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8/19/2019 Psicoterapia Breve e Pacientes Depressivos
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PSICOTERAPIA BREVE E PACIENTES DEPRESSIVOS
RESUMO
Embasado nos pressupostos da teoria psicanalítica, o presente trabalho faz um
levantamento conceitual sobre a técnica da Psicoterapia Breve de base psicodinâmica,
juntamente com as diferentes fases da depressão, visões tanto psicolóicas !uanto
médicas da !uestão e, possibilidades de tratamento" # partir disso, faz uma refle$ão do
!u% diferentes autores falam sobre o assunto, bem como diferentes &reas da sa'de,
apresenta um pouco da história da depressão, aborda a posi(ão depressiva, a !ual se
distancia da doen(a, passando a discutir uma fase saud&vel do desenvolvimento" Em
seuida, discute sobre o trabalho da Psicoterapia Breve nesses pacientes, analisa a
interfer%ncia e o alcance da técnica"
)onclui*se !ue, a Psicoterapia Breve tem muito a acrescentar no tratamento de
pacientes depressivos, pois ela fornece um acolhimento chave para o fortalecimento da
vida do paciente, além da forte alian(a terap%utica !ue é de e$trema importância para o
paciente e !ue a Psicoterapia Breve nos contempla através do acolhimento e da
focaliza(ão de assuntos centrais na vida do paciente"
Entende*se, portanto !ue a Psicoterapia Breve mostra*se uma técnica ade!uada e eficaz
no tratamento de pacientes depressivos"
Introdução
+uando resolvi escrever alo sobre o motivo da escolha do tema epressão, pude me
incomodar com o !ue descreverei a seuir- Para chear ao meu tema, tenho !ue pensar
!ue, de um modo eral, j& pertence ao próprio Psicóloo se incomodar com osofrimento do outro, fazendo esfor(o para !ue esse sofrimento seja amenizado" # partir
do momento !ue escolhemos esta profissão, sabemos !ue iremos lidar !uase !ue
totalmente com o sofrimento e com os sentimentos das pessoas !ue nos procuram"
#credito !ue esse impulso de lidar com essas pessoas e ajud&*las de aluma forma j&
faz parte da natureza do Psicóloo" .oi baseada neste impulso e nessa vontade de fazer
alo sinificativo pelo outro !ue escolhi um tema !ue vai diretamente ao encontro do
sofrimento"
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Eu sempre me interessei pelo sentimento do outro, talvez, a princípio, tenha sido de uma
forma bem eral, sendo paciente ao ouvir as pessoas, dando aluns conselhos, ou seja,
amenizando um sofrimento mesmo !ue momentâneo" /as, conforme o tempo foi
passando, comecei a me interessar pela Psicoloia" 0s trabalhos da radua(ão foram se
concretizando e pude perceber !ue sempre tive um rande interesse em estudar os
caminhos, talvez ocultos, da chamada epressão, palavra esta !ue é pronunciada por
pessoas comuns e interpretada das mais diferentes formas" io isso, por!ue a
epressão j& não é mais um termo de Psicoloia, mas ela é utilizada nas famílias,
empresas e rela(ões sociais em eral" #s pessoas também usam essa palavra para
traduzir seus sentimentos e atitudes !ue, talvez, não condizem com o !ue realmente a
epressão sinifica"
)heuei a atender pacientes com sintomas de epressão e esses pacientes me
intriavam e me mobilizavam de uma forma muito positiva, ou seja, passei a me
interessar e !uerer saber mais sobre esse chamado transtorno afetivo"
#credito !ue seja importante ressaltar !ue vivemos num mundo e$tremamente propício
a doen(as depressivas, an'stias, medos1 um mundo amea(ador, e$iente e muito
competitivo" Essas inseuran(as do dia*a*dia podem dar luar a sintomas depressivos"
)reio !ue seja importante dizer !ue no mundo em !ue vivemos e para o !ual
caminhamos, a depressão parece estar muito presente e, dessa forma, se torna mais
necess&rio e urente o estudo dessa !uestão"
)om a realiza(ão do curso de especializa(ão em Psicoterapia Breve, pensei em !uão
bom seria poder pes!uisar sobre as diferentes fases da epressão juntamente com o
tratamento em PB"
Pessoalmente, acredito !ue poderei me realizar, no sentido de estar trabalhando com o!ue realmente me interesso" #final, !uando fazemos a!uilo !ue ostamos, o resultado
com certeza sair& de uma forma muito mais satisfatória, não só para !uem ir& usufruir
deste trabalho, mas também para !uem o realizou"
2ocialmente falando, penso !ue poderei contribuir não só a título de pes!uisa científica,
onde !ual!uer pessoa ter& acesso ao trabalho, podendo tirar coisas boas e ruins deste,
mas também continuo contribuindo com meus próprios pacientes da atualidade e dofuturo !ue porventura venham a sofrer de epressão, em !ue poderei realizar um
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trabalho muito mais satisfatório com cada um deles" #final, terei pes!uisado muito para
isso e esse tema ser& mais claro e transparente para mim" +uando sabemos bastante
sobre alo, temos mais tempo para olharmos para a pessoa !ue est& na nossa frente de
uma forma mais intensa do !ue se estivéssemos preocupados com a a!uisi(ão da teoria
em nossas mentes" #li&s, é dessa forma !ue devemos olhar para os pacientes, ou seja,
onde o respeito ao ser humano fale mais alto !ue !ual!uer preocupa(ão com o resultado
ou a teoria a ser pensada sobre a!uele caso"
)ientificamente falando, ser& um trabalho de pes!uisa- tratar& de um assunto pol%mico e
de rande interesse da sociedade" Por ser de interesse social, cabe 3 ci%ncia proporcionar
3 popula(ão caminhos para !ue as informa(ões cheuem aos leios de maneira
satisfatória, traduzida em forma de interven(ões consistentes e conscientes"
#ntes de !ual!uer coisa ostaria de dei$ar claro !ue abordarei neste trabalho diversas
visões e também citarei outros transtornos" Porém, é importante enfatizar !ue
primeiramente apresentarei um pouco da história da depressão, em seuida discutirei o
assunto epressão do ponto de vista médico 4sintomas, causas, etc"5, na se!6%ncia
veremos a epressão como uma doen(a de acordo com autores !ue falam de um ponto
psicolóico e emocional, num outro momento, abordarei a Posi(ão epressiva, a !ual se
distancia da doen(a, passando a discutir uma fase saud&vel do desenvolvimento e, por
'ltimo, veremos a visão da Psicoterapia Breve e as contribui(ões desta para a depressão"
7um seundo momento, apresentarei o método utilizado para a realiza(ão da pes!uisa,
os resultados, a discussão destes, bem como, a conclusão do trabalho"
)omo j& mencionei anteriormente, a epressão pode ser interpretada de diversas
maneiras" 8eremos, a seuir, as formas como diversos autores v%em a epressão etambém veremos como a epressão pode estar presente em v&rios outros transtornos e
pode se manifestar em muitas situa(ões"
Um Pouco de Históri
8erztman 49::;5 pes!uisou a história da depressão e descobriu !ue havia muito poucosobre a história do conceito da depressão na psi!uiatria1 havia apenas uma historiorafia
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linear com poucas refer%ncias e constituída em sua maioria de trabalhos do séc" amilton 49:??5- @tanto mania !uanto depressão era
conhecida dos antios reos, embora eles tenham usado estas palavras com
sinificados diferentes do uso atual" e acordo com suas teorias humor ais de doen(a,
eles nomearam estes estados depressivos de melancolia, sinificando bile neraA"
2eundo 8erztman 49::;5 é muito pouco prov&vel !ue os antios reos usassem o
termo depressão, esse voc&bulo e seus conceitos aparecem com for(a nos escritos
psi!ui&tricos da metade do séc"
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49:H5, dizem !ue foi nesse ensaio !ue se come(ou a conceituar a melancolia como
depressão"
# década de ;H, no séc"
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oão 49:?D5 coloca a depressão classificada como endóena 4erada internamente no
indivíduo5, reativa 4rea(ão a causas e$ternas !ue normalmente produzem tristeza5 e
neurótica 4seria um rupo das depressões reativas, é o resultado da falta de adapta(ão da
personalidade5"
oão 49:?D5 diz também !ue a depressão pode ser vista sob tr%s aspectos- intensidade
4leve, moderada ou rave5, dura(ão 4auda, recorrente ou crKnica5 e !ualidade
4retardada ou aitada5" 7o aspecto da !ualidade, o autor entende a depressão retardada e
aitada da mesma forma !ue >olmes 49::D5 a descreve"
e acordo com elouMa 4CHH95, a depressão, a dor e a an'stia denotam um estado
afetivo !ue priva o sujeito das !ualidades e fiuras sinulares !ue animam o afeto de
sua especificidade" Pode*se tratar de uma patoloia se entendermos essa palavra não
como doen(a, mas como atributo da impossibilidade, por mais passaeira !ue seja, de
e$ercer alo fundamental para o ser humano viver"
elouMa 4CHH95 concebe as manifesta(ões depressivas como estados ou fenKmenos,
e$cluindo*as das @patoloias psicanalíticasA" # depressão, apesar de tomar rande parte
das ocupa(ões de .reud no período inicial da Psican&lise, nunca cheou a fincar seus
pés no campo Psicanalítico, pois .reud se desinteressa pela depressão !uando descobre
!ue é acometido por ela e também com o avan(o de sua auto*an&lise e no decorrer da
reda(ão de @# interpreta(ão dos sonhosA"
# depressão apresenta*se como um !uei$a a uma impot%ncia no plano da a(ão no
sonhar e no pensar1 a pessoa fica em seu estado de ânimo @pressionado para bai$oA"
7o território psicanalítico, a depressão come(ou com um embara(o- destitui*se 3
depressão o estatuto de patoloia, preferindo e$aminar suas manifesta(ões sob o olharde sua unicidade fenom%nica" +uando .reud tenta estabelecer as diferentes classes de
depressão, ele cai em deslizes e fre!6entemente se confunde com o !uadro de
melancolia"
2eundo elouMa 4CHH95 o pensamento na medicina sobre melancolia inicia*se com
>ipócrates !uatro séculos antes de )risto1 o !ual refere*se ao humor 4fluido e estado de
ânimo5, !ue provém dos fluidos da bílis nera" & o termo depressão, oriinal do latimde 4para bai$o5 e premere 4pressionar5, pressionado para bai$o, é introduzido na
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medicina no século
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4f5 sono perturbado1
45 apetite diminuído"A
2eundo Juariente 4CHHC5, os sintomas e sinais psí!uicos da depressão são- falta de
interesse, tristeza, desânimo, apatia, inseuran(a, inércia, choro persistente,
neativismo, desesperan(a, irritabilidade, falta de concentra(ão, auto*estima depreciada,
sentimento de culpa e$cessivo e inade!uado, sentimento de impot%ncia e idéias de
suicídio" 0s sintomas e sinais orânicos da depressão são- insKnia eOou hipersonia,
altera(ão do apetite, anho ou perda de peso, diminui(ão do desejo se$ual, falta de
eneria e fadia e lentidão ou aita(ão psicomotora" E, por 'ltimo, os sinais e sintomas
sociais são- retraimento social, perda ou diminui(ão da produtividade e desinteresse na
&rea de lazer"
e acordo com >olmes 49::D5, o transtorno de humor mais comum é a depressão !ue
ocorre com tanta fre!6%ncia !ue foi chamada de @o resfriado dos transtornos
psicolóicosA" E$iste a possibilidade, diz ele, de estarmos saindo da @era da ansiedadeA
e entrando na @década da depressãoA"
0s transtornos de humor podem ser subdivididos em transtornos depressivos 4unipolar5
e transtornos bipolares 4sintomas se alternam entre depressão e mania5" #inda, dentro
dos transtornos depressivos pode haver o transtorno distímico 4uma forma menos severa
do transtorno depressivo5 e dentro dos transtornos bipolares pode haver o transtorno
ciclotímico 4uma forma menos severa do transtorno bipolar5"
>olmes 49::D5 destaca dois padrões diferentes de sintomas da depressão1 diz !ue e$iste
a depressão com retardo, !ue envolve um aumento no nível de eneria de modo !ue amenor tarefa pode parecer difícil ou impossível de realizar, apresentando movimentos
corporais reduzidos e lentos, fala arrastada e monótona1 e também a depressão aitada,
onde o indivíduo sente*se incapaz de ficar parado, caminhando de um lado para outro" #
depressão aitada pode ser confundida com a mania, no entanto, o depressivo aitado é
triste, en!uanto o maníaco eralmente parece feliz" )omo a depressão com retardo é a
mais comum de se encontrar, falaremos aora sobre as considera(ões de >olmes apenas
para esse tipo de depressão"
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entro dos sintomas conitivos do indivíduo depressivo, podemos encontrar, assim
como j& vimos com Juariente 4CHHC5, a auto*estima muito rebai$ada, o pessimismo, a
redu(ão de motiva(ão, e também a eneraliza(ão de atitudes neativas 4tend%ncia de
eneralizar os problemas para todas as &reas de sua vida5, o e$aero da seriedade dos
problemas 4indivíduo pode desenvolver um delírio, ou seja, a cren(a errKnea e bizarra
de alo muito rave acontecendo com ele5 e os processos de pensamento e raciocínio
ficam mais lentos"
ambém como Juariente 4CHHC5 j& disse, o indivíduo com depressão apresenta um
retardo psicomotor o !ual pode afetar os padrões da fala" Essas pessoas eralmente
sentam*se com uma postura encurvada e um olhar parado e ine$pressivo" Por fim, com
rela(ão aos sintomas som&ticos apresentados pelo indivíduo com depressão, percebe*se
um padrão de sono perturbado, padrões alimentares perturbados 4aluns perdendo o
interesse em comer e não sentindo sabor nos alimentos5 e redu(ão do interesse ou
impulso se$ual" #lém desses problemas associados ao sono, apetite e se$o, essas
pessoas ficam mais suscetíveis a diversas doen(as, aparentemente devido a um prejuízo
do funcionamento do sistema imunolóico"
)omo >olmes 49::D5 mencionou anteriormente a depressão é o transtorno de humor
mais comum e tem aumentado bastante a porcentaem desse transtorno na popula(ão"
2eundo BoMd Q Neissman 49:?C5 e Robins et al" 49:?G5, mais de ;S da popula(ão
sofrer& de uma depressão maior em alum momento de suas vidas e FS ter& depressões
menos severas, porém problem&ticas" Esse transtorno tende a ser dianosticado mais em
mulheres do !ue em homens, sendo a ta$a apro$imada de C-9" # idade também é
observada, pois a depressão, apesar de ser encontrada ao lono da vida, tende a atinir
um pico por volta da década dos GH 4Post,9:?C5 "
e um modo eral, independentemente de se$o e idade, a depressão é mais alta em
pessoas com renda bai$a, menor educa(ão, desempreados, divorciados ou separados
4Tanner Q /ichael , 9:F1 Tevitt Q Tubin ,9:D;1 /urphM et al,9::91 Radloff ,9:DD5"
alvez por!ue a depressão atine tantas pessoas, ela atrai a aten(ão para diversas teorias
!ue procuram e$plic&*la" .reud 49:995, por e$emplo, aceita a teoria de !ue a depressão
ira em torno das conse!6%ncias da perda" Para .reud, o fator chave da depressão é araiva internalizada por ter perdido a!uele objeto de amor"
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Embora perdas fre!6entemente precedem as depressões, muitos indivíduos deprimidos
não passaram pela perda, ou seja, esse conceito de perda para e$plicar a depressão é
limitado, seundo >olmes 49::D5"
0utra !uestão bastante liada 3 depressão é o estresse" 0 estresse foi considerado um
melhor previsor da depressão do !ue a perda 4Billins et al",9:?F1 PaMUel Q anner ,
9:D5" 7um estudo feito por BroVn Q >arris 49:D?5, verificou*se !ue fatores
estressantes da vida como perda de empreo, doen(a, separa(ão, etc", estão liados 3
depressão"
Por outro lado, é possível !ue, ao invés do estresse causar a depressão, em aluns casos,
efeitos iniciais de depressão podem causar o estresse, ou seja, tornando*se deprimido, o
indivíduo perde o empreo, por e$emplo" 0 estresse est& relacionado 3 depressão, no
entanto, nem todos os indivíduos e$postos a situa(ões estressantes tornam*se
deprimidos" W importante considerarmos aluns fatores !ue moderam o relacionamento
estresse*depressão-
* o apoio social !ue a pessoa recebe ao deparar*se com o estresse" =ndivíduos !ue t%m
um rupo de verdadeiros amios tendem a tornar*se menos deprimidos frente a uma
situa(ão de estresse" 0 apoio social nos defende da depressão no sentido !ue os eventos
estressantes são menos estressantes !uando a cara pode ser dividida com outros"
X as diferen(as individuais também podem moderar o relacionamento estresse*
depressão" 0 fator das estratéias de enfrentamento !ue o indivíduo usa !uando e$posto
a uma situa(ão estressante é importante, ou seja, a forma como a pessoa reae a essasitua(ão" #s pessoas deprimidas tendem a utilizar técnicas passivas de enfrentamento
como a evita(ão, a aceita(ão, comer, fumar, etc" 0s indivíduos não deprimidos tendem a
buscar técnicas ativas para resolver e superar problemas"
0utro fator individual importante é o condicionamento aeróbico, ou seja, é a efic&cia
com a !ual a pessoa pode processar o$i%nio" Essa efic&cia pode melhorar com
e$ercícios como andar, correr, nadar, etc" Pessoas !ue estão em boa condi(ão físicarespondem melhor ao estresse e conse!6entemente pode servir para reduzir a
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possibilidade de depressão"
Embora o estresse tenha sido liado 3 depressão, e$istem alumas limita(ões para esse
relacionamento, são elas- nem todos os indivíduos e$postos ao estresse tornam*se
deprimidos1 nem todos os indivíduos !ue se tornam deprimidos foram e$postos ao
estresse1 o estresse pode levar a transtornos diferentes da depressão1 a hipótese estresse*
depressão não especifica o processo pelo !ual o estresse resulta em depressão"
e um ponto de vista fisiolóico, a depressão é resultado de um bai$o nível de atividade
neurolóica nas &reas do cérebro respons&veis pelo prazer" Esse bai$o nível de atividade
neurolóica oriina*se de !uantidades insuficientes de neurotransmissores nas sinapses,
4BunneM Q avis ,9:;1 /ass , 9:D;1 2childUraut , 9:;1 2childUraut Q LetM , 9:D5" W
importante observar !ue um nível e$cessivamente bai$o de um neurotransmissor pode
resultar em depressão, no entanto um nível e$cessivamente alto pode resultar em
mania"
7ão seria interessante simplesmente saber desse fato, se não pensarmos em !ual fator
contribui e faz com !ue esses níveis de neurotransmissores abai$em" 0s fatores
enéticos contribuem para essa bai$a" 2eundo 7urnberer Q Jershon 49:?C5, e$istem
evid%ncias de !ue a depressão pode ser herdada- indivíduos deprimidos tendem a ter
mais parentes em primeiro rau !ue sofrem de depressão do !ue os não deprimidos, no
entanto devemos considerar !ue o contato social com esses parentes pode resultar na
depressão ao invés dos enes"
Estudos feitos em %meos do se$o feminino indicaram !ue a hereditariedade da
depressão estava entre FF e G;S e o restante estava relacionado com e$peri%nciassinulares de cada pessoa ao invés de características familiares 4Lendler et al"O 9::C5"
Evid%ncias também apareceram em estudos feitos com crian(as adotadas, onde F?S da
prole biolóica adotada de pais depressivos apresentava depressão, en!uanto apenas
H,DS da prole biolóica adotada de pais não deprimidos apresentava a depressão"
4)adoret ,9:D?5"
)ontudo, de acordo com esses resultados, parece seuro concluir !ue o fator enéticotem um papel importante na depressão, no entanto, nem todos os parentes de deprimidos
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tornam*se deprimidos, e muitas pessoas !ue se tornam deprimidas não parecem ter um
histórico familiar de depressão" Embora os fatores enéticos sejam importantes, eles não
e$plicam todas as depressões e ainda não se entende o mecanismo pelo !ual os enes
provocam seus efeitos 4.araone et al", 9::H5"
A De!ressão num "isão Psico$ó%ic
2eundo Jabbard 49::G5, o !ue provoca a epressão é a consci%ncia do eo de ser
incapaz realmente ou imainariamente de cumprir com um ideal" Em casos secund&rios,
essa consci%ncia pode voltar a aressão para dentro" #luns pacientes e$ploram sua
doen(a para justificar seus impulsos destrutivos e s&dicos em rela(ão aos outros,
fazendo todas as pessoas 3 sua volta sentirem*se culpadas, a ponto dessas pessoas até se
afastarem do depressivo" Pessoas com epressão são pessoas !ue vivem não para si
próprias, mas para outra pessoa1 seria usada a e$pressão @outro dominanteA, !ue não
precisa ser necessariamente uma pessoa, mas um ideal" essa forma, essa pessoa sente*
se desamparada ao perceber !ue tem um objetivo inalcan(&vel, ou descobrir !ue não
funciona viver en!uanto o desejo de uma outra pessoa"
Jeralmente, o paciente depressivo resiste a implica(ões interpessoais como, por
e$emplo, for(a para a mudan(a, preferindo assumir a culpa de tudo e continuar caindo"
0 desenvolvimento da transfer%ncia e contratransfer%ncia pode levar a rupturas com
essas resist%ncias1 a transfer%ncia aparece também como um veículo para au$iliar no
processo de mudan(a" 0 terapeuta deve utilizar os sentimentos do paciente de forma
construtiva na rela(ão, escutando seu paciente para depois tirar conclusões"
Pensando numa interven(ão Psicodinâmica, seundo .r&uas e .iueiró 4CHH95,
podemos dizer !ue a Psicoterapia abrane desde os tipos suportivos até os e$pressivos"
# Psicoterapia Psicodinâmica tem sua base nos conceitos de .reud" 2ão interven(ões
!ue visam o alívio e a mudan(a na rea(ão do indivíduo frente a situa(ões de dor,
dificuldade e 3s manifesta(ões depressivas"
# Psicoterapia Psicodinâmica é indicada !uando sure a epressão clínica associada 3doen(a médica, ou seja, a depressão clínica é !uando afetos depressivos não podem ser
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tolerados ou interados pelo paciente e a doen(a médica seria decorrente de fatores
orânicos associados" # proposta em primeiro luar é ajudar o paciente a compreender o
impacto da doen(a médica em termos de seus conflitos e suas vulnerabilidades"
0 psicoterapeuta orientado dinamicamente deve estar atento para o conte'do concreto
da doen(a física, mas também para o sinificado !ue est& por tr&s deste conte'do, ou
seja, desejos, medos e defesas" eve*se tomar cuidado para !ue o sentimento de
desamparo não se torne apenas decorr%ncia da doen(a física, mas !ue seja visto como
uma e$peri%ncia pessoal e individual"
Podemos distinuir tr%s fases do tratamento Psicodinâmico da epressão seundo
Rodin, )raven e Tittlefield 49::95- o primeiro é a facilita(ão dos sentimentos de dor e
luto1 o seundo é a apreensão do sentimento da doen(a e o terceiro é a con!uista do
sentido de domínio desses sentimentos liados 3 doen(a"
)om rela(ão 3 Psicoterapia Breve, BellaU 49:?95 suere de uma forma eral, ou seja,
não só em rela(ão 3 depressão, a e$plora(ão de aluns aspectos, sendo eles- a história de
vida do paciente, ver a &rea de vida do paciente liada 3 eleva(ão da auto*estima, lidar
com a aressão contra o self, e$aminar a profundidade das defesas, dentre outras" Ele
fala !ue .reud 49:9G5 faz uma compara(ão com o luto, dizendo !ue em ocasiões de
doen(a ou morte dos pais h& a manifesta(ão de um luto por recriminar a si próprio pela
morte deles" 7a melancolia, o objeto perdido não precisa necessariamente ter morrido,
mas apenas perdido en!uanto objeto de amor- uma mo(a dei$ada no altar, por e$emplo,
porém, em outros casos não podemos nem ver claramente essa perda" Podemos supor
!ue nem o paciente sabe conscientemente o !ue perdeu, ou sabe !uem perdeu, mas não
sabe o !ue perdeu" 0 paciente pode punir*se de uma maneira histérica, passando a viver
os mesmos estados de @doen(aA !ue os pais" 7este caso seria a idéia de retribui(ão !ueestaria acontecendo"
# /elancolia assume v&rias formas, sendo !ue estas suerem um fenKmeno antes
som&tico do !ue psico%nico" >& uma característica importante na melancolia !ue é a
tend%ncia de se transformar em mania, a !ual não acontecem todas 3s vezes, pois em
aluns casos, seuem as recaídas normais, ausentes os sinais de mania" Essas duas
desordens 4melancolia e mania5 lutam com um mesmo @comple$oA, porém a diferen(areside no fato de !ue na melancolia o eo sucumbe ao comple$o, e na mania o eo
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domina o comple$o ou o põe de lado"
.reud faz a lia(ão com o luto e diz !ue as causas são, dentro do possível, !uase as
mesmas para /elancolia e Tuto" e um modo eral @é a rea(ão 3 perda de um ente
!uerido, 3 perda de aluma abstra(ão !ue ocupou o luar de um ente !uerido, como os
pais, a liberdade, ou o ideal de aluémA 4.reud, 9:9;, p"CD;5"# /elancolia traz consio
um desânimo profundamente penoso, desinteresse pelo mundo e$terno, perda da
capacidade de amar, inibi(ão de !ual!uer atividade e diminui(ão da auto*estima" 0
próprio eo se torna vazio e pobre- é como se uma parte do eo se colocasse contra a
outra, julando*a com críticas e tomando*a como seu objeto" # insatisfa(ão com o eo é
uma das características mais marcantes da /elancolia" Essas auto*recrimina(ões, são
recrimina(ões feitas a esse objeto amado, !ue se deslocaram desse objeto para o eo do
paciente"
2eundo Bibrin 49:;F5, depressão é um estado afetivo prim&rio !ue não est& liado 3
aressão voltada para dentro 4diferente de .reud5" Para ele, depressão sure da tensão
entre ideais e realidade" Essa tensão sure no próprio eo e não d& um papel chave para
o supereo" +uando falamos em epressão, seundo Bibrin 49:;F5, loo vem 3 mente
a utiliza(ão de medicamentos no tratamento desta" # epressão pode ser tratada com a
combina(ão de medicamentos e Psicoterapia, a !ual é essencial para pacientes !ue não
aceitam tomar a medica(ão necess&ria e também essencial para pacientes !ue não
podem tomar tal medica(ão, muitas vezes por complica(ões físicas" W ine&vel a
efic&cia da associa(ão da farmacoterapia com a Psicoterapia, pois, en!uanto os
remédios atuam em sintomas como, por e$emplo- sinais veetativos e retardo
psicomotor, a Psicoterapia responde a sintomas como- bai$a auto*estima, sentimentos
de culpa inade!uada, falta de motiva(ão, problemas interpessoais, sentimentos dedesesperan(a e isolamento social"
ambém relacionado ao tratamento da epressão, podemos ressaltar !ue o primeiro
passo nesse tratamento seria o estabelecimento de uma alian(a terap%utica, transmitindo,
assim, a seuran(a de !ue compreendemos o !ue se passa e !ue e$iste uma razão para
tais sentimentos" #lumas vezes, é necess&rio !ue o terapeuta corresponda a alumas
e$pectativas do paciente, para !ue o paciente possa repetir sua patoloia também narela(ão terap%utica" 7um seundo momento, !uando essa alian(a estiver bem refor(ada,
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o terapeuta deve passar para uma fase mais e$pressiva, ajudando o paciente a ver !uem
é o outro dominante em sua vida, o !ual provocou tanta dificuldade" Por 'ltimo, a tarefa
do terapeuta é ajudar o paciente a conceber novas formas de vida"
Podemos também observar sintomas de epressão em indivíduos !ue consomem
abusivamente droas, pois muitos lutam com sentimentos de desvalia, culpa, autocrítica
e veronha, assim como percebemos no alcoolismo tra(os de depressão, como
frailidade do eo e dificuldade de manter a auto*estima" +uando estão sóbrios, vem a
epressão ao perceberem o !ue perderam, as pessoas !ue machucaram e
decepcionaram, etc"
Em pacientes com Personalidade 0bsessiva )ompulsiva observamos a racionalidade em
todos seus atos, inseuran(a, ambival%ncia e ri!ueza em detalhes" +uando todas essas
e$i%ncias são satisfeitas por muito tempo, pode vir a epressão, principalmente na
meia idade, !uando sonhos idealizados na juventude são desfeitos pela realidade do
tempo"
Podemos também abordar a!ui a epressão em pacientes de Personalidade Borderline,
a !ual pode ser bem diferente do !ue nos demais transtornos" Esse tipo de paciente pode
utilizar o termo epressão para sentimentos crKnicos de enfado, vazio e solidão, mas
ausentam*se sinais veetativos de epressão maior"
Para encerrar a abordaem de outros transtornos co*relacionados com a epressão,
podemos falar do ranstorno de Personalidade #nti*2ocial, a !ual se apresenta
concomitante com a epressão" )ontudo, a presen(a desta pode ser um bom sinal no
tratamento e de acessibilidade 3 Psicoterapia"
A Posição De!ressi"
/elanie Llein 49:5 define posi(ão depressiva como sendo a fase de desenvolvimento
em !ue a crian(a reconhece um objeto inteiro e se relaciona com esse objeto" Por
e$emplo, a crian(a come(a reconhecendo a mãe como um objeto inteiro para depois
come(ar a perceber os outros" essa forma, a crian(a come(a a perceber !ue serelaciona com um objeto 4mãe5 !ue pode ser tanto boa em alumas situa(ões como m&
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em outras1 e também percebe !ue ela pode tanto am&*la como odi&*la, podendo se
deparar com conflitos relacionados a essa ambival%ncia de sentimentos direcionados a
uma só pessoa 4mãe5" Este reconhecimento abre um mundo de e$peri%ncias novas para a
crian(a, reconhecendo a mãe como um objeto inteiro e, portanto, separado dele, a
crian(a reconhece sua profunda depend%ncia da mãe"
7a posi(ão depressiva, as an'stias v%m dessa ambival%ncia de sentimentos
mencionados acima e a crian(a se anustia principalmente com seus impulsos
destrutivos, pois tem medo !ue esses impulsos possam realmente ter destruído o objeto
!ue ela ama tanto e do !ual depende totalmente" # culpa também aparece por conta
dessa cren(a da destrui(ão do objeto bom"
)om essa e$peri%ncia, a crian(a se mobiliza a reparar o @estraoA !ue fez e, assim como
teve poder para destruir com seu ódio, também ter& poder para reparar com seu amor" #
resolu(ão dessas an'stias pode vir através dessa repara(ão tanto de objetos e$ternos
como internos" 0 eo se torna mais interado e a crian(a, através dessa viv%ncia vai
descobrindo sua própria realidade psí!uica, podendo estabelecer*se aí uma rela(ão da
crian(a com a realidade" Essa nova capacidade de se preocupar com os objetos ajuda a
crian(a a aprender aos poucos a controlar seus impulsos" Por e$emplo, a crian(a come(a
reconhecendo a mãe como um objeto inteiro para depois come(ar a perceber os outros"
essa forma, a crian(a come(a a perceber !ue se relaciona com um objeto 4mãe5 !ue
pode ser tanto boa em alumas situa(ões como m& em outras1 e também percebe !ue ela
pode tanto am&*la como odi&*la, podendo se deparar com conflitos relacionados a essa
ambival%ncia de sentimentos direcionados a uma só pessoa 4mãe5" Este reconhecimento
abre um mundo de e$peri%ncias novas para a crian(a, reconhecendo a mãe como um
objeto inteiro e, portanto, separado dele, a crian(a reconhece sua profunda depend%nciada mãe"
7a posi(ão depressiva, as an'stias v%m dessa ambival%ncia de sentimentos
mencionados acima e a crian(a se anustia principalmente com seus impulsos
destrutivos, pois tem medo !ue esses impulsos possam realmente ter destruído o objeto
!ue ela ama tanto e do !ual depende totalmente" # culpa também aparece por conta
dessa cren(a da destrui(ão do objeto bom"
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)om essa e$peri%ncia, a crian(a se mobiliza a reparar o @estraoA !ue fez e, assim como
teve poder para destruir com seu ódio, também ter& poder para reparar com seu amor" #
resolu(ão dessas an'stias pode vir através dessa repara(ão tanto de objetos e$ternos
como internos" 0 eo se torna mais interado e a crian(a, através dessa viv%ncia vai
descobrindo sua própria realidade psí!uica, podendo estabelecer*se aí uma rela(ão da
crian(a com a realidade" Essa nova capacidade de se preocupar com os objetos ajuda a
crian(a a aprender aos poucos a controlar seus impulsos"
# dor do luto e$perimentada na posi(ão depressiva e essas tend%ncias reparadoras
desenvolvidas para reparar os objetos amados são 3 base da sublima(ão e da
criatividade" esenvolvem*se a capacidade de fazer lia(ões e de abstrair"
# posi(ão depressiva nunca é elaborada totalmente, sempre estão presentes as an'stias
relacionadas 3 culpa e ambival%ncia e situa(ão de perda !ue despertam novamente
e$peri%ncias depressivas" 0s objetos e$ternos bons na vida adulta sempre simbolizam o
objeto bom prim&rio e, portanto, !ual!uer perda na vida pode voltar a an'stia de perder
o objeto bom e as an'stias !ue foram e$perienciadas no início" # crian(a !ue foi capaz
de estabelecer na posi(ão depressiva um bom objeto interno e seuro poder& lidar com
as situa(ões de an'stia de modo !ue não a leve 3 doen(a e sim a uma elabora(ão
frutífera e maior criatividade" & na posi(ão depressiva !ue não foi suficientemente
elaborada, toda essa parte do desenvolvimento é muito menos favor&vel, a rela(ão com
a realidade fica de certo modo fraca e h& um terror inacab&vel, podendo alumas vezes
ser uma amea(a de reressão 3 psicose"
Ninnicott 49:;?5, escolheu a palavra depressão para indicar uma forma de humor ou
estado mental" essa forma, surem alumas contradi(ões na e$pressão usada, pois amesma pode ter um sentido de desordem e um sentido de alo saud&vel" Por esse
motivo, Ninnicott 49:;?5 critica a e$pressão @posi(ão depressivaA empreada por
/elanie Llein" 0 autor usa a palavra concernimento, o !ue sinifica um
compadecimento pelo outro, uma compai$ão do outro, seria um indivíduo !ue conseue
ver o outro como uma pessoa diferente dele, com suas próprias vontades, defeitos e
sentimentos"
Podemos diferenciar aluns tipos de depressão na obra de Ninnicott- a!uela entendida
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como uma capacidade do indivíduo, !ue faz parte do desenvolvimento normal da
pessoa, capacidade de se preocupar1 a depressão como uma desordem afetiva, acontece
devido 3 interrup(ão do desenvolvimento devido a uma falha do ambiente precoce1 e,
por 'ltimo, podem aparecer defesas para evitar a dor decorrente da depressão, como por
e$emplo, a mania, hipomania e psicose"
0 autor coloca na depressão saud&vel a capacidade de sentir*se deprimido, como um
bom sinal, pois a pessoa tem consci%ncia de uma perda ou uma culpa, a !ual leva o
indivíduo a aceitar suas responsabilidade e o motiva a air e colaborar" Essa pessoa
atine uma capacidade de preocupa(ão, ou seja, ela se pré*ocupa do outro, procura não
machucar o outro, percebe !ue e$istem outros no mundo" 2ão pessoas !ue se sentem
tristes e, através desse sentimento, se motivam a air de forma positiva em dire(ão 3
mudan(a- elas entram em contato com seus limites"
7a posi(ão depressiva, a pessoa sente solidão, tédio, vazio, raiva consciente, é
verbaliz&vel e nome&vel" 7esse momento !ue se tem consci%ncia, e$iste a possibilidade
de refletir sobre o assunto e entrar em contato com os defeitos" Essa pessoa se permite
sentir culpa e luto"
Ninnicott 49:;?5 diz !ue o conceito de depressão é muito pró$imo ao conceito de vior
eóico, auto*afirma(ão e descoberta de uma identidade pessoal, por isso é muito
discutível a idéia de !ue a depressão possui valor" 2eundo o autor, uma importante e
saud&vel depressão é parte do processo !ue o beb% atravessa no momento em !ue pode
perceber a mãe como diferente dele mesmo, ou seja, ele percebe !ue é um ser separado
de sua mãe na medida em !ue tem vontades e necessidades e precisa esperar talvez um
pe!ueno tempo para !ue seja satisfeito seu desejo, caracterizando o não*eu" Essa tristeza
se constitui na elabora(ão psicolóica do sentimento de perda !ue ocorre no final desse período" W !uando o beb% passa por uma desilusão e percebe !ue não é o centro do
universo"
Por fim, Ninnicott 49:;?5 previne !uanto 3 tend%ncia de !uerer @curarA esse estado
depressivo, e diz !ue na verdade é preciso o tempo necess&rio de cada um para !ue esse
est&io seja superado, e o melhor !ue temos a fazer é tolerar, esperar e aceitar, sem !ue
haja ur%ncia na cura"
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A Psicoter!i Bre"e
RoaVisUi , 4apud Yoshida, 9::H5 coloca diferentes modalidades de interven(ões
breves- o atendimento de emer%ncia, a interven(ão na crise e as psicoterapias de curta
dura(ão ou psicoterapias breves" Esse conceito de interven(ão na crise foi iniciado por
Llein e Tindeman 49:95 e )aplan 49:G5 e depois foi desenvolvido por acobson e
colaboradores 49:?5, 2ifneos 49:DC5, dentre outros"
2ifneos aperfei(oou a no(ão de crise proposta por )aplan tornando*a operacionaliz&vel,
como podemos ver na Escala ianóstica #daptativa 0peracionalizada 4E#05,
proposta por RMad 2imon , onde são pes!uisados aluns setores da vida da pessoa"
0s autores, como /alan 49:F5, /armor 49:D:5, Braier 49:?G5, 2ifneos 49:?G5,
Jilliéron 49:?F5, !ue se preocuparam com as oriens da Psicoterapia psicodinâmica
breve, referem*se a .reud como um de seus precursores, pois, os primeiros casos
atendidos por .reud variaram de uma sessão até onze meses" Essas interven(ões podem
ser consideradas breves hoje em dia" Eram tratamentos com fins específicos de ambas as
partes e a interrup(ão se dava !uando se alcan(ava este fim"
Z medida !ue .reud foi mudando sua técnica de trabalho, partindo da hipnose até
chear 3 associa(ão livre, os processos ficaram cada vez mais lonos" .reud enfrentou
muitos ata!ues e dissid%ncias, principalmente de 2andor .erenczi e 0tto RanU e, depois
deles, outros vieram a contest&*lo, resultando no movimento !ue deu oriem 3s
psicoterapias breves psicodinâmicas"
)hamou muito a aten(ão de .erenczi 49:C5 a pr&tica de estipular previamente uma data
para o fim da an&lise, para poder aceler&*la" .oi 0tto RanU 49:GD5 !ue deu essa suestãoe acreditaram nessa técnica baseando*se em poucos casos de sucesso" Essa proposta dos
dois autores foi rejeitada por .reud e só foi retomada aluns anos depois por .ranz
#le$ander e homas /" .rench 49:G 5"
/uitos estudos foram desenvolvidos entre 9:F? e 9:G;" Procuraram por 3 prova v&rios
pressupostos !ue até então eram in!uestion&veis como a profundidade da terapia,
dura(ão, fre!6%ncia de sessões, o pressuposto de !ue o prolonamento da an&lise se justificava para superar a resist%ncia e a idéia de !ue um n'mero menor de sessões
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implica em resultados superficiais e tempor&rios" /as como #le$ander e .rench 49:G5
inicialmente insistiram !ue praticavam a psican&lise, isso dificultou a aceita(ão de suas
propostas e retardou o surimento das psicoterapias psicodinâmicas breves"
# partir dos anos ;H, o movimento das psicoterapias psicodinâmicas breves come(ou a
tomar corpo" ois rupos se destacaram neste momento, um na )línica avistocU
4Tondres5, diriido primeiro por /ichael Balint e depois por avid /alan, e outro no
>ospital Jeral de /assachusetts 4Boston5, diriido por Peter E" 2ifneos"
)om o objetivo de reencontrar o método oriinal de .reud, a )línica avistocU criou
uma técnica de psicoterapia !ue incluía an&lise de resist%ncia, interpreta(ão
transferencial, reconstru(ão enética, interpreta(ão de sonhos e fantasias" epois
haveria uma avalia(ão composta de entrevista, testes, e assim seria estabelecida uma
hipótese psicodinâmica de base" Esta hipótese identificaria o conflito prim&rio da pessoa
e, através disso, seria estabelecido um planejamento com objetivo limitado- esse
objetivo limitado seria o foco" Balint 49:D5 deu o nome de Psicoterapia .ocal para essa
técnica"
Em /assachusetts 49:;5, 2ifneos se deparou com pacientes !ue se !uei$avam de
nervosismo e fobias e, apesar do encaminhamento para psicoterapia lona, teve uma
resolu(ão de um caso em dois meses" Esse acontecimento levou*o a fazer interven(ões
breves em mais ;H pacientes" essa forma, nasceu a Psicoterapia Breve Provocadora de
#nsiedade, indicada em casos neuróticos e onde a problem&tica edipiana est& em
primeiro plano" 7essa técnica, a tarefa do avaliador consiste em formular !uestões !ue
provo!uem ansiedade no paciente e !ue estimulem esse paciente a pensar em &reas de
conflito emocional !ue ele evitaria de outra forma"
ames /ann , em 9:G, desenvolveu uma técnica chamada Psicoterapia de empo
Timitado, para responder 3s in'meras filas formadas para atendimento na .aculdade de
/edicina de Boston" Ele contava com um n'mero padronizado de sessões para poder
comparar diversos tipos de processos e para !ue houvesse uma maior aceita(ão por
parte do paciente, tendo assim, uma no(ão clara de come(o, meio e fim do processo"
Para /ann, o foco consiste num tema central, !ue é definido junto com o paciente e
estipulado durante a avalia(ão" #ssume um papel emp&tico durante todo o tratamento"
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>abib avanloo , também no início da década de H, desenvolveu uma técnica chamada
Psicoterapia inâmica Breve" Essa técnica incluía pacientes com focos edípicos, v&rios
focos ou focos @ausentesA" #ssumia uma posi(ão mais confrontativa diante de seus
pacientes" Esses processos variavam de ; a GH sessões, não sendo determinada uma data
fi$a para término, embora o paciente estivesse ciente de !ue seria um processo breve"
Edmond Jilléron 49:?5 também introduziu uma técnica breve chamada Psicoterapia
Breve de =nspira(ão Psicanalítica" Ele procura manter seu processo bem pró$imo da
Psican&lise" 2eus processos variavam entre tr%s meses e um ano, com uma data fi$a para
o término dos encontros"
/aurício Lnobel, em 9:?, estabeleceu diferen(as b&sicas entre processos terap%uticos
breves e psican&lise" 0 manejo e as estratéias eram diferentes, a estimula(ão da
reressão, processo de elabora(ão e a muta(ão de objetos internos" # Psicoterapia tinha
a característica de não ser reressiva e ser de tempo e objetivos limitados" 0 numero de
sessões e o tempo de dura(ão era determinado pelo terapeuta após sua e$peri%ncia"
RMad 2imon, !uando era coordenador do 2etor de 2a'de /ental do 2ervi(o de 2a'de
dos alunos da Escola Paulista de /edicina, entre 9:DH e 9:?;, recomendava o uso da
Psicoterapia Breve para proramas preventivos e aplicadas nas situa(ões de crise"
Posteriormente, 2imon desenvolveu uma técnica de Psicoterapia Breve 49:?9O9::H5,
aplic&vel a proramas de preven(ão de sa'de mental"
2ua técnica consistia numa triaem para separar os casos mais urentes dos menos
urentes e numa entrevista" # partir dessa entrevista era feito um dianóstico da efic&cia
a adapta(ão desse paciente, utilizando*se a Escala ianóstica #daptativa0peracionalizada 4E#05" Essa escala possui !uatro setores de personalidade-
Produtividade 4PR5, #fetivo*relacional 4#*R5, 2ócio*cultural 42*)5 e 0rânico 40R5,
!ue permitem uma avalia(ão eral da !ualidade de adapta(ão do paciente"
Podemos dividir o surimento da Psicoterapia Breve em tr%s est&ios- primeiro, o
est&io psicanalítico, em !ue houve tentativas de modifica(ão da técnica sem modificar
os objetivos" #s tentativas foram de .reud, .erenczi e RanU1 em seundo, o est&iointermedi&rio, onde #le$ander e .rench criaram condi(ões para !ue fossem definidas
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diferen(as entre a psican&lise e a psicoterapia breve e, por 'ltimo, o est&io
psicodinâmico breve, !ue pode ser identificado a partir dos anos ;H e tem como
característica os objetivos e estratéias de trabalho bem definidas" #s propostas
apresentadas neste est&io são de "/alan, P" 2ifneos, "/ann, >"avanloo,
E"Jilliéron, /"Lnobel e R"2imon"
[ma pes!uisa realizada por 2trupp e cols" 49:?C5, feita especificamente para avaliar as
contribui(ões da Psicoterapia inâmica Breve no tratamento da epressão, concluiu
!ue embora houvesse relatos de melhora nos sintomas da epressão, não podem fazer
nenhuma afirma(ão definitiva a respeito da 'nica efic&cia dessa abordaem no
tratamento da epressão" Porém, levando em conta a discussão da Psicoterapia Breve
em termos de critérios de indica(ão e contra*indica(ão desta, os autores pes!uisados,
2ifneos, /alan, TuborsUM , /ann, 2trupp, não colocam a epressão como sendo
contra*indicada para a técnica"
avanloo, em sua técnica tradicional, e$cluía a epressão, porém, mais tarde,
modificou sua técnica e passou a incluí*la" Llerman tem uma técnica especial para a
epressão, pois ele se baseia na idéia de !ue a epressão est& conectada com problemas
nas rela(ões sociais"
.oi testada também, por ElUin e cols" 49:?;5, a terapia interpessoal 4P=P5, a !ual tem
oriem no modelo Psicodinâmico, mas seu foco é mais interpessoal do !ue
intrapsí!uico" iante do levantamento teórico realizado, onde passamos por defini(ões
médicas e psicolóicas sobre o tema depressão e psicoterapia breve e diante das
dificuldades j& mencionadas !ue encontramos a cada dia, no desenvolvimento da
sociedade e cobran(as incessantes, os objetivos deste trabalho são-* mostrar o !uanto a Psicoterapia Breve tem para nos acrescentar no tratamento
de pacientes depressivos, mesmo !ue se trate de pacientes acompanhados por
medicamentos e !ue se encontrem numa depressão maior"
* mostrar o !uanto é importante para o paciente sentir uma forte alian(a
terap%utica, principalmente um paciente com depressão e, o !uanto essa alian(a,
especialmente por se tratar de uma técnica breve, é essencial e fatal para reeruer uma
pessoa !ue passe por uma depressão severa"
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M#todo
Para a realiza(ão do trabalho e satisfa(ão dos objetivos apresentados foi utilizado um
sujeito do se$o feminino, com apro$imadamente ;? anos de idade, solteira, aposentada
e com rau superior de escolaridade" Posteriormente chamaremos essa pessoa de
paciente Y"
# paciente trou$e como !uei$a sentir*se em depressão , apresentando*se abatida,
dizendo !ue chora muito e tem dores no estKmao" # paciente fala também de uma
car%ncia !ue sente por parte da mãe e problemas com a irmã"
#pós as entrevistas iniciais foi identificado como n'cleo do conflito o
sentimento de abandono, a partir daí, foi estabelecido como foco de trabalho o
fortalecimento de sua auto*estima, bem como valoriza(ão de suas !ualidades,
capacidades, sonhos e anseios" 0 objetivo do trabalho foi lev&*la a se perceber como
uma pessoa 'nica !ue tem suas próprias vontades e opiniões, independente dos outros1
lev&*la a dar mais valor a sua vida, e as coisas !ue possui"
iante dos recursos da paciente, tornou*se como refer%ncia para o centro das
interven(ões a!uelas suportivas e de apoio, encorajamento 3 elabora(ão e valida(ão
emp&tica"
0 atendimento se deu no =nstituto Paulista de Psicoloia, Estudos 2ociais e Pes!uisa
4=PPE2P5, por uma Psicóloa formada e cursando especializa(ão em Psicoterapia Breve"
#tendimento realizado no final de CHHF e início de CHHG"
# an&lise foi feita através de relatórios transcritos pela Psicóloa respons&vel
pelo caso" Esses relatórios foram feitos a cada sessão realizada, contendo sempre os principais assuntos tratados durante a!uela sessão, bem como interven(ões da
terapeuta"
0 atendimento durou apro$imadamente sete meses, totalizando CC sessões, entre festas
e feriados" .oi feita uma entrevista de folloV*up, após seis meses do término dos
atendimentos, onde a paciente recebeu alta definitiva"
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.oi feito um estudo detalhado de cada sessão, bem como de toda teoria
pes!uisada, para !ue, no pró$imo momento do trabalho, seja feita a interlia(ão entre
pr&tica e teoria, apresenta(ão de resultados e discussão desses"
Resu$tdos e Discussão
# paciente Y chea 3 clínica com !uei$a de epressão, sente*se sem ânimo para
fazer as coisas, abatida, chora muito, tem pesadelos e dores no estKmao, sente*se
estressada e confusa" )omenta sobre uma car%ncia afetiva por parte da mãe, tem poucos
amios e !uase não se comunica com parentes"
e acordo com a !uei$a de Y, podemos perceber diversos sintomas de
depressão" )omo disse Juariente 4CHHC5, o sono perturbado e altera(ões no apetite,
dores, etc, fazem parte dos sintomas orânicos da depressão" # )lassifica(ão de
ranstornos /entais de )omportamento da )=*9H também confirma esses sintomas-
sono perturbado, visões pessimistas do futuro, concentra(ão e aten(ão reduzidas, ou
seja, Y, comenta !ue se sente muito confusa e também com altera(ão no apetite"
0utro aspecto bastante presente na vida de Y, é o fato de apresentar*se distraída,
diz !ue no carro ela fica olhando para tudo menos para frente, por e$emplo" Juariente
4CHHC5 também fala !ue um dos sintomas da depressão é a falta de concentra(ão"
Juariente 4CHHC5 fala sobre a redu(ão da motiva(ão, e isso fica bem claro !uando Y,
comenta !ue não tem ânimo para fazer nada, e !ue se sente abatida, chorando muito"
>olmes 49::D5 faz a lia(ão entre depressão e fatores estressantes da vida, ou seja, diz
!ue o estresse pode vir a causar a depressão em determinados casos" 8emos !ue a
paciente Y tinha uma irmã com câncer e cuidava dela desde o início da doen(a" Wmencionado também o fato de !ue Y, cuida de sua mãe e sente*se estressada por isso"
Esse fator confere com o !ue >olmes diz, pois, um dos fatores estressantes !ue o autor
cita como possível causador da depressão é a doen(a" 7este caso, a doen(a de um
parente muito pró$imo !ue, de uma forma ou de outra, atiniu diretamente sua vida,
pois era Y, !ue cuidava da irmã, pode ser um fator importante para o desenvolvimento
da depressão em sua vida"
2eundo a terapeuta, a paciente manifesta uma vontade de voltar a ser ativa, deter prazer e satisfa(ão em fazer as coisas" Podemos associar com elouMa 4CHH95,
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!uando fala !ue a depressão pode não ser tratada como uma doen(a, mas uma
impossibilidade, por mais !ue seja passaeira, de e$ercer coisas fundamentais para a
viv%ncia do ser humano" 7este caso, Y, sente*se impossibilitada de e$ercer coisas !ue
e$ercia no passado e sente vontade de voltar a realizar essas coisas"
7um outro momento, a paciente relata uma car%ncia afetiva por parte de sua
mãe" iz !ue ela é muito autorit&ria, não d& carinho, etc""" Por ser uma família oriental,
j& e$iste uma !uestão de frieza muito rande por parte dos pais e ela sente muito essa
falta" Jabbard 49::?5 diz !ue depressão é a consci%ncia do eo de ser incapaz realmente
ou imainariamente de cumprir com um ideal"
+uando pensamos em @incapacidadeA do eo, pensamos !ue em sua forma(ão,
alo poder ter ficado para tr&s" # paciente fala muito da falta de carinho de seus pais,
coisa !ue é muito importante para forma(ão da crian(a, adolescente, etc""" Essa
forma(ão @prejudicadaA pode ter influenciado para !ue Y, em alum momento da sua
vida, sofresse de depressão"
# paciente diz !ue sentiu muita culpa, em rela(ão a seu pai, j& !ue acredita !ue poderia
ter feito mais por ele" iz também !ue se sente culpada por não ter proteido sua irmã
do abuso !ue sofreu" .reud faz uma compara(ão da melancolia com o luto, dizendo !ue
nas ocasiões de doen(a ou morte dos pais h& uma manifesta(ão de um luto por
recriminar a si mesmo pela morte dos pais" =sso aconteceu na vida de Y"
Jabbard 49::?5 fala !ue o paciente depressivo resiste a implica(ões interpessoais e
prefere assumir a culpa de tudo e continuar caindo no desânimo e autopuni(ão" =sso
acontece claramente com a paciente em !uestão, pois assume a culpa por !uestão !ue
não são e$clusivamente dela e se pune fisicamente, através de dores e doen(as"
2eundo .reud, na melancolia, o objeto de amor não precisa ter morrido, mas poder ter
sido perdido simplesmente" +uando Y, fala do pai, diz !ue, apesar de sua frieza, ela
sentia amor ele" & com sua mãe é diferente" 7esse caso, ela perdeu a parte !ue sentia
mais amor, carinho e aten(ão" .icou com a parte !ue lhe faz sentir culpa ressentimento"
# paciente sempre faz coment&rios do tipo- não sou capaz, sou muito velha e o tempo j&
passou " .ala !ue não se casar& mais, por!ue é muito velha" 7este momento, a terapeuta!uestiona Y, sobre o !ue a faz pensar assim e !ue essa op(ão depende dela mesma" #
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terapeuta se volta para o foco de fortalecer o eo dessa paciente e mostrar !ue ela pode
e tem capacidade, mas precisa !uerer"
)om o decorrer das sessões, a paciente passou a se apresentar mais falante e confiante1
no entanto, continua procurando cuidar dos outros como forma de ser aceita e não
rejeitada por essas pessoas"
# paciente demonstrava, como j& mencionamos, uma preocupa(ão e$cessiva com outras
pessoas, principalmente com sua irmã !ue estava doente" Ela verbalizava alumas vezes
!ue tinha medo de perder o outro- isso a assusta muito" Jabbard 49::?5 fala !ue pessoas
com depressão não vivem para si próprias, mas para outra pessoa ou outra coisa" 2eria o
!ue ele chama de @o outro dominanteA" Y, demonstrava claramente isso, !uando dizia
!ue vivia para cuidar de sua irmã e se preocupar com as outras pessoas"
& na fase final do processo, a paciente come(ou a se mostrar mais confiante, e$pondo
melhor seus sentimentos, não só diante da terapeuta, mas também diante das outras
pessoas" )ome(ou a falar mais sobre o !ue sentia e e$por sua raiva em determinadas
situa(ões"
#través da técnica focal de interven(ão, onde a terapeuta pKde detectar o ponto chave
de sua an'stia, trabalhando em cima disso com dedica(ão, fortalecendo sua auto*
estima e sua posi(ão diante das pessoas, a paciente teve a chance de perceber o !uanto
ela é importante e o !uanto deve ser valorizada por ela mesma e pelas outras pessoas"
)ome(ou a procurar coisas !ue davam prazer para ela e a se dedicar a coisas !ue ela j&
fazia muito bem"
Y, come(ou a falar mais sobre as coisas !ue a maoavam, tanto com a mãe como com airmã" =sso foi muito positivo em sua vida, pois come(ou a perceber !ue podia
perfeitamente manifestar sua insatisfa(ão por alo, !ue as pessoas não dei$ariam de
am&*la por isso" Essa consci%ncia foi desenvolvida através da psicoterapia, onde ela
mesma come(ou a perceber suas potencialidades"
# paciente e$pKs diversas vezes o prazer !ue sentia em comparecer 3s sessões e o
!uanto isso a estava ajudando nessa caminhada" Passou a ficar mais atenta 3s coisas, pensar nas coisas !ue osta e se sentir feliz"
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#o final das sessões, pKde*se perceber uma mudan(a nas atitudes e pensamentos da
paciente" /omentos em !ue ela se sentia triste por compadecer*se do outro, colocar*se
no luar do outro e, assim, passar a perceber !ue o outro é diferente dela e se preocupar
com vida da outra pessoa" udo isso motivou Y, a air de forma positiva em dire(ão 3
mudan(a, ao crescimento, podendo entrar em contato com seus próprios limites"
Podemos chamar, seundo Ninnicott 49:;?5, de posi(ão depressiva, esse fator acima
mencionado, onde a pessoa sente solidão, tédio, vazio, raiva consciente, e tem a
possibilidade de refletir sobre o assunto e entrar em contato com seus defeitos,
permitindo*se sentir culpa e luto" Essa atitude pode ser reconhecida nas 'ltimas sessões
com Y"
# paciente come(ou a ser capaz de verbalizar até a raiva !ue sentia por alo !ue sua
mãe fez ou mesmo a irmã" Esse é um fator muito positivo para o desenvolvimento do
processo, pois demonstra sua capacidade de aceita(ão de seus próprios sentimentos e
rea(ões"
Conc$usão
Posso concluir !ue esse trabalho, de aluma forma precisava ter um fim, porém, pode
ser apenas um ponto de início para trabalhos ainda maiores"
#credito !ue pude apresentar as diferentes visões de depressão de acordo com aluns
autores e de acordo com aluns campos 4medicina e psicoloia5" Baseada nessa teoria etomando como ponto de partida um caso atendido com sintomas de depressão, pude
perceber o !uanto e$iste da teoria na pr&tica" Realmente, não devemos, a!ui, encai$ar a
teoria na vida do paciente, mas se soubermos fazer isso de maneira inteliente,
percebemos !ue muito do !ue lemos pode ser reconhecido no consultório, ou onde !uer
!ue estejamos desenvolvendo nossa profissão"
/inha inten(ão, no início do trabalho, era falar sobre as contribui(ões na Psicoterapia
Breve no campo da depressão" Pude perceber, com o decorrer das sessões !ue, aPsicoterapia Breve tem muito a acrescentar no tratamento de pacientes depressivos, pois
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ela nos fornece um acolhimento chave para o fortalecimento da vida emocional do
paciente"
Em seuida, refleti sobre a importância para o paciente em sentir uma forte alian(a
terap%utica" =sso acontece com fre!6%ncia no e$ercício da técnica breve, por conta do
acolhimento e focaliza(ão dos assuntos centrais da vida do paciente" W através dessa
forte alian(a !ue o paciente sente*se seuro para desenvolver mais suas !uestões e
confiar no terapeuta"
+uando se trata de depressão, essa !uestão torna*se muito importante, pois trataremos
uma pessoa !ue j& se encontra com auto*estima rebai$ada, sem confian(a em si própria
e sem confian(a nos outros também"
Por fim, posso concluir !ue ao desenvolver esse trabalho, pude confirmar hipóteses
acerca da importância da Psicoterapia Breve no tratamento de pacientes depressivos,
porém, percebo !ue, como j& mencionado, temos ainda muito a pes!uisar sobre esse
tema e muitas conclusões ainda temos !ue construir !uando falamos de depressão-
assunto tão pol%mico e presente na vida de cada um de nós, seja por reconhecermos em
nós mesmos ou em pessoas pró$imas a nós"
Re&er'ncis Bi($io%r)&ics
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Publicado por- Eliane Predomo
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