View
219
Download
1
Category
Preview:
DESCRIPTION
Â
Citation preview
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Projeto Experimental de PesquisaProfª. Denise Avancini Alves
O Consumo de cultura pelos jovens de Porto Alegre e Região Metropolitana
Carolina Garcia
Carolina Leal
Gissele Monassa
Natasha Pereira
Roger Superti
Taiane Panizzi
Porto Alegre, julho de 2014.
1
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 4
1.1 INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA........................................................ 4
1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 5
1.3 OBJETIVO GERAL................................................................................. 6
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................... 6
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................ 7
2. DESK RESEARCH.................................................................................... 9
3. ETAPA QUALITATIVA.............................................................................. 21
3.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO..................................................... 21
3.1.1 ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE................................................... 22
3.1.2 GRUPO FOCAL................................................................................... 23
4. ETAPA QUANTITATIVA........................................................................... 25
4.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO..................................................... 25
5. RELATO DA PESQUISA QUALITATIVA................................................... 27
5.1 DEFINIÇÃO DE CULTURA..................................................................... 27
5.2 ATIVIDADES CULTURAIS...................................................................... 28
5.3 FATORES PARA CONSUMO CULTURAL............................................. 30
5.4 FUTURO.................................................................................................. 31
5.5 CONSIDERAÇÕES DA ETAPA QUALITATIVA..................................... 31
6. RELATO DA PESQUISA QUANTITATIVA............................................... 33
6.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA...................................................... 33
6.2 CULTURA X ENTRETENIMENTO.......................................................... 33
6.3 ATIVIDADES CULTURAIS..................................................................... 42
6.4 FATORES DE INFLUÊNCIA PARA O CONSUMO CULTURAL............ 64
6.5 O FUTURO.............................................................................................. 78
6.6 CONSIDERAÇÕES DA ETAPA QUANTITATIVA.................................. 81
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 83
2
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
8. SUGESTÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS.............................................. 88
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 90
10. APÊNCICE.............................................................................................. 94
10.1 ROTEIRO - ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE COM
ESPECIALISTAS...........................................................................................94
10.2 ROTEIRO - MINI GRUPO FOCAL........................................................ 95
10.3 QUESTIONÁRIO................................................................................... 98
3
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
O presente projeto apresenta análise e caracterização do consumo
cultural por parte dos jovens moradores de Porto Alegre e Região
Metropolitana. O processo partiu de algumas variáveis definidas em relação
aos produtos mais procurados, os meios por onde estão sendo propagadas as
informações referentes à indústria cultural voltada aos jovens, como também os
maiores atrativos para o consumo cultural.
Com a intenção de explorar e conhecer o universo cultural dos jovens
entre 17 e 24 anos, mais especificamente, procuramos informações sobre o
perfil desse jovem, a definição de cultura, sobre a indústria cultural, a cultura da
região, a diferença entre cultura e entretenimento e a dificuldade em separar
essas duas palavras, também nos veio o questionamento sobre cultura popular
e erudita e o preconceito e estereótipos em que estão envolvidas as duas
maneiras de abordar ou trabalhar a cultura e de que maneira o jovem está
envolvido, como articula entre esses mundos e seus meios de serem
divulgados, produzidos e apresentados.
Para dar um rumo ao assunto e aprofundar os questionamentos que
ainda estavam por vir abordamos especialistas na área e conhecedores da
cultura jovem. Em entrevistas com esses especialistas foi possível a ampliação
do rumo que esse tema poderia nos dar. A partir desse primeiro passo fomos
ao encontro dos jovens, que através de dois grupos focais e um questionário
estruturado nos revelaram dados e informações que contribuíram para nosso
projeto.
1.1 INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA
A escolha do tema surgiu no momento em que os jovens podem
despertar para novos meios de buscar a criação, produção e divulgação
cultural através das mídias e meios de comunicação e seu acesso facilitado.
4
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
A cidade de Porto Alegre e sua região metropolitana possuem diversos
tipos de estabelecimentos, que buscam oferecer aos seus públicos diferentes
formas de lazer e entretenimento através dos seus produtos culturais.
O mais comum é dizer que a cultura está ligada à erudição, ao estudo,
ao domínio de filosofia e artes, ao conhecimento. No entanto, a cultura também
é o conjunto de significados que há na análise do comportamento de indivíduos
para com os outros e em relação ao ambiente, suas vivências, seu
envolvimento social. Assim podemos dizer que a cultura está também nas
manifestações mais populares e na busca do individuo por se relacionar com a
sociedade.
Em Porto Alegre há um palco de consumo cultural muito diversificado,
onde novas subculturas têm seu espaço cada vez mais ampliado e
conquistado, com movimentos e manifestações que reforçam suas identidades.
Ainda em meios mais tradicionais há uma grande demanda dos jovens,
como salas de cinema que estão em sua maioria nos shoppings, local mais
seguro e de fácil acesso, em Porto Alegre existem em torno de 70 salas de
cinema. Há ainda inúmeros teatros em toda Região Metropolitana só em Porto
Alegre são mais de 30, isso sem contar os itinerantes e os artistas de rua que
aproveitam os espaços como parques e ruas especialmente movimentados
durante os finais de semana, como a Usina do Gasômetro, o Parque da
Redenção e Moinhos de Vento. A capital conta ainda com 13 centros culturais
e 50 museus e memoriais.
1.2 JUSTIFICATIVA
Porto Alegre e região Metropolitana possuem uma extensa demanda de
locais que disponibilizam produções culturais direcionadas aos jovens entre 17
e 24 anos, percebemos a necessidade de identificarmos quais os fatores
influenciadores do consumo dos produtos culturais oferecidos, a fim de
detalharmos as preferências desse público.
5
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Precisamos identificar o modo como esse cenário é comunicado, como é
o processo de busca à cultura em Porto Alegre e Região Metropolitana para
podermos identificar o consumo cultural desse jovem. Dessa forma
conheceremos as maneiras como a cultura é tratada na região, como é
divulgada e suas deficiências. No primeiro momento essa identificação do
consumo de cultura pelos jovens nos revela como uma possível mudança na
comunicação entre os produtores e promovedores de cultura e seus
consumidores poderá fortalecer esse elo e gerar uma postura mais participativa
por parte do jovem.
Já em um segundo momento será possível aplicar os conhecimentos e
informações adquiridas no meio em que a cultura é realizada. Em centros
culturais particulares e públicos, entre outros, já que o jovem de hoje que ainda
não possui uma autonomia em relação a família e financeira para consumir a
cultura da maneira e como ele gostaria ou ainda que não encontrou a
motivação, poderá ser incluído de forma mais efetiva nos processos culturais
da região.
1.3 OBJETIVO GERAL
O trabalho tem como objetivo principal caracterizar o consumo cultural
por parte dos jovens entre 17 e 24 anos moradores de Porto Alegre e Região
Metropolitana.
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos utilizados tanto na etapa qualitativa quanto na
quantitativa de nossa pesquisa foram os seguintes:
Hierarquizar os produtos culturais mais consumidos pelo jovem.
Identificar o meio pelo qual obtém informações sobre as
atividades culturais.
6
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Apontar os locais de maior frequência para o consumo dessas
atividades culturais.
Identificar qual o maior atrativo para o consumo cultural.
Reconhecer o maior impedimento para o consumo cultural.
Sinalizar os influenciadores na participação de atividades
culturais.
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a realização desse projeto utilizamos três técnicas de pesquisa, a
técnica de entrevista em profundidade, grupo focal e survey, a fim de identificar
o consumo do jovem de Porto Alegre e Região Metropolitana em relação à
cultura.
A entrevista em profundidade é um recurso metodológico que busca
informações a partir da experiência subjetiva de uma fonte, selecionada por
deter informações que se deseja conhecer. Os dados não são apenas colhidos,
mas também resultado de interpretação e reconstrução do pesquisador, em
diálogo inteligente e crítico com a realidade, de acordo com Demo (2001, p.
10).
As entrevistas foram realizadas com dois especialistas, Demétrio de
Freitas Xavier que é Músico, apresentador e antropólogo formado pela UFRGS
e Marcinho Zola Graduado em Gestão Cultural, cursando especialização em
Economia da Cultura pela UFRGS e diretor do grupo Instiga Gestão Cultura.
Através de um questionário com perguntas abertas que teve como objetivo
principal conceituar cultura e identificar como a cultura é concebida em Porto
Alegre e Região metropolitana, assim nos processos seguintes tivemos como
base os pontos de vista dos especialistas.
A outra técnica utilizada foi o Grupo Focal, que caracteriza-se pela
discussão de temas específicos, realizada entre um grupo de pessoas
7
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
previamente convocadas e com características definidas. É utilizada para
coleta de dados em pesquisa qualitativa. Para executar a técnica reunimos dois
grupos de seis pessoas, um deles com jovens entre 17 e 24 anos de idade, que
costumam usufruir das atividades culturais disponíveis na capital, o outro, com
jovens também de idade entre 17 e 24 anos, que não têm esse costume.
Através de um roteiro para conduzir o processo em que o foco principal era
saber como esses jovens entendiam a cultura, a diferença entre entretenimento
e cultura, as atividades que mais realizavam e frenquentava e suas
perspectivas para o futuro.
A técnica utilizada na etapa quantitativa foi a survey, onde através de um
questionário elaborado com base nos dados obtidos com a Desk Research e a
etapa qualitativa onde foram utilizadas as técnicas de entrevista em
profundidade e grupos focal. Para Fonseca (2002, p. 33) a pesquisa com
survey é a obtenção de dados sobre a característica ou as opiniões de
representantes de um grupo alvo, é utilizando um questionário com instrumento
de pesquisa. Foram contabilizadas 295 respostas válidas em um questionário
contendo como filtro idade, local onde mora e se o respondente consome
cultura, perguntas múltiplas escolhas e dicotômicas.
8
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
2 DESK RESEARCH
Desk research ou pesquisa secundária consiste na coleta de dados
sobre determinado assunto a que se quer aprofundar, ela precede as demais
técnicas de pesquisa. É considerada válida a partir do propósito de “estreitar o
foco de qualquer pesquisa primária”. Através de seus resultados, pode-se até
mesmo “eliminar a necessidade de obter dados primários” (CHURCHILL,
PETTER, 2009 p.132).
No período exploratório partimos de nossos objetivos gerais para iniciar
a desk research.
• Definições de cultura
Cultura possui diversos significados. É um termo complexo, não se limita
somente a uma vertente, como a social, econômica e artística. Ela é a junção
de todas essas perspectivas. A cultura esta sempre se alterando, se
movimentando, é um processo contínuo.
Nosso objetivo nessa pesquisa é relacionar o interesse do jovem porto
alegrense quanto à cultura artística. Conforme Junior (2010, p. 158-165), a
cultura é uma ferramenta importante para relações sociais e se manifesta na
criação artística, é notada como uma interventora do desenvolvimento social
deve ser disponível e estar presente na vida das pessoas independente da sua
classe social. Seu trabalho é indispensável e sempre será útil, levando
significado para determinado grupo. Quanto maior for o consumo da cultura,
mais informada e socialmente articulada será essa pessoa, acarretando
crescimento pessoal significativo.
Roberto da Matta (1981) compara a cultura de duas maneiras, a primeira
como sinônimo de sabedoria, de educação, sendo contada a partir de volume
de leitura e informação, chegando a ser confundido com inteligência, usando a
palavra cultura para classificar pessoas, podendo às vezes ser usado de
9
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
maneira discriminativa. Na segunda, refere-se à cultura a maneira que um
grupo ou sociedade vive seus costumes, crenças e etnias. Como as pessoas
desse grupo pensam, organizam, estudam e classificam o mundo e a si
mesmas. A palavra cultura acaba tendo sentidos diferentes, mas mesmo
diferentes permitem uma perspectiva mais consciente de nós mesmos,
facilitando para a sociedade conseguir se diferenciar, resgatando a nossa
humanidade no outro e vice-versa, conseguindo fazer com que exista uma
conexão mais clara entre diferentes grupos.
Independente do conceito de cultura, todas se referem de certa maneira
à transformação social, em como a cultura tem influência na vida das pessoas,
tornando-se um facilitador para o convívio em sociedade.
• Indústria Cultural
A denominação “indústria cultural” foi inspirada na indústria como
conhecemos, voltada à produção, reprodução, custos, distribuição,
concorrência e lucros. Max Horkheimer e Theodor Adorno, filósofos alemães,
observando as características do novo momento artístico, caracterizaram o
termo no século XX.
De acordo com os teóricos da Escola de Frankfurt, a produção da
indústria cultural é direcionada para o retorno de lucros e que há padrões pré -
estabelecidos capazes de conquistar o interesse das massas sem trabalhar o
caráter crítico do espectador. Para sustentar a audiência e conquistar o público,
a produção cultural não objetiva somente a expressão artística, quando esta é
baseada no retorno financeiro. Adorno (1947) diz ainda que o homem é um
instrumento da indústria cultural, trabalhando e consumindo em prol de sua
lucratividade, e que ele não é soberano de suas escolhas, alienado e
facilmente manipulável.
10
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
A influência da cultura internacional em nosso conteúdo nacional
interfere no que deve ser produzido e mostrado nas mídias em geral a fim de
atrair audiência e mais uma vez, lucro. Filmes e músicas são diretamente
importados para ser apresentado ao público brasileiro, enquanto outras mídias
copiam os padrões internacionais, principalmente o norte americano.
São adotadas técnicas e estratégias para a melhor forma de atrair o
público, essas técnicas derivam do marketing e publicidade empresarial. É
necessário que uma produção cultural atinja o maior número de pessoas
possível, criando um padrão tendencioso, como o vilão e o mocinho, o pobre e
o rico etc.
Em contrapartida o filósofo Walter Benjamin acreditava na
democratização da arte. O fato das artes poderem ser reproduzidas traz a
possibilidade de levar a cultura a diversa8s pessoas. Poder observar um
quadro de um museu distante, sem a necessidade de viajar para longe. Hoje
em dia com avanço tecnológico é possível que mais pessoas tenham acesso a
produção cultural.
As produções culturais podem sim, em sua maioria, ter um padrão e
uma busca incessante em atingir as massas, porém esse público não é tão
alienado e manipulável quanto dizia Adorno. Há vida inteligente atrás de boas
manifestações artísticas.
• Cultura x entretenimento
A etimologia das palavras cultura e entretenimento, em nada se
assemelham já suas origens não diferem tanto quanto seu significado. Do
Latim cultura significa “ato de plantar e desenvolver plantas, atividades
agrícolas”, de colere “cuidar de plantas”. Daí desenvolveu-se o sentido de
“cultivar a mente, os conhecimentos, a educação”. Já entretenimento veio do
Francês entretenir que inicialmente significa “apoiar, manter junto, unir”, de
11
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
entre-, “junto, entre”, mais tenir, “manter, segurar”, do Latim tenere, “manter,
segurar”. Seu sentido agora mudou para “distrair, divertir”.
O conceito de cultura tem diferentes significados, cada um depende do
contexto em que está inserido e for analisado. Para a Antropologia, a cultura é
o conjunto de ideias e atividades por meio das quais construímos o mundo
cotidiano em que nos encontramos e pelo qual nos movimentamos.
Uma definição de cultura seria “[...] um conjunto de valores, ideias,
artefatos e outros símbolos que ajudam os indivíduos a se comunicar, a
interpretar e a avaliar enquanto membros de uma sociedade.” (BLACKWELL,
MINIARD & ENGEL, 2005, p.326).
Apesar de existirem várias definições diferentes para o termo, a cultura é
geralmente associada, a altas formas de manifestações artísticas, ao conceito
de civilização. Se confunde muitas vezes com a ideia de desenvolvimento,
educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos de elite. Foi onde nos
séculos XVIII e XIX, surgiu a cultura erudita e cultura popular.
Por sua vez entretenimento é uma forma de recrear ou divertir as
pessoas, desviando-as de suas preocupações cotidianas. É capaz de atrair a
concentração de grupos ou de indivíduos. Algumas formas de entretenimento
mais comuns são os blogs, chats, cinema, dança, exposições, festas de
natureza popular, jogos, leituras, ouvir música, passatempos, pesca, rádio,
teatro, televisão. Também há os locais voltados ao entretenimento com
acampamentos, piqueniques, cabarés, danceterias, feiras de exposições,
museus, apresentações de óperas, parques, rodeios, entre outros.
A Octagon Worldwide realizou uma pesquisa em 2008, a serviço da
empresa Mastercard, com o objetivo de avaliar os padrões de consumo do
brasileiro. Entre os dados apurados, verificou-se que 93% dos brasileiros
preferem, na esfera do entretenimento, circular pelo universo virtual. Os
pesquisadores também concluíram que a população brasileira ainda mantém a
12
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
grande vontade de viajar, 70% sonham em viajar de carro pelo território
nacional, 81% de avião pelo país ou pelo exterior 75%. Nesta verificação
estatística foram questionados membros das classes A, B e C.
As definições deixam bem claro que entretenimento e cultura não são a
mesma coisa. Porém já não é tarefa fácil distinguir uma da outra. Através da
cultura de massa, diversão ou ainda entretenimento é que se tornou possível
suportar o cotidiano e toda manifestação cultural tornou-se entretenimento e
vise e versa.
• Cultura no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros que apresenta rica
diversidade cultural. Isso decorre de duas fontes: os antigos habitantes da
região dos pampas e a cultura trazida da Europa por portugueses e espanhóis,
num primeiro momento e mais tarde por alemães e italianos. Segundo Assis
Brasil, em texto publicado no Plano Estadual de Cultura (2013), o Rio Grande
do Sul é um “lugar de convergência de nacionalidades, as quais aqui se
mesclaram aos contingentes platinos, e ainda às etnias negra e indígena,
formamos um estado multiétnico, com amplos espaços de hibridismos
linguísticos e culturais”. Todas essas influências ajudaram na formação não
só das tradições, mas também da sociedade gaúcha.
No mesmo texto, Assis Brasil (2013, p.4) ainda declara:
“Nossa produção de bens simbólicos é extraordinária. Alguns
fenômenos especialíssimos nos distinguem, como a publicação do
segundo romance brasileiro, em 1847, o qual deu origem a uma
literatura que chega a nossos dias como uma das mais consistentes
do País, no dizer da crítica nacional. Mas não apenas na literatura: o
Rio Grande pratica com igual empenho a música, tanto a pop como a
erudita (...). Fatos culturais de caráter internacional marcaram-nos,
como o Fórum Social Mundial, a Bienal do Mercosul, a Jornada
Literária de Passo Fundo, a Feira do Livro, entre outros tantos.”
13
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Podemos compreender os gaúchos como, do mesmo modo que os
imigrantes europeus, um povo que tem uma apreciação pela área da cultura,
não importando como ela será apresentada. A grande diferença entre esses
dois é a procura que a cultura tem em cada uma das sociedades.
Observamos também o quão rica é a produção cultural do estado. Ela
possui diferentes ritmos, características e um grande número de pessoas que
trabalham diariamente para mantê-la viva. Apesar das dificuldades
encontradas, o Rio Grande do Sul apresenta diversas associações, grupos e
institutos culturais que buscam junto ao Governo e empresas privadas o apoio
e patrocínio necessário para se manter e divulgar seus trabalhos.
O órgão do governo responsável por tudo isso é a Secretaria de Cultura
do estado, atualmente comandada por Luiz Antonio de Assis Brasil. Dentro de
sua estrutura encontram-se dez Colegiados Setoriais que “são órgãos de
assessoramento com a finalidade analisar, debater e propor políticas públicas e
diretrizes específicas de cultura”. São eles: Artes Visuais, Audiovisual, Circo,
Culturas Populares, Dança, Livro, leitura e Literatura Memória e Patrimônio,
Museus, Música e Teatro. Além disso, existem diversas instituições ligadas à
Secretaria, por exemplo: Instituto Estadual de Artes Cênicas, Memorial do Rio
Grande do Sul, Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, Museu de Arte do
Rio Grande do Sul, entre outros.
O Plano Estadual de Cultura, citado anteriormente, é um projeto
desenvolvido pela Secretaria de Cultura. Nele podemos encontrar uma análise
de como é a cultura no estado, contemplando desde número de salas de
cinema até investimentos específicos em cada área da cultura. Na segunda
parte do projeto o plano em si é apresentado. Ali os responsáveis descrevem
as ações que serão realizadas para atingir os objetivos estabelecidos no plano.
14
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Assim, o grupo conclui que o Rio Grande do Sul, sendo formado na
união de diferentes povos, apresenta uma cultura rica e diversificada. Ela
abrange desde as tradições gaúchas até as artes cênicas, passando pela
literatura e outras tantas áreas. Além disso, foram percebidos os esforços,
tanto de grupos e associações, quanto do governo, para manter e expandir a
cultura por todo o estado.
• Produção cultural
Há muito tempo são levantadas e discutidas questões ligadas ao tema
comunicação e cultura. Pode-se dizer que a cultura não sobrevive sem a
comunicação, e vice-versa. A cultura, assim como a comunicação, está
presente em tudo. Logo, tornou-se um instrumento de comunicação e
marketing importante para organizações, e até elemento de ‘troca’ e de
benefício fiscal do próprio Governo.
O grande desafio da cultura, atualmente, está na forma como ela é
produzida, divulgada, construída e transmitida. O Brasil apresenta um
panorama muito peculiar, pois sua cultura desperta interesse no mundo, seja
com sua música, dança ou manifestações folclóricas – a exemplo do carnaval.
No entanto, ainda há muito a se fazer e aprimorar no campo da construção de
uma cultura cidadã, em um contexto de educação e arte.
E tudo isso abre espaço para nós, comunicadores, principalmente dentro
do fomento e do desenvolvimento do que, por ora, se chama de marketing
cultural. O ponto de partida foi o governo do presidente Fernando Collor de
Mello e o rebaixamento do status do Ministério da Cultura. Para compensar a
ausência de verbas e patrocínios, Sérgio Paulo Rouanet, secretário da Cultura
na época, criou uma lei federal cunhada com o seu nome, abrindo as portas
para a entrada das organizações em processos culturais.
15
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
As organizações brasileiras entenderam esse campo aberto e passaram
a exercer um papel importante no fomento, no desenvolvimento e na produção
cultural – ao mesmo tempo em que buscavam associar suas marcas às
iniciativas e abater impostos. Todo esse processo envolveu profissionais da
área de cultura, mas também acabou se aliando aos departamentos de
comunicação, marketing e relações públicas. Fato que contribuiu, inclusive,
para a abertura de um campo de especialização para os comunicadores.
O profissional que estiver à frente dos processos referentes à produção
cultural terá que lidar com temáticas como a construção dos caminhos das
iniciativas culturais, a importância delas quando associadas à marca, o retorno
de investimentos feitos nos projetos, a própria comunicação de suas
realizações e resultados, entre outras. No caso dos profissionais de relações
públicas, o intuito é utilizar o marketing cultural como instrumento de relações
públicas institucionais. Os objetivos seriam, essencialmente, a melhoria da
imagem, a busca de relacionamentos diferenciados com os seus públicos e,
ainda, o desenvolvimento da sociedade, através de projetos dirigidos,
específicos e relacionados com a filosofia da organização.
Dessa maneira, os gestores têm de buscar a harmonia entre os
elementos que compõem a produção cultural, trabalhando o velho com o novo,
o global com o regional, o profissional com o amador etc. Além disso,
provavelmente, surgirão velhas perguntas, como ‘o que é arte?’ e ‘o que é
produto cultural?’, por exemplo. Enfim, o campo está aberto. O desafio está
lançado.
• Cultura e Consumo – perfil do jovem de 17 a 24 anos
A juventude brasileira atualmente, têm se mostrado autora de seu
próprio estilo cultural. Com o avanço tecnológico ao longo das décadas, as
redes sociais assumiram um papel extremamente importante na disseminação
dos produtos culturais produzidos pelos jovens. Com isso a ideia do
compartilhar surgiu, em função dessa expansão do mundo virtual e da
16
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
flexibilização dos suportes, trazendo a conclusão, de que o conhecimento e a
cultura não devem ser mercadorias restritas e sim produções de livre acesso
por todos.
Entretanto, esta realidade apresentada nos dias de hoje, nem sempre foi
assim. Conforme afirmava Mónica (1973 p. 830), a cultura era dividida em
cultura superior e cultura de massas, o que consequentemente causava a
diferenciação no acesso aos bens culturais, às práticas culturais, a avaliação e
as atitudes perante o produto artístico que estão intimamente ligadas à classe
social de origem. Neste contexto, o ambiente escolar e os jovens estavam
diretamente vinculados, pois era na escola onde ocorria esta segmentação da
cultura produzida na época.
Em contraponto, os jovens de hoje desfrutam e produzem culturas e
hábitos criados com base nas vivencias diárias, nos ambientes frequentados,
como cinemas, teatros, espetáculos de rua entre outros e nos grupos com os
quais se identificam. Sendo assim, essas produções e propagações culturais,
uma das consequências da aproximação causada pelos avanços tecnológicos
e redes sociais, que permitem o contato, a disseminação e a troca de
informações em tempo real.
Assim sendo, ao analisarmos estes dois ambientes culturais, o “antigo” e
o “novo”, temos a percepção de que a juventude tem se revelado culturalmente
de diversas formas, seja como consumidores dos bens culturais como também
criadores das suas próprias expressões objetivando revelar a sociedade os
seus valores.
• Atrativos e atividades culturais de Porto Alegre
Porto Alegre é uma das poucas capitais brasileiras que não tem o
turismo como principal atrativo. Sem todo o apelo das belas paisagens tropicais
características do país, a cidade possui a cultura como grande destaque.
17
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Segundo o site Porto Alegre Travel, “a cidade produz e consome teatro,
música, literatura, cinema e artes plásticas e visuais o ano inteiro, numa
agenda de eventos e atrações que se distribui em muitos endereços”. Isso
demonstra a influencia da cultura na sociedade porto-alegrense.
Ainda segundo o Porto Alegre Travel:
“A cidade possui 13 centros culturais, 50 museus e
memoriais, mais de 30 teatros e 64 salas de cinema, o maior número
por habitante no país. Sem contar as casas de espetáculos inseridas
na rota de shows nacionais e internacionais”.
Esses dados indicam a variedade e grande oferta de cultura na cidade.
Entre os diversos atrativos encontrados na região, alguns se destacam pela
sua história e/ou atrativos disponíveis. O Auditório Araújo Vianna é um deles.
Recentemente restaurado, encontra-se no Parque Farroupilha e já foi palco de
grandes atrações como Caetano Veloso e João Gilberto. O Teatro São Pedro,
outro destaque da capital gaúcha, já apresentou diversas peças teatrais de
grande destaque no país e também foi palco para especiais na televisão, como
o aniversário do programa “Altas Horas” da Rede Globo.
Entre os atrativos mais “jovens” da capital gaúcha, podemos destacar a
casa de shows Pepsi On Stage. O local, inaugurado em 2006, é conhecido,
principalmente, por suas atrações internacionais, como: Megadeth, Franz
Ferdinand, Paramore e Simple Plan. No ramo das artes plásticas, a nova sede
da Fundação Iberê Camargo, inaugurada em 2008, apresenta grande acervo
do artista e diferentes exposições que enriquecem a agenda cultural da cidade.
Além disso, o prédio foi a primeira edificação do arquiteto português Álvaro
Siza no país, e tornou-se um ponto turístico da cidade.
Apesar de não citarmos todas as atrações disponíveis na cidade,
constatamos que a oferta de cultura e entretenimento é grande e certamente
pode agradar a cada um dos públicos. Literatura, artes cênicas, música,
cinema, dança, nativismo, manifestações populares, artes plásticas e
18
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
fotografia. Todos estão bem representados e disponíveis para a população,
mas nem sempre são bem divulgados, o que para o grupo é o maior obstáculo
enfrentado pelos profissionais envolvidos na área.
• Variáveis influenciadoras no consumo cultural
A definição de produto segundo Dubois (1998) afirma que um produto
não é apenas um objeto reservado a uma determinada função e sim algo físico
que se insere nos hábitos de vida. Já quando tratamos de produtos culturais,
estamos nos referindo a um produto, de valor não só mercadológico, mas com
um valor representativo e que envolve a subjetividade humana. Logo, o produto
cultural possui uma característica simbólica, a qual diferencia dos demais
produtos comercializados.
Ao falarmos em consumo de produtos culturais, falamos de um conjunto
de processos de recepção, apropriação e uso de produtos culturais, ou seja,
estamos tratando não só do produto, mas da análise dos modos de vida e os
tipos de manifestações que ocorrem em nossa sociedade.
Assim sendo, as principais características especificas do consumo
cultural, segundo Évrard (2002, p. 97), são:
Quadro 1
O consumo de produtos culturais necessita de alocação de tempo
Associação deste consumo está ligada ao prazer estético e a motivação intrínseca
O objeto cultural é considerado incomparável e incomensurável
O valor do objeto cultural, que pode variar de acordo com a evolução dos gostos e estilos e a moda
19
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Dessa forma o grupo concluiu, considerando essas variáveis e as
características especificas que elas apresentam, a necessidade de analisar os
fatores que influenciam, contribuem e determinam o consumo dos produtos
culturais pelos jovens gaúchos.
20
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
3. ETAPA QUALITATIVA
Nesta pesquisa o grupo teve como objetivo analisar o consumo cultural
dos jovens na cidade de Porto Alegre e região metropolitana, para isso
utilizamos das técnicas de pesquisa citadas abaixo, que possibilitou a analise
do problema de pesquisa proposto pelo grupo.
3.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Segundo Richardson (1989, p. 29): “(...) método em pesquisa significa a
escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de
fenômenos”. Cada método é seguido de normas e é de acordo com elas que
todo trabalho de pesquisa deve ser planejado e executado.
A pesquisa qualitativa caracteriza-se por um trabalho descritivo das
visões dos entrevistados sobre o tema em questão. Para Ramos; Ramos;
Busnello (2005) pesquisa qualitativa não é traduzida em números e pretende
verificar a objeto de estudo no ponto de vista da realidade. Ou seja, depois de
uma análise indutiva de vários casos por parte do pesquisador se chega a uma
verdade.
O presente trabalho fez uso na etapa qualitativa de duas técnicas a fim
de identificar o consumo do jovem de Porto Alegre e Região Metropolitana em
relação à cultura.
Uma das técnicas utilizadas é a entrevista de profundidade, na qual o
pesquisador recolhe respostas a partir da experiência de uma fonte,
selecionada por deter informações importantes para a pesquisa. De acordo
com Demo (2001, p.10) nesse tipo de pesquisa qualitativa, os dados não são
apenas colhidos, mas também interpretados pelo pesquisador, em diálogo
inteligente e crítico com a realidade.
21
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
3.1.1 ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE
Ao interesse da pesquisa, a entrevista é aplicada mediante um roteiro e
com o conhecimento do especialista pode ser ampliado durante a conversa.
Ela "parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses
que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem um amplo campo de
interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se
recebem as respostas do informante" (TRIVINOS, 1990, p.146).
Utilizamos a entrevista de profundidade com profissionais reconhecidos
no meio da cultura em Porto Alegre, fizemos contato com professores,
produtores, proprietários de espaços culturais, entre outros, e conseguimos
totalizar dois entrevistados. As entrevistas foram realizadas a fim de buscar o
olhar dessas pessoas sobre o tema apresentado. Cada um foi entrevistado
individualmente em um local escolhido de comum acordo, respeitando sua
disponibilidade. O período utilizado para nesta etapa foi de 01 a 06 de maio.
Quadro 2: Quadro de perfil da entrevista de profundidade com especialistas.
Entrevistado Idade Currículo
Demétrio de Freitas Xavier
48 Músico porto-alegrense, antropólogo formado pela UFRGS. Trabalha atualmente na TVE/FM Cultura, apresentando “Cantos do Sul da Terra”.
Marcinho Zola 25Graduado em Gestão Cultural pela Unisinos, cursando especialização em Economia da Cultura pela UFRGS. Diretor do grupo Instiga Gestão Cultura, em Porto Alegre.
22
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
3.1.2 GRUPO FOCAL
A outra técnica utilizada foi o Grupo Focal, esta técnica caracteriza-se
pela discussão de temas específicos, realizada entre um grupo de pessoas
previamente convocadas e com características definidas.
Conforme Trentini e Gonçalves (2000) a dinâmica está voltada para um
determinado foco e será discutido pelo grupo em diferentes amplitudes dentro
de um processo de interação e participação dos convidados.
O relato oral carrega consigo muito da experiência e das impressões
individuais, tudo o que o indivíduo vive faz parte da interação social e nosso
objetivo ao utilizar esse instrumento é saber dos participantes seu ponto de
vista em relação a cultura e seu consumo, os eventos e locais que essas
pessoas costumam frequentar, o motivo e se existe uma grande diferença entre
os grupos em relação à pesquisa a ser desenvolvida.
Para executar a técnica de grupo focal reunimos pessoas com idade de
17 à 24 anos através de um evento na rede social Facebook, no qual
selecionamos com o critério de disponibilidade de cada convidado, dois grupos
de seis pessoas, um deles, que chamamos de Grupo 1, com jovens entre 17 e
24 anos de idade, que costumam usufruir das atividades culturais disponíveis
na capital. A técnica foi aplicada com o Grupo 1 no Café Santo de Casa
localizado na Casa de Cultura Mário Quintana, no final da tarde do dia 12 de
abril (sábado). Destacamos que a profissão dos participantes do grupo não é
relevante para nossos resultados, ou seja, tivemos liberdade de selecionar
jovens de diferentes áreas. No Grupo 1, pela necessidade de ter maior
participação em eventos culturais das cidades, convidamos esses
entrevistados.
O outro, que chamamos de Grupo 2, com jovens também de idade entre
17 e 24 anos, que não tem esse costume, foi realizado no dia 28 de abril
23
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
(segunda) no final da manhã, em uma sala de aula, previamente reservada da
Faculdade de Comunicação Social da PUCRS (Famecos).
24
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Quadro 3: Quadro de perfil do Grupo Focal 1:
Participante Idade Profissão Atividades
Paola 20 Estudante Jornalismo e faz moda.
Filmes, ler, música e moda.
Henrique 23 Estudante Química Industrial
Séries e HQs.
Dimitrio 21 Estudante Jornalismo
TV, l.er, séries.
Leonardo 24 Estudante Ciências Biológicas
Filmes, séries e eventos culturais.
Louise 22 Estudante Publicidade e Propaganda
Ler, filmes e sair.
Leonel 20 Estudante Jornalismo
Ler, TV, filmes, festa, parques e cafés.
Quadro 4: Quadro de perfil do Grupo Focal 2:
Participante Idade Profissão Atividades
Matheus 19 Estudante Relações Públicas
Livros, filmes e futebol.
Leandro 17 Estudante Relações Públicas
Ler, filmes, atividades caseiras.
Pamela 20 Estudante Jornalismo
Teatro, cinema, shows.
Ágatha 19 Estudante Jornalismo
Parques, teatro e cinema.
Carolina 19 Estudante Relações Públicas
CCMQ, musicais e parques.
Guilherme 19 Estudante Relações Públicas
Cinema
4. ETAPA QUANTITATIVA
25
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Com a etapa quantitativa buscamos dados para analisar o tema em
questão. A partir dos dados obtidos nas fases anteriores – desk research e
qualitativa – desenvolvemos o instrumento de pesquisa. Abaixo apresentamos
mais sobre o procedimento metodológico, planejamento e execução da coleta
de dados quantitativos.
4.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Segundo Honorato (2004), “a pesquisa quantitativa procura, como o
próprio nome diz, quantificar os dados e aplicar alguma forma de análise
estatística. Ela não se presta a aprofundamentos psicológicos, mas permite
que os aspectos mercadológicos sejam medidos com mais precisão”.
A técnica utilizada nesta etapa foi survey, através de um questionário
elaborado com base nos dados obtidos com a Desk Research e a etapa
qualitativa. Optamos por essa técnica com base em teóricos que trabalham
com metodologia de pesquisa. Para Fonseca (2002):
A pesquisa com survey pode ser referida como sendo a obtenção de dados ou informações sobre a característica ou as opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população-alvo, utilizando um questionário com instrumento de pesquisa. (FONSECA, 2002, p. 33).
O objetivo é atingir o mínimo de 250 respostas válidas, tendo como filtro
idade, local onde mora e se o respondente consome cultura. O questionário
contém 25 perguntas, entre elas questões de resposta múltiplas e dicotômicas,
foi elaborado pelo grupo e testado no período de 14 a 18 de maio.
A partir do pré-teste, foi possível identificar algumas falhas no
instrumento, cabendo a reformulação de algumas questões a fim de atingir o
objetivo da pesquisa. O levantamento de informações deu-se por meio da
aplicação do referido questionário, no período de 20 de Maio a 02 de Junho, na
26
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
internet, utilizando como ferramenta de divulgação a rede social Facebook, que
resultou em 292 respostas válidas.
Gráfico 1: audiência da pesquisa
No Gráfico 1 podemos observar a audiência da pesquisa durante os dias
em que esteve ativa. Com um índice máximo de 63 respondentes diários nos
primeiros dias, percebemos uma queda na semana seguinte. Após esse
momento houve um reforço na divulgação, resultando em um pico de 160
respondentes em um dos últimos dias de recebimento das respostas. Por fim,
ao atingirmos 292 respondentes válidos, a pesquisa foi desativada em 2 de
Junho de 2014.
27
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
5. RELATO DA PESQUISA QUALITATIVO
Para a realização desta etapa da pesquisa utilizamos de um roteiro
elaborado pelo grupo, baseado nos objetivos específicos definidos no trabalho.
O roteiro aplicado aos especialistas, quando realizamos a pesquisa de
profundidade, abordou temas como definição de cultura, atividades culturais,
consumo de cultura e os fatores para consumo cultural, já o roteiro para os
grupos focais foi basicamente o mesmo com a adição da categoria futuro. Para
análise dos dados obtidos vamos subdividir em categorias com o objetivo de
organizar os dados a serem citados.
5.1 DEFINIÇÃO DE CULTURA
Ao questionarmos o que é cultura, os especialistas definem como toda
manifestação social que expressa e constrói o discurso da sociedade ou de um
grupo referente a seu fazer, tradições, patrimônio, hábitos e costumes. Mas
que o conceito mais utilizado é o que se refere às manifestações artísticas.
Segundo Demétrio Xavier a cultura:
“pode ser modos de fazer, de experienciar, a tradição, o patrimônio, toda a
manifestação artística, hábitos e costumes de um povo.”
Para Marcinho Zola:
“A indústria cultural, com frequência, restringe a cultura ao entretenimento por
razões comerciais, também com frequência essa noção serve a razões político-
ideológicas.”
Já nos grupos focais realizados, o participantes definiram que cultura é o
meio social onde se está inserido e o que consume, filmes, livros e tradições de
uma civilização, religião, música e indumentária. No Grupo 1 os participantes
concordaram que há uma dificuldade em definir cultura. Apontam para a
diferenciação entre popular e de elite ou popular versus erudita, percebemos
28
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
esta dificuldade a partir da fala de um dos convidados do grupo 1, quando os
participantes exploram o tema cultura a partir da preferência musical.
“Há um paradoxo. Funk é cultura popular então é cultura.”
“João Gilberto desconstruiu acordes de samba e música erudita para criar a
Bossa Nova.”
Para os grupos há também a dificuldade em diferenciar cultura de
entretenimento, os jovens consideram que os dois estão entrelaçados e que
hoje em dia seu distanciamento já não é mais possível, pois um produto de
entretenimento pode trazer ou introduzir cultura ao grupo que o consome e um
produto cultural pode ser apresentado em forma de entretenimento.
O Grupo 2 ainda diz que entretenimento é o que dá prazer, é o que uma
pessoa faz para se divertir o que a tira uma da rotina de modo positivo.
“entretenimento é passageiro. Cultura é o acumulo das nossas vivências
(bagagem).”
Leandro
5.2 ATIVIDADES CULTURAIS
No que tange o consumo de cultura pelos jovens, o entrevistado
Demétrio Xavier, acredita que está voltado para a música contemporânea, as
que se encontram na internet, meio que prevalece na difusão e
compartilhamento de manifestações culturais entre a juventude. O outro
entrevistado, Marcinho Zola inclui o audiovisual e a literatura a lista.
“hoje em dia o consumo pode se dar sem sair de casa também.”
29
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Já os participantes do Grupo 1 costumam frequentar exposições e
festivais, e acham esses segmentos deficientes em Porto Alegre . O cinema
predomina, mas hoje em dia preferem filmes com temas mais profundos e
densos com aspectos sociais, que os façam desenvolver um senso crítico e
político e com menos efeitos especiais. A maioria admite que, ao longo da vida,
frequentaram mais cinemas em shoppings e que assistem filmes ao estilo
hollywoodiano, com indicações ao Oscar e boas resenhas. E lembram-se das
marcas GNC e Cinemark.
No Grupo 2 também preferem ir ao cinema, alguns mencionaram Casas
de Cultura, teatro, mas que nem sempre é necessário sair para consumir
cultura, através de uma revista, por exemplo.
“O cinema se torna entretenimento quando está no shopping. Quando está no
centro, por exemplo, é só pelo filme.”
Guilherme
Os entrevistados acreditam que a divulgação cultural se dá por Internet e
convivência.
“O alcance da internet é inédito e incomparável ao de outra forma de
compartilhamento”.
Um dos entrevistados diz que a televisão ainda é um canal privilegiado e
que aquilo que é afirmado pela mídia tem vantagem e é mais atraente.
“Se ainda tiver um selo de que não seja independente ele tem mais destaque
ainda”.
Os participantes do Grupo 1 declaram que falta interesse por parte das
pessoas, por conta do comodismo e de não fazer parte da rotina da grande
maioria. Além disso, também consideram a divulgação insuficiente. Observam
que há uma maior divulgação quando o evento é realizado por uma produtora,
por exemplo. Diferentemente de quando é subsidiado pelo governo. E que há
30
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
uma diferença quanto à divulgação de um filme no cinema e uma peça de
teatro. E há mais divulgação do que não é local.
“Divulgam várias festas na saída da PUCRS, mas não cultura”.
Em relação à divulgação e a como ficam sabendo dos eventos que
promovem produtos culturais, no grupo 2, as respostas foram entre a internet e
amigos.
5.3 FATORES PARA CONSUMO CULTURAL
No ponto de vista de um dos especialistas o que mais atrai o jovem ao
consumo cultural talvez seja o exclusivo, famoso, conhecido, “na moda”, ou
estrangeiro. Mas crê que o produto precisa se sustentar correspondendo com
qualidade a uma demanda social. Já o outro entrevistado diz que os pais,
professores, colegas, amigos são os que mais podem influenciar ao consumo
atividades culturais.
Os dois Grupos dizem que o que os atrai ao consumo é o interesse pelo
tema/assunto, afinidade com o assunto, preço, tempo e amigos.
Dois fatores de impedimento em comum para os entrevistados são a má
distribuição de renda e a precariedade da educação. Um deles ainda inclui a
dificuldade de acesso por transporte público, de democratização de acesso, de
segurança, de diversidade de atividades nos espaço públicos.
“No futuro o jovem pode valorizar e passar a consumir mais cultura com
a democratização de acesso aos bens culturais e à educação”.
Demétrio Xavier
31
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Para o Grupo 1 a disponibilidade de tempo é o pior fator de impedimento para o
acesso a cultura. A mobilidade, a falta de dinheiro e a falta segurança também.
O grupo 2 diz que os maiores impedimentos são a má divulgação, falta
de dinheiro.
No que se refere à faixa etária predominou os respondentes foram entre 21 e
23 anos (TABELA 3).
5.4 FUTURO
Na categoria futuro, inserida nos grupos focais, os participantes
acreditam que a maturidade e condições financeiras facilitarão seu acesso e
consumo cultural. E que no futuro haverá mais coisas com a globalização,
haverá mudança de gostos e futuras relações.
5.5 CONSIDERAÇÕES DA ETAPA QUALITATIVA
Considerando o conteúdo desenvolvido durante os grupos focais e as
entrevistas de profundidade, há relação entre as respostas citadas pelos
entrevistados e participantes do grupo. Também há de se considerar que todos
os participantes são bem informados e têm um acesso mais facilitado aos
eventos culturais ou ao menos têm a clareza do que se tratam.
Foi fácil perceber, através dos relatos, que Porto Alegre, apesar de ser
uma grande metrópole, carece de alguns tipos de espetáculos e exposições. A
cidade tem um extenso mapa cultural, porém centralizado. Reconhecida por
conter diversos centros culturais, festivais de artes cênicas e salas de cinema,
necessita de investimento em divulgação para aumentar a fim de dar maior
adesão a essas atividades culturais disponíveis.
Constatamos que o jovem acaba prejudicado pela falta de condições
financeiras e, que os locais destinados à cultura e entretenimento não facilitam
seu acesso. Não há a concessão de descontos e quando há os mesmos são
32
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
dificultados com a exigência de documentos que nem sempre estão disponíveis
em mãos.
Nesta pesquisa podemos verificar a internet como parte determinante
para o conhecimento e informação sobre os eventos culturais. Mais uma vez os
jovens e a internet estão lado a lado.
Todos acreditam na democratização do acesso à cultura e que a
educação é o caminho para isto acontecer. Os jovens ainda acreditam que com
o passar dos anos, além da maturidade, eles estarão em melhores condições
financeiras e poderão usufruir de todos os atrativos culturais que desejarem.
33
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
6. RELATO DA PESQUISA QUANTITATIVA
6.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A fim de caracterizar a amostra, utilizamos três perguntas filtro no início
do instrumento. Primeiro usamos a pergunta “Qual é a sua idade?”, assim, para
que os respondentes seguissem para a próxima pergunta era necessário que
tivessem entre 17 e 24 anos de idade.
A segunda pergunta filtro foi “Em que lugar você mora?”, com as
alternativas “Porto Alegre”, “Região Metropolitana” e “Outros”. Essa distinção
foi necessária para podermos identificar o consumo cultural dos jovens dessa
região em especifico, como definido em nosso objetivo.
Por fim, perguntamos no questionário se os respondentes têm o habito
de consumir cultura. A última pergunta filtro apresentou como resultado um
total de 292 pessoas que se encaixam no perfil que estávamos buscando. Esse
número representa o total de respostas válidas que utilizamos para
desenvolver está análise.
6.2 CULTURA X ENTRETENIMENTO
Após a filtragem, o primeiro bloco de perguntas tinha como objetivo
descobrir como os respondentes definem e compreendem cultura e
entretenimento. Como observado nas etapas desk e qualitativa, as definições
de ambos são muito próximas e se confundem.
Primeiro, pedimos à audiência que escolhessem três palavras para
definir cultura. A Figura 1 apresenta os resultados da pergunta, que são:
60,62% responderam manifestações artísticas, 51,71% conhecimento, 36,30%
entretenimento, 33,56% tradição, 33,22% manifestações sociais, 31,16%
costumes, 17,81% Lazer, 17,12% Indústria Cultural, 15,75% Transformação
Social e 15,07% Popular.
34
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
As respostas revelaram que a definição de cultura para grande parte
desses jovens está relacionada com as manifestações artísticas, conhecimento
e entretenimento. Essas respostas, juntas, foram escolhidas 434 vezes pelos
entrevistados.
Figura 1 – Definição de cultura
Base: 292 respondentes. Resposta múltipla.
35
4. Marque no máximo três palavras que você defina como cultura: (multipla) Absoluto %Manifestações artísticas
177 60,62%
Conhecimento 151 51,71%Entretenimento 106 36,30%Tradição 98 33,56%Manifestação social
97 33,22%
Costumes 91 31,16%Lazer 52 17,81%Indústria cultural 50 17,12%Transformação social
46 15,75%
Popular 44 15,07%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Em seguida, repetimos a pergunta, porém dessa vez pedimos para
definirem entretenimento. Entre os resultados presentes na Figura 2,
encontramos que: 73,97% dos respondentes consideram Lazer como definição
de entretenimento, 66,10% considera Diversão, 47,26% responderam Prazer,
30,82% Cultura, 24,32% Distração, 19,86% Conhecimento, 17,81% Sair da
rotina, 16,78% Passatempo, 3,42% Educação e 1,71% Audiência.
Com esse resultado verificamos que o conceito de entretenimento está
ligado aos momentos em que o entrevistado está de folga e como uma forma
de descanso das atividades do dia a dia. As duas primeiras respostas, Lazer e
Diversão, foram escolhidas no total 309 vezes.
Figura 2 – Definição de entretenimento.
Base: 292. Resposta Múltipla.
Na questão 6, utilizando o método de perguntas dicotômicas, pedimos
para os respondentes considerarem cultura e entretenimento e depois escolher
a opção com que mais se identificam. Nas figuras abaixo, apresentamos os
resultados:
36
Absoluto %Lazer 216 73,97%Diversão 193 66,10%Prazer 138 47,26%Cultura 90 30,82%Distração 71 24,32%Conhecimento 58 19,86%Sair da rotina 52 17,81%Passatempo 49 16,78%Educação 10 3,42%Audiência 5 1,71%TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Figura 3 – Popular X Erudito.
Base: 292 respondentes.
Figura 4 – Pago X Gratuito.
Base: 292 respondentes.
Figura 5 – Fechado X Aberto.
Base: 292 respondentes.
Figura 6 – Casa X Rua.
Base: 292 respondentes.
37
Absoluto %Popular 225 77,05%Erudito 67 22,95%TOTAL 292
Absoluto %
Pago 100 34,25%Gratuito 192 65,75%TOTAL 292
Absoluto
%
Locais fechados
158 54,11%
Ambientes abertos
134 45,89%
TOTAL 292
Absoluto %
Casa 127 43,49%Rua 165 56,51%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Figura 7 – Comercial X Alternativo.
Base: 292 respondentes.
Na primeira alternativa a escolha era entre o popular e o erudito, onde
77,05% escolheram a primeira e 22,95% a segunda. Uma resposta um tanto
surpreendente por se tratar de participantes jovens e estão muitas vezes
produzindo e sendo autores de seu próprio estilo cultural, disseminando e
compartilhando rapidamente e tornando tudo mais popular. Ainda nos parece
que a chamada cultura popular ainda remete a esses jovens a ideia de pouco
intelectualizado e de gosto duvidoso. Já a cultura erudita, chamada também de
“Cultura com C maiúsculo” pode ser vista por eles como algo mais qualificado,
relacionado a estudo, conhecimento e “de bom gosto”.
Figura 8
Base: 292 respondentes
38
Absoluto %
Comercial 74 25,34%Alternativo 218 74,66%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
O cruzamento apresentado na figura 8 revela a preferência entre o que é
popular ou erudito em relação à idade dos respondentes. No geral o resultado
obtido é algo esperado, onde a grande maioria, tanto na faixa de 17 a 21 anos,
atingindo 74,4%, quanto na de 22 a 24 anos, com 80,65%, prefere
cultura/entretenimento popular. Porém, o que mais chama atenção nesse
resultado é a porcentagem de preferência em relação ao erudito. Geralmente
associado à pessoas mais velhas, esse estilo obteve um percentual de
respostas maior com os jovens de 17 a 21 anos, 25,6%, do que na faixa de 22
a 24 anos, 19,35%.
A próxima dupla de opções era pago vs. gratuito. Como observado na
Figura 4, 65,75% responderam gratuito e 34,25% pago. Essa porcentagem foi
equivalente ao momento e etapa da vida desse grupo de respondentes, que
são jovens e ainda estão buscando seu espaço, estruturação financeira e um
espaço no mercado de trabalho.
Figura 9
Base: 292 respondentes.
Ao analisarmos a preferência entre atividades pagas ou gratuitas com
relação a idade, outro resultado que já esperávamos. Entre os jovens de 17 a
39
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
21 anos, 61,31% prefere eventos gratuitos, e entre os de 22 a 24 anos esse
número chega a 71,77%. Já os que preferem pagar atingem 38,69%, para
respondentes de 17 a 21 anos, e 28,23% para os de 22 a 24.
Acreditamos que esse resultado se dá pelo fato de os mais jovens serem
em sua maioria sustentados pelos pais, com isso não se preocupam tanto com
dinheiro e tem mais condições de pagar. Enquanto o jovem de 22 a 24 já está
fazendo estágio ou trabalhando, com isso se preocupa mais com o dinheiro
que têm e o quanto pode gastar.
Entre locais fechados e ambientes abertos a opção com que mais se
identificam foi a primeira, somando 54,11% das respostas. As escolhas foram
equilibradas, onde há uma pequena diferença indicando a preferência por
locais fechados, talvez pela questão de segurança e comodidade. Esse
resultado é um reflexo das respostas dadas quando questionados sobre a
atividade que mais gostam (ver análise da questão 7).
Figura 10
Base: 292 respondentes.
40
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
A figura 10 apresenta os resultados do cruzamento entre a idade dos
respondentes e sua preferência quanto a locais abertos ou fechados. Entre os
jovens de 17 a 21 anos, 42,9% prefere ambientes abertos e 57,1% prefere
locais fechados. Enquanto na faixa de 22 a 24 anos a preferência está dividida
igualmente.
Na escolha seguinte apresentamos as seguintes alternativas: casa X
rua. O resultado (Figura 6) obtido mostrou que 56,51% responderam casa e
43,49% rua. Mais uma vez houve um equilíbrio entre as respostas, mais ainda
assim a maioria preferiu o conforto, comodidade e a segurança de um local
fechado, desta vez sua própria casa. Podemos relacionar esse resultado com o
da relação entre “pago X gratuito”. Como a maioria prefere atividades que não
precisa pagar, escolher ficar em casa é compatível.
Figura 11
Base: 292 respondentes.
Para a figura 11, referente à escolha entre atividades em casa ou na rua,
observamos que em abas as faixas etárias os resultados são perecidos. Entre
os de 17 a 21, 44,05% prefere “casa” e 55,95% prefere “rua”. Já os de 22 a 24
anos, 42,74% preferem a primeira e 57,26%, a segunda.
41
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Acreditamos que a proximidade entre a porcentagem das duas opções
se dá devido às facilidades e opções disponíveis em quantidade cada vez
maior na internet. Shows ao vivo, filmes, seriados, música e exposições são
algumas das atividades culturais disponíveis online, facilitando o acesso e
ganhando espaço na preferência dos consumidores.
Por último, os respondentes deveriam escolher entre popular e
alternativo. A Figura 7 mostra que a opção com que mais se identificam é o
alternativo, com 74,66%, enquanto popular soma 25,34%. Ou seja, os
respondentes são jovens que estão envolvidos com os avanços tecnológicos
que facilitam o compartilhamento, disseminação e o acesso as produções e
manifestações mais alternativas, o que as torna menos comercias, com um tom
mais crítico e se diferenciando das produções mais conhecidas.
Figura 12
Base: 292 respondentes.
O resultado do cruzamento entre a idade dos respondentes e a
preferência quanto à alternativo ou comercial foi uma surpresa. Em ambas as
faixas de idade o “alternativo” foi superior, sendo 70,83% para os jovens de 17
a 21 anos e 79,83% para os de 22 a 24 anos.
42
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Acreditamos que o alternativo se destaca na pesquisa pela sua
valorização na atualidade, apesar de não ser algo que esperávamos nos
resultados. Podemos observar que um estilo direcionado para nichos e que
geralmente atrai poucas pessoas está ganhando destaque entre os jovens.
6.3 ATIVIDADES CULTURAIS
O terceiro bloco de perguntas explora as atividades culturais em
diferentes níveis. Desde a preferência de cada respondente, até a frequência,
em diferentes questões dentro da temática.
Na questão 7 os participantes deveriam escolher as atividades que mais
gostam dentre um grupo de resposta pré-selecionada. A seguir a Figura 13 nos
mostra que 34,59% escolheram Cinema, 15,07% Shows internacionais,
13,70% Biblioteca/livraria, 9,93% Manifestações culturais e 8,56%. Festivais
culturais nacionais/internacionais. Teatro, Shows nacionais, Exposições e
Museu somaram 18,15%. O resultado mais surpreendente, acreditamos, é a
desvalorização do teatro. A atividade não chega a 10% e aparece na sexta
colocação entre as alternativas. Essa constatação aponta uma possível crise
no setor, o que é preocupante, pois somente em Porto Alegre existem mais de
60 grupos e companhias teatrais (Fonte: SATEDRS).
Figura 13 – Atividades que mais gosta
Base: 292 respondentes.
43
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
A pergunta número 8 pede aos participantes para indicarem a frequência
com que vão a cada uma das atividades indicadas na questão anterior. Os
resultados podem ser observados nas figuras abaixo e logo após, as análises.
Figura 14 – Frequência Cinema
Base: 292 respondentes.
44
Absoluto %Cinema 101 34,59%Shows internacionais 44 15,07%Biblioteca/livraria 40 13,70%Manifestações culturais 29 9,93%Festivais culturais nacionais/internacionais 25 8,56%Teatro 21 7,19%Shows nacionais 15 5,14%Exposições 11 3,77%Museu 6 2,05%
TOTAL 292
Absoluto %
Mais de uma vez por semana 11 3,77%
Uma vez por semana 21 7,19%
Uma vez a cada quinze dias 69 23,63%
Uma vez por mês 130 44,52%Semestralmente 54 18,49%Anualmente 6 2,05%Nunca 1 0,34%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Figura 15 – Frequência Biblioteca
Base: 292 respondentes.
45
Absoluto %Mais de uma vez por semana 40 13,70%
Uma vez por semana 55 18,84%
Uma vez a cada quinze dias 59 20,21%
Uma vez por mês 72 24,66%
Semestralmente 47 16,10%Anualmente 12 4,11%Nunca 7 2,40%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Figura 16 – Frequência Teatro
Base: 292 respondentes.
Figura 17 – Frequência Exposição.
46
Absoluto %Mais de uma vez por semana 2 0,68%
Uma vez por semana 3 1,03%
Uma vez a cada quinze dias 12 4,11%
Uma vez por mês 38 13,01%
Semestralmente 96 32,88%Anualmente 79 27,05%Nunca 62 21,23%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 18 – Frequência Museus
47
Absoluto %Mais de uma vez por semana 2 0,68%
Uma vez por semana 9 3,08%
Uma vez a cada quinze dias 12 4,11%
Uma vez por mês 59 20,21%
Semestralmente 88 30,14%Anualmente 81 27,74%Nunca 41 14,04%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 19 – Frequência Manifestações
48
Absoluto %Mais de uma vez por semana 0 0,00%
Uma vez por semana 4 1,37%
Uma vez a cada quinze dias 16 5,48%
Uma vez por mês 38 13,01%
Semestralmente 80 27,40%Anualmente 96 32,88%Nunca 58 19,86%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 20 – Frequência Show Nacional
Base: 292 respondentes.
Figura 21 – Frequência Show Internacional
49
Absoluto %Mais de uma vez por semana 11 3,77%
Uma vez por semana 18 6,16%
Uma vez a cada quinze dias 32 10,96%
Uma vez por mês 61 20,89%
Semestralmente 65 22,26%Anualmente 55 18,84%Nunca 50 17,12%
TOTAL 292
Absoluto %Mais de uma vez por semana 1 0,34%
Uma vez por semana 3 1,03%
Uma vez a cada quinze dias 17 5,82%
Uma vez por mês 60 20,55%
Semestralmente 101 34,59%Anualmente 67 22,95%Nunca 43 14,73%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 22 – Frequência Festival
Base: 292 respondentes.
“Frequência ao Cinema” apresentou na Figura 14 que grande parte dos
respondentes – 44,52% – indicou que vai ao cinema uma vez por mês, 23,63%
responderam que vão uma vez a cada quinze dias e 0,34% que nunca vão ao
50
Absoluto %Mais de uma vez por semana 0 0,00%
Uma vez por semana 1 0,34%
Uma vez a cada quinze dias 2 0,68%
Uma vez por mês 23 7,88%
Semestralmente 84 28,77%Anualmente 109 37,33%Nunca 73 25,00%
TOTAL 292
Absoluto %Mais de uma vez por semana 0 0,00%
Uma vez por semana 4 1,37%
Uma vez a cada quinze dias 6 2,05%
Uma vez por mês 30 10,27%
Semestralmente 77 26,37%Anualmente 90 30,82%Nunca 85 29,11%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
cinema. Mesmo preferindo programas gratuitos e em casa, como percebemos
na questão 6, os jovens possuem uma boa freqüência ao cinema.
Considerando que nessa faixa etária a maioria ainda não tem renda fixa,
ir ao cinema uma vez por mês é um resultado interessante.
Figura 23
Base: 292 respondentes.
Entre os moradores de Porto Alegre e os da Região Metropolitana a
maioria frequenta o cinema uma vez por mês, sendo 40,85% o primeiro e
51
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
54,43% o segundo. Em segundo, com 25, 35% na capital e 18,99% na Região
Metropolitana, a frequência de uma vez a cada quinze dias.
Pelo número de salas em ambas as regiões e a disponibilidade dos
jovens, este resultado já era esperado. Além disso, como podemos ver mais
adiante na pesquisa, o preço alto dos cinemas faz com que a maioria se
disponibilize a pagar para assistir filmes somente uma vez ao mês.
A ida à biblioteca apresentou números mais equilibrados. O resultado
que mais apareceu foi onde os respondentes apontam que vão uma vez por
mês, 24,66%. Em seguida ficou quem vai uma vez a cada quinze dias, um total
de 20,21, e por fim, uma vez por semana, com 18,84%. Acreditamos que
esse equilíbrio nas respostas se dá pelo fato desses respondentes estarem em
uma idade onde a maioria freqüenta escola, cursos ou faculdade, sendo assim
precisam de bibliotecas para estudo.
Figura 24
Base: 292 respondentes.
52
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Na comparação entre frequência que vai à biblioteca e local onde mora,
encontramos diferenças maiores. Em Porto Alegre, 24,88% diz ir à Biblioteca
uma vez por mês. Já na Região Metropolitana, 24,05% respondeu “uma vez
por mês” e “uma vez por semana”. Além disso, 23% dos moradores de Porto
Alegre responderam que frequenta a Biblioteca uma vez a cada quinze dias,
enquanto na Região Metropolitana essa porcentagem chegou a 12,66%.
Na próxima pergunta os respondentes deveriam indicar a frequência que
vão ao Teatro. A partir dos resultados na Figura 16, podemos analisar que o
teatro não está inserido como parte da rotina, ou como ambiente cultural
comum dos jovens, isso é comprovado através do gráfico abaixo, pois apenas
0,68% dos jovens que participaram da pesquisa costumam frequentar ao teatro
mais de uma vez na semana. Esta realidade é o que torna evidente que o
teatro não está entre os locais mais frequentados, pois percebemos que dos
292 respondentes, apenas 32,88% frequentam semestralmente, 27,05%
anualmente e 21,23 % nunca frequentam este local, ou seja, uma minoria
procura acessar a cultura via o teatro.
Figura 25
Base: 292 respondentes.
53
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
No gráfico acima é apresentada a frequência que os respondentes vão
ao teatro. A maioria dos moradores de Porto Alegre respondeu
“semestralmente”, somando 31,9%. Já os da Região Metropolitana, somaram
35,44% na mesma alternativa. A maior surpresa foi os que nunca vão ao teatro.
Em Porto Alegre chegaram a um percentual maior que o da Região
Metropolitana. Sendo 22,54% e 17,72%, respectivamente. É interessante
observar esse resultado, pois a capital do estado apresenta um número de
espetáculos disponíveis maior que as cidades da região.
Abordamos na pesquisa como atividade cultural a frequência em
ambientes onde acontecem exposições. Independentemente do local ser
fechado ou aberto a relação dos jovens com exposições é algo incomum,
podemos concluir isso através dos resultados apresentados na pesquisa
(Figura 17). Dos 292 jovens que participaram da nossa pesquisa, apenas dois
costumam freqüentar exposições mais de uma vez por semana, isso
corresponde a 0,68% em relação ao total de participantes. Também podemos
analisar que a frequência maior nestes ambientes é de 30,14%
semestralmente, seguido da opção anualmente com 27,74%.
Figura 26
Base: 292 respondentes.
54
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
A resposta que mais aparece entre os moradores de Porto Alegre,
somando 32,39%, é a que representa quem vai à exposições semestralmente.
Já na Região Metropolitana a resposta mais marcada, com 31,65%, é
“anualmente”.
Esse resultado já era esperado. Na capital podemos encontrar mais
variedade e mais locais onde ocorrem exposições. Alguns deles acabaram
tornando-se símbolos da cidade, como a Usina do Gasômetro e o Instituto
Iberê Camargo.
Na questão onde pedimos que os respondentes apontassem a
frequência a museus em relação à periodicidade indicada, podemos analisar
que a maioria dos participantes da pesquisa, o correspondente a 32,88%,
assinalaram uma vez no ano como período de frequência a museus. Como
segunda opção, aparece o período equivalente ao semestre, com 27,40%,
seguido da opção nunca, com 19,86% das respostas. Fica comprovado que
essa atividade, apesar dos diversos locais encontrados em Porto Alegre e na
Região Metropolitana, não está presente no cotidiano dos jovens.
Figura 27
Base: 292 respondentes.
55
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
O cruzamento entre o lugar que os respondentes moram e a freqüência
que vão à museus apresentou resultados parecidos. Entre os moradores de
Porto Alegre, 31,46% respondeu “anualmente”. Já os da Região Metropolitana
somaram 36,71%. Entendemos que esse resultado se dá devido ao baixo
interesse dos jovens por essa atividade cultural. Outros fatores que influenciam
são o preço e a divulgação das mesmas.
Quando falamos em manifestações podemos perceber, a partir dos
resultados na Figura 19, que a participação dos jovens é mais freqüente, pois
ao verificarmos os períodos indicados no instrumento de pesquisa, é visível
que 22,26%, a resposta que apresenta maior índice, freqüenta manifestações
semestralmente, 20,89% participa de alguma forma uma vez por mês, 18,84%
anualmente, 17,12% nunca participou, 10,96% participa uma vez a cada quinze
dias, 6,16% uma vez por semana e 3,77% mais de uma vez por semana.
Concluímos que esse resultado vem ao encontro do momento social e político
que vivemos no país, onde as manifestações cresceram e ganharam força
entre pessoas da faixa etária da pesquisa.
Figura 28
Base: 292 respondentes.
56
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Quanto às manifestações culturais, 24,88% dos moradores de Porto
Alegre respondeu “semestralmente”. Já nos da Região Metropolitana a
resposta que mais apareceu foi “anualmente”, com 27,85%.
Essa diferença aparece porque Porto Alegre possui diversos espaços,
como o centro da cidade e o Parque Farroupilha, que apresentam grandes
espaços e alto número de frequentadores, atraindo diversas manifestações
culturais. Como exemplo podemos citar os índios que se apresentam perto do
Mercado Público e os grupos de teatro no Parque Farroupilha.
Ao perguntar sobre shows nacionais esperávamos que os jovens com
idade entre 17 a 24 anos que costumam frequentar esses eventos tivessem
uma participação mais assídua do que foi indicado no resultado (Figura 20).
Inicialmente percebemos que grande parte dos respondentes desta pesquisa,
isto é 34,59%, indicam que consomem esta atividade cultural de forma
semestral, seguido de 22,95% que prefere ir a shows nacionais anualmente,
20,55% optam por participarem uma vez no mês e 14,73% assinalaram a
opção Nunca em nosso instrumento. Em contraponto há uma minoria de jovens
que procuram por shows nacionais quinzenalmente, semanalmente e mais de
uma vez por semana, isso corresponde a 5,82%, 1,03% e 0,34%,
respectivamente.
O resultado nos surpreende, pois shows nacionais acontecem todos os
dias. Diferentes estilos e artistas estão sempre na região e mesmo assim,
segundo a pesquisa, grande parte dos jovens só consome uma vez no
semestre. Acreditamos que o aumento no preço dos ingressos é o principal
fator de influencia nesse resultado, pois, como analisado anteriormente, quem
está nessa faixa etária não possui renda fixa, dificultando o consumo.
Figura 29
57
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Ao realizar o cruzamento entre a freqüência de show nacionais e o local
onde mora a pessoa percebe-se que este não é um fator de influencia. Tanto
em Porto Alegre quando na Região Metropolitana, “semestralmente” ficou em
destaque. Foram 35,21% e 32,91%, respectivamente. Concluímos, então, que
a análise anterior se confirma: o preço dos ingressos tornou-se o principal fator
que impede o consumo dos jovens.
A partir do momento que consideramos a variável frequência em shows
internacionais, foi possível perceber que entre os 292 respondentes, 37,33%
preferem ou procuram por esse tipo de produto cultural anualmente, na
sequencia os jovens buscam os shows internacionais semestralmente e a
terceira opção mais assinalada corresponde aos jovens que nunca optam por
freqüentar a shows internacionais com 25% das respostas. Concluímos que
este resultado se dá devido à pouca oferta no mercado gaúcho combinada com
o alto valor dos ingressos. Vale ressaltar que devido ao cenário no qual
estamos inseridos, o consumo anual da atividade não é um resultado ruim.
Figura 30
58
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
No gráfico acima (figura 30), apresentamos a frequência com que o
respondente vai a shows internacionais em relação ao lugar em que mora. Em
Porto Alegre as respostas que mais aparecem são “anualmente” e
“semestralmente”, com 38,03% e 32,39%, respectivamente. Enquanto na
Região Metropolitana o que aparece mais é “nunca”, com 36,71%, e
“anualmente”, com 35,44%.
Esses resultados mostram que os jovens são seletivos quanto aos
shows internacionais. O preço do ingresso, por ser mais caro é um fator
importante para essa decisão. Acreditamos que o jovem escolha o artista que
mais gosta e dedique o seu ano a arrecadar dinheiro para esse evento.
Por fim os jovens tiveram que assinalar as respostas que mais
aproximasse da realidade vivida por eles, quando buscam por cultura ou
entretenimento em relação a festivais frequentados. Através dos dados
apresentados na Figura 22 foi possível analisarmos que 30,82% dos
respondentes frequenta festivais anualmente, em segunda opção, 29,11%
assinalaram que nunca buscam por esse tipo de produto cultural, na terceira
opção eles participam de festivais de forma semestral. Devemos também
59
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
considerar que 10,27% frequentam uma vez por mês, 2,05% uma vez a cada
quinze dias e 1,37% das respostas corresponde a opção uma vez por semana.
É interessante observar que pouco mais de 40% dos participantes consome
festivais pelo menos uma vez ao ano. Sabemos que a capital gaúcha oferece
diversos festivais durante todo o ano, porém muitas vezes possuem pouca
divulgação, fator que certamente influencia neste resultado.
Figura 31
Base: 292 respondentes.
Em relação à frequência com que vão a festivais culturais
nacionais/internacionais, o resultado obtido no cruzamento era o esperado pelo
grupo. Em Porto Alegre três respostas aparecem com percentual bem próximo:
“anualmente”, com 29,58%; “nunca”, com 29,11% e “semestralmente”, com
27,70%. Enquanto na Região Metropolitana o que mais aparece é
“anualmente”, com 34,18%, e em segundo “nunca”, com 29,11%.
Na questão 9 fizemos a seguinte pergunta: “De que forma o jovem fica
sabendo dos eventos culturais que ocorrem em Porto Alegre e Região
Metropolitana?”. Os resultados obtidos estão representados na Figura 32:
Figura 32 – Como o jovem fica sabendo
60
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes. Resposta Múltipla.
Em nossa pesquisa também procuramos saber dos jovens como eles
ficam sabendo, informações sobre espetáculos, peças teatrais, cinema, shows
entre outros eventos culturais, por se tratar de uma questão de múltipla
escolha, os jovens poderiam assinalar mais de uma opção. Consideramos as
variáveis, internet, amigos, cartazes/outdoors, TV, jornais, rádio, flyer, família e
revistas. Seguindo esta ordem a opção que mais foi indicada nesta questão foi
internet com 100%, amigos em segundo lugar com 89,73%, cartazes/outdoor
com 48,97%. A partir do resultado apresentado é possível verificarmos que a
internet, considerada o principal meio de informações, lidera a escolha das
61
Absoluto %Internet 292 100,00%Amigos 262 89,73%
Cartazes/outdoor 143 48,97%
TV 120 41,10%Jornais 119 40,75%Rádio 78 26,71%Flyer 64 21,92%Família 63 21,58%Revistas 39 13,36%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
opções indicadas, também verificamos que os amigos exercem muita influencia
quando tratamos do público jovem.
Ainda buscando resultados com relação à fonte de informações,
perguntamos na questão 10: “E onde você costuma buscar informações sobre
atividades culturais? Marque quantas opções achar necessário”. O gráfico pode
ser observado na figura abaixo:
Figura 33 – Busca de informações
Base: 292 respondentes. Resposta Múltipla.
Esta questão também é de múltipla escolha, o que possibilita
analisarmos o cenário do acesso a informação quando falamos de cultura.
Entre as opções apresentadas, os jovens buscam as informações em
ambientes virtuais, devido ao acesso ser mais fácil e ao fato de todos ou quase
todos estarem inseridos neste ambiente, além disso, mais uma vez é possível
verificarmos que os amigos ocupam uma posição extremamente influenciável,
pois correspondem a 66,44%, apesar das opções assinaladas nesta questão
serem correspondentes ao resultado da questão e do gráfico anterior, podemos
avaliar que a opção revistas aparece em vantagem em relação a opção flyer e
que a família ocupa a posição de maior importância em relação ao rádio.
62
Absoluto %Internet 287 98,29%Amigos 194 66,44%Jornais 101 34,59%Cartazes/outdoor 68 23,29%
TV 40 13,70%Família 40 13,70%Rádio 31 10,62%Revistas 23 7,88%Flyer 19 6,51%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Acreditamos que maior destaque desse resultado é a desvalorização do
flyer. Ainda muito utilizado para divulgação de diversas atividades e tendo
entradas de universidades/escolas como principal ponto de distribuição, o fato
de não ser relevante para os jovens deve ser observado. Uma alternativa é a
utilização do flyer digital, já muito comum na divulgação de festas pelas redes
sociais. Essa alternativa é muito mais barata e devido a comprovada
preferência dos jovens pelo ambiente virtual, certamente será mais eficaz.
“Com relação ao local que se consome cultura, você prefere?” foi o que
pedimos na questão 11. A seguir, a Figura 34 mostra o resultado:
Figura 34 – Local preferido
Base: 292 respondentes.
63
Absoluto %Ambientes abertos (parques, feiras, eventos itinerantes) 125 42,81%
Centros culturais (museu, institutos culturais, teatro) 82 28,08%
Em casa 58 19,86%Shopping 27 9,25%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Dentre os locais preferidos apresentados neste instrumento é possível
verificar que os locais abertos ainda são os favoritos para os jovens, e que os
centro culturais como museus, institutos e teatro ocupam a preferência de
28,08% dos 292 jovens respondentes, seguido da opção casa com 19,86% e o
shopping com 9,25%.
Nas questões 12, 13, 14 e 15 nominamos os locais disponíveis para as
atividades de cinema, teatro, shows e exposições, a fim de descobrir as
preferências dos entrevistados. As figuras a seguir mostram os resultados:
Figura 35 – Cinema que prefere
Base: 292 respondentes
Figura 36 – Teatro que prefere
Base: 292 respondentes.
64
Absoluto %Cinemark 89 30,48%GNC 81 27,74%Espaço Itaú de cinema 41 14,04%
CCMQ 29 9,93%Cineespaço 23 7,88%Guion 16 5,48%Other 6 2,05%Cine Santander Cultural
3 1,03%
Arco-íris 2 0,68%Instituto NT 2 0,68%
TOTAL 292
Absoluto %Teatro São Pedro 141 48,29%
Teatro Bourbon Country 82 28,08%
Teatro Feevale 23 7,88%
Teatro Renascença 14 4,79%
Other 14 4,79%Teatro da AMRIGS 10 3,42%
Teatro do Sesi 8 2,74%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Figura 37 – Casa de Shows que prefere
Base: 292 respondentes
Figura 38 – Exposições que prefere
65
Absoluto %Opinião 112 38,36%Araújo Viana 71 24,32%
Pepsi On Stage 52 17,81%
FIERGS 30 10,27%Gigantinho 18 6,16%Other 9 3,08%
TOTAL 292
Absoluto %Usina do Gasômetro 76 26,03%
Casa de cultura Mario Quintana 73 25,00%
Santander Cultural 66 22,60%
Iberê Camargo 45 15,41%Centro de eventos Barra Shopping Sul
18 6,16%
Other 12 4,11%StudioClio 2 0,68%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes
Nas opções de salas de cinema apresentadas a marca Cinemark lidera
entre na preferência dos jovens com 30,48% das respostas, seguido do GNC
cinemas com 27,74% e do Espaço Itaú de cinema com 14,04%. Nesta questão
foi possível analisarmos que as marcas como Cinemark, GNC e Itaú são mais
fortes e estão na preferência dos 292 jovens respondentes de nossa pesquisa.
Entre os teatros informados como opção a ser assinalada, o teatro São
Pedro, ocupa a preferência dos jovens com 48,29% das respostas, já o
ambiente do Bourbon Country corresponde a 28,08% da preferência dos
respondentes, o teatro Feevale foi a opção assinalada por 7,88% e o Teatro
Renascença 4,79%. Acreditamos que por ser um ícone da cidade de Porto
Alegre, o Teatro São Pedro ganha certa vantagem em relação aos seus
concorrentes.
Dentre as alternativas oferecidas na questão 14 estão: o Opinião, o
Araujo Viana, o Pepsi On Stage, a Fiergs, o Gigantinho e possibilitamos a
opção outros para os jovens que não possuem preferência entre essas opções.
Os resultados mostram que o Opinião foi o mais assinalado pelos jovens, com
38,36%, em seguida o Araujo Viana com 24,32%, o Pepsi On Stage com
17,81%, a Fiergs com 10,27%, o Gigantinho com 6,16% e a opção ‘outros’ foi
assinalada por 3,08% dos 292 jovens. Vale ressaltar que isso comprova que
além da população gaúcha em geral, como divulgado na pesquisa Top Of Mind
(Revista Amanhã, 2013), o Opinião também é o mais citado entre os jovens.
Ao analisar qual dos principais locais que apresentam exposições
artísticas em porto alegre e na região metropolitana ocupa a preferência dos
jovens que participaram desta pesquisa, obtemos os números apresentados na
Figura 38. Os locais escolhidos para esta questão são Usina do Gasômetro,
Casa de Cultura Mario Quintana, Santander Cultural, Iberê Camargo, Centro de
Eventos Barra Shopping Sul e Studio Clio. Dentre esses locais, 26,03% optam
por participar de exposições que ocorrem na Usina do gasômetro, 25%
66
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
preferem a Casa de cultura Mario Quintana, 22,60% o Santander cultural,
15,41% Iberê Camargo, 6,16% Centro de Eventos Barra Shopping Sul, 4,11%
preferem outras opções e 0,68% assinalaram na questão o Studio Clio. Como
na questão do teatro, o fato da Usina do gasômetro ser ponto turístico da
capital e apresentar diferentes atividades além de exposições dão vantagem
para o local.
6.4 FATORES DE INFLUÊNCIA PARA O CONSUMO CULTURAL
Nesse bloco de perguntas procuramos explorar os possíveis
influenciadores no consumo de cultura pelos jovens. Desde vantagens até a
importância de opiniões alheias, o objetivo era compreender melhor o processo
de decisão em relação à participação nessas atividades.
Na questão 16 os participantes tinham que responder se utilizavam ou
não desconto ou algum tipo de vantagem para participar de atividades
culturais. A Figura 39 apresenta os seguintes dados: 68,84% responderam que
utilizam algum tipo de desconto e 56,51% que não. Esse resultado mostra que
a maioria dos respondentes usufrui de descontos, porém, não é uma diferença
muito significativa, o que surpreende devido ao número de vantagens
disponíveis.
Figura 39 – Utilização de desconto
67
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Logo após, a questão 17 questionava qual tipo de desconto os
respondentes aproveitavam ao participar de eventos culturais. A utilização da
meia-entrada para estudante teve 64,04%, representando mais da metade dos
respondentes. 16,1% utilizam o desconto do Clube do Assinante ZH e sites de
compra coletiva, cinemark Bradesco e Outros somaram 19,17%.
Figura 40 – Tipos de desconto
Base: 292 respondentes.
68
Absoluto %Sim 201 68,84%Não 91 31,16%
TOTAL 292
Absoluto %
Meia entrada (estudantes) 187 64,04%
Clube do assinante ZH 47 16,10%
Sites de compra coletiva 34 11,64%
Other 16 5,48%Cinemark Bradesco 6 2,05%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
A questão 18 aborda qual o grau de importância dos seguintes itens no
momento de escolha de programas culturais: amigos, colegas de
trabalho/faculdade, família, professores, formadores de opinião e namorado(a).
Sendo 1 para pouco importante e 5 para muito importante, os resultados estão
respresentados nas figuras abaixo:
Figura 41 – Grau de influência dos amigos
Base: 292 respondentes.
Figura 42 – Grau de influência dos colegas de trabalho/faculdade.
69
Absoluto %1 (pouco importante) 4 1,37%
2 8 2,74%3 21 7,19%4 69 23,63%5 (muito importante) 190 65,07%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 43 – Grau de influência da família
70
Absoluto %1(pouco importante) 16 5,48%
2 32 10,96%3 80 27,40%4 110 37,67%5(muito importante) 54 18,49%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 44 – Grau de influência dos professores
Base: 292 respondentes.
71
Absoluto %1(pouco importante) 17 5,82%
2 28 9,59%3 42 14,38%4 79 27,05%5(muito importante) 126 43,15%
TOTAL 292
Absoluto %1(pouco importante)
18 6,16%
2 45 15,41%3 87 29,79%4 87 29,79%5(muito importante)
55 18,84%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Figura 45 – Grau de influência dos formadores de opinião
Base: 292 respondentes.
Figura 46 – Grau de influência de namorado(a)
Base: 292 respondentes.
A Figura 41 apresenta os resultados
para o grau de importância da opinião dos
amigos ao escolher programas culturais. Com
65,07% os respondentes, escolhendo a opção
5, informaram que é muito importante a
influência dos amigos e 1,37% que era pouco
importante, escolhendo a opção 1. Com esse
resultado verificamos que é de grande importância a opinião dos amigos para
essa escolha. Isso também indica que os estilos de atividades circulam sempre
72
Absoluto %1(pouco importante) 43 14,73%
2 62 21,23%3 78 26,71%4 74 25,34%5(muito importante) 35 11,99%
TOTAL 292
Absoluto %1(pouco importante) 33 11,30%
2 12 4,11%3 50 17,12%4 84 28,77%5(muito importante) 113 38,70%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
nos mesmos grupos de pessoas, ou seja, se o objetivo é
atingir um público mais diversificado o trabalho de divulgação deve ser bem
planejado.
Já a Figura 42 revela o grau de importância da opinião de colegas de
trabalho/faculdade quando o jovem escolhe seus programas culturais. Onde
18.49% dos respondentes informaram que é de grande importância, marcando
a opção 5, e 5.48% informaram que é de pouca importância, marcando a opção
1. Sendo que 37,67% acham importante, marcando a opção 4 e 27,4%
marcaram que é relevante a opinião dos colegas. Obtemos um resultado
diferente da questão relacionada a influência dos amigos, onde a maioria dos
respondentes classificou como muito importante, enquanto na questão dos
colegas a sua opinião não possui um grau de importância tão grande.
Acreditamos que a proximidade e possíveis diferenças de personalidade, que
varia entre colegas e amigos, seja o diferencial dessas duas questões. Em
seguida, a questão abordava a importância da influência de sua família. A
Figura 29 apresenta os seguintes dados: 43,15% dos respondentes informaram
que é de grande importância, marcando a opção 5, e 5.82%informaram que é
de pouca importância, marcando a opção 1.
Tratamos também de pessoas não tão próximas dos respondentes. A
questão abordava a importância da opinião dos professores (Figura 44). Com
29,79% o grau de importância 3 e 4 empataram. Em seguida aparece a opção
5, de grande importância, com 18,84% e 6.16% informaram que a opinião
desse grupo é de pouca importância. Depois questionamos a influência dos
formadores de opinião. A resposta em destaque dessa questão, como
podemos ver na Figura 31, foi a opção 3, com 26,71%, seguida pela opção 4,
com 25,34%, opção 2 com 21,23%. A opção de grande importância, número 5,
teve 18,84% e de pouca importância, número 1, 6,16%. Esse resultado mostra
que a importância desse grupo não é tão relevante quanto a dos amigos, mas é
tão importante quanto a dos colegas.
73
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
O último item da questão 18 questionava a influência do(a) namorado(a).
Podemos ver na Figura 45 que 38,7% consideram de grande importância a
opinião desse grupo, opção 5. Seguida pela opção 4 com 28,77%, 4,11%
consideram a opção 2, e 11,3% consideram de pouca importância a opinião
desse grupo, opção 1. É interessante observar que os amigos oferecem maior
influencia do que os(as) namorados(as). Apesar de todos os programas e
atividades que fazem juntos, namorados(as) não conseguem influenciar tanto.
A fim de realizar uma análise mais mercadológica, o grupo desenvolveu
a questão 19. Ela abordava o grau de importância da imagem das
organizações quanto ao incentivo cultural, sendo 1 para pouco importante e 5
para muito importante.
Figura 47 – Importância da imagem da organização quanto ao incentivo cultural
Base: 292 respondentes.
Conforme as respostas, 59,25% considera de grande importância, opção
5 e 0,68% de pouca importância, opção 1. A opção 4 representa 18,49%,
opção 3 com 15,7% e a opção 2 com 6,51%. De acordo com os resultados que
74
Absoluto %1(pouco importante) 2 0,68%
2 19 6,51%3 44 15,07%4 54 18,49%5(muito importante) 173 59,25%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
obtidos notamos que a maioria dos respondentes da grande importância para a
imagem das organizações em relação ao incentivo cultural.
A questão 20 pedia que o respondente, levando em consideração a
atratividade dos itens, indicasse o grau de importância delas, sendo 1 para
pouco importante e 5 para muito importante. Os itens analisados são: afinidade
com o tema, premiações, elenco, internacional, local, acesso/mobilidade,
segurança, nacional, desconto/promoções, preço acessível e comentários de
pessoas influentes. Abaixo os resultados:
Figura 48 – Afinidade com o tema
Base: 292 respondentes.
Figura 49 – Premiações
Base: 292 respondentes.
Figura 50 – Elenco
75
Absoluto %1(pouco importante) 2 0,68%
2 4 1,37%3 21 7,19%4 67 22,95%5(muito importante) 198 67,81%
TOTAL 292
Absoluto %1(pouco importante) 43 14,73%
2 67 22,95%3 104 35,62%4 58 19,86%5(muito importante) 20 6,85%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 51 – Atratividade: Internacional
Base: 292 respondentes.
Figura 52 – Atratividade: Local
76
Absoluto %1(pouco importante) 13 4,45%
2 29 9,93%3 112 38,36%4 87 29,79%5(muito importante) 51 17,47%
TOTAL 292
Absoluto %1(pouco importante) 53 18,15%
2 52 17,81%3 105 35,96%4 48 16,44%5(muito importante) 34 11,64%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 53 – Atratividade: Acessibilidade/mobilidade
Base: 292 respondentes.
Figura 54 – Atratividade: Segurança
Base: 292 respondentes.
Figura 55 – Atratividade: Nacional
77
Absoluto %1(pouco importante) 15 5,14%
2 30 10,27%3 77 26,37%4 83 28,42%5(muito importante) 87 29,79%
TOTAL 292
Absoluto %1(pouco importante) 9 3,08%
2 16 5,48%3 52 17,81%4 96 32,88%5(muito importante) 119 40,75%
TOTAL 292
Absoluto %1(pouco importante) 6 2,05%
2 13 4,45%3 41 14,04%4 79 27,05%5(muito importante) 153 52,40%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 56 – Atratividade: Descontos/promoções
Base: 292 respondentes.
Figura 57 – Atratividade: Preço acessível
78
Absoluto %1(pouco importante) 45 15,41%
2 46 15,75%3 118 40,41%4 59 20,21%5(muito importante) 24 8,22%
TOTAL 292
Absoluto %1(pouco importante) 16 5,48%
2 29 9,93%3 63 21,58%4 89 30,48%5(muito importante) 95 32,53%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Figura 58 – Atratividade: Comentários de pessoas influentes
Base: 292 respondentes
A Figura 48 apresenta as respostas de
quando perguntamos a atratividade quanto à
afinidade com tema abordado. A resposta em
destaque sobre essa questão foi a opção 5, de grande importância, com
67,81%. A opção 1, de pouca importância, teve 0,68%,opção 4 com 18,49%,
opção 3 com 15,07% e a opção 2 com 6,51%. Conforme os resultados obtidos,
notamos que o item afinidade com o tema é de grande importância no
momento da escolha entre os jovens.
Em seguida queriamos saber a atratividade das premiações recebidas. A
resposta em destaque sobre essa questão, conforme a Figura 49, foi a opção 3
79
Absoluto %1(pouco importante) 4 1,37%
2 7 2,40%3 31 10,62%4 95 32,53%5(muito importante) 155 53,08%
TOTAL 292
Absoluto %1(pouco importante) 47 16,10%
2 63 21,58%3 91 31,16%4 52 17,81%5(muito importante) 39 13,36%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
com 35,62%. A opção 5, de grande importância, teve 6,85% e a opção 1, de
pouca importância, teve 14,73%. As opções 2 e 4 ficaram com resultados
próximos, sendo a 2 com 22,95% e a 4 com 19,86%. A partir dos resultados
encontrados nessa questão, compreendemos que o item premiações não é de
grande importância no momento de escolha para os jovens, que é relevante,
mas não decisivo para o momento da escolha.
No terceiro momento a pergunta 20 questiona a atratividade quanto ao
elenco. A resposta que os entrevistados mais marcaram sobre essa questão foi
a opção 3 com 38,36%. A opção 5, de grande importância, teve 17,47% e a
opção 4, 29,79%. As opções 1 e 2 ficaram com resultados próximos, sendo a
opção 2 com 9,93% e a 1, de pouca importância, com 4,45%. A partir dos
resultados notamos que a importância do elenco é relevante, mas não decisiva
no momento da escolha pelos jovens.
Buscamos descobrir também o grau de importância de atrações
internacionais no momento de escolha dos indivíduos ao participarem de
atividades culturais. Para isso, os respondentes deveriam classificar de 1 a 5 o
nível de importância desse quesito no momento da escolha. O número 1
representa pouca importância e o número 5 ilustra muita importância. De
acordo com a Figura 51, a maioria dos indivíduos atribui importância mediana,
com 35,96% da preferência. Já 18,15% consideram pouco importante, e
11,64% muito importante.
A respeito da relevância do local onde será realizada a atividade,
podemos analisar (Figura 52) que a maioria dos indivíduos considera muito
importante, com 29,79% das respostas. A opção 4 (importante) ficou com
28,42%, seguido de 26,37% da opção 3. A opção 1 (pouco importante) ficou
com 5,14%, demonstrando que apenas a minoria desconsidera o local
escolhido.
80
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Quanto à acessibilidade, a maioria dos indivíduos, segundo dados
presentes na Figura 53, considera muito importante, com 40,75% de
preferência, contra 3,08% que consideram pouco importante. Seguidos de
32,88% da opção 4 e 17,81% da opção 3.
No quesito segurança, conforme a Figura 54, mais da metade dos
sujeitos a leva em consideração, com 52,40%. Subsequente temos 27,05% da
opção 4 e apenas 2,05% da opção 1, menos importante.
Quanto à atratividade nacional, os resultados podem ser observados na
Figura 55. A maioria dos indivíduos atribui importância mediana, na qual a
opção 3 obteve 40,41%. A opção 1 e 2 encontram-se empatadas, com 15,41%
e 15,75%, respectivamente. Em seguida perguntamos a respeito da
importância de descontos/promoções (Figura 56). A pesquisa mostra que a
maioria dos indivíduos considerou muito importante, com 32,53%. Subsequente
de 30,48% da opção 4 e contra 5,48% que considerou pouco importante tal
categoria.
Quanto ao valor, como já era esperado pelo grupo a partir dos
resultados das etapas desk e qualitativa, a grande maioria (Figura 57)
considera importante (32,53%) ou muito importante (53,08%). Apenas 1,37%
responderam pouco importante.
Para finalizar, perguntamos em relação aos comentários de pessoas
influentes. O resultado apresentado na Figura 58 aponta que os respondentes
atribuíram importância mediana, com 31,16% do total. Seguido de 21,58% da
opção 2 e 17,81% da opção 4. Somente 13,36% consideram muito importante
comentários de, por exemplo, formadores de opinião.
81
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
A questão 21, última do bloco, queria saber: “O que te impede de
participar mais de eventos culturais?”. Abaixo podemos ver os resultados na
Figura 59:
Figura 59 – O que impede de participar mais
Base: 292 respondentes. Resposta Múltipla.
Quando perguntados quais os maiores impedimentos na sua
participação em eventos culturais, o item ‘segurança’ foi, surpreendentemente,
o menos assinalado, com apenas 14,73%, mesmo sendo uma questão de
múltipla escolha. O destaque fica para preço alto (73,97%), falta/má divulgação
(53,42%) e tempo (45,21%).
82
Absoluto %Preço alto 216 73,97%Falta/má divulgação 156 53,42%
Tempo 132 45,21%Mobilidade 95 32,53%Companhia 91 31,16%Local 87 29,79%Segurança 43 14,73%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
6.5 O FUTURO
O bloco final tem por objetivo pedir para os respondentes realizarem
primeiro uma avaliação de seu consumo cultural e depois uma previsão para o
futuro do setor. A questão 22 pede que o jovem dê uma nota para seu
consumo. Os resultados podem ser vistos na Figura 60:
Figura 60 – Nota para o próprio consumo
Base: 292 respondentes.
Quando solicitado aos respondentes para que atribuíssem uma nota ao
seu consumo cultural, 25,68% deram nota 7. Logo atrás ficou a nota 6, com
22,26%, e nota 8, com 17,81%. O que demonstra que os respondentes têm
participado de eventos culturais com certa regularidade. A média das notas dos
292 respondentes é de 6,0. Considerando a falta de tempo e o fator dinheiro,
ambos observados nas etapas qualitativa e quantitativa da pesquisa, a média
estabelecida é razoável.
83
Absoluto %Um 5 1,71%Dois 8 2,74%Três 23 7,88%Quatro 18 6,16%Cinco 33 11,30%Seis 65 22,26%Sete 75 25,68%Oito 52 17,81%Nove 7 2,40%Dez 6 2,05%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Na questão 20 pedimos uma panorama para o futuro: “Daqui a 20 anos,
como você imagina que será seu consumo cultural?”. Abaixo o resultado:
Figura 61 – Como imagina seu consumo daqui a 20 anos
Base de estimativas percentuais:
292 respondentes.
Quando indagados sobre o próprio consumo cultural no futuro, 85,96%
dos indivíduos acreditam que será maior que o de hoje e 10,27% igual ao de
hoje, contra apenas 3,77% para menor que o de hoje.
Ainda pensando no futuro, a questão 24 faz a seguinte pergunta:
“Pensando nas próximas gerações, em relação ao seu consumo cultural, o que
pode melhorar?”. Os resultados podem ser analisados abaixo:
Figura 62 – O que pode melhorar
84
Absoluto %Menor que o de hoje 11 3,77%
Igual ao de hoje 30 10,27%
Maior que o de hoje 251 85,96%
TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes. Resposta Múltipla.
Quando
perguntados sobre
melhoras no futuro, o destaque fica para a opção ‘maior incentivo ao consumo
da cultura’, com 76.03%, seguido de ‘maior diversidade de espaços que
tenham atividades culturais’ (60,96%), ‘reconhecimento de atividades culturais’
(55,14%), democratização da cultura (48,97%) e ‘melhor divulgação’ (47,60%).
Evidenciando, portanto, certa carência em relação ao fomento à cultura. A
opção ‘maior segurança’ foi a menos mencionada, com 32,53%.
Por fim, a questão 25, última de nosso instrumento, quer saber:
“Conforme a resposta anterior, qual tem maior urgência?“. As respostas podem
ser estudadas na Figura 63:
Figura 63 – O que tem maior urgência
85
Absoluto %Maior incentivo ao consumo da cultura 222 76,03%
Maior diversidade de espaços com atividades culturais
178 60,96%
Reconhecimento de atividades culturais 161 55,14%
Democratização da cultura 143 48,97%Melhor divulgação 139 47,60%Maior segurança 95 32,53%Other 6 2,05%TOTAL 292
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Base: 292 respondentes.
Absoluto %Maior incentivo ao consumo da cultura 124 42,47%
Democratização da cultura 44 15,07%
Maior diversidade de espaços com atividades culturais
37 12,67%
Reconhecimento de atividades culturais 36 12,33%
Melhor divulgação 27 9,25%Maior segurança 21 7,19%Other 3 1,03%
TOTAL 292
Grande parte dos respondentes, 42,47%, assinalou ‘maior incentivo ao
consumo de cultura’. Esse resultado confirma, portanto, essa carência em
relação ao fomento à cultura. O item ‘maior segurança’, mais uma vez, foi o
menos mencionado, com apenas 7,19%.
6.6 CONSIDERAÇÕES DA ETAPA QUANTITATIVA
Na etapa quantitativa da pesquisa, a caracterização do consumo cultural
pelos jovens foi mais aprofundada. Um fato curioso foi que, mesmo a cultura
popular se sobressaindo – sendo a favorita – a porcentagem de preferência
86
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
pela cultura erudita foi mais alta na faixa etária de 17 a 21 anos do que os de
22 a 24 anos, sendo que cultura erudita, geralmente, é caracterizada por ser
um atrativo para pessoas mais velhas.
Em relação a frequência nas atividades culturais, notamos que o cinema
e a biblioteca são locais mais frequentados. O resultado já era esperado em
relação ao cinema, pela facilidade para o jovem e a quantidade de salas
espalhadas nessas regiões. Em relação à biblioteca, verificamos que a
frequência é parecida. Concluímos que esse número é alto por consequencia
dos trabalhos acadêmicos que os jovens tem de realizar e o seu interesse por
livros. Já locais como teatro, exposições, museus e shows nacionais, o
comparecimento é menor, resultando numa assiduidade anual e semestral. A
frequência do jovem no teatro é mínima, não chegando nem a 10%, sendo que
em Porto Alegre temos aproximadamente 60 grupos teatrais espalhados pela
cidade que constantemente vem expondo seus trabalhos. Acreditamos que a
regularidade é menor nessas atividades pela falta de divulgação e importância
dada pela população a esse tipo de evento.
A pesquisa conclui que os jovens, em geral, caracterizam seu consumo
baseado na opinião de seus ciclos sociais. Preferindo atividades em locais
abertos, mas usufruindo também essas atividades em locais fechados e em
casa. O interesse por atividades culturais é grande, mas os maiores
impedimentos são os preços dos ingressos, falta de divulgação, tempo e
mobilidade.
Conforme os resultados apresentados, notamos que o jovem tem
interesse nessas atividades, que só não participa com maior frequência pelos
impedimentos citados anteriormente. Os respondentes acreditam que no futuro
o consumo cultural pode ser melhorado a partir de um maior incentivo a essas
atividades. Assim, baseado nos resultados encontrados, o presente trabalho
pode servir de base para a Indústria Cultural de Porto Alegre e Região
Metropolitana, por levantar aspectos importantes sobre a caracterização do
consumo cultural do jovem.
87
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cultura traz para a sociedade um conhecimento e uma riqueza sem
igual. Uma temática capaz de gerar questionamentos pertinentes sobre um
assunto atual, que está ligado a educação, bem-estar e interação social.
Com a pesquisa qualitativa e quantitativa realizadas nesse trabalho,
conseguimos obter resultados valiosos sobre o assunto, atingindo todos os
nossos objetivos.
De acordo com a pesquisa qualitativa, percebemos a partir dos relatos
obtidos que a cidade de Porto Alegre e Região Metropolitana carecem de
atividades artísticas, mesmo tendo diversos espaços culturais.
Tanto nas entrevistas de profundidade quanto os grupos focais
ressaltaram que o jovem acaba sendo prejudicado quando se fala de consumo
cultural pelas condições financeiras, mobilidade e segurança.
Em relação à democratização do acesso à cultura, os entrevistados
sinalizaram a educação como o principal caminho. Os jovens, dos grupos
focais, acreditam que futuramente poderão usufruir mais dessas atividades por
possuir uma renda financeira maior e ter mais tempo livre.
88
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Com a pesquisa quantitativa, concluímos que em geral os jovens
caracterizam seu consumo baseado na opinião de seus ciclos sociais, que o
interesse em atividades culturais é grande, porém, os maiores impedimentos
para participarem com maior frequência são os preços, falta de divulgação,
tempo e mobilidade.
Figura 64 – Atividade favorita
Base: 292 respondentes.
Na figura 64 apresentamos um dos principais resultados da etapa
quantitativa. A atividade favorita dos jovens é o cinema (34,59%), mas o fator
que mais surpreende é a desvalorização do teatro. Com 7,19%, um dos
produtos mais encontrados na região (como citamos anteriormente) é pouco
consumido.
Em relação à principal e mais urgente mudança para o aumento do
consumo cultural seria a partir de um maior incentivo a essas atividades.
Concluímos assim, que é necessário um investimento maior na área cultural,
que os impedimentos citados acima são as grandes barreiras para o jovem ter
89
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
um contato maior com essas atividades, pois interesse em participar eles têm.
Baseado nos resultados apresentados nota-se que o consumo cultural pode
ser aumentado, que o jovem tem interesse em diversas áreas da cultura e
pretende estar cada vez mais inserido no mundo da cultura.
O resultado mercadológico mais importante é a preferência de locais dos
respondentes, como visto nas figuras a seguir:
Figura 65 – Preferência entre cinemas.
Figura 66 – Preferência entre teatros.
90
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Figura 67 – Preferência entre casa de shows.
Figura 68 – Preferência entre exposições.
Os resultados apontam o destaque das seguintes marcas: Cinemark,
GNC, Theatro São Pedro, Opinião e Usina do Gasômetro. Percebemos uma
semelhança em relação à pesquisas importantes do mercado, Top Of Mind
(Revista Amanhã) e Top de Marketing (ADVB).
Em seguida a figura 69 revela dados importantes para o planejamento
de comunicação de organizações da área:
Figura 69 – Como fica sabendo?
91
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Destacamos a escolha da internet por parte de todos os respondentes.
Tal resultado demonstra que cada vez mais recursos como as redes sociais
são indispensáveis para divulgação e reconhecimento das marcas. Além de ser
mais barato que a propaganda “tradicional”, essas novas mídias aproximam e
conquistam clientes.
Figura 70 - Futuro
Base: 292 respondentes.
Por fim, apresentamos as expectativas dos jovens com relação ao seu
consumo cultural no futuro. A grande maioria, 86%, acredita que será maior
que o de hoje. Os resultados se igualam aos da etapa qualitativa, onde os
92
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
entrevistados de ambos os grupos focais respondem que por ter maior renda
mensal e tempo disponível, a previsão das atividades que podem usufruir na
fase adulta é maior.
8. SUGESTÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS
No setor público se faz necessário a reformulação das políticas culturais
da região, melhorando o processo comunicacional, mais do que “criar” novos
espaços, o ideal neste aspecto será inovar nos métodos de diálogo,
aproximando, incluindo e incentivando os jovens, fazendo com ele se aproprie
da cena cultural de Porto Alegre e Região Metropolitana.
De acordo com os relatos obtidos através de nossas técnicas de
pesquisa, foi possível identificar uma dificuldade financeira dos jovens que
estão no inicio de sua vida profissional. Para essa questão sugerimos ações
entre empresas, com patrocínios que poderão ser revertidos em descontos
maiores aos jovens o que também melhora a imagem da empresa.
Já que também foi indicada importância da imagem das organizações
quanto ao incentivo cultural o profissional que estiver à frente dos processos de
produção cultural terá que lidar com a problemática dos caminhos das
iniciativas culturais, com a comunicação de suas realizações e resultados,
entre outras. No caso dos profissionais de relações públicas, que estão
93
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
inseridos em uma organização que não é necessariamente uma produtora de
cultura, cabe o intuito de utilizar o marketing cultural como instrumento de
relações públicas institucionais. Neste caso devemos ressaltar a importância da
comunicação integrada, Segundo Kunsch (2003, p. 150) “Pressupõe uma
junção da comunicação institucional, da comunicação mercadológica, da
comunicação interna e da comunicação administrativa, que formam o mix, o
composto da comunicação organizacional”, assim todos os setores se unem
para conquistar e ganhar a legitimação desse público jovem.
Quanto à Acessibilidade/mobilidade e segurança, isso faz com que os
jovens procurem locais mais próximos e fechados, assim acabam deixando de
conhecer outras manifestações culturais que poderia contribuir em sua
formação. A solução para estes problemas seria de longo prazo em que a
segurança pública e mobilidade urbana passariam por uma reformulação,
principalmente na questão educacional formando cidadãos conscientes de
seus atos e responsáveis pelo bem estar social.
A falta de tempo é outro fator que impedem um maior consumo de
cultura por parte dos jovens. O ideal neste caso seria a ampliação ou
mudanças nos horários dos eventos culturais, aceitar aos finais de semana e
feriados o cartão tri escolar e também a carteira estudantil para descontos.
Assim o estudante poderá em seu tempo livre usufruir da cultura sem se
preocupar tanto com a questão financeira.
Outra questão de impedimento é a má divulgação, a falta de
comunicação. Entender o que o jovem quer e como ele quer, o jovem não quer
panfletos e outdoors pouco informativos, ele quer que sua atenção seja
chamada através de campanhas e ações bem elaboradas. Nos finais de
semana os parques estão sempre lotados de jovens, esse espaço poderia ser
utilizado para a divulgação de um espaço cultural e suas próximas atrações
com pequenos trechos de uma apresentação, obras que chamem atenção ou
um rápido recital, por exemplo.
94
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Por fim, acreditamos que esse trabalho pode contribuir para diferentes
organizações relacionadas à cultura. Como exemplo, citamos: Secretaria
Municipal/Estadual da Cultura, produtoras, museus, centros culturais, cinemas,
empresas com interesse em patrocínio cultural, entre outros.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARTES: EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS. Carlos Fontes. Disponível em:
<http://acultura.no.sapo.pt/page6Conceitos.html > Acesso em: 23 de mar. 2014.
BOLAÑO, César. Indústria cultural: informação e capitalismo. São Paulo:
Hucitec: Polis, 2000.
CESNIK, Fábio de Sá; & BELTRAME, Priscila Akemi. Globalização da Cultura. Barueri - SP: Manole, 2005.
CHURCHIIL, Gilbert A; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo: Saraiva, 2000.
CONSUMO DE PRODUTOS CULTURAIS EM SÃO PAULO: ANÁLISE DOS
FATORES ANTECEDENTES E PROPOSTA DE MODELO. Áurio Lúcio
Leocadio da Silva. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-13012009-122408/pt-
br.php> Acesso em: 23 de mar. 2014.
CULTURA JUVENIL: FAÇA VOCÊ MESMO! Eleilson Leite. Disponível em:
95
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
<http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/01/410260.shtml > Acesso em:
23 de mar. 2014.
DALFOVO, Michael Samir; LANA, Rogério Adilson; SILVEIRA, Amélia.
Métodos quantitativos e qualitativos: um resgate teórico. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.4, p.01-13, Sem II.
2008 ISSN 1980-7031.
DEMO, Pedro. Pesquisa e informação qualitativa: aportes metodológicos. Campinas: Papirus, 2001.
DIEHL, Astor Antonio. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e
técnicas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE CULTURA E ENTRETENIMENTO.
Fernanda Alves Rodrigues. Disponível em:
<http://www.usp.br/celacc/ojs/index.php/blacc/article/view/159/191 > Acesso em:
23 de mar. 2014.
DUBOIS, Bernard. Compreender o consumidor. tradução Francisco velez roxo,
Lisboa: Publicações dom quixote, 1998.
EDITORES, Os. Um universo chamado Cultura. In: Revista Organicom -
Comunicação, marketing e produção cultural. v. 7, n. 13 (2010). p. 06-09.
ENGEL, J.F.; BLACKWELL, R.D.; MINIARD, P.W. O comportamento do
consumidor. Rio de Janeiro: LTC, 2005. p. 326.
ÉVRARD, YVES. Comprendre le comportement de consommations
culturelle.colloque international sur le statistiques culturelles. Montréal, 2002
FONSECA, J. J. S. Metodologia da Pesquisa Científica. Fortaleza: UEC,
2002. Apostila.
HONORATO, Gilson. Conhecendo o Marketing. Barueri: Manole, 2004.
96
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO ESTÁ EM ALTA E CADA VEZ MAIS
SOFISTICADA. Diego Raffide. Disponível em:
<http://www.revistaporaqui.com.br/noticias/57-noticias/1022-industria-do-
entretenimento-esta-em-alta-e-cada-vez-mais-sofisticada.html> Acesso em: 23
de mar. 2014.
INFO ESCOLA. Indústria Cultural. Disponível em:
<http://www.infoescola.com/cultura/industria-cultural/ > Acesso em: 23 de mar.
2014.
INSTITUTO IBERE CAMARGO. Disponível em: <www.iberecamargo.org.br>
Acesso em: 23 de mar. 2014.
JUNIOR, Sérgio José Andreucci. Acesso à cultura: a “hora e a vez” dos projetos sociais democratizadores da cidadania cultural. In: Revista
Organicom - Comunicação, marketing e produção cultural. v. 7, n. 13 (2010). p.
158-165.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na
MUNDO EDUCAÇÃO. Indústria Cultural. Disponível em:
<http://www.mundoeducacao.com/filosofia/industria-cultural.htm > Acesso em:
23 de mar. 2014
O CONSUMO CULTURAL E AS CLASSES SOCIAIS: ANÁLISE SOCIAL.
Disponível em:
<http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223912076D7pLP9vq0Xz52XC8.pdf
> Acesso em: 23 de mar. 2014.
PEPSI ON STAGE. Disponível em: <www.pepsionstage.com.br> Acesso em:
23 de mar. 2014.
PLANO ESTADUAL DE CULTURA. Secretaria de Cultura do Rio Grande do
Sul. Disponível em:
97
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
<http://issuu.com/cultura_rs/docs/plano_estadual_de_cultura> Acesso em: 22
de mar. 2014.
Portal Intercom (Anais e Resumos). Disponível em
http://portalintercom.org.br/anais/sul2013/resumos/R35-0132-1.pdf. Acessado
em 29 Jun 2014.
Porto Alegre Travel . Disponível em
http://www.portoalegre.travel/site/espacos_culturais.php. Acessado em 28 jun
2014.
PORTO ALEGRE TRAVEL. Disponível em:
<http://www.portoalegre.travel/site/home.php> Acesso em: 23 de mar. 2014.
RAMOS, Paulo; RAMOS, Magda Maria; BUSNELLO, Saul José. Manual prático de metodologia da pesquisa: artigo, resenha, projeto, TCC,
monografia, dissertação e tese.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São
Paulo: Atlas, 1989.
MATTA, Roberto da, Artigo publicado no Jornal da Embratel, RJ, 1981.
Disponível em: <http://pt.slideshare.net/LucioBorges/voc-tem-cultura-roberto-
da-matta> Acesso em: 20 de mar. 2014.
MÓNICA, Maria Filomena (1973). O Consumo Cultural e as Classes Sociais:
um Estudo Exploratório. Análise Social Vol. X, 40, 827-844.
SECRETARIA DE CULTURA DO RIO GRANDE DO SUL. Artigo:
Cultura.Disponível em: <http://www.cultura.rs.gov.br/v2/2011/08/cultura/ >
Acesso em: 20 de mar. 2014.
SECRETARIA DE CULTURA DO RIO GRANDE DO SUL. Disponível em:
98
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
<http://www.cultura.rs.gov.br> Acesso em: 22 de mar. 2014.
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DE PORTO ALEGRE. Disponível
em: <www. portoalegre .rs.gov.br/smc > Acesso em: 23 de mar. 2014.
TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1990.
10. APÊNDICE
10.1 ROTEIRO - ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE COM ESPECIALISTAS
Buscar a definição de cultura por quem a produz a fim de ter um
embasamento para a aplicação do mini grupo focal e pesquisa quantitativa.
Questão norteadora do projeto: Qual o consumo cultural do jovem entre 17 e
24 anos, morador de Porto Alegre e Região Metropolitana, em relação à
cultura?
Definição de cultura:
1. O que é cultura?
2. Quais as diferenças entre cultura e entretenimento?
Atividades culturais:
1. Quais os produtos culturais mais consumidos pelo jovem? (Se a
resposta for cinema, por exemplo):
Tipo de filmes mais assistidos;
99
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Locais de maior consumo (shopping, salas em centros
culturais etc.);
Marcas de cinema mais procuradas;
2. Quais os meios pelo qual o jovem obtém informações sobre as
atividades culturais?
3. Esses meios são válidos?
4. Quais as formas mais atraentes de divulgação das atividades
culturais?
5. Os meios de divulgação direcionam para a manifestação cultural
ou para um consumo mercadológico e de “moda”?
Fatores para consumo cultural:
1. Quais os maiores atrativos para o consumo cultural?
2. Quais os fatores de impedimento para o consumo cultural?
3. Quais seriam os influenciadores na participação e consumo de
atividades culturais dos jovens?
4. Deque forma no futuro o jovem pode valorizar e passar a
consumir mais cultura?
10.2 ROTEIRO - MINI GRUPO FOCAL
Grupo 1: 6 jovens, entre 17 e 24 anos, que consomem atividades
culturais em Porto Alegre. Consumidor cultural heavy/hard que no último mês
foi ao cinema, teatro, museu ao outras atividades culturais. Três “consumos” de
cultura neste mês.
100
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Grupo 2: 6 jovens, entre 17 e 24 anos, que não consomem atividades
culturais em Porto Alegre. Consumidor cultural light que costuma ver televisão,
escutar música ou outra forma de entretenimento.
Questão norteadora do projeto: Qual o consumo cultural do jovem entre
17 e 24 anos, morador de Porto Alegre e Região Metropolitana, em relação à
cultura?
Apresentação pessoal (nome, idade, curso, o que faz nas horas vagas)
Definição de cultura:
1. O que você define como cultura?
2. O que você define como entretenimento?
3. Quais as diferenças entre cultura e entretenimento?
Atividades culturais:
1. Quais os produtos culturais mais consumidos? (Se a resposta for
cinema, por exemplo):
Tipo de filmes mais assistidos;
Locais de maior consumo (shopping, salas em centros
culturais etc.);
Marcas de cinema mais procuradas;
Frequência.
2. Como você fica sabendo das atividades culturais?
101
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
3. Em ordem crescente, quais tem peso maior na sua decisão?
(explorar diferenças entre atividades e influenciadores – amigos,
mídia, premiações, família, críticos, “por alguém” -)
4. Onde você procura mais informações?
5. Você busca essa informação e nota ser mais promocional ou
cultural?
6. Qual o peso da promoção na decisão de compra? (clube do
assinante, desconto, sites promocionais)
Fatores para consumo cultural:
1. Quais os maiores atrativos para o consumo cultural?
2. Quais os fatores de impedimento para o consumo cultural?
Caso a resposta for “tempo ou dinheiro”, se não fosse por ele o
que mais te impediria.
3. Qual seria o teu ideial de consumo de cultura no mês?
Dia; frequência; valor; local; companhia;
Você prefere o consumo no local da atividade ou por por
transmissão?
Por que? O que te leva a achar que essa opção é a melhor? Ex:
festivais, filmes, shows
O futuro:
1. De que forma no futuro vocês podem passar a consumir mais
cultura?
102
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Financeiramente;
Intelectualmente;
Amadurecimento/idade.
Mudará o tipo de atividade cultural procurada?
10.3 QUESTIONÁRIO
1. Qual a sua idade?
( ) até 16 anos
( ) 17 à 21 anos
( ) 22 à 24 anos
( ) mais de 24 anos
2. Em que lugar você mora?
( ) Porto Alegre
( ) Região Metropolitana de Porto Alegre
( ) Outro: ________________
3. Você tem o hábito de consumir cultura (filme, música, leitura, exposições,
peças, shows, etc)?
( ) Sim
( ) Não
4. Marque no máximo três palavras que você defina como cultura:
( ) Manifestação
social
( ) Manifestações
artísticas
( ) Tradição
( ) Indústria cultural
( ) Costumes
( ) Popular
103
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
( ) Entretenimento ( ) Transformação
social
( ) Conhecimento
( ) Lazer
5. Marque no máximo três palavras que você defina como entretenimento:
( ) Distração
( ) Lazer
( ) Sair da rotina
( ) Diversão
( ) Prazer
( ) Conhecimento
( ) Audiência
( ) Cultura
( ) Educação
( ) Passatempo
6. Considerando cultura e entretenimento, marque sua preferência em relação
ao seu consumo em cada uma das questões:
6.1 ( ) Popular ( ) Erudito
6.2 ( ) Pago ( ) Gratuito
6.3 ( ) Locais fechados ( ) Ambientes abertos
6.4 ( ) Casa ( ) Rua
6.5 ( ) Comercial ( ) Alternativo
7. Das atividades abaixo escolha a que você mais gosta.
( ) Biblioteca/livraria
( ) Cinema
( ) Teatro
( ) Exposições
( ) Museu
( ) Manifestações culturais
( ) Shows nacionais
( ) Shows internacionais
( ) Festivais culturais
nacionais/internacionais
8. Indique a frequência com que você participa dessas atividades:
a) Mais de uma vez por semana b) Uma vez por semana c) Uma vez a cada
quinze dias d) Uma vez por mês e) Semestralmente f) Anualmente g) Nunca
( ) Cinema
( ) Biblioteca/livraria
( ) Teatro
104
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
( ) Exposições
( ) Museu
( ) Manifestações culturais
( ) Shows nacionais
( ) Shows internacionais
( ) Festivais culturais nacionais/internacionais
9. De que forma você fica sabendo das atividades culturais disponíveis?
Marque quantas opções achar necessário.
( ) Internet
( ) Flyer
( ) Amigos
( ) TV
( ) Rádio
( ) Jornais
( ) Cartazes/outdoor
( ) Família
( ) Revistas
10. E onde você costuma buscar informações sobre atividades culturais?
Marque quantas opções achar necessário.
( ) Internet
( ) Flyer
( ) Amigos
( ) TV
( ) Rádio
( ) Jornais
( ) Cartazes/outdoor
( ) Família
( ) Revistas
11. Com relação ao local que se consome cultura, você prefere?
( ) Em casa
( ) Shopping
( ) Centros culturais(museu, institutos culturais, teatro)
( ) Ambientes abertos(parques, feiras, eventos itinerantes)
12. Entre salas de cinema disponíveis qual você prefere:
( ) GNC (Iguatemi, Lindóia,
Moinhos, Praia de Belas)
105
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
( ) Cinemark (Barra Shopping Sul,
Bourbon Ipiranga, Canoas
Shopping)
( ) Arcoíris( Rua da Praia Shopping,
Vitória, Boulevard, Bourbon Assis
Brasil)
( ) Guion (Shopping Nova Olaria)
( ) Espaço Itaú de cinema ( Bourbon
Shopping Country)
( ) Cine Espaço (Bourbon Shopping
Country, Bourbon Shopping Novo
Hamburgo)
( ) Instituto NT de cinema e cultura
( ) Cine Santander Cultural
( ) Casa de Cultura Mario Quintana (
Sala Eduardo Hirtz, Sala Norberto
Lubisco, Sala Paulo Amorim)
106
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
( ) Outro: ______________
13. Em relação ao teatro, qual você prefere:
( ) Teatro Renascença
( ) Teatro Bourbon Country
( ) Teatro do Sesi
( ) Teatro da AMRIGS
( ) Teatro São Pedro
( ) Teatro Feevale
( ) Outro: __________
14. Em relação a casa de shows, qual você prefere:
( ) Pepsi On Stage
( ) Opinião
( ) Araújo Viana
( ) FIERGS
( ) Gigantinho
( ) Outro: ________
15. Em relação a exposições, qual você prefere:
( ) Casa de cultura
Mario Quintana
( ) Centro de eventos
Barra Shopping Sul
( ) Santander Cultural
( ) Usina do
Gasômetro
( ) Iberê Camargo
( ) StudioClio
( ) Outro: __________
16. Você utiliza desconto ou algum tipo de vantagem para participar de
atividades culturais?
( ) Sim
( ) Não
17. Dos descontos e vantagens disponíveis, quais você usa?
( ) Clube do assinante ZH
( ) Sites de compra coletiva (Peixe
Urbano, Groupon, Tchê Ofertas)
( ) Meia entrada (estudantes)
( ) Cinemark Bradesco
( ) Outro: _________
107
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
18. Levando em consideração a influência dos itens abaixo, indique o grau de
importância, sendo 1 para pouco importante e 5 para muito importante.
1- Pouco Importante 2- 3- 4- 5- Muito Importante
( ) Amigos
( ) Colegas de trabalho/faculdade
( ) Família
( ) Professores
( ) Formadores de opinião
( ) Namorado(a)
19. No que diz respeito à imagem das organizações, como você considera o
incentivo cultural?
1- Pouco Importante 2- 3- 4- 5- Muito Importante
20. Levando em consideração a atratividade dos itens abaixo, indique o grau
de importância, sendo 1 para pouco importante e 5 para muito importante.
1- Pouco Importante 2- 3- 4- 5- Muito Importante
( ) Afinidade com o tema
( ) Premiações
( ) Elenco
( ) Internacional
( ) Local
( ) Acesso/mobilidade
( ) Segurança
( ) Nacional
( ) Desconto/promoções
( ) Preço acessível
( ) Comentários de pessoas influentes
108
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
21. O que te impede de participar mais de eventos culturais? Atenção, marque
até três opções.
( ) Preço alto
( ) Local
( ) Companhia
( ) Falta/má divulgação
( ) Segurança
( ) Mobilidade
( ) Tempo
22. Atualmente, que nota você da para o seu consumo cultural?
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) 10
23. Daqui a 20 anos, como você imagina que será seu consumo cultural?
( ) Menor que o de hoje
( ) igual ao de hoje
( ) Maior que o de hoje
24. Pensando nas próximas gerações, em relação ao seu consumo cultural, o
que pode melhorar?
( ) Reconhecimento de atividades
culturais
( ) Democratização da cultura
( ) Melhor divulgação
( ) Maior diversidade de espaços
que tenham atividades culturais
( ) Maior segurança
( ) Maior incentivo ao consumo da
cultura
109
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulFACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
25. Conforme a resposta anterior, qual tem maior urgência?
( ) Reconhecimento de atividades culturais
( ) Democratização da cultura
( ) Melhor divulgação
( ) Maior diversidade de espaços que tenham atividades culturais
( ) Maior segurança
( ) Maior incentivo ao consumo da cultura
110
Recommended