Programação, Periodização e Planificação do Treino ... · A Periodização: É um aspecto...

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Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação FísicaUniversidade do Porto

Programação, Periodização e Programação, Periodização e Planificação do Treino de Planificação do Treino de

Futebol Futebol

José Guilherme Oliveira

A Programação de uma época de uma equipa de Futebol deve implicar:

• A Programação;

• A Periodização;

• A Planificação.

A Programação:

É a definição de um conjunto de pressupostos que passa pela determinação das estratégias de acção, dos conteúdos e da forma de estruturação de todo o processo que engloba o treino, em todas as dimensões, e o jogo.

É a definição da forma como vamos conduzir todo o processo de treino e de jogo.

A Periodização:

É um aspecto particular da Programação, que está relacionado com o permanente desenvolvimento das capacidades táctico-técnicas individuais e colectivas, com a lógica evolutiva dos esforços (treino e jogo) e das subsequentes adaptações do organismo do indivíduo, do jogador e da equipa a nível táctico, técnico, físico, cognitivo e psicológico.

Também significa dividir em períodos mais ou menos alargados, definidos cronológica e estrategicamente, em alguns momentos estantardizados, com objectivos específicos para facilitar a construção de todo o processo evolutivo de elaboração do treino e consequente rentabilidade competitiva.

A Planificação:

É o acto de preparar e estabelecer um plano de actividades para realizar um conjunto de tarefas.

Determinar um conjunto de objectivos e os meios de os atingir.

Definir os conteúdos e as estratégias ideais para atingir os objectivos propostos.

Reestruturar uma tipificação / modelo de acção.

Evolução dos Modelos de Periodização

Murfhy e Kotov (1910/20)

Organizaram pela primeira vez as actividades do treino com o objectivo da melhoria do rendimento desportivo.

Os conteúdos do treino são agrupados com o objectivo de obter as maiores capacidades na altura da competição.

Pihkala, Gorinovski e Birsin (1920/30)

Apresentam princípios de gestão do treino:

- diminuição progressiva do vol. e aumento da intens.;

- treino específico surge após uma base de treino geral;

- o treino deve alternar períodos de esforços com períodos de recuperação.

Evolução dos Modelos de Periodização

Grantyn (1930/40)

Propõe um ciclo anual de treino dividido em 3 períodos.

Conteúdos precisos para cada período com o objectivo de estar na melhor forma possível na competição.

Letumov (1950)

Tenta justificar o treino de uma forma científica.

Refere que a forma do atleta é adquirida pela “carga biológica” a que é submetido.

Os períodos de treino são organizados em função das particularidades do atleta e não pelas respectivas competições.

Evolução dos Modelos de Periodização

Matveiev (60)

Propõe um ciclo anual de treino dividido em 3 períodos.

Conteúdos precisos para cada período com o objectivo de estar namelhor forma possível na competição.

Dinâmica das cargas baseado nas grandes ondas.

Preparação Geral com grande predominância em alguns períodos.

Período de Preparação muito longo contrastando com um curto período de Competição.

Assume uma perspectiva Universal (atende a todas as modalidades e níveis).

Evolução dos Modelos de Periodização

Arosjev (70) – Treino Pendular

Surge na tentativa de aperfeiçoar o modelo de Matveiev.

Utiliza ciclos de treino em função das competições.

Existe alternância entre cargas específicas e gerais. As cargas específicas crescem em cada ciclo de treino em detrimento das cargas gerais.

Cada novo ciclo inicia-se com predominância do treino geral.

Vorobjev (70) – Treino Modular

Mudanças frequentes no volume e na intensidade das cargas.

Predominância das cargas específicas durante toda a temporada.

Evolução dos Modelos de Periodização

Verchosanskij (80)

Propôs a estrutura do treino em “Blocos”.

Para se obter rendimentos altos a periodização não deve ser exclusivamente “física”, mas também táctica, técnica,...

Preconiza a construção de “Blocos” separados das diferentes componentes do treino.

Evolução dos Modelos de Periodização

P. Tschiene (80)

Volume e Intensidade das cargas mantêm-se elevados durante toda a temporada. A dinâmica das cargas fazem-se em forma de pequenas ondas.

Introduz um “Intervalo Profiláctico”, após cargas específicas e antes das competições.

Valoriza a competição como factor de construção de um rendimentoelevado.

Evolução dos Modelos de Periodização

Bondarchuk (88)

Assume duas ideias centrais:

• o atleta é uma unidade como tal não deve ser treinado por “Blocos”, mas sim através de uma interligação desses “Blocos”;

• não utiliza a preparação geral porque esta não apresenta adaptações para os movimentos específicos da competição.

A preparação geral aparece apenas como um meio de recuperação.

Evolução dos Modelos de Periodização

Platonov (91)

Refere que se pode recorrer a duas formas distintas de organização e de intervenção no treino:

• utilizar mesociclos e microciclos de choque. Estes implicam variações significativas no volume, na intensidade e na complexidade das cargas. Consequentemente oscilações na Forma desportiva;

• distribuir uniformemente as cargas de treino durante toda a época desportiva. Mantendo os níveis de volume, de intensidade e de complexidade das cargas dentro de uma variabilidade reduzida.

Necessidade de Novos Modelos de Periodização

Inadequação dos Modelos “Convencionais” face à essência do próprio jogo (Táctico / Físico).

Tendências evolutivas, a nível estrutural, do Futebol:

• Período preparatório muito reduzido e com exigências competitivas elevadas;

• Período competitivo muito longo;

• Quadros competitivos muito longos;

• Várias competições em simultâneo;

• Número de jogos elevadíssimo;

• Necessidades de alto rendimento durante toda a época;

• As características do Futebol actual e as tendências evolutivas indicam que as componentes táctica-técnica e cognitiva sejam as que direccionam o processo de treino e um projecto de jogo.

ProgramaçãoTemos de saber:

Onde estamos

Para onde queremos irO que temos

Encontrar os Caminhos Ideaisou seja

Traçar Linhas Orientadoras de Todo o Processo

Adequação de um processo de gestão e acção à realidade em que nos encontramos.

Para se conseguir programar uma Época é necessário ter-se um conhecimento profundo de alguns aspectos:

• Conhecimento do Clube em que estamos;

• Conhecimento da equipa que temos e do respectivo nível de jogo;

• Conhecimento do nível e das características dos jogadores individualmente;

• Conhecimento do calendário competitivo;

• Conhecimento dos objectivos a atingir.

Depois de tudo isto é necessário definir um

Modelo de Jogo

e consequentemente um

Modelo de Treino

Programação

O Modelo de Jogo Adoptado

Princípios de jogo:Defensivos;Ofensivos;Transição:

Defesa / Ataque;Ataque / Defesa.

Organização Funcional

Organizações Estruturais

IDEIA DE JOGO DO TREINADOR

Capacidades e Características dos Jogadores

Interacção

SISTEMA DE JOGO

O Modelo de Jogo Adoptado

• A dimensão Táctica, mais precisamente o Modelo de JogoAdoptado, deve ser a orientadora das Periodizações e dasPlanificações.

• As Periodizações e Planificações das outras dimensões dotreino (técnica, física, cognitiva e psicológica) devem surgir em função das respectivas exigências requisitadas peloModelo de Jogo Adoptado.

• A interacção das diferentes dimensões é um dos aspectosfundamentais deste tipo de Periodização e Planificação,de onde sobressai o princípio da Especificidade.

Evolução do Princípio da Especificidade

• As maiores mudanças funcionais e morfológicas acontecem somente nos órgãos, células e estruturas intracelulares que sejam suficientemente activadas pela carga funcional, surgindo a respectiva adaptação.

• Também é a caracterização específica do esforço energético funcional, ou seja, o esforço em termos fisiológicos que o futebol requisita (em média).

• A Especificidade também é determinante numa metodologia de treino em que as situações criadas / exercícios são o mais situacionais possível, ou seja, tira-se do jogo idealizado aquilo que é mais importante e transporta-se para o treino, sendo este constituído por acções desejadas para o jogo.

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Para Matveiev:• Exercícios Gerais;• Exercícios Específicos;• Exercícios de Competição.

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Matveiev: Exercícios Gerais

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Matveiev: Exercícios Específicos

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Matveiev: Exercícios de Competição

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Para José Oliveira:• Exercícios Gerais:

• Exercícios Gerais Orientados;• Exercícios Gerais Não Orientados;

•Exercícios Especiais:• Exercícios Especiais de Instrução;• Exercícios Especiais Condicionantes;

• Exercícios de Competição:

• Exercícios de Competição Propriamente ditos;• Exercícios de Competição Variados;

Especificidade – Classificação dos Exercícios

José Oliveira: Exercícios Gerais Não Orientados

Especificidade – Classificação dos Exercícios

José Oliveira: Exercícios Gerais Orientados

Especificidade – Classificação dos Exercícios

José Oliveira: Exercícios Especiais de Instrução

Especificidade – Classificação dos Exercícios

José Oliveira: Exercícios Especiais Condicionantes

Especificidade – Classificação dos Exercícios

José Oliveira: Exercícios Competição Variados

Especificidade – Classificação dos Exercícios

José Oliveira: Exerc. Competição Propriamente Ditos

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Para Carlos Queiroz:

• Exercícios Fundamentais I, II e III (incluem finalização);

• Exercícios Complementares (não incluem finalização):

• Compl. Integrados (mais do que um factor de preparação);

• Compl. Separados (apenas um factor de preparação).

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Carlos Queiroz: Fundamentais Forma I

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Carlos Queiroz: Fundamentais Forma II

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Carlos Queiroz: Fundamentais Forma III

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Carlos Queiroz: Complementares Formas Separadas

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Carlos Queiroz: Complementares Formas Separadas

Especificidade – Classificação dos Exercícios

Carlos Queiroz: Complementares Formas Integradas

“Novo” Princípio da Especificidade

Para além do atrás referido:

O treino, ou as situações do treino, só são verdadeiramente Específicas quando houver uma permanente e constante relação entre as componentes táctico-técnicas individuais e colectivas, psico-cognitivas, físicas e coordenativas, em correlação permanente com o Modelo de Jogo Adoptado e respectivos Princípios que lhe dão corpo.

Assim sendo, só existe Especificidade quando:

As situações de treino são realmente Específicas e não apenas Situacionais.

Princípio da Especificidade

A operacionalização do novo Princípio da Especificidade deve assumir várias escalas:

• Escala Colectiva;

• Escala Sectorial / Grupal;

• Escala Individual.

Princípio da EspecificidadeDimensão Colectiva:

Princípio da EspecificidadeDimensão Sectorial / Grupal:

Princípio da EspecificidadeDimensão Individual:

Princípio da Especificidade

A operacionalização do novo Princípio da Especificidade deve assumir várias dimensões:

• Dimensão Colectiva;

• Dimensão Sectorial / Grupal;

• Dimensão Individual.

O cumprimento do Princípio da Especificidade só é atingido em toda a sua magnitude quando durante o treino:

• Os atletas entenderem os objectivos e as finalidades da situação;

• Os atletas mantiverem um elevado nível de concentração durante toda a situação;

• O treinador intervier adequada e atempadamente perante a situação.

Estudo: Estudo: American Sport Education ProgramAmerican Sport Education Program

Alto

Médio

Baixo

Nada

Métodos de Ensino usados por Treinadores

Gra

u de

Apr

endi

zage

m

Apenas explicar

Explicar e

Demonstrar

Explicar, Demonstrar e Orientar

Explicar e Orientar

Relação da idade e percentagem de Trabalho Específico e TrabalhoRelação da idade e percentagem de Trabalho Específico e Trabalho GeralGeral

100

80

60

40

20

010 14 16 18

Trabalho EspecíficoTrabalho Geral

95

5

90

10

80

20

75

25

Idade

% d

e Tr

ab. E

spec

ífico

e G

eral

Relação de nº de treinos por semana e % de Trab. Específico e TrRelação de nº de treinos por semana e % de Trab. Específico e Trab. Geralab. Geral

100

80

60

40

20

02 3 4 5

Trabalho EspecíficoTrabalho Geral

95

5

90

10

80

20

75

25

Número de Treinos por Semana

% d

e Tr

ab. E

spec

ífico

e G

eral

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Período Preparatório

Características dos Períodos da Época:

Periodização “Táctica”Periodização “Convencional”

• Preparação dividida em 2 grandes fases: preparatória geral e preparatória especial• A primeira fase serve de alicerce da segunda

• Criação dos pressupostos indispensáveis para se adquirir a forma desportiva

• Período de preparação longo e fundamental para o resto da época

• Período de preparação curto de extrema importância para se atingir o mais rápido possível as capacidades táctico-técnicas individuais e colectivas, físicas, cognitivas e psicológicas que o Modelo de Jogo Adoptado e respectivos princípios requisitam dos jogadores e da equipa - forma desportiva individual e colectiva (mas, não é um período insubstituível)

Melhoria das capacidades “futebolísticas”, isto é, de jogo,

dos jogadores e da equipaMelhoria das capacidades

condicionais

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Características dos Períodos da Época:

Período Competitivo

Periodização “Convencional” Periodização “Táctica”

• Está dividido em pelo menos 3 períodos: um 1º período de desenvolvimento e conservação da forma; um 2º período de reconstrução da forma; e, por fim, um 3º período de conservação da forma.

• A periodização assume uma lógica evolutiva do Modelo de Jogo Adoptado e dos respectivos princípios.

• A componente táctica é a coordenadora de todo o processo evolutivo da periodização (táctica, técnica, física, cognitiva e psicológica)

A principal preocupação é a evolução constante do Modelo de

Jogo Adoptado e em consequência da forma “futebolística”

(qualitativa).

A principal preocupação é a forma, mas sempre em termos físicos

(quantitativos).

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Perfil do Rendimento – Forma Desportiva

Periodização “Convencional” Periodização “Táctica”

• Estar em Forma significa estar disponível em termos tácticos, técnicos, físicos, cognitivos e psicológicos (aspectos quantitativos e qualitativos), para responder eficazmente às exigências que o jogo requisita, durante um determinado período de tempo (época desportiva).

• O estado de Forma procurado é essencialmente físico (aspecto quantitativo)

• A fase de aquisição da Forma é longo, cerca de 3 a 4 meses

• Há variações dos níveis da Forma durante o PeriodoCompetitivo

• Os níveis da Forma não dependem da preparação realizada no período preparatório, mas sim do trabalho diariamente efectuado

• Os níveis da Forma dependem, em absoluto, da preparação realizada no período preparatório

• Tenta-se que haja uma conservação, ou um progressivo aumento qualitativo, da Forma Desportiva

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Perfil do Rendimento – Forma Desportiva

Periodização “Convencional” Periodização “Táctica”

Período Preparatório Período Preparatório

• Tem como objectivo o desenvolvimento/evolução da forma relacionada com o Modelo de Jogo Adoptado

• Existe uma 1ª fase de criação de pressupostos para a forma, depois existe uma 2ª fase para o desenvolvimento da forma

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

100

80

60

40

20

0

Máx.

Min.

Periodização Convencional

Periodização Táctica

PeríodoPreparatório Período Competitivo

1º Per. 2º Per. 3º Per.

Perfil do Rendimento - Forma Desportiva

PeríodoTransit.

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Perfil do Rendimento – Forma Desportiva

Periodização “Convencional” Periodização “Táctica”

Período PreparatórioPeríodo Preparatório

• Tem como objectivo o desenvolvimento/evolução da forma relacionada com o Modelo de Jogo Adoptado

• Existe uma 1ª fase de criação de pressupostos para a forma, depois existe uma 2ª fase para o desenvolvimento da forma

Período CompetitivoPeríodo Competitivo• Tem como objectivo uma dialéctica entre desenvolvimento/evolução e manutenção da forma relacionada com o Modelo de Jogo Adoptado

• Existe uma 1ª fase de desenvolvimento e conservação da forma, uma 2ª fase de reconstrução da forma e, por fim, uma 3ª fase de conservação da forma

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

100

80

60

40

20

0

Máx.

Min.

Periodização Convencional

Periodização Táctica

PeríodoPreparatório Período Competitivo

1º Per. 2º Per. 3º Per.

Perfil do Rendimento - Forma Desportiva

PeríodoTransit.

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Dinâmica das Cargas – Volume e Intensidade

Periodização “Táctica”Periodização “Convencional”

Período PreparatórioPeríodo Preparatório

• Inicia-se os trabalhos com intensidades altas relativas. Essas intensidades (altas relativas) devem aumentar progressivamente

• A intensidade das cargas inicia-se com valores muito baixos, aumentando gradualmente

• O volume a ser considerado deve ser o volume acumulado das intensidades. Esse volume deve ir aumentando gradualmente sem nunca prejudicar os valores das intensidades

• Relativamente ao volume das cargas, numa 1ª fase, há um aumento significativo até atingir um valor máximo. Numa 2ª fase, há uma diminuição desse volume até valores intermédios

Volume = Intensidade x DuraçãoTempo de duração do treino

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Máx.

Forte

Méd.

Peq.

Baixa

Máx.

Baixa

Periodização Convencional

Periodização Táctica

Intensidade

Volume

PeríodoPreparatório Período Competitivo

1º Per. 2º Per. 3º Per.

Intensidade

Volume

Dinâmica das Cargas – Volume e Intensidade

Intens. Máxima Relativa

PeríodoTransit.

Tempo de duração do treino

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Dinâmica das Cargas – Volume e Intensidade

Periodização “Convencional” Periodização “Táctica”

Período Competitivo Período Competitivo

• Há uma relação antagónica entre o volume e a intensidade

• Os valores da intensidade devem ser sempre altos

• Os valores dos volumes acumulados das intensidades vão subindo até um momento óptimo. A partir desse momento devem estabilizar.

• Na 1ª fase de manutenção, há uma redução do volume e um aumento proporcional da intensidade. Na fase de reconstrução da forma, há uma inversão brusca da lógica da 1ª fase. Por último, na 2ª fase de manutenção, há novamente uma redução do volume e um aumento proporcional da intensidade

• Deve haver uma constante relação do volume das intensidadescom a densidade e quantidade competitiva.

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Máx.

Forte

Méd.

Peq.

Baixa

Máx.

Baixa

Periodização Convencional

Periodização Táctica

Intensidade

Volume

PeríodoPreparatório Período Competitivo

1º Per. 2º Per. 3º Per.

Intensidade

Volume

Dinâmica das Cargas – Volume e Intensidade

Intens. Máxima Relativa

PeríodoTransit.

Tempo de duração do treino

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Preparação/Treino Geral e Preparação/Treino Específico

Periodização “Convencional” Periodização “Táctica”

Período Preparatório Período Preparatório

• Não tem sentido, neste tipo de Periodização, que os valores do tipo de preparação/treino específicos não sejam elevadíssimos

• Relativamente ao tipo das cargas, numa 1ª fase, há uma elevada incidência na preparação/treino geral em detrimento da específica. Numa 2ª fase, processa-se a inversão dessa lógica.

• O tipo de preparação/treino geral somente aparece como complemento ou compensatório do específico

A Especificidade é o fundamento teórico da Periodização Táctica

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

100

80

60

40

20

100

80

20

0

Periodização Convencional

Periodização Táctica

PeríodoPreparatório Período Competitivo

1º Per. 2º Per. 3º Per.

Treino Geral e Treino Específico

PeríodoTransit.

Prep. Específica

Prep. Geral

Prep. Específica

Prep. Geral

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

Preparação/Treino Geral e Preparação/Treino Específico

Período Competitivo

Periodização “Convencional” Periodização “Táctica”

Período Competitivo

• Os valores do tipo de preparação/treino específicos são sempre elevadíssimos

• Tal como já foi referido, o tipo de preparação/treino geral somente aparece como complemento ou compensatório do específico

• Ao longo deste período, existe uma relação inversa entre a preparação/treino específica e geral

• Na 1ª fase de manutenção, há uma elevada utilização da preparação/treino específico e uma reduzida utilização da geral. Na fase da reconstrução da forma, dá-se uma inversão brusca da lógica da 1ª fase. Por último, na 2ª fase de manutenção, há novamente uma elevada utilização da preparação/treino específico e uma reduzida utilização da geral

Periodização “Convencinal” versus Periodização “Táctica”

100

80

60

40

20 Periodização Convencional

Periodização Táctica

PeríodoPreparatório Período Competitivo

1º Per. 2º Per. 3º Per.

Treino Geral e Treino Específico

PeríodoTransit.

Prep. Específica

Prep. Geral

Prep. Específica

Prep. Geral

100

80

20

0

A Periodização:Divisão da época em períodos com objectivos

específicos de forma a facilitar o processo evolutivo do treino e consequentemente do jogo.

Macroestrutura Macrociclo (ano ou época desportiva)

Mesoestrutura Mesociclo (conj. de semanas, meses)

Microestrutura Microciclo (semanas, conj. de dias)

Unidade de treino (dias)

Sessão de treino

Periodização

Macroestrutura: períodos de uma época

Período curto (4 a 5 semanas).Reabilitar as estruturas fisiológicas, musculares e psicológicas.Vai haver, necessariamente, uma perda temporária da Forma Desportiva.

Transitório

Período longo (aproximadamente 10 meses).Desenvolver as capacidades táctico-técnicas individuais e colectivas e psicológicas.Desenvolver e estabilizar as capacidades físicas.Desenvolver e manter a Forma Desportiva individual e colectiva no patamar mais alto possível.

Competitivo

Período curto (4 a 6 semanas).Desenvolver as capacidades táctico-técnicas, físicas e psicológicas.Desenvolver a Forma Desportiva individual e colectiva.

Preparatório

Características / ObjectivosPeríodos

Periodização

As Periodizações devem surgir em função do:

Modelo de Jogo Adoptado

Aos níveis:Cognitivo;Táctico-técnico;Técnico;Físico;Psicológico.

Periodização Exemplo de evolução:Exemplo de evolução:

Periodização Exemplo de evolução:Exemplo de evolução:

Periodização Exemplo de evolução:Exemplo de evolução:

Periodização Exemplo de evolução:Exemplo de evolução:

Periodização Exemplo de evolução:Exemplo de evolução:

Planificação Semanal

Preocupações:

1. Paradoxalmente é a dimensão fisiológica que deve comandar o processo de Planificação semanal. Deve-se ter em atenção a dinâmica das cargas/esforço e recuperação (1 ou 2 jogos semanais). A lógica da carga fisiológica/biológica, se possível, deve ser mantida.

2. Lógica evolutiva do Modelo de Jogo Adoptado;

3. Periodização previamente realizada;

4. Jogo realizado: aspectos positivos e aspectos negativos;

5. Jogo a realizar:-aspectos positivos e negativos da equipa adversária;-características individuais dos adversários;-estratégias a adoptar.

Planificação

PADRONIZAÇÃO SEMANAL

Dinâmica e incidência dos “Padrões” de esforço e recuperação:

Jogo

Jogo

D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S DRecuperação

BaixaModerada

AltaMuito Alta

Jogo

Jogo

D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S DRecuperação

BaixaModerada

AltaMuito Alta

“Força Específica”“Resistência Específica”

“Velocidade Específica”

Recuperação Activa

Planificação

Recuperação Activa:

• exercícios com pouca tensão muscular;• exercícios com duração não muito prolongada;• exercícios com velocidade baixa.

Podem ter incidências:

• físicas;• técnicas;• tácticas.

Planificação Recuperação Activa

Planificação Recuperação Activa

Planificação Recuperação Activa

“Problemática” da Recuperação

• Recuperação após a Competição;

• Recuperação das cargas dos treinos semanais;

• Recuperação dos exercícios durante o treino;

• Recuperação durante as repetições e/ou séries do mesmo exercício;

• Capacidade de recuperação individual;

• Recuperação da fadiga do sistema nervoso central:• Concentração na competição;• Concentração nos treinos;• Concentração nos diferentes exercícios.

Regime da Recuperação:

• Regime fisiológico (mais tradicional);

• Regime táctico-técnico / específico (cuidados com a recuperação da fadiga central).

Planificação

“Força Específica”:

• exercícios com alta tensão muscular;• exercícios com duração curta;• exercícios com velocidade moderada/alta.

Exercícios realizados em campos de dimensão reduzidas.

Podem ter incidências:

• físicas;• técnicas;• tácticas.

Planificação “Força Específica”

Planificação “Força Específica”

Planificação “Força Específica”

Planificação “Força Específica”

Planificação “Força Específica”

Planificação “Força Específica”

Planificação “Força Específica”

Planificação

“Resistência Específica”:

• exercícios com baixa tensão muscular;• exercícios com longa duração;• exercícios com velocidade moderada.

Exercícios realizados em campos de grande dimensão.

Podem ter incidências:

• físicas;• técnicas;• tácticas.

Planificação “Resistência Específica”

Planificação “Resistência Específica”

Planificação

“Velocidade Específica”:

• exercícios com tensão muscular baixa/moderada;• exercícios com curta duração;• exercícios com velocidade alta.

Exercícios realizados em campos de pequena dimensão.

Podem ter incidências:

• físicas;• técnicas;• tácticas.

Planificação “Velocidade Específica”

Planificação “Velocidade Específica”

Planificação “Velocidade Específica”

Planificação

PADRONIZAÇÃO SEMANAL

Dinâmica e incidência dos “Padrões” de esforço e recuperação:

Jogo

Jogo

D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S DRecuperação

BaixaModerada

AltaMuito Alta

Jogo

Jogo

D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S DRecuperação

BaixaModerada

AltaMuito Alta

“Força Específica”“Resistência Específica”

“Velocidade Específica”

Recuperação Activa

Planificação

PADRONIZAÇÃO SEMANAL

Dinâmica e incidência dos “Padrões” de esforço e recuperação:

Jogo

Jogo

D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S DRecuperação

BaixaModerada

AltaMuito Alta

Jogo

Jogo

D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S DRecuperação

BaixaModerada

AltaMuito Alta

“Força Específica”“Resistência Específica”

“Velocidade Específica”

Recuperação Activa

Um Jogo por Semana

Dois Jogos por SemanaJo

go

D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S DRecuperação

BaixaModerada

AltaMuito Alta

Jogo

D 2ª 3ª 4ª 5ª 6ªSRecuperação

BaixaModerada

AltaMuito Alta

Jogo

DSJo

go

SegundaTerçaQuartaQuintaSextaSábadoDomingoSegundaTerçaQuartaQuintaSextaSábadoDomingoSegundaTerça

QuintaSextaSábado

12345678910

1213141516

12345678

12345678

12345678

12345678

12345678

17181920

910

121314151617181920

910

121314151617181920

910

121314151617181920

910

121314151617181920

910

121314151617181920

Outubro Novemb. Dezemb. Janeiro MarçoFevereiro

Força Resistência Velocidade Recuperação Activa

Carga SemanalBaixa

Carga SemanalModerada

Carga SemanalAlta

12345678910

121314151617181920

Abril12345678910

121314151617181920

Maio

Domingo 21 21 21 21 2121 21 21

Jogo

Jogo

Jogo

Jogo Jogo

Jogo

Jogo

Jogo

Jogo

Jogo

Jogo

Jogo

Sábado 1 Sub 16/17 1Domingo 1ª Boavista/Porto 1 12ª Porto/Boavista 1 21ª Porto/Valda. 2 Sub 16/17 2 2ª Sport./FCPorto 1Segunda 2 2 3 Sub 16/17 3 2Terça 3 1 3 4 ...Sub 16/17 4 1 3Quarta 4 2 4 1 5 5 2 4Quinta 1 5 3 5 2 6 6 3 1 5Sexta 2 6 4 Padroen./Porto 1 6 3 7 7 4 2 6Sábado 3 7 5 Porto/Juniores 2 7 4 8 8 5 3 7Domingo 4 2ª Porto/Leixões 8 6ª Porto/Repesen 6 ...Sub 16 3 13ª Leixõ./Porto 8 17ª Repes/Porto 5 22ª Lamas/Porto 9 2ª Chaves/Porto 9 6ª Praiense/Porto 6 4 3ª FCPorto/Braga 8Segunda 5 9 Sub 17 7 4 Sub 16 9 6 Sub 17 10 10 Sub 16/17... 7 5 9Terça 6 10 Sub 17 8 5 Sub 16 10 7 Sub 17 11 11 8 6 10Quarta Início da Época 7 11 Sub 17 9 6 11 8 Sub 17 12 12 9 7 11Quinta 8 12 Sub 17 10 7 12 9 Sub 17 13 13 10 8 12Sexta 9 13 11 8 13 10 14 3ª Porto/Praiense 14 11 9 13Sábado 10 14 12 9 14 11 15 15 12 Porto/Padroens. 10 14Domingo 11 3ª Salgueir/Porto 15 7ª Porto/Pastelei 13 9ª Porto/Belmont 10 14ª Porto/Salgue 15 18ª Pastel/Porto 12 16 16 ...Sub 17 13 11 4ª Benfica/FCPorto 15Segunda Apres. Oficial 12 16 Sub 16 14 11 Sub 17 16 Sub 17 13 Sub 16 17 17 14 12 Sub 16 16Terça 13 17 Sub 16 15 12 Sub 17 17 Sub 17 14 Sub 16 18 18 15 13 Sub 16 17Quarta 14 18 Sub 16 16 13 Sub 17 18 Sub 17 15 19 19 16 14 18Quinta 15 19 17 14 Sub 17 19 Sub 17 16 20 20 Tor. Almodôvor 17 15 19Sexta Tor. Bragança 16 20 18 15 20 17 21 21 Almodôv./FCPorto 18 16 20Sábado FCP/MU - FCP/RM 17 4ª Porto/Ac.Coim 21 19 16 21 18 22 22 FCPorto/ Amora 19 Porto/Padroens. 17 21Domingo Bragan. / FCPorto 18 22 8ª Padroen/Porto 20 10ª Valda./Porto 17 15ª A.Coim/Porto 22 19ª Porto/Padro. 19 1ª Porto/Guimarães 23 4ª Guimar./Porto 23 20 ...Sub 17 18 5ª FCPorto/Sport. 22Segunda 19 Sub 17 23 21 18 23 20 Sub 16/17... 24 Sub 17 24 ...Sub16 21 19 23Terça 20 Sub 17 24 22 19 24 21 Sub 16/17 25 Sub 17 25 22 20 24Quarta 21 25 Sub 16... 23 20 25 22 Sub 16/17 26 26 23 21 25Quinta 22 26 24 21 26 23 Sub 16/17 27 27 24 22 26Sexta Tor. Asturias Esp 23 27 25 22 27 24 Sub 16/17 28 28 Alvôr/FCPorto 25 23 27Sábado Porto/Rmadrid 24 28 CasaGaiato/Porto 26 23 28 25 29 26 24 28Domingo Velaregio/Porto 25 5ª Feirense/Porto 29 27 11ª Porto/Lamas 24 16ª Porto/Feiren. 29 20ª Belmo./Porto 26 5ª Porto/Chaves 30 27 1ª FCPorto/Benfica 25 6ª Braga/FCPorto 29Segunda 26 30 28 Sub 17 25 30 27 31 Sub 17... 28 26 30Terça 27 29 Sub 17 26 31 28 29 27Quarta 28 30 27 29 30 28Quinta 29 31 28 30 29Sexta 30 29 31 30Sábado 31 30 31

Carga Baixa Carga Moderada Carga Alta Informação Variada

Treino de "Força Específica" Treino de "Resist. Específica" Treino de "Velocidade Específica" Recuperação

Dezembro Janeiro FevereiroAgosto Setembro Outubro Novembro Abril Maio JunhoMarço

Planificação Diária

Preocupações:

1. Ter sempre em consideração a periodização e planificação semanal(aos níveis táctico, técnico, físico, cognitivo, psicológico) sendo a dimensão física a coordenadora do processo;

2. Definir OBJECTIVOS concretos e direccionados;

3. Escolher criteriosamente os CONTEÚDOS (exercícios);

4. Direccionar a ORIENTAÇÃO dos conteúdos em função dos objectivos;

5. Promover a interacção da intensidade, dos respectivos volumes, e da recuperação, relacionando-os com a capacidade de concentração necessária;

6. Seleccionar e direccionar as estratégias de acção para a rentabilidade e eficácia do treino;

7. Ser suficientemente aberto para alterar o que for necessário.

3ª - Recuperação activa: corrida com mudanças de direcção permanente

3ª - Recuperação activa: exercícios de passe

3ª - Recuperação activa: exercícios de passe por sectores

3ª - Recuperação activa: exercício de passe em estrutura

4ª - “Força Específica”: Exercícios de Força/coordenação específicos com finalização

4ª - “Força específica”: pressão e fecho de espaços; circulação rápida da bola; transições (MPB: 4x4(+4)

4ª - “Força específica”: organização defensiva da defesa e do meio-campo

4ª - “Força específica”: organização defensiva colectiva (MPB em estrutura)

5ª - “Resistência específica”: exercícios de passe entre sectores

5ª - “Resistência específica”: organização defensiva e ofensiva colectiva (MPB em estrutura) direccionar para:- ataque / transições- defesa / transições

5ª - “Resistência específica”: organização defensiva e ofensiva colectiva (jogo 11x11) direccionar para:- ataque / transições- defesa / transições

6ª - “Velocidade específica”: exercício de passe (velocidade de execução)Meínhos variados (3x1; 4x1; 4x2; 5x2 a 1 e 2 toques)

6ª - “Velocidade específica”: exercício de velocidade de deslocamento com distâncias variadas

6ª - “Velocidade específica”: movimentações ofensivas específicas com finalização

6ª - “Velocidade específica”: organização ofensiva e defensiva colectiva (jogo 10x9) e bolas paradas

6ª - “Velocidade específica”: organização ofensiva e defensiva colectiva (jogo 11x11) e velocidade de execução e de leitura

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