Professora Cristiana Mendes Carvalho de Oliveira Defensora … · 2020. 2. 29. · •DCNEF (2009)....

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ORIENTAÇÃO EDUCACIONALPré-escola e suas especificidades;

O.E. na Educação Infantil

4ª aula – 13/07/16 Profª. Rachel Leão

A EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO NACIONAL

• A importância dos anos 90.

• Constituição de 88.

• Estatuto da Criança e do Adolescente (1990).

• LDB 9394/96.

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ANOS 70

• EDUCAÇÃO COMPENSATÓRIA:

- Déficit cultural, linguísticos.

- Defasagens afetivas.

- A Pré-escola – salvaria a educação primária dos possíveis fracassos escolares.

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ANOS 80• É colocada em xeque a concepção de “privaçãocultural”.

• Crescem os estudos oriundos da Antropologia,Psicologia e Sociologia.

• Combate à desigualdade e atenção às diferenças.• Criança: sujeito de direitos.• Programa Nacional de Educação Pré-Escolar:

ações de atendimento à baixo custo comobjetivos vagos.

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ANOS 90• Educação: direito das crianças de 0 a 6 anos

(opção da família) e dever do Estado.• Avanços no campo teórico: crianças criadoras de

cultura e “produzidas” na “cultura”.• Políticas de formação de profissionais.• Surgimento de alternativas curriculares (RCNEI,

1998).• DCNEF (2009).

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DESAFIOS DA ÉPOCA

• Ausência de financiamento.• Lutas por inclusão no FUNDEB.• Organização dos sistemas municipais.• Políticas de Educação Infantil articuladas com

Políticas Sociais.• Formação de profissionais.• Pressões de organismos internacionais.

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DOCUMENTOS OFICIAIS• LDB nº 9394/96 (20/12/1996).

• Diretrizes Curriculares para a EducaçãoInfantil.

• Referencial Curricular Nacional deEducação Infantil.

• Deliberação COMED/CEB nº 001, de13/11/2012 (D. O. 01/12/12).

OBJETIVOS GERAIS DA E.I.• Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de

forma cada vez mais independente, com confiança emsuas capacidades e percepção de suas limitações;

• Descobrir e conhecer progressivamente seu própriocorpo, suas potencialidades e seus limites,desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com aprópria saúde e bem-estar;

• Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos ecrianças, fortalecendo sua autoestima e ampliandogradativamente suas possibilidades de comunicação einteração social;

• Estabelecer e ampliar cada vez mais as relaçõessociais, aprendendo aos poucos a articular seusinteresses e pontos de vista com os demais,respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudesde ajuda e colaboração;

• Observar e explorar o ambiente com atitude decuriosidade, percebendo-se cada vez mais comointegrante, dependente e agente transformador domeio ambiente e valorizando atitudes quecontribuam para a sua conservação;

• Brincar, expressando emoções, sentimentos,pensamentos, desejos e necessidades;

• Utilizar diferentes linguagens (corporal, musical,plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentesintenções e situações de comunicação, de forma acompreender e ser compreendido, expressar suasideias, sentimentos, necessidades e desejos eavançar no seu processo de construção designificados, enriquecendo cada vez mais suacapacidade expressiva;

• Conhecer algumas manifestações culturais,demonstrando atitudes de interesse, respeito eparticipação frente a elas e valorizando adiversidade.

EDUCAR• Educar significa propiciar situações de cuidados,

brincadeiras e aprendizagens orientadas deforma integrada e que possam contribuir para odesenvolvimento das capacidades infantis derelação interpessoal, em uma atitude deaceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelascrianças, aos conhecimentos mais amplos darealidade social e cultural.

CUIDAR• Cuidar é valorizar e ajudar o outro a

desenvolver capacidades, sobretudo dandoatenção a ele como pessoa que está emcontínuo crescimento e desenvolvimento,visando a ampliação de seus conhecimentos edesenvolvimento de suas habilidades,tornando-o mais independente e autônomo.

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Em sua experiência de ser cuidadas, as crianças aprendem

a se vestir, a se pentear, a comer, a fazer sua higiene e

desenvolvem o sentimento de bem-estar com esses hábitos.

O cuidar de si mesmo, o olhar-se com atenção e assumir as

ações para o seu próprio bem-estar são atitudes que se

aprendem desde pequeno. Ações muito simples, criadas nos

momentos de lavar as mãos, de arrumar os cabelos com

cuidado, alimentar-se, hidratar- se e olhar-se no espelho, por

exemplo, podem gerar importantes aprendizagens, com

reflexos na autoimagem que cada criança está construindo.

PARA SABER

MAIS!

EDUCAR E CUIDAR• A educação da criança pequena envolve

simultaneamente dois processoscomplementares e indissociáveis: educar e cuidar.[...] Esta inserção das crianças no mundo nãoseria possível sem que atividades voltadassimultaneamente para cuidar e educarestivessem presentes (CRAIDY; KAERCHER, 2001,p. 16).

BRINCAR• Brincar é experimentar o mundo e internalizar

uma compreensão particular sobre aspessoas, os sentimentos e os diversosconhecimentos.

FUNÇÕES INDISSOCIÁVEIS DA E.I.• Função social: educar e cuidar crianças de 0 a 5 anos e 11

meses.

• Função política: contribuir para que as crianças usufruamde seus direitos sociais e políticos e exerçam seu direitode participação, tendo em vista a sua formação para acidadania.

• Função pedagógica: articular a convivência, a ampliaçãode saberes e os conhecimentos de diferentes naturezasentre crianças e adultos.

ESTRUTURA DO RCNEIOBJETIVOS GERAIS

FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL CONHECIMENTO DE MUNDO

IDENTIDADE E AUTONOMIA

MOVIMENTO

MÚSICA

ARTES VISUAIS

LINGUAGEM ORAL E ESCRITA

NATUREZA E SOCIEDADE

MATEMÁTICA

ÁREAS E EIXOSMOVIMENTO

EXPRESSIVIDADE

EQUILÍBRIO E COORDENAÇÃO

O FAZER MUSICAL

APRECIAÇÃO MUSICALO FAZER ARTÍSTICO

APRECIAÇÃO EM ARTES VISUAIS

ARTES VISUAIS

MÚSICA

ÁREAS E EIXOS

LINGUAGEM ORAL E ESCRITA

FALAR E ESCUTAR

PRÁTICAS DE ESCRITA

PRÁTICAS DE LEITURA

MATEMÁTICA

NÚMEROS E SISTEMA DENUMERAÇÃO

CONTAGEM

NOTAÇÃO E ESCRITA NUMÉRICA GRANDEZAS E MEDIDAS

ESPAÇO E FORMA

ÁREAS E EIXOSNATUREZA E SOCIEDADE

ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS E SEUMODO DE SER, VIVER E TRABALHAR

OS LUGARES E SUAS PAISAGENS

OBJETOS E PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO

OS SERES VIVOS

OS FENÔMENOS DA NATUREZA

O O. E. E A BUSCA DA QUALIDADE• Recursos financeiros aplicados, exclusivamente, nesse

nível de ensino;• Universalização do atendimento para todas as crianças

de zero a cinco anos de idade;• Formação inicial e continuada do professor que

priorize a integração entre os cuidados e a educação dacriança pequena;

• Projeto pedagógico adequado para essa faixa etária,que possibilite o enriquecimento das experiênciasinfantis;

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• Trabalho coletivo entre a direção, coordenação, professor,demais funcionários da instituição e família das crianças;

• Ludicidade como elemento fundamental na organização dotrabalho pedagógico;

• Participação das famílias nas escolas infantis;• Espaço físico contendo mobiliário e material pedagógico

adequado à idade das crianças;• Segurança física e psicológica que garanta o acolhimento a

todas as crianças, inclusive às crianças especiais;• Articulação entre esse nível de ensino e os anos iniciais do

ensino fundamental.

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QUESTÕES DE PARTIDA

• Mas como deve ser uma instituição de educaçãoinfantil de qualidade?

• Quais são os critérios para se avaliar a qualidadede uma creche ou de uma pré-escola?

• Como as equipes de educadores, os pais, aspessoas da comunidade e as autoridadesresponsáveis podem ajudar a melhorar aqualidade das instituições de educação infantil?

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As definições de qualidade dependem de muitos fatores:

• os valores nos quais as pessoas acreditam;

• as tradições de uma determinada cultura;

• os conhecimentos científicos sobre como ascrianças aprendem e se desenvolvem;

• o contexto histórico, social e econômico noqual a escola se insere.

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• No caso específico da educação infantil, aforma como a sociedade define os direitos damulher e a responsabilidade coletiva pelaeducação das crianças pequenas também sãofatores relevantes.

• Sendo assim, a qualidade pode ser concebidade forma diversa, conforme o momentohistórico, o contexto cultural e as condiçõesobjetivas locais.

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DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE – ASPECTOS IMPORTANTES

• O primeiro deles diz respeito aos direitoshumanos fundamentais. Esses direitosapresentam especificidades quando seaplicam às crianças e são reafirmados emnossa Constituição Federal e no Estatuto daCriança e do Adolescente (ECA).

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• Um segundo aspecto relevante, relacionado aoprimeiro, é o reconhecimento e a valorização dasdiferenças de gênero, étnico-racial, religiosa,cultural e relativas a pessoas com deficiência.

• Em terceiro lugar, é preciso fundamentar aconcepção de qualidade na educação em valoressociais mais amplos, como o respeito ao meioambiente, o desenvolvimento de uma cultura depaz e a busca por relações humanas maissolidárias.

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• O quarto aspecto diz respeito à legislação educacionalbrasileira, que define as grandes finalidades daeducação e a forma de organização do sistemaeducacional, regulamentando essa política nos âmbitosfederal, estadual e municipal.

• Em quinto lugar, os conhecimentos científicos sobre odesenvolvimento infantil, a cultura da infância, asmaneiras de cuidar e educar a criança pequena emambientes coletivos e a formação dos profissionais deeducação infantil são também pontos de partidaimportantes na definição de critérios de qualidade.

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INDICADORES DE QUALIDADE• O Ministério da Educação sintetizou os principais

fundamentos para o monitoramento da qualidade daeducação infantil no documento Parâmetros Nacionaisde Qualidade para a Educação Infantil (2006).

• Os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil,objetiva traduzir e detalhar esses parâmetros emindicadores operacionais, no sentido de oferecer àsequipes de educadores e às comunidades atendidaspelas instituições de educação infantil um instrumentoadicional de apoio ao seu trabalho.

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O QUE SÃO INDICADORES?

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Indicadores são sinais que revelam aspectos de

determinada realidade e que podem qualificar algo.

Indicadores apresentam a qualidade da instituição

de educação infantil em relação a importantes

elementos de sua realidade: as dimensões.

CONHECENDO OS INDICADORES• 1ª Dimensão: Planejamento institucional• 2ª Dimensão: Multiplicidade de experiências e

linguagens.• 3ª Dimensão: Interações• 4ª Dimensão: Promoção da saúde.• 5ª Dimensão: Espaço, materiais e mobiliário.• 6ª Dimensão: Formação e condições de trabalho das

professoras e demais profissionais.• 7º Dimensão: Cooperação e troca com as famílias e

participação na rede de proteção social.31

O CURRÍCULO NA E. I.ALVO DE ATENÇÃO DA O.E.

• Organização do espaço.

• Registro das atividades.

• Cuidar e educar.

• Construção da linguagem.

• Autonomia e flexibilização da rotina.

• A diversidade e a desigualdade.

33OR

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A ROTINA – ALVO DE ATENÇÃO DO O.E.

• A rotina do trabalho pedagógico concretiza, nasala de aula, as intenções educativas que serevelam na forma como são organizados otempo, o espaço, os materiais, as propostas eintervenções do professor. Por essa razão, arotina que estabelecemos para a classe étambém uma situação de ensino e aprendizagem,a despeito de não ser necessariamente planejadacomo tal. 34

A ROTINA NA E.I.• A rotina na Educação Infantil pode ser facilitadora

ou cerceadora dos processos de desenvolvimentoe aprendizagem. Como tudo o que acontece noambiente educativo, a rotina não é neutra e podetrazer marcas do preconceito e da discriminação.

• Uma rotina clara e compreensível para ascrianças é fator de segurança, que dinamiza aaprendizagem e facilita as percepções infantissobre o tempo e o espaço.

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• É importante que a organização do tempo nainstituição não perca de vista a necessidade defavorecer o brincar, as iniciativas infantis, oscuidados e a aprendizagem em situaçõesorientadas, ou seja, combinar e equilibrarperíodos para aprendizagens intencionais,planejadas pelo professor com períodos paramais independência, em que as criançasconstruam conhecimentos nas ações de suaescolha.

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ATIVIDADES PERMANENTES – ATENÇÃO O.E.• São aquelas que atendem às necessidades básicas de

cuidados, aprendizagem e de prazer para as crianças, cujosconteúdos e/ou ações necessitam de constância.

• Os objetivos são os de aproximar as crianças de umconteúdo, de criar hábito e familiaridade. A frequênciapode ser diária ou de alguns dias na semana. Consideram-se atividades permanentes, entre outras: cuidados com ocorpo; brincadeiras e jogos no espaço interno e externo;roda de história; roda de conversas; ateliês ou momentosde desenho, pintura, modelagem e música; cantos deatividades diversificadas.

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CANTOS DIVERSIFICADOS

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RODAS DE HISTÓRIA E CONVERSAS

REGISTRO DE ATIVIDADES

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O QUE NÃO PODE FALTAR NA CRECHE (CRIANÇAS DE 0 A 3 ANOS)?

• Brincar

• Linguagem Oral

• Movimento

• Arte

• Identidade e Autonomia45

46

- O que distingue os três primeiros anos de vida?

Esse é o período sensório-motor, caracterizado pela inteligência prática. O mundo é algo a

experimentar e conhecer por meio dos órgãos dos sentidos e das ações corporais.

- Como a criança aprende?

Presa à experiência imediata, ela necessita da presença dos objetos concretos. Seus

esquemas de ação são olhar, agarrar, ouvir, alcançar com a boca ou sentir com a pele.

- Quais os procedimentos para potencializar o desenvolvimento nessa faixa etária?

A primeira coisa a fazer é incentivar o uso da ferramenta mais poderosa, que é o corpo. Por

meio dele, a criança entra em contato com texturas, temperaturas e gostos. Outras ações

são estimular a linguagem verbal - por meio de histórias e músicas - e a imitação,

entendendo a necessidade de reproduzir gestos e falas e procurando valorizar a expressão

individual de cada um.DENISE ARGOLO ESTILL,

Psicóloga e Psicopedagoga da Unidade de Atendimento ao Bebê (SP).

PARA SABER

MAIS!

O QUE NÃO PODE FALTAR NA PRÉ-ESCOLA (CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS)?• Brincar

• Linguagem Oral

• Movimento

• Arte

• Leitura e escrita

47

48

Como se caracteriza o pensamento da criança pré-escolar?Ele é principalmente substitutivo e imitativo. Substitutivo porque ela descobre que objetos,pessoas e ações podem ser trocados ou evocados por outros. Imitativo porque ela entra nouniverso da ficção: imagina e faz correspondências.

De que maneira o faz-de-conta desenvolve as linguagens?No faz-de-conta, a criança realiza um esforço de tradução. Ela não é velha, mas representa esse

papel no jogo simbólico. Também não é um bicho, mas pode imitá-lo. Esse fingimento aumentao repertório das diversas linguagens, como o desenho, a fala, a música e a dança.

Como aproveitar a capacidade de representação?A criança descobre simbolicamente a importância do adulto em sua vida e as diferenças entreambos. Isso ocorre, por exemplo, quando ela faz de conta que é mãe e repreende o filho. Cabeao professor, portanto, possibilitar que ela entenda essa assimetria e, ainda que intuitivamente,o valor do adulto.

LINO DE MACEDO, Professor do Instituto de Psicologia da USP.

PARA SABER

MAIS!

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Psicologia do Psicologia do

DesenvolvimentoDesenvolvimentoVisão GeralVisão Geral

50

A crianA criançça de 2 e 3 anosa de 2 e 3 anos

Concentração curta, mas intensa.

Compreensão limitada (simples e

repetido).

Conhecimento de novas palavras

(mais ou menos 700 palavras).

Memória curta.

Período de descobertas.

MENTE

Come, dorme e cresce muito.

Necessita se mexer, correr, saltar,

pois está desenvolvendo os músculos

maiores.

CORPO

51

Reage ao clima, emotivo.

Procura novas sensações.

Muito sensível (tenso/inseguro).

Assusta-se facilmente.

Confiante – acredita em tudo que lhe é dito.

EMOÇÕES

Cartazes, flanelógrafo, fantoches,

brinquedos, argamassa, blocos, desenho

simples.

ENSINO

Idade da inocência.

Imitação.

ESPÍRITO

Egoísta.

Simpático.

SOCIAL

Descobre que pode tomar decisões próprias.VONTADE

52

A crianA criançça de 4 e 5 anosa de 4 e 5 anos

Atenção limitada, mas aumentando (4 a 10 M.)

Vocabulário crescente.

Curioso e perguntador (Quem? Como? Onde?).

Começa a relacionar as informações e utilizá-las para

resolver problemas.

Aprende com facilidade e esquece com a mesma

facilidade.

Imaginação muito ativa (imaginação X realidade).

MENTE

Energia e atividade devem ser canalizadas para um

propósito.

Desenvolvimento dos músculos menores / motricidade

+ equilíbrio.

Cansa-se facilmente.

Gosta de cuidar da sua própria pessoa (abotoar

roupas, atar cordões de sapatos, etc.)

CORPO

Sente intensamente (chora – ri).

Crescente sentido de ritmo.

Teimoso.

EMOÇÕES

Música, dramatização e cartazes.ENSINO

Mais interesse pelas coisas de Deus.

Começa a reconhecer o certo e

errado.ESPÍRITO

Egoísmo X cooperação e aprovação

social.SOCIAL

Imita o que vê e também age pelo

que sente.VONTADE

53

54

Desenvolvimento Desenvolvimento

afetivo afetivo FreudFreud

55

A crianA criançça de 2 a 3 anosa de 2 a 3 anos

Fase Anal

Nesta fase o ser humano deriva o senso de prazer

da zona anal do corpo. A criança parece sentir

considerável prazer em eliminar e/ou reter suas

próprias fezes. O valor que os pais dão à

evacuação das fezes leva a criança a supor que

elas são material precioso e, portanto, a querer

guardá-las para si mesmas, através da atitude

retensiva. A retenção anal está ligada à teimosia,

independência e sentimento de posse. Já na fase

expulsiva (primeira etapa), a eliminação das fezes

pode ser para a criança uma liberação de forças

destrutivas.

56

“Suas fezes é a primeira moeda que a criança pode

trocar por outros valores”. A característica do

caráter anal é a do indivíduo se mostrar, às vezes,

extremamente meticuloso em matéria de toalete e

de privacidade. Outras vezes a pessoa se torna um

tipo humano extremamente retentivo (avarento),

tanto no sentido monetário, como na capacidade

de dar-se de si mesmo numa relação humana

significativa. Provavelmente é nesta fase da vida

que o ser humano começa o processo de

introjeção dos valores éticos e morais. Daí a

tremenda importância desse período da vida, pois

dependendo da flexibilidade ou rigidez das

demandas do mundo adulto, o indivíduo poderá

tornar-se um tipo rígido, dogmático e neurótico, ou

um tipo funcional e criativo.

57

A crianA criançça de 4 a 5 anosa de 4 a 5 anos

Fase Fálica

A zona erógena nessa fase é constituída pelos

órgãos genitais. A criança começa a chamada

masturbação infantil, cuja significação é

exagerada pelos pais. A personalidade

caracterizada por elementos de fixação fálica

tende a ser exibicionista e agressiva. O caráter

fálico se apresenta como sendo do tipo resoluto e

autoconfiante, mas essa atitude ousada pode

representar, de fato, uma reação a sentimentos

reais de inferioridade. Há nesses indivíduos

também traços de dependência oral, expressos

sobretudo em forma de agressão verbal como uso

58

exagerado de pornofonia ou até mesmo de formas

mais sutis como a ironia picante. É nessa fase que

ocorre a estruturação da personalidade, sendo por

isso de fundamental importância a presença da

função materna e paterna. Ocorre a identificação

com os pais. Nesse período a criança se interessa

pelo papel do pai na procriação, pelas atividades

sexuais dos pais, pela origem dos bebês – temas

freqüentes de suas fantasias. Nesse sentido,

admoestações excessivas e punitivas sobre

interesses e atividades sexuais teriam efeito

negativo na posterior identificação sexual. De

acordo, com a concepção freudiana, impotência

sexual, frigidez, exibicionismo e homossexualismo

são considerados deficiências derivadas do

período fálico.

59

Todos nós sofremos uma amnésia infantil,

isto é, comumente esquecemos, à medida

que crescemos, os interesses sexuais de

nossa infância. É importante também

destacar que há, nessa fase, um

desenvolvimento da consciência moral. Ao

identificar-se com os pais, a criança adquire

seus padrões, seus valores. Se porém, essa

identificação não se dá no tempo próprio, o

indivíduo pode desenvolver uma

dependência emocional exagerada da figura

materna, e isso pode vir a ser no futuro um

problema sério de ajustamento emocional.

Desenvolvimento Desenvolvimento

social social EriksonErikson

60

A crianA criançça de 1 a 3 anosa de 1 a 3 anos

Meninice

Autonomia versus vergonha e dúvida é a

crise psicossocial desse período evolutivo.

É nesse período que a criança começa a

aprender a noção de ordem e pontualidade.

Se for submetido a um tipo moderado e

coerente de disciplina, o indivíduo poderá se

tornar uma pessoa de hábitos higiênicos

saudáveis, organizada e cumpridora dos

seus deveres.61

A crianA criançça de 4 a 5 anosa de 4 a 5 anos

Fase Lúdica

Iniciativa versus culpa caracteriza a crise

psicossocial desse período da vida. A criança

procura identificar-se com seus pais e ser como

eles em termos de iniciativa e de poder social. Se

a iniciativa da criança é estimulada ou

reconhecida pelos pais ela desenvolverá um

senso adequado de ação independente. Por outro

lado, se a criança sente que sua atividade lúdica é

boba e estúpida, ela pode desenvolver um

sentimento de culpa em relação a qualquer

atividade por ela iniciada, sentimento esse que

persistirá através de toda a vida.62

Desenvolvimento Desenvolvimento

cognitivocognitivoPiagetPiaget

63

A criança de 2 a 6 anos

PRINCIPAL CARACTERÍSTICA

Marca o desenvolvimento da capacidade

simbólica de representar uma coisa por

outra, em que a linguagem desempenha

importante papel. Por outro lado, verifica-se

a ausência de pensamento conceitual e das

noções de conservação e invariância.

Período Pré-operacional

64

A CRIANÇA

A nível comportamental, a criança atuará de

modo mais lógico e coerente (em função dos

esquemas sensoriais motores), enquanto que

em nível de entendimento da realidade estará

desequilibrada (em função da ausência de

esquemas conceituais). Até os 4 anos, 4

anos e meio, a criança conquista todas as

formas de simbolização. A criança fica

absolutamente interessada e ativa

perguntando o nome de tudo o que existe.

Tudo é nomeado, tudo tem um nome, tudo

65

66

pode ser representado de alguma forma

alguma forma, com maior ou menor

eficiência, dependendo do momento. A

criança estará, nesta fase, desenvolvendo

os chamados pré-conceitos, isto é noções a

respeito de objetos que serão utilizados na

fase seguinte para formar os esquemas

conceituais. Nesta fase também notamos o

desligamento da família em direção a uma

sociedade de crianças e a presença

concomitante de uma linguagem socializada

e de uma linguagem egocêntrica.

67

O PENSAMENTO

O pensamento pré-operacional se caracteriza

pelo egocentrismo, em que a criança não

concebe um mundo, uma situação da qual

não faça parte. Esse egocentrismo se

manifestará em todas as áreas de atuação da

criança (intelectual, social, de linguagem).Além disso, o pensamento também será

caracterizado por uma tendência lúdica, por

uma mistura da realidade com a fantasia, o

que determinará uma percepção muito

distorcida da realidade.

68

Outra característica do pensamento pré-

operacional é a irreversibilidade, isto é, a

criança nesse período pensa, mas não

pode pensar a respeito do próprio

pensamento. Seu julgamento é

extremamente dependente da percepção

imediata e, sujeito, portanto, a vários erros.

Outras estruturas típicas do pensamento

nesse estágio são o realismo, o animismo

e o antropomorfismo.

69

A INTELIGÊNCIA

Opera em função de uma passagem

gradual do pensamento explícito (motor)

para o pensamento (interiorizado).

INCLUINDO ALGO MAIS NESTA CONVERSA

• Pesquisas apontam: envolvimento necessário doaluno no ato de aprender e compreensão docontexto.

• Por isso, há que se considerar que ele é umsujeito sócio-histórico, singular e relacional.

• Atenção do O.E.: cenas do cotidiano expressãocontradições em relação às afirmativas acima.

• Discurso teórico distante do discurso prático.

70

• A mobilidade das verdades conceituais nãogarante a respectiva mobilidade da realidadecotidiana.

• É necessário questionar a estruturação dasconcepções assumidas.

• Analisar a construção do método daracionalidade científica.

• Quem é o sujeito que aprende?

• Que funções tem aquele que ensina?71

Razão X Afeto?• Razão: suporte para o conhecimento.

• Conhecimento: poder de inserção social cotidiana.

• Afeto faz parte do cotidiano – caminhos deinvestimentos e energia, que não estão em oposição àrazão, mas apenas como matéria diferente, tecida deoutra trama.

• Razão e afeto não são adversários, mas como parceirosna produção de sentidos, de significações para arealidade aprisionada pela razão científica.

72

• Trata-se de conhecer a realidade educacional doponto de vista do inconsciente e do desejo (saberpsicanalítico), trazendo a compreensão singularsobre as articulações do individual com ocoletivo; sobre as relações entre o desejo, oprazer, a vontade de saber, a linguagem, econstrução de um sujeito que se revelará comosujeito desejado, articulando pela necessidade deprazer.

73

INCLUINDO O AFETO NA CONVERSA SOBRE A E.I.

• Criança: sujeito social, com o recheio afetivodo EU.

• Relações do seu psiquismo com outros – que oinformam das determinações sociais (temfunção estruturante em sua formação).

• Incluir no trabalho do O.E. o não observável (oque não pode ser mensurado ou controlado).

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• Na cena do cotidiano, que tece os sujeitos doconhecimento, é necessário resgatar a possibilidade de“capturar” uma “matéria” que hoje é estudo da ciênciamoderna, colocando-a na mão dos especialistas daeducação.

• Tornar observável o recheio afetivo, que geralmenteaparece nas situações extra-classe, identificado comomatéria-prima de conflitos a serem resolvidos.

• Normalmente, o conteúdo afetivo é substratopedagógico para atividades que estimulam criatividadepara trazer prazer ao cotidiano. O prazer é produzidocomo artifício lúdico, que nem sempre ganha sentido.

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TRABALHO DO O.E.

• Diagnóstico: levantar “vulnerabilidade” doaluno (questões sociais, familiares epsicológicas, influência da escola...).

• Possíveis soluções recuperação do potencialemocional/psicológico do aluno,estabelecimento de recursos pedagógicos.

76

APONTAMENTOS• Importância do trabalho profissional na Educação

Infantil.

• Os afetos são componentes estruturantes naconstrução do EU.

• O pulsar do aluno é ferramenta cotidiana,poderosa e inevitável nas mãos da escola.

• Não há garantias de eficácia – mas é necessárioespaços de abertura.

77

COMPARTILHAR A AÇÃO EDUCATiVA

• Conhecer a criança.

• Estabelecer critérios educativos comuns.

• Oferecer modelos de intervenção e relaçãocom as crianças.

• Ajudar a conhecer a função educativa daescola.

78

A COMUNICAÇÃO COM AS FAMÍLIAS

• As entrevistas de ingresso.

• As entrevistas solicitadas.

• A participação dos pais e das mães na escola.

79

DILEMAS PRÁTICOS À O. E.• Estruturação no âmbito da Educação Básica.

• Articulação com o Ensino Fundamental.

• Organização escolar.

• Articulação curricular.

• Critérios de qualidade.

• Avaliação: diagnóstico ou de desempenho.

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ESTUDOS NECESSÁRIOS• Institucionalização da infância e suas consequências.

• Concepções teóricas da infância (é preciso consolidar ascontribuições da sociologia da infância, da antropologia eos estudos culturais sobre as crianças e as culturas infantis);

• Especificidades da creche e do trabalho com bebês.

• Em relação às famílias: gravidez precoce, abandono,violência, populações de rua e as relações entre creches,escolas e conselhos tutelares.

81

• É imprescindível, no dia a dia com as crianças, criaroportunidades para que as professoras possam refletirsobre a intencionalidade dos seus fazeres. [...] Um dascaracterísticas que acentua a intencionalidadepedagógica é poder explica e compreender os motivospara a seleção das atividades, dos materiais, dasbrincadeiras – seus modos de apresentação e realização– e das formas de preparação dos recursos e dos grupos.[...] Ressignificar o currículo é aprender a construirperguntas para a prática, compreendê-las, interrogá-las ereconstruir, com as crianças e a comunidade escolar,outras respostas pertinentes mesmo que provisórias(MEC/SEB, 2009, p.88)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS• BASSEDAS, HUGUET, SOLÉ. Aprender e ensinar na Educação

Infantil. Porto Alegre, Artmed, 1999.• GARCIA, R. L. Revisitando a pré-escola. São Paulo, Cortez,

2001.• KRAMER, Sonia. As crianças de 0 a 6 anos nas políticas

educacionais no Brasil: educação infantil e/é fundamental.Educ. Soc.,Campinas, vol. 27, n. 96 - Especial, p. 797-818,out. 2006.

• Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.33, p.78-95,mar.2009.

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