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Correção Final
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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA
ALINE PEREIRA CARDOSO
CELENE DA PAZ GONÇALVES
ANSIEDADE NOS ESTUDANTES D E MEDICINA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ
Marabá-Pará
2015
ALINE PEREIRA CARDOSO
CELENE DA PAZ GONÇALVES
ANSIEDADE NOS ESTUDANTES DE MEDICINA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ
Trabalho da disciplina de metodologia cientifica com o objetivo de obtenção nota e para melhor preparação na carreira acadêmica. Possui como orientador o professor Hermes Prado e coorientador professor Cassiano Barbosa.
Marabá-Pará
2015
RESUMO
Ansiedade é um sentimento universal, todos já sentiram um dia ou iram sentir ao
longo da vida. Desse modo, objetivam os autores a identificar o nível de ansiedade nos
estudantes da área da saúde, na Universidade Estadual do Pará. A amostra foi realizada com
34 alunos das turmas de Medicina, entre eles 50% homens e 50% mulheres. Utilizamos um
questionário sócio econômico a fim de compreender, em que situação se encontra esse aluno e
a escala de ansiedade de Hamilton (HAM-A), que contém 14 itens, a mesma avalia os tipos
do humor do paciente, psíquicos e físicos. A partir da pesquisa, conseguimos identificar que
65% dos alunos das turmas de medicina, possuem ansiedade de níveis leve a severo, enquanto
que 35% dos alunos não apresentaram nenhum sintoma. Sendo que esses alunos que possuem
ansiedade, 87% moram longe da sua família, enquanto que 13% possuem ansiedade, porém,
moram com a família. Dessa forma, percebemos o quanto é importante um suporte
psicológico na instituição, a fim de evitar o agravamento do quadro, que poderia interferir em
seu desempenho acadêmico.
Palavras Chaves: Ansiedade, estudantes, escala de Hamilton, medicina, saúde mental.
ABSTRACT
Anxiety universal feeling and everybody have felt one day. Thereby, the authors
objectify to identify the level of anxiety on students of health studies, on the State University
of Pará. The sample was made with 34 students of classes in Medicine and among them 50%
men and 50% women. We used a socioeconomic questionnaire to understand which situation
were the students on the Hamilton’s anxiety scale (HAM –A), that had 14 items and evaluate
the kind of mood of patients, mental and physical. From the research we can identify that 65%
of medicine students have anxiety on low and high levels, while 35% of students didn’t show
any symptom. The students with anxiety problems, 87% live away from their family, while
13% live with their family. Thereby, we realize how much important is psychology support
from the university, to avoid anxiety to persist, which could interfere on the student’s
academic fulfillment.
Key Words : Anxiety, students, Hamilton scale , medicine , mental health.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 6
2. OBJETIVOS 9
3. METODOLOGIA 10
4. JUSTIFICATIVA 11
5. RESULTADOS 12
6. DISCUSSÃO 16
7. CONCLUSÃO 18
REFERENCIAS 19
APÊNDICES 23
ANEXOS 26
6
1. INTRODUÇÃO
Há evidencias, que fatores como: a saída da casa dos pais, a formação de novos laços
de amizade, a necessidade de aprender grandes quantidades de informações e o medo da
rejeição pela sociedade, são considerados como fatores geradores de ansiedade. A ansiedade
pode auxiliar o individuo a adaptar-se ao ambiente em que vive, porém quando em demasia
pode levar a falência da capacidade adaptativa e consequente queda na qualidade de vida e
afetar sua vida social, profissional e familiar.
Não importa se o país é rico ou pobre, a ansiedade está presente em todos os lugares
do mundo, em alguns países está em menor grau, outros em maior prevalência. Ela é a que
mais gerará custos econômicos e sociais para os países. Os que apresentam mais pessoas
afetadas pela ansiedade são: Paquistão, Estados Unidos, Colômbia e Brasil, com 28%, 25%,
24% e 23% da população afetada, respectivamente. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE, 2001)
Os transtornos de ansiedade configuram um dos problemas psiquiátricos mais comuns
e provocam grande demanda nos serviços de saúde. A ansiedade é um estado de humor
desconfortável, um sentimento de defesa, que alerta o indivíduo quanto à possibilidade de um
perigo ou ameaça iminente ou de algo desconhecido. O medo é também um sinal de alerta,
mas é definido como uma resposta a uma ameaça conhecida. (FILHO e SILVA, 2013)
A ansiedade é caracterizada por um sentimento vago, difuso e desagradável de
apreensão, que pode ser experimentado das mais diversas maneiras por cada indivíduo. Estão
presentes no desenvolvimento normal do ser humano, permitindo que a pessoa se prepare para
situações adversas, como ameaças físicas, dor, ou situações de separação ou perda e ela pode
ser dividida em sinais e sintomas físicos e psíquicos. (KAPLAN E SADOCK, 1993)
Os transtornos de ansiedade estão entre as doenças mentais crônicas mais prevalentes
em todo o mundo (BRONETET AL. 2011). Estima-se que, no Brasil, 15% a 25% dos
estudantes universitários apresentam algum tipo de transtorno psiquiátrico durante sua
formação acadêmica, notadamente transtornos depressivos e de ansiedade; (CAVASTRO E
ROCHA, 2006) especialmente em estudantes de Medicina e Enfermagem.
Pesquisas realizadas com estudantes de Medicina da Universidade Federal de
Uberlândia (REZENDE, ABRAÃO, COELHO & PASSOS, 2009) revelam alto índice de
ansiedade, sendo 29% de grau leve, 31% de moderado e 19,25% de grave. Esses autores
acreditam que as excessivas cargas horárias e a ansiedade progressiva com a finalização do
curso seriam os principais fatores a serem considerados.
7
Ansiedade ou angustia é um sentimento universal, todos já sentiram um dia ou iram
sentir ao longo da vida; é um sentimento de alerta que se caracteriza no cotidiano do
individuo, de extrema importância à mesma mantém a psique em movimento e prepara o
mesmo para as adversidades que a vida irá proporcionar. Dessa forma é retratada uma
ansiedade de nível normal, entretanto existem indivíduos que apresentam ansiedade em um
nível alterado, podendo ser considerada patológica, intensa, sendo desproporcional ao
estimulo que lhe deu origem. É maléfica, pois em graus variáveis transforma as funções
psíquicas, levando o indivíduo a um impasse nas suas ações e a experimentar diversos
sintomas psíquicos e somáticos. (FONTANA, 2006).
Um ponto gerador de ansiedade: ser mulher. Elas costumam sofrer mais com
transtornos de ansiedade do que homens por dois motivos. O primeiro é hormonal: “A mulher
não produz hormônios regularmente como o homem. No período pré-menstrual, por exemplo,
o cérebro dela fica privado de duas substâncias calmantes e antidepressivas, que são o
estrógeno e a progesterona. Essa produção inconstante causa a TPM e a deixa mais vulnerável
aos transtornos ansiosos”, diz Valentim Gentil, professor da USP e Ph.D. em psiquiatria pela
Universidade de Londres. O segundo é social: para as mulheres, é natural expressar os
sentimentos, e elas são treinadas desde pequenas a externar sensações normalmente. Já o
homem aprende que sentir ansiedade é sinal de fraqueza, e tem de aprender a lidar com ela
para ser mais bem aceito socialmente. (SUPERINTERESSANTE, 2008)Algumas manifestações patológicas de ansiedade ocorrem de diferentes formas, com
características que configuram os vários tipos de transtornos de ansiedade. A ansiedade pode
ser uma reação normal a estímulos desestabilizadores ou que possam atemorizar as pessoas.
Essa reação pode ocorrer com sintomas psicológicos, como apreensão, desconforto, medos
diversos, expectativas e também com sintomas físicos, como taquicardia, aumento da
frequência respiratória, alterações de pressão arterial, sudorese, pesadelos, náuseas e perda de
libido. Quando a ansiedade ocorre sem que existam motivos objetivos, reais e proporcionais
para isso, dizemos que ela é patológica. As manifestações patológicas da ansiedade podem ser
classificadas do seguinte modo: transtorno de pânico, transtornos fóbicos, transtorno
obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de estresse agudo,
transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade induzido por substâncias,
transtorno de ansiedade devido a uma condição médica geral. Nos transtornos de ansiedade as
pessoas não perdem a capacidade para distinguir o que é real do que é imaginado, mas não
conseguem controlar seus sintomas. Elas reconhecem que o que sentem não é justificável em
8
face do que está acontecendo em suas vidas e muitas vezes não conseguem entender o que
acontece com elas. Isso tende a agravar seus sintomas. (ABRATA, 2011)
Neste sentido, consideramos pertinente estudar a ansiedade nos estudantes do ensino
superior da Universidade Estadual do Pará, nos cursos de medicina, tornando-se essencial
considerar todo o envolvimento cultural, étnico e social da pessoa, para avaliar os
mecanismos de adaptação. Sugerimos a seguinte pergunta: será que os níveis de ansiedade no
estudante do Ensino Superior variam em função da sua vida acadêmica?
9
2. OBJETIVO GERAL
Destacamos como objetivo primordial da nossa pesquisa, identificar o nível de
ansiedade nos estudantes da área da saúde, na Universidade Estadual do Pará.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Entender se existe relação entre o aumento do nível de ansiedade devido ausência da
família e amigos, aliado ao fato de residir fora da cidade de origem.
2. Identificar as atividades geradoras de ansiedade entre os estudantes da saúde.
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3. METODOLOGIA
Nosso estudo é uma pesquisa do tipo transversal. Foi aplicada a escala de Max
Hamilton (HAM-A) publicada em 1959, um questionário socioeconômico, também foi
aplicado o Termo de Esclarecimento e de Consentimento Livre (TCLE) em 34 estudantes,
entre homens e mulheres, dos cursos de graduação em medicina da Universidade do Estado
do Para, campos de marabá. A escala de Hamilton distingue sintomas psíquicos e físicos, cada
um dos grupos composto por sete itens. Os sintomas psíquicos incluem humor ansioso,
tensão, medo, insônia, distúrbio cognitivo, humor deprimido e ansiedade. Por sua vez, os
sintomas físicos compõem-se de somatização motora, sensorial, cardiovasculares,
respiratórios, gastrointestinais, geniturinários e autonômicos. A mesma possui escore zero
para a negação do sintoma; escore um para um sintoma leve; escore dois para o sintoma
médio; escore três para o grau alto do sintoma e; escore quatro, no caso de grau intenso.
Foram utilizadas para identificar o escore final, os seguintes valores: De 0-14 os indivíduos
não são portadores de ansiedade; 14-17 os mesmos possuem ansiedade leve; 18-24 contém
ansiedade moderada e de 25-56 possuem ansiedade grave.
Foram aptos a participar da pesquisa, sobre os seguintes critérios: ter idade acima de
18 anos; estar regularmente matriculado na universidade. Os critérios de exclusão: não
apresentar condições físicas e psicológicas adequadas para participar da pesquisa.
Após a coleta dos dados, os mesmos foram analisados pelo programa Excel 2010 do
pacote de programas do Office.
11
4. JUSTIFICATIVA
A ansiedade é considerada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o
principal transtorno emocional de nossos tempos. Dificilmente um individuo não vai sentir
ansiedade ao longo de sua vida.
Entre os estudantes, a ansiedade é um sentimento frequente. Situações que podem
gerar ansiedade em estudantes são: proximidade e frequências dos exames, prazos para
entrega de trabalhos, realização e apresentação de trabalhos, discussão dos mesmos frente a
colegas e professores, reprovações; entre outras atividades acadêmicas. Isso tudo, aliado ao
fato de que muitos estudantes têm sua origem diferente da cidade onde estudam o que já é um
forte fator gerador de ansiedade.
É notório que os sintomas são prevalentes durante a formação do médico e
influenciam sua maneira de lidar com a profissão, sua própria saúde e a de seus futuros
pacientes. Assim, a busca do equilíbrio psicológico destes estudantes deve ser considerada
uma meta, um treinamento para a formação de bons profissionais.
Esse estudo foi motivado pela percepção, pelas alunas de graduação em medicina, da
ausência de atendimento psicossocial aos discentes da Universidade do Estado do Pará, no
campus de Marabá. Esse fato nos incentivou a investigar os níveis de ansiedade e
sintomatologia ansiolítica entre os estudantes de graduação em medicina da universidade em
questão. Acreditamos também que este é um excelente momento para abordá-los, já que
também não pode haver saúde sem estudantes de Medicina saudáveis, pois aspectos
cognitivos, humanos e comportamentais podem ser influenciados por alterações emocionais
não tratadas e não necessariamente graves nesta população.
12
5. RESULTADOS
Foram entrevistados 34 estudantes, sendo 18 alunos do 1ª ano do curso de medicina
(Dez do sexo masculino e oito do sexo feminino); e 16 alunos do segundo ano (nove do sexo
feminino e sete do sexo masculino).
Mulheres50%
Homens50%
Alunos de Medicina
Quantidade referente as turmas de 2013 e 2014.
Com relação ao estado civil dos estudantes, 30 são solteiros (Quinze mulheres e
dezessete homens) e apenas dois são casados (duas mulheres).
ESTADO CIVIL DOS ALUNOS DE MEDICINA (2013 – 2014)
Sexo Solteiros Casados
Feminino 15 2
Masculino 17 0
Total 30 2
13
Foi constatado que dos alunos no primeiro ano, 89% desses alunos, não residiam
anteriormente na cidade e que apenas 11% são do município de Marabá. Os resultados
referentes aos alunos do segundo ano, também não são diferentes, 81% são de outras cidades,
enquanto que 19% são naturais de Marabá. Ou seja, a grande maioria é de outras cidades
como, por exemplo, Belém, Tucuruí, Cametá, Castanhal, Parauapebas e Imperatriz.
Marabá Outras cidades0%
20%40%60%80%
100%120%140%160%180%
Procedência dos alunos(Em números)
Série 2Série 1
No que diz respeito à forma de moradia na cidade, 36% relataram morar com a família
ou sozinhos (36%) e 28% moram com colegas da faculdade.
28%
35%
37%
Forma de Moradia
Colegas de FaculdadeFamíliaSozinhos
14
Com relação à renda familiar em salários mínimos, à renda desses alunos é distribuída
da seguinte forma, 24% da renda familiar deles giram em torno de até cinco salários mínimos;
47% estão entre cinco até dez salários mínimos e 29% de dez a mais salários mínimos.
Até 5 24%
De 5 até 10 47%
10 a mais 29%
Renda Familiar em salários mínimos
Com relação ao trabalho, apenas 6% dos estudantes de medicina da UEPA trabalham,
enquanto que os outros 94% dos alunos são sustentados pelos pais ou responsáveis legais.
94%
6%
Porcentagem dos alunos que trabalhamNão executam nenhum ofício Tem ofícios
15
Entre os alunos que participaram da pesquisa, identificamos 12 alunos (35%) que
podem ser considerados como não ansiosos; 5 pessoas (15%) com ansiedade leve; 2 pessoas
(6%) com moderada e 15 (44%) com ansiedade severa.
35%
15%6%
44%
CLASSIFICACAO DA ANSIEDADE SEGUNDO A ESCALA DE ANSIEDADE DE HAMILTON-HARS
SEM ANSIEDADELEVEMODERADASEVERA
Além disso, identificou-se que os alunos que apresentam ansiedade de leve a severa
(65%) em sua maioria estão morando sozinhos ou dividindo casa com um amigo e, ainda, não
são de marabá (82%).
82%
18%
Nivel de ansiedade e distanciamento da cidade natal e familia
Moram longe da familia e cidade natalMoram com sua familia e sao de Maraba
16
6. DISCUSSÃO
Neste estudo, 65% dos estudantes entrevistados relataram a presença de sintomas
relacionados a ansiedade. Entre esses alunos, 5 pessoas (15%) foram identificadas com uma
possível ansiedade leve; 2 pessoas (6%) com moderada e 15 (44%) com ansiedade severa.
Pelo relato dos estudantes durante a entrevista percebemos a associação do aparecimento e-ou
maior intensidade dos sintomas relacionados ao inicio do curso universitário Assim esta
pesquisa vem reafirmar o que muitos estudos tem apontado, mostrando o ambiente acadêmico
como o causador de ansiedade em estudantes, relacionado a situações especificas como
proximidade das provas, entrega e apresentação de trabalhos e o próprio relacionamento
professor-aluno.
Além disso, pretendíamos saber se o fato de o estudante morar longe de casa e da
família era um fator gerador de ansiedade, então nos propomos a saber se os mesmo eram de
marabá e com quem moravam.
Foi constatado que dos alunos do primeiro ano, 89% não residiam anteriormente na
cidade. Os resultados referentes aos alunos do segundo ano, também não são diferentes, 81%
são de outras cidades. No nível superior, 29,2% dos alunos estudam em uma cidade diferente
da que vive. (IBGE, 2010). Dessa forma, todos os anos, muitos alunos seguem rumo a uma
nova etapa nas suas vidas – a entrada na universidade. Alguns vivem este momento com
excitação e entusiasmo ao passo que outros se sentem assolados pela saudade e pelos
sentimentos de insegurança. Estes últimos, por não conseguirem se adaptar ao novo ambiente
pode desenvolver sintomas de ansiedade e, até mesmo de depressão.
Alguns desses alunos trouxeram a família para morar com eles ou já moravam aqui
com suas famílias, já que, 36% relataram morar com a família. O apoio emocional dos pais, a
reciprocidade nas relações pais-filhos, o diálogo familiar sobre a vida na universidade e o
apoio contribuem para a adaptação ao contexto do ensino superior (ANDERSON, BOSWELL
MOUNTS e VALENTINER, 2006).
A maioria dos estudantes desta pesquisa, por morarem sem suas famílias (64%),
apresentam uma carga elevada de preocupações relacionadas a afazeres domésticos,
pagamento de contas, trabalhos acadêmicos. Essa carga elevada de responsabilidades são
potencialmente fatores para o surgimento de ansiedade.
Neste estudo identificou-se que, os alunos que apresentam ansiedade de leve a severa
(65%), em sua maioria, estão morando sozinhos ou dividindo casa com um amigo e, ainda,
não são de marabá (82%). Estes dados podem nos direcionar para uma possível afirmação da
17
relação de situações especificas como morar longe de sua cidade natal, estar longe da família
e morar sozinho com a ansiedade.
Segundo um estudo desenvolvido, os indivíduos que moravam em casa alugada
independente, apresentavam níveis de ansiedade mais elevados, podendo-se inferir neste caso,
a ausência ou diminuição do apoio emocional e social da família. (CLAUDINO e
CORDEIRO, 2006).
A ansiedade quando começa a ser patológica constitui um problema de saúde capaz de
prejudicar o individuo, uma vez que este começa a restringir suas atividades normais, além de
experimentar sofrimento intenso. A ansiedade provoca um estado emocional desagradável,
exaustivo, de prontidão frente ao perigo iminente ou ameaça e é sempre acompanhada de
mudanças fisiológicas.
O significativo número de alunos que apresentam sintomas de ansiedade pode indicar
a necessidade de uma intervenção psicológica preventiva, desde o início do curso, o que
poderia se traduzir em melhora da qualidade de vida e desempenho acadêmico do aluno.
18
7. CONCLUSÃO
No que concerne à caracterização da amostra em estudo, conseguimos coletar dados de
34 estudantes, sendo 18 alunos do 1ª ano do curso de medicina (10 do sexo masculino e 8 do
sexo feminino); além de 16 alunos do segundo ano (9 do sexo feminino e 7 do sexo
masculino).
Com relação ao estado civil dos estudantes, 30 são solteiros (15 mulheres e 17
homens) e apenas 2 são casados ( 2 mulheres).
No que diz respeito a forma de moradia na cidade, 36% relataram morar com a família
ou sozinhos (36%) e 28% moram com colegas da faculdade.
Com relação à renda familiar em salários mínimos, a renda desses alunos é distribuída
da seguinte forma, 24% da renda familiar deles giram em torno de até cinco salários mínimos;
47% estão entre cinco até dez salários mínimos e 29% de dez a mais salários mínimos.
Em relação ao trabalho, apenas 6% dos estudantes de medicina da UEPA trabalham,
enquanto que os outros 94% dos alunos são sustentados pelos pais ou responsáveis legais.
Entre os alunos que participaram da pesquisa identificamos 12 alunos (35%) que
podem ser considerados como não ansiosos; 5 pessoas (15%) com ansiedade leve; 2 pessoas
(6%) com moderada e 15 (44%) com ansiedade severa.
Além disso, identificou-se que os alunos que apresentam ansiedade de leve a severa
(65%) em sua maioria estão morando sozinho ou dividindo casa com um amigo e, ainda, não
são de marabá (82%).
Como se constatou, no decorrer deste trabalho, a ansiedade é um sentimento frequente,
fazendo parte das emoções sentidas pelos jovens universitários. O interesse pela saúde mental
do estudante de medicina advém do reconhecimento do desgaste sofrido durante a sua
formação.
O ingresso na faculdade parece representar um período em que os estudantes se
deparam com novas demandas sociais e acadêmicas, as quais podem acarretar na vivência de
situações difíceis para muitos deles e serem fatores geradores de ansiedade.
Neste estudo, os dados podem sugerir para a universidade a necessidade de observação
destes alunos e o oferecimento de suporte psicológico, a fim de evitar o agravamento do
quadro, que poderia interferir em seu desempenho acadêmico.
19
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APÊNDICES
Apêndice A
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA
TERMO DE CONSENTIMENTOLIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Título: Ansiedade nos estudantes de medicina da Universidade Estadual do Para (Marabá)Este trabalho consiste em identificar o nível de ansiedade nos estudantes de medicina
na Universidade Estadual do Pará. Em todos os referidos estudantes serão aplicados o mesmo questionário e escala de ansiedade em sala reservada e a escolha do paciente.
Deixamos bem claro que somente no final do trabalho é que poderemos tirar conclusões a respeito do assunto em questão. As informações obtidas serão utilizadas somente para a presente pesquisa, e serão analisadas em conjunto com as de outros estudantes, não sendo divulgada qualquer informação que possa levar a sua identificação. Nenhum material biológico será coletado. E as fichas de avaliação serão arquivadas com os pesquisadores e incineradas após 5 anos da pesquisa terminada.
Os pacientes poderão correr o risco de constrangimento, o que poderá ser evitado como sigilo e o esclarecimento dos motivos da pesquisa. Não há beneficio direto para o participante do estudo. Estas informações serão encaminhadas para a instituição
Em qualquer momento do estudo os pesquisados terão acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa, para esclarecimento de dúvidas.
O principal investigador é o Dr. Hermes Mariano de Almeida Pardo, CRM 11276 PA, que pode ser encontrado na RUA Folha 31,quadra 1,lote 14 especial, Nova Marabá, telefone (94) 33222688.Tem como pesquisadoras assistentes a acadêmica Celene da Paz Gonçalves, que pode ser encontrada na Rua Miguel Chuquia, n 69,AP N, Novo Horizonte, telefone (91) 980866189, e a acadêmica Aline Pereira Cardoso que pode ser encontrada na Rua Miguel Chuquia, n 69,AP N, Novo Horizonte, telefone (94) 981630041.
GARANTIAS
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É garantida aos pacientes, a liberdade de deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo, além disto, eles terão direito a se manter informados a respeito dos resultados parciais da pesquisa.
Em caso de dano pessoal, diretamente provocado pela pesquisa, os participantes terão direito a como as indenizações legalmente estabelecidas.
Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Este trabalho será realizado com recursos próprios dos autores, não tendo financiamento ou coparticipação de nenhuma instituição de pesquisa.
Também não haverá nenhum pagamento por sua participação. O pesquisador utilizará os dados e o material coletado somente para esta pesquisa.DECLARAÇÃO
Declaro que compreendi as informações do que li ou que me foram explicadas sobre o trabalho em questão. Fui orientada pelos pesquisadores (discentes) sobre minha decisão em participar nesse estudo, ficando claros para mim, quais são os propósitos da pesquisa, os procedimentos a serem realizados, os possíveis desconfortos e riscos, as garantias de sigilo e de esclarecimentos permanentes.
Ficou claro também que minha participação não tem despesas e que tenho garantia de acesso aos dados e inclusive podendo optar por desistir de participar da pesquisa.Concordo voluntariamente em participar desse estudo podendo retirar meu consentimento a qualquer momento sem necessidade de justificar o motivo da desistência, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo.
Marabá, ____, de ___________________de 2015.
______________________________________________Assinatura do pesquisado
______________________________________________Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o consentimento livre e esclarecido deste paciente para participação no presente estudo.
Prof. Dr. Hermes Mariano de Almeida Pardo
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Apêndice B
Ficha para obtenção de dados sócio demográficos
Nome: _____________________________________________________________________
Idade:______________ Sexo: ( ) Feminino ( )Masculino
Estado civil: () Solteiro ( ) Casado ( ) Separado (a)
Período do curso (ano):
1.( ) Primeiro 2.( ) Segundo 3.( )Terceiro 4.( ) Quarto 5.( ) Quinto 6.( )Sexto
Procedência:
Cidade e Estado de procedência:_________________________________________________
Renda familiar em número de salário mínimo:
( ) até cinco ( ) cinco a dez ( ) dez a mais
Você trabalha além de estudar? ( ) sim. (especificar emprego) ___________________() não
Mora com quem:
()Família ( ) república ( ) outros (especificar) ___________________________________
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ANEXOS
Anexo A
ESCALA DE AVALIAÇÃO DE ANSIEDADE DE HAMILTON
Protocolo Nº.________ Iniciais do paciente: __________ Data:____/_____/________
Instruções: Esta lista de verificação é para auxiliar o clínico ou psiquiatra na avaliação de cada paciente de acordo com o seu grau de ansiedade e condição patológica. Preencha com o grau apropriado, na casela correspondente ao lado de cada item, na coluna à direita.
GRAUS:Nenhum = 0; Leve = 1; Médio = 2; Forte = 3; Máximo = 4
Nº
ITEM COMPORTAMENTO GRAU
1 Humor
Ansioso
Preocupações, previsão do pior, antecipação temerosa, irritabilidade, etc.
2 Tensão Sensações de tensão, fadiga, reação de sobressalto, comove-se facilmente, tremores, incapacidade para relaxar e agitação.
3 Medos De escuro, de estranhos, de ficar sozinho, de animais, de trânsito, de multidões, etc. (avaliar qualquer um por intensidade e freqüência de exposição).
4 Insônia Dificuldade em adormecer, sono interrompido, insatisfeito e fadiga ao despertar, sonhos penosos, pesadelos, terrores noturnos, etc.
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5 Intelectual
(cognitivo)
Dificuldade de concentração, falhas de memória, etc.
6 HumorDeprimido Perda de interesse, falta de prazer nos passatempos, depressão, despertar precoce, oscilação do humor, etc.
7 Somatizações Motoras
Dores musculares, rigidez muscular, contrações espásticas, contrações involuntá- rias, ranger de dentes, voz insegura, etc.
8 Somatizações Sensoriais
Ondas de frio ou calor, sensações de fraqueza, visão turva, sensação de picadas, formigamento, câimbras, dormências, sensações auditivas de tinidos, zumbidos, etc.
9 Sintomas Cardiovasculares
Taquicardia, palpitações, dores torácicas, sensação de desmaio, sensação de extra-sístoles, latejamento dos vasos sanguíneos, vertigens, batimentos irregulares, etc.
10 Sintomas Respiratórios
Sensações de opressão ou constricção no tórax, sensações de sufocamento ou asfixia, suspiros, dispnéia, etc.
11 Sintomas Gastrointestinais
Deglutição difícil, aerofagia, dispepsia, dores abdominais, ardência ou azia, dor pré ou pós-prandial, sensações de plenitude ou de vazio gástrico, náuseas, vômitos, diarréia ou constipação, pirose, meteorismo, náusea, vômitos, etc.
12 Sintomas Geniturinários
Polaciúria, urgência da micção, amenorréia, menorragia, frigidez, ereção incompleta, ejaculação precoce, impotência, diminuição da libido, etc.
13 Sintomas Autonômicos
Boca seca, rubor, palidez, tendência a sudorese, mãos molhadas, inquietação, tensão, dor de cabeça, pelos
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eriçados, tonteiras, etc.
14 Comportamento naEntrevista
Tenso, pouco à vontade, inquieto, a andar a esmo, agitação das mãos (tremores, remexer, cacoetes) franzir a testa e face tensa, engolir seco, arrotos, dilatação pupilar, sudação, respiração suspirosa, palidez facial, pupilas dilatadas, etc.
ESCORE TOTAL:
ESCALA DE AVALIAÇÃO DE ANSIEDADE DE HAMILTON
Observação: Conforme se pode constatar, esta Escala de Ansiedade de Hamilton (1959) compreende 14 itens distribuídos em dois grupos, sendo o primeiro grupo, com 7 itens, relacionado a sintomas de humor ansioso e o segundo grupo, também com 7 itens, relacionado a sintomas físicos de ansiedade – o que possibilita obter escores parciais, ou seja, separadamente para cada grupo de itens. O escore total é obtido pela soma dos valores (graus) atribuídos em todos os 14 itens da escala, cujo resultado varia de 0 a 56. Esta escala deve ser aplicada pelo profissional.
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