Proposta de redação · 1 espaços de lazer seguros para jovens na sociedade brasileira Tema de...

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Espaços de lazer seguros para jovens na sociedade brasileira

Tema de

Redação 12Tema

Proposta de redação

Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalida-de escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema “Espaços de lazer seguros para jovens na sociedade brasileira”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

TexTos moTivadores

Texto 1

o fluxo do fluxo

Na real, só duas coisas atrapalham o rolê: a chuva e a polícia. “Moiô” é a gíria quando o baile não pega. Ou chove água ou bala de borracha. Fora isso, o f luxo fica gostosinho, os parças representam no passinho e as minas fortalecem o movimento. Os carros de som berram o pancadão […] e os últimos busões despejam o público. As placas das naves mostram que vem muita gente dos municípios vizinhos: Cotia, Embu, Itapecerica. Até os boys e as patys do Morumbi baixam lá também. Suavão.

É Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo. Em Heliópolis, a primeira desse ranking, o cenário se repete. É o baile do Helipa. Em Paraisópolis é o f luxo da 17. A festa de favela está transformando comunidades que eram bairros dormitórios em áreas em que ninguém dorme à noite, até mesmo os trabalhadores que esperavam tranquilidade na quebrada. Lugares sem diversão viraram polos da juventude baladeira.

[…]

Quando moia

É difícil estimar quanto movimenta o mercado de bailes na região. Mas, para se ter uma ideia, um levantamento de 2008 da Fundação Getúlio Vargas apontou que só no Rio de Janeiro o funk gerava cerca de 10 mil empregos diretos. As bilheterias de 879 bailes rendiam R$ 7 milhões. Funcionários e artistas, com os eventos, movimentavam outros R$ 1,4 milhão.

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“Uma praga”. Assim define Celso Cavalini, presidente do Conselho de Segurança do Morumbi, sobre os bailes funk que acontecem na região. O órgão, responsável por fazer a ponte entre a polícia e a comunidade, tem monitorado a questão de perto. E Cavalini não tem gostado do cenário.

“É um Carnaval, mas não é um Carnaval organizado. Vale tudo, fica terra de ninguém. Você tem uma mocidade que não tem onde ficar, não tem onde se divertir, e escolhe isso como diversão. Mas nessa diversão você tem bebida à vontade, álcool, droga, sexo”, reclama. Para a União de Moradores, a preocupação é o jovem “se acabando nas drogas”. “São oportunidades em que ele poderia estar fazendo algo, mas o número de overdose está aumentando, o jovem começa a usar outras drogas, a roubar dentro de casa”, diz Emerson Barata.

O funk é historicamente associado à pobreza e à criminalidade. Não faltam, aliás, tentativas de proibição. A última delas, um projeto de lei que tentava transformar o funk em um crime contra a saúde pública de crianças e adolescentes, foi rejeitada pelo Senado em setembro de 2017.

“Infelizmente a prática de crimes ocorre nos mais diversos ambientes da sociedade brasileira, inclusive nos bailes funk. Para isso, já existem aparatos de repressão e judiciais que devem cumprir seu dever. E estes bailes também são uma alternativa de diversão para milhões de jovens em nosso país, e nas áreas mais carentes, é muitas vezes a única”, disse o senador Romário (Podemos-RJ) em seu voto contra o projeto.

DELGADO, Jeferson. O fluxo do fluxo. Tab, 27 nov. 2017. Disponível em: <https://tab.uol.com.br/fluxo#quando-moia>. Acesso em: 11 fev. 2020.

Texto 2

Trajetórias de jovens nas periferias da cidade

Na tentativa de mapear as manifestações juvenis, engana-se quem acha ser possível fazê-la com precisão. […] Um exemplo é o Fluxo de funk. Para além dos eventos de rua em que multidões se reúnem para dançar “o passinho” na órbita de carros com potentes sistemas de som, o Fluxo é um movimento organizado por jovens da periferia que responde basicamente a duas necessidades: a de ter espaços de socialização e lazer e a de produzir e divulgar produções culturais. Sobre a última, é ainda mais emblemática a forma como grupos juvenis têm reinventado novas formas de produzir e consumir músicas, levando para a periferia um novo mercado.

Da ocupação escolar ao Fluxo do funk, importantes movimentos têm sido protagonizados por jovens residentes em periferias. E não deveria ser surpresa. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD (2012), um quarto da população brasileira está na faixa de 15 a 29 anos. Dessa parcela, 29,5% são provenientes de famílias com renda per

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capita de até meio salário mínimo. Do total de jovens no país, 84% vivem em regiões urbanas (Censo 2010), e suas periferias concentram um número expressivo da juventude brasileira.

Tratar de políticas públicas para a juventude, portanto, passa por um olhar atento às juventudes das periferias, às suas necessidades, iniciativas e anseios, em meio à grande desigualdade social que enfrentam. Mas esta é uma tarefa complexa. As dinâmicas juvenis exigem flexibilidade que as instituições, com os seus processos rígidos e morosos, custam a acompanhar. A começar pela necessidade de formulação e implementação de programas que sejam transversais, contemplando diferentes assuntos, como: educação, saúde, cultura, segurança e trabalho. Para isso, é necessário promover parcerias não só entre diferentes secretarias e departamentos na área pública, mas também entre os diversos grupos e organizações presentes nos territórios periféricos.

[…]

ZANELLI, Fernanda Fragoso. Novos fluxos na busca por oportunidades: trajetória de jovens nas periferias da cidade. Disponível em: <https://www.itausocial.org.br/wp-content/uploads/

2018/05/07-revistanovosfluxos-segundaedicao_1510162706.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2020.

Texto 3

Para prevenir violência no Brasil, estudo recomenda investir em jovens e reduzir acesso a armas

Na última década, as taxas de assassinatos de jovens no Brasil cresceram 17%. Quase metade do total de homicídios do país em 2018 (56 mil) corresponde à morte de homens negros, com idade entre 15 e 29 anos. Os dados foram compilados no estudo “Prevenção da violência juvenil no Brasil: uma análise do que funciona”, produzido pelo Instituto Igarapé com apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

Os autores do diagnóstico, Robert Muggah e Ana Paula Pellegrino, alertam que, para reduzir a violência, é necessário ampliar as oportunidades para pessoas jovens por meio de investimentos em educação e empregabilidade equitativos e capazes de desafiar estereótipos de identidade e raça. O foco deve ser dado às regiões menos assistidas pelas políticas públicas. Além disso, é recomendada a redução do acesso às armas de fogo.

[…]

O levantamento aponta que os negros têm 2,5 vezes mais chances de serem vítimas de assassinato do que os não negros. Entre 2006 e 2016, os homicídios entre negros subiu 23,1%, enquanto entre os não negros houve queda de 6,8%. Os jovens negros são também as principais vítimas de violência policial.

Além da desigualdade racial, a desigualdade territorial e socioeconômica também é lembrada no estudo, uma vez que os indicadores mostram que a exposição à violência

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é maior em áreas sem serviços públicos, com presença de grupos do crime organizado e pronta disponibilidade de armas de fogo.

Com evidências de que, para cada 1% de aumento nas armas de fogo, há um aumento de 2% nos homicídios, o levantamento reforça que a solução não passa por programas de armamento.

Por último, o estudo sugere a ampliação de políticas sociais e econômicas que são comprovadamente efetivas, que fortaleçam a proteção de jovens em situação de risco, inclusive programas que incentivem a participação juvenil no empreendedorismo.

ONU. Para prevenir violência no Brasil, estudo recomenda investir em jovens e reduzir acesso a armas. Nações Unidas Brasil, 11 fev. 2020. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/para-prevenir-violencia- no-brasil-estudo-recomenda-investir-em-jovens-e-reduzir-acesso-a-armas/>. Acesso em: 11 fev. 2020.

Texto 4

Grupo faz churrasco em frente ao shopping Leblon, no Rio de Janeiro (RJ), em 2013. O shopping não funcionou com receio do “rolezinho” combinado pelas redes sociais no local. Rolezinhos são encontros de jovens e adolescentes nos shopping centers, combinados pelas redes sociais.

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Instruções:

• O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas.• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o

número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”;• fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.• apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no

espaço destinado ao texto.

A tese da dissertação deve ser apresentada no primeiro parágrafo e estar diretamente associada ao tema proposto pelo Enem. Para isso, é aconselhável escolher palavras extraídas do tema, por exemplo: “As cidades brasileiras carecem de espaços de lazer seguros para jovens”, “A falta de espaços de lazer que garantam a segurança da ju-ventude é um problema urgente no Brasil”.

Dica de redação nota 1 000

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Grade suGestiva de correção

Critério/Competência Observar Nota (de 0 a 200)

1. Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.

Desvios ortográficos (o que inclui adequação à Nova Ortografia da Língua Portuguesa), adequações gramaticais e repertório lexical variado e adequado ao tema.

2. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo- -argumentativo em prosa.

Adequação ao tema proposto e à estrutura do texto dissertativo-argumentativo. Presença de recorte temático significativo que contemple a importância dos espaços de lazer destinados aos jovens nas cidades brasileiras de modo que garantam a expressão cultural da juventude e também sua segurança, de acordo com os textos de apoio apresentados. Obs.: Redações que tangenciem o tema devem ter desconto na pontuação, mesmo que apresentem estrutura adequada do texto dissertativo- -argumentativo.

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Uso de argumentos válidos, que defendam um ponto de vista, e organizados de forma coerente, resultando no desenvolvimento claro de ideias ao longo do texto.

4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Ênfase ao uso adequado dos instrumentos coesivos ao longo da construção da argumentação. Encadeamento de ideias de forma coerente evitando redundâncias, contradições, discursos vazios, paráfrases e textos prolixos. Texto com introdução, desenvolvimento e conclusão.

5. Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Posicionamento crítico e sugestão de soluções para as questões propostas sem violação de leis ou desrespeito de qualquer natureza aos direitos humanos.

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Diretor de conteúdo e negóciosRicardo Tavares de OliveiraDiretor adjuntoCayube GalasGerente editorialJúlio IbrahimAutoraMichele TessarotoEditoraVivian Kaori EharaColaboradoraAndréia Szcypula

Analista de fluxoLetícia Bovolon BezerraCoordenador de eficiência e analyticsMarcelo Henrique Ferreira FontesSupervisora de preparação e revisãoAdriana Soares de SouzaPreparadorDaniel Haberli SilvaRevisoraEliana MedinaCoordenadora de imagem e textoMarcia Berne

PesquisaEquipe FTDCoordenadora de criaçãoDaniela MáximoGerente de produção e designLetícia Mendes de SouzaProjeto gráfico Carolina FerreiraSupervisor de produção e arteFabiano dos Santos MarianoEditora de arteGabrielly Alice da Silva

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