Pós-graduação em Direito Penal e Processual Penal · Teoria da Imputação Objetiva (Claus ......

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LEGALE

RESULTADO

Resultado

Conceito:

Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete)

Resultado

Dessa forma, o resultado pode ser:

- Físico (externo ao homem)

- Fisiológico (ao homem)

- Psicológico (valores do homem)

Relação de Causalidade

Relação de Causalidade

Relação entre a conduta e o resultado

Relação de Causalidade

O sentido jurídico, causa deve ser entendida como:

Relação de Causalidade

- causalidade adequada (condição mais adequada a produzir o resultado)

- eficiência (condição mais eficiente para produzir o resultado)

- relevância jurídica (tudo que concorre para produzir o resultado)

Relação de Causalidade

O Código Penal adotou (art. 13) a “Teoria da Equivalência das Condições” ou “Teoria da Equivalência dos Antecedentes”

(sem a força concorrente o fato não teria ocorrido – conditio sine qua non)

Relação de Causalidade

Para verificação do nexo de causalidade:

“Processo Hipotético de Eliminação” (de Thyrén)

Relação de Causalidade

Teoria da Imputação Objetiva (ClausRoxin):

(causalidade normativa da conduta)

O agente só será responsabilizado penalmente por um fato na hipótese em que sua conduta, que criar ou aumentar um risco proibido relevante, produzir um resultado jurídico previsto no âmbito da proteção da norma

Classificações de Crimes

Classificações de Crimes

Doloso

Culposo

Preterdoloso

Classificações de Crimes

Dolo

- Teoria da Vontade

- Teoria do Assentimento

Classificações de Crimes

Culpa

- Imprudência

- Negligência

- Imperícia

Classificações de Crimes

Elementos do Crime Culposo - Conduta humana voluntária - Resultado Involuntário - Nexo de Causalidade - Tipicidade - Previsibilidade Objetiva - Ausência de Previsão (exceto Culpa Consciente)

- Quebra do Dever Objetivo de Cuidado

Classificações de Crimes

A culpa pode ser:

- Inconsciente

- Consciente

Classificações de Crimes

Diferença:

- Dolo Eventual

- Culpa Consciente

Classificações de Crimes

Comissivo

Omissivo (omissivo próprio ou puro)

Comissivo por omissão (omissivo impróprio ou impuro)

Classificações de Crimes

Instantâneo

Permanente

Instantâneo de efeitos permanentes

Classificações de Crimes

De dano

De perigo

- concreto (art. 134 do CP –exposição ou abandono de recém-nascido)

- abstrato (art. 288 do CP –Associação Criminosa)

Classificações de Crimes

Trauseunte

Não-transeunte

Classificações de Crimes

Material (ou de resultado)

Formal

De mera conduta

Classificações de Crimes

Unissubjetivo

Plurissubjetivo

Classificações de Crimes

Unissubsistente

Plurissubsistente

Classificações de Crimes

Comum

Próprio

Bipróprio

De mão própria (atuação pessoal)

Classificações de Crimes

De forma livre (ação livre) (ex. 121)

De forma vinculada (ação vinculada) (ex. 260)

Classificações de Crimes

Crime Habitual

Classificações de Crimes

Crime de ímpeto

Classificações de Crimes

Crime vago

Classificações de Crimes

Crime falho

Classificações de Crimes

Crime de ensaio

(putativo por obra do agente provocador)

Classificações de Crimes

Crime hediondo

Crime equiparado (ou assemelhado) a hediondo

Iter criminis

É o itinerário do crime

(O caminho percorrido pelo crime)

(As fases do crime)

Iter criminis

Iter criminis

COGITAÇÃO

ATOS PREPARATÓRIOS

INÍCIO DA EXECUÇÃO

CONSUMAÇÃO

EXAURIMENTO

Iter criminis

Cogitação Atos Prepar. Início da Exec. Consumação Exaurimento

Iter criminis

Iniciar a execução e não consumar pode ser:

- Art. 14, II do CP – Tentativa- Art. 15 do CP – Desistência Voluntária ou Arrependimento Eficaz

- Art. 17 do CP – Crime Impossível

Iter criminis

Tentativa (Art. 14, II do CP) - Crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade

Iter criminis

Desistência voluntária ou arrependimento eficaz (Art. 15 do CP)

- Crime não se consuma pela própria vontade do agente

Iter criminis

Crime impossível (Art. 17 do CP)

- Crime não se consuma nem por circunstâncias alheias à sua vontade e nem pela vontade do agente e sim naturalmente

Reparação de Dano

Reparação de Dano

A reparação do dano sempre beneficia o agente

Reparação de Dano

Se o agente voluntariamente reparar o dano ou restituir a coisa, antes do recebimento da denúncia ou queixa ocorrerá o arrependimento posterior (art. 16 do CP)

é uma causa obrigatória de diminuição de pena (reduz a pena de 1/3 a 2/3)

Reparação de Danos -Arrependimento Posterior

Porém, não caberá para os crimes com violência ou grave ameaça a pessoa

Reparação de Danos -Arrependimento Posterior

Se a reparação não se enquadrar no casos de arrependimento posterior, o agente será beneficiado por atenuante genérica

Reparação de Danos -Arrependimento Posterior

Há casos em que a reparação extingue a punibilidade:

* Cheque sem fundos* Crime de Dano* Sonegação Fiscal / Apropriação Indébita Previdenciária* Peculato culposo

Tipo Penal

Tipo Penal

Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei

Tipo Penal

Dessa forma, o tipo penal:

- do homicídio é MATAR ALGUÉM

- do furto é SUBTRAIR PARA SI OU PARA OUTREM COISA ALHEIA MÓVEL

Tipo Penal

Todo crime é uma conduta (fazer ou deixar de fazer alguma coisa). Portanto, todo tipo penal tem pelo menos um verbo, chamado de núcleo do tipo

Tipo Penal

Quando o tipo penal tem mais de um verbo ele é chamado de tipo composto (crime complexo).

Ex: Roubo (art. 157, CP) e Estupro (art. 213 do CP)

Tipo Penal

Tipo derivado é aquele que deriva do tipo principal.

São as qualificadoras, privilégios, causas de aumento de pena, etc

Erro de tipo

Tipo PenalErro de Tipo

Erro de tipo é o erro sobre uma das situações previstas no tipo penal (uma das palavras que compõem a descrição do tipo)

Tipo PenalErro de Tipo

O Erro de tipo poderá ser:

- Essencial: quando o agente não sabe que está cometendo uma infração

- Acidental: quando, apesar do erro, o agente sabe que está cometendo uma infração

Tipo PenalErro de Tipo

O Erro de tipo Essencial pode ser:

- Inevitável (Escusável, Desculpável): quando qualquer pessoa na mesma situação erraria. Exclui o dolo e a culpa

- Evitável (Inescusável): quando nem todos errariam (se o agente agisse com mais cautela não erraria). Exclui o dolo e permanece a culpa (culpa imprópria)

Tipo PenalErro de Tipo

O Erro de tipo Acidental (que pune o agente na medida da sua intenção) pode ser:

- Sobre o objeto

- Sobre a pessoa

- “Aberratio ictus”

- “Aberratio criminis” (nesse caso o agente é punido pelo que efetivamente causar)

Referências

Artigo 20 do Código Penal

Artigo 73 do Código Penal

Artigo 74 do Código Penal

Ilicitude

Ilicitude

Um fato antijurídico (ilícito) é aquele que é reprovado pela sociedade, pernicioso à sociedade, que a sociedade não tolera

Ilicitude

Não se trata de um conceito apenas do Direito Penal

Muñoz Conde: “o Direito Penal não cria a antijuridicidade, senão seleciona, por meio da tipicidade, uma parte dos comportamentos antijurídicos, geralmente os mais graves, cominando-os com uma pena”

Ilicitude

Assis Toledo:

“Relação de antagonismo que se estabelece entre uma conduta humana voluntária e o ordenamento jurídico, de modo a causar lesão ou expor a perigo de lesão um bem jurídico tutelado”

Ilicitude

Maioria: concepção unitária

Minoria: Antijuridicidade formal e material

Ilicitude

Mas, em se tratando de antijuridicidade não podemos pensar apenas no resultado

Ilicitude

Desvalor da ação

- forma ou modalidade de concretizar a ofensa

Desvalor do resultado

- lesão ou exposição a perigo do bem ou interesse juridicamente protegido

Ilicitude

Welzel:

O desvalor da ação é preponderante, pois nos crimes culposos o resultado é igual aos dolosos

Excludentes de Ilicitude

Excludentes de Ilicitude

A princípio TODO FATO TÍPICO É ANTIJURÍDICO (pois o tipo penal descreve condutas perniciosas, antisociais, antinaturais)

Excludentes de Ilicitude

Entretanto, existem situações que transformam fatos ilícitos em fatos LÍCITOS

Excludentes de Ilicitude

São as chamadas EXCLUDENTES DE ILICITUDE ou EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE

Excludentes de Ilicitude(ou de antijuridicidade)

Às vezes o agente mata alguém (fato típico), mas a sociedade não reprova, tolera, aceita se, p. ex., o agente agiu em LEGÍTIMA DEFESA

Excludentes de Ilicitude(ou de antijuridicidade)

Dessa forma, quem age em legítima defesa não comete um crime, pois pratica um fato típico, mas ele não será antijurídico

Excludentes de Ilicitude(ou de antijuridicidade)

O art. 23 do CP previu como hipóteses de excludente de ilicitude:

- Estado de Necessidade;

- Legítima Defesa;

- Estrito Cumprimento do Dever Legal;

- Exercício Regular do Direito.

Excludentes de Ilicitudecausas supralegais

Todavia, não se perca de vista que a sociedade é dinâmica e o que reprova hoje, passa a aceitar amanhã. Por isso, poderão existir causas trazidas pela doutrina e pela jurisprudência.

Serão essas causas chamadas de SUPRALEGAIS

Excludentes de Ilicitudeestado de necessidade

* Estado de necessidade é uma conduta lesiva praticada diante de uma situação de perigo

Excludentes de Ilicitudeestado de necessidade

* Entretanto, não é qualquer situação de perigo que caracteriza o Estado de necessidade e nem todas as condutas lesivas

Excludentes de Ilicitudeestado de necessidade

* A situação de perigo deverá ser:

- Atual (a doutrina aceita a iminente);

- Ameaça a direito (próprio ou de terceiro);

- Não causada voluntariamente pelo agente;

- Que o agente não tenha o dever legal de enfrentar o perigo

Excludentes de Ilicitudeestado de necessidade

* A conduta lesiva deverá ser:

- Inevitável;

- Razoável (se não for razoável o agente será punido com pena reduzida de um terço a dois terços);

- Com conhecimento pelo agente da situação justificante

Excludentes de Ilicitudelegítima defesa

A legítima defesa é um contra-ataque, uma reação, motivada por uma ação.

Excludentes de Ilicitudelegítima defesa

Mas, não é qualquer ação que o agente sofre que ele pode se defender por legítima defesa.

Excludentes de Ilicitudelegítima defesa

* A ação deve ser:

-Agressão humana;

-Injusta;

-Atual ou iminente;

-Que ameace direito próprio ou de terceiro

Excludentes de Ilicitudelegítima defesa

Também não é qualquer reação que leva a legítima defesa.

Excludentes de Ilicitudelegítima defesa

* A reação deve ser:

-Com os meios necessários;

-Com a devida moderação

Excludentes de Ilicitudeestrito cumprimento do dever legal

Age em estrito cumprimento do dever legal o agente público, que age impulsionado pela lei.

A lei determina que o agente faça e ele faz e, se prejudicar alguém, não será responsabilizado

Excludentes de Ilicitudeestrito cumprimento do dever legal

Atenção: se o agente público exagerar, poderá ser punido por abuso de autoridade

Excludentes de Ilicitudeexercício regular do direito

Todo aquele que detém um direito pode exercê-lo de duas maneiras: regularmente e irregularmente

Excludentes de Ilicitudeexercício regular do direito

Exemplos de direitos exercidos regularmente e irregularmente:

- Médico;

- Esportista;

- Ofendículos;

- etc

Excludentes de Ilicitudeexcesso

Se houver excesso doloso, em regra teremos uma atenuante genérica (art. 65, III, “c”, CP)

Se houver excesso culposo (erro na avaliação) teremos erro de tipo ou de proibição, podendo o agente ser punido a título de culpa ou ter a pena diminuída de 1/6 a 1/3

Referências

Artigo 23 do Código Penal

Artigo 24 do Código Penal

Artigo 25 do Código Penal

Doutrina

Jurisprudência

Culpabilidade

Culpabilidade

Culpabilidade é sinônimo de responsabilidade.

Em direito penal, cada um receberá uma pena na medida da sua culpabilidade.

Culpabilidade

Foi muito responsável

Foi pouco responsável

Não foi nada responsável

Receberá uma pena alta

Receberá uma pena baixa

Não receberá pena

nulla poena sine culpa

(não há pena sem culpa)

CulpabilidadeElementos

• São elementos da culpabilidade:

- Capacidade de discernimento (imputabilidade);

- Consciência da Ilicitude;

- Exigibilidade de conduta diversa

CulpabilidadeElementos

* Capacidade de discernimento(imputabilidade);

- características

CulpabilidadeElementos

* Consciência da Ilicitude;

- características

CulpabilidadeElementos

* Exigibilidade de Conduta Diversa;

- características

CulpabilidadeElementos

• Faltando um desses elementos estaráexcluída a culpabilidade do agente

• Ex: menoridade, doença mental, embriaguez,erro de tipo, erro de proibição, coaçãoirresistível, obediência hierárquica, outros

CulpabilidadeExcludentes de culpabilidade

Atenção

A emoção e a paixão não excluem a culpabilidade

Referências

Artigo 20 do Código Penal

Artigo 21 do Código Penal

Artigo 22 do Código Penal

Artigo 26 do Código Penal

Artigo 27 do Código Penal

Artigo 28 do Código Penal

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