Por que falta água no estado de Santa Catarina?. Controvérsias existem quando um tema suscita,...

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Por que falta água no estado de Santa Catarina?

TEMAS CONTROVERSOS Controvérsias existem quando um tema

suscita, nos diferentes atores envolvidos, posicionamentos políticos, sensibilidades éticas e estéticas diversificadas ou diferentes maneiras de interpretar a realidade (SILVA,CARVALHO,2007).

TEMAS CONTROVERSOS

“Um assunto é definido como controverso se as pessoas se encontram divididas sobre ele e se envolve juízos de valor que impossibilitam a sua resolução apenas através da análise das evidências ou da experiência”(RUDDUCK,1986).

A discussão de questões sócio-científicas controversas em sala de aula se revela útil quer na aprendizagem dos conteúdos, dos processos e da natureza da ciência e da tecnologia quer no desenvolvimento cognitivo,social, político, moral e ético dos alunos (REIS,2004).

Existem controvérsias em todas as áreas do pensamento humano – na ciência, na história, na arte, na economia, na política.

Muitos professores admitem a Ciência como um campo de controvérsias.

ELEMENTOS DESENCADEADORES Nelkin (1992, 1995), aponta que as controvérsias

científicas podem ser suscitadas: a) por implicações sociais, morais ou religiosas de uma

teoria ou de uma prática científica (por exemplo, as questões da clonagem e da modificação genética de seres vivos);

b) por tensões sociais entre direitos individuais e objectivos sociais,prioridades políticas e valores ambientais, interesses económicos e preocupações relativamente à saúde resultantes de aplicações tecnológicas ( da localização dos aterros sanitários e da produção e comercialização de rações de origem animal transmissoras da encefalopatia espongiforme);

c) pela afectação de recursos financeiros públicos a grandes projectos científicos e tecnológicos em detrimento de outros projectos, nomeadamente, em áreas sociais (REIS, 2004).

QUESTÕES SÓCIO-CIENTÍFICAS Questões sociais suscitadas por avanços

científicos e tecnológicos.

Os problemas sócio-científicos são pouco delimitados, multidisciplinares, heurísticos, carregados de valores (invocando, por exemplo, valores estéticos, ecológicos, morais, educacionais, culturais e religiosos) e afectados pela ausência de conhecimento (REIS,2004).

PAPEL DO PROFESSOR Stenhouse (1970) propõe uma

estratégia para trabalhar controvérsias na qual o professor assume o papel de dinamizador:

O professor tem o papel de:

a) lançar perguntas e colocar problemas;

b) pedir e efetuar esclarescimentos; c) manter o ritmo e interesse da

discussão;

PAPEL DO PROFESSOR d) ajudar os grupos a utilizarem e

potencializarem as ideias uns dos outros;

e) ajudar os grupos a definirem prioridades durante a discussão;

f) fazer pontos da situação; g) promover a reflexão e a auto-crítica

através de perguntas precisas (REIS,1999).

CONTRIBUIÇÕES Nelkin (1992) defende que a análise dos

detalhes de uma controvérsia proporciona aos alunos:

a) conhecimentos sobre o tipo de raciocínio que motiva os governos, os cientistas e os grupos de protesto;

b) uma compreensão realista de uma política científica e tecnológica, do seu contexto social e político e do seu impacto no público em geral ou em determinadas comunidades (REIS,2004).

HABILIDADES Tomada de decisão:

Envolve desenvolver nos estudantes a capacidade de analisar, sintetizar e argumentar.

TOMADA DE DECISÃO “ A tomada de decisão em uma

sociedade democrática pressupõe o debate público e a busca de uma solução que atenda ao interesse da maior parte da coletividade. […]

A faculdade de julgar envolve dois tipos de juízos: o crítico e o político” (SANTOS, MORTIMER,2001, p.101).

ESTRATÉGIAS Modelo de tomada de decisão de Piel (1993)

apresenta as etapas por meio de questões aos alunos, como:

1. Existe um problema mencionado ou inferido na situação?

2. Como ele tornou-se um problema? 3. Qual é a solução ideal e quais são os fatores que

influenciam o modo de alcançar a solução? 4. Quais são as alternativas que partem das

soluções potenciais que devem vir? 5. Quais são as ramificações das aplicações de

alguma solução alternativa? (SANTOS,MORTIMER,2001).

ESTRATÉGIAS Zoller (1993) propõe o seguinte modelo para

desenvolver a tomada de decisão: 1. Reconhecimento da existência de um

problema; 2. Compreensão da essência factual do

conhecimento e conceitos envolvidos; 3. Apreciação do significado e sentido das

soluções alternativas; 4. Processamento para solução do problema: a) Seleção de dados e informações relevantes; b) Análise dos dados pela sua racionalidade,

confiabilidade e validade; c) Avaliação da dependência das fontes de informações usada e seus graus de preconceito;

d) Planejamento de estratégias apropriadas para mais adiante negociar com os problemas;

ESTRATÉGIAS 5. Esclarecimento dos valores de

cada um e estabelecimento de um julgamento de valor;

6. Processamento para a tomada de decisão:

a) Escolhas racionais entre alternativas disponíveis ou geração de novas opções;

b) Tomada de decisão; 7. Ação de acordo com a decisão

tomada; 8. Tomada de responsabilidade

REFERÊNCIAS REIS, Pedro Rocha dos. A discussão de assuntos controversos

no Ensino das Ciências. Inovação, v.12, p. 107-112, 1999. REIS, Pedro Rocha dos. Controvérsias sócio-científicas:

Discutir ou não discutir? Percursos de Aprendizagem na disciplina de Ciências da Terra e da Vida.Lisboa: Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa ( Tese de doutoramento), 2004.

SANTOS, Wildson Luiz Pereira; MORTIMER, Eduardo Fleury. Tomada de decisão para ação social responsável no Ensino de Ciências. Ciência & Educação. V.7, n.1, p.95-111, 2001.

SILVA, Luciano Fernades; CARVALHO, Luiz Marcelo de. A temática ambiental e o processo educativo: o Ensino de Física a partir de temas controversos. Ciência & Ensino, v.1, número especial, novemvro de 2007.

Iniciação Científica

A Iniciação Científica é um programa que visa atender alunos dos cursos de graduação, colocando-os em contato com grupos/linhas de pesquisa. Busca, também, proporcionar ao aluno, orientado por pesquisador experiente, a aprendizagem de técnicas e métodos científicos, bem como estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa;

INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Pode servir como instrumento pedagógico na formação de atitudes científicas de questionamento, em relação ao conhecimento científico (OLIVEIRA, 2012, p.22).

FEIRAS DE CIÊNCIAS

Constituem uma atividade em que o estudante realiza trabalhos de investigação científica, para posteriormente apresentar e discutir os resultados obtidos (PEREIRA, OAIGEN, HENNIG, 2000).

FEIRAS DE CIÊNCIA Entende-se uma atividade técnica, cultural

e científica que se destina a estabelecer a união científico-cultural entre os estudantes do ensino básico (fundamental e médio), regularmente matriculados em unidades de Ensino Particular e Pública (PEREIRA;OAIGEN;HENNIG, 2000, p.15).

FEIRAS DE CIÊNCIAS São eventos em que os alunos são

responsáveis pela comunicação de projetos trabalhados durante o ano letivo (HARTMANN;ZIMMERMANN,2009).

HISTÓRICO Iniciaram nos EUA no início do século XX.

Visavam incentivar os alunos a desenvolverem trabalhos científicos, para expor aos demais estudantes.

Tais iniciativas ganharam força e começaram a ser disseminadas após a II Guerra Mundial.

A primeira Feira Científica intitulou-se National Science and Engineering Fair e foi realizada em 1950, na Filadélfia (EUA)(TONELOTO, 2012)

HISTÓRICO Brasil - a primeira Feira Nacional de Ciências

foi promovida pelo MEC, na década de 1960, na cidade do Rio de janeiro.

Depois disso, várias feiras estaduais foram promovidas nas décadas de 1970 e 1980.

O Rio Grande do Sul destacou-se como o Estado em que este movimento mais se fortaleceu, transformando-o em sede de feiras de âmbito nacional, como a Mostratec, filiada à Intel-Isef (TONELOTO, 2012).

HISTÓRICO CECIRS ( Centro de Treinamento para

Professores de Ciências do Rio Grande do Sul), criado em 1965.

Autores: Georg J. Hennig; Nelso Camargo Monte.

Em 1970 foram definidos os conceitos, objetivos, a organização e as fichas de avaliação.

OBJETIVOS DAS FEIRAS DE CIÊNCIAS Incentivar a atividade científica, na

busca e organização do material necessário a investigação;

Desenvolver a capacidade adequada de leis e mecanismos que evidenciem alterações experimentais;

Estimular o estudante na busca, registro e apresentação dos dados;

OBJETIVOS DAS FEIRAS DE CIÊNCIAS Desenvolver nos estudantes a capacidade

deelaboração de conclusões a partir dos resultados obtidos;

Contribuir no desenvolvimento da capacidade explicativa relacionando os dados empíricos com os dados teóricos;

Desenvolver a capacidade do estudante no registro e na expressão fidedigna de dados e informações obtidas na observação com enfoque científico;

OBJETIVOS DAS FEIRAS DE CIÊNCIA Promover a compreensão das Ciências

com o significado de ter-se um ponto de vista em especial (pensamento científico) em relação a coisas e fenômenos;

Exteriorizar reações e problemas científicos (atitudes científicas);

Reconhecer métodos apropriados para resolvê-los ( Métodos científicos). (PEREIRA;OAIGEN;HENNIG, 2000, p.20-21).

OBJETIVOS DAS FEIRAS DE CIÊNCIAS

Figura 1: Espiral da Cultura Científica

Carlos Vogt

CONTRIBUIÇÕES Mancuso (2000) e Lima (2008)

destacam as seguintes mudanças: 1) Crescimento pessoal e ampliação de

conhecimentos; 2) Ampliação da capacidade

comunicativa; 3)Mudanças de hábitos e atitudes; 4) Desenvolvimento da criticidade;

CONTRIBUIÇÕES 5) Maior envolvimento e interesse; 6) Exercício da criatividade; 7) Maior politização dos participantes.

(HARTMANN;ZIMMERMANN, 2009)

FORMAÇÃO DOCENTE

Contribui na formação docente na articulação entre o domínio do conteúdo específico e do conhecimento pedagógico (DORNFELD;MALTONI, 2011).

ELEMENTOS ORIENTADORES Contextualização

Interdisciplinaridade

PAPEL DO PROFESSOR O papel do docente é estimular

orientar e contribuir na condução dos trabalhos (TONELOTO, 2012).

Para muitos professores a descoberta de seu próprio potencial acontece ao constatar que seus alunos foram capazes de desenvolver e conquistar (TONELOTO, 2012)

VALIDADE DAS FEIRAS DE CIÊNCIAS Liberação e diversificação dos

conteúdos programáticos possibilitando uma dinamização do Ensino de Ciências.

Elevação do nível do ensino de Ciências e evolução comportamental dos estudantes.

Aproximação dos estudantes do fazer científico e dos problemas da comunidade.

FEIRAS DE CIÊNCIAS COMO ESTRATÉGIA As Feiras de Ciências enquanto

estratégias didáticas possibilitam:

Sondagem de aptidões; Desenvolvimento de habilidades; Integração do indivíduo na

comunidade.

EDUCAÇÃO CIENTÍFICA Como empreendimento social-

científico as Feiras de Ciências se constituem em uma promoção social que visa dar condições para que o estudante exponha trabalhos por ele realizados sobre temas científicos e que, em algum aspecto, apresentem um aporte original, como resultado da participação no conhecimento existente no exercício racional dos Métodos Científicos (PEREIRA;OAIGEN;HENNIG, 2000, p.26).

OBJETIVOS DAS FEIRAS DE CIÊNCIAS COMO ESTRATÉGIAS Incentivar a atividade científica; Estimular o planejamento e execução

de projetos próprios; Promover a compreensão da Ciência; Desenvolver atitudes de confiança; Desenvolver habilidades.

REFERÊNCIAS DORNFELD, Carolina Buso; Maltoni, Katia Luciene. A Feira de

Ciências como auxílio para a formação inicial de professores de ciências e biologia. Revista Eletrônica de Educação, v.5, n.2, nov. de 2011, p. 42-58.

HARTMANN,Ângela Maria; ZIMMERMANN, Erika. Feiras de Ciências: A interdisciplinaridade e a contextualização de estudantes do ensino médio. In.: Atas do VII ENPEC, Florianópolis:UFSC, 2009.

OLIVEIRA, Fátima Peres Zago de. O PAPEL DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA NAS INSTITUIÇÕES TÉCNICAS. Revista Técnico Científica (IFSC), v.3, n.1, 2012.

PEREIRA, Antônio Batista;OAIGEN, Edson Roberto; HENNIG, Georg J. Feiras de Ciências. Canoas: Ed. ULBRA, 2000. 287p.

TONELOTO, Carolina. Feiras de ciências: incentivo à curiosidade e à criatividade. Revista Pré- Univesp, n.25, outubro de 2012.

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