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Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012
“BANDA SANTA CECÍLIA” DOSSIÊ DE REGISTRO
DEZEMBRO|2009
Prefeitura Municipal de Rio Pomba
Administração 2009/2012
Prefeito Municipal
EXMO. SR. FERNANDO ANTÔNIO DUTRA MACEDO Vice-Prefeito
Exmo. Sr. Dalmo Maurício Furtado Secretária Municipal de Educação
Ilma. Sra. Viviane Gomes Vieira
Sede da Administração Municipal Av. Raul Soares, 15
Rio Pomba MG
CEP: 36.180-000
Tel. Fax. (32) 3571-1544
E-mail: mhrp@rdfnet.com
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“Estava à toa na vida e o meu amor me chamou
pra ver a banda passar cantando coisas de amor
A minha gente sofrida despediu-se da dor
pra ver a banda passar cantando coisas de amor”.
Chico Buarque de Holanda
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1. APRESENTAÇÃO
A preocupação com a proteção e a preservação dos bens culturais, sejam eles
municipais, estaduais ou nacionais, tem sido tema constante de discussões não só no âmbito
das administrações públicas, mas também entre os integrantes das comunidades.
A proteção aos bens culturais nacionais realmente ganhou corpo em 1937, quando foi
aprovado o Decreto-Lei nº 25. Complementando esse Decreto, importantes Leis foram sendo
promulgadas objetivando ampliar a gama de bens protegidos no país e implementando
punições para aqueles que destroem, parcial ou totalmente, o patrimônio brasileiro. Uma das
maiores conquistas na área veio no ano de 2000, quando entrou em vigor o Decreto nº 3.551de
04 de agosto, instituindo o Registro dos Bens Culturais de Natureza Imaterial.
Dentre os instrumentos legais de proteção, o tombamento, cuja competência é atribuída
ao poder executivo pelo Decreto-lei nº 25/37, é um dos mais eficazes instrumentos para a
preservação do patrimônio existente em determinado local porque, através dele,
“é concedido ao bem cultural um atributo para que nele se garanta a continuidade da memória. É o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando-se em conta sua função social. O tombamento não retira a propriedade do imóvel e nem implica em seu congelamento, permitindo transações comerciais e eventuais modificações, previamente autorizadas e acompanhadas, além de auxílio técnico do órgão competente”.1
No Estado de Minas Gerais, incentivados pelo repasse de ICMS aos municípios através
do programa ICMS Cultural2, programa esse implementado e desenvolvido pelo Instituto
Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – IEPHA – através da sua Diretoria de Promoção, o
interesse e a preocupação de governos municipais e comunidade tem garantido a preservação
de um número incontável de bens culturais.
O presente Dossiê de Registro representa uma das partes mais importantes que
compõem o conjunto de ações previstas no programa de ICMS Cultural. Espera-se que,
cumprindo a sua função primordial que é a de oferecer informações acerca da história, das
características do bem cultural e do local onde o mesmo está inserido e de diretrizes que darão
bases para possíveis intervenções, ele seja um importante elemento na preservação da história
e da cultura riopombense.
1 BRASIL. Decreto-Lei 25/37. Brasília: s/ed., 1937. 2 ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS. Lei no. 18.030/2009
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Considera-se como “patrimônio imaterial” o conceito trazido pela Convenção para a
salvaguarda do patrimônio imaterial da UNESCO3:
(...) as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana (...).
Baseados nessas premissas adotou-se, como sub-categorias dos bens imateriais, as
referências dadas pelo Decreto no. 3.551/00 em seu artigo 1o.:
I - Saberes: conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; II - Celebrações: rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; III – Formas de expressão: manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; IV – Lugares: mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas.4
3 CURY, Isabelle. Cartas Patrimoniais. 3ª. Ed. ver. aum. Rio de Janeiro: IPHAN: 2004.p. 373. 4 IPHAN. Coletânea de Leis sobre preservação do Patrimônio. Rio de Janeiro: IPHAN, 2006. p. 129
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2. INTRODUÇÃO
Os bens imateriais cumprem a inestimável função “como fator de
aproximação, intercâmbio e entendimento entre os seres humanos”5
O presente dossiê diz respeito à “Banda Santa Cecília”, bem imaterial da categoria das
Manifestações, e traz informações que, além de justificar a importância do mesmo para a
preservação das tradições musicais não só da região específica onde a mesma atua –
município de Rio Pomba – como também da região. Este dossiê servirá como base para a
decisão do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba em relação ao seu
registro municipal, tendo como base as diretrizes da Lei nº. 1.318 de 11 de dezembro de 2009.
A história da “Banda Santa Cecília”, se considerada como tradição na cidade, tem início
ainda no período Imperial, onde diversas atividades artístico-literárias tiveram palco em Rio
Pomba, estando em primeiro plano a música, seguida do teatro, do canto e dos clubes de
leitura. O pioneirismo do município na arte musical na região se confirma com o registro de uma
banda de música no momento da instalação da vila, em 25 de agosto de 1832.
A atuação da Banda Santa Cecília, que possui sede própria localizada à rua José Tostes
de Alvarenga, no. 35, não se restringe ao território do município, tendo sido nos últimos anos
não só um instrumento de entretenimento e diversão para a comunidade riopombense e da
região, mas também uma escola de música, principalmente para crianças e adolescentes.
Nesse contexto, destaca-se a atuação do próprio Conselho de Patrimônio que, no intuito
de abarcar o maior número possível de bens culturais a serem protegidos no município (tendo,
inclusive, o Inventário como base) e que são parte integrante da cultura da comunidade
riopombense, pretende efetivar a implementação de mais esse instrumento de preservação no
âmbito da Legislação municipal, que é o registro dos bens imateriais.
Uma das questões presentes nas discussões dos membros do Conselho de Patrimônio
e no Setor de Patrimônio foi exatamente qual bem imaterial mereceria atenção de imediato.
Sendo um assunto inteiramente novo no âmbito da preservação no município, não foi elaborado
um relatório propriamente dito para se avaliar o registro, mas procurou-se levar em
consideração alguns parâmetros para a definição do mesmo, tais como o histórico desse bem e
o seu envolvimento com o próprio histórico do município, a identificação da comunidade com o
bem (representatividade) e a possibilidade do seu desaparecimento. A Banda Santa Cecília foi
5 Idem, p. 373.
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o bem cultural escolhido porque, além de pertencer ao cotidiano da população riopombense,
está intimamente ligada à história da Praça Dr. Último de Carvalho, bem cultural imóvel
cogitado, paralelamente, para proteção através do tombamento (o coreto da Praça é o local
mais tradicional da cidade onde a Banda se apresenta para o público). Conforme mostra o
Documentário “Uma Banda em nossas vidas”6 (em anexo), o significado do que representa a
Banda para Rio Pomba não pode ser desvinculado do que representa o coreto, e vice-versa:
um não pode acontecer sem o outro.
Portanto, a motivação para a indicação da proteção da “Banda Santa Cecília” vem de
encontro a um anseio antigo da comunidade, representada pelo Conselho de Patrimônio, que é
o de perpetuar um de seus bens mais significativos, visto que
Reconhecendo que os processos de globalização e de transformação social, ao mesmo tempo em que criam condições propícias para um diálogo renovado entre as comunidades, geram também, da mesma forma que o fenômeno da intolerância, graves riscos de deterioração, desaparecimento e destruição do patrimônio cultural imaterial, devido em particular à falta de meios para sua salvaguarda.7
Para a elaboração do presente dossiê, primeiramente foi feito um levantamento sobre a
importância desse bem cultural para a comunidade riopombense, como dito, seguida de uma
pesquisa de campo que envolveu:
- levantamento bibliográfico em acervos da Biblioteca e do Museu municipais, de pessoas da
comunidade e em sites na internet;
- levantamento iconográfico em acervos da Biblioteca e do Museu municipais, de pessoas da
comunidade e em sites na internet;
- realização de entrevistas com pessoas da comunidade que reúnem e organizam informações
acerca da história do bem cultural e do município;
- sistematização das informações recolhidas para a elaboração dos textos e das bases
cartográficas.
6 VIEIRA, Eliane Maria. Uma Banda em nossas vidas”. Rio Pomba, 2008. 7 Idem
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3. SUMÁRIO
1. Apresentação
2. Introdução
3. Sumário
4. Lei Municipal de Preservação
5. Contextualização Histórica/ Sociológica/ Antropológica
5.1. Histórico de Andrelândia
5.2. As Bandas de Música no Brasil
5.3. A Banda Santa Cecília de Rio Pomba
6. Delimitação e Descrição da Área de Ocorrência
6.1. Documentação Cartográfica
6.2. Mancha de Ocorrência
6.3. Análise urbanística/ arquitetônica da área de ocorrência
6.4. Análise urbanística/ arquitetônica da área de ocorrência
6.5. Justificativa da Definição da Mancha
7. Salvaguarda e valorização
7.1. Diagnóstico atual sobre a situação da Banda Santa Cecília
7.2. Diretrizes/ medidas para salvaguarda
7.3. Cronograma
8. Documentação Fotográfica
9. Registro Áudio-visual
10. Referência Documental e Bibliográfica
11. Equipe Técnica
12. Pareceres
13. Ata do Conselho decidindo o tombamento provisório
14. Notificações/ comunicações e recibos
15. Ata do Conselho decidindo o tombamento definitivo
16. Declaração de publicidade das atas
17. Cópia do Decreto de tombamento definitivo
18. Declaração de publicidade do Decreto de Tombamento
19. Cópia da inscrição do bem no Livro de Registro
20. Documentos Anexos
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4. LEI MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO – PROTEÇÃO DO REGISTRO IMATERIAL
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5. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA/ SOCIOLÓGICA/ ANTROPOLÓGICA
5.1. HISTÓRICO DE RIO POMBA – MUNICÍPIO ONDE SURGIU E ONDE CONTINUA ATUANDO A “BANDA SANTA CECÍLIA”
As origens do município de Rio Pomba remontam ao século XVIII, época em que
ocorreu o processo de colonização de parte significativa da Zona da Mata e do leste do território
da Capitania de Minas Gerais. A região, ocupada por índios das tribos Coroados e Coropós, foi
palco de confrontos violentos, atrocidades e mortes.
As expedições lideradas pelo capitão-mor Luís Borges Pinto e o capitão Inácio de
Andrade são exemplos do que se assinalou naqueles anos, ficando conhecidas por corroborar o
caráter de crueldade que permeou a ocupação da região.
A povoação que se formou foi elevada à condição de Freguesia de São Manuel do Pomba no dia 16 de fevereiro de 1718, por provisão de D. João V. O Governador da Capitania, Luís Diogo Lobo da Silva, numa tentativa de conter as ações de grupos desbravadores, determinou a criação de uma missão de fins catequéticos, na segunda metade do século XVIII, liderada pelo padre missionário Manuel de Jesus Maria, a qual contou com a participação do coronel Guido Tomás Marlière, do capitão Constantino José Pinto, além dos capitães e irmãos Farinho.8
O requerimento de Jesus Maria ao Governador Geral, solicitando a sua confirmação
como vigário colado dos Índios Coroados e Coropós, elucida as intenções do Governo da
Capitania a cerca dos domínios daquela área do território mineiro:
“...Dis o Pe Manoel de Jesus Maria, natural da freguezia de Santo Antônio da Caza Branca, do Bispado de Marianna, que intentando o Governador e Capitão geral da Capitânia das Minas Geraes, em observancia das Ordens de V. Mag.de, Christianizar, e Civilizár os Indios bravos, que Se denominão Cropós, e Croátos, dos mattos, e certons do Rio Pomba, e Peixe, não houve Sacerdote algum, que quizése expor a Sua Vida ao perigo grande e, trabalhos que no ditto Exercicio se Experimentarão; e Sendo o Supp. te creado vigario da ditta paragem, ali se achava vivendo entre aquelles barbaros, pello zello da fé e Serviso de V. Mag. de Cathequizando-os baptizando-os, e Civilizando-os; e para o Supp. te Continuar, Sem o Onus de Provizões annuaes, e despezas, necessita, que V.Mag. de lhe faça mercê de o Confirmar Vigario Collado
8 CARVALHO, 1998. P.470.
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dos ditos Indíos Cropós, e Croátos, e de todos os moradores, que para a dita freguezia, e Certons forem entrando...” (grifo nosso)9
A atestação passada pelo conêgo da Catedral de Mariana referente ao pároco Jesus
Maria, em 8 de fevereiro de 1778, traduz as dificuldades e o cenário muitas vezes hostil
daqueles sertões nos anos 70 do século XVIII:
“O Doutor Ignacio Correa de Sá, Conego Doutoral na Cathedral de Marianna, Comissario do Santo Officio e da Bula da Santa Cruzada Prothonatório Apostólico de Sua Santidade Examinador Synodál, e Juis das justeficações de genere, Vigario Capitulár deste Bispado, pello Illustrissimo e Revendissimo Cabbido Sede Vacante etc Atesto, que havendo de Se Creár huma nova freguezia nos Certoens do Ryo da Pomba, e Peixe para reduzir ao grémio da Igreja Os indios brabos daquelles Certoens, à Satisfação do Illustrissimo, e Excelentissimo Senhor General desta Capppitania foi promovido pelo Illustrissimo Cabido o Padre Manoel de Jesus Maria, Presbitero do habito de São Pedro natural da freguezia de Santo Antonio da Caza Branca, deste Bispado, e filho natural de João Antunes, homem branco, e de Maria , nacional de Angola, na ocupação de primeiro Vigario Encomendado, para hir Crear aquella nova freguezia, Com a invocação do Martir de S. Manoel; por ser o dito Padre de Exemplár vida, e Costumes, se sugeitou Côm prompta vontade, a reução daquelles Indios, e Com effeito hido para aquelles dictos Cerons, me Consta Certamente, que todo Se applica, Com incansavel zello, fervor e paternal Amôr, girando A pé por mattos incultos, para hir a várias Aldeas dos ditos Indios, e dormindo muitas vezes, Esposto Ao tempo, por a sim o pedir a ocazião, passando necessidades, pela Esterilidáde do Lugar, tudo Sofre Com bom A mim o ditto Padre, arriscando Sem receyo a Sua Vida, á discrição das Féras e dos mesmos Indios bravos por Serviço de Deos, e de sua Magestadade Fidelissima, e tão bem Se acha O referido Padre dispençado na irregularidáde ex defectu natalium, para Ter, e obter Beneficio de Cura de almas; e por me Ser pedido A presente Amandei passár, por mim aSignado, e Sellado Com o Sello das Armas da Meza Capitular aos Vinte, outto de Fevereiro de mil settecentos sessenta, e outto – Ignacio Correa de Saá.”10
Manuel de Jesus Maria, na condição de vigário encomendado, passou a ser o
responsável pela paróquia a ser instalada na nova freguesia, que integrava o município de
Mariana.
A posse dessa freguesia ocorreu em 25 de dezembro de 1767. Posteriormente, foi
declarada colativa no dia 15 de junho de 1771, segundo resolução régia e consulta da Mesa de
Consciência e Ordens.11
A promoção do padre Manuel de Jesus Manuel Maria como vigário colado da Freguesia
de São Manuel dos Sertões do Rio Pomba e Peixe dos Índios Coroados e Coropós ocorreu em
9 SOBRE...1897. p.354 10 Idem, p.362-364). 11 INSTITUTO...1990.
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1771. Nesse período, o povoado já possuía uma escola de primeiras letras e de doutrina, sob a
orientação da autoridade eclesiástica.12
A localidade situada às margens do Rio Pomba, cuja denominção é atribuída as tribos
indígenas daquelas paragens que utilizavam penas de pombas como enfeites, está entre as
primeiras criadas na Zona da Mata.13
A freguesia alcançou a categoria de vila somente no século XIX, de acordo com a Lei
Provincial datada de 13 de outubro de 1831. O foro da cidade de Rio Pomba ocorreu no dia 6
de julho de 1858, pela Lei de nº 881. A denominação vigente de Rio Pomba foi adotada
oficialmente no século XX, de acordo com lei nº 336, de dezembro de 1948.
No ano de 1823, Dom Frei José da Santíssima Trindade, em visita a essa freguesia,
deixou transparecer claramente o seu desalento ao constatar o estado lamentável de sua
matriz:
“Fazemos saber que no dia 4 de setembro de 1832 visitamos pessoalmente a igreja paroquial do Mártir São Manuel do Rio Pomba e Peixe, na presença do seu reverendo Pároco Colado João Bonifácio Duarte Pinto, sacerdotes e povo, e cumprimos da nossa parte o disposto no Pontifical e ordenações canônicas. Grandedor e aflição feriu a nossa alma, quando vimos a indecência do templo desta matriz, sem pavimento, sem forro e desprovido de muitas coisas consideráveis, como o cemitério aberto sujeito à profanação, vasos dos santos oléos de chumbo, sendo uma igreja começada há mais de 50 anos, e reconhecemos proceder esta falta do pouco zelo do reverendo pároco e divisão dos paroquianos...” 14(grifo nosso)
A descrição minunciosa e rica em informações sobre o território mineiro de José
Joaquim da Silva em sua obra, Tratado de geografia descritiva especial da Província de
Minas Gerais, descortina o município de Rio Pomba, em fins da década de 70 do século XIX,
num momento de profundas mudanças no Brasil e, conseqüentemente, em Minas Gerais: o
Império, em franco declínio, acenava para o seu fim e a abolição da escravatura, finalmente,
tornava-se eminente.
“...Está colocada à margem do Rio Pomba pelo lado esquerdo, em um lugar saudável e aprazível. A cidade tem uma grande praça e sete ou oito ruas não-calçadas; tem alguns prédios importantes, bem como algumas casas de sobrado, em número, talvez, de 20. Além da matriz, tem mais a igreja do Rosário, no alto do Gordo. No Rio Pomba, tem uma boa ponte. A população do município sobe, talvez, a 32 mil almas, incluindo a da cidade, que orça por 4 mil almas. O pessoal da cidade é excelente , bem como do município.
12 INSTITUTO...1990. 13 CARVALHO, 1998. p.470. 14 SANTÍSSIMA TRINDADE, 1998. p.175-176
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Tem um comando superior da Guarda Nacional e um colégio eleitoral composto de 77 eleitores. Dista da Capital da província 24 léguas. O território do município compõe-se todo de excelentes matas e produz toda sorte de cereais e legumes, mas a sua lavoura principal e mais importante é a do café e da cana, cujos produtos são exportados para fora, assim como também se exporta muito toucinho e excelente fumo ali fabricado. A escravatura matriculada na coletoria do município chegou ao número de 7.028; e o fundo de emancipação que lhe foi distribuído é de 13:996$570. O número de ingênuos nascidos até 31 de dezembro de 1876 foi de 425, dos quais faleceram 86...”15
Nesse período, as divisas de seu território confrontavam-se com as localidades de Ubá e
Piranga ao norte, Rio Novo ao sul, Cataguases ao leste e Barbacena ao oeste.16
A composição do município de Rio Pomba passou por sucessivas alterações nos
séculos XIX e parte do XX. De seu território fizeram parte os distritos de São Manuel do Pomba,
Senhor Bom Jesus da Cana Verde do Tabuleiro, Nossa Senhora das Dores do Turvo, Nossa
Senhora das Mercês do Pomba, Senhor Bom Jesus do Bomfim do Pomba, Divino Espírito
Santo do Pomba, Porto de Santo Antônio, Tabuleiro, Livramento, Piau, Espírito Santo do
Cemitério, Desterro do Melo, Rio Pardo, São José do Paraopeba, Conceição do Formoso, São
Sebastião de Piraúba e Silveiras.17 Atualmente, é constituído apenas pelo distrito sede.
A obra organizada por Antônio de Assis Martins, denominada Almanak administrativo,
civil e industrial da Provincia de Minas Geraes do anno de 1874 para servir no de 1875, ao
apresentar uma relação do pessoal da Província, dividido por Comarcas, Municípios,
Freguesias, Distritos e Curatos, revela aspectos importantes das juridições, govrnança e
justiças. Tais informações são enriquecidas pelo registro das atividades econômicas dessas
jurisdições, na qual inseria-se Rio Pomba. O município regia-se, nessa ocasião, por uma
câmara e juiz, além de autoridades menores:
“Município da Cidade do Pomba CAMARA MUNICIPAL. VEREADORES. 1º Dr. José Rufino Soares de Almeida. 2º Advogado Pedro José da Silvr.ª 3º Daniel da Rocha Ferreira. 4º Cap.m Pedro Coelho de Oliveira.
5º C.el José Luiz de Campos. 6º T. e C. el José Dutra Nicacio Junior. 7º Advogado Fortunato Pinto de Oliveira. 8º T. e Manoel Homem de Faria.
15 SILVA, 1997. p.115-116 16 SILVA, 1997. p.116 17 COSTA, 1970. p.349-350.
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9º Capitão Aniceto Rodrigues Vicente. SECRETARIO.
Vago. PROCURADOR. Vago. FISCAL E AGENTE.
Sebastião José dos Reis. FORO CIVIL E CRIMINAL. JUIZ MUNICIPAL. Dr. Clementino José do Carmo. SUPPLENTES. 1ºdistricto, tenente coronel Antonio Alves Viera. 2º dito, Barão do Louredo. 3º dito, Fortunato Fernandes da Rocha.
ADJUNTO DO PROMOTOR PUBLICO. Manoel Francisco do Assis.
ESCRIVÃO DE ORPHÃOS. Joaquim José dos Reis.
DITO DO JURY. Vago. 1º TABELIÃO. Nonimato José da Silva Freitas. 2º DITO. Francisco de Paula Dias Ribeiro. PARTIDORES. Antonio Lopes do Santos. Innocencio dos Reis Coutinho. CONTADOR. O mesmo. DISTRIBUIDOR. O mesmo.
CURADOR GERAL DOS ORPHÃOS. Vago. PROMOTOR DE CAPELAS E RESIDUOS. Vago. DEPOSITARIO PUBLICO. José Souza de Oliveira. ADVOGADOS. Dr. Francisco de Paula Ramos Horta. Dr. Luciano Rangel de Azevedo Dr. Francisco Urbano Ferreira Alvim. DELEGADO DE POLÍCIA Manoel Francisco de Assis. SUPLLENTES. 1º Januario Pinto de Oliveira.
2ºJoaquim Moreira da Silva. 3º Vago. MEDICOS. Dr. José Rufino Soares de Almeida. Dr. Franklim Pereira Salgado. BOTICARIO. Miguel Theotonio de Araujo Libero.”18
18 MARTINS, 1874. p.176-177
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A administração de São Manoel do Pomba bem como a dos demais distritos que
compunham o município tinham em comum as figuras do Juiz de Paz, subdelegado, pároco e
professor. Por outro lado, as especificidades dessas localidades podem ser traduzidas pelo tipo
de ocupação e atividade econômica preponderantes à época. A título de exemplo, o registro de
São Manuel do Pomba:
“FREGUEZIA E DISTRITO DE S. MANOEL DO POMBA. JUIZES DE PAZ. 1º Dr. Luciano Rangel de Azevedo. 2º José Senra de Oliveira.
3º Manoel Francisco de Assis. 4º Joaquim Patricio Barroso. SUBDELEGADO. José Bazilio Nogueira. SUPLLENTES. 1º Vago. 2º Mariano de Paula Pereira. 3º Agostinho Lopes de Abreo. PAROCHO. João Baptista Ferreira. PROFESSORES. De latim e francez, Carlos Alberto da Rocha. De primeiras letras, sexo masculino, Francisco de Paula Motta. Sexo feminino, D. Amelia Euflavia Chaves. ENGENHOS DE CANNA. Antonio Joaquim Ferreira. Antonio Gonçalves Lanna. D. Anna Francisca Alves. Bento Rodrigues Gomes. D. Candida Maria de Oliveira D. Custodia Maria do Céo. Camilo Gonçalves da Cunha. Francisco Rodrigues de Salles. Francisco Antonio Viera. Francisco Pinto Ribeiro. D. Francisca Alves Viera. Joaquim Dias Viera. Joaquim Patricio Barroso. José Dutra da Silveira. José Gonçalves Quintão. José Gonçalves da Cunha. Dr. João Gonçalves Lino. Dr. Luciano Rangel Azevedo. Manoel Antonio da Silva. Manoel Martyr de Magalhães.
Manoel Joaquim da Rocha. Manoel Furtado Campos. Manoel Ignácio José da Silveira. D. Maria Custodia de Jesus. Marcellino José de Mello. Patricio José de Araujo. Pereira & Filho. Romualdo Fernandes de Souza. Vicente Ferreira Leite.
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Tristão José de Souza.”19
As demais povoações que compunham o município do Pomba obedecem na obra de
Martins, a mesma forma de apresentação de São Manoel do Pomba, e se distinguem, refletindo
suas particularidades. Uma análise das mesmas pode ser assim resumida:
• Espírito Santo do Rio Pomba: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Paróco, Professor,
Engenhos de cana.
• Porto de Santo Antonio: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Escrivão de Paz e
Subdelegacia, Paróco, Delegado da Instrução, Professores, Oficiais de Justiça, Inspetores
de Quarteirão, Boticários, Vacinador, Negociantes, Capitalistas, Fazendeiros que cultivam
café, Fazendeiros que cultivam cana, Criadores, Fabricantes de fumo, Paneleiros, Telheiros
com olarias, alfaiates, sapateiros, seleiros, marceneiro, carpinteiros, ferreiros, pedreiros,
entalhador, rodeiro, padaria, professor de música, Propietários, Hotel, Ranchos de tropas,
Carreiros.
• Mercês do Pomba: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Pároco, Professores, Boticários,
Engenhos de ferro, Senhores de Engenho pelo antigo sistema, Capitalistas, Criador,
Escultor e entalhador, Pintores, Carpinteiros, Pedreiro, Ferreiros, Estalagem.
• Senhor do Bomfim: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Pároco, Professor.
• Nossa Senhora das Dores do Turvo: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Pároco,
Professor.
• Bom Jesus da Cana Verde: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Pároco, Professores,
Médico, Boticário, Cafelistas, Senhores de Engenho, Criadores.
A economia riopombense centrada em suas origens, na agricultura representada pelas
roças, fortaleceu-se, posteriormente, ao longo do século XIX, com o surgimento das lavouras de
café, cana de açúcar e fumo.
Na década de 90 do século XX, à exceção da cana de açúcar, os demais produtos foram
suplantados pela produção de laranja, tomate e mandioca. O município dedica-se também a
pecuária e possui estabelecimentos comerciais e industriais.20
A agropecuária é sua principal atividade econômica, sendo responsável pelo emprego
de número expressivo de sua população.
19 MARTINS, 1874. p.177 20 MINAS GERAIS...2001.
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Rio Pomba conserva rico acervo de bens culturais em sua paisagem urbana e rural. O
conjunto de maior expressão concentra-se na praça Último de Carvalho, núcleo de sua
formação inicial. Nessa praça, sobressaem-se, além de sobrados residenciais, as edificações
do Fórum Nelson Hungria, a Igreja matriz de São Manuel e o Museu Histórico de Rio Pomba,
onde encontra-se a Imagem de Nossa Senhora do Rosário.
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
A cidade de Rio Pomba possui uma área de 252 Km² (Altitude máxima: 910m local:
Serra Bacaiu Altitude mínima: 419m local: Foz do córrego Santana – Altitude do ponto central
da cidade: 437m), localizando-se nas coordenadas geográficas de latitude21º 16’ S e longitude
43º 12’O. Pertencente à região da Zona da Mata e à microrregião de Ubá, a cidade de
aproximadamente 16.700 habitantes fica a 244 Km de Belo Horizonte, a 970 Km da capital
federal, e tem a BR-040, a BR-265 e a MG-448 como as principais rodovias que servem ao
município. Além de sua sede, tendo as cidades de Silveirânia, Mercês, Tabuleiro, Guarani,
Piraúba e Tocantins como municípios limítrofes.
Figura 1 - Mapas de localização: Zona da Mata no estado de Minas Gerais e o município na Zona da Mata Município: Rio Pomba - MG Fonte: Dossiê de Tombamento do Museu Histórico de Rio Pomba elaborado pela empresa Aro Arquitetos Associados Data: 2003
De relevo predominantemente elevado (topografia sobre um total de 100% da área do
município: Plano 20, Ondulado 30, Montanhoso 50), a cidade tem o Rio Pomba e o Rio
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Formoso como os rios principais (bacia do Rio Paraíba do Sul). De clima tropical de altitude, a
cidade tem um índice pluviométrico anual de 1400 mm e temperaturas médias que vão de 16ºC
a 26ºC, sendo que a média anual é de 21ºC. Os principal acidente geográfico é a Serra do
Bacaiu.
Rio Pomba possui a agricultura, confecção de artigos de vestuário e acessórios como
atividade principal, sendo que também desenvolve atividades nos setores de fabricação de
móveis, fabricação de artigos de borracha, tendo a cana-de-açúcar, o milho e os móveis como
principais produtos.
A cidade de Rio Pomba possui no Catolicismo e no Protestantismo suas principais
religiões e tem na Exposição Agropecuária e Industrial sua principal festa, que se realiza no fim
do mês de agosto, coincidindo com as comemorações do Aniversário da cidade (25/08). As
festas religiosas e tradicionais realizam-se regularmente, destacando-se as do padroeiro São
Manuel, Nossa Senhora da Graça, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora do Rosário,
esta última marcada pela apresentação de grupos de congado.
Figura 2 - Mapas de Bacias Hidrográficas Município: Rio Pomba - MG Fonte: Dossiê de Tombamento do Museu Histórico de Rio Pomba elaborado pela empresa Aro Arquitetos Associados Data: 2003
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Rio Pomba
conta, atualmente, com aproximadamente 16.000 habitantes. De acordo com os dados
apresentados abaixo, observa-se que nos últimos 30 anos, a população total do município vem
aumentando:
Distribuição da População Residente
ANOS URBANA RURAL TOTAL
1970 8.122 6.466 14.588
1980 9.317 4.733 14.050
1991 11.136 3.748 14.884
2000 13.005 3.074 16.079
2002(1) 16.669 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
De acordo com os dados apresentados a seguir, grande parte da mão de obra do
município está empregada no setor de prestação de serviços, etc.
População Ocupada por Setores Econômicos 1991
SETORES No. DE PESSOAS
Agropecuário, extração vegetal e pesca 1.621
Industrial (1) 1.253
Comércio de Mercadorias 592
Transporte e Comunicação 101
Outros Serviços (2) 2.267
TOTAL 5.834 Fonte: Fundação Instituto de Geografia e Estatística – IBGE
(1) Inclui indústria de transformação, construção e outras atividades industriais (2) Inclui prestação de serviços, social, administração pública, serviços auxiliares de atividades econômicas e outras atividades
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor agrícola de Rio
Pomba destaca-se na produção de milho, tomate e cana-de-açúcar, conforme a tabela abaixo.
Principais Produtos Agrícolas2000
Produto Área colhida (ha) Produção (t)Rendimento médio
(kg/ha)
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Arroz em casca sequeiro 70 168 2.400,00
Arroz em casca várzea umida 45 121 2.688,89
Banana (2) 4 4 1.000,00
Cana-de-açúcar 154 6.160 40.000,00
Café 224 381 1.700,89
Feijão (1a.safra) 400 120 300,00
Feijão (2a.safra) 300 180 600,00
Fumo (em folhas) 90 72 800,00
Laranja (1) 2 140 70.000,00
Mandioca 2 32 16.000,00
Milho 1.800 6.300 3.500,00
Tomate (de mesa) 8 400 50.000,00 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
(1)Produção em mil frutos e rendimento em frutos/ha
(2)Produção em mil cachos e rendimento em cachos/ha
No município, a pecuária é bem representada pela criação de bovinos e galináceos
como mostra o quadro abaixo:
Pecuária - Principais Efetivos 1999
ESPECIFICAÇÃO No. DE CABEÇAS
ASININOS 2
BOVINOS 11.242
CAPRINOS 53
COELHOS 100
EQUINOS 691
GALINACEOS 656.188
MUARES 58
OVINOS 42
SUINOS 3.709 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
O campo industrial de Rio Pomba possui grande relevância, e a cidade possui
estabelecimentos comerciais como confecção de artigos do vestuário e acessórios, fabricação
de artigos de borracha e plástico, fabricação de móveis e produtos de madeira e minerais não
metálicos, além de padarias, mercearias, atividades varejistas, com ênfase nos produtos
alimentícios, bebidas, tecidos, artigos de vestuário, armarinho, entre outros.
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O município é influenciado diretamente pela cidade de Juiz de Fora, com freqüente
intercâmbio cultural, econômico e social.
Como pode-se perceber no quadro abaixo o consumo de energia vem diminuindo ao
longo dos anos, principalmente no setor residencial:
Concessionária: CEMIG Consumo 1997-2001
CLASSE 1997 1998 1999 2000 2001
Industrial consumo (KWh)
n° consumidores
2171548
84
2032534
64
1903586
60
2122810
57
2023983
54
Comercial consumo (KWh)
n° consumidores
1727121
444
2157965
525
2253249
573
2499623
582
2165741
589
Residencial consumo (KWh)
n° consumidores
54447889
3325
5921696
3575
6183576
3781
6371281
3967
5333349
4190
Rural consumo (KWh)
n° consumidores
1847995
423
2099940
433
2296075
477
2406515
506
2178078
565
Outros
consumo (KWh)
n° consumidores
1747492
43
1751608
44
1809016
48
1816102
47
1569831
50
Total consumo (KWh)
nº consumidores
61942045
4319
13963743
4641
14445502
4939
15216331
5159
13270982
5448 Fonte: Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG
A cidade conta também com a prestação de serviços de órgãos estaduais e federais,
localizados no município e/ou em municípios vizinhos, como a SEF em Ubá e a EMATER em
Juiz de fora
Principais Órgãos Públicos 1989 Dependência
SEE - Delegacia Regional de Ensino UBÁ
SEF - Superintendência da Fazenda JUIZ DE FORA
SES - Diretoria Regional da Saúde UBÁ
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SSP - Delegacia Regional de Segurança Pública UBÁ
PMMG - Comando Regional de Policiamento JUIZ DE FORA
Subordinado a Comarca SEDE
EMATER - Escritório Regional JUIZ DE FORA
DER-MG - Residência Regional UBÁ
Sub-Delegacia Regional do Trabalho JUIZ DE FORA
IBGE - Instituto Brasileiro Geografia e Estatística SEDE
Associação Microrregional - AMPAR JUIZ DE FORA
Fonte: Instituto de Geociências Aplicadas - IGA (CETEC) e Lei 11.865 de 28/07/1995
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Encontram-se abaixo mais informações sobre Rio Pomba. Esses dados referem-se
principalmente à infra-estrutura, prestação de serviços e às práticas culturais do município.
Aeroportos Aeroporto Internacional de Confins 283 Km
Aeroporto da Pampulha em Belo Horizonte 244 Km
Aeroporto de Juiz de Fora 72 Km
Ferrovias A cidade não possui ferrovias
Redes de Comunicações Telefonia
TELEMAR, TELEMIG Celular,
TIM,
Outros
Emissoras de Rádio:0
Agências ECT: 1
Jornais:1
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Segurança Rio Pomba é atendida pelas polícias Civil, Militar e Federal.
Serviços de Saúde no município 01 Hospital com 65 Leitos
Serviços de Educação no município Há 3 escolas de Educação Infantil, 5 escolas de Ensino
Fundamental, 3 escolas de Ensino Médio.
A Cidade ainda possui os cursos profissionalizantes (e/ou pós-
médios) de Agribuisness, Técnico em Agricultura, Técnico em
Agroindústria, Técnico em Agropecuária, Técnico em Contabilidade,
Técnico em Informática, Técnico em Saneamento e Técnico em
Zootecnia.
A procura de profissionalização em nível de 3o grau é suprida
pela cidade vizinha de Juiz de Fora principalmente
Também existe opção das várias faculdades da capital.
HINO A RIO POMBA
Letra: Sinval B. Santiago Música: Orestes Z. Freitas
Ao sopé da ridente colina
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Engastada qual flor do deserto Minha terra deslumbra, fascina
E ao turista estiva por certo
Terra boa, pacata, singela, És “Oásis” repleto de encanto:
Tudo em ti poesia revela Rio Pomba, meu rico recanto
É um jardim permanente, florido
Sempre em festa da casta natureza Lindo astro na relva caindo,
Que brilhante, na Mata, fulgura
Rio Pomba, querido, perfeito Rio Pomba meu belo Torrão Eu te trago gravado no peito
Eu te guardo no meu coração
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5.2. As Bandas de Música no Brasil
A banda de musica teve sua origem na França e se difundiu pela Europa. Partimos do
pré-suposto de que: “Banda de música é um Grupo musical composto basicamente por instrumentos de sopro e instrumentos de percussão onde também podem ser incorporados instrumentos de cordas, como violoncelos, contrabaixos e harpa.”21
Possuem como repertório principal Marchas, Dobrados, Xotes, Polkas, Valsas e músicas
populares e eruditas, sempre com um regente à sua frente: o maestro.
Fruto de uma tradição musical que vem dos tempos remotos do Brasil Colônia, as
bandas de música têm sido um rico criatório de maestros, músicos e gêneros musicais.
O Brasil inteiro parava para ver a banda passar. Até o fim do século XIX e inicio do XX,
ela trazia alegria e música para todos.
No Rio de Janeiro do século XVIII, surgiram as primeiras bandas de música, formadas
por barbeiros - escravos em sua maioria, que tocavam fandangos, dobrados e quadrilhas, em
festas religiosas e profanas. Nesse mesmo período, há registros da existência de bandas
militares em Pernambuco.
Contudo, as bandas de musica se popularizaram a partir da chegada de D. João VI ao
Brasil. Com a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, o rei trouxe
consigo uma banda de música portuguesa a qual se apresentou várias vezes durante o período
de permanência da família real no Brasil.
Em 1831, foram criadas as bandas de música da Guarda Nacional, espalhando tal
atividade pelo país.
Anacleto de Medeiros funda, em 1896, a mais famosa de todas as bandas brasileiras de
música: a banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
Já no século seguinte, as bandas de música eram consideradas uma das mais
populares manifestações da cultura nacional.
A partir de então, bandas civis foram criadas por todo o Brasil. Herdando a disciplina e a
organização das bandas militares, surgiam bandas tanto nas cidades, quanto em vilas,
povoados, sítios e fazendas.
Toda cidade possuía uma bandinha que se apresentava principalmente nos coretos e
tornavam-se o orgulho da cidade, que se tornavam o principal entretenimento local, participando
de movimentos políticos, acontecimentos religiosos, cívicos e sociais.
21 Dicionário de Musica. Rio de janeiro: Zahar Editores, 1985.
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Além disso, as bandas também desempenharam um papel fundamental na formação de
novos músicos e na revelação de grandes talentos. Nelas se formavam músicos profissionais,
amadores, eruditos e populares, como Patápio Silva, Anacleto de Medeiros, Altamiro Carrilho,
Carlos Gomes, autor de O Guarany e o maestro da Orquestra Sinfônica Brasileira, o
internacionalmente conhecido Eleazar de Carvalho. As bandas também foram um centro
gerador de novos gêneros musicais e de um vasto repertório de chorinhos, marchas e
dobrados.
As bandas de musicas ainda são as escolas de musicas mais comuns em todo o Brasil.
A diferença entre bandas militares e civis é basicamente institucional: enquanto as
bandas militares, de formação variada, atendem às necessidades do quartel, as bandas civis se
transformaram em instituição de importância no cotidiano do interior brasileiro.
As bandas civis têm, em geral, registro em cartório, sede própria, diretoria, estatutos,
escolinha de instrumentistas, arquivo de grande valor musicológico, perpetuando gêneros
abandonados pela música comercial.
Quando as bandas chegam ao auge do seu desenvolvimento, passam a se denominar
banda sinfônica, caso em que incorporam oboés, fagotes, vários gêneros de clarineta,
adicionando ainda cordas como violoncelos, contrabaixos, outros metais como a trompa e vasta
percussão: tímpanos, gongo ou tan tan, carrilhão, vibrafone, xilofone, bloco sonoro, buzinas,
reco-reco, etc.”22
Segundo o Dicionário de Música anteriormente citado, banda era o “Conjunto de
instrumentos de sopro e percussão associado originalmente à música militar".
No início dos anos oitenta , a palavra banda ganhou outro significado, sendo “banda”
qualquer conjunto musical. Atualmente, ao se falar em banda, logo se associa às bandas de
axé, forró, pop, rock, jazz ou qualquer outro ritimo.
A formação básica de um banda de musica, entendida enquanto corporação musical,
consiste em: Flautim, flauta, clarinete, saxofone, trompete, trombone, tuba, bombardino,
sousafone e percussão. Podem ser acrescidos outros instrumentos, comumente encontrados
em orquestras, como o oboé, fagote, trompa, violoncelo contrabaixo acústico e harpa. A
percussão de uma banda pode ser composta desde a formação básica com caixa, pratos,
bumbo, surdo, triangulo, com ou sem o acrescimo de instrumentos como o tímpanos, xilofone e
marimba.
As bandas participam da vida da comunidade local, tocando em festas, enterros,
solenidades e tornam-se importante fonte de aprendizado, no caso dos músicos, e
22 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Banda_militar, acesso em 09/12/09
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entreterimento, no caso do público, nas cidades interioranas brasileiras. Apresentam-se
geralmente em praças, coretos, escolas, teatros, igrejas e concursos.
Antigamente, nos dias de apresentação, as bandas saíam da sua sede em formação
militar, com os músicos devidamente uniformizados, desfilando pelas ruas ao som de dobrados,
em direção ao coreto da praça principal, onde executavam o melhor do seu repertório.
Com o desenvolvimento da cultura de massa, porém, esta tradição brasileira começou a
se extinguir. Hoje, as bandas de música são uma tradição que está morrendo no Brasil.
5.3. A Banda Santa Cecília de Rio Pomba
Minas Gerais é o Estado da federação que encerra maior tradição de bandas, possuindo
as mais antigas e concentrando o maior número delas, e a cidade de Rio Pomba, é um exemplo
desta tradição. Contando atualmente com aproximadamente 17 mil habitantes e uma economia
voltada para agricultura e pecuária, Rio Pomba foi emancipada em 25 de agosto de 1832, e
instalada como cidade em 20 de janeiro de 1859. Já desta época, encontram-se registros de
intensa atividade histórica e cultural da cidade, o que a torna uma importante referência na
Zona da Mata mineira.
No Período Imperial, diversas atividades artístico-literárias tiveram palco em Rio Pomba,
estando em primeiro plano a música, seguida do teatro, do canto e dos clubes de leitura. Seu
pioneirismo na arte musical na região se confirma com o registro de uma banda de música no
momento da instalação da vila, com o auto do levantamento do pelourinho, na Praça da Alegria
(no local da atual Praça Dr. Último de Carvalho) em 25 de agosto de 1832, e nos dias seguintes
por toda a cidade, conforme o relato que nos faz Sinval Santiago:
Seguiram-se durante três dias festejos brilhantíssimos, com as ruas e praças enfeitadas de bandeiras multicores, alvoradas pela banda de música da vila, espetáculos teatrais exibidos em palcos adredemente armados ao ar livre, cavalhadas com a presença de concorrentes das freguesias e distritos do novo município, hospedados no sobrado do Padre Francisco da Silva Guerra onde ora se ergue o majestoso edifício do Colégio Regina Coeli.23
Dentre as diversas bandas existentes na cidade no século XIX, destacam-se a Banda de
Música do Clube Jerônimo de Souza, as Bandas Fleming, Guarani e Progressistas. Sobre a do
Clube Jerônimo de Souza, Sinval Santiago, em seu livro sobre a história de Rio Pomba,
também relata um fato curioso que demonstra a qualidade das bandas locais:
23 SANTIAGO, S. Município de Rio Pomba – Síntese histórica. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1991, p. 81.
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Não podemos deixar de descrever um fato interessante ocorrido com a Banda de Música do Clube Jerônimo de Souza, por ocasião da visita imperial de Dom Pedro II ao Pomba, a 1º de julho de 1886, a fim de inaugurar a nossa estação ferroviária e o ramal “Guarani-Pomba”.
Ao ser homenageado na gare da estação, mostrou-se S. Majestade vivamente impressionado com a execução do Hino Nacional e pela apresentação do vistoso uniforme da referida banda.
Revelando-se conhecedor da arte musical, abraçou efusivamente (de modo extensivo aos demais músicos), o maestro Trindade e o famoso clarinetista Jeremias Justiniano Carneiro, com os quais programou uma retreta a que estaria presente, ao anoitecer do mesmo dia, no “Largo da Alegria”.
A retreta não chegou a ser realizada porque um imprevisto forçou o regresso de S. Majestade ao Rio de Janeiro antes do horário previsto.24
No período republicano, o “Cine-Teatro Mineiro” de propriedade do Sr. Francisco
Canônico, possuía uma orquestra própria, destinada a acompanhar as exibições do cinema
mudo.
Além desta orquestra, existiam duas bandas de música na cidade: a primeira, regida
pelo maestro Ângelo do Carmo, chamada “Banda Carlos Gomes” e a segunda, regida pelo
maestro Trindes Coelho, que deu origem a atual “Santa Cecília”.25
Fundada em 1º de janeiro de 193426 como “Corporação Musical de Santa Cecília” por
Orlando Vieira da Costa, seu primeiro maestro.
Os primeiros ensaios da banda foram realizados na casa de Antônio Marcelino, irmão de
Orlando (ambos filhos do compositor José Marcelino da Costa)27, até que a atual sede fosse
construída, ainda nos meados da década de 1930, pelo pedreiro e também músico, Nelson de
Almeida, no terreno doado por Patrício Bernardo.
Conforme relato do atual Maestro auxiliar da Banda, Jorge Luiz da Silva, ela recebeu o
nome de Santa Cecília por ser esta considerada a “padroeira dos músicos”, segundo a tradição
católica. Na sede da Sociedade Musical há um pequeno altar com sua imagem (figura 3) mais
um outro quadro com seu retrato e anualmente a banda se apresenta no dia de Santa Cecília
(22 de Novembro ou o domingo mais próximo), saindo do coreto existente na Praça Dr. Último
de Carvalho e dando uma volta pela cidade.
A instituição, de natureza social sem fins lucrativos, tem sua sede – construída como
explicitado acima sob a coordenação do Sr. Nelson de Almeida – localizada na rua Dr. José
Tostes de Alvarenga n° 35 (figura 4). A edificação tem dois pavimentos, sendo o térreo ocupado
por um salão de ensaios, almoxarifado, armário para guardar instrumentos, estante com os
troféus e medalhas recebidos pela banda e fotografias da banda em suas formações antigas.
24 Idem, p. 413. 25 Idem, ibidem, p. 413. 26 Nos documentos fornecidos pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Rio Pomba consta a data de fundação como sendo 01 de Janeiro de 1933. Todavia, no livro de Sinval Santiago, todas as referências afirmam ter sido a Banda fundada em 01 de Janeiro de 1934. 27 SANTIAGO, Sinval. Op. cit., p. 414.
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No segundo pavimento, com acesso por uma escada interna, há um salão amplo com copa e
dois banheiros. Os instrumentos utilizados na banda são trombones, trompetes, baterias,
contrabaixo, bombardino, flauta, sax, metais e canaletas, alguns de propriedade da mesma e
outros pertencendo aos próprios integrantes. A manutenção de todos é feita por um profissional
da cidade de Tocantins.
Os ensaios acontecem às quartas-feiras, das 20h às 21:30h e aos sábados, de 15h às
16:30. O repertório da Banda inclui músicas sacras, populares, sambas, valsas e dobrados,
incluindo algumas composições próprias feitas por Maestros que a regeram.
Os recursos que a financiavam eram adquiridos através de doações, cachês e
contribuições arrecadadas em suas apresentações, ligadas ao calendário cívico da cidade e
país (como aniversário da cidade, 7 de setembro etc) além de outras celebrações para as quais
era convidada a se apresentar, e assim, angariar fundos para aquisição dos recursos como
instrumentos. Em relação às atividades religiosas, a participação da banda era tradicionalmente
custeada pelo pároco local. Atualmente, por uma parceria com a Prefeitura da cidade, verbas
são repassadas com a finalidade de manutenção da mesma, em particular de sua sede.
Em relação aos uniformes, a Banda adotou ao longo de sua história alguns modelos:
camisas vermelhas e calças pretas; camisas brancas e calças pretas; camisas e calças bege
(semelhante ao utilizado pela banda da Polícia militar de Minas Gerais) e camisas azuis e
calças brancas (figuras 5,6 e 7).
Figura 03 – Imagem de Santa Cecília em “altar” na sede da Banda Bem Cultural: Banda de Santa Cecília Município: Rio Pomba Foto: Leonardo Rosa Data: dezembro de 2009
Figura 04 – Vista do edifício-sede da BandaBem Cultural: Banda de Santa Cecília Município: Rio Pomba Foto: Leonardo Rosa Data: dezembro de 2009
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Todo patrimônio da Sociedade e suas atividades de aulas, ensaios, reuniões,
programações das apresentações e eleições de diretoria são registrados em ata.28
Atualmente, com a presidência de Gilson Vieira e a regência do Maestro Gastão
Raimundo Faria Batista, além da regência auxiliar de Jorge Luís da Silva, a Banda conta com
uma média de 20 integrantes, sendo a maioria crianças e jovens, e tem participado dos
acontecimentos festivos, civis e religiosos da cidade, além das edições do “Encontro e
Confraternização de Bandas”, realizado pela Prefeitura Municipal e dos encontros regionais e
estaduais de bandas, representando a cidade.
Em acréscimo a suas apresentações, a Banda cumpre importante função social, com
aulas gratuitas de música com periodicidade semanal, acompanhando o calendário escolar, e 28 SOCIEDADE MUSICAL SANTA CECÍLIA. Atas das reuniões de diretoria da Sociedade Musical Santa Cecília [1962-2006]. Rio Pomba: manuscrito não publicado.
Figura 05 – Uniforme: camisas brancas e calças pretas - 1980 Bem Cultural: Banda Santa Cecília Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Sr. Jorge Luiz da Silva
Figura 06 – Uniforme: camisas azuis e calças brancas – início década de 2000 Bem Cultural: Banda Santa Cecília Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Sr. Jorge Luiz da Silva
Figura 07 – Uniforme: camisas e calças bege - 1990 Bem Cultural: Banda Santa Cecília Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Sr. Jorge Luiz da Silva
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prática musical junto a diversas crianças e jovens do município, em particular da periferia e
zona rural da cidade. Essas aulas ocorrem às quartas e sábados, nos horários de 18h às
19:30h e de 13:30h às 15h, respectivamente. Segundo Jorge Luiz, o papel social exercido pela
Banda é significativo: “O que uma criança de uma cidade do interior tem para brincar? Tem o
pião, a bola, mas a banda representa uma alternativa relevante pelo que pode proporcionar
uma formação de caráter, oferecendo uniforme, viagens e a oportunidade de aprender música”,
relata emocionado. Segundo ele, “na banda não se ganha, mas se geram os meios para se
ganhar”.
Com a experiência de quem ingressou pela primeira vez numa banda aos 12 anos e
está há mais de 30 na Banda de Santa Cecília, ele define seu significado: “uma vivência” e “um
modo de vida, como sempre é a entrada da música na vida de alguém”.
Nisto relata também: “Às vezes me deparo com um menino cujos pais não tem
condições de cuidar e digo: vai para banda rapaz! Lá você aprende música, conhece gente,
viaja...” e assim pode ser encaminhado.
A partir da formação tradicional da Banda de Santa Cecília, uma outra banda se formou,
destinada a apresentações de natureza diversa, não incluídas no calendário da Santa Cecília,
como as charangas nos jogos de futebol do Pombense Sport Club, festas e carnavais. Esta
banda, criada no final da década de 1970 pelo Maestro Genaro (já falecido) é composta por
cerca de 20 músicos, e recebeu o nome “Asas da folia”.
Reconhecendo o valor cultural e histórico da Banda de Santa Cecília, o Maestro auxiliar
Jorge Luiz da Silva ressalta ainda que, além de seu papel na disseminação da tradição musical,
a mesma realiza um importante trabalho de inserção social e na formação dos jovens carentes
da cidade, em particular os da região do Morro do Tormento e da Pedreira.
Suas apresentações se destacam nas ruas da cidade, em especial na Av. Raul Soares,
e no Coreto da Praça Dr. Último de Carvalho, cujas histórias – da Banda e da Praça – não
podem ser vistas separadamente (figuras 08 e 09). A Praça, que possui uma área de,
aproximadamente, 5.970m2, se localiza na confluência das ruas João Cândido F. Cunha,
Domingos Ignácio, João Marcelino e Av. Raul Soares, na região central do distrito-sede do
município. Tal área se destaca por possuir, além de um conjunto arquitetônico de fins do século
XIX e início do XX de grande significado para o município, as sedes dos poderes executivo e
judiciário sendo considerada historicamente, portanto, o centro político-administrativo municipal.
A Praça Dr. Último de Carvalho, conjunto paisagístico, área verde e espaço livre
público, é composta por elementos imóveis, móveis e integrados e espécies vegetais. Em sua
forma, a Praça é trapezoidal, possuindo um espelho d'água (lago artificial) e o Coreto octogonal
ao centro, palco, como dito, das apresentações da banda. Tal Coreto possui jardineiras baixas e
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altas com espécies herbáceo-arbustivas que circundam seis de seus lados, já que dois destes
constituem-se de acesso à parte coberta que possui piso em ladrilho hidráulico e cobertura com
oito águas, em chapa metálica galvanizada sustentada por estrutura em ferro. O fechamento
lateral é em meia altura com guarda corpo de concreto em elemento vazado e jardineiras altas
revestidas com azulejo.
Os canteiros da praça dispõem-se de tal forma que criam visadas perspectivadas para
as edificações do entorno e lembram a configuração de “jardim francês” ao gosto romântico.
Além destas visadas, a Igreja Matriz e as edificações do entorno são pano de fundo para a
composição vegetal onde se destacam espécies de pequeno, médio e grande portes.
A Banda de Santa Cecília é registrada na Secretaria de Cultura do Estado de Minas
Gerais e no Ministério da Cultura, fazendo parte do Patrimônio Cultural de Rio Pomba com seus
76 anos de ininterrupta atividade. Em 2008, como parte da terceira edição do projeto
“Revelando os Brasis”, desenvolvido pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto Marlin Azul para
incentivar a produção audiovisual em cidades de todo o Brasil que tenham menos de 20 mil
habitantes, a Banda de Santa Cecília foi filmada no documentário produzido por Eliane Maria
Vieira, intitulado “Uma banda em nossas vidas”, exibido no 15º Vitória Cine Vídeo (10 a 14 de
Novembro de 2008), realizado no Theatro Carlos Gomes, em Vitória-ES. Tendo em vista o
papel da Banda de Santa Cecília na vida cultural da cidade, constituído a partir das tradições
histórico-religiosas de seus habitantes, em particular os da zona rural, e o crescimento e
modernização da cidade, com seus hábitos e valores, justifica-se o registro da Banda para que
a mesma possa continuar a divulgar e expandir sua atuação, envolvendo a população, em
Figura 08 – Apresentação da Banda Santa Cecília na reforma do Jardim Municipal - 1936 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba (doada por Elert N.)
Figura 09 – Apresentação da Banda Santa Cecília na Praça Dr. Último de Cravalho – 2009 Bem Cultural: Banda Santa Cecília Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal
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particular as crianças e jovens e, assim, preservar a história deste patrimônio cultural de Rio
Pomba.
Fotos e imagens
Áudio
Plantas/mapas
Vídeo
Textos relacionados
Outros
INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL
Município: Rio Pomba
Inscrição no Livro de Registro: não possui
Tipo de mídia:
Distrito: Sede
Proposta: registro municipal
Designação: Banda Santa Cecília - Bem imaterial
Locais onde se realiza: em ruas do município e no Coreto da Praça Dr. Último de Carvalho
Tipo de celebração: manifestação
Responsável pela manifestação: Gilson Vieira
Data/periodicidade: durante todo o ano, a Banda faz apresentações na região e no próprio município
Informações históricas:
Os grupos musicais são tradição em Minas Gerais. Este estado concentra o maior número destesgrupos. Rio Pomba segue esta tradição. Havia, no século XIX, algumas bandas na cidade: Banda de Músicado Clube Jerônimo de Souza, Banda Fleming, Banda Guarani e Banda Progressistas.
Rio Pomba foi pioneira na região, no que diz respeito à organização musical. Prova disto é que, em25 de agosto de 1832, no momento da instalação da vila, estava presente uma banda de música. Esteacontecimento deu-se onde hoje está a praça Dr. Último de Cavalho, no centro do município. A banda, cujonome não foi possível identificar, animou os festejos decorrentes da instalação da vila durante dias nalocalidade.
Nas primeiras décadas do século XX, haviam na cidade três grupos musicais de destaque: aorquestra do “Cine-Teatro Mineiro”, que acompanhava a exibição dos filmes, que na época eram mudos; abanda “Carlos Gomes”, regida pelo maestro Angelo do Carmo; e a última, regida pelo maestro TrindesCoelho, que deu origem a atual banda “Santa Cecília”.
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DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA
Foto 01 - Formação da Banda Santa Cecília emfrente à Igreja Matriz da São Manoel, 2000Bem Cultural: Banda Santa CecíliaMunicípio: Rio PombaFonte: acervo do Museu Municipal
INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL
Descrição:
A “Corporação Musical de Santa Cecília” foi criada em 1º de janeiro de 1934. Seu primeiro maestrofoi Orlando Vieira da Costa. Os primeiros ensaios foram realizados na casa do irmão de Orlando, AntônioMarcelino. Em meados da década de 1930 o pedreiro e músico Nelson de Almeida construiu, em terrenodoado por Patrício Bernardo, o prédio que iria sediar a banda.
O nome Santa Cecília foi dado em homenagem à padroeira dos músicos, segundo o culto católico.Atualmente, os ensaios acontecem às quartas-feiras, das 20h às 21:30h e aos sábados, de 15h às
16:30. O repertório da Banda inclui músicas sacras, populares, sambas, valsas e dobrados, incluindoalgumas composições próprias feitas por maestros que a regeram ao longo do tempo.
Antigamente os recursos que a financiavam eram adquiridos através de doações, cachês econtribuições arrecadadas em suas apresentações, ligadas ao calendário cívico da cidade e país, além deoutras celebrações para as quais era convidada a se apresentar. Atualmente, há uma parceria com aPrefeitura da cidade, e as verbas são repassadas com a finalidade de manutenção da mesma, em particular,de sua sede.
Em relação aos uniformes, a Banda adotou ao longo de sua história alguns modelos: camisasvermelhas e calças pretas; camisas brancas e calças pretas; camisas e calças bege (semelhante aoutilizado pela banda da Polícia militar de Minas Gerais) e camisas azuis e calças brancas.
Prefeitura Municipal de Rio PombaAdministração 2009/2012
Foto 02 - Apresentação da Banda Santa Cecília nareforma do Jardim Municipal - 1936Município: Rio PombaFonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba (doada porElert N.)
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INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL
Importância para o município:
A Banda de Santa Cecília é uma das manifestações mais tradicionais do município de Rio Pomba, pois faz parte docotidiano de sua população, sendo citada sempre por esta como merecedora de proteção especial.
A história da “ ”, se considerada como tradição na cidade, tem início ainda no período Imperial,onde diversas atividades artístico-literárias tiveram palco em Rio Pomba, estando em primeiro plano a música, seguidado teatro, do canto e dos clubes de leitura. O pioneirismo do município na arte musical na região se confirma com oregistro de uma banda de música no momento da instalação da vila, em 25 de agosto de 1832.
Banda Santa Cecília
Transformações ao longo do tempo:
Em termos técnicos, não ocorrem transformações significativas na Banda. As maiores transformações que se poderegistrar dizem respeito à própria composição dos músicos, que constantemente são renovados. As cores dosuniformes também foram trocadas algumas vezes, mais especificamente quatro.
Bens culturais de natureza material associados:Imagem de Santa Cecília que fica na sede da Banda; Coreto localizado na Praça Dr. Último de Carvalho; instrumentosmusicais
Informações Complementares:
Referências Bibliográficas:ANASTÁCIO, J. S. . Juiz de Fora: Chrismare encadernações, 2008.FERREIRA, R. N. . Brasília: Linha Gráfica Editora, 1996.FILHO, L. E. M. . Rio de Janeiro: FUNAG/Alumbramento, 1988.SANTIAGO, S. . Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1991.SENNA, Dr. Nelson de. . BelloHorizonte, anno V, 1913.SILVA, D. G. (org.). . Vol. 1. registro de 08/05/1824 a 17/02/1825. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1997.SOCIEDADE MUSICAL SANTA CECÍLIA. Rio Pomba:manuscrito não publicado.
Http://www.youtube.com/watch?v=TtOe2jixkKU
Http://www.youtube.com/watch?v=F6rEx1fkJoo
Http://portal.riopomba.mg.gov.br/?pg=ponto_turistico&id=27
Www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/548RosanaVidigal_e_Dalva_lola_.pdf
http://www.camara.gov.br/internet/sileq/Prop lista.asp?Autor=400144&Limite=N
Depoimentos:Vinícius Leal Faria. Depoimento em dezembro de 2009.
Sarah Furtado Lima. Depoimento em dezembro de 2009.
Sylvio Caiaffa Mendonça. Depoimento em dezembro de 2009.
Pelos meandros da prosaCem anos-luz! O Imparcial: 1896-1996. Um jornal, um jornalista, uma cidade
Expedição Langsdorff ao Brasil 1821-1829 Aquarelas e desenhos de RugendasMunicípio de Rio Pomba Síntese histórica
Annuario de Minas Gerais: chorografia do Estado, História, Estatística, Variedades, Letras, Bibliographia
Os diários de LangsdorffAtas das reuniões de diretoria da Sociedade Musical Santa Cecília [1962-2006].
Sites
LEVANTAMENTO DE DADOS: Leonardo Rosa DATA: nov. e dez. 2009
DATA: dezembro de 2009
REVISÃO: Marcos Olender e Mônica Olender DATA: dezembro de 2009
ELABORAÇÃO: Leonardo Rosa e Mônica Olender
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6. DELIMITAÇÃO E DESCRIÇÃO DA ÁREA DE OCORRÊNCIA
6.1. Documentação Cartográfica
O município de Rio Pomba pertence à região da Zona da Mata e à microrregião de Ubá,
distando 244km de Belo Horizonte. Limita-se com os municípios de Silveirânia, Mercês,
Tabuleiro, Guarani, Piraúba e Tocantins.
Figura 10 - Localização do município de Rio Pomba no mapa do estado de Minas Gerais Fonte: IBGE Executores: João Paulo de Carvalho Araújo e Sebastião de Oliveira Menezes Data: dezembro de 2009 Escala gráfica indicada
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6.2. Mancha de ocorrência A “Banda Santa Cecília” tem atuação em todo o território do município e nas regiões
adjacentes. Mais especificamente no município, faz apresentações ao longo das ruas ou em
locais fixos, com destaque para o coreto localizado na Praça Dr. Último de Carvalho, como
mostram os mapas abaixo.
P.M.
B.H.
P.M.
Figura 11 - Dossiê de Registro da “Banda Santa Cecília” – Rio Pomba - MG Cartografia – planta 1: Mancha correspondente à atuação da Banda Santa Cecília em Rio Pomba Elaboração: PERMEAR Sem escala Data: dez 2009
Figura 12 - Dossiê de Registro da “Banda Santa Cecília” – Rio Pomba - MG Cartografia – planta 2: Detalhe do centro do distrito-sede do município. A mancha indica a área de maior atuação da Banda nessa área, que corresponde à Praça Dr. Último de Carvalho, onde existe um coreto no interior do qual a Banda se apresenta mais intensivamente Elaboração: PERMEAR Sem escala
Rio Pomba
Praça Dr. Último de Carvalho
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Mapa cadastral de parte do centro do distrito-sede
AV. RAUL SOARES
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PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO
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CORETO
Área com maior incidência de apresentações da Banda Santa Cecília – Coreto da
Praça Dr. Último de Carvalho
Escala gráfica
LEGENDA
Canteiros
Figura 13 - Dossiê de Registro da “Banda Santa Cecília” – Rio Pomba - MG Cartografia – planta 2: Detalhe da Praça Dr. Último de Carvalho. A mancha indica a área de maior atuação da Banda nessa área, que corresponde ao Coreto Elaboração: PERMEAR Sem escala Data: dez 2009
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6.3. Análise urbanística/ arquitetônica da área de ocorrência 29
A ocupação do território que atualmente corresponde ao município de Rio Pomba se
deu, primeiramente, em função das roças cridas pelo Padre Manoel de Jesus Maria, tendo se
expandido posteriormente para a produção de café, cana-de-açúcar, fumo e milho. A pecuária
também mereceu destaque principalmente a partir do segundo quartel da década de 1950.
Atualmente, o município continua se destacando nos setores da pecuária leiteira e de produção
de milho, arroz, feijão e fumo, além de contar com indústrias, entre as quais se destacam as
produtoras de doces e laticínios.
Apesar de a ocupação do município ter se dado no que se poderia considerar como
zona rural, tendo se desenvolvido, paralelamente na zona urbana, exatamente na área de
entorno da Matriz de São Manoel, atualmente a composição do município conta, apenas, com o
próprio distrito sede.
“Pode-se observar (...) que grande parte das edificações de Rio Pomba são construídas
no alinhamento das vias, mantendo afastamentos laterais, cobertura em quatro águas,
predominando o pavimento único, ao sobrado (dois pavimentos). Uma outra peculiaridade (...) é
a existência, em seu traçado urbano, de inúmeras praças que propiciam agradável espaço
urbano de convívio e lazer, contribuindo para que a população tenha uma boa qualidade de
vida. Exemplo disto, de destaque, é o antigo Largo da Alegria, atual Praça Dr. Último de
Carvalho. Sua relevância pode ser constatada pelo valor histórico como ponto central, início de
formação da cidade, seu mais importante referencial urbano e, ainda, pelo conjunto
arquitetônico que a envolve. Implantada em terreno plano, apresenta conjunto de grande
interesse arquitetônico, [conjunto este composto por exemplares neocoloniais e ecléticos, além
de alguns modernistas], formado predominantemente por sobrados que mostram linearidade e
homogeneidade volumétrica, além de vãos ritmados, o que lhe confere aspecto harmonioso. O
conjunto de atividades acontecidas na praça, desde o culto religioso na Matriz de São Manoel,
aos serviços do Fórum, do comércio, as moradias, associados ao lazer e descanso se integram
e valorizam ainda mais este espaço urbano, [palco principal para as apresentações da Banda
Santa Cecília]. Valorização ameaçada pelas substituições que vêm ocorrendo em seu entorno,
comprometendo a leitura, valor arquitetônico e referencial do conjunto.”30
Enquanto referenciais materiais e naturais de destaque, ressaltam-se no município:
- as praças: Dr. Último de Carvalho; Juscelino Kubitscheck e Getúlio Vargas;
29 Entendemos que o texto contido no “Inventário de Proteção do Acervo Cultural – IPAC”, elaborado pelo IEPHA em 1991, auxilia, com a abordagem adotada em seu texto introdutório, aos objetivos do item apresentado anteriormente. Sendo assim, o citado texto foi utilizado como base para a produção do texto aqui apresentado. 30 IEPHA. Inventário de Proteção do Acervo Cultural – IPAC. Belo Horizonte, 1991.
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- conjuntos arquitetônicos: da Praça Dr. Último de Carvalho; da rua Domingos Inácio; da
avenida Raul Soares; da avenida Dr. José Neves; da rua Padre Manoel; da rua Dr. José Tostes;
da rua Aurélio Salgado; da rua Dr. Quirós; da rua Felemon Torres; da rua Dr. Dutra;
- os edifícios: Fórum Nelson Hungria; Igreja Matriz de São Manoel; Câmara Municipal; antiga
agência do Banco de Crédito Real, atual Museu Municipal; Hotel Regina; Escola Estadual São
José e do Colégio Regina Coeli, além de algumas sedes de fazendas;
- os acervos: da Igreja Matriz de São Manoel e do Museu municipal;
- os bens integrados: dos edifícios números 130 e 83 da rua Domingos Inácio e número 53 da
rua Amélio Salgado;
- os bens imateriais: Banda de Santa Cecília; Festa de São Manoel;
- os bens naturais: sumidouro do Rio Pomba; Horto Florestal; Reserva da Escola Agrotécnica
Federal.
6.4. Justificativa da Definição da Mancha
Visto que a Banda Santa Cecília se apresenta em cidades vizinhas e no município como
um todo, foram selecionados mapas que mostram a mancha correspondente a essas áreas
(figuras 11 e 12), com destaque para o Coreto localizado na Praça Dr. Último de Carvalho
(figura 13).
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7. SALVAGUARDA E VALORIZAÇÃO
A proteção do patrimônio imaterial tem sido alvo de inúmeras discussões no mundo
inteiro, principalmente após 2002, período em que o Brasil, como um dos pioneiros no assunto,
já tinha promulgada sua legislação específica referente a essa categoria de bens culturais
(Decreto 3.551 de 04 de agosto de 2000).
Porém, apesar desse pioneirismo, a salvaguarda dos bens imateriais ainda é uma
questão cuja solução ainda está longe de ser consenso, visto se tratar de uma área que envolve
diretamente uma interdependência com o patrimônio material cultural e natural, além das
relações humanas e os cotidianos das comunidades com a tradição.
Os fatores que contribuem para a degradação e, até mesmo, extinção de algumas
manifestações imateriais são muitos, mas como ponto geral destacamos, como também o faz a
Convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial31, “os processos de globalização
e de transformação social”, [que] ao mesmo tempo criam condições propícias para um diálogo
renovado entre as comunidades, mas também geram o fenômeno da intolerância32.
Ainda utilizando o texto da referida Convenção, considera-se como medidas de
salvaguarda dos bens culturais imateriais, além da gestão, da inclusão e da acessibilidade, (...) a identificação, a documentação, a investigação, a preservação, a proteção, a promoção, a valorização, a transmissão – essencialmente por meio da educação formal e não-formal – e revitalização deste patrimônio em diversos aspectos.33
Os instrumentos de salvaguarda mais indicados para a proteção dos bens imateriais são
o registro; o inventário; os planos adequados de gestão (que garantam o acompanhamento, a
fiscalização e a aplicação adequada de recursos através da criação de fundos de patrimônio); o
fomento de estudos científicos, técnicos e artísticos; leis específicas que garantam a
preservação e a acessibilidade; e programas educativos.
31 CURY, Isabelle. Cartas Patrimoniais. 3ª. Ed. ver. aum. Rio de Janeiro: IPHAN: 2004.p. 371. 32 Idem, p. 372 33 Idem, p. 374
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7.1. Diagnóstico atual sobre a situação da Banda Santa Cecília A maior preocupação do dirigente da Banda, sr. Jorge Luiz da Silva, se refere às
condições do edifício que abriga a sede da mesma, que apresenta diversos focos
principalmente de infiltrações ascendentes. Em segundo plano, está a manutenção cotidiana
dos instrumentos e dos uniformes, além das atividades realizadas pela Banda junto à
comunidade, principalmente atendendo a jovens em condições de vulnerabilidade social.
7.2. Diretrizes/ medidas para salvaguarda
As ações de salvaguarda apontadas abaixo foram baseadas em três fontes principais:
os dossiês de registro do IPHAN34 disponibilizados no site da instituição e dois documentos da
Unesco: a Recomendação sobre a salvaguarda da cultura tradicional e popular35 e a
Convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial36.
Dos principais instrumentos indicados nesses documentos para o conhecimento e a
proteção, a curto prazo, dessa categoria de bens, nesse caso mais especificamente a da
“Banda Santa Cecília”, a Prefeitura Municipal de Rio Pomba já deu o primeiro passo,
procedendo à inclusão da mesma no Inventário do Município – através de uma ficha com
informações inerentes à sua história, características principais e funcionamento – e à
elaboração do presente dossiê, que irá embasar o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural
de Rio Pomba em sua decisão sobre a aprovação do seu registro municipal.
A próxima etapa a ser implementada visando a salvaguarda da “Banda Santa Cecília”
será a elaboração, pelos atuais responsáveis e participantes da Banda juntamente com a
Prefeitura Municipal e o Conselho de Patrimônio, de um Plano de Gestão específico, que
aponte mais detalhadamente os problemas descritos nos parágrafos do item anterior e suas
possíveis soluções, que deverão se basear:
- na criação de uma campanha, junto à comunidade riopombense e da região, para o
recolhimento de materiais bibliográficos, iconográficos e áudio-visuais (o que inclui a realização
de entrevistas) a respeito da “Banda Santa Cecília”;
34 http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=12456&retorno=paginaIphan 35 CURY, Isabelle. Cartas Patrimoniais. 3ª. Ed. ver. aum. Rio de Janeiro: IPHAN: 2004. 36 Idem, p. 371.
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- na elaboração de projetos que visem a captação de recursos junto a leis de incentivo (federal
e estadual) e a editais diversos, que permitam a manutenção da infra-estrutura básica para o
funcionamento da Banda (gastos com água, luz, telefonia, internet, compra e manutenção de
instrumentos musicais, compra e manutenção dos uniformes etc);
- na reforma da sede da Banda, localizada à rua Dr. José Tostes Alvarenga, no 35, que se
encontra atualmente com muitos focos de infiltração principalmente ascendente, o que provoca
deterioração da camada pictórica;
- na inserção da “Banda Santa Cecília” em ações previstas no Projeto de Educação Patrimonial
do município;
- na contratação ou realização de uma parceria com um profissional de administração e
marketing, que possa:
. se responsabilizar pelo gerenciamento dos recursos disponíveis da Banda para que os
mesmos possam ser usados de maneira planejada;
. pela criação e divulgação da marca da Banda;
. cuidar da pesquisa e seleção de cursos, festivais e apresentações dos quais os
componentes da Banda possam participar;
- na contratação ou realização de parcerias com professores de música que possam ampliar as
atividades de ensino da música – atividades essas possíveis pelo belíssimo trabalho que é
realizado atualmente pela Corporação Musical de Santa Cecília – garantindo assim uma
possibilidade de participação de um número maior de pessoas, em especial de crianças e de
adolescentes, num processo de inclusão e de renovação que garantirão a perpetuação das
práticas imateriais musicais do município realizadas há décadas pela “Banda Santa Cecília”.
A seguir, é apresentado um cronograma que sistematiza, trimestralmente, um
planejamento básico para as diretrizes/ medidas básicas apontadas acima para a proteção da
“Banda Santa Cecília”.
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7.3. Cronograma
2010 2011 1O. TRIMESTRE 2O. TRIMESTRE 3O. TRIMESTRE 4O. TRIMESTRE 1O. TRIMESTRE 2O. TRIMESTRE 3O. TRIMESTRE 4O. TRIMESTRE
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Acompanhamento e fiscalização por
parte do Setor de Patrimônio da
Prefeitura Municipal e do Conselho de
Patrimônio - PERMANENTE
Elaboração do plano de gestão Lançamento e realização da
campanha para recolhimento de
material bibliográfico, iconográfico e
áudio-visual
Elaboração de projetos para
participação em leis de incentivo e
editais diversos, inclusive para a
realização da reforma na sede da
Banda
Planejamento de participações da
Banda em ações do Projeto de
Educação Patrimonial do Município
Contratação e/ ou realização de
parceria com profissional de
administração e marketing
Contratação e/ ou realização de
parceria com professor de música
Bem
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Foto 04 - Encontro de Bandas. Banda SantaCecília reunida nas escadas do Fórum de RioPomba na década de 1980.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 03 - Encontro de Bandas. Banda SantaCecília reunida nas escadas do Fórum de RioPomba na década de 1970.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
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DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA
Foto 01 - Apresentação da Banda Santa Cecíliano Coreto da Praça Dr. Último de Carvalho emRio Pomba na década de 1930.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Museu Histórico de Rio Pomba.Data: dezembro de 2009.
Foto 02 - Apresentação da Banda Santa Cecíliano Coreto da Praça Dr. Último de Carvalho emRio Pomba na década de 1930.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Museu Histórico de Rio Pomba.Data: dezembro de 2009.
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Foto 08 - Encontro de Bandas. A Banda nasescadas do Fórum de Rio Pomba/ MG, no iníciodo século XXI.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 07 - Encontro de Bandas - Coreto da PraçaDr. Último de Carvalho em Rio Pomba na décadade 1990.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 05 - Apresentação em encontro de BandasemAlém Paraíba/ MG na década de 1970.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 06 - Encontro de Bandas - Coreto daPraça Dr. Último de Carvalho em Rio Pomba nadécada de 1990.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
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Foto 10 - Desfile de Sete de Setembro, naAvenida Dr. José Neves em Rio Pomba, no íníciodo século XIX.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 11 - Encontro de Bandas em Goianá/ MG, noinício do século XIX.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 09 - Desfile de Sete de Setembro, naAvenida Dr. José Neves em Rio Pomba, no íníciodo século XIX.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 12 - Encontro de Bandas em Goianá/ MG, noinício do século XIX.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
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Foto 16 - Músicos da Banda Santa Cecíliadesfilando no Sete de Setembro com a banda doIFET, no ínicio do século XXI.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 15 - Filhos e sobrinho do maestro Jorgecom o saudoso maestro Genaro, no ínicio doséculo XXI.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 14 - Apresentação da Banda na Praça Dr.Último de Carvalho em Rio Pomba em 2007.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Roberto Mosqueiro.Data: dezembro de 2009.
Foto 13 - Encontro de Bandas em Goianá/ MG, noinício do século XIX.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
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Foto 20 -Apresentação da Banda no Carnaval emRio Pomba, no ínicio dos anos XXI.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da Silva.Data: dezembro de 2009.
Foto 19 - Gravação do Filme "Uma Banda emNossas Vidas" em 14 de setembro de 2008.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.
Data: dezembro de 2009.
Fonte:http://revelandoanotres.blogspot.com/2008/09/assim-que-banda-toca.html
Foto 17 - Gravação do Filme "Uma Banda emNossas Vidas" em 14 de setembro de 2008.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.
Data: dezembro de 2009.
Fonte:http://revelandoanotres.blogspot.com/2008/09/assim-que-banda-toca.html
Foto 18 - Gravação do Filme "Uma Banda emNossas Vidas" em 14 de setembro de 2008.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.
Data: dezembro de 2009.
Fonte:http://revelandoanotres.blogspot.com/2008/09/assim-que-banda-toca.html
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Foto 24 - Encontro de Bandas em Rio Pomba em30 de agosto de 2009.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Museu Histórico Municipal.Data: dezembro de 2009.
Foto 23 - Encontro de Bandas em Rio Pomba em30 de agosto de 2009.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Museu Histórico Municipal.Data: dezembro de 2009.
Foto 21 - Encontro de Bandas em Rio Pomba em30 de agosto de 2009.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Museu Histórico Municipal.Data: dezembro de 2009.
Foto 22 - Encontro de Bandas em Rio Pomba em30 de agosto de 2009.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Museu Histórico Municipal.Data: dezembro de 2009.
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Foto 25 - Vista do edifício da sede da Banda.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Foto: Leonardo Rosa.Data: dezembro de 2009.
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Foto 26 - Vista da Imagem de Santa Cecília, nasede da Banda.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Foto: Leonardo Rosa.Data: dezembro de 2009.
Foto 28 - Vista dos muitos troféus ganhos pelaBanda Santa Cecília.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Foto: Leonardo Rosa.Data: dezembro de 2009.
Foto 27 - Vista do armário onde são guardadosalguns instrumentos em sua sede.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Foto: Leonardo Rosa.Data: dezembro de 2009.
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Foto 29 - Ensaio da Banda em sua sede no íniciodo século XXI.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Acervo: Jorge Luiz da SilvaData: dezembro de 2009.
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Foto 30 - Vista da sala de ensaios da banda emsua sede.Bem Registrado: “Banda Santa Cecília”.Município: Rio Pomba - MG.Foto: Leonardo Rosa.Data: dezembro de 2009.
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9. REGISTRO ÁUDIO-VISUAL
Encontra-se abaixo uma cópia do vídeo “Uma Banda em Nossas Vidas”, documentário
produzido por Eliane Maria Vieira, em 2008, como parte da terceira edição do projeto
“Revelando os Brasis”, desenvolvido pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto Marlin Azul para
incentivar a produção audiovisual em cidades de todo o Brasil que tenham menos de 20 mil
habitantes. Tal vídeo foi exibido no 15º Vitória Cine Vídeo (10 a 14 de Novembro de 2008),
realizado no Theatro Carlos Gomes, em Vitória-ES.
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10. REFERÊNCIA DOCUMENTAL E BIBLIOGRÁFICA
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ÁVILA, Affonso et al. Barroco mineiro glossário de arquitetura e ornamentação. 3.ed.ver. e
ampl. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro. Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1996.
BARBOSA, Waldemar Almeida. Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais. Belo
Horizonte, 1971. p.110
BASTOS, Wilson de Lima. A Micro-região do Vale do Paraibuna. Juiz de Fora: Edição do
autor, 1998.
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Brasília, 1988.
CORONA, Eduardo e LEMOS, Carlos A. C. Dicionário da Arquitetura Brasileira. São Paulo:
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CURY, Isabelle (org.). Cartas Patrimoniais. 3ª. ed. rev. aum. Rio de Janeiro: IPHAN, 2004.
DELPHIM, Carlos Fernando de Moura. Intervenções em Jardins Históricos: Manual. Brasília:
IPHAN, 2005.
Dossiê de Tombamento do Museu Histórico de Rio Pomba. Belo Horizonte: Aro Arquitetos
Associados, 2003.
ESTEVES, Albino. Álbum do Município de Juiz de Fora. Belo Horizonte: Imprensa Oficial,
1915.
FERREIRA, R. N. Cem anos-luz! O Imparcial: 1896-1996. Um jornal, um jornalista, uma cidade. Brasília: Linha Gráfica Editora, 1996.
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FILHO, L. E. M. Expedição Langsdorff ao Brasil 1821-1829 – Aquarelas e desenhos de Rugendas. Rio de Janeiro: FUNAG/Alumbramento, 1988.
FONSECA, M. C. L. O patrimônio em processo. Trajetória da política federal de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ/IPHAN, 1997.
GOMES, E. C. Percepção do ambiente construído: a praça. FAU-USP. São Paulo: 1997.
Tese apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, para
obtenção do título de Doutor.
ICOMOS. Recomendações para análise, conservação e restauração estrutural do patrimônio arquitetônico. Tradução: Silvia Puccioni. Paris: 2001.
IEPHA-MG. Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Minas Gerais (IPAC-MG). Belo
Horizonte, 1991
KATINSKY, Julio Roberto. Um guia para a história da técnica no Brasil colônia. 2 ed. São
Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 1980.
LACERDA, Ana Maria C. de Lacerda. Umidade ascendente em alvenarias tradicionais.
Salvador: 1988. Dissertação (Mestrado) – FAU – UFBA.
LEAL, Fernando Machado. Restauração e conservação de monumentos brasileiros – subsídios para o seu estudo. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1977.
LIMA JR., Augusto de. A capitania das Minas Gerais: suas origens e formação. Lisboa: s.ed.
1940.
_____. Os Sertões do Leste – Estudo de uma Região: A Mata Mineira. Rio de Janeiro:
Zahar, 1973.
LYNCH, Kevin. A Boa Forma da Cidade. Lisboa: Edições 70, 1999 (1ªEd. 1981).
NORBERG-SCHULZ, Christian. Genius loci. Towards a phenomenology of architecture. Londres, Academy Editions, 1980.
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OLENDER, Marcos. Ornamento, ponto e nó: da urdidura pantaleônica às tramas arquitetônicas de Raphael Arcuri. (Tese de Doutorado, UFBA), Salvador, 2007.
OLIVEIRA, Cláudia Alves de. et al. OS FUNDAMENTOS E CONSEQÜÊNCIAS DA APAC DO LEBLON. Disponível em www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/ arquivos/
100_fundamentos%20da%20apac%20leblon.PDF.
OLIVEIRA, Mário Mendonça de Oliveira. Tecnologia da conservação e da restauração – materiais e roteiros: um roteiro de estudos. Salvador: EDUFBA / ABRACOR, 2002.
PELEGRINI, Sandra C. A. Cultura e natureza: os desafios das práticas preservacionistas na esfera do patrimônio cultural e ambiental. In: Revista Brasileira de História. Vol. 26, no.
51. São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
01882006000100007&script=sci_arttext.
REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da arquitetura no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1995.
SANTANA, Márcia. Critérios de intervenção em sítios urbanos históricos: uma análise crítica. S/l: s/ed, s/d.
_____. Da cidade-monumento à cidade-documento. A trajetória da norma de preservação de áreas urbanas no Brasil (1937-1990). Dissertação de mestrado, Universidade Federal da
Bahia, Salvador, 1995. SANTIAGO, S. Município de Rio Pomba – Síntese histórica. Belo Horizonte: Imprensa Oficial
de Minas Gerais, 1991.
SENNA, Dr. Nelson de. Annuario de Minas Gerais: chorografia do Estado, História, Estatística, Variedades, Letras, Bibliographia. Bello Horizonte, anno V, 1913.
SILVA, D. G. (org.). Os diários de Langsdorff. Vol. 1. registro de 08/05/1824 a 17/02/1825. Rio
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SMITH, Robert C. Arquitetura civil no período colonial. In: Arquitetura Civil I. São Paulo:
FAU-USP e MEC-IPHAN, 1975, 330p.
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TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil – séculos XVI a XIX. Rio
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VASCONCELLOS, S. de. Arquitetura no Brasil: sistemas construtivos. Belo Horizonte:
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, 1979.
Sites http://www.youtube.com/watch?v=TtOe2jixkKU
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www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/548RosanaVidigal_e_Dalva_lola_.pdf
http://www.camara.gov.br/internet/sileq/Prop lista.asp?Autor=400144&Limite=N
Depoimentos Vinícius Leal Faria. Depoimento em dezembro de 2009.
Sarah Furtado Lima. Depoimento em dezembro de 2009.
Sylvio Caiaffa Mendonça. Depoimento em dezembro de 2009.
Dossiê de Registro foi elaborado entre nos meses de outubro e dezembro de 2009.
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11. EQUIPE TÉCNICA
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13. PARECER TÉCNICO SOBRE REGISTRO
Se nos detivermos no patrimônio cultural imaterial do Brasil e, dentro dele, nas
suas manifestações musicais, serão poucas as regiões nas quais alguma banda não será
recordada como uma das referências obrigatórias deste patrimônio. Conforme explicitado no
próprio histórico presente neste dossiê, a partir do seu surgimento, no século XVIII e,
principalmente, a partir da sua difusão, a partir do início da década de 1830, com a criação das
bandas de música da Guarda Nacional, o Brasil passou a, cada vez mais, “parar para ver a
banda passar” como apontava um dos nossos maiores poetas/compositores. O citado texto
afirma mais. Diz que “as bandas participam da vida da comunidade local”. Quem poderia
duvidar disso? Principalmente morando em um estado como o de Minas Gerais que, como
informa o dossiê, “é o Estado da federação que encerra maior tradição de bandas, possuindo as
mais antigas e concentrando o maior número delas, e a cidade de Rio Pomba é um exemplo
dessa tradição”
As bandas podem ser encontradas em Rio Pomba pelo menos desde o momento da sua
consagração como cidade, em 1832. São personagens e testemunhas da história da mesma
em suas diversas faces: política, social, econômica, urbana e cultural.
A “Banda Santa Cecília” é, hoje, a banda mais antiga em funcionamento na cidade.
Inclusive, a outra banda existente é uma “descendente” direta dela.
Preservar a citada Banda não só faz justiça com a sua importância histórica e cultural
para o município mas, também, reforça o reconhecimento, sempre necessário a este tipo de
organização musical tão importante para a educação cultural dos cidadãos de diversos
municípios do nosso Estado e do nosso país. Esperamos, também, que este gesto – o de
registro como patrimônio cultural imaterial – incentive outros municípios mineiros de fazerem o
mesmo até termos, pelo menos, uma banda registrada como patrimônio cultural na maioria dos
municípios do nosso Estado.
Seria, no mínimo, uma homenagem mais do que justa, a sua importância cultural.
Juiz de Fora, 26 novembro de 2009
Marcos Olender Arquiteto e Urbanista
Doutor em Arquitetura e Urbanismo
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