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Poesia
Subjetividade
Eu lírico Eu poético
• Lira: instrumento musical do
cupido
• Lírio: a flor que simboliza o
amor de Jesus dada ao cristão
convertido nas Cruzadas
• Confessional
• individualismo
• Trata dos sentimentos
amorosos, ou da angústia e
crise existencial do sujeito
• Social
• Crítica à sociedade
• Pode ser objetivo
• Coletividade: o sujeito se
insere no contexto, tentando
atingir um grau de
consciência frente a um
problema que não apenas o
afeta
Estrutura
• Verso: cada linha de uma
poesia
• Estrofe: cada grupo de versos
• Métrica: é a quantidade de
sílabas poéticas
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
(Heterônimo Álvaro de Campos,
Fernando Pessoa.)
Todas cartas de amor são...
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Métrica: quanto ao número de sílabas
• Cinco: redondilha menor
• Sete: redondilha maior
• Oito: octassílabos
• Dez: decassílabos
• Doze: alexandrinos
• Acima de doze: bárbaros
• Versos brancos: versos sem rima
• Versos livres: versos sem métricaIn Canções
Cecília Meireles
Quando meu rosto contemplo
O espelho se despedaça:
Por ver como passa o tempo
E o meu desgosto não passa.
Amargo campo da vida,
Quem te semeou com dureza,
Que os que não se matam de ira
Morre de pura tristeza ?
Escansão: contagem de sílabas poéticas
1. Separar as sílabas
normalmente
2. Unir as sílabas que causarem
encontro vocálico (vogais)
3. Se no encontro vocálico
ambas as sílabas forem
tônicas, não haverá união
4. Conta-se só até a sílaba tônica
da última palavra
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Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Estrofes quanto ao número de versos
Os mais importantes.
• Terceto: três versos
• Quadra ou quarteto:
quatro versos
• Oitava: oito versos
Quadras ao Gosto Popular
Cantigas de portugueses
São como barcos no mar
Vão de uma alma para outra
Com riscos de naufragar.
Eu tenho um colar de pérolas
Enfiado para te dar:
As per'las são os meus beijos,
O fio é o meu penar.
A terra é sem vida, e nada
Vive mais que o coração...
E envolve-te a terra fria
E a minha saudade não!
Rima: é som
1. Alternadas ou cruzadas: ABAB
2. Emparelhadas ou paralelas: AABB
3. Interpoladas ou opostas: ABBA
4. Continuadas: repetição do mesmo
som: AAAA
5. Mistas: sem esquematização
Não te vira cantar sem voz, chorar
Sem lágrimas, e lágrimas e estrelas
Desencantar, e mudo recolhê-las
Para lançá-las fulgurando ao mar
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Manhã de junho ardente. Uma encosta escavada
seca, deserta e nua, à beira de uma estrada
Terra ingrata, onde a urze a custo desabrocha
bebendo o sol, comendo o pé, mordendo a rocha.
Opostas
Cruzadas
Paralelas
Épico Clássico
• Poema narrativo (a poesia que narra uma história) – há um narrador
• Narra a formação de uma sociedade, a história de uma nação
• Tem a mitologia como plano estético (religião, lendas e mitos)
• Dividido: Proposição, Invocação, Dedicatória, Narração e Epílogo
• Cantos: poemas de exaltação e glorificação
• Versos alexandrinos (12 sílabas poéticas)
• Oralidade
• Mundo ocidental antigo: Greco-Romano - antiguidade
• Grécia: Ilíada e Odisséia – Homero
• Roma: Eneida - Virgílio
Ramayana – o épico sânscrito de Valmiki
• Entre 500 e 100 a.C – uma parte
importante da história da sociedade Hindu
• Narra a viagem do príncipe Rama em
busca de sua esposa, Sita, abduzida pelo
demônio Ravana
• São sete livros (cantos), 32 sílabas
poéticas, que tratam da vida de Rama, do
seu nascimento à morte
• Ravana: Rei de Lanka que cumpriu
penitência de dez mil anos e, com isso, fora
agraciado com a imortalidade por Brama
• Durante o exílio de seu pai, Rama mata
Ravana e liberta sua esposa
• Rama é um divindade popular, símbolo da
virtude
• Sita é encarnação da deusa Laxmi (filha de
Vixnu)
Rama e Sita
Ravana
• Épico da Mesopotâmia, atual Iraque
• A história: Aquele que se eleva sobre todos
os outros Reis
• Formação da Mesopotâmia, séc. XXVII a.C. – a
Idade do Bronze
• Narra os feitos de Gilgamesh e seu
companheiro Enkidu, um selvagem criado
pelos deuses como a outra face do Rei
• Rei da cidade de Uruk, atual Warka
• Rei da Suméria
• Jornada heroica em busca da dádiva da
Imortalidade
• Primeiro herói mitológico de que o Ocidente
tem noticia
• Passa por provas de coragem, honra,
honestidade
Ilíada, Homero• Narra a história da formação social grega
• As batalhas épicas, lendas e mitos, heróis, a
mitologia, tudo está presente
• Homero, por 10 anos, viajou pela Grécia
colhendo as histórias populares que os povos
gregos contavam; ele registrou tudo e
escreveu o poema épico
• Ilíada: narra os dez anos daa história da
guerra de Tróia (antiga Ília), uma cidade
localizada no estreito do mar Egeu e protegida
por uma monumental fortaleza, intransponível
• Episódios: Cavalo de Tróia, a morte de
Aquiles
• Heróis: Heitor, Aquiles, Ajax, Helena
• Estrutura: cantos em versos alexandrinos (12
sílabas poéticas
• Gregos (Agamenón) vs Troianos (Rei Príamo)
• A princesa Helena foge com o príncipe troiano
Páris e desencadeia a fúria de seu esposo,
desejoso por vingança, o Rei Menelau de
Esparta, irmão de AgamenónHelena e Páris, pintura de
Jacques-Louis David, 1788
Odisséia, Homero• O retorno de Ulisses (ou Odisseu) após a
Guerra de Tróia
• As desventuras que o herói da guerra passou,
ao libertar os ventos de Eólo, tentando voltar
para seu reino, Ítaca, uma jornada que se
estendeu por mais 10 anos
• Vítima de grandes provações e perseguido
pelo deus dos mares Posêidon
• Enfrentou um naufrágio, ciclópes, as
tentações da ilha de Calypso
• Hermes, o deus mensageiro, levou ordens
diretas de Zeus a Calypso para que libertasse
Ulisses
• Enquanto enfrentava peripécias, sua esposa,
Penélope, era constantemente cortejada e
seu trono desejado; ela costurou por anos
uma renda como promessa de casar-se
quando o terminasse, porém ela sempre o
descosturava, aguardando o retorno de seu
ReiOdisseu e sua esposa
Penélope
Eneida - Virgílio• Séc. I a.C
• Narra a história de Eneas, um troiano salvo por
gregos em Tróia, que viaja errante pelo
mediterrâneo até chegar à península itálica
• O ancestral dos romanos
• Eneas casa-se com Lavínia, sendo o troiano seu
primeiro Rei
• 400 anos depois, Réia Sílvia engravida de Marte e
gera dois irmãos gêmeos. Rômulo e Remo
• Amúlio, que depôs o próprio irmão e havia
condenado Réia ao sacerdotismo vriginiano, vinga-
se aprisionando-a no calabouço a abandonando
seu filhos no inverno romano no Rio Tibre
• Mas o cesto atola às margens do Rio Sopé, no
Cermalus, e os gêmeos são amamentados por
uma loba e criados por Fáustulo
• Rômulo é fundador de Roma: como os irmãos
divergiam do local aonde seria fundada a cidade,
Rômulo assassina Remo e o sepulta no Aventino
• Rômulo é a personificação dos Patrícios, os
primeiros romanos
• A morte de Rômulo, durante uma tempestade
causada por Marte, o torno no Deus QuirinoRômulo e Remo, de Peter Paul Rubens (ca
1615-1616), Museus Capitolinos, Roma.
Eneias abandona Troia em chamas, de
Federico Barocci (ca. 1598), Galleria
Borghese, Roma.
Épico de Camões
• Épico Moderno
• Versos decassílabos
• Rimas em oitavas
• Nova estrutura ocidental e política
• As grandes navegações: período dedescobertas e conquistas lusas: oImpério Português
• O novo império: país de marinheiros
• Embate entre cristãos e muçulmanos
• Rotas comerciais e conquista denovos cristãos
• A cruzada moderna
• Estrutura: cantos que recuperamelementos do épico clássico
• A mitologia romana serve para abeleza estética do poema
• O Deus católico é único deusverdadeiro do poema
Os Lusíadas, 1572
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As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando
Cantando espalharei por toda a parte
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Luís de Camões,
Os Lusíadas (1572)
Canto I, 1-2 O grande navegador luso
Vasco da Gama
Balada ou Cantiga
• Gênero provençal do ocidente
europeu
• Séc. XII
• Acompanhado de música
• Trovadorismo
• Temas: amizade, amor,
escárnio e maldizer; conquistas
e derrotas dos reis, fatos da
corte
• Sem grande estética
• Redondilhas com rimas pobres
Cantiga da Ribeirinha
Paio Soares de Taveirós
No mundo ninguém se assemelha a mim
enquanto a vida continuar como vai,
porque morro por vós, e ai!
minha senhora alva de pele rosadas,
quereis que vos retrate
quando eu vos vi sem manto.
Maldito dia que me levantei
E não vos vi feia
E minha senhora, desde aquele dia, ai!
tudo me foi muito mal e vós,
filha de Don Paio Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia
pois eu, minha senhora, como presente
Nunca de vós recebera algo
Mesmo que de ínfimo valor.
Soneto clássicoSONETO LXXXVIII
Quando me tratas mau e, desprezado,
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao me perder, tens toda a glória.
Mas lucro também tiro desse ofício:
Curvando sobre ti amor tamanho,
Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
Assim é o meu amor e a ti o reporto:
Por ti todas as culpas eu suporto.
William Shakespeare, 1564-1616
Ob.: Três quartetos e um duo,
sem separação de estrofes.
Soneto moderno
Vinicius de Moraes, 1913-1980
Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Estrutura de 2 quartetos (estrofes de 4
versos) e 2 tercetos (estrofes de 3 versos)
ENEM - 2013
A
B
C
D
E
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