Portugal a Produzir - Partido Comunista Português a Produzir.indd 4 04-10-2011 14:35:53 5 Índice...

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Índice

Capítulo I — Apresentação ............................................. 7

Capítulo II — Diagnóstico da situação económica, financeiraesocial ..................................................... 11 2.1 — Produto interno bruto (PIB) ................................. 11 2.2 — Evolução dos sectores .......................................... 12 2.3 — Rendimento nacional Bruto (RNB) ..................... 13 2.4 — Balança comercial ................................................ 14 2.5—Déficesexternos ................................................... 16 2.5.1—Déficealimentar ..................................... 16 2.5.2—Déficeenergético ................................... 17 2.5.3—Déficetecnológico ................................. 18 2.6—Dívidasexternaepública ..................................... 19 2.7 — Investimento ........................................................ 21 2.8—Emprego .............................................................. 22 2.9 — Salários e distribuição de rendimentos ................ 24 2.10—Micro,pequenasemédiasempresas(MPME)..... 26

Capítulo III — A degradação do aparelho produtivo ... 27 3.1—Contornosdadestruiçãodoaparelhoprodutivo .. 27 3.2—Mistificaçõesdocapitaledopoderpolítico de direita .............................................................. 36 3.3—Causaseresponsáveis .......................................... 38 3.4—Opapeldosgruposeconómicosefinanceiros ..... 41

PoRtugal a PRoduzIR2.a edição

Capa:JoséMonginho© Editorial «avante!», Sa — lisboa, 2011

Tiragem:250exemplaresImpressãoeacabamento:DPS—DigitalPrintingServices,Lda.

Datadeimpressão:Outubrode2011Depósitolegaln.o 332362/11

ISBN 978-972-550-395-9

www.editorial-avante.pcp.pt

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Índice

Capítulo I — Apresentação ............................................. 7

Capítulo II — Diagnóstico da situação económica, financeiraesocial ..................................................... 11 2.1 — Produto interno bruto (PIB) ................................. 11 2.2 — Evolução dos sectores .......................................... 12 2.3 — Rendimento nacional Bruto (RNB) ..................... 13 2.4 — Balança comercial ................................................ 14 2.5—Déficesexternos ................................................... 16 2.5.1—Déficealimentar ..................................... 16 2.5.2—Déficeenergético ................................... 17 2.5.3—Déficetecnológico ................................. 18 2.6—Dívidasexternaepública ..................................... 19 2.7 — Investimento ........................................................ 21 2.8—Emprego .............................................................. 22 2.9 — Salários e distribuição de rendimentos ................ 24 2.10—Micro,pequenasemédiasempresas(MPME)..... 26

Capítulo III — A degradação do aparelho produtivo ... 27 3.1—Contornosdadestruiçãodoaparelhoprodutivo .. 27 3.2—Mistificaçõesdocapitaledopoderpolítico de direita .............................................................. 36 3.3—Causaseresponsáveis .......................................... 38 3.4—Opapeldosgruposeconómicosefinanceiros ..... 41

PoRtugal a PRoduzIR2.a edição

Capa:JoséMonginho© Editorial «avante!», Sa — lisboa, 2011

Tiragem:250exemplaresImpressãoeacabamento:DPS—DigitalPrintingServices,Lda.

Datadeimpressão:Outubrode2011Depósitolegaln.o 332362/11

ISBN 978-972-550-395-9

www.editorial-avante.pcp.pt

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CapítuloIApresentação

3.5—Capitalestrangeiro ............................................... 45 3.6—UniãoEuropeia:políticasecondicionantes ......... 47 Capítulo IV — Recursos nacionais ................................. 51 4.1—Recursoshumanos ............................................... 51 4.2 — Recursos naturais ................................................. 53

Capítulo V — Política alternativa ................................... 57 5.1 — Papel do Estado.................................................... 57 5.2 — Política de desenvolvimento agrícola eflorestal .............................................................. 60 5.3 — Política de desenvolvimento das pescas .............. 63 5.4 — Política de desenvolvimento industrial ................ 64 5.5 — Produção, salários e justiça social ........................ 67 5.6 — Factores e meios de produção .............................. 72 5.7 — Política de apoio às MPME.................................. 73

Capítulo VI — Resumo de orientações e medidas ......... 75

Capítulo VII — Texto de encerramento ......................... 83

Apresentação da Campanha Nacional do PCP em defesa da produção nacional e do aparelho produtivo .......................................... 91

Referências bibliográficas................................................ 97

AcampanhaPortugalaProduzir,lançadapeloPCPnaFestadoAvante!de2010,destina-seaafirmarovalorestratégicodaproduçãonacionaleoaproveitamentodaspotencialidadesdopaís,paraacriaçãodeemprego,ocombateàdependênciaexternaeaafirmaçãodeumaviasoberanadedesenvolvimento.

Acampanhapartiudaconstataçãodaprolongadafragilizaçãoedegradaçãodeimportantessectoresprodutivosdopaís,queagravamasdificuldadesdocrescimentoeconómico,dodesen-volvimentosocialedoexercíciodasoberania,aníveisquecom-prometemseriamenteaconstruçãodeumfuturocolectivoquecorrespondamaissatisfatoriamenteaosinteresseseaosanseiosdostrabalhadoresedopovoportuguês.

Pontuadapordiversasenumerosasiniciativas,dequesedestacamosencontrosnasempresaselocaisdetrabalhocomostrabalhadoresdediferentesramosdeactividade,mastambémcomespecialistas,pequenosprodutores,micro,pequenosemédiosempresários,acampanhapropôs-secontribuirparaumconheci-mentomaisaprofundadodarealidadeedasdificuldadesdapro-duçãonacional,paraumadenúnciadascausaseresponsáveisdasuaestagnaçãoedegradação,paraumaconsciencializaçãodasuaimportânciaecentralidadenaviabilidadedequalquerprojectodedesenvolvimentoeparaapropostademedidasesoluçõesparaoseuvigorosocrescimento,modernizaçãoearticulaçãocomasnecessidadessociaisdapopulaçãoededesenvolvimentodopaís.

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CapítuloIApresentação

3.5—Capitalestrangeiro ............................................... 45 3.6—UniãoEuropeia:políticasecondicionantes ......... 47 Capítulo IV — Recursos nacionais ................................. 51 4.1—Recursoshumanos ............................................... 51 4.2 — Recursos naturais ................................................. 53

Capítulo V — Política alternativa ................................... 57 5.1 — Papel do Estado.................................................... 57 5.2 — Política de desenvolvimento agrícola eflorestal .............................................................. 60 5.3 — Política de desenvolvimento das pescas .............. 63 5.4 — Política de desenvolvimento industrial ................ 64 5.5 — Produção, salários e justiça social ........................ 67 5.6 — Factores e meios de produção .............................. 72 5.7 — Política de apoio às MPME.................................. 73

Capítulo VI — Resumo de orientações e medidas ......... 75

Capítulo VII — Texto de encerramento ......................... 83

Apresentação da Campanha Nacional do PCP em defesa da produção nacional e do aparelho produtivo .......................................... 91

Referências bibliográficas................................................ 97

AcampanhaPortugalaProduzir,lançadapeloPCPnaFestadoAvante!de2010,destina-seaafirmarovalorestratégicodaproduçãonacionaleoaproveitamentodaspotencialidadesdopaís,paraacriaçãodeemprego,ocombateàdependênciaexternaeaafirmaçãodeumaviasoberanadedesenvolvimento.

Acampanhapartiudaconstataçãodaprolongadafragilizaçãoedegradaçãodeimportantessectoresprodutivosdopaís,queagravamasdificuldadesdocrescimentoeconómico,dodesen-volvimentosocialedoexercíciodasoberania,aníveisquecom-prometemseriamenteaconstruçãodeumfuturocolectivoquecorrespondamaissatisfatoriamenteaosinteresseseaosanseiosdostrabalhadoresedopovoportuguês.

Pontuadapordiversasenumerosasiniciativas,dequesedestacamosencontrosnasempresaselocaisdetrabalhocomostrabalhadoresdediferentesramosdeactividade,mastambémcomespecialistas,pequenosprodutores,micro,pequenosemédiosempresários,acampanhapropôs-secontribuirparaumconheci-mentomaisaprofundadodarealidadeedasdificuldadesdapro-duçãonacional,paraumadenúnciadascausaseresponsáveisdasuaestagnaçãoedegradação,paraumaconsciencializaçãodasuaimportânciaecentralidadenaviabilidadedequalquerprojectodedesenvolvimentoeparaapropostademedidasesoluçõesparaoseuvigorosocrescimento,modernizaçãoearticulaçãocomasnecessidadessociaisdapopulaçãoededesenvolvimentodopaís.

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Oreconhecimentoóbviodequeosectordosserviçoscresceudesmesuradamentefaceaosoutrossectores,queestagnaramoupoucoprogrediram,enalgunscasosdefinharam,levouacentraracampanhanaagricultura,silviculturaepescas,naindústriaextractivaetransformadoraenaproduçãoenergética.Issonãosignificaquesemenosprezamoutrossectoresprodutivosintegra-dosnosserviços,quandosesabequenosectorterciáriocresceramacimadetudoactividadesnãoprodutivascomoasfinanceiraseimobiliárias,masdecidiu-sedarumaênfaseespecialàproduçãodebenstransaccionáveisedeenergia,emqueoatrasosetornouparticularmenteexpressivo(é,porexemplo,arazãoporquesetratamaisaprofundadamenteabalançacomercialdoqueabalançacorrente).

Nestecontexto,expressõescomoa«destruição»ou«liquidaçãodoaparelhoprodutivo»(ou«daprodução»)nãopretendemobvia-menteafirmarqueopaísperdeuaagriculturaouaindústria.Nemsequerquenecessariamentediminuíramasquantidadesfísicasglobaisproduzidasporestessectores,embora,emcertosanos,issotenhasucedido.Oquesequerexpressar,relativoaestessectores,éaverdadeiraextinçãoouquaseextinçãodeunidadesesegmentosdoaparelhoprodutivodopaís,aextinçãoouquaseextinçãodeváriasactividades,adegradaçãoedesinvestimentoameaçadoresdasobrevivênciadenumerosasoutras,aperdadepotencialidadesdedesenvolvimento,aquebradopesoerepresentatividadenaeconomiadopaís,aestagnaçãoprolongadae,emalgunsperíodos,odecréscimodovolumedeprodução,apossibilidadesombriadosseusdeclíniosnãosórelativoscomoabsolutos.

AcampanhaPortugalaProduzirdesenvolveu-seaolongodeváriosmeseseacompanhouaevoluçãodasituaçãodopaís,sejanoplanoeconómicoesocial,sejanoplanopolítico.Umarealidadeemmovimento,emquesereflectiramoconjuntodasmedidasditasdeausteridade,emqueseacentuouaespiralespeculativaemtornodadívidapúblicanacionaleocorrespondentesaquepelograndecapitalaosrecursosdopaís,emquesedegradouoquadromacro-económicocomareentradaemrecessão,emqueseprecipitouademissãodogovernoPS,arealizaçãodeeleiçõeslegislativaseaformaçãodonovogovernoPSD/CDS,emqueseabriuaportaa

umailegítimaintervençãoexternadoFMI/BCE/UEeàimposiçãodeumprogramadesubmissãoeagressãoaopovoeaopaís.

Masaevoluçãodessamesmarealidade,opróprioaprofun-damentodapolíticadedireitaquandoprossegueacrisedocapi-talismo,reforçouaoportunidadeeopapeldestacampanhaque,emboahora,oPCPdecidiulevaracabo.Adefesadaproduçãonacional—quandosetornarammaisevidentesasfragilidadesestruturaisdopaís—passouaserinvocadamesmopormuitosdaquelesqueantessecandidataramaseuscoveiros.Masmaisimportantedoqueisso,elaafirmou-secomoumaquestãocentralnavidadopaís,umfactordemobilizaçãodemuitosdemocratasepatriotasqueaspiramaumpaísdeprogressoejustiçasocial,aumPortugalsoberanoeindependente.

Entendeu-seserdeutilidadeproporcionaraosactivistasepar-ticipantesdestacampanhaumdocumentodeapoio,quefornecesseummínimodeelementosdeanálise,diagnósticoediscussãosobrearealidadeeconómicaesocialdossectoresqueforamoseuob-jecto.Odocumentoacabouporsetornarumpouconumasúmuladacampanhaereflectirnassuaspáginasainformaçãoedebatesuscitados,achegasparaaconsideraçãodeumapolíticaalternativaediversaspropostas,comosurgiram,vivas,dosencontros,dasiniciativasedareflexãocolectiva.Excedendoaintençãoinicial,nuncapretendeuserexaustivo,nemsequerequilibrado,desdelogoporquealgumasáreasforamacompanhadasmaisdeperto.Masacabouporsermaisdoqueumapanhadodepropostas,quedevemserponderadasevalorizadas,epodeserlidocomoumacontribuição,parcialmasfundamentada,paraaconstruçãodeumapolíticaalternativa,patrióticaedeesquerda,emlinhacomaintervençãopolíticaqueoPCPprotagonizouaolongodedécadas,emdefesadaproduçãonacionalederupturacomorumodede-sastrenacional,aqueonovogovernoPSD/CDSsepreparaparadaragravadacontinuidade.

OcapítuloIIfazumbrevediagnósticodasituaçãoeconómicaefinanceira,nosseustraçosmacroeconómicos,esocialdopaís,nomomentopresenteenasuaevoluçãonasúltimasdécadas. OcapítuloIIItiraoretratodadegradaçãodoaparelhoprodutivodaagricultura,pescaseindústriaediscuteascausas,condicionantese

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Oreconhecimentoóbviodequeosectordosserviçoscresceudesmesuradamentefaceaosoutrossectores,queestagnaramoupoucoprogrediram,enalgunscasosdefinharam,levouacentraracampanhanaagricultura,silviculturaepescas,naindústriaextractivaetransformadoraenaproduçãoenergética.Issonãosignificaquesemenosprezamoutrossectoresprodutivosintegra-dosnosserviços,quandosesabequenosectorterciáriocresceramacimadetudoactividadesnãoprodutivascomoasfinanceiraseimobiliárias,masdecidiu-sedarumaênfaseespecialàproduçãodebenstransaccionáveisedeenergia,emqueoatrasosetornouparticularmenteexpressivo(é,porexemplo,arazãoporquesetratamaisaprofundadamenteabalançacomercialdoqueabalançacorrente).

Nestecontexto,expressõescomoa«destruição»ou«liquidaçãodoaparelhoprodutivo»(ou«daprodução»)nãopretendemobvia-menteafirmarqueopaísperdeuaagriculturaouaindústria.Nemsequerquenecessariamentediminuíramasquantidadesfísicasglobaisproduzidasporestessectores,embora,emcertosanos,issotenhasucedido.Oquesequerexpressar,relativoaestessectores,éaverdadeiraextinçãoouquaseextinçãodeunidadesesegmentosdoaparelhoprodutivodopaís,aextinçãoouquaseextinçãodeváriasactividades,adegradaçãoedesinvestimentoameaçadoresdasobrevivênciadenumerosasoutras,aperdadepotencialidadesdedesenvolvimento,aquebradopesoerepresentatividadenaeconomiadopaís,aestagnaçãoprolongadae,emalgunsperíodos,odecréscimodovolumedeprodução,apossibilidadesombriadosseusdeclíniosnãosórelativoscomoabsolutos.

AcampanhaPortugalaProduzirdesenvolveu-seaolongodeváriosmeseseacompanhouaevoluçãodasituaçãodopaís,sejanoplanoeconómicoesocial,sejanoplanopolítico.Umarealidadeemmovimento,emquesereflectiramoconjuntodasmedidasditasdeausteridade,emqueseacentuouaespiralespeculativaemtornodadívidapúblicanacionaleocorrespondentesaquepelograndecapitalaosrecursosdopaís,emquesedegradouoquadromacro-económicocomareentradaemrecessão,emqueseprecipitouademissãodogovernoPS,arealizaçãodeeleiçõeslegislativaseaformaçãodonovogovernoPSD/CDS,emqueseabriuaportaa

umailegítimaintervençãoexternadoFMI/BCE/UEeàimposiçãodeumprogramadesubmissãoeagressãoaopovoeaopaís.

Masaevoluçãodessamesmarealidade,opróprioaprofun-damentodapolíticadedireitaquandoprossegueacrisedocapi-talismo,reforçouaoportunidadeeopapeldestacampanhaque,emboahora,oPCPdecidiulevaracabo.Adefesadaproduçãonacional—quandosetornarammaisevidentesasfragilidadesestruturaisdopaís—passouaserinvocadamesmopormuitosdaquelesqueantessecandidataramaseuscoveiros.Masmaisimportantedoqueisso,elaafirmou-secomoumaquestãocentralnavidadopaís,umfactordemobilizaçãodemuitosdemocratasepatriotasqueaspiramaumpaísdeprogressoejustiçasocial,aumPortugalsoberanoeindependente.

Entendeu-seserdeutilidadeproporcionaraosactivistasepar-ticipantesdestacampanhaumdocumentodeapoio,quefornecesseummínimodeelementosdeanálise,diagnósticoediscussãosobrearealidadeeconómicaesocialdossectoresqueforamoseuob-jecto.Odocumentoacabouporsetornarumpouconumasúmuladacampanhaereflectirnassuaspáginasainformaçãoedebatesuscitados,achegasparaaconsideraçãodeumapolíticaalternativaediversaspropostas,comosurgiram,vivas,dosencontros,dasiniciativasedareflexãocolectiva.Excedendoaintençãoinicial,nuncapretendeuserexaustivo,nemsequerequilibrado,desdelogoporquealgumasáreasforamacompanhadasmaisdeperto.Masacabouporsermaisdoqueumapanhadodepropostas,quedevemserponderadasevalorizadas,epodeserlidocomoumacontribuição,parcialmasfundamentada,paraaconstruçãodeumapolíticaalternativa,patrióticaedeesquerda,emlinhacomaintervençãopolíticaqueoPCPprotagonizouaolongodedécadas,emdefesadaproduçãonacionalederupturacomorumodede-sastrenacional,aqueonovogovernoPSD/CDSsepreparaparadaragravadacontinuidade.

OcapítuloIIfazumbrevediagnósticodasituaçãoeconómicaefinanceira,nosseustraçosmacroeconómicos,esocialdopaís,nomomentopresenteenasuaevoluçãonasúltimasdécadas. OcapítuloIIItiraoretratodadegradaçãodoaparelhoprodutivodaagricultura,pescaseindústriaediscuteascausas,condicionantese

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responsabilidades.OcapítuloIVincidesobreosrecursos,humanosenaturais,comqueopaíspodecontarpararevitalizaraproduçãonestessectores.OcapítuloVpreocupa-secomaconstruçãodeumapolíticaalternativamultifacetadanestasáreas.OcapítuloVI,semapreocupaçãodeserexaustivo,fazumapanhadodepropostasreferidasnodocumento.OcapítuloVIIencerra.

CapítuloIIDiagnósticodasituaçãoeconómica

2.1 — Produto interno bruto (PIB)

Apolíticadedireitaedeabdicaçãonacional,aoserviçodosgruposeconómicosefinanceiros,conduziuaumagravecrisequeoseuprosseguimentoagravará.

Nosdezanosanteriores,entre2001e2010,oPIBterminoucom172699,4milhõesdeeurosnoúltimoano,masemtermosreaisocrescimentomédioanualfoiapenasde0,7%.EstasituaçãodeestagnaçãoeatrasorelativamenteaospaísesdaUEnãosedeveusimplesmenteaoagravamentodacrisedocapitalismo,poisantesdoseuinício,entre2001e2007,ocrescimentomédiojátinhacaídopara1,1%aoano.OgovernoPSnadaresolveuetudoagravouaomanterorumodaspolíticasdedireita.Nosprimeiroscincoanosdoseumandato,entre2006e2010,ocrescimentomédioreduziupara0,5%aoano.

Emfinaisdoanopassado,opaísvoltouacairemrecessão,tendooPIBcontraídoemcadeia0,6%noúltimotrimestrede2010enovamentenoprimeirotrimestrede2011.Asprevisões,reconhecidasoficialmente,apontamparaumaquedarealde–2,2%em2011ede–1,8%em2012.

Aúltimadécadafoiverdadeiramenteumadécadaperdida.Devidoapolíticastotalmenteerradasparalisou-seocrescimentoeatrasou-seopaísemrelaçãoàmédiadaUniãoEuropeia.Terãodecorridováriosanosdesdeaacentuaçãodacrisedocapitalismo

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responsabilidades.OcapítuloIVincidesobreosrecursos,humanosenaturais,comqueopaíspodecontarpararevitalizaraproduçãonestessectores.OcapítuloVpreocupa-secomaconstruçãodeumapolíticaalternativamultifacetadanestasáreas.OcapítuloVI,semapreocupaçãodeserexaustivo,fazumapanhadodepropostasreferidasnodocumento.OcapítuloVIIencerra.

CapítuloIIDiagnósticodasituaçãoeconómica

2.1 — Produto interno bruto (PIB)

Apolíticadedireitaedeabdicaçãonacional,aoserviçodosgruposeconómicosefinanceiros,conduziuaumagravecrisequeoseuprosseguimentoagravará.

Nosdezanosanteriores,entre2001e2010,oPIBterminoucom172699,4milhõesdeeurosnoúltimoano,masemtermosreaisocrescimentomédioanualfoiapenasde0,7%.EstasituaçãodeestagnaçãoeatrasorelativamenteaospaísesdaUEnãosedeveusimplesmenteaoagravamentodacrisedocapitalismo,poisantesdoseuinício,entre2001e2007,ocrescimentomédiojátinhacaídopara1,1%aoano.OgovernoPSnadaresolveuetudoagravouaomanterorumodaspolíticasdedireita.Nosprimeiroscincoanosdoseumandato,entre2006e2010,ocrescimentomédioreduziupara0,5%aoano.

Emfinaisdoanopassado,opaísvoltouacairemrecessão,tendooPIBcontraídoemcadeia0,6%noúltimotrimestrede2010enovamentenoprimeirotrimestrede2011.Asprevisões,reconhecidasoficialmente,apontamparaumaquedarealde–2,2%em2011ede–1,8%em2012.

Aúltimadécadafoiverdadeiramenteumadécadaperdida.Devidoapolíticastotalmenteerradasparalisou-seocrescimentoeatrasou-seopaísemrelaçãoàmédiadaUniãoEuropeia.Terãodecorridováriosanosdesdeaacentuaçãodacrisedocapitalismo

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antesqueserecuperemosníveisdeactividadeeconómicaante-riores,comtodasasimplicaçõesdaídecorrentesparaasituaçãosocial,especialmentedosníveisdeemprego.Corre-semesmooriscodeterminarestanovadécadacomumaproduçãoderiquezainferioràdoseucomeço;entãosepoderiafalaremdeclínionacional,nãoapenasemsentidorelativo,emcomparaçãocomamédia comunitária ou mundial, mas em sentido absoluto. a não inverter-seorumodaspolíticasgovernamentais,omáximoaqueopaíspodeaspiraréacontinuaçãodeumaprolongadaestagnação.Maisumadécadaperdida.

2.2 — Evolução dos sectores

Emmeadosdadécadade70,oconjuntodaagriculturaedaindústriavaliamaisde60%dovaloracrescentadobrutonacional.Em1974,aagricultura,silvicultura,caçaepescarepresentavamcercade15,5%easindústriasextractivas,transformadoras,electri-cidade,gás,água,construçãoeobraspúblicasrepresentavamcercade46%;osserviços,incluindoocomércio,ostransporteseasacti-vidadesfinanceiras,entreoutras,representavamcercade38,5%.

Opesodoaglomeradodaagriculturaedaindústriatemvindogradualmenteadiminuirnaeconomia;inversamente,odosservi-çostemvindoaaumentar.Porexemplo,em1995(1),oconjuntodaagricultura,silviculturaepesca,daindústria,daenergia,águaesaneamentoedaconstruçãojásórepresentavacercadeumterço(34,4%);oconjuntodosserviçosrepresentavacercadedoisterços(65,6%).

Masem2010,asituaçãotinha-seagravadoaindamais. Aagricultura,silviculturaepescaestavarestringidaaapenas2,4%,aindústria,incluindoaenergia,águaesaneamentoeaconstrução,a23,5%;inversamente,osserviçostinhamaumentadopara74,1%.Istoé,opesodaagriculturamaisaindústrianaeconomiatinha-se

reduzidoacercadeumquarto,odosserviçostinha-seelevadoacercadetrêsquartos.

o desenvolvimento dos serviços é uma característica intrín-secadosestadoscapitalistasmodernos,especialmentedosmaisavançados.Aelevaçãomaisrápidadaprodutividadenaproduçãodebens,aextensãodasatisfaçãodenecessidadespessoaiseco-lectivas,aadministração,manutençãoedefesadaordemsocial,asdificuldadesderealizaçãodamais-valia(devenderaproduçãoerepartiroslucrospelaclassecapitalista),afugadosinvestimen-tosparaaespeculação,hipertrofiamosector,particularmenteasactividadescomerciaisefinanceiras(adesafectaçãodaindústriadeactividadesnelaorganicamenteinseridastambémempolaarti-ficialmenteosserviços).

MasemPortugal,ocrescimentodopesorelativodosserviçostraduz,apardetudoisso,aestagnação,obloqueamentoemesmoadestruiçãodoaparelhoprodutivodossectoresprimárioesecun-dário.

Aevoluçãodovaloracrescentadobrutoemvolume(apreçosconstantesemvezdepreçoscorrentes)mostra-obemnaúltimadécadaemeia,paraaqualhádadosuniformizados.Aagricultura,silviculturaepesca,depoisdeumadiminuição,estáperfeita-menteestagnadadesde1998,comcurtasoscilações.Aindústria,incluindoaenergia,águaesaneamentoeaconstrução,aumentourazoavelmentede1995a2001,estagnouaté2007efoiduramenteatingidapelacriseem2008-09,dequepraticamenterecuperoumuitopouco.Oaglomeradodosdoissectores,dadoomuitomaiorpesodaindústria,teveumaevoluçãosemelhanteaesta,acabandoarecuarparaosníveisdehácatorzeanos.Porcontraste,osserviçosaumentaramcontinuamentedesde1995,tendoapenasacusadootoquedacriseem2009,anoemquediminuírammuitoligeiramente.

2.3 — Rendimento nacional bruto (RNB)

Adiferençaentreosrendimentospagoserecebidosdoex-terior,desfavorávelaonossopaís,tem-sereflectido,nascontas

(1)Apartirdesteanoavalorizaçãofaz-seapreçosdebaseemvezdepreçosnoprodutor.Alteraumpoucoadistribuiçãodopesodossectores,peloquenãoéinteiramentecomparávelcomacomposiçãoanterior.

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antesqueserecuperemosníveisdeactividadeeconómicaante-riores,comtodasasimplicaçõesdaídecorrentesparaasituaçãosocial,especialmentedosníveisdeemprego.Corre-semesmooriscodeterminarestanovadécadacomumaproduçãoderiquezainferioràdoseucomeço;entãosepoderiafalaremdeclínionacional,nãoapenasemsentidorelativo,emcomparaçãocomamédia comunitária ou mundial, mas em sentido absoluto. a não inverter-seorumodaspolíticasgovernamentais,omáximoaqueopaíspodeaspiraréacontinuaçãodeumaprolongadaestagnação.Maisumadécadaperdida.

2.2 — Evolução dos sectores

Emmeadosdadécadade70,oconjuntodaagriculturaedaindústriavaliamaisde60%dovaloracrescentadobrutonacional.Em1974,aagricultura,silvicultura,caçaepescarepresentavamcercade15,5%easindústriasextractivas,transformadoras,electri-cidade,gás,água,construçãoeobraspúblicasrepresentavamcercade46%;osserviços,incluindoocomércio,ostransporteseasacti-vidadesfinanceiras,entreoutras,representavamcercade38,5%.

Opesodoaglomeradodaagriculturaedaindústriatemvindogradualmenteadiminuirnaeconomia;inversamente,odosservi-çostemvindoaaumentar.Porexemplo,em1995(1),oconjuntodaagricultura,silviculturaepesca,daindústria,daenergia,águaesaneamentoedaconstruçãojásórepresentavacercadeumterço(34,4%);oconjuntodosserviçosrepresentavacercadedoisterços(65,6%).

Masem2010,asituaçãotinha-seagravadoaindamais. Aagricultura,silviculturaepescaestavarestringidaaapenas2,4%,aindústria,incluindoaenergia,águaesaneamentoeaconstrução,a23,5%;inversamente,osserviçostinhamaumentadopara74,1%.Istoé,opesodaagriculturamaisaindústrianaeconomiatinha-se

reduzidoacercadeumquarto,odosserviçostinha-seelevadoacercadetrêsquartos.

o desenvolvimento dos serviços é uma característica intrín-secadosestadoscapitalistasmodernos,especialmentedosmaisavançados.Aelevaçãomaisrápidadaprodutividadenaproduçãodebens,aextensãodasatisfaçãodenecessidadespessoaiseco-lectivas,aadministração,manutençãoedefesadaordemsocial,asdificuldadesderealizaçãodamais-valia(devenderaproduçãoerepartiroslucrospelaclassecapitalista),afugadosinvestimen-tosparaaespeculação,hipertrofiamosector,particularmenteasactividadescomerciaisefinanceiras(adesafectaçãodaindústriadeactividadesnelaorganicamenteinseridastambémempolaarti-ficialmenteosserviços).

MasemPortugal,ocrescimentodopesorelativodosserviçostraduz,apardetudoisso,aestagnação,obloqueamentoemesmoadestruiçãodoaparelhoprodutivodossectoresprimárioesecun-dário.

Aevoluçãodovaloracrescentadobrutoemvolume(apreçosconstantesemvezdepreçoscorrentes)mostra-obemnaúltimadécadaemeia,paraaqualhádadosuniformizados.Aagricultura,silviculturaepesca,depoisdeumadiminuição,estáperfeita-menteestagnadadesde1998,comcurtasoscilações.Aindústria,incluindoaenergia,águaesaneamentoeaconstrução,aumentourazoavelmentede1995a2001,estagnouaté2007efoiduramenteatingidapelacriseem2008-09,dequepraticamenterecuperoumuitopouco.Oaglomeradodosdoissectores,dadoomuitomaiorpesodaindústria,teveumaevoluçãosemelhanteaesta,acabandoarecuarparaosníveisdehácatorzeanos.Porcontraste,osserviçosaumentaramcontinuamentedesde1995,tendoapenasacusadootoquedacriseem2009,anoemquediminuírammuitoligeiramente.

2.3 — Rendimento nacional bruto (RNB)

Adiferençaentreosrendimentospagoserecebidosdoex-terior,desfavorávelaonossopaís,tem-sereflectido,nascontas

(1)Apartirdesteanoavalorizaçãofaz-seapreçosdebaseemvezdepreçosnoprodutor.Alteraumpoucoadistribuiçãodopesodossectores,peloquenãoéinteiramentecomparávelcomacomposiçãoanterior.

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nacionaisdosúltimosanos,numpersistentedesviodoRNBabaixodoPIB,que,deacordocomdadospreliminares,em2010foidemenos3,4%.Estadiferença,quefechaaevoluçãogradualmentedivergenteaolongodadécada,justificaquenãosenegligencieoRNB,dadoquemedemaisacertadamentequeoPIBariquezaqueficanopaís.

Ofracorendimentonacional,constringindoeassociando-seaumafracapoupançainternaeànecessidadederecorreraoexteriorparafinanciaraeconomia,queagravaoinsustentávelendivida-mentodopaís,impossibilitaqueaeconomianacionalgalgueparapatamaresdeinvestimentosuperioreseconstituiumpoderosobloqueiodoseuprogresso.

Defacto,apoupançanacional,jásubstancialmentemaisbaixaqueamédiacomunitária,temmostradoumatendênciaparaasuadiminuição,reduzindo-seapoupançabrutaem2010aominguadovalorde9,2%doPIB.

Opaísprecisadecrescer.OPIBeoRNBtêmqueaumentarataxasanuaissignificativas.Aestagnaçãoeconómicaéumcolete- -de-forçasquemanietaodesenvolvimentosocial,amelhoriadospadrõesdevidadostrabalhadoresedaspopulações.

2.4 — Balança comercial

Entre1993e2010,períodocobertopelasestatísticasmaisrecentesdoINE,abalançacomercialdebensregistousempresaldosdeficitários,quegeralmenteacentuou,comumagravamentoparticularmentenítidoentre2004e2008.Em2010,odéficefoide20291milhõesdeeuros.

Emtodosestesanos,ataxadecoberturadasimportaçõespelasexportaçõesnuncaatingiuos70%(64,4%em2010).

Ossaldoscomerciaisnegativososcilaramnumabandaequi-valentea9–15%doPIB(11,7%em2010).

Alémdisso,ocomérciointernacionalportuguêsdebens,sejanosmovimentosdesaídasejadeentrada,temestadoafuniladonaUniãoEuropeia,muitoparaalémdoqueserianaturaleine-vitáveldadaasituaçãogeográfica.Desde1993atéhoje,opeso

dospaísesdaCEE/UEfoi,emmédia,aproximadamente,de80%relativamenteàssaídasede77%relativamenteàsentradasdocomércioexternonacional.Apartirde1995,oestreitamentodosfluxoscomerciaisacentuou-seesóapartirde2006severificaumareduçãodopesodomercadointracomunitárionasexportaçõesdebens.AUEconstituíaem2010odestinode75,0%dassaídaseaorigemde75,7%dosbensadquiridosporPortugal(ataxadecober-turaparaestemercadofoide63,8%).Semsurpresas,aEspanhaéoprincipalparceirocomercial,com26,6%dasexportaçõese31,2%dasimportações;seguem-seaAlemanhaeaFrança,com,respectivamente,13,0%e11,8%dasexportaçõese13,9%e7,3%dasimportações(dadosde2010).

Ospersistentesdéficesdabalançacomercialagravaramoendividamentodopaísetornaram-seinsustentáveis.Apanaceiadogovernoconsisteemcombateressesdéficescomapromoçãodasexportações.Semdúvidaqueasexportaçõesdevemserpro-movidasehápotencialidadesquedevemserexploradaseapro-veitadas,atéporquePortugaltemumpesodasexportaçõesnoPIBrelativamentereduzidoparaumpaíseuropeucomasuadimensãodemográfica.Masabalançacomercialtemdoislados,odassaídaseodasentradas,eodéficetemqueseratacadopelosdois,numaestratégiaequilibradaquenãosubalternizenenhum.

Nãohápossibilidadedeatenuarsubstancialmenteodese-quilíbrioemuitomenosdetornaropaísexcedentáriose,dadaagrandedesproporçãoentreosdoissectores,oincrementodasexportaçõesnãoforacompanhadodeumareduçãodonívelou,nomínimo,deumincrementoemproporçãobastantemenordasimportações,semoqueabalançacomercialsetornaverdadeira-menteincomportável.

Incrementarasexportaçõesdiminuindooscustosdotraba-lho,atravésdeviolentasmedidasdeausteridade,queagravamapolarizaçãosocialeempobrecemaindamaisostrabalhadoreseaspopulações,talvezpossamelhorartransitoriamenteaposi- çãocompetitivadopaís,oquejádesiépoucoplausívelcom acrescenteconcorrênciadepaísesdesaláriosmuitíssimoinfe-riores,masesseefeitoesgota-serapidamentequandoaeconomianacional,emresultadodaerradaapostanosbaixossalários,se

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nacionaisdosúltimosanos,numpersistentedesviodoRNBabaixodoPIB,que,deacordocomdadospreliminares,em2010foidemenos3,4%.Estadiferença,quefechaaevoluçãogradualmentedivergenteaolongodadécada,justificaquenãosenegligencieoRNB,dadoquemedemaisacertadamentequeoPIBariquezaqueficanopaís.

Ofracorendimentonacional,constringindoeassociando-seaumafracapoupançainternaeànecessidadederecorreraoexteriorparafinanciaraeconomia,queagravaoinsustentávelendivida-mentodopaís,impossibilitaqueaeconomianacionalgalgueparapatamaresdeinvestimentosuperioreseconstituiumpoderosobloqueiodoseuprogresso.

Defacto,apoupançanacional,jásubstancialmentemaisbaixaqueamédiacomunitária,temmostradoumatendênciaparaasuadiminuição,reduzindo-seapoupançabrutaem2010aominguadovalorde9,2%doPIB.

Opaísprecisadecrescer.OPIBeoRNBtêmqueaumentarataxasanuaissignificativas.Aestagnaçãoeconómicaéumcolete- -de-forçasquemanietaodesenvolvimentosocial,amelhoriadospadrõesdevidadostrabalhadoresedaspopulações.

2.4 — Balança comercial

Entre1993e2010,períodocobertopelasestatísticasmaisrecentesdoINE,abalançacomercialdebensregistousempresaldosdeficitários,quegeralmenteacentuou,comumagravamentoparticularmentenítidoentre2004e2008.Em2010,odéficefoide20291milhõesdeeuros.

Emtodosestesanos,ataxadecoberturadasimportaçõespelasexportaçõesnuncaatingiuos70%(64,4%em2010).

Ossaldoscomerciaisnegativososcilaramnumabandaequi-valentea9–15%doPIB(11,7%em2010).

Alémdisso,ocomérciointernacionalportuguêsdebens,sejanosmovimentosdesaídasejadeentrada,temestadoafuniladonaUniãoEuropeia,muitoparaalémdoqueserianaturaleine-vitáveldadaasituaçãogeográfica.Desde1993atéhoje,opeso

dospaísesdaCEE/UEfoi,emmédia,aproximadamente,de80%relativamenteàssaídasede77%relativamenteàsentradasdocomércioexternonacional.Apartirde1995,oestreitamentodosfluxoscomerciaisacentuou-seesóapartirde2006severificaumareduçãodopesodomercadointracomunitárionasexportaçõesdebens.AUEconstituíaem2010odestinode75,0%dassaídaseaorigemde75,7%dosbensadquiridosporPortugal(ataxadecober-turaparaestemercadofoide63,8%).Semsurpresas,aEspanhaéoprincipalparceirocomercial,com26,6%dasexportaçõese31,2%dasimportações;seguem-seaAlemanhaeaFrança,com,respectivamente,13,0%e11,8%dasexportaçõese13,9%e7,3%dasimportações(dadosde2010).

Ospersistentesdéficesdabalançacomercialagravaramoendividamentodopaísetornaram-seinsustentáveis.Apanaceiadogovernoconsisteemcombateressesdéficescomapromoçãodasexportações.Semdúvidaqueasexportaçõesdevemserpro-movidasehápotencialidadesquedevemserexploradaseapro-veitadas,atéporquePortugaltemumpesodasexportaçõesnoPIBrelativamentereduzidoparaumpaíseuropeucomasuadimensãodemográfica.Masabalançacomercialtemdoislados,odassaídaseodasentradas,eodéficetemqueseratacadopelosdois,numaestratégiaequilibradaquenãosubalternizenenhum.

Nãohápossibilidadedeatenuarsubstancialmenteodese-quilíbrioemuitomenosdetornaropaísexcedentáriose,dadaagrandedesproporçãoentreosdoissectores,oincrementodasexportaçõesnãoforacompanhadodeumareduçãodonívelou,nomínimo,deumincrementoemproporçãobastantemenordasimportações,semoqueabalançacomercialsetornaverdadeira-menteincomportável.

Incrementarasexportaçõesdiminuindooscustosdotraba-lho,atravésdeviolentasmedidasdeausteridade,queagravamapolarizaçãosocialeempobrecemaindamaisostrabalhadoreseaspopulações,talvezpossamelhorartransitoriamenteaposi- çãocompetitivadopaís,oquejádesiépoucoplausívelcom acrescenteconcorrênciadepaísesdesaláriosmuitíssimoinfe-riores,masesseefeitoesgota-serapidamentequandoaeconomianacional,emresultadodaerradaapostanosbaixossalários,se

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distanciadosoutrospaísesnosritmosdecrescimentodaprodu-tividade.

Oproblemacrónicododéficedabalançacomercial,bemcomoodabalançacorrente(queincluiosserviços),nãopodeenãodeveresolver-seàcustadarestriçãodoconsumopopular,aliásdemenorpropensãoparaosprodutosdeimportaçãoquandocomparadocomodaselitesquebeneficiamdasmedidasdeausteridade.

2.5—Déficesexternos

Portugalédeficitárioemalgumasáreasparticularmentesensí-veisparaasuasoberania,queafectamasuacapacidadedeconstruirumprojectonacionalautónomo,quesirvamelhorosinteressesdoseupovo.Essesdéficesconstituemimportantescomponentesdodesequilíbriodasuabalançacomercial.

2.5.1—Déficealimentar

Asexportaçõesdaagricultura(vegetaleanimal),caçaepescaedasindústriasalimentaresnãocompensamasimportaçõesdames-maárea.Ataxadecobertura,de34,3%em1993,oscilouaté2001edesdeentãotemvindoaaumentargradualmente,até50,2%em2010.Aindaassim,opaís,nodomínioalimentar,importaodobro doqueexporta.Osaldonegativo,em2010,erade–2,2%doPIB,cercadeumquintododéficedetodaabalançacomercialde bens.

Emboraglobalmenteamaioriadoconsumoalimentardapopulaçãosejasatisfeitapelaproduçãonacional,Portugalestálongedaauto-suficiência,importandopertodeumterçodassuasnecessidadesagroalimentares,épersistentementedeficitárioemnumerosasproduçõese,nalgunscasosimportantes,comoodoscereaisoudacarnedebovino,amaioriadoconsumoéimportadadoestrangeiro.

Mereceespecialatençãoocasodotrigo.Pelarelevânciageraldoscereaisetubérculosnospadrõesalimentaresrecomendados,

massobretudopelagrandecapitaçãonoconsumoalimentarportu-guês(112,5kgporhabitante/ano,em2009/10)eobaixíssimograudeauto-aprovisionamento(5,7%,nomesmoano).Omilhoéoutrocasodefracograudeauto-aprovisionamento(31,9%,em2009/10);embora,aocontráriodotrigo,sedestinenasuaesmagadoramaio-riaaoconsumoanimal,aselevadasquantidadesimportadaspesamnodéficedabalançacomercialalimentar.Ambasasproduçõesse ressentiram muito da enorme redução das áreas de cultivo nas últimastrêsdécadas,emboraomilhotenhaconseguidocompensarcomaumentosdeprodutividade.

Oacentuadoaumentodospreçosinternacionaisdoscereais(omilhojábateurecordeshistóricos,otrigoparalácaminha),bemcomodosalimentosemgeral,apardaincapacidadedeincrementarsubstancialmenteaproduçãoagrícolaepesqueira,nãoauguranadadebomparaasatisfaçãodasnecessidadesalimentaresnemparaacorrecçãododéficecomercialdopaís.

2.5.2—Déficeenergético

Portugaltemumaelevadadependênciaenergética,muitoacimadamédiadaUE.Nastrêsdécadas,terminadasem2008,paraquehádadosdisponíveis,tevequeimportarcadaanocercade84%daenergiaqueforneciaàsuaeconomia.Em2008,estapercentagemfoide81,2%.

Opaísnãoproduzpetróleo,nemgásnatural,nemcarvão(des-de1994,quandoencerrouaúltimamina).Aproduçãodomésticadeenergiaprimária,inteiramentebaseadanasenergiasrenováveis,cobreapenasumapequenaparceladoconsumofinal:18,8%doabastecimento em 2008.

OpetróleopermanececomoaprincipalfonteprimáriadeenergiaemPortugal,emboraasuaproporçãotenhavindoadimi-nuirnasúltimasquatrodécadas,de75,5%em1973,para64,2%em2001e52,9%em2008.Nãosurpreendeporissoqueassuasimportações(maisasdegásnaturalecarvão)pesemduramentenosaldonegativodocomércioexterno.Odéficedabalançaener-géticadopaís,comoscilações,subiuaolongodadécadaanterior,

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distanciadosoutrospaísesnosritmosdecrescimentodaprodu-tividade.

Oproblemacrónicododéficedabalançacomercial,bemcomoodabalançacorrente(queincluiosserviços),nãopodeenãodeveresolver-seàcustadarestriçãodoconsumopopular,aliásdemenorpropensãoparaosprodutosdeimportaçãoquandocomparadocomodaselitesquebeneficiamdasmedidasdeausteridade.

2.5—Déficesexternos

Portugalédeficitárioemalgumasáreasparticularmentesensí-veisparaasuasoberania,queafectamasuacapacidadedeconstruirumprojectonacionalautónomo,quesirvamelhorosinteressesdoseupovo.Essesdéficesconstituemimportantescomponentesdodesequilíbriodasuabalançacomercial.

2.5.1—Déficealimentar

Asexportaçõesdaagricultura(vegetaleanimal),caçaepescaedasindústriasalimentaresnãocompensamasimportaçõesdames-maárea.Ataxadecobertura,de34,3%em1993,oscilouaté2001edesdeentãotemvindoaaumentargradualmente,até50,2%em2010.Aindaassim,opaís,nodomínioalimentar,importaodobro doqueexporta.Osaldonegativo,em2010,erade–2,2%doPIB,cercadeumquintododéficedetodaabalançacomercialde bens.

Emboraglobalmenteamaioriadoconsumoalimentardapopulaçãosejasatisfeitapelaproduçãonacional,Portugalestálongedaauto-suficiência,importandopertodeumterçodassuasnecessidadesagroalimentares,épersistentementedeficitárioemnumerosasproduçõese,nalgunscasosimportantes,comoodoscereaisoudacarnedebovino,amaioriadoconsumoéimportadadoestrangeiro.

Mereceespecialatençãoocasodotrigo.Pelarelevânciageraldoscereaisetubérculosnospadrõesalimentaresrecomendados,

massobretudopelagrandecapitaçãonoconsumoalimentarportu-guês(112,5kgporhabitante/ano,em2009/10)eobaixíssimograudeauto-aprovisionamento(5,7%,nomesmoano).Omilhoéoutrocasodefracograudeauto-aprovisionamento(31,9%,em2009/10);embora,aocontráriodotrigo,sedestinenasuaesmagadoramaio-riaaoconsumoanimal,aselevadasquantidadesimportadaspesamnodéficedabalançacomercialalimentar.Ambasasproduçõesse ressentiram muito da enorme redução das áreas de cultivo nas últimastrêsdécadas,emboraomilhotenhaconseguidocompensarcomaumentosdeprodutividade.

Oacentuadoaumentodospreçosinternacionaisdoscereais(omilhojábateurecordeshistóricos,otrigoparalácaminha),bemcomodosalimentosemgeral,apardaincapacidadedeincrementarsubstancialmenteaproduçãoagrícolaepesqueira,nãoauguranadadebomparaasatisfaçãodasnecessidadesalimentaresnemparaacorrecçãododéficecomercialdopaís.

2.5.2—Déficeenergético

Portugaltemumaelevadadependênciaenergética,muitoacimadamédiadaUE.Nastrêsdécadas,terminadasem2008,paraquehádadosdisponíveis,tevequeimportarcadaanocercade84%daenergiaqueforneciaàsuaeconomia.Em2008,estapercentagemfoide81,2%.

Opaísnãoproduzpetróleo,nemgásnatural,nemcarvão(des-de1994,quandoencerrouaúltimamina).Aproduçãodomésticadeenergiaprimária,inteiramentebaseadanasenergiasrenováveis,cobreapenasumapequenaparceladoconsumofinal:18,8%doabastecimento em 2008.

OpetróleopermanececomoaprincipalfonteprimáriadeenergiaemPortugal,emboraasuaproporçãotenhavindoadimi-nuirnasúltimasquatrodécadas,de75,5%em1973,para64,2%em2001e52,9%em2008.Nãosurpreendeporissoqueassuasimportações(maisasdegásnaturalecarvão)pesemduramentenosaldonegativodocomércioexterno.Odéficedabalançaener-géticadopaís,comoscilações,subiuaolongodadécadaanterior,

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de2,9%doPIBem2001para4,9%em2008,pertodeumterçododéficedabalançacomercialdebens.

Aincapacidadeestruturaldaproduçãomundialdepetróleo,queseabeiroudonívelmáximo,emsatisfazeraprocuraqueosactuaispadrõesdeconsumoexigemeprevisivelmenteexigirãonofuturopressionaospreçosparacima.Mesmoantesdosrecentesacontecimentosnomundoárabe,ocustodobarrildeBrent(refe-rênciaeuropeia)játinhaultrapassadoos$100e,emprincípiosdeAbril,ultrapassouos$120.

Odéficeenergéticoé,tambémporisso,umdosmaiorescons-trangimentosaodesenvolvimentodopaís.

2.5.3—Déficetecnológico

Aclassificaçãodosprodutosdaindústriatransformadorase-gundoograudeintensidadetecnológicabaseia-senaproporçãodedespesasdeinvestigaçãoedesenvolvimentonovaloracrescentadoounaprodução.Asproduçõesdealtaemédia-altatecnologiaapanhamossectoresditosdepontaeosqueusamtecnologiasmais avançadas.

Masasexportaçõesportuguesasdaindústriatransformadoraapoiam-semaioritariamenteemproduçõesdefracasofisticação.Portugalespecializou-seemprodutosdebaixaintensidadetec-nológica,comoasmadeiras,cortiçaesuasobrasouostêxteis,vestuáriosecalçado,edemédia-baixaintensidadetecnológica,comoosprodutosmineraisnãometálicos.

Oresultadoéumenormeepersistentedéficenocomércioexternodeprodutosindustriaisdealtaintensidadetecnológica,comoosprodutosfarmacêuticos,osequipamentosderádio,TVecomunicaçõesouosequipamentosdeescritórioecomputação,edemédia-altaintensidadetecnológica,comoosprodutosquímicos,osveículosamotor,reboquesesemi-reboquesouasmáquinaseequipamentos.

Em2010,odéficedeprodutosdaindústriatransformadoradealtaemédia-altatecnologiaconstituía57,2%dodéficedetodaabalançacomercialdebens(6,7%doPIB).Mesmoqueconside-

rássemosapenasosbensdealtatecnologia,aindaassimconstituía22,4%dodéficecomercial(2,6%doPIB).

Masosignificadoqualitativodestedéficeétalvezaindamaisnegativo,porquetraduzoatrasonamodernizaçãodaindústriaportuguesa,oseuacantonamentoemproduçõestradicionais,deequipamentosetécnicasatrasados,mão-de-obrabarataebaixaprodutividade.Adesindustrializaçãoquesedeucomaprivatizaçãoeliquidaçãodeimportantesunidadesindustriaisdosectorempre-sarialdoEstado,quepertenciamasectorestecnologicamentemaisavançadosequetinhamsidoobjectodeumsignificativoesforçomodernizador,influenciounegativamenteograudeintensidadetecnológicaeodéficeindustrialexterno.

2.6—Dívidasexternaepública

Adívidaexternalíquidanacional(públicaeprivada,indicadanasestatísticaspelaposiçãodeinvestimentointernacional)temvindoaaumentargradualmentedesde1996emrelaçãoàriquezaproduzidanopaís.Em2009ultrapassouos100%doPIB.Diminuiupelaprimeiravezem2010,quandofechouoanocomumpassivode107,7%doPIB(nofinalde2009erade110,9%).Éelucidativorecordarqueem1996eraapenasde10,3%doPIB,masaliberali-zaçãodesvantajosadosfluxoscomerciaisefinanceirosexteriores,nomeadamentecomaadesãoàCEEeacontinuadapolíticadedireita,nãopoderiadeixardeconduziraoagravamento.

Eacapacidadedefinanciamentodaeconomia,dadapelosaldoconjuntodasbalançascorrenteedecapital,épersistentementenegativahámuitosanos,maisexpressivamentenaúltimadécadaeespecialmentenoúltimolustro,comovalorem2010de–8,8%do PIB.

Adependênciadofinanciamentoexternoanualmenterepro-duzidaeovalordadívidaexternatornam-seinsuportáveisparaotamanhodaeconomiaportuguesa.Oendividamentoacumu-ladoemrelaçãoaoestrangeiro,cujascausasestruturaisforamagravadascomamoedaúnica,adquiriuumataldimensãoquesetransformounumdosprincipaisgarrotesdodesenvolvimentodo

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de2,9%doPIBem2001para4,9%em2008,pertodeumterçododéficedabalançacomercialdebens.

Aincapacidadeestruturaldaproduçãomundialdepetróleo,queseabeiroudonívelmáximo,emsatisfazeraprocuraqueosactuaispadrõesdeconsumoexigemeprevisivelmenteexigirãonofuturopressionaospreçosparacima.Mesmoantesdosrecentesacontecimentosnomundoárabe,ocustodobarrildeBrent(refe-rênciaeuropeia)játinhaultrapassadoos$100e,emprincípiosdeAbril,ultrapassouos$120.

Odéficeenergéticoé,tambémporisso,umdosmaiorescons-trangimentosaodesenvolvimentodopaís.

2.5.3—Déficetecnológico

Aclassificaçãodosprodutosdaindústriatransformadorase-gundoograudeintensidadetecnológicabaseia-senaproporçãodedespesasdeinvestigaçãoedesenvolvimentonovaloracrescentadoounaprodução.Asproduçõesdealtaemédia-altatecnologiaapanhamossectoresditosdepontaeosqueusamtecnologiasmais avançadas.

Masasexportaçõesportuguesasdaindústriatransformadoraapoiam-semaioritariamenteemproduçõesdefracasofisticação.Portugalespecializou-seemprodutosdebaixaintensidadetec-nológica,comoasmadeiras,cortiçaesuasobrasouostêxteis,vestuáriosecalçado,edemédia-baixaintensidadetecnológica,comoosprodutosmineraisnãometálicos.

Oresultadoéumenormeepersistentedéficenocomércioexternodeprodutosindustriaisdealtaintensidadetecnológica,comoosprodutosfarmacêuticos,osequipamentosderádio,TVecomunicaçõesouosequipamentosdeescritórioecomputação,edemédia-altaintensidadetecnológica,comoosprodutosquímicos,osveículosamotor,reboquesesemi-reboquesouasmáquinaseequipamentos.

Em2010,odéficedeprodutosdaindústriatransformadoradealtaemédia-altatecnologiaconstituía57,2%dodéficedetodaabalançacomercialdebens(6,7%doPIB).Mesmoqueconside-

rássemosapenasosbensdealtatecnologia,aindaassimconstituía22,4%dodéficecomercial(2,6%doPIB).

Masosignificadoqualitativodestedéficeétalvezaindamaisnegativo,porquetraduzoatrasonamodernizaçãodaindústriaportuguesa,oseuacantonamentoemproduçõestradicionais,deequipamentosetécnicasatrasados,mão-de-obrabarataebaixaprodutividade.Adesindustrializaçãoquesedeucomaprivatizaçãoeliquidaçãodeimportantesunidadesindustriaisdosectorempre-sarialdoEstado,quepertenciamasectorestecnologicamentemaisavançadosequetinhamsidoobjectodeumsignificativoesforçomodernizador,influenciounegativamenteograudeintensidadetecnológicaeodéficeindustrialexterno.

2.6—Dívidasexternaepública

Adívidaexternalíquidanacional(públicaeprivada,indicadanasestatísticaspelaposiçãodeinvestimentointernacional)temvindoaaumentargradualmentedesde1996emrelaçãoàriquezaproduzidanopaís.Em2009ultrapassouos100%doPIB.Diminuiupelaprimeiravezem2010,quandofechouoanocomumpassivode107,7%doPIB(nofinalde2009erade110,9%).Éelucidativorecordarqueem1996eraapenasde10,3%doPIB,masaliberali-zaçãodesvantajosadosfluxoscomerciaisefinanceirosexteriores,nomeadamentecomaadesãoàCEEeacontinuadapolíticadedireita,nãopoderiadeixardeconduziraoagravamento.

Eacapacidadedefinanciamentodaeconomia,dadapelosaldoconjuntodasbalançascorrenteedecapital,épersistentementenegativahámuitosanos,maisexpressivamentenaúltimadécadaeespecialmentenoúltimolustro,comovalorem2010de–8,8%do PIB.

Adependênciadofinanciamentoexternoanualmenterepro-duzidaeovalordadívidaexternatornam-seinsuportáveisparaotamanhodaeconomiaportuguesa.Oendividamentoacumu-ladoemrelaçãoaoestrangeiro,cujascausasestruturaisforamagravadascomamoedaúnica,adquiriuumataldimensãoquesetransformounumdosprincipaisgarrotesdodesenvolvimentodo

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país,coarctando-lheaautonomia,sujeitando-oàchantagemdosespeculadoresinternacionais,fragilizandoadefesadasoberania,restringindooinvestimentoefornecendoaconvenientejustifica-çãoparaaschamadaspolíticasdeausteridade.

Adívidapúblicaportuguesa,emrelaçãoaoPIB,foide93,0%em2010,prevê-seoficialmentequefiqueem106,4%em2011eprojecta-se,comtotalirrealismo,queatinjaummáximode115,3%em2013equedeclineapartirdaí.Naverdade,sobretudocomoselevadosjurosestipuladosparaoempréstimoacordadorecen-tementecomoFMI/BCE/UE,oEstadoportuguêsentrounumadinâmicadeinsolvênciaenãoconseguirásusterocrescimentodadívidapúblicaemrelaçãoaoPIB,quesetornouimpossíveldepagarsemumanecessáriarenegociação.

OsjurosdestadívidaatingiramnomercadosecundárioemJulhode2011valoressuperioresa20%,20%,17%e13%,res-pectivamenteparaasobrigaçõesdotesouroadois,três,cincoedezanos,masostítulosforamempartecompradoscomcréditosobtidosnoBancoCentralEuropeuajurosmuitoinferiores,oqueevidenciaosenormeslucrosrealizadospelaespeculaçãofinanceiraeoirrealismodascondiçõesedosprazosprogramadosparaoEstadosevoltarafinanciarnormalmentenosmercadosdecapitais.OOrçamentodoEstadode2011contemplamaisde6300milhõesdeeurosparaopagamentodejuroseoutrosencargoscomofinanciamentodoEstado.

Odéficepúblicoem2010foide9,1%doPIB.Asmetasacor-dadaspelogovernoparaosanosseguintessãode–5,9%em2011,–4,5%em2012,–3,0%em2013,–2,3%em2014,–1,9%em2015e–1,8%em2016.

Énecessáriobaixarodéficeorçamental,masaumritmoquenãosobreponhaesseobjectivoànecessidadedecrescimentodaeconomia.Nãosedefendeodesperdício,odespesismo,odes-controloeadesregraorçamental.Temquehaverponderação,racionalizaçãoecontroloseveronogastoeinvestimentopúblico.Hádispêndiosdeverbaseperdasdereceitasquepodemserencur-tadosoumesmoeliminados,comoéocasodasparceriaspúblicoprivadasoudosbenefíciosfiscaisconcedidosaograndecapital.Mas,globalmente,adespesapúblicanãodevediminuir,asreceitas

équetêmqueaumentar.Sóassimserápossívelsuportarodesen-volvimentodaacçãodoEstado,nocumprimentodosseusdeveressociais(queaConstituição,apesardedesfigurada,lhecontinuaaatribuir)edassuasresponsabilidadesnoinvestimentopúblico.Nota-seumadivisãoentreaqueles(àdireita)quequerematacarodéficeorçamentalpeloladodasdespesaseaqueles(àesquerda)quequerematacá-lopeloladodasreceitas.

Éigualmentenecessárioprocederàrenegociaçãodadívidapú-blica,noquedizrespeitoajuros,prazosemontantes.Umarenego-ciaçãosemcondiçõespolíticascomoaquelasaquequeremsujeitaropaís,quepermitacortarogarroteimpostopelosespeculadores,pelaUEeoFMI,edestinarverbasquegarantamoinvestimentopúblico,ocrescimentoeconómicoeacriaçãodeemprego.Umarenegociaçãoacompanhadadadiversificaçãodasfontesdefinan-ciamentodoEstado,dasustentabilidadedascontaspúblicasedeumaintervençãoconvergentecomoutrospaísestambématingidospelaespeculaçãoepeloimpactodamoedaúnica.

2.7 — Investimento

Oinvestimento,públicoeprivado,incluindoaformaçãobrutadecapitalfixo(FBCF)easvariaçõesdeexistênciasdematérias- -primaseprodutos,voltouacair,peloterceiroanoconsecutivo,em2010(–5,3%,depoisdagrandequedade–13,7%em2009),atingindonovomínimohistóricoempercentagemdoPIB,dequerepresentaapenas19,0%.

Nadécadade2000a2010,aformaçãobrutadecapitalfixo,quefornecemaisrigorosamenteoinvestimentoembensdecapital(em-boraincluindoaindaoinvestimentoemhabitaçãodasfamílias),passoude27,7%para19,0%doPIB,comumcomportamentodasadministraçõespúblicasaindamaisnefastoqueodasempresas.Prevê-sequevolteacairem2011e2012.Serianecessáriorecuaraosanos50doséculopassadoparaencontrarníveistãobaixos.Exactamenteaocontráriodoqueseriapreciso.

Semumenormeesforçoinvestidornãoépossívelmoderni-zaraeconomiaportuguesa,recuperardeatrasostecnológicos,

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país,coarctando-lheaautonomia,sujeitando-oàchantagemdosespeculadoresinternacionais,fragilizandoadefesadasoberania,restringindooinvestimentoefornecendoaconvenientejustifica-çãoparaaschamadaspolíticasdeausteridade.

Adívidapúblicaportuguesa,emrelaçãoaoPIB,foide93,0%em2010,prevê-seoficialmentequefiqueem106,4%em2011eprojecta-se,comtotalirrealismo,queatinjaummáximode115,3%em2013equedeclineapartirdaí.Naverdade,sobretudocomoselevadosjurosestipuladosparaoempréstimoacordadorecen-tementecomoFMI/BCE/UE,oEstadoportuguêsentrounumadinâmicadeinsolvênciaenãoconseguirásusterocrescimentodadívidapúblicaemrelaçãoaoPIB,quesetornouimpossíveldepagarsemumanecessáriarenegociação.

OsjurosdestadívidaatingiramnomercadosecundárioemJulhode2011valoressuperioresa20%,20%,17%e13%,res-pectivamenteparaasobrigaçõesdotesouroadois,três,cincoedezanos,masostítulosforamempartecompradoscomcréditosobtidosnoBancoCentralEuropeuajurosmuitoinferiores,oqueevidenciaosenormeslucrosrealizadospelaespeculaçãofinanceiraeoirrealismodascondiçõesedosprazosprogramadosparaoEstadosevoltarafinanciarnormalmentenosmercadosdecapitais.OOrçamentodoEstadode2011contemplamaisde6300milhõesdeeurosparaopagamentodejuroseoutrosencargoscomofinanciamentodoEstado.

Odéficepúblicoem2010foide9,1%doPIB.Asmetasacor-dadaspelogovernoparaosanosseguintessãode–5,9%em2011,–4,5%em2012,–3,0%em2013,–2,3%em2014,–1,9%em2015e–1,8%em2016.

Énecessáriobaixarodéficeorçamental,masaumritmoquenãosobreponhaesseobjectivoànecessidadedecrescimentodaeconomia.Nãosedefendeodesperdício,odespesismo,odes-controloeadesregraorçamental.Temquehaverponderação,racionalizaçãoecontroloseveronogastoeinvestimentopúblico.Hádispêndiosdeverbaseperdasdereceitasquepodemserencur-tadosoumesmoeliminados,comoéocasodasparceriaspúblicoprivadasoudosbenefíciosfiscaisconcedidosaograndecapital.Mas,globalmente,adespesapúblicanãodevediminuir,asreceitas

équetêmqueaumentar.Sóassimserápossívelsuportarodesen-volvimentodaacçãodoEstado,nocumprimentodosseusdeveressociais(queaConstituição,apesardedesfigurada,lhecontinuaaatribuir)edassuasresponsabilidadesnoinvestimentopúblico.Nota-seumadivisãoentreaqueles(àdireita)quequerematacarodéficeorçamentalpeloladodasdespesaseaqueles(àesquerda)quequerematacá-lopeloladodasreceitas.

Éigualmentenecessárioprocederàrenegociaçãodadívidapú-blica,noquedizrespeitoajuros,prazosemontantes.Umarenego-ciaçãosemcondiçõespolíticascomoaquelasaquequeremsujeitaropaís,quepermitacortarogarroteimpostopelosespeculadores,pelaUEeoFMI,edestinarverbasquegarantamoinvestimentopúblico,ocrescimentoeconómicoeacriaçãodeemprego.Umarenegociaçãoacompanhadadadiversificaçãodasfontesdefinan-ciamentodoEstado,dasustentabilidadedascontaspúblicasedeumaintervençãoconvergentecomoutrospaísestambématingidospelaespeculaçãoepeloimpactodamoedaúnica.

2.7 — Investimento

Oinvestimento,públicoeprivado,incluindoaformaçãobrutadecapitalfixo(FBCF)easvariaçõesdeexistênciasdematérias- -primaseprodutos,voltouacair,peloterceiroanoconsecutivo,em2010(–5,3%,depoisdagrandequedade–13,7%em2009),atingindonovomínimohistóricoempercentagemdoPIB,dequerepresentaapenas19,0%.

Nadécadade2000a2010,aformaçãobrutadecapitalfixo,quefornecemaisrigorosamenteoinvestimentoembensdecapital(em-boraincluindoaindaoinvestimentoemhabitaçãodasfamílias),passoude27,7%para19,0%doPIB,comumcomportamentodasadministraçõespúblicasaindamaisnefastoqueodasempresas.Prevê-sequevolteacairem2011e2012.Serianecessáriorecuaraosanos50doséculopassadoparaencontrarníveistãobaixos.Exactamenteaocontráriodoqueseriapreciso.

Semumenormeesforçoinvestidornãoépossívelmoderni-zaraeconomiaportuguesa,recuperardeatrasostecnológicos,

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acelerarocrescimentodaprodutividade,aumentaraeficiênciadasempresas,melhoraraposiçãocompetitivadopaís,atenuarofossoparaasnaçõesmaisdesenvolvidas,promoverodesenvol-vimentosocial.Oinvestimentopúblicotemaquiumpapelincon-tornável,estruturanteedecisivo.AoEstadonãolhecabeapenasdaroexemplonasempresaspúblicas;cabe-lheatravésdaacçãolegislativa,institucionalefinanceira,definir,promover,apoiar,orientar,coordenaredirigirumaestratégiacontinuada,equilibrada,integradora,animadoraemodernizadoradoconjuntodoaparelhoprodutivodopaís.

2.8—Emprego

Desde2000,aestruturadoempregoemPortugalmodificou- -sesensivelmente.Demodoaproximado,emrelaçãoaototal,oempregonaagricultura,produçãoanimal,caça,florestaepescadiminuiude12,6%para10,0%,naindústria,construção,energiaeáguadiminuiude35,0%para27,5%enosserviçosaumentoude52,4%para62,5%.Aquebradoempregonaagriculturaeindús-tria,naordemdos500milpostosdetrabalho,bemreveladoradadestruiçãodoaparelhoprodutivonacional,nãofoiinteiramentecompensadapeloaumentodeempregonosserviços.Apopulaçãoempregadanoprimeirotrimestrede2011erade4866,0mil.

Oaumentocontinuadododesempregodesde2000(comumapequenaquebraem2008,logocompensadanoanoseguinte)traduzsocialmenteolongoperíododeestagnaçãoqueopaísatravessa.Ataxadedesemprego,quepartiude3,9%em2000,agravou-seabruptamentecomarecessãooriginadapeloagravamentodacrisedocapitalismoeatingiu,noquartotrimestredoanopassado,11,1%,onívelmaisaltodesdequeoinstitutodeestatísticaeuropeucomeçaraarecolherosdadosem1983.Noprimeirotrimestrede2011,comumanovametodologiadeinquérito,ataxadedesempregoalcançouos12,4%.Nestetrimestre,oshomenstinhamumataxadedesem-pregode12,0%,asmulheresde12,8%eosjovensdos15aos24anosde27,8%.Apopulaçãodesempregadaascendiaa688,9mil,incluindo84,5milcomníveldeescolaridadesuperiorcompleto.

Masaestatísticanãocontabilizacomodesempregadosaquelesquetrabalhaminvoluntariamenteabaixodaduraçãonormaldetrabalho(subempregovisível;bastatrabalharumahoranasema-nadereferênciadoinquéritoparaserconsideradoempregado)eaquelesquenãotêmtrabalho,queriammasnãoprocurarameestãodisponíveis(inactivosdisponíveis)oudesistiramdefazerdiligências(inactivosdesencorajados).Seacrescentarmosestascategoriastemosumapopulaçãodesempregadade1066,9mil,correspondendoaumataxadedesempregoefectivadecercade18,5%paraoprimeirotrimestrede2011,calculadaporexcessomas mais realista.

Mesmoconsiderandoapenasnosentidorestritodasestatísticasoficiais,onúmerodedesempregadosdelongaduração,àprocuradeempregopelomenosháumano,temaumentadomuito,reflec-tindoobloqueamentodacriaçãodenovospostosdetrabalho.Noprimeirotrimestredesteano,ataxadedesempregodelongaduraçãojáerade6,6%,maisdemetadedosdesempregadospro-curavatrabalhohámaisdeumanoepertodeumterçoprocuravahámaisdedois.Sãomuitosostrabalhadoreseasfamíliasqueficamcompletamentedesamparadoscomaperdadossubsídiosdedesemprego.

Desde2000queaumenta(aindaquecomligeirasirregulari-dades)aproporçãodostrabalhadorescomcontratosaprazonototaldosassalariados.De14,1%em2000passoupara18,7%noprimeirotrimestrede2011,afectandoumamédiade713,8miltrabalhadores(masexistiammais129,1milcomsituaçãoesta-tisticamenteindefinida).Onúmerodetrabalhadoresporcontapróprianãoempregadoresfoide766,3milnoprimeirotrimestrede2011;ostrabalhadoresarecibosverdes,nasuaesmagadoramaioriadefactoaprestarserviçocomotrabalhadoresporcontadeoutremsemoscorrespondentesdireitos(«falsosrecibosver-des»),representaria,grossomodo,cercademetadedessenúmero. Ostrabalhadorescomvínculoprecário,acontratoaprazoouafalsoreciboverde,ultrapassamlargamenteummilhão.

NofinaldeAbrildesteano,apenas294194desempregados,poucomaisdemetadedosregistados,recebiaalgumaespéciedesubsídiodedesemprego(seexcluirmosossubsídiossociais,ini-

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acelerarocrescimentodaprodutividade,aumentaraeficiênciadasempresas,melhoraraposiçãocompetitivadopaís,atenuarofossoparaasnaçõesmaisdesenvolvidas,promoverodesenvol-vimentosocial.Oinvestimentopúblicotemaquiumpapelincon-tornável,estruturanteedecisivo.AoEstadonãolhecabeapenasdaroexemplonasempresaspúblicas;cabe-lheatravésdaacçãolegislativa,institucionalefinanceira,definir,promover,apoiar,orientar,coordenaredirigirumaestratégiacontinuada,equilibrada,integradora,animadoraemodernizadoradoconjuntodoaparelhoprodutivodopaís.

2.8—Emprego

Desde2000,aestruturadoempregoemPortugalmodificou- -sesensivelmente.Demodoaproximado,emrelaçãoaototal,oempregonaagricultura,produçãoanimal,caça,florestaepescadiminuiude12,6%para10,0%,naindústria,construção,energiaeáguadiminuiude35,0%para27,5%enosserviçosaumentoude52,4%para62,5%.Aquebradoempregonaagriculturaeindús-tria,naordemdos500milpostosdetrabalho,bemreveladoradadestruiçãodoaparelhoprodutivonacional,nãofoiinteiramentecompensadapeloaumentodeempregonosserviços.Apopulaçãoempregadanoprimeirotrimestrede2011erade4866,0mil.

Oaumentocontinuadododesempregodesde2000(comumapequenaquebraem2008,logocompensadanoanoseguinte)traduzsocialmenteolongoperíododeestagnaçãoqueopaísatravessa.Ataxadedesemprego,quepartiude3,9%em2000,agravou-seabruptamentecomarecessãooriginadapeloagravamentodacrisedocapitalismoeatingiu,noquartotrimestredoanopassado,11,1%,onívelmaisaltodesdequeoinstitutodeestatísticaeuropeucomeçaraarecolherosdadosem1983.Noprimeirotrimestrede2011,comumanovametodologiadeinquérito,ataxadedesempregoalcançouos12,4%.Nestetrimestre,oshomenstinhamumataxadedesem-pregode12,0%,asmulheresde12,8%eosjovensdos15aos24anosde27,8%.Apopulaçãodesempregadaascendiaa688,9mil,incluindo84,5milcomníveldeescolaridadesuperiorcompleto.

Masaestatísticanãocontabilizacomodesempregadosaquelesquetrabalhaminvoluntariamenteabaixodaduraçãonormaldetrabalho(subempregovisível;bastatrabalharumahoranasema-nadereferênciadoinquéritoparaserconsideradoempregado)eaquelesquenãotêmtrabalho,queriammasnãoprocurarameestãodisponíveis(inactivosdisponíveis)oudesistiramdefazerdiligências(inactivosdesencorajados).Seacrescentarmosestascategoriastemosumapopulaçãodesempregadade1066,9mil,correspondendoaumataxadedesempregoefectivadecercade18,5%paraoprimeirotrimestrede2011,calculadaporexcessomas mais realista.

Mesmoconsiderandoapenasnosentidorestritodasestatísticasoficiais,onúmerodedesempregadosdelongaduração,àprocuradeempregopelomenosháumano,temaumentadomuito,reflec-tindoobloqueamentodacriaçãodenovospostosdetrabalho.Noprimeirotrimestredesteano,ataxadedesempregodelongaduraçãojáerade6,6%,maisdemetadedosdesempregadospro-curavatrabalhohámaisdeumanoepertodeumterçoprocuravahámaisdedois.Sãomuitosostrabalhadoreseasfamíliasqueficamcompletamentedesamparadoscomaperdadossubsídiosdedesemprego.

Desde2000queaumenta(aindaquecomligeirasirregulari-dades)aproporçãodostrabalhadorescomcontratosaprazonototaldosassalariados.De14,1%em2000passoupara18,7%noprimeirotrimestrede2011,afectandoumamédiade713,8miltrabalhadores(masexistiammais129,1milcomsituaçãoesta-tisticamenteindefinida).Onúmerodetrabalhadoresporcontapróprianãoempregadoresfoide766,3milnoprimeirotrimestrede2011;ostrabalhadoresarecibosverdes,nasuaesmagadoramaioriadefactoaprestarserviçocomotrabalhadoresporcontadeoutremsemoscorrespondentesdireitos(«falsosrecibosver-des»),representaria,grossomodo,cercademetadedessenúmero. Ostrabalhadorescomvínculoprecário,acontratoaprazoouafalsoreciboverde,ultrapassamlargamenteummilhão.

NofinaldeAbrildesteano,apenas294194desempregados,poucomaisdemetadedosregistados,recebiaalgumaespéciedesubsídiodedesemprego(seexcluirmosossubsídiossociais,ini-

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cialesubsequente,apenas236529recebiamsubsídiodedesem-prego),situaçãoqueseagravarácomapersistênciaeoaumentododesempregodelongaduração.Ovalormédiodossubsídioserade 493,42 euros.

Comasperspectivasderecessãoeestagnaçãoparaapróximadécada,odesempregoeaprecariedadepoderãooscilar,masatendênciaserádeaumento.Nãoseráfácilrecuperarosníveis,maisbaixos,doiníciodadécadapassadaemuitomenosaproxi-mardoplenoemprego,seguroecomdireitos.Odesempregoeaprecariedadesãoestruturaisnocapitalismoe,deformamassiva,tornaram-seendémicosnasociedadeportuguesa.Apolíticadedi-reita,nomeadamentenodomíniodalegislaçãolaboral,contribuiudecisivamenteparaisso.

2.9 — Salários e distribuição de rendimentos

Em2008,oganhomédiomensalilíquido(antesdequaisquerdescontos)dostrabalhadoresdasempresasatempocompletoerade1008euros(aremuneraçãomédiamensaldebase,ilíquida,erade843euros).Masdestestrabalhadores,cercade29%auferiaumsaláriobasemensalinferiora500euroseapenascercade21%recebiaigualousuperiora1000euros.

Em2009,oganhomédiomensaldosassalariadosatempointeironasempresaserade1034euros.EmOutubrodesseano,8,7%delesrecebiaosaláriomínimo(450euros);proporçãoquesubiu,emAbrilde2010,para9,4%(comonovosaláriomínimode 475 euros).

Em2010,segundoasprevisõesdoBancodePortugal,ocres-cimentodasremuneraçõesdostrabalhadoresdeveter-sesituadoem2,2%,abaixodos3,2%de2009(considerandoapenasosectorprivado,ocrescimentoem2010deveserde2,7%,abaixodos3,1%de2009).

Globalmente,ossaláriosdostrabalhadoressãomuitobaixosemPortugal.Porexemplo,aremuneraçãoilíquidadosassalariadosatempointeironaindústriaeserviçosera,em2007,menosdemetadedamédiadaUE.OBancodePortugalregistavanoOutono

passadouma«fortedesaceleraçãodoscustosunitáriosdotrabalho,nocontextodeumcrescimentosignificativodaprodutividadeportrabalhador»,masograndepatronatonãodeixaqueestesganhosdeprodutividadeaproveitemtambémaostrabalhadores.

Opaístemcercade2milhõesdepobres.Em2009,17,9%dapopulaçãodopaís,cercade1900milhabitantes,encontrava-seemriscodepobreza,ouseja,oseurendimentoanualerainferioraolimiardepobreza,estabelecidonesseanoem5207eurosanuais(434eurospormês).Em2010,22,5%dapopulação,cercade2393milresidentes,viviaemagregadoscomdificuldadesmateriais(definidascombasenumconjuntodeindicadoresdeprivaçãomaterial)pormotivoseconómicos.

Portugalédospaísesdesenvolvidoscommaiordesigualdadenadistribuiçãodorendimentodasfamílias.Medindocomoscoe-ficientesdeGini(cujaescalavariadezero,quandotodososindi-víduostêmomesmorendimento,a100,quandoumsóindivíduoconcentraorendimentotodo),Portugaltinhaem2007oelevadovalorde35,8,sóultrapassadonaUEpelaLetónia,aBulgáriaeaRoménia.Em2009esteíndicetinhadiminuídopara33,7,masos20%maisricostinhamumrendimentocercadeseisvezessuperioraos20%maispobreseos10%maisricostinhamumrendimentocercadenovevezessuperioraos10%maispobres.

Em1974-77,comoconsequênciadirectadoprocessorevolu-cionárioiniciadopelo25deAbril,apartedotrabalhonadistribui-çãodorendimentonacionalatingiuasuaexpressãomaiselevadadesempre.Nesteperíodo,opesodasremuneraçõesdotrabalhoempercentagemdoPIBestevesempreacimados60%e,em1975,chegoumesmoaatingiros69,4%.Desde1992,comligeirasosci-lações,estáestabilizadopróximodos49,5%,abaixodoverificadonosúltimosdezanosdofascismo.Em2010foide51,1%,artificial-menteempolado,comosucedeunoanoanterior,comaquedadoPIBverificadanacrise.Apesardenãodescontarasdepreciaçõesdocapital,éumindicador,grosseiromasválido,dograndeaumentodataxadeexploraçãoqueresultoudoprocessodereconstituiçãodocapitalismomonopolista,começandooseudeclíniopraticamentecomoiníciodoprocessocontra-revolucionário.

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cialesubsequente,apenas236529recebiamsubsídiodedesem-prego),situaçãoqueseagravarácomapersistênciaeoaumentododesempregodelongaduração.Ovalormédiodossubsídioserade 493,42 euros.

Comasperspectivasderecessãoeestagnaçãoparaapróximadécada,odesempregoeaprecariedadepoderãooscilar,masatendênciaserádeaumento.Nãoseráfácilrecuperarosníveis,maisbaixos,doiníciodadécadapassadaemuitomenosaproxi-mardoplenoemprego,seguroecomdireitos.Odesempregoeaprecariedadesãoestruturaisnocapitalismoe,deformamassiva,tornaram-seendémicosnasociedadeportuguesa.Apolíticadedi-reita,nomeadamentenodomíniodalegislaçãolaboral,contribuiudecisivamenteparaisso.

2.9 — Salários e distribuição de rendimentos

Em2008,oganhomédiomensalilíquido(antesdequaisquerdescontos)dostrabalhadoresdasempresasatempocompletoerade1008euros(aremuneraçãomédiamensaldebase,ilíquida,erade843euros).Masdestestrabalhadores,cercade29%auferiaumsaláriobasemensalinferiora500euroseapenascercade21%recebiaigualousuperiora1000euros.

Em2009,oganhomédiomensaldosassalariadosatempointeironasempresaserade1034euros.EmOutubrodesseano,8,7%delesrecebiaosaláriomínimo(450euros);proporçãoquesubiu,emAbrilde2010,para9,4%(comonovosaláriomínimode 475 euros).

Em2010,segundoasprevisõesdoBancodePortugal,ocres-cimentodasremuneraçõesdostrabalhadoresdeveter-sesituadoem2,2%,abaixodos3,2%de2009(considerandoapenasosectorprivado,ocrescimentoem2010deveserde2,7%,abaixodos3,1%de2009).

Globalmente,ossaláriosdostrabalhadoressãomuitobaixosemPortugal.Porexemplo,aremuneraçãoilíquidadosassalariadosatempointeironaindústriaeserviçosera,em2007,menosdemetadedamédiadaUE.OBancodePortugalregistavanoOutono

passadouma«fortedesaceleraçãodoscustosunitáriosdotrabalho,nocontextodeumcrescimentosignificativodaprodutividadeportrabalhador»,masograndepatronatonãodeixaqueestesganhosdeprodutividadeaproveitemtambémaostrabalhadores.

Opaístemcercade2milhõesdepobres.Em2009,17,9%dapopulaçãodopaís,cercade1900milhabitantes,encontrava-seemriscodepobreza,ouseja,oseurendimentoanualerainferioraolimiardepobreza,estabelecidonesseanoem5207eurosanuais(434eurospormês).Em2010,22,5%dapopulação,cercade2393milresidentes,viviaemagregadoscomdificuldadesmateriais(definidascombasenumconjuntodeindicadoresdeprivaçãomaterial)pormotivoseconómicos.

Portugalédospaísesdesenvolvidoscommaiordesigualdadenadistribuiçãodorendimentodasfamílias.Medindocomoscoe-ficientesdeGini(cujaescalavariadezero,quandotodososindi-víduostêmomesmorendimento,a100,quandoumsóindivíduoconcentraorendimentotodo),Portugaltinhaem2007oelevadovalorde35,8,sóultrapassadonaUEpelaLetónia,aBulgáriaeaRoménia.Em2009esteíndicetinhadiminuídopara33,7,masos20%maisricostinhamumrendimentocercadeseisvezessuperioraos20%maispobreseos10%maisricostinhamumrendimentocercadenovevezessuperioraos10%maispobres.

Em1974-77,comoconsequênciadirectadoprocessorevolu-cionárioiniciadopelo25deAbril,apartedotrabalhonadistribui-çãodorendimentonacionalatingiuasuaexpressãomaiselevadadesempre.Nesteperíodo,opesodasremuneraçõesdotrabalhoempercentagemdoPIBestevesempreacimados60%e,em1975,chegoumesmoaatingiros69,4%.Desde1992,comligeirasosci-lações,estáestabilizadopróximodos49,5%,abaixodoverificadonosúltimosdezanosdofascismo.Em2010foide51,1%,artificial-menteempolado,comosucedeunoanoanterior,comaquedadoPIBverificadanacrise.Apesardenãodescontarasdepreciaçõesdocapital,éumindicador,grosseiromasválido,dograndeaumentodataxadeexploraçãoqueresultoudoprocessodereconstituiçãodocapitalismomonopolista,começandooseudeclíniopraticamentecomoiníciodoprocessocontra-revolucionário.

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2.10—Micro,pequenasemédiasempresas(MPME)

AsMPMEtêmumpapelfundamentalnaeconomianacional,poissãoasprincipaisresponsáveispelacriaçãodoempregoedariqueza.Seconsiderarmos,daquiparaafrente,associedadesnãofinanceiras,excluindoaagricultura,caçaesilvicultura,existiamemPortugal,em2008,cercade350milMPME,99,7%detodasassociedades,querepresentavam72,5%doemprego,59,8%dovaloracrescentadobruto(aocustodefactores,VABcf)e60,9%doinvestimento(FBCF)dototaldassociedades(nãofinanceiras).

Asmicroempresasconstituíam85,6%detodasassociedadesmasrepresentavam26,9%doemprego,15,2%dovaloracrescen-tadobrutoe21,7%doinvestimentodototaldassociedades.

Em2008,emmédia,asmicroempresastinham2,7pessoas,aspequenas18,3,asmédias88,9easgrandes741,4(amédiadetodasassociedadeserade8,6),eumpesodoscustoscomopessoalnoVABcf,respectivamente,de70,4%,66,6%,62,3%e54,7%(amé-diadetodasassociedadeserade61,5%),umasucessãodecrescentebemreveladoradamaiorprodutividadedasempresasmaiores.

Nomesmoano,poucomaisdeumquartodasMPMEla-boravamnapescaeaquicultura,nasindústriasextractivas,nasindústriastransformadoras,naelectricidade,naáguaenacons-trução,ondeconcentravamquatroquintosdopessoalaoserviçoetrêsquintosdoVABcfdetodasassociedadesdoconjuntodestessectores.

CapítuloIIIAdegradaçãodoaparelhoprodutivo

3.1—Contornosdadestruiçãodoaparelhoprodutivo

Umabreveincursãoporalgumasáreasimportantesdasactivi-dadesprodutivasdopaísrevelaaextensãodosdanos,económicosesociais,dodesaproveitamentoedafragilizaçãodoaparelhoprodutivo.

a agricultura portuguesa,noquerespeitaaovolumeglobaldeprodução,teveumcrescimentoténueaolongodadécadade80,até1991,eestáfundamentalmenteestagnadahácercade20anos(comasinevitáveisirregularidadesdevidasàvariabilidademeteorológica).Apresentaumasubstituiçãocrescentedaproduçãovegetal,aindabastantemaioritária,pelaproduçãoanimal,minori-tária mas em crescimento.

Onúmerodasexploraçõesagrícolasteveumadiminuiçãobrutal.Sónosúltimosvinteanosperderam-sepertode300milexplorações;passaramde599milem1989para305milem2009,cercademetade.Nesseperíodo,asuperfícieagrícolautilizada(SAU)tambémteveumagranderedução,menoscercade337milhectares,aindaqueinferioràdonúmerodasexplorações,sinaliniludíveldoemparcelamentoedaprogressivaconcentração fundiária.Comefeito,aSAUmédiaporexploraçãoaumentoude6,7para12,0hectareseasgrandesexplorações,compelomenos

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2.10—Micro,pequenasemédiasempresas(MPME)

AsMPMEtêmumpapelfundamentalnaeconomianacional,poissãoasprincipaisresponsáveispelacriaçãodoempregoedariqueza.Seconsiderarmos,daquiparaafrente,associedadesnãofinanceiras,excluindoaagricultura,caçaesilvicultura,existiamemPortugal,em2008,cercade350milMPME,99,7%detodasassociedades,querepresentavam72,5%doemprego,59,8%dovaloracrescentadobruto(aocustodefactores,VABcf)e60,9%doinvestimento(FBCF)dototaldassociedades(nãofinanceiras).

Asmicroempresasconstituíam85,6%detodasassociedadesmasrepresentavam26,9%doemprego,15,2%dovaloracrescen-tadobrutoe21,7%doinvestimentodototaldassociedades.

Em2008,emmédia,asmicroempresastinham2,7pessoas,aspequenas18,3,asmédias88,9easgrandes741,4(amédiadetodasassociedadeserade8,6),eumpesodoscustoscomopessoalnoVABcf,respectivamente,de70,4%,66,6%,62,3%e54,7%(amé-diadetodasassociedadeserade61,5%),umasucessãodecrescentebemreveladoradamaiorprodutividadedasempresasmaiores.

Nomesmoano,poucomaisdeumquartodasMPMEla-boravamnapescaeaquicultura,nasindústriasextractivas,nasindústriastransformadoras,naelectricidade,naáguaenacons-trução,ondeconcentravamquatroquintosdopessoalaoserviçoetrêsquintosdoVABcfdetodasassociedadesdoconjuntodestessectores.

CapítuloIIIAdegradaçãodoaparelhoprodutivo

3.1—Contornosdadestruiçãodoaparelhoprodutivo

Umabreveincursãoporalgumasáreasimportantesdasactivi-dadesprodutivasdopaísrevelaaextensãodosdanos,económicosesociais,dodesaproveitamentoedafragilizaçãodoaparelhoprodutivo.

a agricultura portuguesa,noquerespeitaaovolumeglobaldeprodução,teveumcrescimentoténueaolongodadécadade80,até1991,eestáfundamentalmenteestagnadahácercade20anos(comasinevitáveisirregularidadesdevidasàvariabilidademeteorológica).Apresentaumasubstituiçãocrescentedaproduçãovegetal,aindabastantemaioritária,pelaproduçãoanimal,minori-tária mas em crescimento.

Onúmerodasexploraçõesagrícolasteveumadiminuiçãobrutal.Sónosúltimosvinteanosperderam-sepertode300milexplorações;passaramde599milem1989para305milem2009,cercademetade.Nesseperíodo,asuperfícieagrícolautilizada(SAU)tambémteveumagranderedução,menoscercade337milhectares,aindaqueinferioràdonúmerodasexplorações,sinaliniludíveldoemparcelamentoedaprogressivaconcentração fundiária.Comefeito,aSAUmédiaporexploraçãoaumentoude6,7para12,0hectareseasgrandesexplorações,compelomenos

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50hectares,aumentaramasuaproporçãonaocupaçãodatotali-dadedaSAUdecercademetadeparadoisterços.

Ograndedecréscimodasterrasaráveisteveoseureversonograndeacréscimodaspastagenspermanentes,queconstituíampertodeumquinto,em1989,masjápertodemetade,em2009,dototaldasuperfícieagricultada.Areduçãodasáreasdecultivolevouàquedadeváriasproduçõesimportantes,comoadabatataoudotrigo.

Aconcentraçãoeconómicaprossegue,apardafundiária. Em2009,asgrandesexplorações,compelomenos100mileurosdevalordeproduçãototal,queconstituíammenosde3%dasexplorações,geravam55%dovalordaproduçãototaldopaís;seincluíssemosascompelomenos25mileurosdevalordeproduçãototal,entãoaproximadamente9%dasexploraçõesforneciammaisdetrêsquartosdovalordetodaaprodução.

AprodutividademédiadotrabalhoagrícolaemPortugal,noâmbitodaUE,ébaixa,especialmentesecomparadacomadospaísesmaisdesenvolvidos.Issoéparticularmentesentidonasexploraçõesdepequenaemuitopequenadimensãoeconómica,queconstituemmaisdenovedécimosdototal.

Outragrandepreocupaçãoéoenormeenvelhecimentodosagricultores,queseacentuaimplacavelmente.Portugaltem,quasecertamente,ocampesinatomaisenvelhecidodaUE.Em2009,aidademédiadosresponsáveisdasexploraçõesjáatingiaos63anosdeidade,48%delestinhapelomenos65anos.

Aspequenasemédiasexploraçõesagrícolasnãoaguentamaconcorrênciacomunitáriaedeoutrospaíses,aliberalizaçãodosmercados,adesigualdadedosapoios,adescidarealdospreçosaoprodutoreasubidadoscustosdeprodução,assucessivasversõesdaPolíticaAgrícolaComum(PAC),potenciadasnosseusaspectosmaisnegativospelaspolíticasnacionais,incluindoodesapro- veitamentoedelapidaçãodefundoserecursos.Oresultadoéoabandonodaactividade,odespovoamentodointerioreaemi-gração.

Umbomexemplo,quevalepormuitos,éodoleite.De1980a1999,aproduçãodoleitedevacamaisdoqueduplicou;desdeentão,maisoumenosestabilizou,dadoquebateunotectodaquota

leiteiraatribuídaaPortugal,quechegoumesmoaultrapassarnascampanhasde2002/03e2005/06.Nãoobstante,onúmerodeexploraçõescomvacasleiteiraseonúmerodestesefectivosdimi-nuírammuito:onúmerodeexplorações,porexemplo,passoude107,9mil,em1987,paraapenas10,4mil,em2009;onúmerodevacasleiteiraspassoude424mil,em1980,para278mil,em2009.Apassagemdeumamédiade3,9vacasleiteirasporexploração,em1987,para26,7,em2009,ilustrabemoprocessodeconcentração.Oprocessoemcursodeliquidaçãodasquotasleiteiras,atravésdachamada«aterragemsuave»,comaumentosanuaisdasquotasdecadaEstado-membro,atéaoseufimem2015,estáaprovocarainundaçãodomercadointernoeameaçadaraestocadafinalnumagrandepartedaproduçãoleiteiranacionaleconstituiumexemploparadigmáticodosconstrangimentoseinfluênciaquepodemteroenquadramentoepolíticadaUEnaproduçãoedesenvolvimentonacionais.Porsuavez,aopçãodagrandedistribuiçãopelaimpor-taçãodeprodutoslácteosparaassuasmarcasbrancas,éexemplodecomoograndecapitalnãoseembaraçacomointeressenacio-nal.Eanãoconsideração,sórecentementecorrigida,dosectorcomoestratégiconoâmbitodoPlanodeDesenvolvimentoRural(PRODER)eosencargosadicionaisnolicenciamentoemanuten-çãodasexploraçõesleiteirasimplicadospelarecenteaplicaçãodoregimedeexercíciodaactividadepecuáriasãoexemplosdecomoapolíticadeEstadoagravaasituaçãodospequenosemédiosprodutoreseempresários.

Defacto,asajudasàagricultura,noâmbitodaaplicaçãodasregrasdaPAC,privilegiamosprodutoresdemaiordimensãoeasculturastípicasdospaísesdoNortedaEuropa,cereaisecarne.Asajudasaorendimentosãoatribuídascombasenoshistóricosdeproduçãoenãoporaquiloquerealmenteseproduz.Odesliga-mentodasajudasdaprodução(nareformade2001/2003)agravoua«nãoprodução»emtodasasculturascujoscustosexcedemospreçosdemercado.Recebem-semilharesemilharesdeeurossemquesetenhadeproduzirumgramadealimentos.Adistribuiçãodasverbaséinjustaeinverteasprioridades.Noquerespeitaàsajudasaoinvestimentoeaodesenvolvimentorural,aobsessãopelacompetitividadeeaopçãodogovernoemapoiarpreferencialmente

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50hectares,aumentaramasuaproporçãonaocupaçãodatotali-dadedaSAUdecercademetadeparadoisterços.

Ograndedecréscimodasterrasaráveisteveoseureversonograndeacréscimodaspastagenspermanentes,queconstituíampertodeumquinto,em1989,masjápertodemetade,em2009,dototaldasuperfícieagricultada.Areduçãodasáreasdecultivolevouàquedadeváriasproduçõesimportantes,comoadabatataoudotrigo.

Aconcentraçãoeconómicaprossegue,apardafundiária. Em2009,asgrandesexplorações,compelomenos100mileurosdevalordeproduçãototal,queconstituíammenosde3%dasexplorações,geravam55%dovalordaproduçãototaldopaís;seincluíssemosascompelomenos25mileurosdevalordeproduçãototal,entãoaproximadamente9%dasexploraçõesforneciammaisdetrêsquartosdovalordetodaaprodução.

AprodutividademédiadotrabalhoagrícolaemPortugal,noâmbitodaUE,ébaixa,especialmentesecomparadacomadospaísesmaisdesenvolvidos.Issoéparticularmentesentidonasexploraçõesdepequenaemuitopequenadimensãoeconómica,queconstituemmaisdenovedécimosdototal.

Outragrandepreocupaçãoéoenormeenvelhecimentodosagricultores,queseacentuaimplacavelmente.Portugaltem,quasecertamente,ocampesinatomaisenvelhecidodaUE.Em2009,aidademédiadosresponsáveisdasexploraçõesjáatingiaos63anosdeidade,48%delestinhapelomenos65anos.

Aspequenasemédiasexploraçõesagrícolasnãoaguentamaconcorrênciacomunitáriaedeoutrospaíses,aliberalizaçãodosmercados,adesigualdadedosapoios,adescidarealdospreçosaoprodutoreasubidadoscustosdeprodução,assucessivasversõesdaPolíticaAgrícolaComum(PAC),potenciadasnosseusaspectosmaisnegativospelaspolíticasnacionais,incluindoodesapro- veitamentoedelapidaçãodefundoserecursos.Oresultadoéoabandonodaactividade,odespovoamentodointerioreaemi-gração.

Umbomexemplo,quevalepormuitos,éodoleite.De1980a1999,aproduçãodoleitedevacamaisdoqueduplicou;desdeentão,maisoumenosestabilizou,dadoquebateunotectodaquota

leiteiraatribuídaaPortugal,quechegoumesmoaultrapassarnascampanhasde2002/03e2005/06.Nãoobstante,onúmerodeexploraçõescomvacasleiteiraseonúmerodestesefectivosdimi-nuírammuito:onúmerodeexplorações,porexemplo,passoude107,9mil,em1987,paraapenas10,4mil,em2009;onúmerodevacasleiteiraspassoude424mil,em1980,para278mil,em2009.Apassagemdeumamédiade3,9vacasleiteirasporexploração,em1987,para26,7,em2009,ilustrabemoprocessodeconcentração.Oprocessoemcursodeliquidaçãodasquotasleiteiras,atravésdachamada«aterragemsuave»,comaumentosanuaisdasquotasdecadaEstado-membro,atéaoseufimem2015,estáaprovocarainundaçãodomercadointernoeameaçadaraestocadafinalnumagrandepartedaproduçãoleiteiranacionaleconstituiumexemploparadigmáticodosconstrangimentoseinfluênciaquepodemteroenquadramentoepolíticadaUEnaproduçãoedesenvolvimentonacionais.Porsuavez,aopçãodagrandedistribuiçãopelaimpor-taçãodeprodutoslácteosparaassuasmarcasbrancas,éexemplodecomoograndecapitalnãoseembaraçacomointeressenacio-nal.Eanãoconsideração,sórecentementecorrigida,dosectorcomoestratégiconoâmbitodoPlanodeDesenvolvimentoRural(PRODER)eosencargosadicionaisnolicenciamentoemanuten-çãodasexploraçõesleiteirasimplicadospelarecenteaplicaçãodoregimedeexercíciodaactividadepecuáriasãoexemplosdecomoapolíticadeEstadoagravaasituaçãodospequenosemédiosprodutoreseempresários.

Defacto,asajudasàagricultura,noâmbitodaaplicaçãodasregrasdaPAC,privilegiamosprodutoresdemaiordimensãoeasculturastípicasdospaísesdoNortedaEuropa,cereaisecarne.Asajudasaorendimentosãoatribuídascombasenoshistóricosdeproduçãoenãoporaquiloquerealmenteseproduz.Odesliga-mentodasajudasdaprodução(nareformade2001/2003)agravoua«nãoprodução»emtodasasculturascujoscustosexcedemospreçosdemercado.Recebem-semilharesemilharesdeeurossemquesetenhadeproduzirumgramadealimentos.Adistribuiçãodasverbaséinjustaeinverteasprioridades.Noquerespeitaàsajudasaoinvestimentoeaodesenvolvimentorural,aobsessãopelacompetitividadeeaopçãodogovernoemapoiarpreferencialmente

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osintituladosagricultorescompetitivos,afastouaquasetotalidadedaspequenasemédiasexploraçõesdasajudasaoinvestimento;foiestabelecidoumPRODERquepoucotemavercomarealidadedopaíseque,nosseusprimeirosanosdeexecução,praticamentesópagoudeinvestimentooschamadosprojectosdeimpactorelevantedograndecapital.

Opaísdepara-secomumgrandebloqueio.Osminguadosrendimentos,agravadospelaspolíticasnacionaiseeuropeiasdis-criminatórias,aexcessivafragmentaçãoeisolamento,asfraquís-simasprodutividadesdotrabalhoeotremendoenvelhecimentodosseusmembros,condenamaspequenasexploraçõesagrícolasaoprosseguimentodasuaextinção.Masaagriculturacapitalistaqueselhetemsubstituído,tambémelaameaçadapelaeventualmaiordesregulamentaçãodocomérciointraeextracomunitário,desenvolve-seemcondiçõesdesustentabilidadesocialeambientalquetalveznãotenhammostradoaindaosseuslimites,masquedesacreditamasuacapacidadedeanular,oureduzirsignificativa-mente,odéficeexternoagrícolaederesponderàsnecessidadesalimentaresdapopulação.

a produção silvícolaemvolumenãotemprogredidodesde1986,sebemque,nesteintervalo,tenhatidograndesvariações. Domáximoatingidoem2000,perdeuumquintologonoanoseguintee,desdeentão,basicamenteestagnou.

Osseusprincipaisprodutossãoamadeiraeacortiça.Emvalordaprodução,àexcepçãodocurtoperíodode1999a2003,emquefoiultrapassadapelacortiça,opesorelativodamadeiratemsidosempremaioritário.

Aproduçãofísicademadeiraparatriturar,principalmatéria- -primadasindústriasdecelulose,constituídaprincipalmente poreucalipto,progrediucomoaumentosubstancialdosdezanosqueterminaramem2008(atéondevãoosdados);teveoseumáximoem2004,nasequênciadosgrandesincêndiosde2003,queprovocaramoaumentodasvendasàsfábricasdepastadepapel. Aproduçãofísicademadeiraparaserrar,destinadaprincipalmenteàindústriademobiliário,compostasobretudoporpinheiro-bravo,diminuiuglobalmentecomirregularidades.

Aproduçãofísicadecortiça,muitooscilanteaté2000,declinoudesdeentãoexpressivamente.Oenvelhecimentodosmontadoseaspatologiasdosobreiroafectaramaproduçãodecortiçadequalidade.

Deacordocomoúltimoinventárioflorestalnacional,em2005-06,aflorestaocupava38%dasuperfíciedopaís(incluindoasilhas).Aocupaçãoflorestalnocontinenteeradominadapelopinheiro-bravo(27%),oseucaliptos(23%),osobreiro(23%)eaazinheira(13%).

Na década decorrida desde o anterior inventário, de 1995-98, a ocupaçãoflorestaldopaísaumentou5,4%;nocontinenteaumen-tou3,3%.Opinheiro-bravoeaazinheiradiminuírampróximode10%,osobreiromanteveeoeucaliptoaumentoupertode10%asuaocupação.Emnúmeromuitoredondos,emcercadeduasdécadas,entreosinventáriosde1980-89e2005-06,pode-sedizerqueopinheiro-bravoperdeupertodeumterçodasuaárea,prosse-guindooseudeclínio,equeoeucalipto,quealimentaasfábricasdecelulose,aumentouparapertododobro,prosseguindoasuaascensão,emboradesaceleradanoúltimodecénio.

Entreosdoisúltimosinventários,reduziu-seovolumedemadeiraempédafloresta.Contribuiuparaissoofactodeopaístersidobastanteflageladocomincêndios.Emtermosmédios,arderamanualmente57920hectaresdepovoamentosflorestaisentre 1980 e 2010.

Hágrandespossibilidadesdeutilizaçãomultifuncionaldafloresta.Masovolumefinanceirodisponibilizadonãosetemtradu-zidonaeficáciaesperada.Osbaldioseapequenapropriedadesãomarginalizados.OactualprogramadoPRODERparaafloresta,talcomoosanteriores,édesajustado,irrealistanasexigênciasexageradasdeco-financiamentoparapequenasexploraçõespri-vadasebaldiosetinhaumataxadeexecução,nofinalde2010,próximadezero.

Oenormepotencialdaproduçãoflorestalpodeseridentificadopelatransversalidadedosseusprodutos—quevãodaproduçãodemadeira,cortiça,resinaatéaopapelecartão—epelaimportânciaecológicanaprotecçãodesolos,regularizaçãodossistemashídri-cos,valorizaçãodosecossistemasearmazenamentodocarbono.

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osintituladosagricultorescompetitivos,afastouaquasetotalidadedaspequenasemédiasexploraçõesdasajudasaoinvestimento;foiestabelecidoumPRODERquepoucotemavercomarealidadedopaíseque,nosseusprimeirosanosdeexecução,praticamentesópagoudeinvestimentooschamadosprojectosdeimpactorelevantedograndecapital.

Opaísdepara-secomumgrandebloqueio.Osminguadosrendimentos,agravadospelaspolíticasnacionaiseeuropeiasdis-criminatórias,aexcessivafragmentaçãoeisolamento,asfraquís-simasprodutividadesdotrabalhoeotremendoenvelhecimentodosseusmembros,condenamaspequenasexploraçõesagrícolasaoprosseguimentodasuaextinção.Masaagriculturacapitalistaqueselhetemsubstituído,tambémelaameaçadapelaeventualmaiordesregulamentaçãodocomérciointraeextracomunitário,desenvolve-seemcondiçõesdesustentabilidadesocialeambientalquetalveznãotenhammostradoaindaosseuslimites,masquedesacreditamasuacapacidadedeanular,oureduzirsignificativa-mente,odéficeexternoagrícolaederesponderàsnecessidadesalimentaresdapopulação.

a produção silvícolaemvolumenãotemprogredidodesde1986,sebemque,nesteintervalo,tenhatidograndesvariações. Domáximoatingidoem2000,perdeuumquintologonoanoseguintee,desdeentão,basicamenteestagnou.

Osseusprincipaisprodutossãoamadeiraeacortiça.Emvalordaprodução,àexcepçãodocurtoperíodode1999a2003,emquefoiultrapassadapelacortiça,opesorelativodamadeiratemsidosempremaioritário.

Aproduçãofísicademadeiraparatriturar,principalmatéria- -primadasindústriasdecelulose,constituídaprincipalmente poreucalipto,progrediucomoaumentosubstancialdosdezanosqueterminaramem2008(atéondevãoosdados);teveoseumáximoem2004,nasequênciadosgrandesincêndiosde2003,queprovocaramoaumentodasvendasàsfábricasdepastadepapel. Aproduçãofísicademadeiraparaserrar,destinadaprincipalmenteàindústriademobiliário,compostasobretudoporpinheiro-bravo,diminuiuglobalmentecomirregularidades.

Aproduçãofísicadecortiça,muitooscilanteaté2000,declinoudesdeentãoexpressivamente.Oenvelhecimentodosmontadoseaspatologiasdosobreiroafectaramaproduçãodecortiçadequalidade.

Deacordocomoúltimoinventárioflorestalnacional,em2005-06,aflorestaocupava38%dasuperfíciedopaís(incluindoasilhas).Aocupaçãoflorestalnocontinenteeradominadapelopinheiro-bravo(27%),oseucaliptos(23%),osobreiro(23%)eaazinheira(13%).

Na década decorrida desde o anterior inventário, de 1995-98, a ocupaçãoflorestaldopaísaumentou5,4%;nocontinenteaumen-tou3,3%.Opinheiro-bravoeaazinheiradiminuírampróximode10%,osobreiromanteveeoeucaliptoaumentoupertode10%asuaocupação.Emnúmeromuitoredondos,emcercadeduasdécadas,entreosinventáriosde1980-89e2005-06,pode-sedizerqueopinheiro-bravoperdeupertodeumterçodasuaárea,prosse-guindooseudeclínio,equeoeucalipto,quealimentaasfábricasdecelulose,aumentouparapertododobro,prosseguindoasuaascensão,emboradesaceleradanoúltimodecénio.

Entreosdoisúltimosinventários,reduziu-seovolumedemadeiraempédafloresta.Contribuiuparaissoofactodeopaístersidobastanteflageladocomincêndios.Emtermosmédios,arderamanualmente57920hectaresdepovoamentosflorestaisentre 1980 e 2010.

Hágrandespossibilidadesdeutilizaçãomultifuncionaldafloresta.Masovolumefinanceirodisponibilizadonãosetemtradu-zidonaeficáciaesperada.Osbaldioseapequenapropriedadesãomarginalizados.OactualprogramadoPRODERparaafloresta,talcomoosanteriores,édesajustado,irrealistanasexigênciasexageradasdeco-financiamentoparapequenasexploraçõespri-vadasebaldiosetinhaumataxadeexecução,nofinalde2010,próximadezero.

Oenormepotencialdaproduçãoflorestalpodeseridentificadopelatransversalidadedosseusprodutos—quevãodaproduçãodemadeira,cortiça,resinaatéaopapelecartão—epelaimportânciaecológicanaprotecçãodesolos,regularizaçãodossistemashídri-cos,valorizaçãodosecossistemasearmazenamentodocarbono.

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Nas pescas,areduçãoacentuadadopescadocapturado—queentre1985,últimoanoantesdaadesãoàCEE,e2010diminuiucercade40%—aumentaadependênciaexternadeumpaíscomelevadoconsumodepeixee,paramaiorabsurdo,defortíssimatradiçãopesqueiraemarítima.

Emtrêsdécadasemeia,de1985a2010,onúmerototaldeembarcaçõesdiminuiuparamenosdemetade.Onúmerodepes-cadoresmatriculados,nasváriasmodalidades,reduziuparamenosde metade.

Globalmente,aproduçãodoramodaspescasosciloude1986a 1992, declinou acentuadamente até 1997, subiu em 1998 e desde entãoestagnoucompequenasvariações.Odeclínio,seguidodaestagnação,deixouaproduçãonacionalcapazderesponderapenasacercadedoisquintosdoconsumo,pessoaleprodutivo,dopaísnesta área.

Abaixadramáticadaactividadepesqueiraradica,essencial-mente,narelativaescassezderecursosdealgumaspescariasenaperdadeoportunidadesdepescaemáguasexteriores,nadiminui-çãorealdospreçosdapescadescarregadaenodesproporcionadoaumentodoscustosdeprodução,sobretudodoscombustíveis,enaspolíticasquetêmsidoseguidas,designadamentenoapoioaoabatedeembarcações,emalgunscasosperfeitamentedesneces-sário.AatitudedesubserviênciaaosinteresseseobjectivosdaUEtem-se revelado desastrosa.

Oimpedimentodemodernizaçãodosectortambémcontribuiparaasuaparalisia,reflectindo-senoenvelhecimentodasembarca-çõesenadegradaçãodascondiçõesdevidaedetrabalhoabordo.Que,conjugadoscomasbaixasremunerações,afastamosjovenseconduzemaumacentuadoenvelhecimentodastripulações.

Aestagnaçãodaindústriaconserveira,comnegativasimpli-caçõesparaapescadecerco,tambémnãooferecesaídas.Aten-dência,aindaquemuitoirregular,dediminuiçãodaproduçãodeembarcaçõesdepescaéumindicadordodeclíniodasfrotasedafaltadeinvestimentonosector.

Oquasedesaparecimentodasfrotasqueoperavamemáguasdistantes,asdificuldadesacrescidasdafrotadecerco,avulnera-bilidadedapequenapesca,adiminuiçãodoempregoedosren-

dimentosdospescadores,agravamainstabilidadeeconómicaesocial.

Ataxadecoberturadasimportaçõespelasexportaçõesdetodoosectordapesca—maisgeralqueoramodaspescas,incluindoascapturas,aaquiculturaeaindústriatransformadoraassociada,entre outras actividades menores relacionadas — aumentou, com grandesoscilaçõesaoinício,de25%,em1996,para52%,em2010.Masopaíscontinuaaexportartodososanoscercademetadedoqueprecisadeimportar.

a indústria,englobandoconjuntamenteaextractivaetrans-formadora,emtermosreaiscresceugeralmente,emboraaritmosvariáveis e acusando as crises, de 1975 a 2001, mas encontra-se desdeentãoverdadeiramenteestagnada,tendodeclinadosensivel-menteem2008eexpressivamenteem2009,fortementegolpeadapeloagravamentodacrisedocapitalismo,erecuperadoumpoucoem2010.Desde1995cresceuemmédia1,1%aoano.

Naindústriaextractiva, particularmentenasuacomponentemineira,osaspectosmaisrelevantesprendem-secomaentregaaocapitalestrangeirodeimportantesreservasdeminériosdemetais—cobre,zinco,chumbo,estanho,tungsténioeoutros—,ades-truiçãodaEmpresaNacionaldeUrânio,quandoopaísaindatemporexplorarumjazigoderazoáveldimensão,eaquaseparagemdaexploraçãomineiraedainstalaçãodeconcentraçãodeminériosdemetaisbásicosemAljustrel.

Naindústriatransformadora,tevelugaraaplicação,sobretudoapartirdemeadosdadécadade80,deumapolíticaverdadeira-menteanti-industrial.Manifestou-se,desdelogo,peladestrui- çãoouesvaziamentodosorganismosdaadministraçãopúblicadeapoioàindústria,acomeçarpelopróprioministério.Masmani-festou-se,sobretudo,pelodesaparecimentoouretraimentodeimportantessectoreseempresasdeproduçõesbásicaseestraté-gicas,taiscomoasiderurgiaemetalurgiasnãoferrosas,fundiçõesdiversas,aindústriaquímicainorgânicadebase,aindústriadeconstruçãoereparaçãonaval,asindústriasmetalomecânicasdeproduçãodematerialdetransportesobrecarrisedeequipamentosenergéticos,ouaindústriadovidroplano.Sectoreseproduções

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Nas pescas,areduçãoacentuadadopescadocapturado—queentre1985,últimoanoantesdaadesãoàCEE,e2010diminuiucercade40%—aumentaadependênciaexternadeumpaíscomelevadoconsumodepeixee,paramaiorabsurdo,defortíssimatradiçãopesqueiraemarítima.

Emtrêsdécadasemeia,de1985a2010,onúmerototaldeembarcaçõesdiminuiuparamenosdemetade.Onúmerodepes-cadoresmatriculados,nasváriasmodalidades,reduziuparamenosde metade.

Globalmente,aproduçãodoramodaspescasosciloude1986a 1992, declinou acentuadamente até 1997, subiu em 1998 e desde entãoestagnoucompequenasvariações.Odeclínio,seguidodaestagnação,deixouaproduçãonacionalcapazderesponderapenasacercadedoisquintosdoconsumo,pessoaleprodutivo,dopaísnesta área.

Abaixadramáticadaactividadepesqueiraradica,essencial-mente,narelativaescassezderecursosdealgumaspescariasenaperdadeoportunidadesdepescaemáguasexteriores,nadiminui-çãorealdospreçosdapescadescarregadaenodesproporcionadoaumentodoscustosdeprodução,sobretudodoscombustíveis,enaspolíticasquetêmsidoseguidas,designadamentenoapoioaoabatedeembarcações,emalgunscasosperfeitamentedesneces-sário.AatitudedesubserviênciaaosinteresseseobjectivosdaUEtem-se revelado desastrosa.

Oimpedimentodemodernizaçãodosectortambémcontribuiparaasuaparalisia,reflectindo-senoenvelhecimentodasembarca-çõesenadegradaçãodascondiçõesdevidaedetrabalhoabordo.Que,conjugadoscomasbaixasremunerações,afastamosjovenseconduzemaumacentuadoenvelhecimentodastripulações.

Aestagnaçãodaindústriaconserveira,comnegativasimpli-caçõesparaapescadecerco,tambémnãooferecesaídas.Aten-dência,aindaquemuitoirregular,dediminuiçãodaproduçãodeembarcaçõesdepescaéumindicadordodeclíniodasfrotasedafaltadeinvestimentonosector.

Oquasedesaparecimentodasfrotasqueoperavamemáguasdistantes,asdificuldadesacrescidasdafrotadecerco,avulnera-bilidadedapequenapesca,adiminuiçãodoempregoedosren-

dimentosdospescadores,agravamainstabilidadeeconómicaesocial.

Ataxadecoberturadasimportaçõespelasexportaçõesdetodoosectordapesca—maisgeralqueoramodaspescas,incluindoascapturas,aaquiculturaeaindústriatransformadoraassociada,entre outras actividades menores relacionadas — aumentou, com grandesoscilaçõesaoinício,de25%,em1996,para52%,em2010.Masopaíscontinuaaexportartodososanoscercademetadedoqueprecisadeimportar.

a indústria,englobandoconjuntamenteaextractivaetrans-formadora,emtermosreaiscresceugeralmente,emboraaritmosvariáveis e acusando as crises, de 1975 a 2001, mas encontra-se desdeentãoverdadeiramenteestagnada,tendodeclinadosensivel-menteem2008eexpressivamenteem2009,fortementegolpeadapeloagravamentodacrisedocapitalismo,erecuperadoumpoucoem2010.Desde1995cresceuemmédia1,1%aoano.

Naindústriaextractiva, particularmentenasuacomponentemineira,osaspectosmaisrelevantesprendem-secomaentregaaocapitalestrangeirodeimportantesreservasdeminériosdemetais—cobre,zinco,chumbo,estanho,tungsténioeoutros—,ades-truiçãodaEmpresaNacionaldeUrânio,quandoopaísaindatemporexplorarumjazigoderazoáveldimensão,eaquaseparagemdaexploraçãomineiraedainstalaçãodeconcentraçãodeminériosdemetaisbásicosemAljustrel.

Naindústriatransformadora,tevelugaraaplicação,sobretudoapartirdemeadosdadécadade80,deumapolíticaverdadeira-menteanti-industrial.Manifestou-se,desdelogo,peladestrui- çãoouesvaziamentodosorganismosdaadministraçãopúblicadeapoioàindústria,acomeçarpelopróprioministério.Masmani-festou-se,sobretudo,pelodesaparecimentoouretraimentodeimportantessectoreseempresasdeproduçõesbásicaseestraté-gicas,taiscomoasiderurgiaemetalurgiasnãoferrosas,fundiçõesdiversas,aindústriaquímicainorgânicadebase,aindústriadeconstruçãoereparaçãonaval,asindústriasmetalomecânicasdeproduçãodematerialdetransportesobrecarrisedeequipamentosenergéticos,ouaindústriadovidroplano.Sectoreseproduções

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estruturantesdediversasinfra-estruturasedodesenvolvimentoindustrial.

Emboratenhamsurgidoousedesenvolvido,commaiorex-pressãonasduasúltimasdécadas,novasactividadesindustriais—noessencialassociadasaocapitalestrangeiro,comoaindús-triaautomóvelouasindústriaselectrónicas,ounasuaorigemassociadasacapitalnacional,como,entreoutras,aquímicafina,aindústriadenovosmateriaisoudebensrelacionadoscomapro-duçãoenergética—,essasnovasactividadesnãocompensaram,nemquantitativanemqualitativamente,asperdassucintamentereferidas.Empobreceu-seoperfilindustrialdopaís.

Épostoemcausaoparadigmade«fileiraprodutiva».Oquelevaaabandonarodesenvolvimentodefileiras,comoadocobre,paraaqualexistemespeciaiscondições.Nãosedefendeainte-gridadedefileirasverticais,comonotêxtil,comaliquidaçãodeinúmerasunidadesdefiaçãoetecelagem,decapitalmaisintensivo,enquantoseexpandemaconfecçãoeovestuário,assentesnamão- -de-obrabarataeemgrandepartesubcontratada.

Multiplicam-se,comforteapoioestatal,asunidadesdemulti-nacionaisespecializadasemsegmentoscurtosdacadeiadevalor,comoéocasoparadigmáticodaelectrónicaemuitoespecialmentedascablagens,altamentesensíveisàinstabilidadedepreçosnomercadomundialeàsestratégiasdascasas-mãe,queàmínimaaragemdeslocalizamparaoutrasparagens.ÉcasodeestudoexemplaraQimonda,nascidacomouminvestimentodaSiemens,emqueforamdespejadosmilhõesdeeurosdefundospúblicos,equedeixoucomoherançacentenasdedesempregadosàscustasdasegurançasocial.

Aintensidadetecnológicadaindústriatransformadorapor-tuguesanãoconseguedescolar,tendo-segoradoasexpectativasgeradaspelaevoluçãoligeiramentepositivadapercentagemdebensdemédia-altaealtatecnologianasexportaçõesportuguesasqueculminouemmeadosdadécada.Naverdade,poucosealterarae,doisoutrêsanosantesdoagravamentodacrisedocapitalismo,apercentagemvoltouadescer,sendode37,7%em2010.Aindamaispreocupante,deteve-sesimultaneamenteareduçãodapercentagemdaexportaçãodebensdebaixatecnologia.

Aolongodadécada,restou,emtraçosgerais,ofracoconsolodeumasignificativasubstituiçãodapercentagemdeexportaçãodebensdebaixaporbensdemédia-baixatecnologia,aindaassiminterrompidapeloagravamentodacrise,queconfirmariaafragili-dadedamelhorianaintensidadetecnológica.Opaísestáamarradoaumadivisãointernacionaldotrabalhoquefundamentalmenteoconfinaàexportaçãodebensmaioritariamentebaseadosnosbaixossaláriosenabaixaintensidadedecapital.

ComparadacomamédiadaUE,aindústriaportuguesatemfracoconteúdotecnológico,époucodinâmicaenãotemcon-seguidoinserir-senossectoresmundiaisdemaiorcrescimento. Aproporçãodasdespesasdeinvestigaçãoedesenvolvimento,empercentagemdoPIB,estavaem2007longedamédiaeuropeia(1,18%paraPortugal,1,85%paraaUE),apesardarecuperaçãonosanosqueprecederamessadata.Ospedidosdepatentes,namaioriaparaaindústria,pormilhãodehabitantes,eramem2005de11paraPortugale112paraaUE.

Nãoserápossíveldiversificarasproduçõesindustriaisesobre-tudomelhorarsubstancialmenteoseuconteúdotecnológico,semumgrandeesforçoinvestidor,emqueoEstadotemumpapelincon-tornável.Oinvestimentoestrangeirotambémtemoseulugar,espe-cialmentebem-vindosefordeelevadaintensidadetecnológicaemsectoresinsuficientementedesenvolvidos,massócontribuiráparaumdesenvolvimentoeconómicorealeumareduçãonãoilusóriadodéficeexternodopaísserepresentarumaefectivatransferên-ciadetecnologia(comformaçãoprofissional,implementaçãodeequipamentosedetécnicas)enãosecingiràcriaçãodeenclavesdeestruturasdependentesqueseesboroamquandoseretira.

o sector energéticoédosmelhoresexemplosdecomoainter-vençãodoEstado,quedeveriaconstituirumapoderosaalavancadedesenvolvimentoeconómico,decorrecçãodeinjustiçassociaisededefesadasoberania,sefaz,emdetrimentodosconsumido-res,daspopulações,daeconomianacionaledopaís,aoserviçodosinteressesexclusivosdeumpunhadodegrandescapitalistas,particularmentedosgrandesaccionistas,nacionaiseestrangeiros,dasempresaspúblicasprivatizadas.

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estruturantesdediversasinfra-estruturasedodesenvolvimentoindustrial.

Emboratenhamsurgidoousedesenvolvido,commaiorex-pressãonasduasúltimasdécadas,novasactividadesindustriais—noessencialassociadasaocapitalestrangeiro,comoaindús-triaautomóvelouasindústriaselectrónicas,ounasuaorigemassociadasacapitalnacional,como,entreoutras,aquímicafina,aindústriadenovosmateriaisoudebensrelacionadoscomapro-duçãoenergética—,essasnovasactividadesnãocompensaram,nemquantitativanemqualitativamente,asperdassucintamentereferidas.Empobreceu-seoperfilindustrialdopaís.

Épostoemcausaoparadigmade«fileiraprodutiva».Oquelevaaabandonarodesenvolvimentodefileiras,comoadocobre,paraaqualexistemespeciaiscondições.Nãosedefendeainte-gridadedefileirasverticais,comonotêxtil,comaliquidaçãodeinúmerasunidadesdefiaçãoetecelagem,decapitalmaisintensivo,enquantoseexpandemaconfecçãoeovestuário,assentesnamão- -de-obrabarataeemgrandepartesubcontratada.

Multiplicam-se,comforteapoioestatal,asunidadesdemulti-nacionaisespecializadasemsegmentoscurtosdacadeiadevalor,comoéocasoparadigmáticodaelectrónicaemuitoespecialmentedascablagens,altamentesensíveisàinstabilidadedepreçosnomercadomundialeàsestratégiasdascasas-mãe,queàmínimaaragemdeslocalizamparaoutrasparagens.ÉcasodeestudoexemplaraQimonda,nascidacomouminvestimentodaSiemens,emqueforamdespejadosmilhõesdeeurosdefundospúblicos,equedeixoucomoherançacentenasdedesempregadosàscustasdasegurançasocial.

Aintensidadetecnológicadaindústriatransformadorapor-tuguesanãoconseguedescolar,tendo-segoradoasexpectativasgeradaspelaevoluçãoligeiramentepositivadapercentagemdebensdemédia-altaealtatecnologianasexportaçõesportuguesasqueculminouemmeadosdadécada.Naverdade,poucosealterarae,doisoutrêsanosantesdoagravamentodacrisedocapitalismo,apercentagemvoltouadescer,sendode37,7%em2010.Aindamaispreocupante,deteve-sesimultaneamenteareduçãodapercentagemdaexportaçãodebensdebaixatecnologia.

Aolongodadécada,restou,emtraçosgerais,ofracoconsolodeumasignificativasubstituiçãodapercentagemdeexportaçãodebensdebaixaporbensdemédia-baixatecnologia,aindaassiminterrompidapeloagravamentodacrise,queconfirmariaafragili-dadedamelhorianaintensidadetecnológica.Opaísestáamarradoaumadivisãointernacionaldotrabalhoquefundamentalmenteoconfinaàexportaçãodebensmaioritariamentebaseadosnosbaixossaláriosenabaixaintensidadedecapital.

ComparadacomamédiadaUE,aindústriaportuguesatemfracoconteúdotecnológico,époucodinâmicaenãotemcon-seguidoinserir-senossectoresmundiaisdemaiorcrescimento. Aproporçãodasdespesasdeinvestigaçãoedesenvolvimento,empercentagemdoPIB,estavaem2007longedamédiaeuropeia(1,18%paraPortugal,1,85%paraaUE),apesardarecuperaçãonosanosqueprecederamessadata.Ospedidosdepatentes,namaioriaparaaindústria,pormilhãodehabitantes,eramem2005de11paraPortugale112paraaUE.

Nãoserápossíveldiversificarasproduçõesindustriaisesobre-tudomelhorarsubstancialmenteoseuconteúdotecnológico,semumgrandeesforçoinvestidor,emqueoEstadotemumpapelincon-tornável.Oinvestimentoestrangeirotambémtemoseulugar,espe-cialmentebem-vindosefordeelevadaintensidadetecnológicaemsectoresinsuficientementedesenvolvidos,massócontribuiráparaumdesenvolvimentoeconómicorealeumareduçãonãoilusóriadodéficeexternodopaísserepresentarumaefectivatransferên-ciadetecnologia(comformaçãoprofissional,implementaçãodeequipamentosedetécnicas)enãosecingiràcriaçãodeenclavesdeestruturasdependentesqueseesboroamquandoseretira.

o sector energéticoédosmelhoresexemplosdecomoainter-vençãodoEstado,quedeveriaconstituirumapoderosaalavancadedesenvolvimentoeconómico,decorrecçãodeinjustiçassociaisededefesadasoberania,sefaz,emdetrimentodosconsumido-res,daspopulações,daeconomianacionaledopaís,aoserviçodosinteressesexclusivosdeumpunhadodegrandescapitalistas,particularmentedosgrandesaccionistas,nacionaiseestrangeiros,dasempresaspúblicasprivatizadas.

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Estasprivatizaçõesealiberalizaçãoforçadadosmercadosprovocaramumaenormeinstabilidadenosector,traduzida,nomea-damente,emgrandesatrasosnosinvestimentosnasrefinarias,nodesenvolvimentodautilizaçãodogásnaturalenoaproveitamentoderecursosenergéticosendógenos,comoohídrico.

Opaíscontinuafortementedependentedopetróleo,eemgeraldoscombustíveisdeorigemfóssil,quenãoproduzeprecisadeimportar.Asituaçãoémaisgraveporque,aocontráriodaUE,quedesdeiníciosdosanos70reduziusustentadamenteasuaintensi-dadeenergética(aquantidadedeenergianecessáriaparaproduzirumaunidadederiqueza),Portugalelevou-aatépraticamente aosfinaisdosanos90,estabilizourelativamenteesódiminuiunasegundametadedadécadapassada,aliásdeformaincerta. Osprincipaisatingidoscomoaumentodopreçodopetróleoserão,antesdemais,aindústriaeosectordostransportes,quetêmrela-tivamentebaixaeficiênciaenergéticaeemconjuntorepresentammaisde70%doconsumofinaldeenergiadopaís.

3.2—Mistificaçõesdocapital edopoderpolíticodedireita

AliquidaçãodesectoresprodutivosemPortugalaolongodasúltimastrêsdécadasemeia,apartirdoiníciodarecuperaçãocapitalistaelatifundista,eaceleradacomaintegraçãonaCEE/ /UniãoEuropeia,desenvolveu-secomumenormeemistificatórioarsenaldeargumentos,tesesediscursos,tendoporobjectivoajustificaçãodasopçõesedecisõespolíticasestratégicas,emesmomuitasdasmedidas,desucessivosgovernos(comparticipaçãodoPS,PSDouCDS).Oarsenalideológico,queganhounopensa-mentodominante(ditoúnico)aqualidadedeverdadeindiscutível,teveassentonasuniversidadeseprogramaseleitoraisedegoverno(daquelespartidos)eassumiuumapresençahegemónica,quaseabsoluta,nageneralidadenacomunicaçãosocial.Tratou-sedejustificarprivatizaçõeseliberalizações,aadesãoàCEE/UEeàUniãoEconómicaeMonetáriaeaoeuro,oapoioàspolíticascomuns(PAC,PCP,PEC,etc.)eàssuasdiversasrevisões,eaté

mesmodedarsuporteaoscritériosquepresidiramàaplicaçãodosfundoscomunitários.

Entreasmistificaçõesdignasdeanotaçãoparamemóriafutura,estáada«desmaterialização»daeconomia.Reflexodograndecrescimentodosectordeserviços,especialmentedoquesedeunosligadosàsnovastecnologiasatéaocrash da bolsa americana NASDAQemMarçode2000.Nestaabordagem,referia-seejustificava-seafaltadesentidodopaísproduziraço,produtosquímicosbásicos(porexemplo,ácidosulfúrico)emesmobensdeequipamento.

Outratese,hojesubmergidaperanteospicosdepreçosatin-gidosporprodutosalimentaresestratégicosem2008eagorano-vamenteem2011,éque,faceànossaintegraçãonaUE/MercadoÚnico,nãofariasentidoporrazõesde«competitividade»—de-correntedeelevadoscustosdeprodução—oudimensãodonossomercadointernoproduzi-losemPortugal,podendoserimportadosapreçosmaisbaixosdaEuropa(casodoscereais).Acabandoporsepôremcausa,inclusivenadefiniçãodoconceitoestratégicodedefesanacional,anecessidadedopaísterreservasestratégicasdealimentos.

AocontráriodoPCP,ospartidosdapolíticadedireita,PS,PSDeCDS/PP,sempreolharamparaomercado«único»europeu,fortementelubrificadonazonaeurocomacriaçãodestamoedaapartirde2002,comosusceptíveldeproduzirumadivisãoeuropeiadotrabalhoequilibradaesolidária.Nemabrutalargumentaçãodesenvolvidapelacomissãoeuropeiaemdefesadacriaçãodoeuro,esclarecendoqueamoedaúnicairiadividiroseuropeusentre«picassos»,produtoresdealtovaloracrescentado,epintoresdaconstruçãocivil,debaixovaloracrescentadoemão-de-obrabarata,osfezacordardosonhofederalista.

Nãodeixadeserrisívelque,sóquandooaprofundamentodacriseinternacionaldocapitalismopõeanuosbrutaisdesequilí-brios,algunstenhamdescobertoosdéficesprodutivos,osdéficesdabalançadebenseserviços.Osmesmosqueforamesãores-ponsáveispelaspolíticasqueconduziramopaísaodescalabroemqueseencontra.

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Estasprivatizaçõesealiberalizaçãoforçadadosmercadosprovocaramumaenormeinstabilidadenosector,traduzida,nomea-damente,emgrandesatrasosnosinvestimentosnasrefinarias,nodesenvolvimentodautilizaçãodogásnaturalenoaproveitamentoderecursosenergéticosendógenos,comoohídrico.

Opaíscontinuafortementedependentedopetróleo,eemgeraldoscombustíveisdeorigemfóssil,quenãoproduzeprecisadeimportar.Asituaçãoémaisgraveporque,aocontráriodaUE,quedesdeiníciosdosanos70reduziusustentadamenteasuaintensi-dadeenergética(aquantidadedeenergianecessáriaparaproduzirumaunidadederiqueza),Portugalelevou-aatépraticamente aosfinaisdosanos90,estabilizourelativamenteesódiminuiunasegundametadedadécadapassada,aliásdeformaincerta. Osprincipaisatingidoscomoaumentodopreçodopetróleoserão,antesdemais,aindústriaeosectordostransportes,quetêmrela-tivamentebaixaeficiênciaenergéticaeemconjuntorepresentammaisde70%doconsumofinaldeenergiadopaís.

3.2—Mistificaçõesdocapital edopoderpolíticodedireita

AliquidaçãodesectoresprodutivosemPortugalaolongodasúltimastrêsdécadasemeia,apartirdoiníciodarecuperaçãocapitalistaelatifundista,eaceleradacomaintegraçãonaCEE/ /UniãoEuropeia,desenvolveu-secomumenormeemistificatórioarsenaldeargumentos,tesesediscursos,tendoporobjectivoajustificaçãodasopçõesedecisõespolíticasestratégicas,emesmomuitasdasmedidas,desucessivosgovernos(comparticipaçãodoPS,PSDouCDS).Oarsenalideológico,queganhounopensa-mentodominante(ditoúnico)aqualidadedeverdadeindiscutível,teveassentonasuniversidadeseprogramaseleitoraisedegoverno(daquelespartidos)eassumiuumapresençahegemónica,quaseabsoluta,nageneralidadenacomunicaçãosocial.Tratou-sedejustificarprivatizaçõeseliberalizações,aadesãoàCEE/UEeàUniãoEconómicaeMonetáriaeaoeuro,oapoioàspolíticascomuns(PAC,PCP,PEC,etc.)eàssuasdiversasrevisões,eaté

mesmodedarsuporteaoscritériosquepresidiramàaplicaçãodosfundoscomunitários.

Entreasmistificaçõesdignasdeanotaçãoparamemóriafutura,estáada«desmaterialização»daeconomia.Reflexodograndecrescimentodosectordeserviços,especialmentedoquesedeunosligadosàsnovastecnologiasatéaocrash da bolsa americana NASDAQemMarçode2000.Nestaabordagem,referia-seejustificava-seafaltadesentidodopaísproduziraço,produtosquímicosbásicos(porexemplo,ácidosulfúrico)emesmobensdeequipamento.

Outratese,hojesubmergidaperanteospicosdepreçosatin-gidosporprodutosalimentaresestratégicosem2008eagorano-vamenteem2011,éque,faceànossaintegraçãonaUE/MercadoÚnico,nãofariasentidoporrazõesde«competitividade»—de-correntedeelevadoscustosdeprodução—oudimensãodonossomercadointernoproduzi-losemPortugal,podendoserimportadosapreçosmaisbaixosdaEuropa(casodoscereais).Acabandoporsepôremcausa,inclusivenadefiniçãodoconceitoestratégicodedefesanacional,anecessidadedopaísterreservasestratégicasdealimentos.

AocontráriodoPCP,ospartidosdapolíticadedireita,PS,PSDeCDS/PP,sempreolharamparaomercado«único»europeu,fortementelubrificadonazonaeurocomacriaçãodestamoedaapartirde2002,comosusceptíveldeproduzirumadivisãoeuropeiadotrabalhoequilibradaesolidária.Nemabrutalargumentaçãodesenvolvidapelacomissãoeuropeiaemdefesadacriaçãodoeuro,esclarecendoqueamoedaúnicairiadividiroseuropeusentre«picassos»,produtoresdealtovaloracrescentado,epintoresdaconstruçãocivil,debaixovaloracrescentadoemão-de-obrabarata,osfezacordardosonhofederalista.

Nãodeixadeserrisívelque,sóquandooaprofundamentodacriseinternacionaldocapitalismopõeanuosbrutaisdesequilí-brios,algunstenhamdescobertoosdéficesprodutivos,osdéficesdabalançadebenseserviços.Osmesmosqueforamesãores-ponsáveispelaspolíticasqueconduziramopaísaodescalabroemqueseencontra.

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3.3—Causaseresponsáveis

Nodecorrerdoprocessorevolucionárioiniciadocomo25deAbrilforamnacionalizadospeloEstadoosgrandesmonopóliosdecapitalprivadonacionalnossectoreschavedaeconomia,comonabanca,seguros,petróleos,electricidade,água,gás,petroquímica,adubos,celulose,cimentos,siderurgia,construçãoereparaçãonaval,transportesmarítimos,camionagem,transportesaéreos,transportesferroviários,transportescolectivosurbanosesubur-banosdeLisboaePorto,tabacos,cervejas,radiotelevisão,entreoutros,aquesesomaramasempresasnacionalizadasemsectoressóparcialmentenacionalizados,comoasminasouostransportespúblicos,easgrandesempresasjáanteriormentepúblicas,comoosCTTouosTLP,naconstituiçãodeumpoderososectorempresarialdoEstado,aindareforçadopelaparticipaçãonocapitaldenumero-sassociedadesqueresultouindirectamentedanacionalizaçãodasempresas,especialmentedosbancos,quenelasdetinhamquotaseacções.Vultuososinvestimentos,particularmentenasempresaspúblicasnãofinanceiras,eacriaçãodealgumasnovasempresaspúblicasaumentaramgeralmenteopesodosectorempresarialdoEstado até meados da década de 80.

Componentefundamentaldoprocessorevolucionárioedassuasconquistasfoitambémareformaagrária.OstrabalhadoresruraisdoAlentejoeRibatejoedealgunsconcelhoslimítrofes,emacçõesqueseriamposteriormentereconhecidaselegalizadaspelopoderpolítico,ocuparamasterrasdosgrandeslatifúndios,quepoucoounadaproduziam,organizaramunidadescolectivasdeprodução(UCP/cooperativas)paraasexploraremcomum,aumentaramoem-prego,aprodução,aprodutividade,diversificarameintroduziramnovasculturas,promoveramoinvestimentoeminfra-estruturas,equipamentosegado,realizaram,articuladascomasautarquiasprogressistas,umagrandiosaobrasocial,nomeadamentecomacriaçãodecrechesejardinsdeinfância,escolas,centrosdedia,postosdesaúde,cantinas,armazéns,vendas,viasdecomunicação,queestancouaemigração,trouxedevoltamuitosmilharesdeemi-grantes,reduziuodesemprego,combateudiscriminações,elevouossaláriosdostrabalhadoreseascondiçõesdevidadaspopulações.

Procurou-se,naaltura,promoverumapolíticacomercialex-ternaindependenteeconformeaosinteressesnacionais.

Aliquidaçãodosmonopólioscomanacionalizaçãodemocrá-ticaporpartedoEstado,aprofundatransformaçãodasrelaçõesdepropriedadecomareformaagrárianoscamposdoSuleasmedidasparaapequenaemédiaagriculturacomoasleisdoarrendamentoruraledosbaldios,aintervençãoampliadadoEstadonocomércioexternoenavidaeconómicaemgeral,aquebradeisolamentointernacionalcomoreconhecimentodonovoregime,ofimdaguerracolonialeaindependênciadasex-colónias,forneciamabaseobjectivaparacomeçaraconstruirumsistemadeplanea-mentoqueorientasseoaparelhoprodutivoeeconómiconacionalparaumasatisfaçãomaiscompletadasnecessidadescrescentesdapopulaçãoedopaís.

Arecuperaçãomonopolistaelatifundistainterrompeuoesboçodeconstruçãoderelaçõesdeproduçãomaisavançadas.Maisdoqueisso,váriosfactores,componentesdesseprocessoderecupe-ração,impulsionados,potenciadosoucomandadospelapolíticadedireita,danificaramedebilitaramseriamenteoaparelhopro-dutivodopaís.SãodereferiraadesãoàCEE,asprivatizações,adestruiçãodareformaagrária,asorientaçõesestratégicasdograndecapitaleoinvestimentoestrangeiro.

AadesãoàCEEtrouxeproblemasàagricultura,àspescaseàindústriatransformadoranacionais;sejapeladesprotecçãodomercadointernoeaimpreparaçãoparacompetircomproduçõesestrangeirasmuitomaiseficientes;sejapelascondicionantesdeixa-dasnoplanodotratadodeadesãoasectorescomoasiderurgiaeaindústriatêxtil;sejapelasconsequênciasparaaagriculturaeaspescasportuguesasdaspolíticasagrícolaedepescascomuns(PACePCP);sejafinalmentepelosacordoscomerciaisestabelecidosentreaUEepaísesterceiros,quenãoprotegemimportantesacti-vidadesnacionaiscomoaspescaseostêxteis.OrientaçõessemprecentradasnadefesadosinteressesestratégicosdaseconomiasmaispoderosasdaUE.Acresce,comopanodefundo,aperdadecom-petitividadeemtodosossectoresresultantedaadopçãodoeuro.

Asprivatizações,apassagemparaasmãosdeprivados,pri-meironacionaisedepoisestrangeiros,deimportantesactivida-

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3.3—Causaseresponsáveis

Nodecorrerdoprocessorevolucionárioiniciadocomo25deAbrilforamnacionalizadospeloEstadoosgrandesmonopóliosdecapitalprivadonacionalnossectoreschavedaeconomia,comonabanca,seguros,petróleos,electricidade,água,gás,petroquímica,adubos,celulose,cimentos,siderurgia,construçãoereparaçãonaval,transportesmarítimos,camionagem,transportesaéreos,transportesferroviários,transportescolectivosurbanosesubur-banosdeLisboaePorto,tabacos,cervejas,radiotelevisão,entreoutros,aquesesomaramasempresasnacionalizadasemsectoressóparcialmentenacionalizados,comoasminasouostransportespúblicos,easgrandesempresasjáanteriormentepúblicas,comoosCTTouosTLP,naconstituiçãodeumpoderososectorempresarialdoEstado,aindareforçadopelaparticipaçãonocapitaldenumero-sassociedadesqueresultouindirectamentedanacionalizaçãodasempresas,especialmentedosbancos,quenelasdetinhamquotaseacções.Vultuososinvestimentos,particularmentenasempresaspúblicasnãofinanceiras,eacriaçãodealgumasnovasempresaspúblicasaumentaramgeralmenteopesodosectorempresarialdoEstado até meados da década de 80.

Componentefundamentaldoprocessorevolucionárioedassuasconquistasfoitambémareformaagrária.OstrabalhadoresruraisdoAlentejoeRibatejoedealgunsconcelhoslimítrofes,emacçõesqueseriamposteriormentereconhecidaselegalizadaspelopoderpolítico,ocuparamasterrasdosgrandeslatifúndios,quepoucoounadaproduziam,organizaramunidadescolectivasdeprodução(UCP/cooperativas)paraasexploraremcomum,aumentaramoem-prego,aprodução,aprodutividade,diversificarameintroduziramnovasculturas,promoveramoinvestimentoeminfra-estruturas,equipamentosegado,realizaram,articuladascomasautarquiasprogressistas,umagrandiosaobrasocial,nomeadamentecomacriaçãodecrechesejardinsdeinfância,escolas,centrosdedia,postosdesaúde,cantinas,armazéns,vendas,viasdecomunicação,queestancouaemigração,trouxedevoltamuitosmilharesdeemi-grantes,reduziuodesemprego,combateudiscriminações,elevouossaláriosdostrabalhadoreseascondiçõesdevidadaspopulações.

Procurou-se,naaltura,promoverumapolíticacomercialex-ternaindependenteeconformeaosinteressesnacionais.

Aliquidaçãodosmonopólioscomanacionalizaçãodemocrá-ticaporpartedoEstado,aprofundatransformaçãodasrelaçõesdepropriedadecomareformaagrárianoscamposdoSuleasmedidasparaapequenaemédiaagriculturacomoasleisdoarrendamentoruraledosbaldios,aintervençãoampliadadoEstadonocomércioexternoenavidaeconómicaemgeral,aquebradeisolamentointernacionalcomoreconhecimentodonovoregime,ofimdaguerracolonialeaindependênciadasex-colónias,forneciamabaseobjectivaparacomeçaraconstruirumsistemadeplanea-mentoqueorientasseoaparelhoprodutivoeeconómiconacionalparaumasatisfaçãomaiscompletadasnecessidadescrescentesdapopulaçãoedopaís.

Arecuperaçãomonopolistaelatifundistainterrompeuoesboçodeconstruçãoderelaçõesdeproduçãomaisavançadas.Maisdoqueisso,váriosfactores,componentesdesseprocessoderecupe-ração,impulsionados,potenciadosoucomandadospelapolíticadedireita,danificaramedebilitaramseriamenteoaparelhopro-dutivodopaís.SãodereferiraadesãoàCEE,asprivatizações,adestruiçãodareformaagrária,asorientaçõesestratégicasdograndecapitaleoinvestimentoestrangeiro.

AadesãoàCEEtrouxeproblemasàagricultura,àspescaseàindústriatransformadoranacionais;sejapeladesprotecçãodomercadointernoeaimpreparaçãoparacompetircomproduçõesestrangeirasmuitomaiseficientes;sejapelascondicionantesdeixa-dasnoplanodotratadodeadesãoasectorescomoasiderurgiaeaindústriatêxtil;sejapelasconsequênciasparaaagriculturaeaspescasportuguesasdaspolíticasagrícolaedepescascomuns(PACePCP);sejafinalmentepelosacordoscomerciaisestabelecidosentreaUEepaísesterceiros,quenãoprotegemimportantesacti-vidadesnacionaiscomoaspescaseostêxteis.OrientaçõessemprecentradasnadefesadosinteressesestratégicosdaseconomiasmaispoderosasdaUE.Acresce,comopanodefundo,aperdadecom-petitividadeemtodosossectoresresultantedaadopçãodoeuro.

Asprivatizações,apassagemparaasmãosdeprivados,pri-meironacionaisedepoisestrangeiros,deimportantesactivida-

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des,comominas,siderurgia,indústrianaval,químicaspesadas,metalomecânicapesada,entreoutras,levouaoseudefinhamento,empobrecimentoeemvárioscasosmesmodesaparecimento,enfraquecendooperfilindustrialeretardandoapossibilidadedevalorizaçãointernadeimportantesrecursosnacionais.

Adestruiçãodareformaagrárialevouàdiminuiçãodasuper-fícieagrícolautilizada,àperdadeproduçõesagrícolas,àdestrui-çãodemúltiplasinfra-estruturaseequipamentoseaumabrutaldestruiçãodeempregoagrícolanoscamposdoSul.

Alógicadeinvestimentodograndecapitalnacional,associadaounãoaoprocessodeprivatizações,comaperspectivadeobten-çãoderápidoseelevadosretornos,conduziuàconcentraçãodoinvestimentonabanca,seguros,especulaçãobolsista,imobiliário,grandedistribuição,saúde,exploraçãodeinfra-estruturas(comoauto-estradasouactividadesportuárias),deixandoemgeralaproduçãodebenstransaccionáveissujeitosamaiorconcorrênciaparaaspequenasemédiasempresas.

Eoinvestimentoestrangeiro,contrariamenteàimagemtrans-mitidapelapropaganda,investepredominantementeemactivida-desnãoindustriais.Mesmoexcluindoosinvestimentosdecarteira,orientadosparaaespeculaçãobolsista,partemuitosignificativacorrespondeaumfalsoinvestimento,dadoqueselimitaàaquisi-çãodeunidadesjáexistentes.

Sãoclarososresponsáveispolíticosedeclassepeladestruiçãoefragilizaçãodoaparelhoprodutivodopaís.

Socialmente,osgrandesmonopolistaselatifundistas,quearevoluçãodeAbrilfundamentalmenteexpropriara.Associados,comoauxiliares,numerososdirigentes,altosfuncionáriosequa-drosdasgrandesempresasedirigentesdetopodaadministraçãopública.Ideologicamentecomprometidos,académicosepersonali-dadespúblicasquefizeramaapologiadarecuperaçãomonopolistaelatifundista.

Politicamente,oPS,oPSD,oCDS/PP,quealternaramnopoderparagarantiracontinuidadedapolíticadedireita,queapartirdeposiçõesgovernamentaisemaioritáriasnaAssembleiadaRepúblicaseencarregaramdeasseguraraintervençãodoEstadoafavordosgrandesgruposeconómicosefinanceiros,financiaram

aacumulaçãodograndecapitaleasseguraramasuadominaçãosobreostrabalhadores.

3.4—Opapeldosgruposeconómicosefinanceiros

Oaparecimentoedesenvolvimentodegruposeconómicosefinanceirosprivadosapósorefluxodoprocessorevolucionário,assumindoumanaturezaeumdomíniomonopolistas,constituemotraçoessencialdoprocessoderecuperaçãocapitalistaemPor-tugal.

Asuagéneseconstituiueconstituiumprocessocomplexo,comcomponentespolíticas,económicasefinanceirasquesein-terpenetram,equeseescorounosapoiosdosgovernos,nosapoiospolíticosefinanceirosdosectorpúblicoempresarial,sobretudodabanca.Combasedirectaouindirectaemantigosgruposmonopo-listasouapartirdeempresasesectoresemgrandeexpansão(comoagrandedistribuição),afirmaram-seapartirdaaprovaçãododecreto-lei n.o406/83,quealteroualeidedelimitaçãodesectores(lei n.o46/77)eabriuaocapitalprivadoabanca,osseguroseaproduçãoecomercializaçãodosadubosedocimento.Apermissãodeactividadesprivadasnabancaeseguros,eosubsequentepro-cessodeprivatizações,permitiram-lhesapropriar-seabaixocustodasempresasesectoresmaisrentáveisdosectorempresarialdoEstadoeaabsorçãodepartesignificativadosfundoscomunitários,numimparávelebrutalprocessodecentralizaçãoeconcentraçãodecapitais.

Sónosúltimosseisanos,enquantoopaísseafundavanacriseeconómicaesocial,oslucrosobtidospelosseguintesgrandesgru-pos:PT,EDP,REN,Galp,Zon,BCP,BES,BPI,Santander/Totta,Cimpor,Secil,Portucel,Brisa;equivaleramaovalorqueoEstadoarrecadoucomtodasasprivatizaçõesefectuadasdesde1989.

Osnovosgruposreconstituídoseemergentesdesembaraça-ram-se,compoucasexcepções,deempresasindustriaisquelhesforampararàmãopelasprivatizações,querliquidando-aspuraesimplesmente(construçãonaval,químicadebase,metalomecâ-nicapesada),quervendendo-ascomgrossosproventosaocapital

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des,comominas,siderurgia,indústrianaval,químicaspesadas,metalomecânicapesada,entreoutras,levouaoseudefinhamento,empobrecimentoeemvárioscasosmesmodesaparecimento,enfraquecendooperfilindustrialeretardandoapossibilidadedevalorizaçãointernadeimportantesrecursosnacionais.

Adestruiçãodareformaagrárialevouàdiminuiçãodasuper-fícieagrícolautilizada,àperdadeproduçõesagrícolas,àdestrui-çãodemúltiplasinfra-estruturaseequipamentoseaumabrutaldestruiçãodeempregoagrícolanoscamposdoSul.

Alógicadeinvestimentodograndecapitalnacional,associadaounãoaoprocessodeprivatizações,comaperspectivadeobten-çãoderápidoseelevadosretornos,conduziuàconcentraçãodoinvestimentonabanca,seguros,especulaçãobolsista,imobiliário,grandedistribuição,saúde,exploraçãodeinfra-estruturas(comoauto-estradasouactividadesportuárias),deixandoemgeralaproduçãodebenstransaccionáveissujeitosamaiorconcorrênciaparaaspequenasemédiasempresas.

Eoinvestimentoestrangeiro,contrariamenteàimagemtrans-mitidapelapropaganda,investepredominantementeemactivida-desnãoindustriais.Mesmoexcluindoosinvestimentosdecarteira,orientadosparaaespeculaçãobolsista,partemuitosignificativacorrespondeaumfalsoinvestimento,dadoqueselimitaàaquisi-çãodeunidadesjáexistentes.

Sãoclarososresponsáveispolíticosedeclassepeladestruiçãoefragilizaçãodoaparelhoprodutivodopaís.

Socialmente,osgrandesmonopolistaselatifundistas,quearevoluçãodeAbrilfundamentalmenteexpropriara.Associados,comoauxiliares,numerososdirigentes,altosfuncionáriosequa-drosdasgrandesempresasedirigentesdetopodaadministraçãopública.Ideologicamentecomprometidos,académicosepersonali-dadespúblicasquefizeramaapologiadarecuperaçãomonopolistaelatifundista.

Politicamente,oPS,oPSD,oCDS/PP,quealternaramnopoderparagarantiracontinuidadedapolíticadedireita,queapartirdeposiçõesgovernamentaisemaioritáriasnaAssembleiadaRepúblicaseencarregaramdeasseguraraintervençãodoEstadoafavordosgrandesgruposeconómicosefinanceiros,financiaram

aacumulaçãodograndecapitaleasseguraramasuadominaçãosobreostrabalhadores.

3.4—Opapeldosgruposeconómicosefinanceiros

Oaparecimentoedesenvolvimentodegruposeconómicosefinanceirosprivadosapósorefluxodoprocessorevolucionário,assumindoumanaturezaeumdomíniomonopolistas,constituemotraçoessencialdoprocessoderecuperaçãocapitalistaemPor-tugal.

Asuagéneseconstituiueconstituiumprocessocomplexo,comcomponentespolíticas,económicasefinanceirasquesein-terpenetram,equeseescorounosapoiosdosgovernos,nosapoiospolíticosefinanceirosdosectorpúblicoempresarial,sobretudodabanca.Combasedirectaouindirectaemantigosgruposmonopo-listasouapartirdeempresasesectoresemgrandeexpansão(comoagrandedistribuição),afirmaram-seapartirdaaprovaçãododecreto-lei n.o406/83,quealteroualeidedelimitaçãodesectores(lei n.o46/77)eabriuaocapitalprivadoabanca,osseguroseaproduçãoecomercializaçãodosadubosedocimento.Apermissãodeactividadesprivadasnabancaeseguros,eosubsequentepro-cessodeprivatizações,permitiram-lhesapropriar-seabaixocustodasempresasesectoresmaisrentáveisdosectorempresarialdoEstadoeaabsorçãodepartesignificativadosfundoscomunitários,numimparávelebrutalprocessodecentralizaçãoeconcentraçãodecapitais.

Sónosúltimosseisanos,enquantoopaísseafundavanacriseeconómicaesocial,oslucrosobtidospelosseguintesgrandesgru-pos:PT,EDP,REN,Galp,Zon,BCP,BES,BPI,Santander/Totta,Cimpor,Secil,Portucel,Brisa;equivaleramaovalorqueoEstadoarrecadoucomtodasasprivatizaçõesefectuadasdesde1989.

Osnovosgruposreconstituídoseemergentesdesembaraça-ram-se,compoucasexcepções,deempresasindustriaisquelhesforampararàmãopelasprivatizações,querliquidando-aspuraesimplesmente(construçãonaval,químicadebase,metalomecâ-nicapesada),quervendendo-ascomgrossosproventosaocapital

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estrangeiro(Tabaqueira,Sorefame,entreoutras).Emmedidasignificativa,desindustrializaramopaís.

Esta«especialização»económica,comorefúgioemáreasinicialmentemenosexpostasaoriscoeàconcorrênciaexterior,comênfaseemactividadescomerciaisefinanceiras,permitiu-lhesprosseguirdeformaseguraaacumulaçãodecapital,àcustadasclasseslaboriosas,dasmicro,pequenasemédiasempresas(MPME)edossectoresprodutivos.

Osgruposeconómicosmonopolistas,profundamenteancora-dosnosectorfinanceiro,constituemobjectivamenteumobstáculoaocrescimentoeconómicoeàcapacidadeprodutivanacional.Pelasuanaturezaedomíniomonopolistasobreosmercadosprovocamestrangulamentosecondicionamentosdiversossobreaproduçãoe as MPME.

Pelo seu domínio e absorção, deslocam e subtraem ao sector produtivoeàsMPMEgrandepartedasdisponibilidadesnacionaisparainvestimento.

Peloseupesodeterminantenosectorfinanceiroenasorien-taçõesestratégicasdocrédito,pelasprópriaspolíticasdeinvesti-mentoexigindoaltasrendibilidades,pelasuainfluênciadecisivanafixaçãopelopoderpolíticodasgrandesdirecçõesdoinvestimentopúblico,constituemumelementodeterminantenoníveleorien-taçãodoinvestimentoemPortugal.Quecanalizamparaaespecu-laçãobolsistaeimobiliária,colocando-onoexterior(off-shores) eprivilegiandoocapitalmultinacional.Ouque,pordiversasecomplementaresvias,retiramdocircuitodoinvestimentopúbli-co,eespecialmentedoinvestimentoprodutivo,comonocasodefundoscomunitários.

a banca, comercial e de investimento, tem constituído, não um factordedinamizaçãodaproduçãonacionaledaeconomia,masumfactordeestrangulamentoedefinhamentodemuitasMPME,praticamentedesdemeadosdadécadade80doséculopassado,quandocomeçouaserprivatizada.Pelasdificuldadesdeacessoaocrédito,aselevadíssimastaxasdejuroparaasmicroemesmopequenasempresas,osabusosdoscustosdosserviçosbancários,entre vários outros condicionalismos. Por outro lado, com o arrimo dosgovernos,abancaé,emcertassituações,umdestacadoagente

doapoioatentativasdemonopolizaçãodeactividadesindustriais,comonocasodasproduçõesparaalgumasenergiasrenováveis.

Naactividadeseguradora,sãoconhecidas,entreoutras,asdificuldadessentidaspormuitasPMEnaobtençãodeseguros decréditoàexportação,paraalémdospreçosdossegurosemgeral.

Nodomíniodeutilizaçãodaenergia,sãoparticularmenteospreçosdasdiversasformasdeenergiaqueretiramcompetitividadeàsempresasdealgunssectoresindustriais.Noscasosdaelectri-cidadeedogásnatural,emborapresentementeestejamabaixodamédiaeuropeia,ospreçoscontinuamaapresentarproblemasdecompetitividade,emconfrontocomalgunspaísescomoaEspanha.Noscombustíveislíquidos,osacréscimosdepreçoemrelaçãoamuitospaísesdaUE,decorrentesdaexistênciadeuminiludíveloligopólio,tornam-seintoleráveisparaamanutençãodacompetiti-vidade,nomeadamentedossistemasdetransportesacimaeabaixodemuitasactividadesprodutivas.

Nastelecomunicaçõesfixasemóveis,sãoospróprioslucrosdesmesuradosdasempresasconcessionadasqueasseguramqueoutrastarifasmaisacessíveispoderiamserpraticadasparaasempresasefamílias.

Notransportedemercadorias,osmaioresproblemasão,nomeadamente,atotaldependênciadeempresasestrangeirasnotransportemarítimodemercadoriasdeeparaopaís,noquadrodeumareduzidacapacidadenegocialrelativamenteaopreçodosfretes,eamuitoinsuficientecapacidadedotransporteferroviáriodemercadorias,queoneraafracçãotransportesnosgastosdasempresas,dadososcustosmaisaltosdomodorodoviário.

Aestruturamonopolistadosmercadosedotecidoeconómico,resultadodapresençadosgruposeconómicos,temconsequênciasparticularmentedevastadorasparaasMPME.Aimposiçãodepreçosmonopolistasdebenseserviços(factoresdeprodução).Aimposiçãodecondiçõesruinosas(prazosdepagamento,ex-torsãoeesmagamentodemargens,exigênciaadiversostítulosdefornecimentosgratuitos,etc.)epreçosoligopsónicosaosseusfornecedores(preçosimpostospeloreduzidonúmerodegrandescompradoresàmassadefornecedores).Abusosdeposiçãodomi-

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estrangeiro(Tabaqueira,Sorefame,entreoutras).Emmedidasignificativa,desindustrializaramopaís.

Esta«especialização»económica,comorefúgioemáreasinicialmentemenosexpostasaoriscoeàconcorrênciaexterior,comênfaseemactividadescomerciaisefinanceiras,permitiu-lhesprosseguirdeformaseguraaacumulaçãodecapital,àcustadasclasseslaboriosas,dasmicro,pequenasemédiasempresas(MPME)edossectoresprodutivos.

Osgruposeconómicosmonopolistas,profundamenteancora-dosnosectorfinanceiro,constituemobjectivamenteumobstáculoaocrescimentoeconómicoeàcapacidadeprodutivanacional.Pelasuanaturezaedomíniomonopolistasobreosmercadosprovocamestrangulamentosecondicionamentosdiversossobreaproduçãoe as MPME.

Pelo seu domínio e absorção, deslocam e subtraem ao sector produtivoeàsMPMEgrandepartedasdisponibilidadesnacionaisparainvestimento.

Peloseupesodeterminantenosectorfinanceiroenasorien-taçõesestratégicasdocrédito,pelasprópriaspolíticasdeinvesti-mentoexigindoaltasrendibilidades,pelasuainfluênciadecisivanafixaçãopelopoderpolíticodasgrandesdirecçõesdoinvestimentopúblico,constituemumelementodeterminantenoníveleorien-taçãodoinvestimentoemPortugal.Quecanalizamparaaespecu-laçãobolsistaeimobiliária,colocando-onoexterior(off-shores) eprivilegiandoocapitalmultinacional.Ouque,pordiversasecomplementaresvias,retiramdocircuitodoinvestimentopúbli-co,eespecialmentedoinvestimentoprodutivo,comonocasodefundoscomunitários.

a banca, comercial e de investimento, tem constituído, não um factordedinamizaçãodaproduçãonacionaledaeconomia,masumfactordeestrangulamentoedefinhamentodemuitasMPME,praticamentedesdemeadosdadécadade80doséculopassado,quandocomeçouaserprivatizada.Pelasdificuldadesdeacessoaocrédito,aselevadíssimastaxasdejuroparaasmicroemesmopequenasempresas,osabusosdoscustosdosserviçosbancários,entre vários outros condicionalismos. Por outro lado, com o arrimo dosgovernos,abancaé,emcertassituações,umdestacadoagente

doapoioatentativasdemonopolizaçãodeactividadesindustriais,comonocasodasproduçõesparaalgumasenergiasrenováveis.

Naactividadeseguradora,sãoconhecidas,entreoutras,asdificuldadessentidaspormuitasPMEnaobtençãodeseguros decréditoàexportação,paraalémdospreçosdossegurosemgeral.

Nodomíniodeutilizaçãodaenergia,sãoparticularmenteospreçosdasdiversasformasdeenergiaqueretiramcompetitividadeàsempresasdealgunssectoresindustriais.Noscasosdaelectri-cidadeedogásnatural,emborapresentementeestejamabaixodamédiaeuropeia,ospreçoscontinuamaapresentarproblemasdecompetitividade,emconfrontocomalgunspaísescomoaEspanha.Noscombustíveislíquidos,osacréscimosdepreçoemrelaçãoamuitospaísesdaUE,decorrentesdaexistênciadeuminiludíveloligopólio,tornam-seintoleráveisparaamanutençãodacompetiti-vidade,nomeadamentedossistemasdetransportesacimaeabaixodemuitasactividadesprodutivas.

Nastelecomunicaçõesfixasemóveis,sãoospróprioslucrosdesmesuradosdasempresasconcessionadasqueasseguramqueoutrastarifasmaisacessíveispoderiamserpraticadasparaasempresasefamílias.

Notransportedemercadorias,osmaioresproblemasão,nomeadamente,atotaldependênciadeempresasestrangeirasnotransportemarítimodemercadoriasdeeparaopaís,noquadrodeumareduzidacapacidadenegocialrelativamenteaopreçodosfretes,eamuitoinsuficientecapacidadedotransporteferroviáriodemercadorias,queoneraafracçãotransportesnosgastosdasempresas,dadososcustosmaisaltosdomodorodoviário.

Aestruturamonopolistadosmercadosedotecidoeconómico,resultadodapresençadosgruposeconómicos,temconsequênciasparticularmentedevastadorasparaasMPME.Aimposiçãodepreçosmonopolistasdebenseserviços(factoresdeprodução).Aimposiçãodecondiçõesruinosas(prazosdepagamento,ex-torsãoeesmagamentodemargens,exigênciaadiversostítulosdefornecimentosgratuitos,etc.)epreçosoligopsónicosaosseusfornecedores(preçosimpostospeloreduzidonúmerodegrandescompradoresàmassadefornecedores).Abusosdeposiçãodomi-

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nanteededependênciaeconómica,totalmenteàmargemdasleisdaconcorrênciaemvigor,semqueaautoridadedaconcorrêncialhesponhacobro.Exclusãoediscriminaçõesfaceaoscanaisprivilegiadosdeimportaçãodeprodutosestrangeiros,comonagrandedistribuição.

Agravidadedasituaçãoeopapelpredadordosgruposmono-polistassobreariquezacriadanaspequenasempresasenossectoresprodutivossãohojebemconhecidos.Conhece-sebemoesbulhodastaxasdejuroecomissõesimpostaspelosmonopolistasdabancaedosseguros.Osproprietáriosdeoficinasdereparaçãoautomóvelouaspequenasempresasdereboqueedesempana-gemconhecembemasimposiçõesdascompanhiasdeseguros.Ocomérciodeproximidadeconhecebemopodermonopolistaavassalador,económicoepolítico,dasgrandescadeiasdedistri-buição,sejamelasportuguesas(SonaeouJerónimoMartins)ouestrangeiras(Auchaneoutras).Osfornecedoresdaagriculturaeindústriaaessesgrupostambémconhecembemascondições«leoninas»quelhessãoimpostasnavendadasuaprodução. Ospequenosemédiosprodutoresflorestaissabemopreçoquetemcustadoàflorestaportuguesaaexistênciadetrês,eagoradois,grandesgruposdecelulose,quedominamomercadodasmadeirasedeterminamosseuspreços.Ospequenosempresáriosdaconstruçãocivilconhecemopesodosgruposdocimentonasuaactividade.Ospostosindependentesdecombustíveisconhecemoesmagamentodemargenseascondiçõesimpostaspelostrêsgros-sistasdosector(Galp,BPeRepsol).EtodasasempresassuportamoscustosdafortemonopolizaçãodosectordaenergiapelaEDP,dogásecombustíveispelaGalp,dastelecomunicaçõespelaPT,OptimuseVodafone,edotransporteporauto-estrada(portagens)pelaBrisaeAscendi(ex-Aenor).

Mesmoempresasdosectorpúblico,comoaCaixaGeraldeDepósitos,ouqueaindatêmforteinfluênciadoEstadofuncionamemplágiodasempresasprivadas,alinhandonumaintervençãomonopolística,impondopreços,sonegandomargens,açambar-candoemanipulandomercados,violandoasregrasdeconcor-rência,usandooseupesoeconómicoepolíticoparaesmagaremeobteremleisemeiosfinanceirosdoEstado,queassimabdica

dopoderreguladorepedagógicoqueessasempresaspoderiamter,incluindonamelhoriadacompetitividadedasempresasnacionais.

Osgruposmonopolistastambémbloqueiamodesenvolvimentonacionalpelasualigaçãoesubordinaçãoaocapitalestrangeiro.Umacaracterísticaestruturaldasuagéneseeevolução,talcomoemgeraldograndecapitalnacional,nascondiçõesdarecuperaçãocapitalistaeimperialistafoieéasuaestreitaassociaçãoaograndecapitalestrangeiro,aocapitaltransnacional.

3.5—Capitalestrangeiro

Ocapitalestrangeirotem,nosanosrecentes,de2005a2007(últimosdadosdisponíveis),umapresençasignificativaecrescenteemPortugal,nomeadamentenaindústria.Em2007,existiamnopaís5075filiaisdeempresasestrangeiras,querepresentavamapenas0,5%donúmerototaldasempresasnãofinanceiras(1,4%dassociedadesnãofinanceiras),masqueeramresponsáveispor17,5%dovaloracrescentadobruto,15,4%doinvestimentoembenscorpóreos,29,8%dasdespesasinternaseminvestigaçãoedesenvolvimento,19,5%dovolumedenegóciose7,6%doem-pregogeradosportodasestasempresas.Naindústriacontribuíamcomcercadeumquarto(23,9%)paraoproduto.Estasfiliaistêmdimensãoeprodutividadebastantesuperioresàsmédiasdasso-ciedadesportuguesas.Em2007,doisterçostinhamoscentrosdedecisãonaUE,masgeravamtrêsquartosdovaloracrescentadobrutodetodasasfiliaisnãofinanceiras,comaEspanhaalideraraorigemdoscapitaisinvestidos,seguidadaHolanda,Alemanha,EUAeFrança.

Masocapitalestrangeironãosereduzapenasàsuaexpres-sãoabertadefiliaisdeempresasestrangeiras.Estáescondidoeencostadoaosgruposportuguesesnocapitalsocialdasgrandesempresasdesectoresestratégicos,aparentementedebasenacio-nal,como,entreoutros,abanca,aenergiaeastelecomunicações,avaliandoalgunsespecialistasquedeterájácercademetadedosseus activos.

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nanteededependênciaeconómica,totalmenteàmargemdasleisdaconcorrênciaemvigor,semqueaautoridadedaconcorrêncialhesponhacobro.Exclusãoediscriminaçõesfaceaoscanaisprivilegiadosdeimportaçãodeprodutosestrangeiros,comonagrandedistribuição.

Agravidadedasituaçãoeopapelpredadordosgruposmono-polistassobreariquezacriadanaspequenasempresasenossectoresprodutivossãohojebemconhecidos.Conhece-sebemoesbulhodastaxasdejuroecomissõesimpostaspelosmonopolistasdabancaedosseguros.Osproprietáriosdeoficinasdereparaçãoautomóvelouaspequenasempresasdereboqueedesempana-gemconhecembemasimposiçõesdascompanhiasdeseguros.Ocomérciodeproximidadeconhecebemopodermonopolistaavassalador,económicoepolítico,dasgrandescadeiasdedistri-buição,sejamelasportuguesas(SonaeouJerónimoMartins)ouestrangeiras(Auchaneoutras).Osfornecedoresdaagriculturaeindústriaaessesgrupostambémconhecembemascondições«leoninas»quelhessãoimpostasnavendadasuaprodução. Ospequenosemédiosprodutoresflorestaissabemopreçoquetemcustadoàflorestaportuguesaaexistênciadetrês,eagoradois,grandesgruposdecelulose,quedominamomercadodasmadeirasedeterminamosseuspreços.Ospequenosempresáriosdaconstruçãocivilconhecemopesodosgruposdocimentonasuaactividade.Ospostosindependentesdecombustíveisconhecemoesmagamentodemargenseascondiçõesimpostaspelostrêsgros-sistasdosector(Galp,BPeRepsol).EtodasasempresassuportamoscustosdafortemonopolizaçãodosectordaenergiapelaEDP,dogásecombustíveispelaGalp,dastelecomunicaçõespelaPT,OptimuseVodafone,edotransporteporauto-estrada(portagens)pelaBrisaeAscendi(ex-Aenor).

Mesmoempresasdosectorpúblico,comoaCaixaGeraldeDepósitos,ouqueaindatêmforteinfluênciadoEstadofuncionamemplágiodasempresasprivadas,alinhandonumaintervençãomonopolística,impondopreços,sonegandomargens,açambar-candoemanipulandomercados,violandoasregrasdeconcor-rência,usandooseupesoeconómicoepolíticoparaesmagaremeobteremleisemeiosfinanceirosdoEstado,queassimabdica

dopoderreguladorepedagógicoqueessasempresaspoderiamter,incluindonamelhoriadacompetitividadedasempresasnacionais.

Osgruposmonopolistastambémbloqueiamodesenvolvimentonacionalpelasualigaçãoesubordinaçãoaocapitalestrangeiro.Umacaracterísticaestruturaldasuagéneseeevolução,talcomoemgeraldograndecapitalnacional,nascondiçõesdarecuperaçãocapitalistaeimperialistafoieéasuaestreitaassociaçãoaograndecapitalestrangeiro,aocapitaltransnacional.

3.5—Capitalestrangeiro

Ocapitalestrangeirotem,nosanosrecentes,de2005a2007(últimosdadosdisponíveis),umapresençasignificativaecrescenteemPortugal,nomeadamentenaindústria.Em2007,existiamnopaís5075filiaisdeempresasestrangeiras,querepresentavamapenas0,5%donúmerototaldasempresasnãofinanceiras(1,4%dassociedadesnãofinanceiras),masqueeramresponsáveispor17,5%dovaloracrescentadobruto,15,4%doinvestimentoembenscorpóreos,29,8%dasdespesasinternaseminvestigaçãoedesenvolvimento,19,5%dovolumedenegóciose7,6%doem-pregogeradosportodasestasempresas.Naindústriacontribuíamcomcercadeumquarto(23,9%)paraoproduto.Estasfiliaistêmdimensãoeprodutividadebastantesuperioresàsmédiasdasso-ciedadesportuguesas.Em2007,doisterçostinhamoscentrosdedecisãonaUE,masgeravamtrêsquartosdovaloracrescentadobrutodetodasasfiliaisnãofinanceiras,comaEspanhaalideraraorigemdoscapitaisinvestidos,seguidadaHolanda,Alemanha,EUAeFrança.

Masocapitalestrangeironãosereduzapenasàsuaexpres-sãoabertadefiliaisdeempresasestrangeiras.Estáescondidoeencostadoaosgruposportuguesesnocapitalsocialdasgrandesempresasdesectoresestratégicos,aparentementedebasenacio-nal,como,entreoutros,abanca,aenergiaeastelecomunicações,avaliandoalgunsespecialistasquedeterájácercademetadedosseus activos.

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Arelevantepresença,autónomaouarticuladacomocapitalnacional,docapitalestrangeirooriginainevitavelmenteumaelevadadrenagemparaoexteriorderiquezacáproduzida,malcompensadapelosrendimentosdecapitalprovenientesdoin-vestimentoportuguêsnoestrangeiro.OcapitalestrangeiroemPortugalreduzorendimentonacionaldisponível,omercadodecapitaisparainvestimentoereinvestimento,fogedoinvestimentoderaiz,chegaadestruiractividadesprodutivas,interessando-seapenaspelaclientela,acarteiradeencomendaseoscircuitosdecomercialização,assentademasiadamentenamão-de-obrabarataenosapoiospúblicos,modelandonegativamenteoperfildees-pecializaçãodopaísesubvertendoagestãodefundos,transfereparaforacentrosdedecisão,favorecendoocomandodesectoreseempresasestratégicassegundoosplanoseasconveniênciasdas«empresasmãe»,dassociedadesgestorasdeparticipaçõessociaisdocapitalmultinacional.AsdeslocalizaçõesdeempresasmultinacionaisdePortugaltêmconstituídoumelementocentraldeperdadeunidadesesectoresindustriais,apardoaltodesem-pregoprovocadoedoselevadoscustostransferidosparaosistemapúblicodasegurançasocial.

Nãosepodedizerqueoinvestimentodirectoestrangeiro tenhacontribuídodecisivamenteparaadifusãoegeneralizaçãodetecnologiasedetécnicasdeorganizaçãoegestãomaisavançadas,ouparaaincorporaçãodeterminantedeinvestigaçãoedesen-volvimentonaactividadeprodutivanacional,semnegarqueasfiliaisestrangeirastenham,nestescampos,umpapelemgeralmaisdestacadocomparadocomamédiadassociedadesportuguesas.Masoefeitodedemonstraçãoéescasso,muitosegmentadodentrodascadeiasdeproduçãodasmultinacionais,poucoassimiladopeloconjuntodaindústrianacionalefrequentementeperdidocomaliquidaçãoeretiradadoinvestimento.Oefeitonasexportaçõesenabalançacomercialéconsiderável,bastandorepararnaAuto-europa,comumpesoexcessivonasexportaçõesebeneficiada comapoiospúblicosnuncarevelados.Mas,numaapreciaçãoglobal,boapartedoinvestimentodirectoestrangeiropoderia sersubstituídocomvantagenspeloinvestimentonacional.Oinvestimentoestrangeiroéespecialmentenefastoquando,em

vezdeatenuar,agravadependênciaseatrasosestruturaisdopaís.

3.6—UniãoEuropeia:políticasecondicionantes

AUEtemtidodesdeoinícioumpapelabsolutamentedeter-minantenafragilizaçãoedestruiçãodeimportantessegmentosdotecidoprodutivonacional.

AintegraçãocomunitáriainiciadacomaadesãoàCEEem1986eprosseguidacomsucessivossaltosqualitativosdeapro-fundamentoealargamento,configuradoseconsolidadosemsu-cessivasrevisõesdostratados,determinaumadivisãocomunitáriadotrabalhointeiramentedesfavorávelaPortugal,queaspolíticasinternasderecuperaçãocapitalistaelatifundistaagravam.

Aintegraçãodomercadonacionalnomercadoúnico,aqueoeuroveiodarfluidez,podeserdescritacomooembatedapaneladebarrodanossaprodução,comapaneladeferrodeeconomiascompoderosasestruturasprodutivaseelevadasprodutividades.Nãofoiomercadode300milhõesdeconsumidores(hojecercade500milhões)queosadvogadosdaadesãoprometiamàproduçãonacional,masainvasãodomercadonacionalpelaproduçãodaseconomiasmaisfortesoumaispróximas,comoasdeEspanha,AlemanhaeFrança.Opaísficourestringidoaproduçõesdebaixovaloracrescentadoouaproduçõesmarginais.

Aspolíticascomunsnaspescas,naagriculturaenocomércioexterioreassuasreformas,noarticuladoenasconsequênciaspráticas,foramsemprecontráriasaointeressenacional.

AconduçãodapolíticadocomércioexternodaUEsegundoosinteressesdasgrandespotências,naorganizaçãomundialdocomércio ou em acordos multilaterais (como no caso do acordo multifibras,ruinosoparaostêxteisevestuárionacionais),sempreutilizandoascedênciasnossectoresdaspescas,agricultura,têxteiseoutrosanálogoscomomoedadetroca,agravouasobrevivênciaatédossectoresdebaixaeficiênciaemqueopaísseaquartelara.

Auniãoeconómicaemonetária,oeuroeopactodeestabilida-devieramnaprimeiradécadadesteséculoampliareintensificaros

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Arelevantepresença,autónomaouarticuladacomocapitalnacional,docapitalestrangeirooriginainevitavelmenteumaelevadadrenagemparaoexteriorderiquezacáproduzida,malcompensadapelosrendimentosdecapitalprovenientesdoin-vestimentoportuguêsnoestrangeiro.OcapitalestrangeiroemPortugalreduzorendimentonacionaldisponível,omercadodecapitaisparainvestimentoereinvestimento,fogedoinvestimentoderaiz,chegaadestruiractividadesprodutivas,interessando-seapenaspelaclientela,acarteiradeencomendaseoscircuitosdecomercialização,assentademasiadamentenamão-de-obrabarataenosapoiospúblicos,modelandonegativamenteoperfildees-pecializaçãodopaísesubvertendoagestãodefundos,transfereparaforacentrosdedecisão,favorecendoocomandodesectoreseempresasestratégicassegundoosplanoseasconveniênciasdas«empresasmãe»,dassociedadesgestorasdeparticipaçõessociaisdocapitalmultinacional.AsdeslocalizaçõesdeempresasmultinacionaisdePortugaltêmconstituídoumelementocentraldeperdadeunidadesesectoresindustriais,apardoaltodesem-pregoprovocadoedoselevadoscustostransferidosparaosistemapúblicodasegurançasocial.

Nãosepodedizerqueoinvestimentodirectoestrangeiro tenhacontribuídodecisivamenteparaadifusãoegeneralizaçãodetecnologiasedetécnicasdeorganizaçãoegestãomaisavançadas,ouparaaincorporaçãodeterminantedeinvestigaçãoedesen-volvimentonaactividadeprodutivanacional,semnegarqueasfiliaisestrangeirastenham,nestescampos,umpapelemgeralmaisdestacadocomparadocomamédiadassociedadesportuguesas.Masoefeitodedemonstraçãoéescasso,muitosegmentadodentrodascadeiasdeproduçãodasmultinacionais,poucoassimiladopeloconjuntodaindústrianacionalefrequentementeperdidocomaliquidaçãoeretiradadoinvestimento.Oefeitonasexportaçõesenabalançacomercialéconsiderável,bastandorepararnaAuto-europa,comumpesoexcessivonasexportaçõesebeneficiada comapoiospúblicosnuncarevelados.Mas,numaapreciaçãoglobal,boapartedoinvestimentodirectoestrangeiropoderia sersubstituídocomvantagenspeloinvestimentonacional.Oinvestimentoestrangeiroéespecialmentenefastoquando,em

vezdeatenuar,agravadependênciaseatrasosestruturaisdopaís.

3.6—UniãoEuropeia:políticasecondicionantes

AUEtemtidodesdeoinícioumpapelabsolutamentedeter-minantenafragilizaçãoedestruiçãodeimportantessegmentosdotecidoprodutivonacional.

AintegraçãocomunitáriainiciadacomaadesãoàCEEem1986eprosseguidacomsucessivossaltosqualitativosdeapro-fundamentoealargamento,configuradoseconsolidadosemsu-cessivasrevisõesdostratados,determinaumadivisãocomunitáriadotrabalhointeiramentedesfavorávelaPortugal,queaspolíticasinternasderecuperaçãocapitalistaelatifundistaagravam.

Aintegraçãodomercadonacionalnomercadoúnico,aqueoeuroveiodarfluidez,podeserdescritacomooembatedapaneladebarrodanossaprodução,comapaneladeferrodeeconomiascompoderosasestruturasprodutivaseelevadasprodutividades.Nãofoiomercadode300milhõesdeconsumidores(hojecercade500milhões)queosadvogadosdaadesãoprometiamàproduçãonacional,masainvasãodomercadonacionalpelaproduçãodaseconomiasmaisfortesoumaispróximas,comoasdeEspanha,AlemanhaeFrança.Opaísficourestringidoaproduçõesdebaixovaloracrescentadoouaproduçõesmarginais.

Aspolíticascomunsnaspescas,naagriculturaenocomércioexterioreassuasreformas,noarticuladoenasconsequênciaspráticas,foramsemprecontráriasaointeressenacional.

AconduçãodapolíticadocomércioexternodaUEsegundoosinteressesdasgrandespotências,naorganizaçãomundialdocomércio ou em acordos multilaterais (como no caso do acordo multifibras,ruinosoparaostêxteisevestuárionacionais),sempreutilizandoascedênciasnossectoresdaspescas,agricultura,têxteiseoutrosanálogoscomomoedadetroca,agravouasobrevivênciaatédossectoresdebaixaeficiênciaemqueopaísseaquartelara.

Auniãoeconómicaemonetária,oeuroeopactodeestabilida-devieramnaprimeiradécadadesteséculoampliareintensificaros

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problemasexistentesnossectoresprodutivos,conduzindoaanosconsecutivosdedivergêncianaevoluçãodoPIBfaceàmédiadauE.

Oeuro,umamoedafortementevalorizadaesemqualquercor-respondênciacomaprodutividadedotecidoeconómicoportuguês,traduziu-senumfactordeperdasistemáticadecompetitividadedasnossasexportaçõesemesmonaconcorrênciadentrodonossomercado interno. Constituiu, simultaneamente, um instrumento de domíniodasgrandespotênciasdentrodaUE,impulsionadordoseuprópriocrescimentoeconómico,comonocasodaAlemanha,queatrelouàsustentaçãodosseusexcedentescomerciaisosdéficesdospaísesdaperiferia,nomeadamentedePortugal.

Opactodeestabilidade,pelaimposiçãodoschamadoscritériosdeconvergêncianominaldeMaastricht(ráciosdéficeorçamental/ /PIB,dívidapública/PIBetaxadeinflação),limitouecondicio-noufortementeoinstrumentoeconómicoefinanceirodagestãoorçamental,comnegativasconsequênciasaoníveldoinvestimen-topúblico(porexemploeminfra-estruturas,equipamentos,naeducação,formaçãoeinvestigação),eimpulsionouapolíticadeprivatizaçõesparaaobtençãodereceitasnavãtentativadeatenuaroburacosemfundodadívidapública.

Oreforçodosmecanismosfederalistas—especialmenteapartirdoTratadodeNiceesignificativamentefortalecidos noTratadodeLisboa(queentrouemvigora1deDezembrode2009)—entregaramosprocessosdedecisãocomunitáriaintei-ramentenasmãosdaAlemanhaeoutrasgrandespotências,nasalteraçõesdasregrasdevoto(possibilidadedaschamadasminoriasdebloqueioeperdadodireitodevetoporinvocaçãodeinteressevital),consolidaramapolíticacomercialexternacomopolíticacomumesobrevalorizaramasregrasdemercadoemdesfavordasolidariedadeedacoesãoeuropeias.

Osvolumesfinanceirosdosfundosestruturaiscomunitáriosforamimportantes,masnãosetrataramdeajudasdesinteressadas,nemdelongecompensaramasperdasnacionaiscomaintegraçãoirrestritanomercadoeuropeu,comossucessivosaprofundamen-tosdadesregulamentaçãoeliberalizaçãodestemercadoecomaintroduçãodoeuro.Paraalémdainjustaedesajustadautilização

pelossucessivosgovernos,boapartedosfundosretornaramaospaísesmaisricos,sejapelofinanciamentodirectoamultinacionaisaquipresentes,sejanaformadeimportaçõesdebenseserviçosqueofragilizadotecidoprodutivoportuguês,incapazdesuportaroembatedaconcorrênciaabertaeespezinhadopelaspolíticasnacionais,deixoudefornecer.

OsavançosqueesporadicamenteaUEproporcionouforamemmuitoscasosdestruídospelaprópriapolíticacomunitária. Éelucidativooexemplodabeterrabasacarina.CultivadahámuitonosAçores,sóemmeadosdosanos90seiniciouocultivonocontinente,quecresceuenormemente.Noentanto,comoresultadodaúltimareformadaorganizaçãocomumdemercadodoaçúcar(duranteoprimeirogovernoPS/Sócrates),Portugalviureduzidasubstancialmenteaquota,inviabilizandoaactividadeeatransfor-maçãodebeterrabanafábrica,hojereduzidaarefinarramasdecana-de-açúcarimportada.

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problemasexistentesnossectoresprodutivos,conduzindoaanosconsecutivosdedivergêncianaevoluçãodoPIBfaceàmédiadauE.

Oeuro,umamoedafortementevalorizadaesemqualquercor-respondênciacomaprodutividadedotecidoeconómicoportuguês,traduziu-senumfactordeperdasistemáticadecompetitividadedasnossasexportaçõesemesmonaconcorrênciadentrodonossomercado interno. Constituiu, simultaneamente, um instrumento de domíniodasgrandespotênciasdentrodaUE,impulsionadordoseuprópriocrescimentoeconómico,comonocasodaAlemanha,queatrelouàsustentaçãodosseusexcedentescomerciaisosdéficesdospaísesdaperiferia,nomeadamentedePortugal.

Opactodeestabilidade,pelaimposiçãodoschamadoscritériosdeconvergêncianominaldeMaastricht(ráciosdéficeorçamental/ /PIB,dívidapública/PIBetaxadeinflação),limitouecondicio-noufortementeoinstrumentoeconómicoefinanceirodagestãoorçamental,comnegativasconsequênciasaoníveldoinvestimen-topúblico(porexemploeminfra-estruturas,equipamentos,naeducação,formaçãoeinvestigação),eimpulsionouapolíticadeprivatizaçõesparaaobtençãodereceitasnavãtentativadeatenuaroburacosemfundodadívidapública.

Oreforçodosmecanismosfederalistas—especialmenteapartirdoTratadodeNiceesignificativamentefortalecidos noTratadodeLisboa(queentrouemvigora1deDezembrode2009)—entregaramosprocessosdedecisãocomunitáriaintei-ramentenasmãosdaAlemanhaeoutrasgrandespotências,nasalteraçõesdasregrasdevoto(possibilidadedaschamadasminoriasdebloqueioeperdadodireitodevetoporinvocaçãodeinteressevital),consolidaramapolíticacomercialexternacomopolíticacomumesobrevalorizaramasregrasdemercadoemdesfavordasolidariedadeedacoesãoeuropeias.

Osvolumesfinanceirosdosfundosestruturaiscomunitáriosforamimportantes,masnãosetrataramdeajudasdesinteressadas,nemdelongecompensaramasperdasnacionaiscomaintegraçãoirrestritanomercadoeuropeu,comossucessivosaprofundamen-tosdadesregulamentaçãoeliberalizaçãodestemercadoecomaintroduçãodoeuro.Paraalémdainjustaedesajustadautilização

pelossucessivosgovernos,boapartedosfundosretornaramaospaísesmaisricos,sejapelofinanciamentodirectoamultinacionaisaquipresentes,sejanaformadeimportaçõesdebenseserviçosqueofragilizadotecidoprodutivoportuguês,incapazdesuportaroembatedaconcorrênciaabertaeespezinhadopelaspolíticasnacionais,deixoudefornecer.

OsavançosqueesporadicamenteaUEproporcionouforamemmuitoscasosdestruídospelaprópriapolíticacomunitária. Éelucidativooexemplodabeterrabasacarina.CultivadahámuitonosAçores,sóemmeadosdosanos90seiniciouocultivonocontinente,quecresceuenormemente.Noentanto,comoresultadodaúltimareformadaorganizaçãocomumdemercadodoaçúcar(duranteoprimeirogovernoPS/Sócrates),Portugalviureduzidasubstancialmenteaquota,inviabilizandoaactividadeeatransfor-maçãodebeterrabanafábrica,hojereduzidaarefinarramasdecana-de-açúcarimportada.

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CapítuloIVRecursos nacionais

Portugalnãoéumpaíspobre.Temrecursoshumanosemate-riaiscomosquaispoderáenfrentarasdificuldades.

4.1—Recursoshumanos

Oelevadoníveldedesempregoconstituiumgigantescodes-perdíciodamaiorriquezanacional:ascapacidadesintelectuaisefísicasdosseustrabalhadores.Chegaaserrisívelouvirosrepre-sentantesdagrandeburguesia,naconfusãotípicaentreosseusinte-ressespróprioseointeressenacional,fazeremascontasàriquezaperdidapelopaísnosdiasdegrevesdostrabalhadoresepassarememsilêncioariquezaqueopaísperdepormanterparadosmaisdeummilhãodetrabalhadoresaolongodoano(incluindoinactivosdisponíveisedesencorajadoseosubempregovisível).

Aescolaridadeeasqualificaçõesdostrabalhadoresportugue-sestêmmelhorado,massãofracascomparadascomamédiadauE.

Porexemplo,em2010,ostrabalhadoresassalariadosemprega-dos,dos25aos64anos,quecompletaramnomáximoo3.o ciclo, eramemPortugal60,3%dototaldosassalariadosempregados,enquantoamédianaUEerade19,5%;inversamente,osquecompletaramosecundário(incluindoaquelesquecompletaramensinopós-secundárionãosuperior)eramemPortugal19,9%do

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CapítuloIVRecursos nacionais

Portugalnãoéumpaíspobre.Temrecursoshumanosemate-riaiscomosquaispoderáenfrentarasdificuldades.

4.1—Recursoshumanos

Oelevadoníveldedesempregoconstituiumgigantescodes-perdíciodamaiorriquezanacional:ascapacidadesintelectuaisefísicasdosseustrabalhadores.Chegaaserrisívelouvirosrepre-sentantesdagrandeburguesia,naconfusãotípicaentreosseusinte-ressespróprioseointeressenacional,fazeremascontasàriquezaperdidapelopaísnosdiasdegrevesdostrabalhadoresepassarememsilêncioariquezaqueopaísperdepormanterparadosmaisdeummilhãodetrabalhadoresaolongodoano(incluindoinactivosdisponíveisedesencorajadoseosubempregovisível).

Aescolaridadeeasqualificaçõesdostrabalhadoresportugue-sestêmmelhorado,massãofracascomparadascomamédiadauE.

Porexemplo,em2010,ostrabalhadoresassalariadosemprega-dos,dos25aos64anos,quecompletaramnomáximoo3.o ciclo, eramemPortugal60,3%dototaldosassalariadosempregados,enquantoamédianaUEerade19,5%;inversamente,osquecompletaramosecundário(incluindoaquelesquecompletaramensinopós-secundárionãosuperior)eramemPortugal19,9%do

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total,enquantoamédianaUEerade48,9%;eosquecompletaramoensinosuperioreramemPortugal19,9%dototal,enquantoamédianaUEerade31,4%.

Masasituaçãoébempiornocasodopatronato.Nosfinaisde2009,ospatrõesemPortugalquetinhamnomáximoo3.o ciclo eram71,7%dototal,osquetinhamcompletadoosecundário(masnãoosuperior)eramapenas12,2%eosquetinhamcompletadoosuperior16,0%.

AcomparaçãodasituaçãodaeducaçãoentrePortugaleaUEdáumaideiadoesforçodemelhoriadascompetênciasnecessáriasaodesenvolvimentoeconómicoesocialqueoensinopúblicoéchamadoaconcretizar.

Porexemplo,em2010,aspercentagensdapopulação,dos15aos74anos,quetinhacompletadooensinosecundário(masnãoosuperior)eoensinosuperior,eram,respectivamente,de17,1%e12,7%emPortugalede44,4%e21,5%naUE.Comamaiorescolaridadedasnovasgerações,ofossotemdiminuído:noanode2009,aspercentagensdejovens,dos25aos34anos,quetinhamcompletadoosecundário(masnãoosuperior)eoensinosuperior,eram,respectivamente,de24,9%e23,3%emPortugalede47,9%e32,3%naUE.

Masaqualificaçãonãochega.Éprecisoquepossaserutilizada.Acadavezmaiorquantidadedediplomadosdoensinosuperiordesempregados,subempregadosouatrabalharinvoluntariamenteemáreassemqualquerrelaçãocomaformaçãorecebida,paraalémdomassivodesaproveitamentodevocações,formações,qualifica-çõesesaberes,éumsintomadedesajustesedisfuncionalidadesdeumsistemaeducativo,públicoeprivado,orientadoparaabastecerummercadodetrabalhoprofundamentemoldadoeremodeladoàmedidadasnecessidadesdeacumulaçãodograndecapital(quetambémprecisa,parareduzircustossalariaiseaumentaroslucros,dedesempregodeforçadetrabalhoqualificada),emvezdenortea-dopelasatisfaçãodasnecessidadesdedesenvolvimentodopaís.

Várioscursosdepós-graduaçãoedeformaçãoprofissionalnãosãomaisdoqueatentativainglóriadecorrigiratravésdaescolaedosinstitutososerrosdeorientaçãoeducativaeformadoradaprópriaescolaeinstitutos.

Naáreadaciênciaetecnologia,crucialparaamelhoriadaprodutividadenaindústriaenaeconomia,apesardosprogressos,Portugaltambémnãosaifavorecidonacomparaçãocomamédiadoespaçoeconómicoemqueestáintegrado.

Apercentagemdetrabalhadoresdaciênciaetecnologia,simul-taneamentecomeducaçãosuperioreocupaçãoprofissionalnaárea,nototaldoempregoera,em2008,de19,0%naUE,masapenas12,6%emPortugal.Nãoobstante,Portugaltemvindoarecuperardoatraso:de2003a2008,ataxadecrescimentoanualmédiodosseusrecursoshumanosnestaáreafoide6,3%,bemacimadocres-cimentomédiodaUE,de3,3%.Nesteperíodo,PortugalfoiumdospaísesdaUEemquemaiscresceuopesodostrabalhadoresdoconhecimentoaltamentequalificadosnototaldaforçadetrabalho,masháquelevaremcontaomuitofracopontodepartida.

4.2 — Recursos naturais

Emboranãosejacondiçãonecessáriaparaaprodução,aexis-têncianoterritórioderecursosnaturaisutilizáveisconstituiumavantagemestratégicaque,devidamenteaproveitada,podegarantiraprovisionamentos,diminuirencargoscomtransportesepromovero desenvolvimento.

Portugaltemdiversificadosrecursosnaturais,designadamentedomar,rios,estuáriosealbufeiras—pesqueiros,minerais,ener-géticos,entreoutros;dosolo—agrícolaseflorestais;dosub- solo—minerais,rochasornamentaiseindustriais,águas;eener-géticos.Queruns,queroutros,apresentamcaracterísticasquan-titativasequalitativasqueostornamcapazesdeabastecerumavastagamadeactividadestransformadorascriadorasderiqueza,paraalémdacriadanosprópriosprocessosdeexploraçãodessesrecursos.

Anívelagrícola,Portugalapresenta,mesmonasactuaiscir-cunstâncias,excelentescondiçõesparaasproduçõeshortícola,devinho,frutícola,deazeitona,dearroz,deleite,deovosedediver-sascarnes,entreoutrasmenosimportantes.Paraalémdestas,compolíticasadequadas,podemserincrementadasasproduçõesde

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total,enquantoamédianaUEerade48,9%;eosquecompletaramoensinosuperioreramemPortugal19,9%dototal,enquantoamédianaUEerade31,4%.

Masasituaçãoébempiornocasodopatronato.Nosfinaisde2009,ospatrõesemPortugalquetinhamnomáximoo3.o ciclo eram71,7%dototal,osquetinhamcompletadoosecundário(masnãoosuperior)eramapenas12,2%eosquetinhamcompletadoosuperior16,0%.

AcomparaçãodasituaçãodaeducaçãoentrePortugaleaUEdáumaideiadoesforçodemelhoriadascompetênciasnecessáriasaodesenvolvimentoeconómicoesocialqueoensinopúblicoéchamadoaconcretizar.

Porexemplo,em2010,aspercentagensdapopulação,dos15aos74anos,quetinhacompletadooensinosecundário(masnãoosuperior)eoensinosuperior,eram,respectivamente,de17,1%e12,7%emPortugalede44,4%e21,5%naUE.Comamaiorescolaridadedasnovasgerações,ofossotemdiminuído:noanode2009,aspercentagensdejovens,dos25aos34anos,quetinhamcompletadoosecundário(masnãoosuperior)eoensinosuperior,eram,respectivamente,de24,9%e23,3%emPortugalede47,9%e32,3%naUE.

Masaqualificaçãonãochega.Éprecisoquepossaserutilizada.Acadavezmaiorquantidadedediplomadosdoensinosuperiordesempregados,subempregadosouatrabalharinvoluntariamenteemáreassemqualquerrelaçãocomaformaçãorecebida,paraalémdomassivodesaproveitamentodevocações,formações,qualifica-çõesesaberes,éumsintomadedesajustesedisfuncionalidadesdeumsistemaeducativo,públicoeprivado,orientadoparaabastecerummercadodetrabalhoprofundamentemoldadoeremodeladoàmedidadasnecessidadesdeacumulaçãodograndecapital(quetambémprecisa,parareduzircustossalariaiseaumentaroslucros,dedesempregodeforçadetrabalhoqualificada),emvezdenortea-dopelasatisfaçãodasnecessidadesdedesenvolvimentodopaís.

Várioscursosdepós-graduaçãoedeformaçãoprofissionalnãosãomaisdoqueatentativainglóriadecorrigiratravésdaescolaedosinstitutososerrosdeorientaçãoeducativaeformadoradaprópriaescolaeinstitutos.

Naáreadaciênciaetecnologia,crucialparaamelhoriadaprodutividadenaindústriaenaeconomia,apesardosprogressos,Portugaltambémnãosaifavorecidonacomparaçãocomamédiadoespaçoeconómicoemqueestáintegrado.

Apercentagemdetrabalhadoresdaciênciaetecnologia,simul-taneamentecomeducaçãosuperioreocupaçãoprofissionalnaárea,nototaldoempregoera,em2008,de19,0%naUE,masapenas12,6%emPortugal.Nãoobstante,Portugaltemvindoarecuperardoatraso:de2003a2008,ataxadecrescimentoanualmédiodosseusrecursoshumanosnestaáreafoide6,3%,bemacimadocres-cimentomédiodaUE,de3,3%.Nesteperíodo,PortugalfoiumdospaísesdaUEemquemaiscresceuopesodostrabalhadoresdoconhecimentoaltamentequalificadosnototaldaforçadetrabalho,masháquelevaremcontaomuitofracopontodepartida.

4.2 — Recursos naturais

Emboranãosejacondiçãonecessáriaparaaprodução,aexis-têncianoterritórioderecursosnaturaisutilizáveisconstituiumavantagemestratégicaque,devidamenteaproveitada,podegarantiraprovisionamentos,diminuirencargoscomtransportesepromovero desenvolvimento.

Portugaltemdiversificadosrecursosnaturais,designadamentedomar,rios,estuáriosealbufeiras—pesqueiros,minerais,ener-géticos,entreoutros;dosolo—agrícolaseflorestais;dosub- solo—minerais,rochasornamentaiseindustriais,águas;eener-géticos.Queruns,queroutros,apresentamcaracterísticasquan-titativasequalitativasqueostornamcapazesdeabastecerumavastagamadeactividadestransformadorascriadorasderiqueza,paraalémdacriadanosprópriosprocessosdeexploraçãodessesrecursos.

Anívelagrícola,Portugalapresenta,mesmonasactuaiscir-cunstâncias,excelentescondiçõesparaasproduçõeshortícola,devinho,frutícola,deazeitona,dearroz,deleite,deovosedediver-sascarnes,entreoutrasmenosimportantes.Paraalémdestas,compolíticasadequadas,podemserincrementadasasproduçõesde

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azeite,decereais,debatata,deleguminosassecas,deoleaginosasedecarnedevaca,entreoutras,comvistaaoaumentodosgrausdeauto-aprovisionamentoeàauto-suficiênciaglobaldopaísnodomínio alimentar.

Pelassuascaracterísticasclimatéricasedossolos,Portugaltemumelevadopotencialdeproduçãoflorestal,designadamenteemespéciescomoosobreiro(comcercadeumterçodaáreamundial),ospinheirosbravoemanso,oeucalipto,eespéciesau-tóctonesactualmentemaisrarascomoocarvalho,ocastanheiroouanogueira,todascapazesdealimentarimportantesindústriastransformadoras,taiscomoadapastaedopapel,adatransfor-maçãodacortiça,afileiradamadeiraedomobiliário,eindústriasdiversasdequímicafina.

PortugalpossuiamaiorzonaeconómicaexclusivadaUE,sejanaplataformacontinental—quepodevirasersubstancialmenteampliadacomapropostadeextensãoapresentadaàsNaçõesUnidas—,sejanaságuasprofundas,comumelevadopotencialpesqueiro(peixe,marisco,moluscos),capaz,segeridonointeressenacional,desatisfazerasnecessidadesalimentaresempescadoe,porventura,atédepermitirexportações.Umazonatambémcompotencialnaproduçãodeenergiaeléctrica,emrecursosvegetais(comoasalgas)egeológicosdosfundosmarinhos.

PortugaltemdosmaisimportantesrecursosmineirosdaEuropa,possuindovastasediversificadasreservasdeminériosederochasornamentaiseindustriaiseáguasminerais,capazesdeabastecercomsegurançaequalidadeumamploconjuntodefileirastransformadorasajusante.

Possuiimportantesreservasdeminériosdemetaisbásicosestratégicoscomooferro,ocobre,ozinco,oestanho,ochumbo,oalumínio,entreoutros,capazesdeabastecermetalurgiaseou-trasindústrias.Pelasuaimportância,destacam-seosminériosdecobreezincoemesmoosdeferro,maugradoalgunsproblemasinerentesàcomposiçãoquímicadosúltimos,tecnicamenteultra-passáveis.Possuitambémsignificativasreservasdemineraisdeoutroselementosmetálicosdeutilizaçãomaisrecente,queassu-memactualmenteumcarácterestratégico,comoolítio,oíndio,otântalo,otungsténioealgumasterrasraras.Existemtambém,a

níveiscominteresseeconómico,minériosdeoucomouroeprata,emdiversasregiõesdopaís.

Possuirochasindustriaisemquantidadeediversidadecapazesdealimentar,entreoutras,asindústriascimenteira,cerâmica,edovidro,bemcomoasactividadesdeconstruçãocivileobraspúbli-cas.Temtambéminteressantesreservasderochasornamentais,designadamentemármores,granitos,sienítosnefelínicos,calcáreosdiversos,brechas,conglomerados,entreoutros.

Possuiaindarecursoshidromineraisdegrandediversidade,comenormepotencialeconómico,sejaemáguasmineraisedemesa,sejaemestabelecimentostermais.

Noquerespeitaaosrecursosenergéticos,Portugalnãotematéàdatareservasprovadasminimamentesignificativasdepetróleoougásnatural.

Masnoqueconcerneàsenergiasrenováveis,possuisignificati-vosrecursoshidroeléctricos,capazesdeatingiremanodeproduti-bilidademédiacercade20TWhesomenteaproveitadosa50%doseupotencialemtermosdepotênciaedeenergia;recursoseólicoscapazesdeatingiremanodeprodutibilidademédiaos19TWh;recursosresultantesdaradiaçãosolar,nastecnologiastérmicaefotovoltaica,dosmaiselevadosdomundo;recursosembiomassaflorestalcapazesdeproduzir1,0TWhporano,praticamenteinex-plorados;erecursosgeotérmicosdebaixaemédiaentalpia,comcapacidadedefornecimentosignificativodecalorparaedifícioseagriculturaintensiva.Estesrecursos,setotalmenteaproveitados,permitemaauto-suficiêncianaproduçãodeenergiaeléctricaatécercade60-70%emtermosdeanomédio,epoupançasdegáseelectricidadenoaquecimentoenaproduçãodeáguasquentessanitáriasaté30-40%.

Nos recursos não renováveis, são de destacar as reservas de lenhitedeRioMaior,comcapacidadeparaabastecerumacentraltérmica de 250 MW durante anos, reservas de cerca de 8 mil tone-ladasdeurânioemNisa,possíveisreservasdegásnaturalnooff-shore dosotaventoalgarvioealgumasexpectativasdeexistênciadepetróleonooff-shore,designadamentenaregiãodePeniche.

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azeite,decereais,debatata,deleguminosassecas,deoleaginosasedecarnedevaca,entreoutras,comvistaaoaumentodosgrausdeauto-aprovisionamentoeàauto-suficiênciaglobaldopaísnodomínio alimentar.

Pelassuascaracterísticasclimatéricasedossolos,Portugaltemumelevadopotencialdeproduçãoflorestal,designadamenteemespéciescomoosobreiro(comcercadeumterçodaáreamundial),ospinheirosbravoemanso,oeucalipto,eespéciesau-tóctonesactualmentemaisrarascomoocarvalho,ocastanheiroouanogueira,todascapazesdealimentarimportantesindústriastransformadoras,taiscomoadapastaedopapel,adatransfor-maçãodacortiça,afileiradamadeiraedomobiliário,eindústriasdiversasdequímicafina.

PortugalpossuiamaiorzonaeconómicaexclusivadaUE,sejanaplataformacontinental—quepodevirasersubstancialmenteampliadacomapropostadeextensãoapresentadaàsNaçõesUnidas—,sejanaságuasprofundas,comumelevadopotencialpesqueiro(peixe,marisco,moluscos),capaz,segeridonointeressenacional,desatisfazerasnecessidadesalimentaresempescadoe,porventura,atédepermitirexportações.Umazonatambémcompotencialnaproduçãodeenergiaeléctrica,emrecursosvegetais(comoasalgas)egeológicosdosfundosmarinhos.

PortugaltemdosmaisimportantesrecursosmineirosdaEuropa,possuindovastasediversificadasreservasdeminériosederochasornamentaiseindustriaiseáguasminerais,capazesdeabastecercomsegurançaequalidadeumamploconjuntodefileirastransformadorasajusante.

Possuiimportantesreservasdeminériosdemetaisbásicosestratégicoscomooferro,ocobre,ozinco,oestanho,ochumbo,oalumínio,entreoutros,capazesdeabastecermetalurgiaseou-trasindústrias.Pelasuaimportância,destacam-seosminériosdecobreezincoemesmoosdeferro,maugradoalgunsproblemasinerentesàcomposiçãoquímicadosúltimos,tecnicamenteultra-passáveis.Possuitambémsignificativasreservasdemineraisdeoutroselementosmetálicosdeutilizaçãomaisrecente,queassu-memactualmenteumcarácterestratégico,comoolítio,oíndio,otântalo,otungsténioealgumasterrasraras.Existemtambém,a

níveiscominteresseeconómico,minériosdeoucomouroeprata,emdiversasregiõesdopaís.

Possuirochasindustriaisemquantidadeediversidadecapazesdealimentar,entreoutras,asindústriascimenteira,cerâmica,edovidro,bemcomoasactividadesdeconstruçãocivileobraspúbli-cas.Temtambéminteressantesreservasderochasornamentais,designadamentemármores,granitos,sienítosnefelínicos,calcáreosdiversos,brechas,conglomerados,entreoutros.

Possuiaindarecursoshidromineraisdegrandediversidade,comenormepotencialeconómico,sejaemáguasmineraisedemesa,sejaemestabelecimentostermais.

Noquerespeitaaosrecursosenergéticos,Portugalnãotematéàdatareservasprovadasminimamentesignificativasdepetróleoougásnatural.

Masnoqueconcerneàsenergiasrenováveis,possuisignificati-vosrecursoshidroeléctricos,capazesdeatingiremanodeproduti-bilidademédiacercade20TWhesomenteaproveitadosa50%doseupotencialemtermosdepotênciaedeenergia;recursoseólicoscapazesdeatingiremanodeprodutibilidademédiaos19TWh;recursosresultantesdaradiaçãosolar,nastecnologiastérmicaefotovoltaica,dosmaiselevadosdomundo;recursosembiomassaflorestalcapazesdeproduzir1,0TWhporano,praticamenteinex-plorados;erecursosgeotérmicosdebaixaemédiaentalpia,comcapacidadedefornecimentosignificativodecalorparaedifícioseagriculturaintensiva.Estesrecursos,setotalmenteaproveitados,permitemaauto-suficiêncianaproduçãodeenergiaeléctricaatécercade60-70%emtermosdeanomédio,epoupançasdegáseelectricidadenoaquecimentoenaproduçãodeáguasquentessanitáriasaté30-40%.

Nos recursos não renováveis, são de destacar as reservas de lenhitedeRioMaior,comcapacidadeparaabastecerumacentraltérmica de 250 MW durante anos, reservas de cerca de 8 mil tone-ladasdeurânioemNisa,possíveisreservasdegásnaturalnooff-shore dosotaventoalgarvioealgumasexpectativasdeexistênciadepetróleonooff-shore,designadamentenaregiãodePeniche.

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CapítuloVPolítica alternativa

5.1—PapeldoEstado

AintervençãodoEstadonadefesa,promoçãoedesenvolvi-mentodaproduçãonacionalévitaleinadiável.Aintervenção,dealcanceprofundonaagricultura,naspescasenasindústriasextractivaetransformadora,necessariamentemultifacetadaepro-longadanotempo,deveassumiroobjectivodaatenuaçãoemesmodasuperaçãodosdéficesestruturaisdaeconomiaportuguesa.

OEstadopodeedeveintervirnagestãodirectadeactividadesprodutivas,noaproveitamentoderecursosnacionais,napromoçãodaproduçãonacional.Aadministraçãopúblicadeveserreorgani-zadanaáreaeconómicaparaconstituiruminstrumentonãoapenasdeumEstadoreguladormastambémdeumEstadoprodutor.

Numprocessojálongodedécadas,adesvalorizaçãodapro-duçãonaagricultura,silvicultura,pescas,indústriaextractivaetransformadora,foisempreprecedida,simultâneaouseguidadealteraçõesnaorgânicadaadministraçãopública,nosen-tidodeextinguirouesvaziarorganismosquedinamizavamouacompanhavamasactividadesprodutivas,desdelogoaoníveldosministérios(comosucedeunasupressãodosministériosdaindústria),dassecretariasdeEstadoedeorganismosestatísticosedeplaneamento.

Adefesaedinamizaçãodaproduçãonacionalpassa,então,porumanovaorganizaçãodaadministraçãopública,cujadigni-

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CapítuloVPolítica alternativa

5.1—PapeldoEstado

AintervençãodoEstadonadefesa,promoçãoedesenvolvi-mentodaproduçãonacionalévitaleinadiável.Aintervenção,dealcanceprofundonaagricultura,naspescasenasindústriasextractivaetransformadora,necessariamentemultifacetadaepro-longadanotempo,deveassumiroobjectivodaatenuaçãoemesmodasuperaçãodosdéficesestruturaisdaeconomiaportuguesa.

OEstadopodeedeveintervirnagestãodirectadeactividadesprodutivas,noaproveitamentoderecursosnacionais,napromoçãodaproduçãonacional.Aadministraçãopúblicadeveserreorgani-zadanaáreaeconómicaparaconstituiruminstrumentonãoapenasdeumEstadoreguladormastambémdeumEstadoprodutor.

Numprocessojálongodedécadas,adesvalorizaçãodapro-duçãonaagricultura,silvicultura,pescas,indústriaextractivaetransformadora,foisempreprecedida,simultâneaouseguidadealteraçõesnaorgânicadaadministraçãopública,nosen-tidodeextinguirouesvaziarorganismosquedinamizavamouacompanhavamasactividadesprodutivas,desdelogoaoníveldosministérios(comosucedeunasupressãodosministériosdaindústria),dassecretariasdeEstadoedeorganismosestatísticosedeplaneamento.

Adefesaedinamizaçãodaproduçãonacionalpassa,então,porumanovaorganizaçãodaadministraçãopública,cujadigni-

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dadedeveriacomeçarlogoaoníveldosministérios,secretariasdeEstadoedirecções-gerais,concebidaparadefinirpolíticas,estabelecer,planearecontrolarobjectivosparaasdiferentesesfe-rasprodutivasedotadademeioshumanos,técnicosefinanceirosadequadosparaessamissão.

Nãoháeconomiamodernasemplaneamento:ouéfeito,demodointegrado,peloEstadoaoserviçodasnecessidadesdapopu-laçãoedopaísouéfeito,demodoparcelado,pelograndecapitalaoserviçodamaximizaçãodosseuslucrosindependentementedasconsequênciasparaapopulaçãoeopaís.Apolíticapatrióticaedeesquerdadefendeoprimeiro,apolíticadedireitaedeabdicaçãonacionalconcretizaosegundo,comassuascampanhasdemagó-gicasanti-Estadoeasuapráticadeusartodoopesodesteparafavorecerograndecapital.

Pararelançaraproduçãoereduzirodéficecomercial,oEs-tadodeveterumpapeldecisivonoplaneamento,noapoioenavalorização,culturaleinclusivamentepromocional,daproduçãonacional.Temobviamentedesermodificadaapráticaactualemváriosministérios,quemaisparecemsecretariasdosdirectóriosda uE.

Asituaçãocríticadaproduçãonacional,emtermosquan-titativosequalitativos,exigequeoEstadoportuguêstenhaummaiorprotagonismodirecto.Aintervençãodeveterlugaremdoisdomínioscomplementares.Aconstrução,manutençãoegestãodeinfra-estruturasdesuporteàagriculturaeàspescaseactividademarítima.Eaposseegestãodeempresasextractivase industriais.

Aconstrução,manutençãoegestãodeinfra-estruturasasso-ciadasàactividadeagrícolaincluidiversasinfra-estruturasligadasaoaumentodaprodução,daprodutividadeedaqualidade,comoointegralaproveitamentodoAlquevaouaconclusãodasobrasdoBaixoMondegoedoBaixoVouga,eoapoioàconstruçãoerequalificaçãodasredespúblicasecooperativasdeinfra-estruturasabaixodaproduçãoagro-pecuária.

Nasassociadasàactividadepesqueiraemarítimaincluiportos,arenovaçãodasfrotas,odesenvolvimentodaaquaculturaedalaboraçãoconserveira,escolasespecializadasparaaspescasea

marinhamercante,bemcomooutrasinfra-estruturasdeapoioàspescaseaocomérciomarítimodemercadoriasedeturismo.

Relativamenteàindústriaextractiva,éfundamentaloEstadovoltaradominareadeterminardecisivamenteaexploraçãoepri-meiratransformaçãodosminériosdosubsolonacional.

Relativamenteàindústriatransformadora,oEstadodevereassumirouassumirpelaprimeiravezposiçõesdeterminantesemindústriasbásicas,comoasiderurgiaealgumasmetalurgiasnãoferrosas,dequesedestacaadocobre,eemindústriasestratégicas,comoanaval(grandesemédiosestaleiros),asmetalomecânicas,electromecânicaseelectrónicasassociadasàproduçãodematerialdetransportesobrecarris(comboios,metropolitanos,eléctricos,etc.)oudestinadasàproduçãodeequipamentosparaaproduçãodeelectricidade,detecnologiaclássicaoumoderna.Noquadrodadefesadaproduçãonacional,oEstadodeveapoiarepromoveractividadesprivadaseasempresasqueassuportam,comoporexemplonaproduçãodegrandesestruturasmetálicas,equipamen-tosdemovimentaçãoeelevaçãodegrandescargas.

Adefesadaproduçãonacional,queinteressavivamenteaospequenos,médiosemesmoagrandesprodutoresdaagricultura,pescaseindústriatransformadora,implicatambémaintervençãodoEstadonocomércioexternoenocomércioaretalhoemgrandeescalaquetemlugarnasgrandessuperfícies.Paraumenormegru-podeprodutosdapescaedaagricultura,bemcomodeprodutosindustriaisdegrandeconsumo,sãodeterminantesaspolíticasdeaprovisionamentodasgrandessuperfícies,cujaspráticasestãoobjectivamentecontraaproduçãonacional.

Adefesaepromoçãodaproduçãonacionalexigeaindaumapolíticaquenãosóponhafimàsprivatizações,comovisearecu-peraçãoparaasmãosdoEstadodesectoresbásicoseestratégicosdaeconomia,nomeadamentedabanca,seguros,energia,comu-nicaçõesetelecomunicações,pelopapelcentralquedesempe-nhamnoestímuloàprodução,noplaneamentoeconómico,naredistribuiçãodariqueza,nadefesadosinteressespopularesedasoberania nacional.

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dadedeveriacomeçarlogoaoníveldosministérios,secretariasdeEstadoedirecções-gerais,concebidaparadefinirpolíticas,estabelecer,planearecontrolarobjectivosparaasdiferentesesfe-rasprodutivasedotadademeioshumanos,técnicosefinanceirosadequadosparaessamissão.

Nãoháeconomiamodernasemplaneamento:ouéfeito,demodointegrado,peloEstadoaoserviçodasnecessidadesdapopu-laçãoedopaísouéfeito,demodoparcelado,pelograndecapitalaoserviçodamaximizaçãodosseuslucrosindependentementedasconsequênciasparaapopulaçãoeopaís.Apolíticapatrióticaedeesquerdadefendeoprimeiro,apolíticadedireitaedeabdicaçãonacionalconcretizaosegundo,comassuascampanhasdemagó-gicasanti-Estadoeasuapráticadeusartodoopesodesteparafavorecerograndecapital.

Pararelançaraproduçãoereduzirodéficecomercial,oEs-tadodeveterumpapeldecisivonoplaneamento,noapoioenavalorização,culturaleinclusivamentepromocional,daproduçãonacional.Temobviamentedesermodificadaapráticaactualemváriosministérios,quemaisparecemsecretariasdosdirectóriosda uE.

Asituaçãocríticadaproduçãonacional,emtermosquan-titativosequalitativos,exigequeoEstadoportuguêstenhaummaiorprotagonismodirecto.Aintervençãodeveterlugaremdoisdomínioscomplementares.Aconstrução,manutençãoegestãodeinfra-estruturasdesuporteàagriculturaeàspescaseactividademarítima.Eaposseegestãodeempresasextractivase industriais.

Aconstrução,manutençãoegestãodeinfra-estruturasasso-ciadasàactividadeagrícolaincluidiversasinfra-estruturasligadasaoaumentodaprodução,daprodutividadeedaqualidade,comoointegralaproveitamentodoAlquevaouaconclusãodasobrasdoBaixoMondegoedoBaixoVouga,eoapoioàconstruçãoerequalificaçãodasredespúblicasecooperativasdeinfra-estruturasabaixodaproduçãoagro-pecuária.

Nasassociadasàactividadepesqueiraemarítimaincluiportos,arenovaçãodasfrotas,odesenvolvimentodaaquaculturaedalaboraçãoconserveira,escolasespecializadasparaaspescasea

marinhamercante,bemcomooutrasinfra-estruturasdeapoioàspescaseaocomérciomarítimodemercadoriasedeturismo.

Relativamenteàindústriaextractiva,éfundamentaloEstadovoltaradominareadeterminardecisivamenteaexploraçãoepri-meiratransformaçãodosminériosdosubsolonacional.

Relativamenteàindústriatransformadora,oEstadodevereassumirouassumirpelaprimeiravezposiçõesdeterminantesemindústriasbásicas,comoasiderurgiaealgumasmetalurgiasnãoferrosas,dequesedestacaadocobre,eemindústriasestratégicas,comoanaval(grandesemédiosestaleiros),asmetalomecânicas,electromecânicaseelectrónicasassociadasàproduçãodematerialdetransportesobrecarris(comboios,metropolitanos,eléctricos,etc.)oudestinadasàproduçãodeequipamentosparaaproduçãodeelectricidade,detecnologiaclássicaoumoderna.Noquadrodadefesadaproduçãonacional,oEstadodeveapoiarepromoveractividadesprivadaseasempresasqueassuportam,comoporexemplonaproduçãodegrandesestruturasmetálicas,equipamen-tosdemovimentaçãoeelevaçãodegrandescargas.

Adefesadaproduçãonacional,queinteressavivamenteaospequenos,médiosemesmoagrandesprodutoresdaagricultura,pescaseindústriatransformadora,implicatambémaintervençãodoEstadonocomércioexternoenocomércioaretalhoemgrandeescalaquetemlugarnasgrandessuperfícies.Paraumenormegru-podeprodutosdapescaedaagricultura,bemcomodeprodutosindustriaisdegrandeconsumo,sãodeterminantesaspolíticasdeaprovisionamentodasgrandessuperfícies,cujaspráticasestãoobjectivamentecontraaproduçãonacional.

Adefesaepromoçãodaproduçãonacionalexigeaindaumapolíticaquenãosóponhafimàsprivatizações,comovisearecu-peraçãoparaasmãosdoEstadodesectoresbásicoseestratégicosdaeconomia,nomeadamentedabanca,seguros,energia,comu-nicaçõesetelecomunicações,pelopapelcentralquedesempe-nhamnoestímuloàprodução,noplaneamentoeconómico,naredistribuiçãodariqueza,nadefesadosinteressespopularesedasoberania nacional.

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5.2—Políticadedesenvolvimentoagrícolaeflorestal

Dadasascondiçõesedafoclimáticas,écertoqueopaísnãopodeproduziremenosaindaserauto-suficienteemtodosospro-dutosalimentares.Maspodesê-loemnumerosaseimportantesproduçõesagrícolas(epesqueiras)epodecompensarcomexpor-taçõesalimentaresasimportaçõesquetenhaquefazernestaárea,ouseja,podeterumabalançaagroalimentarequilibrada.

Énecessárioparatalumainversãodepolítica,oestabeleci-mentodaproduçãoprimáriacomoprioritáriaparaofuturodopaís.Sópossívelgarantindoaosagricultoresetrabalhadoresagrícolasremuneraçõescondignaspeloseutrabalho.

Portugalprecisa,nomeadamente,derecuperarnasproduçõesdecereais,especialmentedetrigo,debatata,debeterrabasacarina,decarnedebovino,deaumentaraproduçãodeoutrascarnes,deapostarfortementenosectorhortofrutícolaededesenvolverasenormespotencialidadesdasuavitivinicultura.

Emboraoleitesejaumsectorcomgrandecapacidadedeprodução,énecessáriopreservá-loedesenvolvê-lo,assegurandoasobrevivênciadassuasexplorações.Paraissoéprecisogarantirospreçosaoprodutor,manterosistemadequotasemvigornaUE,agilizarosprocessosdelicenciamentodasexploraçõesjáexistentes,apoiartécnicaefinanceiramenteosinvestimentosnasexplorações,sobretudodaspequenasemédias,efiscalizareficaz-menteasimportações,asmarcasbrancaseoutrosprocedimentosdagrandedistribuiçãoqueprejudicamaproduçãonacional.

Apersistêncianocaminhodaliberalizaçãodosmercados,deseguidismodalógicadesregulamentadoradaorganizaçãomundialdocomércio(OMC)edaPAC,equivaleapassaracertidãodeóbitoàagriculturacamponesaemPortugal.

OeixoprincipaldaalternativaécontraporàspressõesdaOMCodireitoàsoberaniaalimentar,entendidacomoodireitodopovoportuguêsadecidir,semingerênciaseimposiçõesexternas,nomeadamentedaPACcomunitária,dasuaprópriapolíticaagro-alimentar,nosseusaspectosprodutivosecomerciais,doquesepodeedeveproduziredoquesepodeedeveimportar,deacederplenamenteaosseusrecursosnaturais,antesdemaisaesseque

éomeiodeproduçãomaisimportantedaagricultura,aterra,edepô-laaproduzir,deformasustentável,demodoaassegurarmatéria-primadequalidadeàindústriaagroalimentareumanu-triçãosaudávelaopovoportuguês,quenãoestejadependente,comoemmedidasignificativasucedeactualmente,deproduçõesestrangeirase,aindamaisgrave,dascadeiasdedistribuiçãodosgrandesmonopóliosdoagronegócio.

Agoraemalturaderevisão,aPACdevegarantiraosagricul-toreseassalariadosruraisodireitoaproduzireaumrendimen-toestáveleadequado,combatendoassimoêxodorural.Devepreservaraidentidadeculturaleaespecificidadedosprodutosalimentareseuropeus,garantindoassimadisponibilizaçãodepro-dutosagrícolassaudáveisesegurosapreçosacessíveis.UmaPAC paratodososagricultores,quesirvaosinteressesdetodososcidadãoseuropeusenãoapenasasgrandesempresasmultinacio-nais.

Devemsermantidosereforçadostodososmecanismosderegulaçãoquegarantamvolumesdeproduçãoepreçosapropriadosaoprodutor,comoasquotasleiteiraseosdireitosdeplantionovinho.OsapoiosdevemestarligadosàproduçãoeseridênticosemtodososEstados-membros.Adistribuiçãodasajudastemdesermaisjustaentreagricultores,culturasepaíses;asajudasdevemserescalonadas,discriminandopositivamenteasmenoresexplorações,eplafonadas.

OescoamentodaproduçãoéumaquestãofulcralemqueoEstadotemqueintervir.Osmercadoslocaisdevemserrevitali-zadosparaqueosprodutorespossamvenderdirectamenteasuaprodução.Noaprovisionamentodealimentosdaadministraçãopública(comonascantinasehospitais)devem-seprivilegiarasproduçõesnacionais.Éprecisoimporàgrandedistribuiçãomínimoslegaisdevendadeprodutosnacionaisemcadasector. Acapacidadeexportadoradeveserdesenvolvida,masaprioridadeéproduzirparaalimentaropaís.

OProgramadeDesenvolvimentoRural(PRODER),arefor-mularesteano,deveabandonaracompetitividadecomoeixofulcraldasuaimplementação.Deveapostarnaviabilidadedaspequenasemédiasexplorações,nasuacapacidadedeproduzir

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5.2—Políticadedesenvolvimentoagrícolaeflorestal

Dadasascondiçõesedafoclimáticas,écertoqueopaísnãopodeproduziremenosaindaserauto-suficienteemtodosospro-dutosalimentares.Maspodesê-loemnumerosaseimportantesproduçõesagrícolas(epesqueiras)epodecompensarcomexpor-taçõesalimentaresasimportaçõesquetenhaquefazernestaárea,ouseja,podeterumabalançaagroalimentarequilibrada.

Énecessárioparatalumainversãodepolítica,oestabeleci-mentodaproduçãoprimáriacomoprioritáriaparaofuturodopaís.Sópossívelgarantindoaosagricultoresetrabalhadoresagrícolasremuneraçõescondignaspeloseutrabalho.

Portugalprecisa,nomeadamente,derecuperarnasproduçõesdecereais,especialmentedetrigo,debatata,debeterrabasacarina,decarnedebovino,deaumentaraproduçãodeoutrascarnes,deapostarfortementenosectorhortofrutícolaededesenvolverasenormespotencialidadesdasuavitivinicultura.

Emboraoleitesejaumsectorcomgrandecapacidadedeprodução,énecessáriopreservá-loedesenvolvê-lo,assegurandoasobrevivênciadassuasexplorações.Paraissoéprecisogarantirospreçosaoprodutor,manterosistemadequotasemvigornaUE,agilizarosprocessosdelicenciamentodasexploraçõesjáexistentes,apoiartécnicaefinanceiramenteosinvestimentosnasexplorações,sobretudodaspequenasemédias,efiscalizareficaz-menteasimportações,asmarcasbrancaseoutrosprocedimentosdagrandedistribuiçãoqueprejudicamaproduçãonacional.

Apersistêncianocaminhodaliberalizaçãodosmercados,deseguidismodalógicadesregulamentadoradaorganizaçãomundialdocomércio(OMC)edaPAC,equivaleapassaracertidãodeóbitoàagriculturacamponesaemPortugal.

OeixoprincipaldaalternativaécontraporàspressõesdaOMCodireitoàsoberaniaalimentar,entendidacomoodireitodopovoportuguêsadecidir,semingerênciaseimposiçõesexternas,nomeadamentedaPACcomunitária,dasuaprópriapolíticaagro-alimentar,nosseusaspectosprodutivosecomerciais,doquesepodeedeveproduziredoquesepodeedeveimportar,deacederplenamenteaosseusrecursosnaturais,antesdemaisaesseque

éomeiodeproduçãomaisimportantedaagricultura,aterra,edepô-laaproduzir,deformasustentável,demodoaassegurarmatéria-primadequalidadeàindústriaagroalimentareumanu-triçãosaudávelaopovoportuguês,quenãoestejadependente,comoemmedidasignificativasucedeactualmente,deproduçõesestrangeirase,aindamaisgrave,dascadeiasdedistribuiçãodosgrandesmonopóliosdoagronegócio.

Agoraemalturaderevisão,aPACdevegarantiraosagricul-toreseassalariadosruraisodireitoaproduzireaumrendimen-toestáveleadequado,combatendoassimoêxodorural.Devepreservaraidentidadeculturaleaespecificidadedosprodutosalimentareseuropeus,garantindoassimadisponibilizaçãodepro-dutosagrícolassaudáveisesegurosapreçosacessíveis.UmaPAC paratodososagricultores,quesirvaosinteressesdetodososcidadãoseuropeusenãoapenasasgrandesempresasmultinacio-nais.

Devemsermantidosereforçadostodososmecanismosderegulaçãoquegarantamvolumesdeproduçãoepreçosapropriadosaoprodutor,comoasquotasleiteiraseosdireitosdeplantionovinho.OsapoiosdevemestarligadosàproduçãoeseridênticosemtodososEstados-membros.Adistribuiçãodasajudastemdesermaisjustaentreagricultores,culturasepaíses;asajudasdevemserescalonadas,discriminandopositivamenteasmenoresexplorações,eplafonadas.

OescoamentodaproduçãoéumaquestãofulcralemqueoEstadotemqueintervir.Osmercadoslocaisdevemserrevitali-zadosparaqueosprodutorespossamvenderdirectamenteasuaprodução.Noaprovisionamentodealimentosdaadministraçãopública(comonascantinasehospitais)devem-seprivilegiarasproduçõesnacionais.Éprecisoimporàgrandedistribuiçãomínimoslegaisdevendadeprodutosnacionaisemcadasector. Acapacidadeexportadoradeveserdesenvolvida,masaprioridadeéproduzirparaalimentaropaís.

OProgramadeDesenvolvimentoRural(PRODER),arefor-mularesteano,deveabandonaracompetitividadecomoeixofulcraldasuaimplementação.Deveapostarnaviabilidadedaspequenasemédiasexplorações,nasuacapacidadedeproduzir

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alimentos,eosapoiosaoinvestimentodevemserconcebidosparaapoiaressesagricultores.

Deve-seapostarnoregadio,concluindoasobrasemcurso,disponibilizandoverbasparaamodernizaçãodosregadiostra-dicionaisegarantindopreçosdaáguaacessíveisaospequenosemédiosagricultores.Criarlinhasdecréditobonificadoalongoprazodeajudaaodesendividamentodasexploraçõesagrícolas.Apoiarverdadeiramenteomovimentocooperativo,possibili-tandoasuaviabilidadeedesenvolvimento;aconcentraçãodecooperativasnãoéaúnicasolução.Einvestirnainvestigaçãoeexperimentação,complementadascomarevitalizaçãodosserviçosdeextensãorural.

Orejuvenescimentodotecidoagrícola,eporconsequênciadomundorural,éoutraprioridadeessencial.Alémdosapoiosdirectosàinstalaçãodejovensagricultores,devemserfornecidascondiçõesparaquesemantenhamnaszonasrurais,oquenãoseconseguecomoencerramentodeserviçosdaadministração,escolasoucentrosdesaúde.

Sãoaindanecessáriasoutrasmedidasquegarantamavia-bilidadeeodesenvolvimentodosectoragrícola,entreasquaissedestaca,cadavezmaisimperiosa,umaprofundaalteraçãofundiárianoterritóriocontinental,aconcretizar-se,levandoemcontaascondiçõesactuais,atravésdeumareformaagrárianoscamposdoSulqueliquideapropriedadelatifundiáriaeatravésdeumaracionalizaçãofundiárianoNorteeCentroporviadolivreassociativismo.

Oterritórionacionalpodeedeveserrecuperadoparaapro-duçãoflorestaldelenhodequalidade,nomeadamenteatravésdeespéciesautóctonesquecontrabalancemoincrementodasáreasocupadasporespéciesdecrescimentorápido.

Énecessário,institucionalmente,acriaçãodeumplanonacio-naldeflorestação,comaproveitamentodossoloscomaptidãoflo-restalecomvalorizaçãodasespéciesnativas,quetenhaematençãoaspectoseconómicos,ambientaiseosinteressesdascomunidadeslocais.Realizarocadastroflorestal,condiçãobásicaparaacon-cretizaçãodetodasaspolíticasflorestais.Simplificaralegislaçãoflorestal,melhorandoaarticulaçãoentreosorganismospúblicos

comresponsabilidadesnosector.Promoveroinvestimentodospequenosemédiosproprietáriosnafloresta,porexemploatravésdeacréscimosàcomparticipaçãonesseinvestimento.

Noterreno,prevenirosincêndiosevigiarafloresta,emarticu-laçãocomasorganizaçõesdeprodutoresflorestaiseosconcelhosdirectivosdosbaldios.Combaterasdoençasepragasqueestãoadizimaraflorestanacional,comoonemátododopinheiroeatintadocastanheiro.Einstalarurgentementeascentraisdebio-massaprevistas,entendidassobretudocomouminstrumentodecombateaosincêndiosesupletivamentecomocentrosprodutoresdeenergiaeléctrica.

5.3—Políticadedesenvolvimentodaspescas

Portugaltemreconhecidaspotencialidadespesqueiras,masissonãosignificaquesepossammenosprezarasameaçasàconti-nuidade e sustentabilidade do sector.

Aoinvésdaspolíticasquetêmvindoaserseguidas,devepromover-seamodernizaçãodosector,demodoaabastecerdepescadoeadesenvolveraeconomiadopaís,amanteroempregoeascondiçõesdevidaetrabalhodospescadores.Simultaneamente,devepromover-seumdesenvolvimentosustentável,respeitan-doaconservaçãodomeioambienteeoequilíbriodosrecursoshaliêuticos.

Énecessárioaccionarumprogramadeapoioespecíficoàpequenapesca.Asseguraroacessoacustoreduzidonosváriostiposdecombustíveisatodosossegmentosdafrota.Promoveravalorizaçãodopescadonaprimeiravenda.Desenvolveraaqua-cultura,independentedasmultinacionaisestrangeiras.Apoiaraindústriaconserveiraeoconsumodeconservasportuguesas.Valorizaramão-de-obra,melhorandoascondiçõesremunerató-riasdospescadores,ascondiçõesdesegurançadasuaactividadeegarantindoapoionocasodeimpactosnegativosdasmedidasdeconservação dos recursos.

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alimentos,eosapoiosaoinvestimentodevemserconcebidosparaapoiaressesagricultores.

Deve-seapostarnoregadio,concluindoasobrasemcurso,disponibilizandoverbasparaamodernizaçãodosregadiostra-dicionaisegarantindopreçosdaáguaacessíveisaospequenosemédiosagricultores.Criarlinhasdecréditobonificadoalongoprazodeajudaaodesendividamentodasexploraçõesagrícolas.Apoiarverdadeiramenteomovimentocooperativo,possibili-tandoasuaviabilidadeedesenvolvimento;aconcentraçãodecooperativasnãoéaúnicasolução.Einvestirnainvestigaçãoeexperimentação,complementadascomarevitalizaçãodosserviçosdeextensãorural.

Orejuvenescimentodotecidoagrícola,eporconsequênciadomundorural,éoutraprioridadeessencial.Alémdosapoiosdirectosàinstalaçãodejovensagricultores,devemserfornecidascondiçõesparaquesemantenhamnaszonasrurais,oquenãoseconseguecomoencerramentodeserviçosdaadministração,escolasoucentrosdesaúde.

Sãoaindanecessáriasoutrasmedidasquegarantamavia-bilidadeeodesenvolvimentodosectoragrícola,entreasquaissedestaca,cadavezmaisimperiosa,umaprofundaalteraçãofundiárianoterritóriocontinental,aconcretizar-se,levandoemcontaascondiçõesactuais,atravésdeumareformaagrárianoscamposdoSulqueliquideapropriedadelatifundiáriaeatravésdeumaracionalizaçãofundiárianoNorteeCentroporviadolivreassociativismo.

Oterritórionacionalpodeedeveserrecuperadoparaapro-duçãoflorestaldelenhodequalidade,nomeadamenteatravésdeespéciesautóctonesquecontrabalancemoincrementodasáreasocupadasporespéciesdecrescimentorápido.

Énecessário,institucionalmente,acriaçãodeumplanonacio-naldeflorestação,comaproveitamentodossoloscomaptidãoflo-restalecomvalorizaçãodasespéciesnativas,quetenhaematençãoaspectoseconómicos,ambientaiseosinteressesdascomunidadeslocais.Realizarocadastroflorestal,condiçãobásicaparaacon-cretizaçãodetodasaspolíticasflorestais.Simplificaralegislaçãoflorestal,melhorandoaarticulaçãoentreosorganismospúblicos

comresponsabilidadesnosector.Promoveroinvestimentodospequenosemédiosproprietáriosnafloresta,porexemploatravésdeacréscimosàcomparticipaçãonesseinvestimento.

Noterreno,prevenirosincêndiosevigiarafloresta,emarticu-laçãocomasorganizaçõesdeprodutoresflorestaiseosconcelhosdirectivosdosbaldios.Combaterasdoençasepragasqueestãoadizimaraflorestanacional,comoonemátododopinheiroeatintadocastanheiro.Einstalarurgentementeascentraisdebio-massaprevistas,entendidassobretudocomouminstrumentodecombateaosincêndiosesupletivamentecomocentrosprodutoresdeenergiaeléctrica.

5.3—Políticadedesenvolvimentodaspescas

Portugaltemreconhecidaspotencialidadespesqueiras,masissonãosignificaquesepossammenosprezarasameaçasàconti-nuidade e sustentabilidade do sector.

Aoinvésdaspolíticasquetêmvindoaserseguidas,devepromover-seamodernizaçãodosector,demodoaabastecerdepescadoeadesenvolveraeconomiadopaís,amanteroempregoeascondiçõesdevidaetrabalhodospescadores.Simultaneamente,devepromover-seumdesenvolvimentosustentável,respeitan-doaconservaçãodomeioambienteeoequilíbriodosrecursoshaliêuticos.

Énecessárioaccionarumprogramadeapoioespecíficoàpequenapesca.Asseguraroacessoacustoreduzidonosváriostiposdecombustíveisatodosossegmentosdafrota.Promoveravalorizaçãodopescadonaprimeiravenda.Desenvolveraaqua-cultura,independentedasmultinacionaisestrangeiras.Apoiaraindústriaconserveiraeoconsumodeconservasportuguesas.Valorizaramão-de-obra,melhorandoascondiçõesremunerató-riasdospescadores,ascondiçõesdesegurançadasuaactividadeegarantindoapoionocasodeimpactosnegativosdasmedidasdeconservação dos recursos.

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5.4 — Política de desenvolvimento industrial

Noâmbitodeumaumentodaproduçãonacional,devecons-tituirumobjectivomaiordacriaçãosustentávelderiqueza,capaztambémdedinamizarosoutrosgrandessectoresdeactividade,incrementaraproduçãoindustriale,emsimultâneo,avançarnascadeiasdevaloremtermossectoriais,adensaramalhaindustrial,particularmentenasconcentraçõesdeempresaseactividades(clusters)quejátenhamrazoáveiscompetitividadeenotoriedadeinternacionais,promoveravalorizaçãodosrecursosmateriaisnacionaisesubstituirimportaçõesporproduçãonacional.

Noquerespeitaàindústriaextractiva,sobretudonoquecon-cerneàexploraçãodesubstânciasdodomíniopúblicodoEstado,estedeverevertercompletamenteaactualsituaçãodedomíniodocapitalprivado,particularmentedocapitalestrangeiro,iniciandoprocessosquevisemacurtoprazooreassumirdeposiçõesdomi-nantesedeterminantesnapesquisa,exploraçãoeprimeirastransfor-maçõesemterritórionacional,nomeadamentedeminériosdemetaisbásicos—ferro,cobre,zinco,chumbo,estanhoeoutros;deminériosourecursosenergéticos—urânio,petróleo,gásnatural,carvão;dosminériosdemetaisnobres—ouroeprata;edealgunsminérioscon-tendoelementosdegrandevalorestratégico—lítio,índio,tântalo,tungsténioealgumasterrasraras.Écondiçãonecessáriaparasubirnasrespectivascadeiasdevalor,designadamentenodomíniodasmetalurgiasedeoutrosprocessosdeselecçãoepurificação.Aindanestavertente,évitalareanimação,reorientaçãoefortalecimentodaEDM—EmpresadeDesenvolvimentoMineiro.

Quantoàindústriatransformadora,oseudesenvolvimentopassa,deformaarticulada,peloaumentodaprodução,edaspro-dutividadeecompetitividadequelhedevemestarassociadas,epelacriaçãodecondiçõesnoplanocomercialparaoescoamentodaprodução,nomercadointernoeexterno,poisasduascomponentes,acomercialeaprodutiva,estãoindissociavelmenteligadas.

Noplanointerno,adefesadaproduçãonacionaldasindústrias,tradicionaisoumodernas,deveconstituirumobjectivoperma-nente,multifacetadoeenvolversimultaneamenteaadministraçãopúblicaeosconsumidores,sejamempresasoufamílias.

Noplanoexterno,asexportações,especialmentedeprodutostecnologicamentemaisavançados,devemconstituirumobjectivoimportantedoEstadoedasempresas,prosseguindoeincremen-tando-seosapoiossérioseeficazesàexportação.

Apesardasinevitáveisalterações,porvezesprofundas,quesedãonoaparelhoindustrial,nomeadamenteemprodutoseengenha-riasdeprodutosenosprocessosdefabrico,mantêmcontudoasuapertinênciasectoreseproduçõesanteriores,faceàcontinuidadeemuitasvezesaoagravamentodasdebilidadesexistentes.

Aschamadasindústriastradicionais,comootêxtilevestuário,ocalçado,afileiradamadeiraedomobiliário,afileiradacortiça,acerâmica,ovidroeocristal,entreoutras,quetêmvindoasofrergrandeseporvezessocialmentedramáticosprocessosderees-truturação,queemváriassituações,numaperspectivaexclusiva-menteeconómica,constituíramnotáveissucessosemtermosdecompetitividade,devemprosseguir,comrespeitopelosdireitosdostrabalhadores,osprocessosdemodernização,porquetêmedevemcontinuaraterumimportantepapelnonossoperfilindustrial.

Pelograndepotencialdeintegraçãosectorialqueencerraeacapacidademultiplicadoraeestruturantesobreoutrossectores,devemterumacompanhamentoeprotecçãoespeciaisasdiversasfileirasdaindústriaalimentar.

Em todos estes sectores tradicionais, deve insistir-se no au-mentodaprodutividadeedacompetitividade,atravésdenovospassosnaadopçãodetecnologiasmaisavançadas.

Simultaneamente,évitalareanimação,fortalecimentooulan-çamentodeumvastoconjuntodeindústriasbásicaseestratégicas,asassociadasàtransformaçãodeimportantesmatérias-primasmi-neraisnacionais,comoasmetalurgiasferrosas(siderurgiaeoutras)enãoferrosas,asmetaloeelectromecânicaspesadas,aindústriadeconstruçãoereparaçãonaval,aspetroquímicasdeolefinasearomáticos,parasócitarmosasprincipais.

Estasindústriaspermitirãoestruturarerobusteceraproduçãonacional,paraalémdaprópriaproduçãoindustrial,atenuar,enalgunscasosresolver,debilidadesajusanteeapoiarodesen-volvimento,comelevadaautonomia,deimportantesinfra-estru-turas,nasáreasdaproduçãoenergética,dostransportesterrestres

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5.4 — Política de desenvolvimento industrial

Noâmbitodeumaumentodaproduçãonacional,devecons-tituirumobjectivomaiordacriaçãosustentávelderiqueza,capaztambémdedinamizarosoutrosgrandessectoresdeactividade,incrementaraproduçãoindustriale,emsimultâneo,avançarnascadeiasdevaloremtermossectoriais,adensaramalhaindustrial,particularmentenasconcentraçõesdeempresaseactividades(clusters)quejátenhamrazoáveiscompetitividadeenotoriedadeinternacionais,promoveravalorizaçãodosrecursosmateriaisnacionaisesubstituirimportaçõesporproduçãonacional.

Noquerespeitaàindústriaextractiva,sobretudonoquecon-cerneàexploraçãodesubstânciasdodomíniopúblicodoEstado,estedeverevertercompletamenteaactualsituaçãodedomíniodocapitalprivado,particularmentedocapitalestrangeiro,iniciandoprocessosquevisemacurtoprazooreassumirdeposiçõesdomi-nantesedeterminantesnapesquisa,exploraçãoeprimeirastransfor-maçõesemterritórionacional,nomeadamentedeminériosdemetaisbásicos—ferro,cobre,zinco,chumbo,estanhoeoutros;deminériosourecursosenergéticos—urânio,petróleo,gásnatural,carvão;dosminériosdemetaisnobres—ouroeprata;edealgunsminérioscon-tendoelementosdegrandevalorestratégico—lítio,índio,tântalo,tungsténioealgumasterrasraras.Écondiçãonecessáriaparasubirnasrespectivascadeiasdevalor,designadamentenodomíniodasmetalurgiasedeoutrosprocessosdeselecçãoepurificação.Aindanestavertente,évitalareanimação,reorientaçãoefortalecimentodaEDM—EmpresadeDesenvolvimentoMineiro.

Quantoàindústriatransformadora,oseudesenvolvimentopassa,deformaarticulada,peloaumentodaprodução,edaspro-dutividadeecompetitividadequelhedevemestarassociadas,epelacriaçãodecondiçõesnoplanocomercialparaoescoamentodaprodução,nomercadointernoeexterno,poisasduascomponentes,acomercialeaprodutiva,estãoindissociavelmenteligadas.

Noplanointerno,adefesadaproduçãonacionaldasindústrias,tradicionaisoumodernas,deveconstituirumobjectivoperma-nente,multifacetadoeenvolversimultaneamenteaadministraçãopúblicaeosconsumidores,sejamempresasoufamílias.

Noplanoexterno,asexportações,especialmentedeprodutostecnologicamentemaisavançados,devemconstituirumobjectivoimportantedoEstadoedasempresas,prosseguindoeincremen-tando-seosapoiossérioseeficazesàexportação.

Apesardasinevitáveisalterações,porvezesprofundas,quesedãonoaparelhoindustrial,nomeadamenteemprodutoseengenha-riasdeprodutosenosprocessosdefabrico,mantêmcontudoasuapertinênciasectoreseproduçõesanteriores,faceàcontinuidadeemuitasvezesaoagravamentodasdebilidadesexistentes.

Aschamadasindústriastradicionais,comootêxtilevestuário,ocalçado,afileiradamadeiraedomobiliário,afileiradacortiça,acerâmica,ovidroeocristal,entreoutras,quetêmvindoasofrergrandeseporvezessocialmentedramáticosprocessosderees-truturação,queemváriassituações,numaperspectivaexclusiva-menteeconómica,constituíramnotáveissucessosemtermosdecompetitividade,devemprosseguir,comrespeitopelosdireitosdostrabalhadores,osprocessosdemodernização,porquetêmedevemcontinuaraterumimportantepapelnonossoperfilindustrial.

Pelograndepotencialdeintegraçãosectorialqueencerraeacapacidademultiplicadoraeestruturantesobreoutrossectores,devemterumacompanhamentoeprotecçãoespeciaisasdiversasfileirasdaindústriaalimentar.

Em todos estes sectores tradicionais, deve insistir-se no au-mentodaprodutividadeedacompetitividade,atravésdenovospassosnaadopçãodetecnologiasmaisavançadas.

Simultaneamente,évitalareanimação,fortalecimentooulan-çamentodeumvastoconjuntodeindústriasbásicaseestratégicas,asassociadasàtransformaçãodeimportantesmatérias-primasmi-neraisnacionais,comoasmetalurgiasferrosas(siderurgiaeoutras)enãoferrosas,asmetaloeelectromecânicaspesadas,aindústriadeconstruçãoereparaçãonaval,aspetroquímicasdeolefinasearomáticos,parasócitarmosasprincipais.

Estasindústriaspermitirãoestruturarerobusteceraproduçãonacional,paraalémdaprópriaproduçãoindustrial,atenuar,enalgunscasosresolver,debilidadesajusanteeapoiarodesen-volvimento,comelevadaautonomia,deimportantesinfra-estru-turas,nasáreasdaproduçãoenergética,dostransportesterrestres

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emarítimos,daindústriaquímicaorgânica,daspescas,entreoutras.

Noquadrodasmudançasoperadasnosdomíniosdaciênciaetecnologia,apareceuumconjuntodenovasindústrias,tecnologiaseprodutos,regrageraldealtaintensidadetecnológica,muitasdasvezesresultadodefrutuosasligaçõesentreoensinosuperioreaesferaprodutiva,comoasbiotecnológicas,comespecialdestaqueparaaindústriafarmacêutica(produçãodeprincípiosactivosemedicamentos,nomeadamentegenéricos),aselectrónicas,nomeadamenteasassociadasàscomunicaçõesouasprodutorasdesistemasdeautomaçãoedecontrolo(eoutrosequipamentosmuitoespecializados),asrelacionadascomastecnologiasdeinformaçãoecomunicação,asprodutorasdeequipamentosligeirosparaaproduçãoenergética,asdosnovosmateriais,entreoutras.

Algumasempresasdepequenaemédiadimensãodestasindústriastêmconstituídonúcleosdegrandesucessonacionaleinternacional,devemsereficazmenteapoiadasereplicadasas suasexperiências,designadamentenoqueconcerneàdisponibili-zaçãodeconsistentesapoiospúblicos.Devevigiar-seatentamenteagulasistemáticaqueasmultinacionaistêmporestasempresasnascentes,criadascomoesforço,oinvestimentoeosabernacio-nais.

Indústriasdealtoníveltecnológico,queexistememPortugalnadependênciaquasetotaldocapitalestrangeiro,comoaindústriaautomóveleasindústriasdecomponentesparaautomóvel,emboranaexpectativadegrandesmudanças,associadasnofundamentalàcrescenteescassezdematérias-primas,devemserrepensadascomvistaaumamaiorincorporaçãonacionalaosdiferentesníveisdaconcepçãoeprodução.

Devemtambémserprotegidas,apoiadasedesenvolvidasasexigentesetecnologicamentemuitoevoluídasactividadesassociadasàsindústriasaeronáuticaeaeroespacial,sejanasuacomponentedefabrico,sejanademanutenção.

Devemaindasermuitoacompanhadaseapoiadasasindústriasdereciclagem—demetais,vidro,plásticos,papelecartão,óleosmineraisevegetais—,queacrescenteescassezderecursoseaprotecçãoambientaltêmvindoafazercrescer,emboraaníveise

comorganizaçãomuitoaquémdasnecessidades,eaatribuirumaimportânciacadavezmaior.

Finalmente,umapolíticaindustrialequilibradanãopodemenorizaraprotecçãoeoapoiopúblicos,particularmentetécnicoefinanceiro,aumamiríadedeactividadesartesanais,económicaeculturalmenteimportantes,criadorasdeempregoeriqueza,nomeadamenteemregiõesdeprimidasedesertificadas.

UmimportanteacréscimodoprotagonismodoEstadoéabsolutamentevitalparaadinamização,renovaçãoedefesadaindústriatransformadoranacional.Esseprotagonismodeveterlugarenquantodefinidoreorientadordaslinhasmestrasdeumaautênticapolíticadedesenvolvimentoindustrial,continuamentearticuladaentreossectorespúblicoeprivado,enquantogestordefundospúblicosdeapoioàindústrianosplanosdacompetitividadeedasexportaçõeseenquantotitularegestordeactivosestratégicosnaesferaprodutiva.

Écrucialparaadinamizaçãodaindústriatransformadoraaexistênciaderecursoshumanosqualificadosatodososníveisdasempresas.Apreparaçãoescolarepós-escolar,orientadaparaaindústria,eapromoçãodetrabalhadores,gestoreseempresárioscomformaçãocrescentementeelevadaemtecnologiasegestãosãocondiçõesnecessáriasparaumaindústriatransformadoramodernizadaecompetitiva.

5.5—Produção,saláriosejustiçasocial

ParaoPCP,adefesadaproduçãonacionaléinseparáveldavalorizaçãodossaláriosedosrendimentosdostrabalhadoresedopovo.Aocontráriodeoutros,quedefendeminteresseiramenteoaumentodaproduçãonacionalmasatravésdoagravamentodaexploração,oobjectivodeproduzirmaisune-seaoobjectivodedistribuirmelhor.

Aelevaçãodossaláriosedasremunerações(bemcomoaele-vaçãodaspensõesereformas),demodoacompensarainflação,arecuperaropoderdecompraperdido,acompartilhardosganhosdeprodutividadeeaaproximardasremuneraçõesmédiasdaUnião

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emarítimos,daindústriaquímicaorgânica,daspescas,entreoutras.

Noquadrodasmudançasoperadasnosdomíniosdaciênciaetecnologia,apareceuumconjuntodenovasindústrias,tecnologiaseprodutos,regrageraldealtaintensidadetecnológica,muitasdasvezesresultadodefrutuosasligaçõesentreoensinosuperioreaesferaprodutiva,comoasbiotecnológicas,comespecialdestaqueparaaindústriafarmacêutica(produçãodeprincípiosactivosemedicamentos,nomeadamentegenéricos),aselectrónicas,nomeadamenteasassociadasàscomunicaçõesouasprodutorasdesistemasdeautomaçãoedecontrolo(eoutrosequipamentosmuitoespecializados),asrelacionadascomastecnologiasdeinformaçãoecomunicação,asprodutorasdeequipamentosligeirosparaaproduçãoenergética,asdosnovosmateriais,entreoutras.

Algumasempresasdepequenaemédiadimensãodestasindústriastêmconstituídonúcleosdegrandesucessonacionaleinternacional,devemsereficazmenteapoiadasereplicadasas suasexperiências,designadamentenoqueconcerneàdisponibili-zaçãodeconsistentesapoiospúblicos.Devevigiar-seatentamenteagulasistemáticaqueasmultinacionaistêmporestasempresasnascentes,criadascomoesforço,oinvestimentoeosabernacio-nais.

Indústriasdealtoníveltecnológico,queexistememPortugalnadependênciaquasetotaldocapitalestrangeiro,comoaindústriaautomóveleasindústriasdecomponentesparaautomóvel,emboranaexpectativadegrandesmudanças,associadasnofundamentalàcrescenteescassezdematérias-primas,devemserrepensadascomvistaaumamaiorincorporaçãonacionalaosdiferentesníveisdaconcepçãoeprodução.

Devemtambémserprotegidas,apoiadasedesenvolvidasasexigentesetecnologicamentemuitoevoluídasactividadesassociadasàsindústriasaeronáuticaeaeroespacial,sejanasuacomponentedefabrico,sejanademanutenção.

Devemaindasermuitoacompanhadaseapoiadasasindústriasdereciclagem—demetais,vidro,plásticos,papelecartão,óleosmineraisevegetais—,queacrescenteescassezderecursoseaprotecçãoambientaltêmvindoafazercrescer,emboraaníveise

comorganizaçãomuitoaquémdasnecessidades,eaatribuirumaimportânciacadavezmaior.

Finalmente,umapolíticaindustrialequilibradanãopodemenorizaraprotecçãoeoapoiopúblicos,particularmentetécnicoefinanceiro,aumamiríadedeactividadesartesanais,económicaeculturalmenteimportantes,criadorasdeempregoeriqueza,nomeadamenteemregiõesdeprimidasedesertificadas.

UmimportanteacréscimodoprotagonismodoEstadoéabsolutamentevitalparaadinamização,renovaçãoedefesadaindústriatransformadoranacional.Esseprotagonismodeveterlugarenquantodefinidoreorientadordaslinhasmestrasdeumaautênticapolíticadedesenvolvimentoindustrial,continuamentearticuladaentreossectorespúblicoeprivado,enquantogestordefundospúblicosdeapoioàindústrianosplanosdacompetitividadeedasexportaçõeseenquantotitularegestordeactivosestratégicosnaesferaprodutiva.

Écrucialparaadinamizaçãodaindústriatransformadoraaexistênciaderecursoshumanosqualificadosatodososníveisdasempresas.Apreparaçãoescolarepós-escolar,orientadaparaaindústria,eapromoçãodetrabalhadores,gestoreseempresárioscomformaçãocrescentementeelevadaemtecnologiasegestãosãocondiçõesnecessáriasparaumaindústriatransformadoramodernizadaecompetitiva.

5.5—Produção,saláriosejustiçasocial

ParaoPCP,adefesadaproduçãonacionaléinseparáveldavalorizaçãodossaláriosedosrendimentosdostrabalhadoresedopovo.Aocontráriodeoutros,quedefendeminteresseiramenteoaumentodaproduçãonacionalmasatravésdoagravamentodaexploração,oobjectivodeproduzirmaisune-seaoobjectivodedistribuirmelhor.

Aelevaçãodossaláriosedasremunerações(bemcomoaele-vaçãodaspensõesereformas),demodoacompensarainflação,arecuperaropoderdecompraperdido,acompartilhardosganhosdeprodutividadeeaaproximardasremuneraçõesmédiasdaUnião

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Europeia,éumobjectivodamaiselementarjustiçasocialeumacondiçãoparaamelhoriadoníveldevidadostrabalhadores,dospadrõesdebem-estardapopulaçãoeparaadiminuiçãodofossosocialqueseparaPortugaldospaísesmaisdesenvolvidosdaEu-ropa.Oobjectivodejustiçaeprogressosocialéasuaprimeiraemaiorjustificação.

Mas,apardisso,aelevaçãodasremuneraçõesdostrabalha-dores(bemcomodospensionistasereformados)podeconstituirummotordedesenvolvimentoeconómicodopaís.Aopermitiraelevaçãodopoderdecompra,proporcionaoaumentodaprocura,oincrementodoconsumo,oalargamentodomercadointerno,oescoamentodeinventáriosacumulados,oalíviodepequenasemédiasempresasemdificuldades,umestímuloàprodução,amaiorutilizaçãodacapacidadeprodutivainstalada.Ecomisso,emefeitomultiplicador,oaumentodoemprego,dosrendimentos,doconsumo,deredobradosestímulosàprodução,sejadirectamentedemeiosdeconsumo,sejademeiosdeproduçãorequeridospelalaboração desses meios de consumo.

Noentanto,desligadodapreocupaçãodeelevaraprodutivi-dade,qualidadeecompetitividadedaproduçãonacional,desa-companhadodaimprescindívelintervençãoamontantenaofertanacional,oefeitomultiplicadordaelevaçãodoconsumoperde-se,pelomenosemgrandemedida,noaumentodaimportaçãodeprodutosestrangeiros,comomostrouasubidaartificialdadespesaalimentadaacréditofácilnasduasúltimasdécadas.Emvezdeestímuloàproduçãonacional,desequilibra-seaindamaisodéficecomercialeagrava-seoendividamentoexternodopaís.

Umacondiçãonecessáriaparaaproveitareusufruir,maiscom-pletamente,doacréscimodaprocurasuscitadopelocrescimentodosrendimentos,paratraduzi-lo(esustentá-lo)nareanimaçãodaeconomia,édesenvolverumaindústriaeumaproduçãonacionaiscapazesdesebatercomasagressivasproduçõesestrangeirasque,mesmocomadesvantagemdoscustosdotransporte,vêmcompetirnoprópriomercadoportuguês.Oqueexigetambémadefesadomercadointerno,comaadequadafiscalizaçãodasimportações,quedevemcumprirasregrasecondicionamentosimpostosàproduçãonacional.

Outracondiçãoéprivilegiarosaumentosdossaláriosedosrendimentosmaisbaixosdostrabalhadoresedaspopulações,porque,alémdoquesignificaenquantoactodejustiçasocial,sãoestascamadassociaismaisempobrecidasquetêmumconsumocommenorpropensãoparaosprodutosimportados.Nessesentido,écrime,quelesanãoapenasajustiçasocialmasoprópriodesen-volvimentoeconómico,travar,emvezdeacelerar,ocrescimentodosaláriomínimonacional(edaspensõesereformasqueaeledeveriamestarindexadas).

Demodogeral,ocombateàsdesigualdades,alutacontraapolarizaçãodariqueza,temoefeitoeconómicobenéficodeincrementaraprocurae,guarnecidocomumaproduçãocapazdecorresponder,ocrescimentoeconómico.Produzirmaisriqueza,permitedistribuirmaisriqueza;mas,inversamente,distribuirmelhorariquezatambémpermiteproduzirmaisriqueza.DaíanecessidadedeatacaremPortugalestaeconomiadasdesigualda-des,quecontribuiparaasuaestagnação,bloqueioedependênciaexterna.

Ocrescimentodossaláriosedasprestaçõessociais,nascon-diçõesindicadas,animandoacurtoprazoaprocura,aproduçãoeoemprego,éumamedidafundamentalparacombaterarecessãoeaestagnaçãoesairdacrise.Mastemqueseracompanhadaporumenquadramento,intervençãoeesforçoinvestidordoEstado,paraevitarqueareduçãodapartedoprodutosocialdisponívelparaoinvestimentoeaacumulaçãoqueresultadoaumentodaproporçãodoconsumo(dadiminuiçãodapropensãoparapoupar)possacomprometermaisadianteoritmoentretantoestimuladodecrescimentoeconómico.Etem,sobretudo,queserprolongadoemverdadeirasmedidasderupturaqueretiremfundamentalmentedaalçadacapitalistaumconjuntodesectoreseconómicosbásicoseestratégicos,quepermitamirintroduzindonavidasocialelemen-tosderacionalidadeeconómica,socialeambiental,diferentesdalógicadamaximizaçãodolucro,aprisionadoradasopçõessociaisebloqueadoradodesenvolvimentonacional.

Em2009,noaugedacriseeconómica,queprosseguenopaíssobaformadeumaprolongadaestagnaçãoentremeadadereces-sões,comonomomentopresente,ogovernoPSdisponibilizou

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Europeia,éumobjectivodamaiselementarjustiçasocialeumacondiçãoparaamelhoriadoníveldevidadostrabalhadores,dospadrõesdebem-estardapopulaçãoeparaadiminuiçãodofossosocialqueseparaPortugaldospaísesmaisdesenvolvidosdaEu-ropa.Oobjectivodejustiçaeprogressosocialéasuaprimeiraemaiorjustificação.

Mas,apardisso,aelevaçãodasremuneraçõesdostrabalha-dores(bemcomodospensionistasereformados)podeconstituirummotordedesenvolvimentoeconómicodopaís.Aopermitiraelevaçãodopoderdecompra,proporcionaoaumentodaprocura,oincrementodoconsumo,oalargamentodomercadointerno,oescoamentodeinventáriosacumulados,oalíviodepequenasemédiasempresasemdificuldades,umestímuloàprodução,amaiorutilizaçãodacapacidadeprodutivainstalada.Ecomisso,emefeitomultiplicador,oaumentodoemprego,dosrendimentos,doconsumo,deredobradosestímulosàprodução,sejadirectamentedemeiosdeconsumo,sejademeiosdeproduçãorequeridospelalaboração desses meios de consumo.

Noentanto,desligadodapreocupaçãodeelevaraprodutivi-dade,qualidadeecompetitividadedaproduçãonacional,desa-companhadodaimprescindívelintervençãoamontantenaofertanacional,oefeitomultiplicadordaelevaçãodoconsumoperde-se,pelomenosemgrandemedida,noaumentodaimportaçãodeprodutosestrangeiros,comomostrouasubidaartificialdadespesaalimentadaacréditofácilnasduasúltimasdécadas.Emvezdeestímuloàproduçãonacional,desequilibra-seaindamaisodéficecomercialeagrava-seoendividamentoexternodopaís.

Umacondiçãonecessáriaparaaproveitareusufruir,maiscom-pletamente,doacréscimodaprocurasuscitadopelocrescimentodosrendimentos,paratraduzi-lo(esustentá-lo)nareanimaçãodaeconomia,édesenvolverumaindústriaeumaproduçãonacionaiscapazesdesebatercomasagressivasproduçõesestrangeirasque,mesmocomadesvantagemdoscustosdotransporte,vêmcompetirnoprópriomercadoportuguês.Oqueexigetambémadefesadomercadointerno,comaadequadafiscalizaçãodasimportações,quedevemcumprirasregrasecondicionamentosimpostosàproduçãonacional.

Outracondiçãoéprivilegiarosaumentosdossaláriosedosrendimentosmaisbaixosdostrabalhadoresedaspopulações,porque,alémdoquesignificaenquantoactodejustiçasocial,sãoestascamadassociaismaisempobrecidasquetêmumconsumocommenorpropensãoparaosprodutosimportados.Nessesentido,écrime,quelesanãoapenasajustiçasocialmasoprópriodesen-volvimentoeconómico,travar,emvezdeacelerar,ocrescimentodosaláriomínimonacional(edaspensõesereformasqueaeledeveriamestarindexadas).

Demodogeral,ocombateàsdesigualdades,alutacontraapolarizaçãodariqueza,temoefeitoeconómicobenéficodeincrementaraprocurae,guarnecidocomumaproduçãocapazdecorresponder,ocrescimentoeconómico.Produzirmaisriqueza,permitedistribuirmaisriqueza;mas,inversamente,distribuirmelhorariquezatambémpermiteproduzirmaisriqueza.DaíanecessidadedeatacaremPortugalestaeconomiadasdesigualda-des,quecontribuiparaasuaestagnação,bloqueioedependênciaexterna.

Ocrescimentodossaláriosedasprestaçõessociais,nascon-diçõesindicadas,animandoacurtoprazoaprocura,aproduçãoeoemprego,éumamedidafundamentalparacombaterarecessãoeaestagnaçãoesairdacrise.Mastemqueseracompanhadaporumenquadramento,intervençãoeesforçoinvestidordoEstado,paraevitarqueareduçãodapartedoprodutosocialdisponívelparaoinvestimentoeaacumulaçãoqueresultadoaumentodaproporçãodoconsumo(dadiminuiçãodapropensãoparapoupar)possacomprometermaisadianteoritmoentretantoestimuladodecrescimentoeconómico.Etem,sobretudo,queserprolongadoemverdadeirasmedidasderupturaqueretiremfundamentalmentedaalçadacapitalistaumconjuntodesectoreseconómicosbásicoseestratégicos,quepermitamirintroduzindonavidasocialelemen-tosderacionalidadeeconómica,socialeambiental,diferentesdalógicadamaximizaçãodolucro,aprisionadoradasopçõessociaisebloqueadoradodesenvolvimentonacional.

Em2009,noaugedacriseeconómica,queprosseguenopaíssobaformadeumaprolongadaestagnaçãoentremeadadereces-sões,comonomomentopresente,ogovernoPSdisponibilizou

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umpacotesignificativo,emboramuitoinsuficiente,desupostasajudasàreanimaçãoeconómica.Mas,numaopçãodeclasseevi-dente,bemilustradapelamalfadadanacionalizaçãodoBPN(quetantopesaaoeráriopúblico),optoubasicamenteporgarantir,emprestaroudardinheiroaosbancoseàsempresas,emvezdedá-loaostrabalhadoreseàspopulaçõescarenciadas.Paraalémdainversãodaspreocupaçõessociais,ignoroudesdenhosamentequeogastopúblicopararevigorarumaeconomia,aprodução,oempregoeorendimento,emsituaçõesdegranderecessãoqueameaçamtransformar-seemdepressãoeconómica,temeficácianulaoureduzidaseaplicadoaocontráriodoqueexigeoaumentodaprocura(emborapossalibertardeapertoseaumentarospro-ventosdequemjátemmuito).

Nestesperíodosdecriseprofunda,garantiroudardinheiroaosbancosnãoserveparanada,porqueosbancosguardam-noparasienãoemprestam,ousóofazememcondiçõesmuitorestritivas,àsempresas(eaosparticulares),quenemsequerlhespagamtudooquejádevem.Emprestaroudardinheiroàsempresas,sendoobrigatórioparaapoiaresalvardafalêncianumerosasMPME,ajuda-asapagarasdívidasquetêm,especialmenteaosbancos,masdificilmenteaslevaaaumentaraproduçãoeascontratações,dadoquenemsequerconseguemvendereescoarosstocks acu-mulados.Istoé,descritocomesquematismo,umcomportamentoracionalporpartedosbancosedasempresas.Nãoseemprestadinheironemseinvestedinheiro,nãoseaumentaaactividadenemsecontratagente,seasperspectivasdelucratividadesãonegativas.Aboasoluçãopassaporentregarodinheiroprimordialmenteaostrabalhadores,nomeadamentecomoaumentodoempregoedossalários,eàspopulaçõesmaiscarenciadas(relativamentemaisviradasparaoconsumodaproduçãonacional).Nãosóporquesãoquemmaisprecisa,mastambémporquesãoosectorqueovaiefectivamentedespender,comprandomeiosdesubsistência,adquirindoprodutoseserviçosdequenecessitamàsempresas,queporsuavezpodemaumentaraprodução,asvendasepagarentãoas dívidas aos bancos.

Emresumo,ogovernoPSfezexactamentetudoaocontrário(eogovernoPSD/CDSprepara-separafazeromesmo).Voltouas

ajudasdecabeçaparabaixo.Emvezdeapoiarvigorosamenteostrabalhadoreseaspopulações,quecomoseuconsumoestimula-riamaproduçãonacionaleestaaliquidaçãodoscompromissosdocrédito,disponibilizouasajudaspreferencialmenteaosbancoseàsgrandesempresas,quebasicamenteasguardaramoudistribuíramerepartiram,deacordocomoscompromissosrecíprocos,entresi.Cáembaixo,paraostrabalhadoreseaspopulações,sobroumuitopouco.Comaagravantedeseteravultadooendividamentopúbli-coeseremagoraestesosquesãochamadosapagaremcortesdesalários,dereformas,depensõesedeprestaçõessociaisassupostasajudasdequetantonecessitavamequenuncalheschegaram.

Comoresultadodacrise,eapretextodela,nãosãoapenasasremunerações,directas(comoossalários)eindirectas(comoascontribuiçõesdasempresasparaasegurançasocial),dostraba-lhadoresquesãopostasdebaixodofogodograndepatronatoedosgovernos.Osequipamentoscolectivoseosserviçospúblicos,gratuitos,subsidiadosou,dealgumamaneira,apoiadospeloEs-tado,dequebeneficiamostrabalhadoresesuasfamílias—quesatisfazemnecessidadesdareproduçãodaforçadetrabalhoecujatomadadeencargoporpartedoEstadorepresentaumasocializaçãodefracçõesdocustodessareprodução—tambémsãopostosemcausa.Esteautêntico«saláriosocial»dostrabalhadores,apesardosretrocessosnadadesprezável(bastapensarnaeducaçãoesaúdepúblicasgratuitas),éalvodamesmasanhaedomesmoencarni-çamentodocapitaledosseusrepresentantespolíticos.

Porqueaumentaroqueostrabalhadoresesuasfamíliaspagamàsautoridadespúblicas,osimpostos,osdescontosparaasegurançasocialeasnumerosíssimastaxasportudoepornada(desdeoestacionamentourbanoàspropinasnoensinosuperior)esimul-taneamentediminuiroretornoqueobtêmdoEstadosocial(comoasocial-democraciagostadelhechamar),aumentaroscustosdaforçadetrabalhoindividualmenteasseguradospelostrabalhadoresesimultaneamentediminuiroscustossociaisdequeoEstadoseencarrega,significadiminuiroencargodocapitalcomestecus-teio,aumentarograudeexploraçãodotrabalhoebeneficiarmaisosgrandesmonopólios,oseufinanciamento,osseuslucrosouamanutenção da ordem social ao seu serviço.

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umpacotesignificativo,emboramuitoinsuficiente,desupostasajudasàreanimaçãoeconómica.Mas,numaopçãodeclasseevi-dente,bemilustradapelamalfadadanacionalizaçãodoBPN(quetantopesaaoeráriopúblico),optoubasicamenteporgarantir,emprestaroudardinheiroaosbancoseàsempresas,emvezdedá-loaostrabalhadoreseàspopulaçõescarenciadas.Paraalémdainversãodaspreocupaçõessociais,ignoroudesdenhosamentequeogastopúblicopararevigorarumaeconomia,aprodução,oempregoeorendimento,emsituaçõesdegranderecessãoqueameaçamtransformar-seemdepressãoeconómica,temeficácianulaoureduzidaseaplicadoaocontráriodoqueexigeoaumentodaprocura(emborapossalibertardeapertoseaumentarospro-ventosdequemjátemmuito).

Nestesperíodosdecriseprofunda,garantiroudardinheiroaosbancosnãoserveparanada,porqueosbancosguardam-noparasienãoemprestam,ousóofazememcondiçõesmuitorestritivas,àsempresas(eaosparticulares),quenemsequerlhespagamtudooquejádevem.Emprestaroudardinheiroàsempresas,sendoobrigatórioparaapoiaresalvardafalêncianumerosasMPME,ajuda-asapagarasdívidasquetêm,especialmenteaosbancos,masdificilmenteaslevaaaumentaraproduçãoeascontratações,dadoquenemsequerconseguemvendereescoarosstocks acu-mulados.Istoé,descritocomesquematismo,umcomportamentoracionalporpartedosbancosedasempresas.Nãoseemprestadinheironemseinvestedinheiro,nãoseaumentaaactividadenemsecontratagente,seasperspectivasdelucratividadesãonegativas.Aboasoluçãopassaporentregarodinheiroprimordialmenteaostrabalhadores,nomeadamentecomoaumentodoempregoedossalários,eàspopulaçõesmaiscarenciadas(relativamentemaisviradasparaoconsumodaproduçãonacional).Nãosóporquesãoquemmaisprecisa,mastambémporquesãoosectorqueovaiefectivamentedespender,comprandomeiosdesubsistência,adquirindoprodutoseserviçosdequenecessitamàsempresas,queporsuavezpodemaumentaraprodução,asvendasepagarentãoas dívidas aos bancos.

Emresumo,ogovernoPSfezexactamentetudoaocontrário(eogovernoPSD/CDSprepara-separafazeromesmo).Voltouas

ajudasdecabeçaparabaixo.Emvezdeapoiarvigorosamenteostrabalhadoreseaspopulações,quecomoseuconsumoestimula-riamaproduçãonacionaleestaaliquidaçãodoscompromissosdocrédito,disponibilizouasajudaspreferencialmenteaosbancoseàsgrandesempresas,quebasicamenteasguardaramoudistribuíramerepartiram,deacordocomoscompromissosrecíprocos,entresi.Cáembaixo,paraostrabalhadoreseaspopulações,sobroumuitopouco.Comaagravantedeseteravultadooendividamentopúbli-coeseremagoraestesosquesãochamadosapagaremcortesdesalários,dereformas,depensõesedeprestaçõessociaisassupostasajudasdequetantonecessitavamequenuncalheschegaram.

Comoresultadodacrise,eapretextodela,nãosãoapenasasremunerações,directas(comoossalários)eindirectas(comoascontribuiçõesdasempresasparaasegurançasocial),dostraba-lhadoresquesãopostasdebaixodofogodograndepatronatoedosgovernos.Osequipamentoscolectivoseosserviçospúblicos,gratuitos,subsidiadosou,dealgumamaneira,apoiadospeloEs-tado,dequebeneficiamostrabalhadoresesuasfamílias—quesatisfazemnecessidadesdareproduçãodaforçadetrabalhoecujatomadadeencargoporpartedoEstadorepresentaumasocializaçãodefracçõesdocustodessareprodução—tambémsãopostosemcausa.Esteautêntico«saláriosocial»dostrabalhadores,apesardosretrocessosnadadesprezável(bastapensarnaeducaçãoesaúdepúblicasgratuitas),éalvodamesmasanhaedomesmoencarni-çamentodocapitaledosseusrepresentantespolíticos.

Porqueaumentaroqueostrabalhadoresesuasfamíliaspagamàsautoridadespúblicas,osimpostos,osdescontosparaasegurançasocialeasnumerosíssimastaxasportudoepornada(desdeoestacionamentourbanoàspropinasnoensinosuperior)esimul-taneamentediminuiroretornoqueobtêmdoEstadosocial(comoasocial-democraciagostadelhechamar),aumentaroscustosdaforçadetrabalhoindividualmenteasseguradospelostrabalhadoresesimultaneamentediminuiroscustossociaisdequeoEstadoseencarrega,significadiminuiroencargodocapitalcomestecus-teio,aumentarograudeexploraçãodotrabalhoebeneficiarmaisosgrandesmonopólios,oseufinanciamento,osseuslucrosouamanutenção da ordem social ao seu serviço.

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Éporissoquealutadosutentesedaspopulaçõescontraadegradaçãodosserviçospúblicosétambémumalutacontraaexploraçãodotrabalho,convergentecomalutageraldostraba-lhadoresqueenfrentaabertamenteocapital.

5.6—Factoresemeiosdeprodução

Emboraalaboraçãonaagricultura,nasilvicultura,naspescas,nasindústriasextractivaetransformadoraenaconstruçãocivilsejasemprecondicionadapelaenvolventepolítica,económica,financeira,cultural,social,institucionaleambientaldasempresas,existemcondicionantesque,mesmoemsituaçõesdecrescimentoeconómico,afectam,porvezesmuitonegativamente,aactividadedestasunidadesdaesferaprodutiva.

Ossectoresdeactividadequemaiscondicionamacompe-titividadedasempresasprodutivas,particularmentedasmicro,pequenasemédiasempresas,sejanomercadointerno,sejanosmercadosinternacionais,sãoosfornecedoresdefactores(benseserviços)deproduçãoestratégicos,comoosistemafinanceiro,bancaeseguros,osdiversossubsistemasenergéticos,electricidade,gásnaturalecombustíveislíquidos,astelecomunicações,osdiver-sossubsistemasdetransporteeasinfra-estruturaslogísticas.

Noutraperspectiva,adoescoamentodaprodução,deveacrescentar-se,enquantofactordeestrangulamentodasMPME,agrandedistribuição.

Contrariamenteàleituraneoliberal,enviesadapelasuaestreitaperspectivadeclasse,queenfatiza,naquiloquedesignaporcustosdecontexto,osdireitosdostrabalhadoreseofuncionamentodaadministraçãopública,sobressaidarealidadequeosverdadeirosecríticoscustosdecontextoparaasempresasprodutivassãoosrelacionadoscomosfactoresemeiosdeproduçãodisponibilizadospelossectoresatrásmencionados.

Partemuitoimportantedessessectoressãoverdadeirosmono-póliosnaturais,enquantooutros,pelasuaestruturaempresarial,constituemefectivosoligopólios.Oprocessodeprivatizaçõestransformou-osemimportantesnúcleosdoprocessodeacumula-

çãoecentralizaçãodecapital,levadoacabopelograndecapitalnacionalemíntimaassociaçãocomocapitalestrangeiro.Acumula-çãoconseguidadesignadamentecomapráticadepreçosdemono-pólio,preçosdescarregadosemcimadasfamíliasedasempresasprodutivas,queaindaporcimaenfrentamquotidianamenteaferozconcorrênciaestrangeira.

EmPortugal,ocaráctermonopolistademuitasdasactividadesdeterminantesnofornecimentodefactoresdeprodução,bemcomoosapoiosdosgovernosedassuasagênciasespecializadasaosmonopólios,impedemobjectivamenteaatenuaçãoeporventuraresoluçãodoproblemadoselevados«custosdecontexto»dasempresasprodutivas.

Defacto,ocorreumacontradiçãoinsanávelentreointeressedodesenvolvimentodaeconomianacionaleointeressedosgran-desaccionistas,muitasdasvezesestrangeiros,destasempresas,sobretudonabanca,seguros,energiaetelecomunicações.

Asuperaçãodetalcontradição,comvistaacolocarestecon-juntodeactividadesestratégicasaoserviçoefectivododesenvol-vimentodaeconomianacional,podeconseguir-seporviadeumaforteintervençãodoEstadoportuguês,designadamenteatravésdenacionalizações(democráticasedefinitivas,paradistingui-lasdasquesedestinamtransitoriamenteasocializarosprejuízosdosmonopólios,atéquevoltemadarlucros).

5.7—PolíticadeapoioàsMPME

SãoasMPMEquesofrem,simultaneamente,oembatedacon-corrênciainternacionalnosmercadosinternoeexterno,ospreçosdemonopóliodeváriosfactoresdeproduçãoestratégicos,oapertodosgrandesgruposdedistribuiçãonacionaiseainsuficiênciaediscriminaçãodosapoiospúblicosnacionaisecomunitários,par-ticularmentenoqueconcerneàsmicroepequenasempresas.

Estetipodeempresas,especialmenteasmicroepequenas,apre-sentagrandesinsuficiênciasnaorganizaçãoegestão,naestruturafinanceiraenopotencialhumano,apardeumainsuficientedimen-sãomédia,oqueasinferiorizarelativamenteàsempresasdosmes-

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Éporissoquealutadosutentesedaspopulaçõescontraadegradaçãodosserviçospúblicosétambémumalutacontraaexploraçãodotrabalho,convergentecomalutageraldostraba-lhadoresqueenfrentaabertamenteocapital.

5.6—Factoresemeiosdeprodução

Emboraalaboraçãonaagricultura,nasilvicultura,naspescas,nasindústriasextractivaetransformadoraenaconstruçãocivilsejasemprecondicionadapelaenvolventepolítica,económica,financeira,cultural,social,institucionaleambientaldasempresas,existemcondicionantesque,mesmoemsituaçõesdecrescimentoeconómico,afectam,porvezesmuitonegativamente,aactividadedestasunidadesdaesferaprodutiva.

Ossectoresdeactividadequemaiscondicionamacompe-titividadedasempresasprodutivas,particularmentedasmicro,pequenasemédiasempresas,sejanomercadointerno,sejanosmercadosinternacionais,sãoosfornecedoresdefactores(benseserviços)deproduçãoestratégicos,comoosistemafinanceiro,bancaeseguros,osdiversossubsistemasenergéticos,electricidade,gásnaturalecombustíveislíquidos,astelecomunicações,osdiver-sossubsistemasdetransporteeasinfra-estruturaslogísticas.

Noutraperspectiva,adoescoamentodaprodução,deveacrescentar-se,enquantofactordeestrangulamentodasMPME,agrandedistribuição.

Contrariamenteàleituraneoliberal,enviesadapelasuaestreitaperspectivadeclasse,queenfatiza,naquiloquedesignaporcustosdecontexto,osdireitosdostrabalhadoreseofuncionamentodaadministraçãopública,sobressaidarealidadequeosverdadeirosecríticoscustosdecontextoparaasempresasprodutivassãoosrelacionadoscomosfactoresemeiosdeproduçãodisponibilizadospelossectoresatrásmencionados.

Partemuitoimportantedessessectoressãoverdadeirosmono-póliosnaturais,enquantooutros,pelasuaestruturaempresarial,constituemefectivosoligopólios.Oprocessodeprivatizaçõestransformou-osemimportantesnúcleosdoprocessodeacumula-

çãoecentralizaçãodecapital,levadoacabopelograndecapitalnacionalemíntimaassociaçãocomocapitalestrangeiro.Acumula-çãoconseguidadesignadamentecomapráticadepreçosdemono-pólio,preçosdescarregadosemcimadasfamíliasedasempresasprodutivas,queaindaporcimaenfrentamquotidianamenteaferozconcorrênciaestrangeira.

EmPortugal,ocaráctermonopolistademuitasdasactividadesdeterminantesnofornecimentodefactoresdeprodução,bemcomoosapoiosdosgovernosedassuasagênciasespecializadasaosmonopólios,impedemobjectivamenteaatenuaçãoeporventuraresoluçãodoproblemadoselevados«custosdecontexto»dasempresasprodutivas.

Defacto,ocorreumacontradiçãoinsanávelentreointeressedodesenvolvimentodaeconomianacionaleointeressedosgran-desaccionistas,muitasdasvezesestrangeiros,destasempresas,sobretudonabanca,seguros,energiaetelecomunicações.

Asuperaçãodetalcontradição,comvistaacolocarestecon-juntodeactividadesestratégicasaoserviçoefectivododesenvol-vimentodaeconomianacional,podeconseguir-seporviadeumaforteintervençãodoEstadoportuguês,designadamenteatravésdenacionalizações(democráticasedefinitivas,paradistingui-lasdasquesedestinamtransitoriamenteasocializarosprejuízosdosmonopólios,atéquevoltemadarlucros).

5.7—PolíticadeapoioàsMPME

SãoasMPMEquesofrem,simultaneamente,oembatedacon-corrênciainternacionalnosmercadosinternoeexterno,ospreçosdemonopóliodeváriosfactoresdeproduçãoestratégicos,oapertodosgrandesgruposdedistribuiçãonacionaiseainsuficiênciaediscriminaçãodosapoiospúblicosnacionaisecomunitários,par-ticularmentenoqueconcerneàsmicroepequenasempresas.

Estetipodeempresas,especialmenteasmicroepequenas,apre-sentagrandesinsuficiênciasnaorganizaçãoegestão,naestruturafinanceiraenopotencialhumano,apardeumainsuficientedimen-sãomédia,oqueasinferiorizarelativamenteàsempresasdosmes-

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mosescalõesdimensionaisdospaísesmaisdesenvolvidosdaUEesetraduzemproblemasdeprodutividadeecompetitividade.

Aspotencialidadesquetambémapresentam,decorrentesdaflexibilidadeeadaptabilidadeàsmudançasdeconjunturaeconó-micaedaalteraçãodeparadigmastecnológicosedemercados,queintroduzemnotecidoprodutivo,nãobastamparasuperarfragilida-des,insuficiênciaseapequenadimensãodeescala,nomeadamenteasuaenormedependênciaestruturaleestratégicadasgrandesempresasedocapitalmultinacional,paraosquaistrabalhamemregimedesubcontrataçãoesoboutrasformasmaisoumenosin-formais.Refira-se,atítulodeexemplos,adependênciadecentenasdePMEdovestuáriodeumsógrandegrupo(Inditex)ouaenormesegmentaçãodacadeiadevalornaconstruçãocivil,comdezenasdeempresasdependentesdealgunspoucosgrandesgrupos.

Contudo,tememergidonosúltimosanosumnúmerocadavezmaiordeempresas,sejaemáreastradicionais,sejaemáreasmaismodernas,queapresentamelevadospadrõesdeinovação,investigação,produtividadeecompetitividade,mesmoemmer-cadosinternacionaisdeelevadaconcorrência.Trata-seaindadeilhas,emboranalgunssectoresjácomrelevância,cujosefeitosdedemonstraçãoederéplicarelativamenteamuitasdasoutrasempresasdeveseracompanhadoeacarinhadoaescalascadavezmais maiores.

ÉnecessárioqueoEstadointervenhaparaauxiliarasMPMEasuperarassuasdificuldadesintrínsecas,nomeadamenteapoiandoasuamodernizaçãotecnológicaeorganizacional,parapôrfimaosabusosdasuadependênciaeconómica,nomeadamentegarantindo- -lhesoacessoaomercadopúblicoebeneficiando-asnocréditoeinvestimentopúblicos,massobretudoparacontrariarosufoco eapredaçãodequesãoalvodosgrandesmonopólios,nacionaiseestrangeiros.Anacionalizaçãodosectorenergéticoefinanceiro,acompanhadadeumapolíticadediscriminaçãopositivadasMPME,contribuindoparalhesdiminuiroscustosdosfactoresdeprodução,constituiriaparaestasempresasumenormebalãodeoxigénio. Demodogeral,cadapassodadonalutacontraopoderdosmonopó-liosenoreforçodeumreconstituídoerenovadosectorempresarialdoEstadoéumpassodadonaprotecçãoeauxílioàsMPME.

CapítuloVIResumodeorientaçõesemedidas

Semoutrapreocupaçãodoqueadereunir,apresentam-seportemasumconjuntodeorientaçõesemedidasrelevantes,sejamdecarácterestruturante(demédioelongoprazo),sejamdeapli-caçãoquaseimediata,abordadasoumencionadasnoscapítulosprecedentes.

Umapolíticaalternativaparaoaumentodaproduçãonacionaleodesenvolvimentoeconómicorequer:

No domínio do planeamento económico

•Lançamentoeimplementaçãoacurtoprazodeumplanoeconómico,dandoplenocumprimentoaopreceitoconstitu-cional(alíneae)doartigo80.oeartigo90.o da Constituição daRepública),querelanceopapeldinamizadordoEstadonasactividadeseconómicas,especialmentenaesferapro-dutiva.•Traduçãodoplaneamentoeconómicoemobjectivoscon-cretosdeaumentodaproduçãoereduçãodadependênciaexternanossectoresprodutivos,eemprogramasdeapoiotecnológico,financeiroedegestão,especialmenteàsMPMEecooperativas.

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mosescalõesdimensionaisdospaísesmaisdesenvolvidosdaUEesetraduzemproblemasdeprodutividadeecompetitividade.

Aspotencialidadesquetambémapresentam,decorrentesdaflexibilidadeeadaptabilidadeàsmudançasdeconjunturaeconó-micaedaalteraçãodeparadigmastecnológicosedemercados,queintroduzemnotecidoprodutivo,nãobastamparasuperarfragilida-des,insuficiênciaseapequenadimensãodeescala,nomeadamenteasuaenormedependênciaestruturaleestratégicadasgrandesempresasedocapitalmultinacional,paraosquaistrabalhamemregimedesubcontrataçãoesoboutrasformasmaisoumenosin-formais.Refira-se,atítulodeexemplos,adependênciadecentenasdePMEdovestuáriodeumsógrandegrupo(Inditex)ouaenormesegmentaçãodacadeiadevalornaconstruçãocivil,comdezenasdeempresasdependentesdealgunspoucosgrandesgrupos.

Contudo,tememergidonosúltimosanosumnúmerocadavezmaiordeempresas,sejaemáreastradicionais,sejaemáreasmaismodernas,queapresentamelevadospadrõesdeinovação,investigação,produtividadeecompetitividade,mesmoemmer-cadosinternacionaisdeelevadaconcorrência.Trata-seaindadeilhas,emboranalgunssectoresjácomrelevância,cujosefeitosdedemonstraçãoederéplicarelativamenteamuitasdasoutrasempresasdeveseracompanhadoeacarinhadoaescalascadavezmais maiores.

ÉnecessárioqueoEstadointervenhaparaauxiliarasMPMEasuperarassuasdificuldadesintrínsecas,nomeadamenteapoiandoasuamodernizaçãotecnológicaeorganizacional,parapôrfimaosabusosdasuadependênciaeconómica,nomeadamentegarantindo- -lhesoacessoaomercadopúblicoebeneficiando-asnocréditoeinvestimentopúblicos,massobretudoparacontrariarosufoco eapredaçãodequesãoalvodosgrandesmonopólios,nacionaiseestrangeiros.Anacionalizaçãodosectorenergéticoefinanceiro,acompanhadadeumapolíticadediscriminaçãopositivadasMPME,contribuindoparalhesdiminuiroscustosdosfactoresdeprodução,constituiriaparaestasempresasumenormebalãodeoxigénio. Demodogeral,cadapassodadonalutacontraopoderdosmonopó-liosenoreforçodeumreconstituídoerenovadosectorempresarialdoEstadoéumpassodadonaprotecçãoeauxílioàsMPME.

CapítuloVIResumodeorientaçõesemedidas

Semoutrapreocupaçãodoqueadereunir,apresentam-seportemasumconjuntodeorientaçõesemedidasrelevantes,sejamdecarácterestruturante(demédioelongoprazo),sejamdeapli-caçãoquaseimediata,abordadasoumencionadasnoscapítulosprecedentes.

Umapolíticaalternativaparaoaumentodaproduçãonacionaleodesenvolvimentoeconómicorequer:

No domínio do planeamento económico

•Lançamentoeimplementaçãoacurtoprazodeumplanoeconómico,dandoplenocumprimentoaopreceitoconstitu-cional(alíneae)doartigo80.oeartigo90.o da Constituição daRepública),querelanceopapeldinamizadordoEstadonasactividadeseconómicas,especialmentenaesferapro-dutiva.•Traduçãodoplaneamentoeconómicoemobjectivoscon-cretosdeaumentodaproduçãoereduçãodadependênciaexternanossectoresprodutivos,eemprogramasdeapoiotecnológico,financeiroedegestão,especialmenteàsMPMEecooperativas.

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Nopapelda administração pública

•IntervençãodinamizadoradoEstadonaagricultura,pescas,indústriaextractivaetransformadoraeproduçãoenergética,atravésdoplaneamentoedareorganizaçãodaadministraçãopública.•Coordenaçãosectorial,definiçãodepolíticas,estabeleci-mentoecontrolodeobjectivosparaasdiferentesesferasprodutivas.•Dotaçãodemeioshumanos,técnicosefinanceirosadequa-dosàdinamizaçãodaactividadeeconómica.•Apoioàsempresas,especialmenteàsMPME,eàscoope-

rativas.•Valorizaçãodostrabalhadores,dosseusdireitoseremune-rações,promoçãodamotivaçãoeincentivoàparticipaçãodostrabalhadoresdoEstado,designadamentedosseusqua-drostécnicos,naconcretizaçãodosobjectivosdaspolíticaspúblicas.

Nadefesadaprodução nacional

•Concepçãoeconcretizaçãodeumprogramapúblicodeapoioàproduçãonacionaldeprodutosimportados,quecon-temple,entreoutrasmedidasdedefesadomercadointerno,oaccionamentodecláusulasdesalvaguardadelimitaçãodasimportações.•CriaçãodeumGabineteDinamizadordaProduçãoNacionalparaosNovosProjectos,parafomentaregeriraincorpo-raçãodeprodutosdaindústriatransformadoranacionalnodesenvolvimentodosgrandesprojectoseoutrosempreendi-mentos,nodomíniodotransporteferroviário,daproduçãoenergética,dasinfra-estruturaslogísticas,naproduçãoindustrial.•IntervençãodoEstadonacorrecçãodaspráticasdeaprovi-sionamentodasgrandessuperfícies,objectivamentecontraaproduçãonacional.

•Promoçãodepolíticasquevalorizemanecessidadedein-corporarnosprojectosenoscadernosdeencargosprodutosecomponentesdefabriconacional.

Para aumentar a produção

•Aproveitamentodosrecursosnaturais,designadamentedomar,rios,estuáriosealbufeiras(pesqueiros,minerais,biológicos,energéticos),dosolo(agrícolaseflorestais),dosubsolo(minerais,rochasornamentaiseindustriais,águas)eenergéticos.•Máximoaproveitamentodosefeitosmultiplicadoresdasfileirasprodutivasemquehajapotencialidadeseexperiênciacapazesdeproduziremefeitosacurtoprazo,designada-mentenossectoresagroalimentar,mineiro,florestaledaindústrianaval.•Adequação,atravésdaintervençãodaCaixaGeraldeDe-pósitos,deumapolíticadecréditoedefinanciamentoàsnecessidadesdaprodução.•Reduçãodoscustosenergéticosedascomunicações,de-signadamenteatravésdafixaçãodepreçosmáximosnoscombustíveis,electricidadeegásnatural.•Racionalizaçãoefiscalizaçãodoscircuitosdedistribuiçãoecomercialização,defendendoprodutoreseconsumi- doresdocontrolodospreçospelosagentesintermediá-rios.•Reestruturaçãodarededetransportes,comaadopçãodeumplanonacionaldetransporteselogísticaqueintegreotransportedepassageirosedemercadorias.•Valorizaçãoeinvestimentonoensinopúblico,visandoamelhoriadasqualificaçõescientíficasetécnicasdapopu-lação.•Aprofundamentodasligaçõesentreoensinosuperioreaesferaprodutiva,emsectorescomoabiotecnologiaeindús-triafarmacêutica,asindústriaselectrónicas,asindústriasdeequipamentosparaaproduçãoenergética,asdosnovosmateriais, entre outras.

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Nopapelda administração pública

•IntervençãodinamizadoradoEstadonaagricultura,pescas,indústriaextractivaetransformadoraeproduçãoenergética,atravésdoplaneamentoedareorganizaçãodaadministraçãopública.•Coordenaçãosectorial,definiçãodepolíticas,estabeleci-mentoecontrolodeobjectivosparaasdiferentesesferasprodutivas.•Dotaçãodemeioshumanos,técnicosefinanceirosadequa-dosàdinamizaçãodaactividadeeconómica.•Apoioàsempresas,especialmenteàsMPME,eàscoope-

rativas.•Valorizaçãodostrabalhadores,dosseusdireitoseremune-rações,promoçãodamotivaçãoeincentivoàparticipaçãodostrabalhadoresdoEstado,designadamentedosseusqua-drostécnicos,naconcretizaçãodosobjectivosdaspolíticaspúblicas.

Nadefesadaprodução nacional

•Concepçãoeconcretizaçãodeumprogramapúblicodeapoioàproduçãonacionaldeprodutosimportados,quecon-temple,entreoutrasmedidasdedefesadomercadointerno,oaccionamentodecláusulasdesalvaguardadelimitaçãodasimportações.•CriaçãodeumGabineteDinamizadordaProduçãoNacionalparaosNovosProjectos,parafomentaregeriraincorpo-raçãodeprodutosdaindústriatransformadoranacionalnodesenvolvimentodosgrandesprojectoseoutrosempreendi-mentos,nodomíniodotransporteferroviário,daproduçãoenergética,dasinfra-estruturaslogísticas,naproduçãoindustrial.•IntervençãodoEstadonacorrecçãodaspráticasdeaprovi-sionamentodasgrandessuperfícies,objectivamentecontraaproduçãonacional.

•Promoçãodepolíticasquevalorizemanecessidadedein-corporarnosprojectosenoscadernosdeencargosprodutosecomponentesdefabriconacional.

Para aumentar a produção

•Aproveitamentodosrecursosnaturais,designadamentedomar,rios,estuáriosealbufeiras(pesqueiros,minerais,biológicos,energéticos),dosolo(agrícolaseflorestais),dosubsolo(minerais,rochasornamentaiseindustriais,águas)eenergéticos.•Máximoaproveitamentodosefeitosmultiplicadoresdasfileirasprodutivasemquehajapotencialidadeseexperiênciacapazesdeproduziremefeitosacurtoprazo,designada-mentenossectoresagroalimentar,mineiro,florestaledaindústrianaval.•Adequação,atravésdaintervençãodaCaixaGeraldeDe-pósitos,deumapolíticadecréditoedefinanciamentoàsnecessidadesdaprodução.•Reduçãodoscustosenergéticosedascomunicações,de-signadamenteatravésdafixaçãodepreçosmáximosnoscombustíveis,electricidadeegásnatural.•Racionalizaçãoefiscalizaçãodoscircuitosdedistribuiçãoecomercialização,defendendoprodutoreseconsumi- doresdocontrolodospreçospelosagentesintermediá-rios.•Reestruturaçãodarededetransportes,comaadopçãodeumplanonacionaldetransporteselogísticaqueintegreotransportedepassageirosedemercadorias.•Valorizaçãoeinvestimentonoensinopúblico,visandoamelhoriadasqualificaçõescientíficasetécnicasdapopu-lação.•Aprofundamentodasligaçõesentreoensinosuperioreaesferaprodutiva,emsectorescomoabiotecnologiaeindús-triafarmacêutica,asindústriaselectrónicas,asindústriasdeequipamentosparaaproduçãoenergética,asdosnovosmateriais, entre outras.

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•Medidaspúblicasparaacolocaçãodediplomadosdesem-pregadosousubempregados(especialmentedeengenharia,gestão,economia,gestãoderecursoshumanos)nossectoresprodutivos,sobretudonasMPME.•Promoçãodeencomendasediscriminaçãopositivadocré-ditoeinvestimentopúblicoàsMPME.•Gestãopúblicadasgrandesinfra-estruturasdetransportesnacionais,incluindoosgrandesportos.•Criaçãodeumaempresapúblicadetransportemarítimodemercadorias,relançamentodeumafrotanacionaldes-tesnaviosedinamizaçãodeescolasespecializadasparaamarinhamercante.•Aumentodossalários,comumaprogressãodamédiasalarialclaramenteacimadainflaçãoedosaláriomínimonacional visando os 600€ em 2013.

No desenvolvimento da agricultura

•Defesaereforçodaregulamentaçãoquegarantaodireitoaproduzir,comoasquotasleiteiraseosdireitosdeplantionovinho.•Recuperaçãoereforçodasquotasdeproduçãodebeterrabasacarina,comvistaaassegurarumabastecimentode25%do consumo nacional.•Reforçodosprogramasdeapoioedesenvolvimentodasraçasautóctonesnacionais.•ReavaliaçãodomodeloseguidoereformulaçãodoPRO-DERaoserviçodaspequenasemédiasexplorações.•Apoioàactividadedasexploraçõesdemenordimensãoefavorecimentodocooperativismoedoassociativismo.•Criaçãodelinhasdecréditobonificadoalongoprazo deauxílioaodesendividamentodasexploraçõesagríco-las.•Revitalizaçãodosmercadoslocaisparaavendadirectadosprodutores.•Favorecimentodadistribuiçãodasproduçõesnacionaisparaoscentrosurbanosegrandessuperfíciescomerciaise

imposiçãoàgrandedistribuiçãodemínimoslegaisdevendadecertasproduçõesnacionais.•Privilégiodasproduçõesnacionaisnoaprovisionamentodealimentosdaadministraçãopública(comocantinasehospitais).•Conclusãodasobrasemcursodoregadioemodernizaçãodosregadiostradicionais.•Garantiadepreçosdaáguanoregadioacessíveisaospeque-nosemédiosagricultores.•AproveitamentointegraldoAlquevaerespectivasinfra-estruturasedeoutrosperímetrosderega.•ConclusãodasobrasdoBaixoMondegoedoBaixoVouga.•Apoioàconstruçãoerequalificaçãodasredespúblicasecooperativasdeinfra-estruturasajusantedaproduçãoagro-pecuária.•Prioridadeàinvestigaçãoeexperimentação,revitalizaçãodosserviçosdeextensãorural.•Apoioàinstalaçãodejovensagricultores.Travagemdoen-

cerramento de serviços da administração, escolas ou centros desaúde,naszonasrurais.•Apoio,paragarantirviabilidadeedesenvolvimento,aomovimentocooperativo.

No desenvolvimento da silvicultura

•Criaçãodeumplanonacionaldeflorestação,aconcretizarem10anos,comreordenamentoemelhorutilizaçãodafloresta,quetenhaematençãoaspectoseconómicos,am-bientais e os interesses das comunidades locais.•Simplificaçãodalegislaçãoflorestal,melhorandoaarticu-laçãoentreosorganismospúblicoscomresponsabilidadesno sector.•Realizaçãodocadastroflorestal(eactualizaçãodocadastrodapropriedaderústica).•Promoçãodoinvestimentodospequenosemédiosproprie-táriosnafloresta,incrementandoacomparticipaçãonesseinvestimento.

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•Medidaspúblicasparaacolocaçãodediplomadosdesem-pregadosousubempregados(especialmentedeengenharia,gestão,economia,gestãoderecursoshumanos)nossectoresprodutivos,sobretudonasMPME.•Promoçãodeencomendasediscriminaçãopositivadocré-ditoeinvestimentopúblicoàsMPME.•Gestãopúblicadasgrandesinfra-estruturasdetransportesnacionais,incluindoosgrandesportos.•Criaçãodeumaempresapúblicadetransportemarítimodemercadorias,relançamentodeumafrotanacionaldes-tesnaviosedinamizaçãodeescolasespecializadasparaamarinhamercante.•Aumentodossalários,comumaprogressãodamédiasalarialclaramenteacimadainflaçãoedosaláriomínimonacional visando os 600€ em 2013.

No desenvolvimento da agricultura

•Defesaereforçodaregulamentaçãoquegarantaodireitoaproduzir,comoasquotasleiteiraseosdireitosdeplantionovinho.•Recuperaçãoereforçodasquotasdeproduçãodebeterrabasacarina,comvistaaassegurarumabastecimentode25%do consumo nacional.•Reforçodosprogramasdeapoioedesenvolvimentodasraçasautóctonesnacionais.•ReavaliaçãodomodeloseguidoereformulaçãodoPRO-DERaoserviçodaspequenasemédiasexplorações.•Apoioàactividadedasexploraçõesdemenordimensãoefavorecimentodocooperativismoedoassociativismo.•Criaçãodelinhasdecréditobonificadoalongoprazo deauxílioaodesendividamentodasexploraçõesagríco-las.•Revitalizaçãodosmercadoslocaisparaavendadirectadosprodutores.•Favorecimentodadistribuiçãodasproduçõesnacionaisparaoscentrosurbanosegrandessuperfíciescomerciaise

imposiçãoàgrandedistribuiçãodemínimoslegaisdevendadecertasproduçõesnacionais.•Privilégiodasproduçõesnacionaisnoaprovisionamentodealimentosdaadministraçãopública(comocantinasehospitais).•Conclusãodasobrasemcursodoregadioemodernizaçãodosregadiostradicionais.•Garantiadepreçosdaáguanoregadioacessíveisaospeque-nosemédiosagricultores.•AproveitamentointegraldoAlquevaerespectivasinfra-estruturasedeoutrosperímetrosderega.•ConclusãodasobrasdoBaixoMondegoedoBaixoVouga.•Apoioàconstruçãoerequalificaçãodasredespúblicasecooperativasdeinfra-estruturasajusantedaproduçãoagro-pecuária.•Prioridadeàinvestigaçãoeexperimentação,revitalizaçãodosserviçosdeextensãorural.•Apoioàinstalaçãodejovensagricultores.Travagemdoen-

cerramento de serviços da administração, escolas ou centros desaúde,naszonasrurais.•Apoio,paragarantirviabilidadeedesenvolvimento,aomovimentocooperativo.

No desenvolvimento da silvicultura

•Criaçãodeumplanonacionaldeflorestação,aconcretizarem10anos,comreordenamentoemelhorutilizaçãodafloresta,quetenhaematençãoaspectoseconómicos,am-bientais e os interesses das comunidades locais.•Simplificaçãodalegislaçãoflorestal,melhorandoaarticu-laçãoentreosorganismospúblicoscomresponsabilidadesno sector.•Realizaçãodocadastroflorestal(eactualizaçãodocadastrodapropriedaderústica).•Promoçãodoinvestimentodospequenosemédiosproprie-táriosnafloresta,incrementandoacomparticipaçãonesseinvestimento.

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•Recuperaçãodaproduçãoflorestaldelenhodequalidade.•Prevençãodeincêndiosevigilânciadafloresta,emarti-culaçãocomasorganizaçõesdeprodutoresflorestaiseosconcelhosdirectivosdosbaldios.•Planodeintervençãourgentedecombateàsdoençasepragas,comoonemátododopinheiroeatintadocastanheiro.•Instalaçãodascentraisdebiomassajáprevistas,compos-

sível reestruturação da rede e modelo.•Promoçãodaindústriaquímicaligadaàsresinas,aprovei-tamentodasespéciessilvestresparaaproduçãodeessên-cias,condimentos,produtosfarmacêuticosecosméticos.

No desenvolvimento das pescas

•Estabelecimentodeprogramadedinamizaçãodaspescasnacionais,comreduçãodopreçodefactoresdeproduçãoemelhoriadascadeiasdecomercialização.•Accionamentodeprogramaespecíficodeapoioàpequenapesca.•Incentivoàrenovaçãodasfrotasdepesca.•Alargamentodoacessoacustoreduzidoemtodosostiposdecombustíveisatodosossegmentosdafrota.•Promoçãodavalorizaçãodopescadonaprimeiravenda.•Desenvolvimentodaaquacultura.•Apoioàindústriaconserveiraeaoconsumodeconservasportuguesas.•Valorizaçãodaactividadedospescadores,melhorandoascondiçõesremuneratóriasedesegurançadasuaactividade.

No desenvolvimento das indústrias extractivas

•Reversãododomíniodocapitalprivado,particularmenteestrangeiro,comassunçãodeposiçõesdominantesnapes-quisa,exploraçãoeprimeirastransformaçõesemterritórionacionaldoferro,cobre,zinco,chumbo,estanho,urânio,petróleo,gásnatural,carvão,ouro,prata,lítio,tungsténio,entre outros.

•Aproveitamentointegraldosrecursos,começandopelosdemelhorescondiçõesdeexploraçãoerendibilidadesocial,fornecendoàindústriaeexportandoprodutosomaisela-boradospossível.•Reanimação,reorientaçãoefortalecimentodaEDM—EmpresadeDesenvolvimentoMineiro.•ReconstituiçãodaEmpresaNacionaldeUrânio(ENU).•DinamizaçãodaexploraçãomineiraedainstalaçãodeconcentraçãodeminériosdemetaisbásicosemAljus- trel.

No desenvolvimento da indústria transformadora

•AssunçãopeloEstadodeposiçõesdeterminantesemindús-triasbásicas,comoasiderurgiaealgumasmetalurgiasnãoferrosas(cobre),eemindústriasestratégicas,comoanaval(grandesemédiosestaleiros)easmetalo,electromecânicaseelectrónicasdeproduçãodematerialdetransportesobrecarrisoudeequipamentosparaaproduçãodeelectrici-dade. •Estruturaçãodenúcleosdeintegraçãovertical,baseadosnosrecursosnaturaisnacionais,desdeasindústriasextractivasàsprimeirastransformações(comoasiderurgia,metalurgiae cimenteira).•Ampliaçãodapetroquímica,daproduçãodeolefinase

aromáticos.•Recriaçãodeumsectordeadubos.•Recuperaçãodeposiçõespúblicasnapropriedadeegestãodaindústriadepastadepapelepapel.•IntervençãopúblicanaEMEFenaex-Sorefame,recupe-raçãodaproduçãonacionaldematerialdetransportesobrecarris(comboios,metropolitanos,eléctricos).•IntervençãodoEstadoparaassegurararetomaoupromoçãodaproduçãodevidroplano,deamoníaco,deexplosivosindustriais,degrandesestruturasmetálicas,equipamentosdemovimentaçãoeelevaçãodegrandescargas,entreoutrasproduções.

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•Recuperaçãodaproduçãoflorestaldelenhodequalidade.•Prevençãodeincêndiosevigilânciadafloresta,emarti-culaçãocomasorganizaçõesdeprodutoresflorestaiseosconcelhosdirectivosdosbaldios.•Planodeintervençãourgentedecombateàsdoençasepragas,comoonemátododopinheiroeatintadocastanheiro.•Instalaçãodascentraisdebiomassajáprevistas,compos-

sível reestruturação da rede e modelo.•Promoçãodaindústriaquímicaligadaàsresinas,aprovei-tamentodasespéciessilvestresparaaproduçãodeessên-cias,condimentos,produtosfarmacêuticosecosméticos.

No desenvolvimento das pescas

•Estabelecimentodeprogramadedinamizaçãodaspescasnacionais,comreduçãodopreçodefactoresdeproduçãoemelhoriadascadeiasdecomercialização.•Accionamentodeprogramaespecíficodeapoioàpequenapesca.•Incentivoàrenovaçãodasfrotasdepesca.•Alargamentodoacessoacustoreduzidoemtodosostiposdecombustíveisatodosossegmentosdafrota.•Promoçãodavalorizaçãodopescadonaprimeiravenda.•Desenvolvimentodaaquacultura.•Apoioàindústriaconserveiraeaoconsumodeconservasportuguesas.•Valorizaçãodaactividadedospescadores,melhorandoascondiçõesremuneratóriasedesegurançadasuaactividade.

No desenvolvimento das indústrias extractivas

•Reversãododomíniodocapitalprivado,particularmenteestrangeiro,comassunçãodeposiçõesdominantesnapes-quisa,exploraçãoeprimeirastransformaçõesemterritórionacionaldoferro,cobre,zinco,chumbo,estanho,urânio,petróleo,gásnatural,carvão,ouro,prata,lítio,tungsténio,entre outros.

•Aproveitamentointegraldosrecursos,começandopelosdemelhorescondiçõesdeexploraçãoerendibilidadesocial,fornecendoàindústriaeexportandoprodutosomaisela-boradospossível.•Reanimação,reorientaçãoefortalecimentodaEDM—EmpresadeDesenvolvimentoMineiro.•ReconstituiçãodaEmpresaNacionaldeUrânio(ENU).•DinamizaçãodaexploraçãomineiraedainstalaçãodeconcentraçãodeminériosdemetaisbásicosemAljus- trel.

No desenvolvimento da indústria transformadora

•AssunçãopeloEstadodeposiçõesdeterminantesemindús-triasbásicas,comoasiderurgiaealgumasmetalurgiasnãoferrosas(cobre),eemindústriasestratégicas,comoanaval(grandesemédiosestaleiros)easmetalo,electromecânicaseelectrónicasdeproduçãodematerialdetransportesobrecarrisoudeequipamentosparaaproduçãodeelectrici-dade. •Estruturaçãodenúcleosdeintegraçãovertical,baseadosnosrecursosnaturaisnacionais,desdeasindústriasextractivasàsprimeirastransformações(comoasiderurgia,metalurgiae cimenteira).•Ampliaçãodapetroquímica,daproduçãodeolefinase

aromáticos.•Recriaçãodeumsectordeadubos.•Recuperaçãodeposiçõespúblicasnapropriedadeegestãodaindústriadepastadepapelepapel.•IntervençãopúblicanaEMEFenaex-Sorefame,recupe-raçãodaproduçãonacionaldematerialdetransportesobrecarris(comboios,metropolitanos,eléctricos).•IntervençãodoEstadoparaassegurararetomaoupromoçãodaproduçãodevidroplano,deamoníaco,deexplosivosindustriais,degrandesestruturasmetálicas,equipamentosdemovimentaçãoeelevaçãodegrandescargas,entreoutrasproduções.

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•Adensamentodamalhaindustrial,particularmentenosclustersmaiscompetitivosereconhecidosinternacional-mente.•Apoioàsindústriasdereciclagem,paracorresponderàsnecessidadesdeprotecçãodoambienteedapoupançaderecursos.•Apoioàreabilitaçãourbanaeàpoupançaenergéticaaníveldosedifícios,nomeadamenteàproduçãonacionaldejanelastermicamenteeficientes.•Dinamizaçãodaproduçãodeequipamentosnaáreaener-gética.•Alargamentodabasenacionaldaindústriadecomponentesparaautomóvel.•Protecçãoedesenvolvimentodasindústriasaeronáuticaeaeroespacial.•Criaçãodeumlaboratórionacionalpúblicodemedicamen-tos,visandoasubstituiçãodeimportaçõeseadiminuiçãodoscustosparaoEstado.

Especificamenterelacionadascoma indústria alimentar

•Produçãodemáquinasealfaias,aproveitandoascapacida-desdametalomecânica,deequipamentosparaacriaçãodeanimaiseparaaindústriadelacticínios.•Consideraçãourgenteeestudodaproduçãodemáquinasagrícolasmaiscomplexas.•Produçãoderaçõesealimentosparaanimais,aproveitandoosrecursosnacionais,incluindodapesca.•Produçãodeadubos,insecticidaseherbicidas.•Realizaçãoouincentivodeinfra-estruturasnaagricultura,comoestradas,irrigação,barragenshidroagrícolas,arma-zénseinstalaçõesdecriaçãodeanimais,enaspescas,comoconstruçãoereparaçãodeembarcações,aprestosnavais.•Desenvolvimentoregionaldaproduçãodealimentosebebi-das,visandoacriaçãodecomplexosagroindustriais.

Adefesadaproduçãoedoaparelhoprodutivonacional,quefazpartedopatrimóniodeintervençãoelutadoPCPaolongodedécadas,éumanecessidadeincontornáveleinadiávelpararespon-deraosproblemasestruturaiscomqueopaíssedefronta.Nãohásaídaparaosproblemasdocrescimentoeconómico,doemprego,doordenamentodoterritório,doendividamentoexternoemesmodasfinançaspúblicassemumapolíticaqueinvertadeformasus-tentadaorumodedestruiçãodabaseprodutivadopaís.

Opaísnãopodeviversemproduçãodebenstransaccionáveis.Porqueapopulaçãoprecisadealimentar-se,vestir-se,alojar-se,deslocar-se,detodoumconjuntodemeiosdevida,queassegu-ramasuasubsistência,asuaocupaçãoeoseubem-estar,quesãoprodutodasactividadesagrícolas(edaspescas)oudasactivida-desindustriais(extractivaetransformadora,incluindotambémaproduçãodeenergia).

Seaproduçãodopaísnãoésuficiente,paraasseguraraexis-tênciaouoníveldevidaalmejadoparaasuapopulação,osbensnecessáriostêmqueserimportados,istoé,temqueserecorreràproduçãoestrangeira.Masentãoénecessárioforneceralgoemtroca,pagá-los.Aproduçãodeserviçoseocomérciointernoentreosresidentesnãoresolvem,exactamenteporquesãointernos,anecessidadedascontrapartidasaofereceraoexterior.Ocomérciocomoestrangeiropressupõeteralgoqueselhepossavender. Avendadeserviçosaoestrangeiro,tem,porumlado,alimitação

CapítuloVIITextodeencerramento

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•Adensamentodamalhaindustrial,particularmentenosclustersmaiscompetitivosereconhecidosinternacional-mente.•Apoioàsindústriasdereciclagem,paracorresponderàsnecessidadesdeprotecçãodoambienteedapoupançaderecursos.•Apoioàreabilitaçãourbanaeàpoupançaenergéticaaníveldosedifícios,nomeadamenteàproduçãonacionaldejanelastermicamenteeficientes.•Dinamizaçãodaproduçãodeequipamentosnaáreaener-gética.•Alargamentodabasenacionaldaindústriadecomponentesparaautomóvel.•Protecçãoedesenvolvimentodasindústriasaeronáuticaeaeroespacial.•Criaçãodeumlaboratórionacionalpúblicodemedicamen-tos,visandoasubstituiçãodeimportaçõeseadiminuiçãodoscustosparaoEstado.

Especificamenterelacionadascoma indústria alimentar

•Produçãodemáquinasealfaias,aproveitandoascapacida-desdametalomecânica,deequipamentosparaacriaçãodeanimaiseparaaindústriadelacticínios.•Consideraçãourgenteeestudodaproduçãodemáquinasagrícolasmaiscomplexas.•Produçãoderaçõesealimentosparaanimais,aproveitandoosrecursosnacionais,incluindodapesca.•Produçãodeadubos,insecticidaseherbicidas.•Realizaçãoouincentivodeinfra-estruturasnaagricultura,comoestradas,irrigação,barragenshidroagrícolas,arma-zénseinstalaçõesdecriaçãodeanimais,enaspescas,comoconstruçãoereparaçãodeembarcações,aprestosnavais.•Desenvolvimentoregionaldaproduçãodealimentosebebi-das,visandoacriaçãodecomplexosagroindustriais.

Adefesadaproduçãoedoaparelhoprodutivonacional,quefazpartedopatrimóniodeintervençãoelutadoPCPaolongodedécadas,éumanecessidadeincontornáveleinadiávelpararespon-deraosproblemasestruturaiscomqueopaíssedefronta.Nãohásaídaparaosproblemasdocrescimentoeconómico,doemprego,doordenamentodoterritório,doendividamentoexternoemesmodasfinançaspúblicassemumapolíticaqueinvertadeformasus-tentadaorumodedestruiçãodabaseprodutivadopaís.

Opaísnãopodeviversemproduçãodebenstransaccionáveis.Porqueapopulaçãoprecisadealimentar-se,vestir-se,alojar-se,deslocar-se,detodoumconjuntodemeiosdevida,queassegu-ramasuasubsistência,asuaocupaçãoeoseubem-estar,quesãoprodutodasactividadesagrícolas(edaspescas)oudasactivida-desindustriais(extractivaetransformadora,incluindotambémaproduçãodeenergia).

Seaproduçãodopaísnãoésuficiente,paraasseguraraexis-tênciaouoníveldevidaalmejadoparaasuapopulação,osbensnecessáriostêmqueserimportados,istoé,temqueserecorreràproduçãoestrangeira.Masentãoénecessárioforneceralgoemtroca,pagá-los.Aproduçãodeserviçoseocomérciointernoentreosresidentesnãoresolvem,exactamenteporquesãointernos,anecessidadedascontrapartidasaofereceraoexterior.Ocomérciocomoestrangeiropressupõeteralgoqueselhepossavender. Avendadeserviçosaoestrangeiro,tem,porumlado,alimitação

CapítuloVIITextodeencerramento

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característicadeboapartedassuasactividades,quediferentementedosbenstransaccionáveisexigemapresençafísicadaquelesaquemoserviçoéprestado,ou,poroutro,especificidadesnacio-nais(comoalíngua)eumadimensãoquetornaminverosímilquesuscitasseumaprocuraexternaquepudessecompensaroqueseteriadeimportar.

Écertoqueoturismo(comoexemplodeserviçosvendidosaoestrangeiro)podecontrabalançarparcialmente,comofazactual-mente,odéficecomercialdopaís.Maspormuitoquesepossadesenvolver,eédesejávelqueissosuceda,temalimitaçãodoscus-tosdetransportes,acadavezmaiorconcorrênciadeoutrosdestinosturísticosaliciantesnomundoe,comumadeficienteproduçãodebensnacionais,acontrariedadedeexigirmaisimportações.

Écertoqueasremessasdosemigrantesportuguesestambémcompensamemparteoqueseadquirenoexterior.Masamenosqueaemigraçãoesvaziasseemgrandemedidaopaís,enquantofossemmaisoscádentrodoqueossaídosláparafora,dificilmenteche-gariam.Alémdequemuitadadiásporaportuguesaenvelheceu,sereformaráevoltaráouseintegrou,comosdescendentes,nospaísesqueosacolheram;emambososcasosasremessasdiminuem.

Éevidentequeopaísnãopodeviversó,oufundamentalmente,doturismoedasremessasdosquepartiram.Ocrescimentodoturismoedasremessasdosemigrantessãoincertosetêmlimitesestreitos.

Nãoháalternativa.Opaísprecisadeproduzir.Eprecisadeproduzirmaisbenstransaccionáveis,emqueprogrediupouco,seatrasoueperdeumuito.

Noentanto,aproduçãodaagriculturaeindústriaportuguesasé,comparativamenteàdeoutrospaíses,emesmoàmédiadoes-paçoeconómicoemqueopaísseinsere,bastantemenoseficiente. Asproduçõesportuguesastêmdificuldadeemcompetirnoestran-geiroenoprópriomercadointernoportuguês.Esseéumdosgrandesmotivosporqueaagriculturaepescasestagnarameaindústriaserefugiouemproduçõesdefracaintensidadetecnoló-gicabaseadasnamão-de-obramalpaga.

Aprodutividadeéumaquestãocentral.Portugalprecisaur-gentementedeaumentaraprodutividadedassuasproduções(bem

como,evidentemente,asuaqualidadeediversidade).Masissoéimpossívelsemumfortíssimoinvestimentonamodernizaçãotecnológica(alémdoinvestimentonarecuperaçãoelançamentodenovasproduçõeseindústrias).Especialmenteemsituaçãodeestagnaçãoerecessãoprolongadas,massobretudopelohistóricodassuasactuações,nãoéexpectávelqueesteinvestimento,pelomenosnosvolumesrequeridos,partadainiciativadosgruposeconómicosefinanceirosedosbancosprivados,nacionaisouestrangeiros.Oexemplo,oimpulso,oestímulo,osuporteeumapartesignificativadoesforço,nofinanciamentoenocréditoaofinanciamento,têmquevirdoEstado(comimportantepapeldaCaixaGeraldeDepósitos)edeummelhoraproveitamentodosfundoscomunitários.Qualqueratrasonestaorientação,nomeada-menteapretextodapoupançadadespesaparaequilibrarascontaspúblicas,pagar-se-áduramentemaisàfrente,acomeçardesdelogopeloagravamentodosprópriosdesequilíbriosfinanceiros

Aindamaisimportante.Abuscadomáximodelucrosemmer-cadoscadavezmaisglobalizadosporpartedosgruposmonopolis-tasportugueseseestrangeiros,comexcepçõesquedevemsertidasemconta,cujoinvestimentofogedaindústria(edaagricultura),quesedesfazemdeunidadesprodutivasedeixamdescapitalizadasaquelasdequenãoseconseguemdesfazer,quepelasuaactuação,podereinfluênciaprejudicamoexercíciodaactividadeprodutiva(quecriariqueza)embenefíciodasactividadesfinanceiraseespe-culativas(queseapropriamdariqueza),exigequeoEstadotomefundamentalmenteaseucargo,emtermosdepropriedadeegestão,algunssectoresestratégicosparaaestruturaçãodaproduçãoedaeconomianacionais,acomeçarpelanacionalizaçãodefinitivadossectoresfinanceiroeenergético,equenumprocessoponderadomasdeterminado,atravésdanacionalização,danegociaçãooudoinvestimento,assumaprogressivamenteumafortepresençapúblicanaproduçãoindustrialdopaís.

Masoinvestimento,sobretudonolançamentodenovosprojec-tos,eaconstituiçãodefortesnúcleosindustriaispúblicosdemoramadarfrutoseaconcorrênciadasexportaçõesestrangeiras,inclusi-vamentenonossoprópriomercadointerno,nãoespera.Énecessá-rioaadopçãodemedidasexcepcionais,nomeadamenteforçando

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característicadeboapartedassuasactividades,quediferentementedosbenstransaccionáveisexigemapresençafísicadaquelesaquemoserviçoéprestado,ou,poroutro,especificidadesnacio-nais(comoalíngua)eumadimensãoquetornaminverosímilquesuscitasseumaprocuraexternaquepudessecompensaroqueseteriadeimportar.

Écertoqueoturismo(comoexemplodeserviçosvendidosaoestrangeiro)podecontrabalançarparcialmente,comofazactual-mente,odéficecomercialdopaís.Maspormuitoquesepossadesenvolver,eédesejávelqueissosuceda,temalimitaçãodoscus-tosdetransportes,acadavezmaiorconcorrênciadeoutrosdestinosturísticosaliciantesnomundoe,comumadeficienteproduçãodebensnacionais,acontrariedadedeexigirmaisimportações.

Écertoqueasremessasdosemigrantesportuguesestambémcompensamemparteoqueseadquirenoexterior.Masamenosqueaemigraçãoesvaziasseemgrandemedidaopaís,enquantofossemmaisoscádentrodoqueossaídosláparafora,dificilmenteche-gariam.Alémdequemuitadadiásporaportuguesaenvelheceu,sereformaráevoltaráouseintegrou,comosdescendentes,nospaísesqueosacolheram;emambososcasosasremessasdiminuem.

Éevidentequeopaísnãopodeviversó,oufundamentalmente,doturismoedasremessasdosquepartiram.Ocrescimentodoturismoedasremessasdosemigrantessãoincertosetêmlimitesestreitos.

Nãoháalternativa.Opaísprecisadeproduzir.Eprecisadeproduzirmaisbenstransaccionáveis,emqueprogrediupouco,seatrasoueperdeumuito.

Noentanto,aproduçãodaagriculturaeindústriaportuguesasé,comparativamenteàdeoutrospaíses,emesmoàmédiadoes-paçoeconómicoemqueopaísseinsere,bastantemenoseficiente. Asproduçõesportuguesastêmdificuldadeemcompetirnoestran-geiroenoprópriomercadointernoportuguês.Esseéumdosgrandesmotivosporqueaagriculturaepescasestagnarameaindústriaserefugiouemproduçõesdefracaintensidadetecnoló-gicabaseadasnamão-de-obramalpaga.

Aprodutividadeéumaquestãocentral.Portugalprecisaur-gentementedeaumentaraprodutividadedassuasproduções(bem

como,evidentemente,asuaqualidadeediversidade).Masissoéimpossívelsemumfortíssimoinvestimentonamodernizaçãotecnológica(alémdoinvestimentonarecuperaçãoelançamentodenovasproduçõeseindústrias).Especialmenteemsituaçãodeestagnaçãoerecessãoprolongadas,massobretudopelohistóricodassuasactuações,nãoéexpectávelqueesteinvestimento,pelomenosnosvolumesrequeridos,partadainiciativadosgruposeconómicosefinanceirosedosbancosprivados,nacionaisouestrangeiros.Oexemplo,oimpulso,oestímulo,osuporteeumapartesignificativadoesforço,nofinanciamentoenocréditoaofinanciamento,têmquevirdoEstado(comimportantepapeldaCaixaGeraldeDepósitos)edeummelhoraproveitamentodosfundoscomunitários.Qualqueratrasonestaorientação,nomeada-menteapretextodapoupançadadespesaparaequilibrarascontaspúblicas,pagar-se-áduramentemaisàfrente,acomeçardesdelogopeloagravamentodosprópriosdesequilíbriosfinanceiros

Aindamaisimportante.Abuscadomáximodelucrosemmer-cadoscadavezmaisglobalizadosporpartedosgruposmonopolis-tasportugueseseestrangeiros,comexcepçõesquedevemsertidasemconta,cujoinvestimentofogedaindústria(edaagricultura),quesedesfazemdeunidadesprodutivasedeixamdescapitalizadasaquelasdequenãoseconseguemdesfazer,quepelasuaactuação,podereinfluênciaprejudicamoexercíciodaactividadeprodutiva(quecriariqueza)embenefíciodasactividadesfinanceiraseespe-culativas(queseapropriamdariqueza),exigequeoEstadotomefundamentalmenteaseucargo,emtermosdepropriedadeegestão,algunssectoresestratégicosparaaestruturaçãodaproduçãoedaeconomianacionais,acomeçarpelanacionalizaçãodefinitivadossectoresfinanceiroeenergético,equenumprocessoponderadomasdeterminado,atravésdanacionalização,danegociaçãooudoinvestimento,assumaprogressivamenteumafortepresençapúblicanaproduçãoindustrialdopaís.

Masoinvestimento,sobretudonolançamentodenovosprojec-tos,eaconstituiçãodefortesnúcleosindustriaispúblicosdemoramadarfrutoseaconcorrênciadasexportaçõesestrangeiras,inclusi-vamentenonossoprópriomercadointerno,nãoespera.Énecessá-rioaadopçãodemedidasexcepcionais,nomeadamenteforçando

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aolimitetodososmecanismospermitidospeloenquadramentocomunitário,para,dealgumamaneira,conseguirdefenderosprocessosdemodernizaçãoeosnasciturosindustriais,queprevi-sivelmenteabortariamnumaconcorrênciaaberta,edeslealporquedesproporcionada,comasagressivasproduçõesestrangeiras.Pormaioriaderazão,devemsercombatidasenãopodemseraceitesamaiordesregulamentaçãodaproduçãoeamaiorliberalizaçãodocomércioexternoeinternodaUE.

Aadopçãodemedidas,transitóriaseselectivas,dedefesadoprocessodemodernizaçãoediversificaçãodaproduçãodebensimpulsionadopeloEstadopodeserinvocadacomoumarepara-çãoparcialdosestragoscausadospelainserçãodescontroladaedesvantajosadePortugalnaUE.Masalibertaçãodetodasaspotencialidadesdedesenvolvimentoexige,maisgeralmente,umarupturacomoprocessodeintegraçãosubordinadaedependente,comocoletedeforçasdaEuropacapitalistaealutaporumaoutraEuropa,deestadossoberanos,depazecooperação,aoserviçodostrabalhadores,dospovosedodesenvolvimentoharmoniosodocontinente,emvezdosgrandesmonopóliosedasgrandespotências.

Oagravamentodacrisedocapitalismoexpôsmaisclaramenteafragilidadedotecidoprodutivoportuguês.Ospersistentesdéficescomerciaisfazem-sesentiragoranobrutalendividamentoexternoenaincapacidade,mesmoaceitandopagarotributoàagiotageminternacional,definanciaronormal(masdistorcido)funciona-mento da vida nacional.

Nãohásoluçãoparaesteproblemasematacarfrontalmenteacausaprimordialdeasimportaçõesdebensexcederemsistemati-camenteasexportações.Nãohásoluçãosemaumentaraproduçãonacional.Enãoapenasparaaumentarasexportações,comodefen-deumacertalinhadepensamentoligadaàsambiçõeseconómicasdealgunsgrupos,quenofundoemvezdepôrasexportaçõesaserviremopaísgostariamdepôropaísaservirassuasexportações.Aumentaraproduçãotambémparareduzirasimportações:emvezde,comosucedeuduranteanos,asimportaçõessubstituíremaproduçãonacional,temqueseragoraaproduçãonacionalasubstituirasimportações.

Osdéficesindustrialealimentarexternospodemseratacadosdeprontoaumentandoautilizaçãodacapacidadeinstaladanasfábricasedaterradesaproveitadanaagricultura.Areduçãododéficetecnológico,queexigeasuperaçãodegrandesatrasoseoinvestimentoinovador,emnovasáreas,incluindonaeducação,for-maçãoeinvestigação,naturalmentemorosas,serámaisdemorada,maspodeserconseguidapaulatinamente.Amaiorpreocupaçãonoimediatoenospróximostemposéodéficeenergético,dedi-fícilresolução,dadaagrandeinsuficiênciadasfontesenergéticasexploradasnopaís.

Porconstrangimentosfísicosligadosàprogressivaescassezderecursonãorenovável,aofertadepetróleodeixoudepoderacompanharaprocuramundial,estandoadiferençaasercobertaactualmentepelosinventárioscomerciais,queelevamospreçosàmedidaqueseesvaziam.Atéumnovoafloramentodacrise,quereduzaglobalmenteaprocura,estacontinuará,comirregularidadesdeconjuntura,afazersubirospreços,tornando-seinsustentávelparapaíses,comoPortugal,deelevadadependênciaenergética,sobretudodopetróleo.

Aaceleraçãodautilizaçãodegásnatural(maislongedoseupicohistórico),daproduçãodeenergiasrenováveis,comdestaqueparaahídricaeeólica,doaumentodaeficiênciaenergéticadopaísedaracionalizaçãodoconsumoenergético(senecessáriocomoracionamentodosderivadosdopetróleo)temacurtajaneladeoportunidade,depoucosanos,deaproduçãomundialaindanãoterdeclinadoeoconsumopermanecerrelativamentecontidopelacriselatente.ArecuperaçãodaGALPedaEDPparaodomíniopú-blicoeamanutençãodaRENnodomíniopúblicoéumaalavancaessencialparaatravessarcommenosdanosostemposconturbadosqueseavizinham.

Paraasempresasproduzireméprecisoquevendamou,vistopelooutrolado,quelhescomprem.Masparaissoénecessárioqueapopulaçãotenhameiosdeofazer.Aelevaçãodopoderdecompradostrabalhadoresedaspopulações,sobretudoasmaiscarenciadas,queconsumirãorelativamentemaisdaproduçãonacional,éumacondiçãobásicaparacombaterapobrezapersistente,defenderemelhorarosníveisdevida,corrigirinjustiçasedesigualdades,mas

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aolimitetodososmecanismospermitidospeloenquadramentocomunitário,para,dealgumamaneira,conseguirdefenderosprocessosdemodernizaçãoeosnasciturosindustriais,queprevi-sivelmenteabortariamnumaconcorrênciaaberta,edeslealporquedesproporcionada,comasagressivasproduçõesestrangeiras.Pormaioriaderazão,devemsercombatidasenãopodemseraceitesamaiordesregulamentaçãodaproduçãoeamaiorliberalizaçãodocomércioexternoeinternodaUE.

Aadopçãodemedidas,transitóriaseselectivas,dedefesadoprocessodemodernizaçãoediversificaçãodaproduçãodebensimpulsionadopeloEstadopodeserinvocadacomoumarepara-çãoparcialdosestragoscausadospelainserçãodescontroladaedesvantajosadePortugalnaUE.Masalibertaçãodetodasaspotencialidadesdedesenvolvimentoexige,maisgeralmente,umarupturacomoprocessodeintegraçãosubordinadaedependente,comocoletedeforçasdaEuropacapitalistaealutaporumaoutraEuropa,deestadossoberanos,depazecooperação,aoserviçodostrabalhadores,dospovosedodesenvolvimentoharmoniosodocontinente,emvezdosgrandesmonopóliosedasgrandespotências.

Oagravamentodacrisedocapitalismoexpôsmaisclaramenteafragilidadedotecidoprodutivoportuguês.Ospersistentesdéficescomerciaisfazem-sesentiragoranobrutalendividamentoexternoenaincapacidade,mesmoaceitandopagarotributoàagiotageminternacional,definanciaronormal(masdistorcido)funciona-mento da vida nacional.

Nãohásoluçãoparaesteproblemasematacarfrontalmenteacausaprimordialdeasimportaçõesdebensexcederemsistemati-camenteasexportações.Nãohásoluçãosemaumentaraproduçãonacional.Enãoapenasparaaumentarasexportações,comodefen-deumacertalinhadepensamentoligadaàsambiçõeseconómicasdealgunsgrupos,quenofundoemvezdepôrasexportaçõesaserviremopaísgostariamdepôropaísaservirassuasexportações.Aumentaraproduçãotambémparareduzirasimportações:emvezde,comosucedeuduranteanos,asimportaçõessubstituíremaproduçãonacional,temqueseragoraaproduçãonacionalasubstituirasimportações.

Osdéficesindustrialealimentarexternospodemseratacadosdeprontoaumentandoautilizaçãodacapacidadeinstaladanasfábricasedaterradesaproveitadanaagricultura.Areduçãododéficetecnológico,queexigeasuperaçãodegrandesatrasoseoinvestimentoinovador,emnovasáreas,incluindonaeducação,for-maçãoeinvestigação,naturalmentemorosas,serámaisdemorada,maspodeserconseguidapaulatinamente.Amaiorpreocupaçãonoimediatoenospróximostemposéodéficeenergético,dedi-fícilresolução,dadaagrandeinsuficiênciadasfontesenergéticasexploradasnopaís.

Porconstrangimentosfísicosligadosàprogressivaescassezderecursonãorenovável,aofertadepetróleodeixoudepoderacompanharaprocuramundial,estandoadiferençaasercobertaactualmentepelosinventárioscomerciais,queelevamospreçosàmedidaqueseesvaziam.Atéumnovoafloramentodacrise,quereduzaglobalmenteaprocura,estacontinuará,comirregularidadesdeconjuntura,afazersubirospreços,tornando-seinsustentávelparapaíses,comoPortugal,deelevadadependênciaenergética,sobretudodopetróleo.

Aaceleraçãodautilizaçãodegásnatural(maislongedoseupicohistórico),daproduçãodeenergiasrenováveis,comdestaqueparaahídricaeeólica,doaumentodaeficiênciaenergéticadopaísedaracionalizaçãodoconsumoenergético(senecessáriocomoracionamentodosderivadosdopetróleo)temacurtajaneladeoportunidade,depoucosanos,deaproduçãomundialaindanãoterdeclinadoeoconsumopermanecerrelativamentecontidopelacriselatente.ArecuperaçãodaGALPedaEDPparaodomíniopú-blicoeamanutençãodaRENnodomíniopúblicoéumaalavancaessencialparaatravessarcommenosdanosostemposconturbadosqueseavizinham.

Paraasempresasproduzireméprecisoquevendamou,vistopelooutrolado,quelhescomprem.Masparaissoénecessárioqueapopulaçãotenhameiosdeofazer.Aelevaçãodopoderdecompradostrabalhadoresedaspopulações,sobretudoasmaiscarenciadas,queconsumirãorelativamentemaisdaproduçãonacional,éumacondiçãobásicaparacombaterapobrezapersistente,defenderemelhorarosníveisdevida,corrigirinjustiçasedesigualdades,mas

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tambémumacondiçãoimediatanecessáriaparasalvarnumerosaspequenasemédiasempresas,paratravararecessãoeempreenderocaminhodevoltaaocrescimentoeconómico.Oaumentodosaláriomínimoemvezderefreadodeveseracelerado(talcomoasbaixaspensões).

VaiemsentidocontrárioapolíticadoFMI,doBancoCentralEuropeuedaUniãoEuropeia,trazidosaopaíspelamãodoPS,doPSDedoCDS/PP.Oobjectivodesaneamentodasfinançasecorrecçãosustentadadosdesequilíbriosexternosdificilmenteserá alcançado com esta intervenção. diversamente da anterior intervençãodoFMIemPortugal(Outubrode1983),opaísnãotemmoedaprópriaquepossasernacionalmenteemitidaoudesva-lorizada;nãotemumbancocentralquepossafinanciaraactividadeeadívidadoEstado;nãotemummercadointernominimamenteresguardado;nãocontacomumarecuperaçãoeconómicacertanospaísesparaondeexporta;nãovêospreçosdopetróleoabaixar;temmontantesdasdívidasexternaepúblicamaisincomportá-veis;defronta-secomumacompetiçãomaisagressivanassuasexportações;enfrentaumaespeculaçãofinanceirainternacionalincomparavelmentemaisdesenvolvidaeexacerbada;deixoudeterumsectorempresarialpúblicoquesustenhaoempregoeaactividadeeconómica;etemasoberaniaerespectivamargemdemanobramuitomaismanietada.Asituaçãodopaísestámuitomaisfragilizada,nãoéassemelhávelàdaúltimaintervençãodoFMIeosexemplosdasdesgraças,gregaeirlandesa,aíestão,aolado,paramostrá-lo.

Oquesimécerto,absolutamentecerto,éque,anãosertravadaestaingerêncianavidadopaíseestaverdadeiraagressãoaopovoportuguês,haverámaisrecessão,maisexploração,maiscortesnosrendimentosdostrabalhadores,dosreformados,dosdesem-pregadosedasfamílias,maisdificuldades,maisinsegurança,maispobreza.Sãoosmonopólios,enãoopovoportuguês,quemdeveriapagaracrise.Masfoiparaevitá-loquePS,PSDeCDSseconcertarameimpuseramavindadoFMI,doBCEedaUE.

Portugaleomundovivemumagigantescacrisesistémicaque,deformamaisescondidaoumaisaberta,duraráaindavá-riosanos.Tornou-secorrenteafirmarqueosperíodosdecrise

comportamgrandesperigosmastambémgrandesoportunidades. Aimpossibilidadedecontinuarcomodantesimpõeanecessidade,eaagudizaçãodasdificuldadesimpõeapremência,degrandesalteraçõesnaorganizaçãoefuncionamentodasociedade.Cabeàsforçasprogressistasaproveitaraconsciênciadestainevitabilidadeparareunirforçasocialepolíticacapazdegolpearprofundamenteopoderdosmonopólios,derrotarapolíticadedireitaedeabdi-caçãonacionalaoseuserviço,derrotarasintervençõesexternasqueospoupamebeneficiam,efixarumnovorumoparaavidadopaís(edomundo).

ÉpossívelPortugalminorarosefeitosdestacrise,épossívelpassarsemdescarrilarestacurvaapertadadasuahistória,produ-zindomaisemelhor,aproveitandointegralmenteosseusrecur-sosnaturaisehumanos,racionalizandoaactividadeeconómica,investindonossectoresprodutivos,massobretudocontandocomamobilização,aenergiaeacriatividadedoseupovo,capazdeafrontaresuperarconstrangimentosebloqueios,deromperdepen-dênciasesubordinações,deconcretizarumapolíticadedefesadosinteressesnacionais,voltadaparaasatisfaçãodasnecessidadesdostrabalhadoresedaspopulações,paraaresoluçãodosproblemasdopaís.

OconjuntodeiniciativaseintervençõesqueoPCPlevoupordianteaolongodacampanhaPortugalaProduzir—daqualresultaestetexto—foiumcontributoparaaafirmaçãodadefesadaprodu-çãonacionalcomoumeixoestruturantedapolíticapatrióticaedeesquerdaquepropõeaostrabalhadoreseaopovoportuguês.UmapolíticacujaconcretizaçãoreclamaumaurgenterupturaemudançacomapolíticadedesastrenacionalequeseinserenocaminhodeumademocraciaavançadaedosocialismoparaPortugal.

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tambémumacondiçãoimediatanecessáriaparasalvarnumerosaspequenasemédiasempresas,paratravararecessãoeempreenderocaminhodevoltaaocrescimentoeconómico.Oaumentodosaláriomínimoemvezderefreadodeveseracelerado(talcomoasbaixaspensões).

VaiemsentidocontrárioapolíticadoFMI,doBancoCentralEuropeuedaUniãoEuropeia,trazidosaopaíspelamãodoPS,doPSDedoCDS/PP.Oobjectivodesaneamentodasfinançasecorrecçãosustentadadosdesequilíbriosexternosdificilmenteserá alcançado com esta intervenção. diversamente da anterior intervençãodoFMIemPortugal(Outubrode1983),opaísnãotemmoedaprópriaquepossasernacionalmenteemitidaoudesva-lorizada;nãotemumbancocentralquepossafinanciaraactividadeeadívidadoEstado;nãotemummercadointernominimamenteresguardado;nãocontacomumarecuperaçãoeconómicacertanospaísesparaondeexporta;nãovêospreçosdopetróleoabaixar;temmontantesdasdívidasexternaepúblicamaisincomportá-veis;defronta-secomumacompetiçãomaisagressivanassuasexportações;enfrentaumaespeculaçãofinanceirainternacionalincomparavelmentemaisdesenvolvidaeexacerbada;deixoudeterumsectorempresarialpúblicoquesustenhaoempregoeaactividadeeconómica;etemasoberaniaerespectivamargemdemanobramuitomaismanietada.Asituaçãodopaísestámuitomaisfragilizada,nãoéassemelhávelàdaúltimaintervençãodoFMIeosexemplosdasdesgraças,gregaeirlandesa,aíestão,aolado,paramostrá-lo.

Oquesimécerto,absolutamentecerto,éque,anãosertravadaestaingerêncianavidadopaíseestaverdadeiraagressãoaopovoportuguês,haverámaisrecessão,maisexploração,maiscortesnosrendimentosdostrabalhadores,dosreformados,dosdesem-pregadosedasfamílias,maisdificuldades,maisinsegurança,maispobreza.Sãoosmonopólios,enãoopovoportuguês,quemdeveriapagaracrise.Masfoiparaevitá-loquePS,PSDeCDSseconcertarameimpuseramavindadoFMI,doBCEedaUE.

Portugaleomundovivemumagigantescacrisesistémicaque,deformamaisescondidaoumaisaberta,duraráaindavá-riosanos.Tornou-secorrenteafirmarqueosperíodosdecrise

comportamgrandesperigosmastambémgrandesoportunidades. Aimpossibilidadedecontinuarcomodantesimpõeanecessidade,eaagudizaçãodasdificuldadesimpõeapremência,degrandesalteraçõesnaorganizaçãoefuncionamentodasociedade.Cabeàsforçasprogressistasaproveitaraconsciênciadestainevitabilidadeparareunirforçasocialepolíticacapazdegolpearprofundamenteopoderdosmonopólios,derrotarapolíticadedireitaedeabdi-caçãonacionalaoseuserviço,derrotarasintervençõesexternasqueospoupamebeneficiam,efixarumnovorumoparaavidadopaís(edomundo).

ÉpossívelPortugalminorarosefeitosdestacrise,épossívelpassarsemdescarrilarestacurvaapertadadasuahistória,produ-zindomaisemelhor,aproveitandointegralmenteosseusrecur-sosnaturaisehumanos,racionalizandoaactividadeeconómica,investindonossectoresprodutivos,massobretudocontandocomamobilização,aenergiaeacriatividadedoseupovo,capazdeafrontaresuperarconstrangimentosebloqueios,deromperdepen-dênciasesubordinações,deconcretizarumapolíticadedefesadosinteressesnacionais,voltadaparaasatisfaçãodasnecessidadesdostrabalhadoresedaspopulações,paraaresoluçãodosproblemasdopaís.

OconjuntodeiniciativaseintervençõesqueoPCPlevoupordianteaolongodacampanhaPortugalaProduzir—daqualresultaestetexto—foiumcontributoparaaafirmaçãodadefesadaprodu-çãonacionalcomoumeixoestruturantedapolíticapatrióticaedeesquerdaquepropõeaostrabalhadoreseaopovoportuguês.UmapolíticacujaconcretizaçãoreclamaumaurgenterupturaemudançacomapolíticadedesastrenacionalequeseinserenocaminhodeumademocraciaavançadaedosocialismoparaPortugal.

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1—Opaísestáconfrontadocomumadasmaisgravescrisesdasúltimasdécadas.Apersistêncianumapolíticavinculadaaosinteressesdosgruposeconómicosefinanceiros,deabdicaçãodosinteressesnacionais,dedesaproveitamentodosseusrecursosepotencialidadesestá,nãosónaorigemdosgravíssimosproblemasqueopaísenfrenta—estagnaçãoerecessãoeconómica,aumentodadívidaexternaedadependência,desempregoedéficesestrutu-rais(alimentar;energético;industrial;tecnológico)—comoéumfactordeagravamentodaactualsituaçãoedecondicionamentodofuturodopaís.

Ocontextodeaprofundamentodacrisedocapitalismo,queétambémacrisedosprincípioseorientaçõesepráticasdosrespon-sáveispormaisde30anosdepolíticadedireita,pôsemevidênciaasconsequênciasdeumapolíticadeconstanteataqueaosdireitosdostrabalhadoresecontráriaaosinteressesnacionais.Umapolíticaque,liquidandoimportantesconquistasdeAbrileemconfrontocomaConstituiçãodaRepública,constituiumcrimepremeditadocontraosinteressesfundamentaisdopaísedopovoportuguês.Umapolíticaqueaoserviçodograndecapitalevoluntariamentesubme-tidaaditamesdaUniãoEuropeia—cujanaturezaeorientaçõescolidecomosinteressesnacionais—conduziuaoagravamentodaexploraçãodostrabalhadores,aassinaláveisquebrasnaproduçãonacional,aodesmantelamentoeliquidaçãodeimportantessectoresindustriais,àsemprecrescentesubstituiçãodaproduçãonacional

ApresentaçãodaCampanhaNacionaldoPCPemdefesadaproduçãonacionaledoaparelho

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1—Opaísestáconfrontadocomumadasmaisgravescrisesdasúltimasdécadas.Apersistêncianumapolíticavinculadaaosinteressesdosgruposeconómicosefinanceiros,deabdicaçãodosinteressesnacionais,dedesaproveitamentodosseusrecursosepotencialidadesestá,nãosónaorigemdosgravíssimosproblemasqueopaísenfrenta—estagnaçãoerecessãoeconómica,aumentodadívidaexternaedadependência,desempregoedéficesestrutu-rais(alimentar;energético;industrial;tecnológico)—comoéumfactordeagravamentodaactualsituaçãoedecondicionamentodofuturodopaís.

Ocontextodeaprofundamentodacrisedocapitalismo,queétambémacrisedosprincípioseorientaçõesepráticasdosrespon-sáveispormaisde30anosdepolíticadedireita,pôsemevidênciaasconsequênciasdeumapolíticadeconstanteataqueaosdireitosdostrabalhadoresecontráriaaosinteressesnacionais.Umapolíticaque,liquidandoimportantesconquistasdeAbrileemconfrontocomaConstituiçãodaRepública,constituiumcrimepremeditadocontraosinteressesfundamentaisdopaísedopovoportuguês.Umapolíticaqueaoserviçodograndecapitalevoluntariamentesubme-tidaaditamesdaUniãoEuropeia—cujanaturezaeorientaçõescolidecomosinteressesnacionais—conduziuaoagravamentodaexploraçãodostrabalhadores,aassinaláveisquebrasnaproduçãonacional,aodesmantelamentoeliquidaçãodeimportantessectoresindustriais,àsemprecrescentesubstituiçãodaproduçãonacional

ApresentaçãodaCampanhaNacionaldoPCPemdefesadaproduçãonacionaledoaparelho

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porimportações,aumdesprezopelosproblemasdaeconomiarealemfavordasactividadesfinanceirasespeculativas.

Portugalnãoéumpaíspobre.Opaís,ostrabalhadoreseopovoportuguês,nãoaguentammaisestapolíticadedesastrenacional.Adefesadaproduçãoedoaparelhoprodutivonacionalemergemcomoumaincontornávelrespostaaoactualprocessodedeclínioeconómicoequeéinseparáveldamelhoriadascondiçõesdevidadapopulação,doaumentodossaláriosepensões,doalargamentodosdireitosdostrabalhadores,docombateàprecariedadeeaodesemprego.

ÉnestequadroqueoPCPirárealizarnospróximosmesesumacampanhaemdefesadaproduçãonacionalsobolema—Portugalaproduzir.Umaimportanteiniciativapolítica,destinadaaafirmarovalorestratégicodaproduçãonacionalparaoaproveitamentodetodasaspotencialidadeserecursosdopaís,paraacriaçãodeemprego,paraocombateàdependênciaexterna,paraaafirmaçãode uma via soberana de desenvolvimento.

2—Apretextodo«défice»eagorada«dívidaexterna»tem-sedesenvolvidoumaautênticachantagemsobreostrabalhadoreseopovoportuguêsdestinadaareduzirovalordossalários,encerrareprivatizarserviços,agravaraexploração.

ComooPCPhámuitovemalertando,oproblemacentraldopaísnãoéodéficepúblicoouadívidapúblicacomoPS,PSDeCDSqueremfazercrer,massimadívidaexternaglobal(públicaeprivada)emconsequênciadeumprocessodedesindustrialização,dedegradaçãoedoabandonodoaparelhoprodutivo,dasprivatiza-ções,dodomíniodocapitalestrangeirosobreaeconomianacionaledeumapolíticamonetáriaecambialconduzidapeloBancoCentralEuropeu,altamentepenalizantedasnossasexportaçõeseactividadesprodutivas.

Contrariandoodiscursodominante,mentirasemistificaçõesqueduranteanosforamlançadasparajustificaroabandonodaproduçãonacional,oPCPsempreafirmouquenãosóerapossívelcomoabsolutamentenecessárioinvestirnaproduçãoenoaparelhoprodutivo,comocondiçãoparaadefesadanossasoberania,paraacriaçãodeempregoeodesenvolvimentodopaís.

3—OPCPpropõeaadopçãodeumapolíticadeEstadoemdefesaepromoçãodaproduçãonacionalquecontribuaparacon-cretizarummodelodesubstituiçãodeimportaçõesporproduçãonacional,promovaumprogramadeindustrializaçãodopaís,aproveiteepotencietodososrecursosnacionais,tenhacomoobjectivogarantirasoberaniaalimentar,oplenoempregoeoempregocomdireitos,aposteprioritariamentenadinamizaçãodomercadointernosemdesguarnecerasexportaçõesnumquadrodealargamentoediversificaçãoderelaçõesexternasequetenhacomoeixosessenciais:

•Reforçodoinvestimentopúblicovoltadoparaaindústria,aagriculturaeaspescas,comacriaçãoerecuperaçãodeinfra-estruturasnecessáriasàprodução,àrededetransporteselogística,eacriaçãodenovasempresaseáreasdeinter-vençãopúblicas;•Aproveitamentointegradodetodososrecursosnacionaiscomumapolíticaque,concretizandomedidasdecombateaodesemprego,aotrabalhoprecário,àdesvalorizaçãodossalários,potencieoaproveitamentodomaisimportanterecursonacional—acapacidadecriativaeprodutivademilhõesdetrabalhadorese,simultâneamente,promovaosimportantesrecursosnaturaisdosubsoloeenergéticos,agrí-colaseflorestais,osrecursosdecorrentesdomarassimcomodetodaacapacidadeprodutivaaindainstaladanonossopaís—designadamentenoplanoindustrial—,potenciando- -aeimpedindoasualiquidação.•DefesaereconstituiçãodeumforteedinâmicosectorempresarialdoEstado,recuperandoparaosectorpúblico—porviadenacionalizaçãoounegociaçãoadequada—sectoresbásicoseestratégicosdanossaeconomiadesig-nadamentenabanca,naenergia,nastelecomunicaçõesetransportes.Edinamizandosectoresestratégicosparaavidaeconómicadopaísqueestãohojeouprofundamentefragilizadosousujeitosalógicasfinanceirasdecurtoprazo,nasmãosdecapitalnacionale/ouestrangeiro,oumesmoabandonados;

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porimportações,aumdesprezopelosproblemasdaeconomiarealemfavordasactividadesfinanceirasespeculativas.

Portugalnãoéumpaíspobre.Opaís,ostrabalhadoreseopovoportuguês,nãoaguentammaisestapolíticadedesastrenacional.Adefesadaproduçãoedoaparelhoprodutivonacionalemergemcomoumaincontornávelrespostaaoactualprocessodedeclínioeconómicoequeéinseparáveldamelhoriadascondiçõesdevidadapopulação,doaumentodossaláriosepensões,doalargamentodosdireitosdostrabalhadores,docombateàprecariedadeeaodesemprego.

ÉnestequadroqueoPCPirárealizarnospróximosmesesumacampanhaemdefesadaproduçãonacionalsobolema—Portugalaproduzir.Umaimportanteiniciativapolítica,destinadaaafirmarovalorestratégicodaproduçãonacionalparaoaproveitamentodetodasaspotencialidadeserecursosdopaís,paraacriaçãodeemprego,paraocombateàdependênciaexterna,paraaafirmaçãode uma via soberana de desenvolvimento.

2—Apretextodo«défice»eagorada«dívidaexterna»tem-sedesenvolvidoumaautênticachantagemsobreostrabalhadoreseopovoportuguêsdestinadaareduzirovalordossalários,encerrareprivatizarserviços,agravaraexploração.

ComooPCPhámuitovemalertando,oproblemacentraldopaísnãoéodéficepúblicoouadívidapúblicacomoPS,PSDeCDSqueremfazercrer,massimadívidaexternaglobal(públicaeprivada)emconsequênciadeumprocessodedesindustrialização,dedegradaçãoedoabandonodoaparelhoprodutivo,dasprivatiza-ções,dodomíniodocapitalestrangeirosobreaeconomianacionaledeumapolíticamonetáriaecambialconduzidapeloBancoCentralEuropeu,altamentepenalizantedasnossasexportaçõeseactividadesprodutivas.

Contrariandoodiscursodominante,mentirasemistificaçõesqueduranteanosforamlançadasparajustificaroabandonodaproduçãonacional,oPCPsempreafirmouquenãosóerapossívelcomoabsolutamentenecessárioinvestirnaproduçãoenoaparelhoprodutivo,comocondiçãoparaadefesadanossasoberania,paraacriaçãodeempregoeodesenvolvimentodopaís.

3—OPCPpropõeaadopçãodeumapolíticadeEstadoemdefesaepromoçãodaproduçãonacionalquecontribuaparacon-cretizarummodelodesubstituiçãodeimportaçõesporproduçãonacional,promovaumprogramadeindustrializaçãodopaís,aproveiteepotencietodososrecursosnacionais,tenhacomoobjectivogarantirasoberaniaalimentar,oplenoempregoeoempregocomdireitos,aposteprioritariamentenadinamizaçãodomercadointernosemdesguarnecerasexportaçõesnumquadrodealargamentoediversificaçãoderelaçõesexternasequetenhacomoeixosessenciais:

•Reforçodoinvestimentopúblicovoltadoparaaindústria,aagriculturaeaspescas,comacriaçãoerecuperaçãodeinfra-estruturasnecessáriasàprodução,àrededetransporteselogística,eacriaçãodenovasempresaseáreasdeinter-vençãopúblicas;•Aproveitamentointegradodetodososrecursosnacionaiscomumapolíticaque,concretizandomedidasdecombateaodesemprego,aotrabalhoprecário,àdesvalorizaçãodossalários,potencieoaproveitamentodomaisimportanterecursonacional—acapacidadecriativaeprodutivademilhõesdetrabalhadorese,simultâneamente,promovaosimportantesrecursosnaturaisdosubsoloeenergéticos,agrí-colaseflorestais,osrecursosdecorrentesdomarassimcomodetodaacapacidadeprodutivaaindainstaladanonossopaís—designadamentenoplanoindustrial—,potenciando- -aeimpedindoasualiquidação.•DefesaereconstituiçãodeumforteedinâmicosectorempresarialdoEstado,recuperandoparaosectorpúblico—porviadenacionalizaçãoounegociaçãoadequada—sectoresbásicoseestratégicosdanossaeconomiadesig-nadamentenabanca,naenergia,nastelecomunicaçõesetransportes.Edinamizandosectoresestratégicosparaavidaeconómicadopaísqueestãohojeouprofundamentefragilizadosousujeitosalógicasfinanceirasdecurtoprazo,nasmãosdecapitalnacionale/ouestrangeiro,oumesmoabandonados;

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•Planeamentoeconómico,talcomoaConstituiçãodaRepú-blicaprevêesemoqualnãoserápossívelreestruturarotecidoeconómicodopaís.Planeamentoondeserealizeumaavaliaçãodosrecursoshumanos,dosmeiosdepro-duçãonecessários,dosrecursostecnológicos,dacompo-nenteimportadaedosrecursosfinanceirosnecessáriosaumapolíticadeEstadonadefesaepromoçãodaproduçãonacional.

4—AconcretizaçãodeumapolíticadeEstadoemdefesaepromoçãodaproduçãonacional,pressupõeumconjuntodemedidasconcretasdirigidasacadaumdossectoresdaactividadeeconómica.

Aindústriatransformadoraéabaseinsubstituíveldocres-cimentoeconómicoedodesenvolvimento.Noquadrodeactualprocessodedesindustrialização,foramdesmanteladas,oudimi-nuídasnassuascapacidadesprodutivas,importantesunidadesindustriais,queseriamimprescindíveispararesponderaosprin-cipaisdéficesdopaís.IntegradosnumplanodeindustrializaçãodopaísqueoPCPpropõe,ondeoEstadoassumaumpapeldeter-minanteimpõe-seodesenvolvimentodasindústriassiderúrgicas,metalomecânicas,electromecânicas,eléctricas,químicapesada,reparaçãoeconstruçãonavaledealtatecnologiaassimcomodaindústriaextractiva,dotandoopaísdealavancasfundamentaisparaorelançamentoindustrialdopaís.

Noâmbitodeumaoutrapolíticaparaaagriculturaeomundorural,adefesadaagriculturaedaflorestadeveconstituirumaprioridadedaspolíticaspúblicasquepermitacombaterodéficeagro-alimentar(naordemdos4milmilhõesdeeurosporano),criaremprego,dinamizaraseconomiaslocaiserurais.

Asituaçãoactualreclamamedidasurgentesnoapoioàpro-duçãoeaorendimentodosagricultores,naconcretizaçãodeimportantesobraspúblicasenointegralaproveitamentodeoutrascomooAlqueva,naconcretizaçãodeumPlanoNacionalde(re)Florestação,medidaquetenhamtambémcomoobjectivoacon-cretizaçãodeumanovaReformaAgrárianoscamposdoSulcomaliquidaçãodapropriedadelatifundiáriaearacionalizaçãofundiária

pelolivreassociativismonoNorteeCentrodopaís,respondendoassimàsquestõesdoemprego,dasoberaniaesegurançaalimentardopaís.

Nopolíticadepescascontrariandoatendênciadepersistenteedramáticareduçãodeefectivoseembarcaçõesimpõe-seumincrementoefectivodopescadocapturadoedescarregado,acon-cretizaçãodeinvestimentoseunidadesindustriaispúblicasligadasàexploração,investigaçãoedesenvolvimentodaaquaculturaedasconservaseoefectivoaumentoerenovaçãodasnossasdiferentesfrotasdepesca—longínqua,costeiraeartesanal—associadasaoreforçodainiciativadoEstadoportuguês(sejanoplanodaUEsejanasrelaçõesbilaterais)queassegureodesenvolvimentodeste sector.

5—Nasituaçãodesastrosaemqueseencontraaeconomianacional,peranteosdramáticosproblemassociais,odesemprego,aprecariedadeeosbaixossalários,arespostanãopodeseradacontinuaçãodapolíticadedireita,masadeumarupturacomoactualrumo,deumamudançanavidanacionalqueimponhaumapolíticapatrióticaedeesquerda.

AcampanhaqueoPCPirárealizarduranteospróximosmesessobolema«Portugalaproduzir»destina-seapermitirumamaislargatomadadeconsciênciadequeestevelhoearrastadocaminhoparaodesastreeodeclíniodasactividadesprodutivasnacionaistemdeserurgentementetravadoeque,numaperspectivasólidadedesenvolvimentoeconómicoeprogressosocial,emesmoasoluçãodosactuaisproblemasfinanceiros,sóserápossívelcomumanovapolíticadeapoio,revitalizaçãoemodernizaçãodoaparelhoedotecidoprodutivosnacionais,nasmaisvariadasáreasesectores. «Portugalaproduzir»seráumacampanhaque,apresentandopropostasesoluções,iráaoencontrodetrabalhadores,pequenosprodutores,PME,deinstituiçõeseempresas,ouvindoosseusproblemaseaspirações.

UmacampanhaqueteráinícionaFestadoAvante!comaapresentaçãodeumaimportanteexposiçãonoPavilhãoCentralcomomesmolemaequeteráduranteospróximosseismesesumplanodeacçãovisandodarexpressãopúblicaeinstitucionalaum

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•Planeamentoeconómico,talcomoaConstituiçãodaRepú-blicaprevêesemoqualnãoserápossívelreestruturarotecidoeconómicodopaís.Planeamentoondeserealizeumaavaliaçãodosrecursoshumanos,dosmeiosdepro-duçãonecessários,dosrecursostecnológicos,dacompo-nenteimportadaedosrecursosfinanceirosnecessáriosaumapolíticadeEstadonadefesaepromoçãodaproduçãonacional.

4—AconcretizaçãodeumapolíticadeEstadoemdefesaepromoçãodaproduçãonacional,pressupõeumconjuntodemedidasconcretasdirigidasacadaumdossectoresdaactividadeeconómica.

Aindústriatransformadoraéabaseinsubstituíveldocres-cimentoeconómicoedodesenvolvimento.Noquadrodeactualprocessodedesindustrialização,foramdesmanteladas,oudimi-nuídasnassuascapacidadesprodutivas,importantesunidadesindustriais,queseriamimprescindíveispararesponderaosprin-cipaisdéficesdopaís.IntegradosnumplanodeindustrializaçãodopaísqueoPCPpropõe,ondeoEstadoassumaumpapeldeter-minanteimpõe-seodesenvolvimentodasindústriassiderúrgicas,metalomecânicas,electromecânicas,eléctricas,químicapesada,reparaçãoeconstruçãonavaledealtatecnologiaassimcomodaindústriaextractiva,dotandoopaísdealavancasfundamentaisparaorelançamentoindustrialdopaís.

Noâmbitodeumaoutrapolíticaparaaagriculturaeomundorural,adefesadaagriculturaedaflorestadeveconstituirumaprioridadedaspolíticaspúblicasquepermitacombaterodéficeagro-alimentar(naordemdos4milmilhõesdeeurosporano),criaremprego,dinamizaraseconomiaslocaiserurais.

Asituaçãoactualreclamamedidasurgentesnoapoioàpro-duçãoeaorendimentodosagricultores,naconcretizaçãodeimportantesobraspúblicasenointegralaproveitamentodeoutrascomooAlqueva,naconcretizaçãodeumPlanoNacionalde(re)Florestação,medidaquetenhamtambémcomoobjectivoacon-cretizaçãodeumanovaReformaAgrárianoscamposdoSulcomaliquidaçãodapropriedadelatifundiáriaearacionalizaçãofundiária

pelolivreassociativismonoNorteeCentrodopaís,respondendoassimàsquestõesdoemprego,dasoberaniaesegurançaalimentardopaís.

Nopolíticadepescascontrariandoatendênciadepersistenteedramáticareduçãodeefectivoseembarcaçõesimpõe-seumincrementoefectivodopescadocapturadoedescarregado,acon-cretizaçãodeinvestimentoseunidadesindustriaispúblicasligadasàexploração,investigaçãoedesenvolvimentodaaquaculturaedasconservaseoefectivoaumentoerenovaçãodasnossasdiferentesfrotasdepesca—longínqua,costeiraeartesanal—associadasaoreforçodainiciativadoEstadoportuguês(sejanoplanodaUEsejanasrelaçõesbilaterais)queassegureodesenvolvimentodeste sector.

5—Nasituaçãodesastrosaemqueseencontraaeconomianacional,peranteosdramáticosproblemassociais,odesemprego,aprecariedadeeosbaixossalários,arespostanãopodeseradacontinuaçãodapolíticadedireita,masadeumarupturacomoactualrumo,deumamudançanavidanacionalqueimponhaumapolíticapatrióticaedeesquerda.

AcampanhaqueoPCPirárealizarduranteospróximosmesessobolema«Portugalaproduzir»destina-seapermitirumamaislargatomadadeconsciênciadequeestevelhoearrastadocaminhoparaodesastreeodeclíniodasactividadesprodutivasnacionaistemdeserurgentementetravadoeque,numaperspectivasólidadedesenvolvimentoeconómicoeprogressosocial,emesmoasoluçãodosactuaisproblemasfinanceiros,sóserápossívelcomumanovapolíticadeapoio,revitalizaçãoemodernizaçãodoaparelhoedotecidoprodutivosnacionais,nasmaisvariadasáreasesectores. «Portugalaproduzir»seráumacampanhaque,apresentandopropostasesoluções,iráaoencontrodetrabalhadores,pequenosprodutores,PME,deinstituiçõeseempresas,ouvindoosseusproblemaseaspirações.

UmacampanhaqueteráinícionaFestadoAvante!comaapresentaçãodeumaimportanteexposiçãonoPavilhãoCentralcomomesmolemaequeteráduranteospróximosseismesesumplanodeacçãovisandodarexpressãopúblicaeinstitucionalaum

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programademedidasque,sejadopontodevistasectorial,sejadopontodevistalocalouregional,dinamizemoaparelhoprodutivoeafirmemumoutrorumoparaopaís.

Umacampanhaquefalarádosproblemasconcretosdavidanacional,longedasinsignificantesquerelascomquePS,PSDeCDS,procuramiludiraactualsituação,maspróximadopaíspro-fundo,darealidadeconcretacomqueestamosconfrontados.

«Portugalaproduzir»éassimadefiniçãodeumrumoinversoaodapolíticadedireitaque,correspondendoàslegítimasaspira-çõesdostrabalhadoresedopovoportuguêsaumavidamelhor,seafirmacomoumagrandepropostadoPCPparaopresenteeofuturodePortugal.

Ameco,Annualmacro-economicdatabase,quadroGross value added at 2000 prices: industry excluding building and construction,datadaúltimaactua-lização29-11-2010.

AnuárioEstatístico–Portugal–ContinenteAçoreseMadeira,1979,INE.AnuárioEstatísticodePortugal2009,INE,edição2010.AssociaçãoPortuguesadeCortiça,artigoO Montadonorespectivosite,acedido

em2011,www.apcor.pt/artigo/271.htm.

Bloomberg,valordasobrigaçõesdetesouroportuguesasadois,três,cincoedezanos:http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT2YR:IND#chart,http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT3YR:IND#chart,http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT5YR:IND#chart,http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT10YR:IND#chart.

BoletimEconómicodoBancodePortugal,Verão2010,Volume16,Número2, Produção e consumo de energia em Portugal: factos estilizados,Joãoamador.

BoletimEconómicodoBancodePortugal,Verão2011,Volume17,Número2.BoletimEconómicodoBancodePortugal,Outono2010,Volume16,Número3.BoletimEstatísticodoBancodePortugal,Maiode2011.BoletimEstatísticodoGabinetedeEstratégiaePlaneamentodoMinistériodo

TrabalhoedaSolidariedadeSocial,Maiode2011.BoletimMensaldeEconomiaPortuguesa,n.o 5, Maio de 2009, gabinete de

EstratégiaeEstudosdoMinistériodaEconomiaedaInovação.BoletimMensaldeEconomiaPortuguesa,n.o 3, Março de 2011, gabinete de

EstratégiaeEstudosdoMinistériodaEconomia,daInovaçãoedoDesen-volvimentoeGabinetedePlaneamento,Estratégia,AvaliaçãoeRelaçõesInternacionaisdoMinistériodasFinançasedaAdministraçãoPública.

Referênciasbibliográficas

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programademedidasque,sejadopontodevistasectorial,sejadopontodevistalocalouregional,dinamizemoaparelhoprodutivoeafirmemumoutrorumoparaopaís.

Umacampanhaquefalarádosproblemasconcretosdavidanacional,longedasinsignificantesquerelascomquePS,PSDeCDS,procuramiludiraactualsituação,maspróximadopaíspro-fundo,darealidadeconcretacomqueestamosconfrontados.

«Portugalaproduzir»éassimadefiniçãodeumrumoinversoaodapolíticadedireitaque,correspondendoàslegítimasaspira-çõesdostrabalhadoresedopovoportuguêsaumavidamelhor,seafirmacomoumagrandepropostadoPCPparaopresenteeofuturodePortugal.

Ameco,Annualmacro-economicdatabase,quadroGross value added at 2000 prices: industry excluding building and construction,datadaúltimaactua-lização29-11-2010.

AnuárioEstatístico–Portugal–ContinenteAçoreseMadeira,1979,INE.AnuárioEstatísticodePortugal2009,INE,edição2010.AssociaçãoPortuguesadeCortiça,artigoO Montadonorespectivosite,acedido

em2011,www.apcor.pt/artigo/271.htm.

Bloomberg,valordasobrigaçõesdetesouroportuguesasadois,três,cincoedezanos:http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT2YR:IND#chart,http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT3YR:IND#chart,http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT5YR:IND#chart,http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT10YR:IND#chart.

BoletimEconómicodoBancodePortugal,Verão2010,Volume16,Número2, Produção e consumo de energia em Portugal: factos estilizados,Joãoamador.

BoletimEconómicodoBancodePortugal,Verão2011,Volume17,Número2.BoletimEconómicodoBancodePortugal,Outono2010,Volume16,Número3.BoletimEstatísticodoBancodePortugal,Maiode2011.BoletimEstatísticodoGabinetedeEstratégiaePlaneamentodoMinistériodo

TrabalhoedaSolidariedadeSocial,Maiode2011.BoletimMensaldeEconomiaPortuguesa,n.o 5, Maio de 2009, gabinete de

EstratégiaeEstudosdoMinistériodaEconomiaedaInovação.BoletimMensaldeEconomiaPortuguesa,n.o 3, Março de 2011, gabinete de

EstratégiaeEstudosdoMinistériodaEconomia,daInovaçãoedoDesen-volvimentoeGabinetedePlaneamento,Estratégia,AvaliaçãoeRelaçõesInternacionaisdoMinistériodasFinançasedaAdministraçãoPública.

Referênciasbibliográficas

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Censos2001/XIVRecenseamentoGeraldaPopulação/IVRecenseamentoGeraldaHabitação–ResultadosDefinitivos—Portugal,2002,INE.

ContasEconómicasdaAgricultura1980-2009,edição2010,INE.ContasNacionais,AgregadosMacroeconómicos,INE,InformaçãoEstatística

(disponibilizadanosite),datadaúltimaactualização09-06-2011.ContasNacionais,ContasSatélites,INE,InformaçãoEstatística(disponibilizada

nosite),datadaúltimaactualização30-09-2010.

DesenvolvimentoRural—PlanoEstratégicoNacional2007-2013—Portugal,RevisãoNovembro2009,MinistériodaAgricultura,doDesenvolvimentoRural e das Pescas.

DestaqueINE,Balança Alimentar Portuguesa 2003-2008, 30 de Novembro de 2010.

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DestaqueINE,Contas Nacionais Trimestrais (Base 2006) — 1.o trimestre de 2011,9deJunhode2011.

DestaqueINE,Estatísticas das Filiais de Empresas Estrangeiras — 2005-2007, 30 de outubro de 2009, revisto em 2 de Novembro de 2009.

DestaqueINE,Estimativas de População Residente — 2010,7deJunhode2010.

DestaqueINE,Estudos sobre Estatísticas Estruturais das Empresas — 2008, Micro, Pequenas e Médias Empresas em Portugal,28deJunhode 2010.

DestaqueINE,Procedimento dos Défices Excessivos — 1.a Notificação de 2011, 31 de Março de 2011.

DestaqueINE,Rendimento e Condições de Vida — 2010 (Dados Provisórios), 11deJulhode2011.

Emprego,contrataçãocolectivadetrabalhoeprotecçãodamobilidadeprofis-sionalemPortugal—EstudoelaboradoporsolicitaçãodaMinistradoTra-balhoedaSolidariedadeSocial,AntónioDornelas(Coordenador),AntonietaMinistro,FernandoRibeiroLopes,JoséLuísAlbuquerque,MariaManuelaPaixão,NunoCostaSantos,Maiode2010.

EnergyPoliciesofIEACountries—Portugal2009Review.EstatísticasAgrícolas2009,edição2010,INE.EstatísticasAgrícolas2010,edição2011,INE.EstatísticasdeBolso,13deSetembrode2010,GabinetedeEstratégiaeEstudos

do Ministério da Economia, da Inovação e do desenvolvimento.Estatísticas do Comércio Internacional 1993-2009, edição 2010, INE.Estatísticas do Comércio Internacional 2010, edição 2011, INE.EstatísticasdoEmprego—4.o trimestre 2001, edição 2002, INE.EstatísticasdoEmprego—4.o trimestre 2002, edição 2003, INE.

EstatísticasdoEmprego—4.o trimestre 2010, edição 2011 (e não 2010, como erradamentesereferenacapa),INE.

EstatísticasdoEmprego—1.o trimestre 2011, edição 2011, INE.Estatísticas da Pesca 1986 — Continente, açores e Madeira, edição 1987, INE.Estatísticas da Pesca 1990, INE.Estatísticas da Pesca 1997, edição 1998, INE.Estatísticas da Pesca 1998, edição 1999, INE.Estatísticas da Pesca 1999, edição 2000, INE.Estatísticas da Pesca 2000, edição 2001, INE.Estatísticas da Pesca 2001, edição 2002, INE.Estatísticas da Pesca 2002, edição 2003, INE.Estatísticas da Pesca 2003, edição 2004, INE.Estatísticas da Pesca 2004, edição 2005, INE.Estatísticas da Pesca 2005, edição 2006, INE.Estatísticas da Pesca 2006, edição 2007, INE.Estatísticas da Pesca 2007, edição 2008, INE.Estatísticas da Pesca 2008, edição 2009, INE.Estatísticas da Pesca 2009, edição 2010, INE.Estatísticas da Pesca 2010, edição 2011, INE.Estatísticas da Produção Industrial 1999, edição 2001, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2000, edição 2002, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2001, edição 2002, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2002, edição 2003, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2003, edição 2004, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2004, edição 2005, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2005, edição 2007, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2006, edição 2008, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2007, edição 2009, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2008, edição 2010, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2009, edição 2010, INE.Eurostat, Table Average gross annual earnings in industry and services, by gen-

der/Of full-time employees in enterprises with 10 or more employees (ECU/EUR), 2.1.2-r1627-2011-03-11 (PRod).

Eurostat, Employees by sex, age groups and highest level of education attained (from 25 to 64 years),lastupdate:15-04-2011.

Eurostat, Persons with tertiary education attainment by age and sex (%) (from 25 to 34 years),lastupdate:20-01-2011.

Eurostat, Persons with upper secondary education attainment by age and sex (%) (from 25 to 34 years),lastupdate:20-01-2011.

Eurostat, Population, aged 15 to 74 years, by sex, age groups and highest level of education attained (from 15 to 74 years),lastupdate:15-04-2011.

EurostatPocketbooks,Agricultural Statistics / Main results — 2008-09, 2010 edition, Eurostat.

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Censos2001/XIVRecenseamentoGeraldaPopulação/IVRecenseamentoGeraldaHabitação–ResultadosDefinitivos—Portugal,2002,INE.

ContasEconómicasdaAgricultura1980-2009,edição2010,INE.ContasNacionais,AgregadosMacroeconómicos,INE,InformaçãoEstatística

(disponibilizadanosite),datadaúltimaactualização09-06-2011.ContasNacionais,ContasSatélites,INE,InformaçãoEstatística(disponibilizada

nosite),datadaúltimaactualização30-09-2010.

DesenvolvimentoRural—PlanoEstratégicoNacional2007-2013—Portugal,RevisãoNovembro2009,MinistériodaAgricultura,doDesenvolvimentoRural e das Pescas.

DestaqueINE,Balança Alimentar Portuguesa 2003-2008, 30 de Novembro de 2010.

DestaqueINE,Contas Económicas da Silvicultura — Base 2006 / 1986-2008, 14deJulhode2010.

DestaqueINE,Contas Nacionais Trimestrais (Base 2006) — 1.o trimestre de 2011,9deJunhode2011.

DestaqueINE,Estatísticas das Filiais de Empresas Estrangeiras — 2005-2007, 30 de outubro de 2009, revisto em 2 de Novembro de 2009.

DestaqueINE,Estimativas de População Residente — 2010,7deJunhode2010.

DestaqueINE,Estudos sobre Estatísticas Estruturais das Empresas — 2008, Micro, Pequenas e Médias Empresas em Portugal,28deJunhode 2010.

DestaqueINE,Procedimento dos Défices Excessivos — 1.a Notificação de 2011, 31 de Março de 2011.

DestaqueINE,Rendimento e Condições de Vida — 2010 (Dados Provisórios), 11deJulhode2011.

Emprego,contrataçãocolectivadetrabalhoeprotecçãodamobilidadeprofis-sionalemPortugal—EstudoelaboradoporsolicitaçãodaMinistradoTra-balhoedaSolidariedadeSocial,AntónioDornelas(Coordenador),AntonietaMinistro,FernandoRibeiroLopes,JoséLuísAlbuquerque,MariaManuelaPaixão,NunoCostaSantos,Maiode2010.

EnergyPoliciesofIEACountries—Portugal2009Review.EstatísticasAgrícolas2009,edição2010,INE.EstatísticasAgrícolas2010,edição2011,INE.EstatísticasdeBolso,13deSetembrode2010,GabinetedeEstratégiaeEstudos

do Ministério da Economia, da Inovação e do desenvolvimento.Estatísticas do Comércio Internacional 1993-2009, edição 2010, INE.Estatísticas do Comércio Internacional 2010, edição 2011, INE.EstatísticasdoEmprego—4.o trimestre 2001, edição 2002, INE.EstatísticasdoEmprego—4.o trimestre 2002, edição 2003, INE.

EstatísticasdoEmprego—4.o trimestre 2010, edição 2011 (e não 2010, como erradamentesereferenacapa),INE.

EstatísticasdoEmprego—1.o trimestre 2011, edição 2011, INE.Estatísticas da Pesca 1986 — Continente, açores e Madeira, edição 1987, INE.Estatísticas da Pesca 1990, INE.Estatísticas da Pesca 1997, edição 1998, INE.Estatísticas da Pesca 1998, edição 1999, INE.Estatísticas da Pesca 1999, edição 2000, INE.Estatísticas da Pesca 2000, edição 2001, INE.Estatísticas da Pesca 2001, edição 2002, INE.Estatísticas da Pesca 2002, edição 2003, INE.Estatísticas da Pesca 2003, edição 2004, INE.Estatísticas da Pesca 2004, edição 2005, INE.Estatísticas da Pesca 2005, edição 2006, INE.Estatísticas da Pesca 2006, edição 2007, INE.Estatísticas da Pesca 2007, edição 2008, INE.Estatísticas da Pesca 2008, edição 2009, INE.Estatísticas da Pesca 2009, edição 2010, INE.Estatísticas da Pesca 2010, edição 2011, INE.Estatísticas da Produção Industrial 1999, edição 2001, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2000, edição 2002, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2001, edição 2002, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2002, edição 2003, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2003, edição 2004, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2004, edição 2005, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2005, edição 2007, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2006, edição 2008, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2007, edição 2009, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2008, edição 2010, INE.Estatísticas da Produção Industrial 2009, edição 2010, INE.Eurostat, Table Average gross annual earnings in industry and services, by gen-

der/Of full-time employees in enterprises with 10 or more employees (ECU/EUR), 2.1.2-r1627-2011-03-11 (PRod).

Eurostat, Employees by sex, age groups and highest level of education attained (from 25 to 64 years),lastupdate:15-04-2011.

Eurostat, Persons with tertiary education attainment by age and sex (%) (from 25 to 34 years),lastupdate:20-01-2011.

Eurostat, Persons with upper secondary education attainment by age and sex (%) (from 25 to 34 years),lastupdate:20-01-2011.

Eurostat, Population, aged 15 to 74 years, by sex, age groups and highest level of education attained (from 15 to 74 years),lastupdate:15-04-2011.

EurostatPocketbooks,Agricultural Statistics / Main results — 2008-09, 2010 edition, Eurostat.

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EurostatPocketbooks,Science, tecnhology and innovation in Europe, 2010 edition, Eurostat.

IMFWorkingPaper,WP/08/112,CompetitivenessintheSouthernEuroArea:France,Greece,Italy,Portugal,andSpain,2008,III. Southern Euro Area Five Countries: Trends in Value_Added,byIrynaIvaschenko.

IncêndiosFlorestais—Portugal/TotaisNacionais,Direcção-GeraldosRecursosFlorestaisdoMinistériodaAgricultura,PescaseFloresta(semdata,comdadosaté2006,consultadonositedaAutoridadeFlorestalNacionalem4de abril de 2011).

Indexmundi,http://www.indexmundi.com/commodities/.Indicadores2009—Agricultura,SilviculturaePesca,GabinetedePlaneamento

ePolíticasdoMinistériodaAgricultura,doDesenvolvimentoRuraledasPescas.

InquéritoàEstruturadasExploraçõesAgrícolas2005,anodeedição2006,INE.

InternationalMonetaryFund—Portugal—RequestforaThree-YearAr-rangementUndertheExtendedFundFacility,PreparedbytheEuropeanDepartmentinConsultationwithOtherDepartments,ApprovedbyPoulM.ThomsenandMartinMühleisen,May17,2011.

5.oInventárioFlorestalNacional—ApresentaçãodoRelatórioFinal,7deSe-tembrode2010,DirecçãoGeraldeGestãoFlorestal.

Jornal de Negócios,24deAbrilde2008,p.23,quadro,fontemencionada:Insti-tutodeSegurançaSocial;EstatísticasdaSegurançaSocial;Remuneraçõesdeclaradas no 1.o semestre.

Mamede, Ricardo Paes, Uma parte menos falada da crise de competitividade, LadrõesdeBicicletas,17deDezembrode2010,http://ladroesdebicicle- tas.blogspot.com/2010/12/uma-parte-menos-falada-da-crise-de.html,gráfico.

NotadeInformaçãoEstatísticadoBancodePortugal,21deFevereirode2011.

OrçamentodoEstadopara2011,Lein.o55-A/2010,DiáriodaRepública,1.ªsérie—N.º253—31deDezembrode2010.

Pinho,Ivo,«Sectorpúblicoempresarialantesedepoisdo11deMarço»,inAnálise Social, vol. XII (47), 1976 — 3.º, 733-747.

PoRdata, Remessas de emigrantes, imigrantes e saldo em % do PIB,últimaactualização:2011-04-26,15:45:43.Fontededados:BP—EstatísticasdeBalançadePagamentos,INE–BP—ContasNacionaisAnuais(Base

2006).PoRdata, Rendimento nacional e remunerações do trabalho em % do PIB,úl-

timaactualização:2011-04-26,15:45:44.Fontededados:INE–BP–ContasNacionais anuais (Base 2006).

PoRdata, Taxa de desemprego: total e por nível de escolaridade completo (%), última actualização:2011-02-17,10:16:44.Fontededados:INE–InquéritoaoEmprego.

PortugalAgrícola1980-2006,edição2007,INE.Público,28deMarçode2011,Economia,JoãoRamosdeAlmeida,Quantos“fal-

sosrecibosverdes”existemaocerto»,http://economia.publico.pt/Noticia/quantos-falsos-recibos-verdes-existem-ao-certo_1487046.

QuadrosdePessoal2008,GabinetedeEstratégiaePlaneamentodoMinistériodoTrabalhoedaSolidariedadeSocial.

RecenseamentoAgrícola2009—AnálisedosPrincipaisResultados,edição2011, INE.

Regulamento(CE)n.o 1214/2007 da Comissão, de 20 de Setembro de 2007, AnexoI—NomenclaturaCombinada,JornalOficialdaUniãoEuropeia–31de outubro de 2007.

RelatórioAnualdeÁreasArdidaseOcorrências2010—1deJaneiroa31deDezembro,DirecçãodeUnidadedeDefesadaFloresta,editadopelaAutori-dadeFlorestalNacional/MinistériodaAgricultura,doDesenvolvimentoRural e das Pescas.

SobreaPobreza,asDesigualdadeseaPrivaçãoMaterialemPortugal,2010,INE.

TribunaldeContas—ParecersobreaContaGeraldoEstado,Anoeconómicode2009,VolumeI.

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EurostatPocketbooks,Science, tecnhology and innovation in Europe, 2010 edition, Eurostat.

IMFWorkingPaper,WP/08/112,CompetitivenessintheSouthernEuroArea:France,Greece,Italy,Portugal,andSpain,2008,III. Southern Euro Area Five Countries: Trends in Value_Added,byIrynaIvaschenko.

IncêndiosFlorestais—Portugal/TotaisNacionais,Direcção-GeraldosRecursosFlorestaisdoMinistériodaAgricultura,PescaseFloresta(semdata,comdadosaté2006,consultadonositedaAutoridadeFlorestalNacionalem4de abril de 2011).

Indexmundi,http://www.indexmundi.com/commodities/.Indicadores2009—Agricultura,SilviculturaePesca,GabinetedePlaneamento

ePolíticasdoMinistériodaAgricultura,doDesenvolvimentoRuraledasPescas.

InquéritoàEstruturadasExploraçõesAgrícolas2005,anodeedição2006,INE.

InternationalMonetaryFund—Portugal—RequestforaThree-YearAr-rangementUndertheExtendedFundFacility,PreparedbytheEuropeanDepartmentinConsultationwithOtherDepartments,ApprovedbyPoulM.ThomsenandMartinMühleisen,May17,2011.

5.oInventárioFlorestalNacional—ApresentaçãodoRelatórioFinal,7deSe-tembrode2010,DirecçãoGeraldeGestãoFlorestal.

Jornal de Negócios,24deAbrilde2008,p.23,quadro,fontemencionada:Insti-tutodeSegurançaSocial;EstatísticasdaSegurançaSocial;Remuneraçõesdeclaradas no 1.o semestre.

Mamede, Ricardo Paes, Uma parte menos falada da crise de competitividade, LadrõesdeBicicletas,17deDezembrode2010,http://ladroesdebicicle- tas.blogspot.com/2010/12/uma-parte-menos-falada-da-crise-de.html,gráfico.

NotadeInformaçãoEstatísticadoBancodePortugal,21deFevereirode2011.

OrçamentodoEstadopara2011,Lein.o55-A/2010,DiáriodaRepública,1.ªsérie—N.º253—31deDezembrode2010.

Pinho,Ivo,«Sectorpúblicoempresarialantesedepoisdo11deMarço»,inAnálise Social, vol. XII (47), 1976 — 3.º, 733-747.

PoRdata, Remessas de emigrantes, imigrantes e saldo em % do PIB,últimaactualização:2011-04-26,15:45:43.Fontededados:BP—EstatísticasdeBalançadePagamentos,INE–BP—ContasNacionaisAnuais(Base

2006).PoRdata, Rendimento nacional e remunerações do trabalho em % do PIB,úl-

timaactualização:2011-04-26,15:45:44.Fontededados:INE–BP–ContasNacionais anuais (Base 2006).

PoRdata, Taxa de desemprego: total e por nível de escolaridade completo (%), última actualização:2011-02-17,10:16:44.Fontededados:INE–InquéritoaoEmprego.

PortugalAgrícola1980-2006,edição2007,INE.Público,28deMarçode2011,Economia,JoãoRamosdeAlmeida,Quantos“fal-

sosrecibosverdes”existemaocerto»,http://economia.publico.pt/Noticia/quantos-falsos-recibos-verdes-existem-ao-certo_1487046.

QuadrosdePessoal2008,GabinetedeEstratégiaePlaneamentodoMinistériodoTrabalhoedaSolidariedadeSocial.

RecenseamentoAgrícola2009—AnálisedosPrincipaisResultados,edição2011, INE.

Regulamento(CE)n.o 1214/2007 da Comissão, de 20 de Setembro de 2007, AnexoI—NomenclaturaCombinada,JornalOficialdaUniãoEuropeia–31de outubro de 2007.

RelatórioAnualdeÁreasArdidaseOcorrências2010—1deJaneiroa31deDezembro,DirecçãodeUnidadedeDefesadaFloresta,editadopelaAutori-dadeFlorestalNacional/MinistériodaAgricultura,doDesenvolvimentoRural e das Pescas.

SobreaPobreza,asDesigualdadeseaPrivaçãoMaterialemPortugal,2010,INE.

TribunaldeContas—ParecersobreaContaGeraldoEstado,Anoeconómicode2009,VolumeI.

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