Principais aspectos da regulamentação do Serviço de TV por Acesso Condicionado no Brasil

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Principais aspectos da regulamentação do Serviço de TV por Acesso Condicionado no Brasil. Glauber Piva Diretor da ANCINE. Lei 12.485: principais aspectos. SeAC - Serviço de comunicação audiovisual de acesso condicionado - PowerPoint PPT Presentation

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Principais aspectos da regulamentação do Serviço de TV por Acesso Condicionado no Brasil

Glauber PivaDiretor da ANCINE

Lei 12.485: principais aspectos

SeAC - Serviço de comunicação audiovisual de acesso condicionado

Serviço de telecomunicações de interesse coletivo prestado no regime privado:

recepção condicionada à contratação remunerada por assinantes;

Destinado à distribuição de conteúdos audiovisuais na forma de: pacotes, canais nas modalidades:

avulsa de programação (PayPerView), avulsa de conteúdo programado (VoD) e canais de distribuição obrigatória.

Serviço prestado por quaisquer meios de tecnologias, processos, meios eletrônicos e protocolos de comunicação.

Lei 12.485: principais aspectos

Estrutura da cadeia de atividades

São atividades da comunicação audiovisual de acesso condicionado:  I - produção;  II - programação;  III - empacotamento;  IV - distribuição. 

Separa a incidência da regulação entre ANCINE e ANATEL. ANCINE: regulação e fiscalização das atividades de programação e de empacotamento. ANATEL: regulação e fiscalização das atividades de distribuição.

Lei 12.485: principais aspectos

Espaço qualificado (art. 2º, inciso XII)

Espaço total do canal de programação ou do catálogo de conteúdos audiovisuais Excluindo:

conteúdos jornalísticos programas de auditório ancorados por apresentador conteúdos religiosos ou políticos, manifestações e eventos esportivos, concursos, publicidade, televendas e infomerciais, jogos eletrônicos propaganda política obrigatória e conteúdo audiovisual veiculado em horário eleitoral gratuito

Lei 12.485: principais aspectos

Canal de Espaço Qualificado

Canal de programação que, no horário nobre, veicule majoritariamente conteúdos audiovisuais que constituam espaço qualificado.

Horário nobre: Máximo de 7 horas diárias: para canais de programação dedicados a crianças e

adolescentes (divididas entre manhã e início da noite); e Máximo de 6 horas diárias: para os demais canais de programação.

Lei 12.485: principais aspectos

Canal Brasileiro de Espaço Qualificado (CBrEQ)

Programado por empresa programadora brasileira; Veicular majoritariamente, no horário nobre, conteúdos audiovisuais brasileiros que

constituam espaço qualificado, sendo metade destes conteúdos produzidos por produtora brasileira independente;

Não ser objeto de acordo de exclusividade que o impeça de ser licenciado, individualmente e em condições isonômicas, para qualquer empacotadora interessada em sua veiculação.

Lei 12.485: principais aspectos

Produtora Brasileira Independente:  

não ser controladora, controlada ou coligada a programadoras, empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviço de radiodifusão de sons e imagens; 

não estar vinculada a instrumento que, direta ou indiretamente, confira a programadoras, empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviços de radiodifusão de sons e imagens, direito de veto comercial ou qualquer tipo de interferência comercial sobre os conteúdos produzidos; 

não manter vínculo de exclusividade que a impeça de produzir ou comercializar para terceiros os conteúdos audiovisuais por ela produzidos;

Lei 12.485: principais aspectos

Programadora brasileira independente:

não ser controladora, controlada ou coligada a empacotadora ou distribuidora;

não manter vínculo de exclusividade que a impeça de comercializar, para qualquer empacotadora, os direitos de exibição ou veiculação associados aos seus canais de programação.

Lei 12.485: principais aspectos

Obrigação de veiculação de Conteúdo para Programadoras

Veiculação de conteúdos brasileiros por 3h30min semanais nos canais de espaço qualificado, no horário nobre:

metade deverá ser produzida por produtora brasileira independente;

implantação progressiva em 3 anos (1/3 da cota no 1º ano; 2/3 no 2º).

Quadro: Distribuição de Canais em Pacotes

Programadora brasileira Programadora brasileira independente

08 canais são programados por programadora brasileira

04 canais são programados por programadora brasileira independente

1 canal deve veicular 12 h de produção independente por dia

1 canal não pode ter vínculo ou associação com empresa radiodifusora

Lei 12.485: principais aspectos

Carregamento de canais brasileiros nos pacotes

Obrigação em todos os pacotes: 1 canal CBrEQ para cada 3 canais de espaço qualificado;

Limite de 12 canais Progressividade

1º ano: proporção de 1 para 9 2º ano: proporção de 1 para 6 3º ano: proporção de 1 para 3

Dos CBrEQ: ao menos 2 deverão veicular, no mínimo, 12 h (3 das quais em horário nobre) diárias de conteúdo produzido por produtora brasileira independente

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Regulamentação

Empacotamento: Cumprimento das Obrigações

Em cada pacote: 1 em cada três canais de espaço qualificado devem ser CBrEQ; e 1 em cada três canais CBrEQ devem ser programados por

programadora brasileira independente

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Quadro: Distribuição de Canais em Pacotes

Programadora brasileira Programadora brasileira independente

08 canais são programados por programadora brasileira

04 canais são programados por programadora brasileira independente

1 canal deve veicular 12 h de produção independente por dia

1 canal não pode ter vínculo ou associação com empresa radiodifusora

Regulamentação Instruções Normativas 100 e 101

Regulamentação

Conceito estruturante da regulamentação

Poder Dirigente sobre o Patrimônio da Obra Audiovisual: Poder de controle sobre o patrimônio da obra audiovisual. É a detenção majoritária dos direitos patrimoniais da obra

audiovisual, condição que permite ao detentor ou detentores: auferir renda associada a esta participação patrimonial; explorar diretamente ou outorgar direitos às diversas

modalidades de exploração econômica da obra audiovisual ou da utilização de elementos derivados, condicionado a que a outorga, limitada no tempo, não descaracterize a titularidade e a detenção deste poder;

Elementos derivados e criação intelectual pré-existentes que pertençam originalmente a estrangeiros podem ser licenciados aos brasileiros, desde que estes mantenham poder dirigente sobre a obra.

Regulamentação

Conteúdo de Espaço Qualificado

Conteúdos seriados ou não seriados de ficção, documentário e animação;

Realities; Variedades; Vídeomusicais.

Estes conteúdos servem para o cumprimento das obrigações desde que o poder dirigente pertença a brasileiro ou brasileiro independente.

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Regulamentação

Realities e variedades

Obras audiovisuais do tipo reality show ou de variedades brasileiras:

o formato a partir do qual foi originada deve ser de titularidade de agente econômico brasileiro;

Obra audiovisual do tipo reality show ou de variedades brasileira de produção independente:

o formato a partir da qual foi originada deve ser de titularidade de agente econômico brasileiro independente.

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Regulamentação

Videomusicais

Obra audiovisual do tipo videomusical: As constituídas por registros audiovisuais de shows ou performances musicais,

mesmo que editados, cumprem obrigações de veiculação apenas em canais de conteúdo videomusical;

As demais obras do tipo videomusical cumprem as obrigações nos demais canais de espaço qualificado.

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Fundo Setorial do Audiovisual

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CONDECINE

Os fatos geradores da Condecine são: veiculação, licenciamento e distribuição de obras audiovisuais Remessa ou crédito ao exterior

Agora, a Condecine passa a incidir também sobre: prestação de serviços de distribuição;

Novo FSA

Novo FSA

Fundo Setorial do Audiovisual (FSA): novos recursos

Distribuídos segundo critérios de regionalização da produção e da programa;

30%, no mínimo destinadas a: produtoras brasileiras estabelecidas nas regiões Norte,

Nordeste e Centro-Oeste; 10%, no mínimo destinadas ao:

fomento da produção de conteúdo audiovisual independente veiculado primeiramente nos canais comunitários, universitários e de programadoras brasileiras independentes. 

Novo FSA

Linhas de ação do FSA: distribuição em 2011/2012

R$ 205 milhões Linha A - Produção Cinematográfica de Longa-Metragem

Modalidade Aporte - R$ 50 milhões Modalidade Complementação - R$ 40 milhões

Linha B - Produção Independente de Obras Audiovisuais para a Televisão Obras seriadas e minisséries - R$ 50 milhões Documentários (52 min.) - R$ 5 milhões

Linha C - Aquisição de Direitos de Distribuição de Obras Cinematográficas de Longa-Metragem

R$ 50 milhões Linha D - Comercialização de Obras Cinematográficas Brasileiras de Longa-

Metragem no Mercado de salas de cinema R$ 10 milhões

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A Operação do FSA

AUXÍLIO: apoio não reembolsável a instituições privadas para projetos audiovisuais;

CRÉDITO: operação de mútuo financeiro para a aquisição de direitos sobre conteúdos, a realização de projetos ou a capitalização de empresas audiovisuais;

EQUALIZAÇÃO DE ENCARGOS FINANCEIROS: cobertura parcial ou total de juros e demais encargos financeiros incidentes em operações de financiamento;

PARTICIPAÇÃO EM PROJETO: investimentos retornáveis que tem por objetivo a participação nos resultados comerciais de projeto audiovisual;

PARTICIPAÇÃO EM EMPRESA: aquisição de ações, caracterizando participação minoritária no seu capital social, ou outros valores mobiliários de empresa audiovisual, conforme regulamento específico;

PARTICIPAÇÃO EM FUNDO: aquisição de cotas de fundos dirigidos ao desenvolvimento das atividades audiovisuais, por meio de investimentos retornáveis;

Modalidades de suporte financeiro

ADIANTAMENTO: antecipação de investimentos de participação em projeto por conta de expectativa de direitos no sistema de suporte financeiro automático;

REPASSE: transferência de recursos a instituição pública ou privada sem fins lucrativos, em decorrência de convênios ou contratos de repasse;

COMPRA PÚBLICA: aquisição de bens e serviços em ações de desenvolvimento da atividade audiovisual;

PRÊMIO: apoio não reembolsável a pessoas físicas ou jurídicas como reconhecimento a mérito artístico, profissional ou institucional;

BOLSA: apoio não reembolsável a pessoas físicas para ações de capacitação, pesquisa ou desenvolvimento de projetos audiovisuais.

Modalidades de suporte financeiro

Diretas: realizadas por contrato entre a secretaria-executiva e agente financeiro do FSA e o agente econômico;

Indiretas: uma instituição parceira não financeira assume total ou parcialmente a gestão de chamadas públicas, planos especiais de desenvolvimento ou programas de desenvolvimento setorial ou regional, intermediando a celebração dos contratos financeiros.

Operações diretas e indiretas

AUTOMÁTICO: a seleção das ações financiadas é feita diretamente pelo beneficiário, premiado por seu desempenho e práticas comerciais anteriores;

SELETIVO: as ações financiadas são selecionadas por técnicos credenciados sem participação nas empresas ou projetos, mediante critérios públicos pré-estabelecidos;

CRÉDITO A EMPRESAS AUDIOVISUAIS: sistema para cobertura dos investimentos das empresas audiovisuais;

PARTICIPAÇÃO EM EMPRESAS AUDIOVISUAIS: sistema de investimento para a subscrição e integralização de participações minoritárias em empresas ou a aquisição de outros valores mobiliários.

Sistemas de suporte financeiro

Instrumentos de gestão

PLANOS ANUAIS DE INVESTIMENTO: ações de planejamento financeiro, aprovadas pelo Comitê Gestor do FSA, que discriminam suas iniciativas e os valores de investimento em cada exercício fiscal;

PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO SETORIAL OU REGIONAL: desenvolvimento de arranjos de fatores econômicos, institucionais e políticos num mesmo território ou na mesma especialidade produtiva e articulados por processos de cooperação, integração ou complementaridade;

PLANOS ESPECIAIS DE DESENVOLVIMENTO: conjunto articulado de objetivos, metas e ações, voltado ao desenvolvimento da atividade audiovisual, destinado à abordagem de problemas ou situações específicas e gerido com a participação de instituição parceira do FSA;

CHAMADAS PÚBLICAS: convocação oficial de projetos para financiamento pelo FSA, com o anúncio resumido das normas e critérios de seleção e contratação;

SISTEMA DE RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: sistema informatizado para operação na internet, desenvolvido para a inscrição e acompanhamento de projetos e gerenciamento da análise e seleção.

Modalidades de operação OU seleção

Oportunidades e Desafios

Impactos

Inicia a regulação da atividade de comunicação no Brasil

Primeira lei convergente que não regula por plataforma; Demanda de aproximadamente 15.000 h/ano de veiculação para

conteúdos brasileiros vai estruturar setor de produção, em especial os independentes;

Indução do desenvolvimento audiovisual nas regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste;

Fortalecimento do sistema público de TV e das TVs comunitária a universitária;

Estímulo ao desenvolvimento de empresas programadoras brasileiras independentes;

Amplia diversidade de conteúdos na TV paga; Amplia recursos de FSA.

O audiovisual é um registro do acúmulo de reflexões sobre quem somos e o que fazemos. Nesse aspecto, é o registro dinâmico das nossas utopias, ou, em alguns muitos casos, o registro crítico de nossas distopias. Cinema não é, porém, uma entidade transcendente destinada a revoluções diárias, mas o desencadeamento de um processo dialógico e instigante que se impõe entre as muitas telas e o espectador/produtor.

No Brasil, a depender das decisões que tomemos, existe o perigo de que estejamos investindo na criação de um imenso mercado consumidor voltado quase que exclusivamente para os produtos culturais estrangeiros e, mais perigoso que isso, de estarmos disseminando e consolidando uma forma de pensar e ler o mundo que não guarda relação com nossa própria história e diversidade.

A reestruturação de nossas cidades poderão repetir o mesmo modelo de exclusão que as cidades atuais já apresentam, negando espaços físicos de convivência e oportunidades públicas de exercício da criatividade.

O mesmo raciocínio vale para cinema e audiovisual. A Lei 12.485 representa um grande avanço, mas a consolidação dele depende de atuação conjunta e vigorosa.

Por que uma Política Pública para o Cinema e o Audiovisual no Brasil?

Dimensão dos direitos culturais antecede, mas não se contrapõe nem se subordina à dimensão econômica da cultura.

O audiovisual brasileiro deve ser valorizado por seu valor simbólico e cultural e estimulado também por seu impacto sócio-econômico

Isso somente encontra justificativa plena como objeto de Política de Estado na medida em que se organiza como serviço acessível aos cidadãos.

Obrigado!

Glauber Piva

glauberpiva.blogspot.com@glauberpiva

facebook.com/glauber.pivaglauber.piva@ancine.gov.br

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