Quando os moocs não são moocs

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Um pouco mais sobre o MOOC

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O MS adverte : os conceitos emitidos aqui podem causar uma revolução na forma como

você pensa que a educação deve ser produzida– ensino e aprendizado – especialmente nas universidades.

Texto de: Reginaldo Albuquerque

Continuamos hoje com um novo artigo sobre os MOOCS. O

primeiro desta série foi publicado nos sites: www.canvas-moocs.blogspot.com.br, www.unasus.gov.br, e www.observasaude.org.br e na primeira semana alcançou 300 visitas. Uma boa repercussão, novas dúvidas e algumas críticas. Uma delas me deixou particularmente feliz ao referir o artigo como uma colcha de retalhos. Nada mais significativo. MOOCS é também um espaço, às vezes uma loja, onde as pessoas trocam ou vendem os seus pertences indesejados. O nome é perfeito para esta concepção de curso, um espaço de troca de conhecimentos, de conteúdos, de vivências, etc. Não se trata de um conteúdo estático que não se renova e não se integra com o grupo que dele participa. É uma inovação disruptiva como são aquelas que ajudam a criar novos valores causando uma desorganização nos valores presentes.

QUANDO OS MOOCS NÃO SÃO MOOCS

A desconstrução contém o ambiente do futuro. Usualmente, os

paradigmas existentes, podem causar revoluções tecnológicas e cognitivas. Como exemplo temos a introdução do computador pessoal que evoluiu de uma brincadeira para crianças e em 20 anos eliminou os grandes computadores. Incomoda, assim, a muita gente que precisa desaprender os seus paradigmas de trabalho. E isto é difícil. Muito difícil.

MOOC é um conceito desenvolvido no movimento OPEN EDUCATIONAL RESOURCES. Usa tecnologias da web 3.0 e assim permite a adição de páginas ativas no material textual. Um vídeo pode ser parado para introdução de explicações e perguntas, uso exaustivo de hipertextos, avaliações dinâmicas com registro dos percursos dentro do website, revisão por pares, uso de hangouts, skypes, rede sociais, etc.

O que significa, afinal MOOC?

Massivo - não é o número de matrículas e sim a

oportunidade de atingir e explorar a capacidade de milhares de estudantes em fóruns, hangouts e em atividades moderadas. É gratificante a ajuda e inspiração que pode ser conseguida dos estudantes e quantos conhecimentos aparecem a medida que o curso prossegue e quanta inspiração pode ser dele recorrente.

Open – deve oferecer vários caminhos e objetivos

utilizando diferentes recursos e habilidades sem diminuir a qualidade. Isto pode parecer problemático num mundo de culturas e sistemas educacionais caóticos. Não podemos esquecer também que os estudantes estão à procura de educação continuada. O curso deve evoluir ou acontecer numa plataforma LMS de fácil usabilidade e sem as complexidades dos atuais sistemas. Plataformas tipo CANVAS poderá ser a solução. Todos os participantes podem contribuir livremente.

Online – os livros são importantes, mas não

devemos forçar os estudantes a irem off-line quando as informações estão disponíveis online. Não é apenas um texto, mas existem laboratórios, nuvens computacionais. Todas as coisas podem se tornar uma atividade complementar, ou o inicio de um projeto pessoal de melhora.

Course – os certificados são importantes e

fundamentais. Sem eles é melhor seguir os vídeos no You Tube. São importantes para a avaliação do processo educacional.

Nunca esqueça que o O é mais importante que o M

A wikipedia diz que existem dois tipos: o primeiro que enfatiza a filosofia conectivista e aqueles que se assemelham aos cursos tradicionais e bem financiados como os do Coursera e edX. Para distinguir os dois Stepbhen Downes propõe os termos “cMOOC” e “xMOOC”.

Pode existir mais de um tipo de MOOC ?

Os cMOOCs são contextos de aprendizados, co-construídos e

adaptados por quem está aprendendo. Elimina a figura do grande professor-autor, pois todos são co-autores do curso e utilizam os princípios do aprendizado conectivista. O que o distingue é o elemento interativo e são focados na produção do contexto e não do conteúdo. Necessita por definição dos seguintes elementos de transmídia: Vídeos Tarefas – dever de casa Ferramentas de comunicação entre os participantes, como

chats, discussão fóruns, blogs. Fonte aberta Textos Uma plataforma que permite um desenvolvimento fácil, ágil.

OS cMOOCS

Os estudantes aprendem usando estes recursos e se

conectando uns com os outros, aprendem e gerenciam o seu crescimento no campo do conhecimento. Não existem objetivos fixados, exceto aprender em profundidade o assunto da matéria.

Os grande problemas dos cMOOCs são a acreditação, a certificação e avaliação.

São essencialmente os cursos padrões com objetivos,

matérias fixas, perguntas e exames. O enfoque é mais sobre a produção do conteúdo. O Coursera, o Edx são essencialmente deste tipo. Os do Medscape e do BMJ também seguem este padrão. Esta discussão – valorização do conteúdo ou do contexto – não é nova. Há 15 anos os especialistas em educação online asseguravam que o futuro está no conteúdo. Hoje sabemos que eles só têm valor quando usados no contexto.

E os xMOOCS ?

A função central da educação hoje, para muitos, é o

design de contextos onde a aprendizagem possa acontecer. Ensinar é criar contextos onde se possa aprender.

A.Dias de Figueiredo

Estas definições de MOOCS são agora um padrão

para discussão. Pesquisadores da educação à distância em saúde, como Vinicius Oliveira, Luiz Carlos Lobo e Lina Barreto, propõem agora a criação dos bMOOCs que seria um “blended” dos dois tipos acima descritos. Os “bMOOCS” seriam capazes de resolver os grandes problemas: as dificuldades de avaliação, certificação e da acreditação. As plataformas atuais de desenvolvimento destes cursos como o Canvas, o Moodle etc, serão capazes de responder a estes desafios?

O “bMOOCS” vem ai

Com o entendimento destas diferenças e limitações,

os educadores de EAD podem fazer as opções sobre o desenvolvimento dos seus cursos.

Na internet e na imprensa escrita vemos muitas apresentações em power point de instituições respeitáveis chamando o seu material de educação à distância de MOOCS. Alguns descrevem o atual momento como “MOOC pânico” ou uma “MOOC mania”, ou ainda como um tsunami – como disse John Hennssy, reitor de Stanford.

Alguns cursos que estão sendo oferecidos na internet

– como os dos grandes hospitais ou laboratório brasileiros, mais parecem apresentações de slides do que cursos realmente.

Não posso dizer que não aprendo ouvindo passivamente estes cursos, mas é muito pouco diante do que pode ser feito com as tecnologias atuais.

Continuamos em breve esta série discutindo as críticas aos MOOCS

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