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Universidade Católica de GoiásEPA – Profª. Marina Santana de Lacerda
Atividade Simulada – Área Cível
PETIÇÃO INICIAL- 1- REQUISITOS - ELEMENTOS - DA
PETIÇÃO INICIAL (ART. 282 DO CPC)
I) O JUIZ OU TRIBUNAL A QUE É DIRIGIDA
Por meio do endereçamento ao órgão judiciário o autor
estabelece a competência, seja do juízo monocrático (como regra)
como também a competência originária do Tribunal. É importante
verificar duas questões ao endereçar:
1) a competência material juiz cível, de família e sucessões (e
necessário verificar se a cidade possui vara especializada)
2) A aferição da competência que será indicada através do
endereçamento pode ser estabelecida por meio de um critério de sete
regras, o qual tem como objetivo a perfeita identificação deste
elemento na peça prática. Este critério é pautado por um mecanismo
de exclusão. Assim, identificada a solução de determinado critério,
automaticamente deve-se passar para o seguinte, ATÉ A PERFEITA
DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA. Vejamos:
1º. Competência internacional
O primeiro critério a ser verificado é se a competência será
internacional. Ela ocorre nas seguintes hipóteses:
a- Competência concorrente (artigo 88 do CPC): Ocorre quando
tanto um juiz estrangeiro como um juiz brasileiro são competentes
para conhecer da ação.
b- Competência exclusiva (artigo 89 do CPC): Ocorre quando só
o juiz do Brasil for competente para conhecer da demanda, exemplo
bens imóveis situados no Brasil bens objeto de inventário.
Verificando que a situação apresentada é uma hipótese de
competência exclusiva ou concorrente da jurisdição deve-se passar
para a análise do próximo critério.
2º. Competência Interna
Diz respeito à forma de divisão dos órgãos judiciários as suas
funções, os quais tomam os seguintes parâmetros:
a– Material (competência absoluta): o que determina a
competência é a lide em questão. Exemplo: A ação de separação
judicial deve ser endereçada a Vara de Família (contudo é importante
que se confirme esta informação na Lei de Organização Judiciária,
pois esta situação pode variar dependendo do Estado).
b- Funcional (competência absoluta): decorre da função do
magistrado. É aferível sob a ótica vertical (hierarquia – primeiro grau,
segundo grau e tribunais superiores), como também na ótica
horizontal (assim, se a cautelar preparatória foi distribuída na 4ª Vara
Cível, por lá deverá correr a ação principal).
c- Territorial (competência relativa). É a competência de
comarcas ou seções judiciárias.
d- Valor da causa (competência relativa). Decorre da
competência entre a justiça comum e os Juizados Especiais.
3º. Competência originária dos tribunais
Existem casos em que a competência se dará diretamente no
Tribunal como competência originária. Seja em relação à pessoa, seja
em relação à hierarquia.
4º. Competência da Justiça Especial
O quarto critério a ser verificado é o das justiças especializadas.
No nosso sistema podemos enumerar três hipóteses:
a- Justiça do Trabalho (artigo 114, CF): Abrange todas as
relações decorrentes do contrato de trabalho, bem como questões
afins (acidente de trabalho, dano moral por exemplo) que foram
acrescidas pela EC 45.
b- Justiça Eleitoral (artigo 121, CF): Competente para todas as
questões que decorrem da tramitação eleitoral. Desde a retirada do
título de eleitor até a diplomação dos eleitos.
c- Justiça Militar (artigo 124, CF) : Afeta apenas aos crimes
militares.
5º. Competência da Justiça Comum
A justiça comum é delimitada pela justiça federal e estadual. É
de se verificar antes de tudo se a justiça é federal (art. 109, CF) se
negativo, aplica-se, por exclusão a justiça estadual.
6º. Competência Territorial
O artigo 94 do Código de Processo Civil estabelece a regra geral
de que ações fundadas em direito pessoal ou em direito real sobre
bens móveis serão propostas no foro de domicílio do réu. Os artigos
95 ao 100 do Código de Processo Civil estabelecem regras especiais .
7º. Competência de Foro
O foro regional tem competência ABSOLUTA:
a) Em razão do território
b) Pela matéria.
c) Pelo valor da causa: Causas até 500 salários mínimos é
competente o regional, mais de 500 salários, Foro Central.
MODELO DE ENDEREÇAMENTO JUSTIÇA ESTADUAL:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara
(Cível) da Comarca de Goiânia – GO
MODELO DE ENDEREÇAMENTO JUSTIÇA FEDERAL:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Seção Judiciária
de Goiânia
II) QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Parte é quem pede e contra quem se pede determinada
providência jurisdicional. Mais do que uma exigência formal as partes
determinam a legitimidade, requisito condicionante da ação (art. 3º
CPC). Para a individuação completa das partes a lei determina que lá
esteja o nome, prenome, estado civil, profissão, domicilio e residência
do autor e réu.
MODELO GERAL DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOA NATURAL:
Fulano de Tal (nome completo), (nacionalidade), (estado civil),
(profissão), cédula de identidade RG n. _______, inscrito no CPF sob
o n._________, residente e domiciliado na cidade de Goiânia
(endereço completo), por seu advogado devidamente constituído pelo
instrumento de mandato anexo, nos termos do artigo 39 do CPC,
(documento 1), que recebe intimação em seu escritório (endereço
completo), vem à presença de Vossa Excelência com fundamento nos
artigos (direito civil e processual), propor a presente ação de
______(nome da ação)____, pelo rito _______, em face de
(qualificação do réu que será feita com as mesmas referências do
autor: nome, nacionalidade, profissão, RG, CPF, residência e
domicílio, salvo se tiver “qualificação desconhecida”) pelas razoes de
fato e direito a seguir expostas.
MODELO DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOA NATURAL INCAPAZ:
Fulano de Tal (nome completo), (nacionalidade), menor
incapaz, neste ato representado por sua mãe/pai/tutor (observação: o
representante legal do menor receberá qualificação completa
conforme modelo geral de pessoa natural)
Fulano de Tal (nome completo), (nacionalidade), maior incapaz,
neste ato representado por seu curador (observação: o curador
receberá qualificação completa conforme modelo geral de pessoa
natural)
MODELO DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOA JURÍDICA:
Empresa X, pessoa jurídica de direito privado, com sede na
cidade de Goiânia (endereço completo), inscrita no CNPJ/MF sob o nº
_______ neste ato representada por seu diretor (observação: o diretor
receberá qualificação completa conforme modelo geral de pessoa
natural), conforme contrato social anexo (observação: A referência
“contrato social”deverá ser utilizada se a pessoa jurídica for sociedade
limitada. Em se tratando de Sociedade Anônima deve-se utilizar a
expressão “estatuto social”).
MODELO DE QUALIFICAÇÃO DE CONDOMÍNIO:
Condomínio X, situado na cidade de________, inscrito no CNPJ
sob o no.________, neste ato representado por seu síndico
(observação: o síndico do condomínio receberá qualificação completa
conforme modelo geral de pessoa natural), conforme ata de
assembléia anexa.
III) O FATO E OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO
Todo pedido formulado pelo autor ao magistrado deve ter uma
causa (uma origem fática), a qual é denominada no sistema jurídico de
causa de pedir. Se todo direito subjetivo nasce de um fato o
peticionário deverá demonstrar a sua incidência sobre a lei abstrata
para conseguir um provimento que milite ao seu favor.
Uma vez apresentados os fatos deve o autor demonstrar as
conseqüências jurídicas decorrentes destes fatos, ou seja, o nexo de
causalidade entre os fatos e o pedido. O fundamento jurídico é,
portanto, o vício que atinge a relação jurídica de direito material que
enseja ao titular de determinada tutela jurídica busque ao seu favor.
A fundamentação da peça é feita por meio da narrativa fática
que motivou o ajuizamento da demanda, somada à adequada previsão
jurídica do pedido.
IV - PEDIDO COM SUAS ESPECIFICAÇÕES
Como o processo é o espelho do direito material, já que traduz
os conflitos realizados por essas relações materiais, podemos definir o
pedido como o meio condutor de se projetar para dentro do processo a
referida pretensão que lá fora não foi cumprida.
É evidente que também no sistema a possibilidade de formular
pedidos de fundamentação processual (assim é a ação rescisória o
mandado de segurança contra ato judicial, a ação anulatória a
exceção de incompetência, a impugnação ao valor da causa dentre
outros), mas todos eles, por via obliqua, objetivam alguma pretensão
no campo do direito material.
Tanto é assim (a realidade do direito material que nos conduz a
idéia de disponibilidade do direito) que o juiz deverá julgar nos estritos
limites que a demanda é a ele apresentada (art. 128 e 460, CPC) que
a doutrina denomina como adstrição da sentença ao pedido.
ESTRUTURA DO PEDIDO (ARTIGO 286 DO CPC)
Enuncia o artigo 286 que o pedido deverá ser certo ou
determinado. Não resta a menor dúvida na doutrina que os termos
certeza e determinação são conjuntivos e não alternativos já que um
requisito depende do outro.
Pedido certo é aquele explicito, delimitado o que descreve com
exatidão o bem jurídico que lhe quer ver outorgado pelo Estado.
Determinado é a extensão do pedido certo, o quantum debeatur, a
individuação do seu gênero e de sua quantidade. Essa regra perde
sua importância nas coisas certas (aquele imóvel, aquele contrato),
pois elas bastam por si mesmas para individuar o pedido. As incertas
(que serão indicadas ao menos pelo seu gênero e quantidade - CC
243 -) não.
Todavia, existem situações da qual o autor esteja impossibilitado
de fixar o valor do bem jurídico que pretende seja- lhe conferido,
conquanto o queira. Por vezes a situação de fato que se quer ver
legitimada, por nuances diversas, impede que o autor fixe um valor
exato para a causa. Nem por isso a lei tolhe as partes de buscar suas
pretensões em juízo até mesmo para entrar em consonância com o
artigo 459 § único do CPC. O pedido nesse caso será certo, porém
determinável. São denominadas vulgarmente pela lei de pedido
genérico.
Não confundir essa espécie de pedido com os pedidos vagos,
que por não preencher uma exigência da lei é inepto em sua essência
(condenação do réu “as penas da lei”, “ao que for devido”, “pagar uma
indenização”).
Assim, pedido genérico é aquele que momentaneamente está
impossibilitado de lhe fixar o valor exato. Este ocorre em três
situações:
1- Ações universais: O pedido nesse caso é cabível quando não
for possível individualizar os bens efetivamente pretendidos. É o caso
da petição de herança, inventário ou mesmo a doação de bens não
discriminados (os que guarnecem tal residência, e.g), nesse caso não
há como saber a universalidade de bens que compõe o direito do
titular conquanto ele tenha o direito de receber os bens.
2- Ato ou fato ilícito indeterminado: Ocorrem nas ações de
reparação de dano. Por vezes as conseqüências do ato ilícito ainda
não se definiram, e há de se somar os valores decorrentes das
conseqüências que se deram posteriormente ao ajuizamento da ação.
NOTA IMPORTANTE: No que diz respeito à determinação do pedido
de dano moral, a doutrina e a jurisprudência são vacilantes e ainda
não existe um entendimento pacificado sobre o assunto.
3- Comportamento a ser adotado pelo réu: A última hipótese de
pedido genérico depende não das circunstâncias de fato, mas de um
ato do réu para que se fixe o valor. São os casos clássicos das ações
de prestação de contas, pois o réu será condenado no pagamento dos
valores apurados nas contas que ele mesmo apresentar (art. 918
CPC).
MODELO GERAL DE ESTRUTURA DE PEDIDO:
Isto posto requer;
I) a citação do réu por oficial de justiça para apresentar, em
querendo, defesa no prazo de 15 dias, sob pena de reputarem -se
aceitos os fatos alegados (artigo 319 CPC)
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se
determinar que o réu_______(especificação do pedido).
III) seja o réu condenado, outrossim, nas custas e honorários a
serem arbitrados por Vossa Excelência (artigo 20, CPC)
IV) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no
endereço___________
V) Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidos que ficam desde já requeridas ainda que não
especificadas.
Atribui-se à causa o valor de R$________
Termos em que, pede deferimento
Goiânia (data)
(nome do advogado)
(OAB do advogado)
DICAS IMPORTANTES PARA A FORMULAÇÃO DO MODELO
GERAL DE ESTRUTURA DO PEDIDO:
É possível, por meio dos artigos do CPC, lembrar no exame a
estrutura do pedido. Assim leia o modelo acima e compare com os
artigos a seguir:
Isto posto requer;
ITEM I DO MODELO: Art. 222, F (citação por oficial) + Art. 297
(apresentar defesa) + Art. 219 (revelia)
ITEM II DO MODELO: Art. 269 I (sentença que acolhe o pedido
do autor – a procedência)
ITEM III DO MODELO: Art. 20 (condenação em custas e
honorários)
ITEM IV DO MODELO: Art. 39 I (intimação do advogado)
ITEM V DO MODELO:Art. 332 (provas)
VALOR DA CAUSA
Termos em que,
pede deferimento
Goiânia (data)
(nome do advogado)
(OAB do advogado)
ESPÉCIES DE PEDIDO:
1- Pedido Cominatório (artigo 287): Ocorre nas obrigações de
fazer e não fazer, (artigo 461 CPC), nas obrigações de entrega de
coisa certa ou incerta (artigo 461-A) o réu poderá ser obrigado
(cominado) a pagar uma multa pecuniária por dia de não cumprimento.
MODELO GERAL DE PEDIDO COMINATÓRIO:
Isto posto requer;
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se
determinar que o réu cumpra a obrigação específica de____________
sob pena de pagar multa pecuniária por dia de não cumprimento a ser
arbitrado por Vossa Excelência.
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura
de pedido.
2- Pedido Alternativo (artigo 288): Neste caso o réu tem à sua
disposição duas ou mais formas de cumprir a obrigação. Como regra
geral cabe ao devedor (via de regra o réu) a escolha das prestações
para cumprimento da obrigação alternativa (art. 252 do CC), se outra
coisa não se estipulou. Os pedidos têm a mesma hierarquia, cabendo
ao réu a escolha, porém quem os oferece é o autor.
MODELO GERAL DE PEDIDO ALTERNATIVO:
Isto posto requer;
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se
determinar que o réu cumpra, a sua escolha (regra geral), a
obrigação__________ ou a obrigação ____________.
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura
de pedido.
3- Pedido Sucessivo (art. 289): São pedidos formulados em
ordem de hierarquia. Neste caso, ao contrário do alternativo existe
uma escala de preferências, assim, há um pedido chamado de
principal e outro subsidiário.
MODELO GERAL DE PEDIDO SUCESSIVO:
Isto posto requer;
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido
II) seja ao final a demanda julgada procedente
para____________. Mas caso Vossa Excelência não entenda cabível
a pretensão já indicada requer seja, ao menos, a demanda julgada
procedente para_____________.
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura
de pedido.
4- Pedido de Prestações Periódicas (art. 290): Decorre das
relações de trato sucessivo, ou seja, os casos em que o réu não deve
apenas uma parcela para o autor, mas uma série, pois a relação é
contínua.
Assim, casos como a consignação em pagamento (art. 890
CPC) e o pedido de alimentos – sejam provisórios ou provisionais –
tendo sido deferida a primeira parcela, as outras implicitamente (daí o
porquê a doutrina utiliza dessa terminologia para qualificar o referido
pedido) estarão agregadas ao pedido mesmo que não esteja constado
expressamente na petição inicial.
MODELO GERAL DE PEDIDO DE PRESTAÇÕES PERIÓDICAS:
Isto posto requer;
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido
II) seja ao final a demanda julgada procedente para determinar a
fixação da parcela da obrigação de_______________ no valor de
R$____________e que este valor seja fixado, também, para as
demais que se vencerem no curso da lide.
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura
de pedido.
5- Pedido Cumulado (art. 292): Ocorre quando se formula mais
de um pedido ao judiciário e se requer a apreciação de todos os
pedidos. Todavia, para que os pedidos possam ser formulados dentro
do mesmo procedimento é necessário, nos termos do artigo 292:
a) que os pedidos sejam compatíveis entre si (mesma causa de
pedir);
b) que para a apreciação de todos eles seja o mesmo juízo
competente; e
c) corresponder ao mesmo procedimento.
MODELO GERAL DE PEDIDO CUMULADO:
Isto posto requer;
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se
determinar que o réu cumpra a obrigação de __________ e a
obrigação de ____________.
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura
de pedido.
V – VALOR DA CAUSA
Toda causa deve ter um valor certo, ainda que não tenha
conteúdo econômico (art. 258/CPC), pois tal valor presta a muitas
finalidades, como:
a) base de cálculo para taxa judiciária ou das custas (Lei Est./SP
4952/85, art. 4°)
b) definir a competência do órgão judicial (art. 91/CPC)
c) definir a competência dos Juiz. Esp. (Lei 9099/95, art. 3°, I)
d) definir o rito a ser observado (art. 275/CPC)
e) base de multa imposta ao litigante de má-fé (art. 18/CPC)
f) base p/ limite da indenização
Os art. 259 e 260 do Código Civil, indicam qual o valor a ser
atribuído à algumas causas, sob pena do juiz determinar, de ofício, a
correção da petição inicial recolhendo as diferenças.
Se não se tratar de causa prevista nestes artigos e o seu valor
estiver incorreto, a correção dependerá de impugnação do réu,
ouvindo-se o autor em 5 dias. Após alteração da petição determinará o
recolhimento das custas faltantes (art. 261/CPC).
VI – PROVAS
Nos termos do artigo 283 as provas documentais devem ser
apresentadas desde já na petição inicial. Todas as demais são
protestadas para posterior produção.
NOTA IMPORTANTE: Não há pedido de provas em mandado de
segurança (a prova é pré-constituída), nos processos de execução (a
parte já está munida de título executivo).
Tipos de provas:
a) Documental: fatos que são comprovados somente por escrito.
b) Pericial: fatos que dependem de parecer técnico.
c)Testemunhal: fatos demonstráveis por testemunhas.
VII – CITAÇÃO
Citação é o ato pela qual se trás o réu ação monitória (pedido
especial de provas) em juízo para se defender. Pode ser real por
correio ou pelo correio (artigo 222 CPC), em todo território nacional ou
ficta quando então será feita por edital ou por hora certa.
Tipos de citação:
a) pelo correio: com A.R. (Aviso de Recebimento)
b) por mandado: quando o réu é incapaz ou quando não há
entrega domiciliar de correspondência (art. 221/CPC)
c) por edital: nas hipóteses do art. 231, quando deve ser
declarado na inicial. Se houver dolo da parte do autor, ele incorrerá no
art. 233.
d) por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria. (Incluído
pela Lei 11.419/2006)
Importante observar de acordo com o parágrafo único do artigo
223 do CPC: "A carta será registrada para entrega ao citando,
exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo
o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de
gerência geral ou de administração".
Para verificar as hipóteses de citação por edital verificar o artigo
231, já para as hipóteses de citação por hora certa verificar o artigo
224.
NOTA IMPORTANTE: A citação para outra cidade, como regra será
pelo CORREIO. A citação apenas se efetivará por Carta Precatória se
der por oficial de justiça.
PARTE II – PROCESSO DE CONHECIMENTO-
PROCEDIMENTOS- RITO SUMÁRIO
Nos termos do artigo 275 cabe o rito sumário para duas
situações distintas:
I – nas causas de até sessenta salários mínimos
II – nas causas de qualquer valor:
a) Contratos de arrendamento rural e parceria agrícola: Vêem
regulamentados pelo Estatuto da Terra (decreto 59.566/66);
b) Cobrança de condomínio: Qualquer quantia devida do
condômino ao condomínio. Não confundir com a cobrança executiva
(artigo 585, IV) que é cobrança do locador ao locatário em decorrência
do contrato de locação;
c) Ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico (rural):
É a ação de indenização de um imóvel em relação a outro;
d) Ressarcimento por danos causados em acidentes de veículo
(terrestre);
e) Cobrança de seguro por acidente ou ressarcimento de
veículo. Alínea que vem perdendo a eficácia com a possibilidade de
se denunciar à lide no rito sumário nos casos de seguro (artigo 280);
f) Cobrança de honorários de profissionais liberais desde que
não haja legislação específica dispondo o contrário: Cobrança de
qualquer profissional liberal (médico, dentista, mecânico) desde que o
estatuto relativo de classe não disponha de outra ação;
g) Demais casos em lei: podemos citar a adjudicação
compulsória, o usucapião especial (6969/81), a revisional de alugueres
(8245/51), dentre outros.
A petição inicial segue os requisitos dos artigos. 282/283. Sua
diferença reside na imediata apresentação de rol de testemunhas, sob
pena de preclusão bem como a indicação do assistente técnico e dos
quesitos, caso haja prova técnica a ser produzida. O réu será citado
para apresentar em defesa em audiência e deverá ser citado ao
menos 10 dias antes da audiência.
No procedimento sumário não é admissível ação declaratória
incidental, nem intervenção de terceiros, salvo a assistência, o recurso
de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em controle de
seguro.
NOTA IMPORTANTE: As diferenças na petição inicial do rito sumário
para o rito ordinário residem em duas ordens:
1º) ao invés de se requerer a citação do réu para apresentar defesa
em quinze dias, deve se requerer seja citado para apresentar defesa
em audiência;
2º) apresentar rol de testemunha bem como quesitos e assistente
técnico se houver.
MODELO GERAL DE PEDIDO PARA O RITO SUMÁRIO:
Isto posto requer;
I) a citação do réu por oficial de justiça para apresentar, em
querendo, defesa em audiência a ser designada por Vossa
Excelência, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados
(artigo 319)
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de
______________
III) seja o réu condenado, outrossim, nas custas e honorários a
serem arbitrados por Vossa Excelência (artigo 20, CPC)
IV) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no
endereço___________
V) Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidos que ficam desde já requeridas ainda que não
especificadas. Requer, nesta oportunidade a indicação do Assistente
Técnico o Doutor ___________ que irá acompanhar os trabalhos
periciais até seus regulares termos.
Informa as testemunhas que serão ouvidas nos termos do artigo
407 do CPC:
Nome/Qualificação completa –
Atribui-se à causa o valor de R$________
Termos em que,
pede deferimento
Goiânia (data)
(nome do advogado)
(OAB do advogado)
Quesitos ao perito:
Questão 1
Questão 2
PARTE III – PROCESSO DE CONHECIMENTO-
PROCEDIMENTOS- RITO ORDINÁRIO
1.0 Da Petição Inicial
Requisitos, documentos indispensáveis, aditamento e
complementação; o pedido, sua emenda e cumulação; vícios da
inicial, seu indeferimento, natureza deste e recurso cabível.
2.0 Da Resposta do Réu
Aspectos gerais; contestação: conceito, requisitos, forma,
conteúdo, princípio da eventualidade, objeções processuais e
impugnação meritórias; exceções: especificidade do conceito,
oportunidade e procedimento; reconvenção: conceito, pressupostos,
oportunidade; ação declaratória incidental; revelia e seus efeitos.
3.0 Das Providências Preliminares e do Julgamento Conforme o
Estado do Processo
Aplicação dos efeitos da revelia; declaração incidente; fatos
impeditivos, modificativos ou extintivos do pedido; alegações do réu;
extinção do feito; julgamento antecipado da lide; saneamento.
4.0 Das Provas
Teoria geral da prova: conceito, objeto, princípios, ônus,
classificação, oportunidades de produção, sistemas de apreciação,
presunções, indícios, máximas da experiência; meios de prova em
espécie.
5.0 Da Audiência
Aspectos gerais, princípio da oralidade, conciliação, fixação de
pontos controvertidos, debates orais, memoriais, documentação dos
atos.
6.0 Da Sentença e da Coisa Julgada
Sentença: conceito, requisito, efeitos, emendas; sentenças
sujeitas aos duplo grau de jurisdição. Coisa julgada: problemática
conceitual, classificação, limites objetivos e subjetivos.
PARTE IV – PROCESSO DE CONHECIMENTO-
PROCEDIMENTOS- RITO SUMARÍSSIMO
É o da lei 9099/95.
I. É facultativo da parte
Enunciado 1, FONAJE - O exercício do direito de ação no
Juizado Especial Cível é facultativo para o autor.
II. Vai haver colisão de cabimento entre o JEC e o procedimento
sumário.
III. Cabimento
Critério valorativo: Processo de conhecimento e execução até 40
salários mínimos. Este critério valorativo não foi alterado pela lei do
JEF (60 salários).
Enunciado 87 - A Lei 10.259/2001 não altera o limite da alçada
previsto no artigo 3°, inciso I, da Lei 9099/1995 .
O valor da multa cominatória não deve obediência ao teto.
Enunciado 25 - A multa cominatória não fica limitada ao valor de
quarenta (40) salários mínimos, embora deva ser razoavelmente
fixada pelo juiz, obedecendo-se o valor da obrigação principal, mais
perdas e danos, atendidas as condições econômicas do devedor.
Critério material: artigos 3o, II e III, e 3o, parágrafo 1o, I,
9099/95. Não há limite de valor. Portanto, não se pode falar que
juizado só julga causa de valor de até 40 salários mínimos.
Enunciado 58 - As causas cíveis enumeradas no art. 275 II, do
CPC admitem condenação superior a 40 salários mínimos e sua
respectiva execução, no próprio Juizado.
Hipóteses do artigo 275, II: colisão de cabimento.
Critério misto: artigo 3o, IV, 9099/95.
Este rol do artigo 3o é taxativo.
Enunciado 3 - Lei local não poderá ampliar a competência do
Juizado Especial.
Enunciado 30 - É taxativo o elenco das causas previstas na o
art. 3º da Lei 9.099/1995.
IV. Hipóteses de não cabimento
a) Artigo 3o, parágrafo 2o: alimentos, falência, matéria fiscal,
acidentária.
b) Procedimentos especiais.
Enunciado 8 - As ações cíveis sujeitas aos procedimentos
especiais não são admissíveis nos Juizados Especiais.
c) Ações coletivas.
Enunciado 32 - Não são admissíveis as ações coletivas nos
Juizados Especiais Cíveis.
d) Ações que teriam curso nos JEFs.
e) Causas de complexidade elevada – artigo 3o, caput. Aquela
que precisa de perícia nos moldes tradicionais; não cabe perícia
formal. Artigo 35: só cabe perícia informal; só oitiva do perito, sem
laudo técnico.
Enunciado 12 - A perícia informal é admissível na hipótese do
art. 35 da Lei 9.099/1995.
Enunciado 54 - A menor complexidade da causa para a fixação
da competência é aferida pelo objeto da prova e não em face do
direito material.
Enunciado 69 - As ações envolvendo danos morais não
constituem, por si só, matéria complexa.
Enunciado 70 - As ações nas quais se discute a ilegalidade de
juros não são complexas para o fim de fixação da competência dos
Juizados Especiais.
V. Competência
Artigo 4o – competência territorial concorrente – opção para a
parte (inciso I)
Inciso III: dano de qualquer natureza. É diferente do artigo 100,
parágrafo único, CPC.
VI. Partes
Artigo 8, parágrafo 1o.
a)Pessoas físicas e capazes, e microempresas (artigo 38, lei
9841/99).
Enunciado 47 - A microempresa e a empresa de pequeno porte,
para propor ação no âmbito dos Juizados Especiais, deverão instruir o
pedido com documento de sua condição.
Enunciado 48 - O disposto no parágrafo 1º do art. 9º da lei
9.099/1995 é aplicável às microempresas e às empresas de pequeno
porte.
Enunciado 49 - As empresas de pequeno porte não poderão ser
autoras nos Juizados Especiais.
(Cancelado no XXI Encontro - Vitória/ES).
Enunciado 9 - O condomínio residencial poderá propor ação no
Juizado Especial, nas hipóteses do art. 275, inciso II, item b, do
Código de Processo Civil.
Enunciado 72 - Inexistindo interesse de incapazes, o Espólio
pode ser autor nos Juizados Especiais Cíveis.
Comerciante individual também pode ser autor.
VII. Quem não pode ser parte
a) Artigo 8o, caput.
b) Parágrafo 1o, última parte: cessionário de crédito da pessoa
jurídica.
c) Empresa de pequeno porte.
VIII. Advogado
Artigo 9o. É obrigatório para pedidos superiores a 20 salários
mínimos.
Enunciado 36 - A assistência obrigatória prevista no art. 9º da Lei
9.099/1995 tem lugar a partir da fase instrutória, não se aplicando para
a formulação do pedido e a sessão de conciliação.
Obrigatório na fase recursal.
Enunciado 77 – O advogado cujo nome constar do termo de
audiência estará habilitado para todos os atos do processo, inclusive
para o recurso.
IX. Atos processuais simplificados
Artigos 12 e 13.
X. Procedimento
a) Petição inicial.
b) Citação.
c) Audiência de conciliação.
d) Audiência de instrução e julgamento: constestação, pedido
contraposto, exceções/impugnações, saneamento, provas, debates,
sentença. Pode ser juiz leigo (sua sentença é homologada pelo
togado) ou togado.
XI. Sentença
Não há relatório (artigo 38).
Sempre deve ser líquida (artigo 38, parágrafo único).
Não impõe sucumbência para o vencido (artigos 54 e 55).
Exceções: artigo 51, I – artigo 51, parágrafo 2o; Embargos à
execução.
XII. Recurso e Meios impugnativos
Cabe:
a) Recurso inominado: artigo 41 – prazo de 10 dias. Precisa de
preparo, advogado. Cabível da sentença.
b) Embargos de declaração: artigo 50. Aqui os embargos
acarretam a suspensão do prazo para outros recursos.
c) Mandando de segurança. Faz as vezes do Agravo.
Enunciado 62 - Cabe exclusivamente às Turmas Recursais
conhecer e julgar o mandado de segurança e o habeas corpus
impetrados em face de atos judiciais oriundos dos Juizados Especiais.
d) Recurso Extraordinário.
Súmula nº 640 – STF: É cabível recurso extraordinário contra
decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou
por turma recursal de juizado especial cível e criminal.
Enunciado 63 - Contra decisões das Turmas Recursais são
cabíveis somente os embargos declaratórios e o Recurso
Extraordinário.
Não Cabe:
a) Agravo.
Enunciado 15 - Nos Juizados Especiais não é cabível o recurso
de agravo, exceto nas hipóteses dos artigos 544 e 557 do CPC.
b) Recurso Especial.
Súmula 203, STJ - Não cabe recurso especial contra decisão
proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.
c) Ação rescisória – artigo 59.
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