s

a a d e

a b r e a . . “

1999 - Cooperativas sociais e Portaria 106 (introduz os

serviços residenciais

terapêuticos) 2000 - Portaria

1220 os regulamenta

Portaria 799 - GT saúde mental

Dimensão Teórico-Dimensão Teórico-ConceitualConceitual

Dimensão Dimensão Técnico-Técnico-

AssistencialAssistencial

DimensãoDimensãoJurídico-Jurídico-PolíticaPolítica

DimensãoDimensãoSócio-Sócio-

CulturalCultural

As Dimensões da Reforma Psiquiátrica Enquanto Processo Social Complexo

2001 Ano Mundial da Saúde Mental

Lei 10.216 - 06/04/01

- define direitos do portador - transtorno mental

- define uma política assistencial- regulamenta a internação

involuntária

2001 Ano Mundial da Saúde Mental

III Conferência Nacional de Saúde Mental - 11 a 15 de dezembro de 2001

- Controle social –

Cuidar sim, excluir não!

Portarias 251/02 2 336/02

251 reclassifica hospitais psiquiátricos

336 reclassifica CAPS (mas não os define - “extingue os NAPS”)

Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental

Fiocruz

Av. Brasil 4036/506

21040-361

Manguinhos-RJ

Tel. 21-38829105

Fax. 21-2701793

laps@ensp.fiocruz.br

www.ensp.fiocruz.br

A psiquiatria privatizada

Anos 80 - 97 % recursos orçamentários destinados à hospitalização psiquiátrica

apenas 3 % aos serviços ambulatoriais

Cerca de 350 hospitais - 86 mil leitos75 % privados/filantrópicos

contratados pelo poder público

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