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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO
METROPOLITANA DO RECIFE: UMA
AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO
RECIFE: UMA AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS
Autora: Jarcilene do Carmo Tomaz de Oliveira
Orientador: Luiz Augustinho Menezes da Silva
Co-Orientador: José Lindemberg Martins Machado
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, 2011
TCC apresentado ao Curso de Graduação em
Licenciatura em Ciências Biológicas como
requisito para incremento da Disciplina Eletiva do
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.
Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV
O48r Oliveira, Jarcilene do Carmo Tomaz de Raiva em morcegos na Região Metropolitana do Recife: uma avaliação dos últimos dez anos / Jarcilene do Carmo Tomaz de Oliveira. Vitória de Santo Antão: O Autor, 2011. 51 folhas:il.; tab.; fig. Orientador: Luiz Augustinho Menezes da Silva Co-Orientador: José Lindemberg Martins Machado TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco. CAV. Licenciatura em Ciências Biológicas, 2011. Inclui bibliografia e Anexos.
1. Morcegos urbanos - Vírus rábico. 2. Quirópteros – Vigilância epidemiológica. I. Silva, Luiz Augustinho Menezes da.II. Machado, José Lindemberg Martins. III. Título.
614.57 CDD (21.ed.) BIBCAV/UFPE-33/2011
CRB-4/977
FOLHA DE APROVAÇÃO
JARCILENE DO CARMO TOMAZ DE OLIVEIRA
RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO
RECIFE: UMA AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS
Aprovada em _____/_____/_____
Banca Examinadora
Orientador: ______________________________________
Prof. Luiz Augustinho Menezes da Silva
Núcleo de Biologia
UFPE/CAV
Examinador: ______________________________________
Profª. Gilmar Beserra de Farias
Núcleo de Biologia
UFPE/CAV
Examinador: ______________________________________
Prof. Yumma Bernardo Maranhão Valle
Mestre em Gestão e Política Ambientais
DEDICATÓRIA
À minhas amadas, “Vó” (in memoriam), Mãe e
Tia-mãe. Que me ensinaram o melhor desta
vida e fazem meu coração sorrir.
AGRADECIMENTOS
Não diferente de toda minha vida, primeiramente agradeço a Deus, pela força e
coragem nesta etapa importante da minha vida, pessoal e de inicio profissional.
À minha Avó, Rita Paulo (in memoriam), Ivan Henrique e Mauricea, meus pais, Rita,
minha Tia-mãe, Fabiana e Irmãos- “Bela”, “Rico”, “Nene” e “Dinho”; anjos, com quem
compartilhei e compartilho os melhores momentos e sentimentos, pelo apoio, afeto,
incentivos e por me fazerem ter certeza que o que importa não é O QUE eu tenho na vida,
mas QUEM eu tenho... SEM VOCÊS EU NÃO SERIA NADA!
Ao Corpo Docente, do Núcleo de Ensinamentos para a Vida, do Centro Acadêmico de
Vitória de Santo Antão. Em especial, ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Augustinho
Menezes da Silva, pela confiança, aprendizado, paciência, amizade, incentivo, e dispêndio
de seu tempo em ensinar a arte de amar e preservar, um dos animais mais fascinantes do
planeta.
Às pessoas que fazem à diferença em minha vida... Amigos, que estiveram e estão juntos.
Para aqueles que quando olho para trás, sinto muitas saudades... E aos que olho para o lado e
me agraciam com seus sorrisos. Em especial ao grupo das “1.000 e umas noites de
sinceridades”, Anna Karla, Cleópatra, minha creu, e Maria Fabíola - que venham mais 25
x quatro anos, pela frente. A Paloma, minha eterna “companheira”, pela amizade, conversa,
apoio. Aos amigos de „Caetes forever‟ Teone, Suammyr; Messias e Roseli, pela
convivência, diversão, desabafos e “bullying”.
Ao LANAGRO – PE, pela concessão dos Dados, aos seus funcionários, do departamento de
Raiva, que muitas vezes me fizeram dar boas risadas e desconcentrar, durante o tempo de
coleta de dados e ao meu Co-Orientador José Lindemberg pela disponibilidade.
Aos Centros de Vigilância Ambiental e Centros de Controle de Zoonoses, que se
disponibilizaram a sanar dúvidas.
E aos que não citei - sintam-se lembrados...
OBRIGADA A TODOS!
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição das Meso e Microrregiões no estado de Pernambuco................... 23
Figura 2 - Variação ao longo dos anos do encaminhamento de amostras de morcegos
(janeiro/2002-outubro/2011) pela Região Metropolitana do Recife.................................... 26
Figura 3 – Algumas espécies de morcegos identificados, enviados para análise rábica.... 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Número de amostras recebidas pelo LANAGRO/PE para análise rábica no
período de 2002 a 2011 por mesorregião de Pernambuco e categoria da amostra.............. 24
Tabela 2 - Número de amostras enviadas por categoria pelos municípios da Região
Metropolitana do Recife entre 2002 e 2011......................................................................... 25
Tabela 3 - Envio de amostras de morcegos entre 2002 e 2011 pelos municípios da
Região Metropolitana do Recife.......................................................................................... 26
Tabela 4 - Distribuição de espécies de morcegos identificados por município da RMR,
durante 2002-2011............................................................................................................... 27
Tabela 5 - Amostras isoladas com o vírus da raiva por municípios da Região
Metropolitana do Recife entre 2002 e 2011......................................................................... 28
Tabela 6 - Espécies de quirópteros com positividade para o vírus..................................... 29
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO GERAL................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 15
ARTIGO - RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO
RECIFE: UMA AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS. ....................................... 19
RESUMO ................................................................................................................... 19
ABSTRACT......................................................................................................... 20
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 21
MÉTODOS................................................................................................................. 22
RESULTADOS...................................................................................................... .... 24
DISCUSSÃO............................................................................................................. 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 35
ANEXOS........................................................................................................................... 36
INTRODUÇÃO GERAL
A raiva é causada por um vírus pertencente ao gênero Lyssavirus, família
Rhabdoviridae, e este encontra-se subdividido em sete genótipos, sendo o da raiva o
genótipo1 e, assim, protótipo do gênero (TORDO e POCH, 1988). Para o Brasil, Fekadu
(1972) destaca a identificação de cinco variantes para o vírus – a variante 2 (encontrada
principalmente em cães, apresentando o perfil típico de amostras de raiva urbana), 3
(usualmente identificadas em morcegos Desmodus rotundus), variante 4 (identificada em
morcegos insetívoros Tadarida brasiliensis), 5 (relativas a morcegos hematófagos na
Venezuela, mas no Brasil foi isolada de uma “raposa” ou “cachorro-do-mato”(Cerdocyon
thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas
amostras com perfis atípicos que não puderam ser enquadradas na classificação adotada.
Estas são provavelmente outros exemplos de processo adaptativo.
O vírus da raiva possui a forma de projétil e seu genoma é constituído por ácido
ribonucléico – RNA envolvido por duas capas de natureza lipídica. Neurotrópico, cuja
transmissão acontece quando o vírus, existente na saliva do animal infectado, entra no
organismo, através da pele ou de mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura
(BRASIL, 2005), sua ação no sistema nervoso central – SNC causa quadro clínico
característico de encefalomielite aguda (BRASIL, 2011).
É considerada uma das mais antigas doenças reconhecidas pela humanidade, muitas
vezes misturando-se com o folclore e crenças religiosas, dando origem a mitos e lendas
(STEELE, 1975). Mesmo sendo conhecida desde a antiguidade, a raiva representa ainda, em
pleno século XXI, um sério problema em alguns países ao redor do mundo, especialmente
nos que apresentam menor grau de desenvolvimento e onde há a manutenção do ciclo de
transmissão animal doméstico/homem (FUNASA, 2002). Atinge grande importância
epidemiológica, sendo uma das zoonoses de maior impacto em saúde pública face a sua alta
letalidade, pois ocasiona a morte em praticamente 100% dos casos após o início dos
sintomas, tanto em animais quanto em seres humanos (OMS, 2011).
No mundo, a raiva é uma das doenças infecto-contagiosa que possui o maior número
de animais como reservatórios (ROLIM et al., 2006), afeta a todos os mamíferos inclusive ao
homem, causando problemas econômicos e de saúde pública (KOTAIT et al., 2007).
Apresenta quatro ciclos epidemiológicos: – ciclo urbano, relacionado aos cães e gatos; – ciclo
rural, representado pelos animais de produção e o morcego hematófago; – ciclo silvestre
terrestre, que engloba os saguis, cachorros do mato, raposas, guaxinim, entre outros animais
selvagens – ciclo aéreo, que envolve os morcegos (BRASIL, 2009). Estes ciclos não se
encontram isolados e, sim, interagindo entre si, fazendo com que o vírus, mesmo que tenha
sido erradicado em um dos ciclos, possa surgir novamente devido a essa interação.
No Brasil a raiva é endêmica, apresentando variações de acordo com a região
geográfica (FUNASA, 2002), e os morcegos com uma grande importância na manutenção da
circulação do vírus rábico (KOTAIT e CARRIERI, 2004). Considerando que o controle de
raiva entre cães e gatos vem sendo cada vez mais eficiente (BRASIL, 2011) e que as medidas
na área rural junto aos animais de interesse econômico também vêm se aprimorando, os
animais silvestres e os sinantrópicos se destacaram como reservatórios naturais do vírus
rábico (KOTAIT et al., 2007), a partir de 2004, o morcego passou a ser o principal
transmissor no Brasil (BRASIL, 2011), havendo assim, a necessidade de medidas profiláticas
voltadas à transmissão de raiva por morcegos principalmente em áreas urbanas.
Entre os quirópteros, o morcego Desmodus rotundus se destaca como excelente
transmissor, devido ao hábito hematófago (KOTAIT et al., 2007). Porém, o vírus da raiva
pode ser encontrado em outras espécies de morcegos não só as hematófagas (SODRÉ et al.,
2010). Medidas de monitoramento de raiva em morcegos urbanos vêm sendo ultimamente
intensificadas, principalmente em decorrência do aumento significativo nos últimos anos das
notificações dos casos de raiva em morcegos, e particularmente preocupante, os registros de
casos em morcegos não hematófagos em áreas urbanas. A adaptação dos morcegos ao
ambiente urbano pode ocasionar infecções de animais de estimação e pessoas (BATISTA et
al., 2007), pois todos os morcegos, independente do seu hábito alimentar, podem morder se
forem indevidamente manipulados ou perturbados (JARDIM, 2008) e caso estejam com raiva
podem veicular o vírus.
Muitos desses relatos de morcegos positivos para raiva ocorreram em áreas urbanas
(UIEDA et al., 1995; CARNEIRO et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2011a; SILVA et al.,
2011). Quando acometidos pela raiva, os morcegos adoecem e morrem, apresentando como
principais sintomas mudanças comportamentais, vôos diurnos, incapacidade de se desviar de
obstáculos e paralisia (UIEDA et al., 1996; REICHMANN et a.l, 2000), sintomas esses que
facilitam o contato entre o morcego doente e humanos e/ou animais domésticos.
Existem no Brasil, 172 espécies de morcegos, pertencentes a nove famílias e 64
gêneros (TAVARES et al., 2008; REIS et al., 2011) amplamente distribuídas pelos diferentes
biomas terrestres, inclusive nas áreas urbanas, este ultimo representado por 63 espécies
(LIMA, 2008). De acordo com Sodré et al., (2010), 41 espécies de morcegos já foram
diagnosticadas positivas para raiva no Brasil, pertencendo a 25 gêneros e três famílias:
Phyllostomidae 43.9%, Vespertilionidae 29.3% e Molossidae 26.8%, distribuídas em
diferentes hábitos alimentares (26 são insetívoras, seis frugívoras e três nectarívoras,
hematófagas e onívoras). Para Pernambuco, são listadas 70 espécies de morcegos (GUERRA
2007; SILVA E MARINHO FILHO 2009/2010; LIRA et al., 2009), entretanto não se sabe o
número de espécies que ocorrem em ambiente urbano do Estado, uma vez que poucas áreas
urbanas foram estudadas e com um número reduzido de coletas (SILVA et al., 2010; LEAL,
2007). Das espécies citadas para Pernambuco, 38 delas ocorrem em áreas urbanas em outros
estados brasileiros (LIMA, 2008).
Nas grandes capitais do Brasil, os índices de positividade para raiva em morcegos
oscilam entre 0,5% e 0,8%, correspondendo aos indicadores de normalidade estabelecidos
pela Organização Mundial de Saúde (entre 1-4%) (PACHECO, et al., 2010). Este índice pode
está sendo mascarado em inúmeras regiões do país, uma vez que o número de amostras de
morcegos encaminhado para análise é considerado baixo, quando comparado a outros grupos
analisados.
Para Pedro (2002) a mitigação dos problemas causados pelos morcegos em áreas
urbanas poderá ser decorrente de processos atuando em três diferentes níveis: (1) de um
programa de Educação Ambiental, conscientizando a população da importância ecológica
dos morcegos e, portanto, de sua preservação, e alertando para os perigos associados ao
contato com os mesmos; (2) de um programa efetivo de controle da raiva, em áreas rural
e urbana, com realização de campanhas eficazes de vacinação de animais domésticos, e
monitoramento das populações de morcegos nessas áreas, com ênfase às populações do
morcego-vampiro-comum (Desmodus rotundus); (3) de programas paisagísticos
municipais, que devem privilegiar o plantio de árvores que não constituam fonte de alimento
ou de abrigo aos morcegos e, paralelamente, sejam apoiadas iniciativas de criação de parques
e reservas, visando à conservação dos quirópteros, bem como do restante da fauna local.
Kotait (2005) destaca que as ações para cobertura de foco de raiva em quirópteros em centros
urbanos, dependem de uma série de fatores, tais como: a espécie do morcego; se é espécime
solitário ou se forma colônias; se as colônias são pequenas ou grandes (mais de 20
espécimes); o local onde foi encontrado; se foi identificado o abrigo, etc.
Os órgãos responsáveis pelo monitoramento da raiva em morcegos nas áreas urbanas
estão vinculados às secretarias de saúde (centros de vigilância ambiental e centros de controle
de zoonoses) e, em muitos casos, estes centros não possuem pessoas treinadas para identificar
as diferentes espécies de morcegos, bem como, para criar medidas que diminuam os
problemas encontrados. Na maior parte dos casos, os morcegos são agrupados apenas em
hematófagos e não hematófagos e, no Brasil, isso representa respectivamente três e 169
espécies. Essa carência de equipes treinadas dificulta as ações de monitoramento, uma vez
que cada espécie apresenta características biológicas peculiares, que são importantes na
avaliação preliminar da situação encontrada (UIEDA et al., 1996), facilitando o encontro de
abrigos, as estratégias de captura e o controle das fontes de atração. O controle da raiva
transmitida pelos morcegos em áreas urbanas depende da identificação segura do animal e a
separação de morcegos em apenas dois grupos (hematófagos e não hematófagos) tem
dificultado o estudo de revisão e análise dos dados oficiais, prejudicando, desse modo, o
conhecimento do papel das espécies na epidemiologia da raiva (KOTAIT, 2006).
OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Levantar a questão da raiva em morcegos na Região Metropolitana do Recife entre
2002 e 2011.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Registrar as espécies de morcegos enviadas para análise de raiva proveniente da Região
Metropolitana do Recife;
Identificar as espécies positivas;
Diagnosticar áreas de maior ocorrência de raiva na região metropolitana;
Avaliar as atividades de envio de morcegos para análise pelos municípios da Região
Metropolitana do Recife.
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RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE: UMA
AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS
RABIES IN BATS IN METROPOLITAN REGION OF RECIFE: AN EVALUATION
OF THE LAST TEN YEARS
Jarcilene do Carmo Tomaz de OliveiraI,; Luiz Augustinho Menezes da SilvaI,;José Lindemberg Martins MachadoII IUniversidade Federal de Pernambuco. Centro Acadêmico de Vitória. Núcleo de Biologia. Grupo de Estudos de Morcegos no Nordeste (GEMNE). Vitória de Santo Antão – PE, Brasil IILaboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco – Recife, PE Correspondência | Correspondence
Rua Alto do Reservatório, s/n, CEP 55.608-680, Vitória de Santo Antão – PE, Brasil E-mail: jarcitomaz@hotmail.com
RESUMO
OBJETIVO: Identificar a situação da raiva em morcegos na Região Metropolitana do
Recife a partir do levantamento das amostras enviadas para a análise bem como da
identificação das espécies envolvidas na manutenção do ciclo da raiva na região.
MÉTODOS: Foram levantadas as amostras recebidas para análise rábica pelo
Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco (LANAGRO/PE), encaminhadas
pelos Centros de Controle de Zoonoses, Centros de Vigilância Ambiental, Munícipes
e pesquisadores dos Municípios da Região Metropolitana do Recife no período de
janeiro/2002 a outubro/2011.
RESULTADOS: O LANAGRO - PE recebeu 11.184 amostras de cinco categorias:
animais domésticos (94,21%); quiróptero (3,63%); criação (1,78%); silvestre e
humana (1%), provenientes de 14 municípios da Região Metropolitana do Recife.
Onze municípios enviaram espécimes de quirópteros (n= 407), apenas 180 foram
identificadas em nível de espécie e/ou família, registrando 17 espécies e cinco
famílias, destacando-se os Molossidae com 107 espécimes e três espécies, seguido
dos Phyllostomidae (n = 72 e 10) e Vespertilionidae (n = 16 e 2). Entre as amostras
235 foram positivas (canino – 122; Bovino – 55; morcego – 24; felino – 16; eqüino
14; asinino 2 e caprino 2) para 13 municípios. Seis municípios apresentam
morcegos positivos com cinco espécies identificadas, o maior número de casos
ocorreu em Recife e a maior riqueza em Moreno. A espécie com o maior número de
casos foi Molossus molossus (n = 6) ocorrendo em três municípios.
CONCLUSÕES: Houve um crescente aumento no índice de envio de amostras de
quirópteros por municípios a partir de 2008, porém atividades voltadas para
monitoramento dos quirópteros na RMR são pouco desenvolvidas, reforçando a
necessidade de ações contínuas de monitoramento das populações de morcegos
sinantrópicos e capacitação de profissionais para a identificação e manejo dos
quirópteros e, assim, o preenchimento correto de fichas de registros, subsidiando a
criação de ações eficientes voltadas para as espécies.
DESCRITORES: Quirópteros, Sinantrópicos, Vigilância Epidemiológica, Vírus
da Raiva.
ABSTRAC.
OBJECTIVE: Identify the situation of rabies in bats in the Metropolitan Region of
Recife from the lifting of the samples sent for analysis and the identification of the
species involved in maintenance cycle of rabies in this area.
METHODS: Were lifted rabies samples received for analysis by the National
Agricultural Laboratory of Pernambuco (LANAGRO / PE), forwarded Centers for
Zoonosis Control, Centers for Environmental Surveillance, residents and researchers
of the municipalities in the Metropolitan Region of Recife in the period from january
2002 to october/2011.
RESULTS: The LANAGRO – PE received 11,184 samples of five categories
domestic animals (94.21%), chiroptera (3.63%), creation (1.78%), wildlife and human
(1%) from 14 municipalities in the metropolitan area of Recife.
Eleven municipalities sent specimens of bats (n = 407), only 180 were identified to
species level and / or family, recording 17 species and five families, recording 17
species and five families, highlighting the Molossidae with 107 specimens and three
species, followed by the Phyllostomidae (n = 72 and 10) and Vespertilionidae (n = 16
and 2). Among the 235 samples were positive (canine - 122; Cattle - 55; bat - 24; cat
- 16, 14 horse, donkey 2 and goat 2) for 13 municipality. Six municipalities have
positive bats with five species identified, the largest number of cases occurred in
Recife and the richest in Moreno. The species with the highest number of cases was
Molossus molossus (n = 6) occurring in three municipalities.
CONCLUSIONS: There was a growing increase in the rate of transmission of
samples of bats from municipalities from 2008 but activities for monitoring of bats in
RMR are poorly developed, reinforcing the need for continuous activity monitoring of
synanthropic bat populations, and professional training for the identification and
management of bats and thus correctly complete record sheets, supporting the
creation of effective action-oriented species.
DESCRIPTORS: Chiroptera, Synanthropic, Epidemiological Vigilance, Rabies
Virus.
INTRODUÇÃO
A raiva é considerada uma das mais antigas doenças reconhecidas pela
humanidade, muitas vezes misturando-se com o folclore e crenças religiosas, dando
origem a mitos e lendas.26 Representa ainda, em pleno século XXI, um sério
problema em alguns países ao redor do mundo, especialmente nos que apresentam
menor grau de desenvolvimento e onde há a manutenção do ciclo de transmissão
animal doméstico/homem10, sendo considerada uma zoonose de grande impacto
em saúde pública face a sua alta letalidade, pois ocasiona a morte em praticamente
100% dos casos após o início dos sintomas, tanto em animais quanto em seres
humanos.19
Apresenta quatro ciclos epidemiológicos: – ciclo urbano, relacionado aos
cães e gatos; – ciclo rural, representado pelos animais de produção e o morcego
hematófago; – ciclo silvestre terrestre, que engloba os saguis, cachorros-do-mato,
raposas, guaxinim, entre outros animais selvagens – ciclo aéreo, que envolve os
morcegos.³ Estes ciclos não se encontram isolados e sim interagindo entre si,
fazendo com que o vírus, mesmo tendo sido erradicado em um dos ciclos, possa
surgir novamente devido a essa interação.
A partir de 2004, o morcego passou a ser o principal transmissor da raiva no
Brasil7, havendo assim a necessidade de medidas profiláticas voltadas à
transmissão de raiva por morcegos principalmente em áreas urbanas. Quando
acometidos pela raiva, o morcego doente perde a capacidade de voar e, num
estágio mais avançado da doença, começa a apresentar dificuldades para caminhar
e sustentar seu corpo sobre os pés e polegares das asas. Sinais de desidratação
são observados e há um aumento gradativo dos sintomas paralíticos, com maior
intensidade nas asas do animal. Os morcegos hematófagos abrangem atividade
alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores, falta de coordenação
dos movimentos, contrações musculares, paralisia, e os indivíduos doentes
afastam-se da colônia, deixam de realizar sua higiene corporal e são
constantemente agredidos por seus companheiros sadios a cada tentativa de
reintegração ao agrupamento. Nos morcegos não hematófagos doentes também é
observada paralisia, principalmente nas asas, o que, inicialmente, dificulta seus
voos e, posteriormente, os impede de voar. Os animais são encontrados em locais
não habituais (no chão, sobre a cama, pendurados nas cortinas, paredes, janelas e
muros) em horários não comuns (durante o dia).4 Esses sintomas facilitam o contato
entre o morcego doente e humanos e/ou animais domésticos. Sendo muitos dos
relatos de morcegos positivos para raiva ocorrentes de áreas urbanas. 24,29
Nas grandes capitais do Brasil os índices de positividade para raiva em
morcegos oscilam entre 0,5% e 0,8%, correspondendo aos indicadores de
normalidade estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (entre 1-4%).20 Este
índice pode está sendo mascarado em inúmeras regiões do país, uma vez que o
número de amostras de morcegos encaminhados para análise é considerado baixo,
quando comparado a outros grupos analisados. Contudo, o presente trabalho tem o
objetivo de levantar a situação da raiva em morcegos na Região Metropolitana do
Recife a partir do registro e identificação das espécies de morcegos recebidas pelo
LANAGRO/PE, diagnosticando assim as áreas de ocorrência de raiva em morcegos
em meio urbano.
MÉTODOS
Área de Estudo
O Estado de Pernambuco situa-se na região Nordeste do Brasil e encontra-se
subdividido territorialmente em cinco mesorregiões (Agreste, Metropolitana, São
Francisco, Sertão e Zona da Mata) e estas em 19 microrregiões (Figura 1).
Integrando uma das seis regiões metropolitanas brasileiras que possuem população
acima de três milhões de habitantes18, a Região Metropolitana do Recife (RMR) é a
maior aglomeração urbana do Nordeste, ocupa 2.768,454km² e representa 3% da
área do território pernambucano, constituindo umas das maiores densidades
demográficas do País 1.332 hab./km².12
Apresenta clima tropical, com alta umidade relativa do ar e temperaturas
equilibradas ao longo do ano devido à proximidade com o mar (temperatura média
de 25,2 ºC), além de uma altitude média de 4 metros. Está situada sobre uma
planície fluviomarinha circundada por colinas é constituída por ilhas, penínsulas,
alagados e manguezais. A RMR possui 14 municípios e encontra-se subdividida em
três microrregiões - Recife que é formada por Recife, Abreu e Lima, Camaragibe,
Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda Paulista e São Lourenço da Mata;
Itamaracá, sendo formada por Araçoiaba, Itapissuma, Ilha de Itamaracá e Igarassu;
Suape, por Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.
Dos 14 municípios, dez apresentam população inferior a 200 mil habitantes.
Sendo os quatro maiores núcleos urbanos da região os que conformam o
aglomerado de mais alta integração – Recife (com 1.537.704 habitantes) e Jaboatão
dos Guararapes (644.620 hab), Olinda (377.779 hab) e Paulista (300.466 hab).10,18
Apresentando um perfil eminentemente urbano, a região ainda conta com
população e atividades rurais, pouco expressivas e com acervo ambiental rico e
diversificado, possuindo áreas de floresta atlântica em diversos municípios, algumas
delas incrustadas nos centros urbanos.
Fonte: IBGE - Elaboração: Agência Condepe/Fidem
Figura 1. Distribuição das Meso e Microrregiões no estado de Pernambuco.
Coleta de Dados
As informações levantadas foram provenientes do material recebido para
análise rábica pelo Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco
(LANAGRO/PE), encaminhados pelos Centros de Controle de Zoonoses, Centros
de Vigilância Ambiental, munícipes e pesquisadores dos Municípios da Região
Metropolitana do Recife no período de 2002 a 2011. Para cada amostra recebida
foram tomadas notas de: município de origem, período de envio, tipo da amostra,
espécie, condição da amostra e laudo do exame (Imunofluorecência direta e prova
biológica).
De 2002 a outubro/2009 o registro das espécies enviadas se deteve à ficha
de campo e aos dados fornecidos pelos órgãos de envio. Durante o período de
dezembro/ 2009 a outubro/2011, as amostras de quirópteros encaminhados para
exame rábico foram guardadas, permitindo a identificação, esta foi realizada
seguindo Eisenberg9 (1989), Gregorin e Taddei11 (2002), Vizotto e Taddei30 (1973) e
outras pertinentes.
RESULTADOS
Entre janeiro de 2002 a outubro de 2011 o LANAGRO - PE recebeu 21.273
amostras para exame de raiva, provenientes de 19 estados brasileiros e distribuídas
em cinco categorias (criação, doméstico, humana, quiróptero e silvestre). Dentre
este total, 97,46% (20.733) foram enviadas por 183 municípios das cinco
mesorregiões pernambucanas (Tabela 1), destacando-se as amostras de
domésticos, seguidas por criação e quirópteros, este ultimo encaminhado por
apenas 50 municípios.
Tabela 1. Número de amostras recebidas pelo LANAGRO/PE para análise rábica no
período de 2002 a 2011 por mesorregião de Pernambuco e categoria da amostra. Categoria Mesorregião
Criação Doméstico Humana Quiróptero Silvestre Total
Agreste 338 3.314 3 43 60 3.758
Metropolitana 200 10.538 1 407 38 11.184
São Francisco 41 1.210 2 5 31 1.289
Sertão 187 1.956 2 266 80 2.491
Zona da Mata 165 1.778 0 38 30 2.011
Total 931 18796 8 760 239 20.733
A Região Metropolitana do Recife foi responsável por 52,57% dos envios,
representados por 94,21% de domésticos, 3,63% de quirópteros, 1,78 % de criação
e menos de 1% de silvestre e humana. O número enviado variou de 4.823 a 12 por
Município (Tabela 2), entre elas, 28 não foram analisadas por estarem em elevado
estado de putrefação, mumificadas, conservadas indevidamente ou eram
insuficientes para a análise. Os quirópteros representaram à segunda categoria (n =
407), ficando atrás apenas dos domésticos. Recife representou o maior número de
morcegos encaminhados 33,66%, seguido de Moreno com 29,23%, Jaboatão, 14%,
Olinda, 13,75%, os demais somados representaram 9,33% e três municípios não
enviaram morcegos (Tabela 2).
Tabela 2. Número de amostras enviadas por categoria pelos municípios da Região
Metropolitana do Recife entre 2002 e 2011.
Categoria Microrregião - Município
Criação Doméstico Humana Quiróptero Silvestre Total
RECIFE
Recife 59 4606 0 137 21 4.823
Jaboatão 29 1701 1 57 3 1.791
Olinda 5 1421 0 56 5 1.487
Paulista 8 790 0 4 2 804
Camaragibe 31 744 0 14 1 790
Moreno 5 133 0 119 3 260
São Lourenço da Mata 19 158 0 2 0 179
Abreu e Lima 2 104 0 6 0 112 ITAMARACÁ Araçoiaba 0 12 0 0 0 12
Igarassu 5 222 0 1 2 230
Itamaracá 20 46 0 0 0 66
Itapissuma 2 20 0 0 0 22 SUAPE Cabo de Santo Agostinho 13 483 0 9 1 506
Ipojuca 3 142 0 2 1 148
Total 200 10.537 1 407 39 11.184
O envio de amostras de quirópteros cresceu ao longo dos anos (Figura 2),
com um maior número entre 2009 e 2011. Apenas três municípios encaminharam
amostras em quase todos os anos e quatro em menos de cinco anos. Entretanto,
estas representaram para alguns municípios, baixas taxas de encaminhamento,
com uma ou duas amostras por ano (Tabela 3). Entre os morcegos destacaram-se
os não hematófagos (n = 232) em relação aos hematófagos (n = 20), no entanto,
38,08% (n=155) estavam identificadas apenas como morcego e o registro em
hematófago e não hematófagos acontecendo a partir de 2006.
0
20
40
60
80
100
120
140
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Ano
Nú
me
ro d
e a
mo
str
as
HEMATÓFAGO NÃO HEMATÓFAGO NÃO IDENTIFICADO Total geral
Figura 2. Variação ao longo dos anos do encaminhamento de amostras de
morcegos (janeiro/2002-outubro/2011) pela Região Metropolitana do Recife.
Tabela 3. Envio de amostras de morcegos entre 2002 e 2011 pelos municípios da
Região Metropolitana do Recife.
Ano Município
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total
Recife 10 5 8 3 28 10 17 19 24 13 137
Moreno 0 1 0 0 0 1 0 9 15 93 119
Jaboatão 0 1 3 3 0 6 6 12 24 2 57
Olinda 1 4 3 0 5 12 3 14 11 3 56
Camaragibe 1 1 1 0 2 0 4 0 2 3 14
Cabo de Santo Agostinho 0 1 1 0 3 2 0 1 0 1 9
Abreu e lima 1 0 0 2 0 0 1 1 1 0 6
Paulista 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 4
Ipojuca 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
São Lourenço da Mata 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Igarassu 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Total 13 13 18 8 38 33 32 56 79 117 407
Das 407 amostras de morcegos 180 foram identificadas até espécie e/ou
família, destacando-se os Molossidae com 107 espécimes e três espécies, seguido
dos Phyllostomidae (n = 72 e 10) e Vespertilionidae (n = 16 e 2) (Tabela 4).
Dezessete espécies e cinco famílias de morcegos foram registradas, o maior
número ocorreu para Molossus molossus. Os morcegos hematófagos (n = 20) foram
provenientes de apenas seis municípios (Olinda, Jaboatão, Recife, Ipojuca, Abreu e
Lima e Moreno), seis identificados como Desmodus rotundus e 14 como
hematófagos.
Tabela 4. Distribuição de espécies de morcegos identificados por município da RMR, durante 2002-2011. 1: Abreu e Lima; 2: Cabo de Santo Agostinho; 3: Camaragibe; 4: Igarassu; 5: Ipojuca; 6: Jaboatão; 7: Moreno; 8: Olinda; 9: Paulista; 10: Recife; 11: São Lourenço da Mata
Família/ Espécie Dieta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Total
Emballonuridae
Peropterix macrotris Insetívoro 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 4 Phyllostomidae
Artibeus sp Frugívoro 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Artibeus lituratus Frugívoro 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Artibeus planirostris Frugívoro 0 0 1 0 0 1 0 1 0 3 0 6
Carollia perspicillata Frugívoro 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
Chrotopterus auritus Carnívoro 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2
Desmodus rotundus Hematófago 0 0 0 0 0 4 0 1 0 1 0 6
Glossophaga soricina Nectarívoro 0 0 0 0 0 7 9 3 0 7 0 26
Loncorhina aurita Insetívoro 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1
Phyllostomus discolor Onívoro 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Plathyrrinus lineattus Frugívoro 0 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0 3
Sturnira lillium Frugívoro 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2
Frugívoro Frugívoro 0 0 0 0 0 3 0 2 0 0 0 5 Nectarívoro Nectarívoro 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Hematófago Hematófago 1 0 0 0 1 4 1 2 0 5 0 14
Molossidae
Cynomops planirostris Insetívoro 0 0 0 0 0 1 24 0 0 1 0 26
Molossus molossus Insetívoro 0 0 1 0 0 11 49 5 1 4 0 71
Molossus rufus Insetívoro 0 1 1 0 0 2 5 0 1 0 0 10 Vespertilionidae
Eptesicus furinalis Insetívoro 0 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0 5
Myotis sp Insetívoro 0 0 2 0 0 2 6 1 0 0 0 11 Noctilionidae
Noctilio leporinus Piscívoro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Insetívoro Insetívoro 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 Não hematófago - 1 1 2 0 1 5 3 7 1 30 0 50
Não identificado - 4 7 7 1 0 13 9 28 1 82 2 155
Total - 6 9 14 1 2 57 119 56 4 137 2 407
Em relação ao hábito alimentar, as maiores incidência, de envios deram-se
para insetívoros (n = 132), e maior riqueza em espécies (n = 7) nectarívoros (n =
31), frugívoro (n = 21) e hematófago (n = 20) (Tabela 4).
Tabela 5. Amostras isoladas com o vírus da raiva por municípios da Região
Metropolitana do Recife entre 2002 e 2011.
Amostras Municípios
Asinino Bovino Canino Caprino Equino Felino Morcego Total
Recife 1 13 46 0 4 5 8 77
Jaboatão 0 4 26 0 1 3 5 39
Camaragibe 1 8 4 1 3 3 2 21 Cabo de Santo Agostinho 0 3 12 0 2 2 0 19
Moreno 0 1 9 0 0 1 6 17
Olinda 0 1 11 0 0 1 2 15
Paulista 0 5 9 0 0 0 0 14
Itamaracá 0 8 0 1 2 0 0 11 São Lourenço da Mata 0 6 2 0 1 1 0 10
Igarassu 0 1 3 0 0 0 0 4
Abreu e lima 0 2 0 0 0 0 1 3
Ipojuca 0 2 0 0 1 0 0 3
Itapissuma 0 1 0 0 0 0 0 1
Total 2 55 122 2 14 16 24 235
Das 11.184 amostras enviadas 235 foram positivas (canino – 122; Bovino –
55; morcego – 24; felino – 16; equino 14; asinino 2 e caprino 2) para 13 municípios
(Tabela 5), os morcegos ficaram em terceiro lugar. Cinco espécies de morcegos
foram diagnosticadas com raiva na RMR (Tabela 6), com ocorrência para seis
municípios, o maior número de casos ocorreu em Recife (n = 8) e a maior riqueza
em Moreno (n = 6). A espécie com o maior registro foi Molossus molossus (n = 6)
ocorrendo em três municípios. Vale salientar que os casos positivos de morcegos
não hematófagos foram encontrados em áreas urbanas e os hematófagos na zona
rural.
Tabela 6. Espécies de quirópteros com positividade para o vírus. NI: não
hematófago.
Espécies Município
Artibeus planirrostris
Desmodus rotundus
Eptesicus furinalis
Molossus molossus
Myotis sp
Hematófago NI Total
Abreu e Lima 0 0 0 0
0
1 0 1
Camaragibe 0 0 0 1 0 0 1 2
Jaboatão 0 3 0 0 1 0 1 5
Moreno 0 0 2 2 0 1 1 6
Olinda 1 0 0 0 0 0 1 2
Recife 0 0 0 3 0 0 5 8
Total 1 3 2 6 1 2 9 24
DISCUSSÃO
A raiva humana no Brasil vem decrescendo nos últimos anos e os maiores
números de casos positivos concentram-se nas regiões Norte e Nordeste. 7 Ao
longo da distribuição da doença, a importância na participação de diferentes grupos
animais no ciclo da raiva varia de acordo com a região geográfica e uma das
medidas adotadas para o monitoramento da raiva é o envio de amostras para
análise rábica23, a fim de se verificar a participação dos diferentes grupos na
transmissão do vírus. Quanto mais diversificadas forem essas amostras, maiores
são as chances de levantar casos positivos nos diferentes ciclos da doença.
Pernambuco destaca-se no envio de um grupo de amostras diversificado contendo
animais de criação, domésticos, quirópteros, humana e silvestre. Apenas o
encaminhamento de animais domésticos e de criação é um fator que pode mascarar
a presença do vírus na região. Para verificar essa importância, Kotait et al15 (2007)
afirmam que Desmodus rotundus (morcego-hematofago), Cerdocyon thous
(raposa), Callithrix jacchus (sagui) e 41 outras espécies de morcegos são os
principais reservatórios silvestre do vírus no Brasil, e mesmo com o controle da raiva
em cães e gatos e dos herbívoros sendo muito eficiente, a circulação do vírus nos
animais silvestres e morcegos não hematófagos pode passar para domésticos e
herbívoros.
O resultado do diagnóstico laboratorial é destacado por Meslin e Kaplan17
(1996), como uma influência tanto para a decisão de se proceder a um tratamento,
como a adoção de medidas para o controle de uma epizootia em uma comunidade.
No período de 10 anos, a porcentagem do envio de amostras para análise rábica na
RMR foi elevada, se comparada a outras regiões do país1, 21, 28, além de abranger
diferentes categorias animais, demonstrando o desenvolvimento de ações eficientes
voltadas para o monitoramento da raiva no estado de Pernambuco segundo o
recomendado por Kotait13 (2005) e Schneider et al23 (1996).
Desde 1973, foi criado um Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR)
com o objetivo de promover atividades sistemáticas de combate à raiva humana,
mediante o controle dessa zoonose nos animais domésticos e o tratamento
específico das pessoas agredidas (mordidas) ou que, supõe-se, tenham tido contato
com animais raivosos .8 O maior índice de positividade encontrado foi para cães, ao
longo do período amostrado o isolamento do vírus rábico nestes animais evidenciou
que o controle de raiva entre canídeos domésticos vem sendo cada vez mais
eficiente.
Para os bovinos, segundo grupo com maior isolamento rábico, um sistema de
ações - Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) foi
implantado em 1966 no Brasil, visando o efetivo controle da raiva, por meio da
vacinação estratégica de espécies susceptíveis e do controle populacional do
Desmodus rotundus, o principal transmissor para o grupo6, associados a outras
medidas profiláticas e de vigilância, mesmo em área predominantemente urbana. O
resultado positivo do programa proporciona uma maior fiscalização e envio de
amostras suspeitas de estarem com raiva entre os herbívoros, favorecendo assim o
registro de casos positivos. As condições para se conseguir o controle da raiva são
tecnicamente simples, mas não tão fáceis de serem executadas, uma vez que
demanda muito esforço, apoio de várias instituições e recursos financeiros23,
principalmente se quer atingir todos os ciclos da doença.
É de conhecimento que nos últimos anos, os casos de raiva em morcegos têm
aumentado em vários estados do Brasil1,22, com registros tanto em áreas rurais25,
como nas urbanas24,29 e em espécies de diferentes hábitos alimentares e
especificidades ecológicas distintas. No presente estudo os quirópteros consistiram
no terceiro maior índice de positivos, entretanto este valor pode não refletir a
verdadeira situação da raiva em morcegos na RMR, uma vez que o número de
amostras encaminhadas desse grupo para análise ainda é pouco significativo, se
comparado a trabalhos epidemiológicos em outras regiões como os de Albas et al¹
(2005), Scheffer et al22 (2007) e muitos municípios passaram anos sem encaminhar
amostras. O registro de espécies positivas em áreas urbanas aumenta as chances
de contágio para humanos e animais domésticos, principalmente quando as
espécies são comuns nos ambientes urbanos, como as encontradas (LIMA, 2008).
Semelhante aos achados ocorrido em área metropolitana na região Sudeste do
Brasil, de Almeida et al² (1994), no estudo foi observado a maior positividade em
espécimes pertencentes à família Molossidae e Phyllostomidae, sendo a família
Vespertilionidae a menos representativa. Molossus molossus e Desmodus rotundus
foram as espécies que representam o maior índice de positivos. Para a espécie
insetívora, este fato está associado ao seu maior índice de envio, por se apresentar
bem adaptada ao meio urbano devido em grande parte à oferta abundante de
alimento e abrigo das cidades, associada à ausência de predadores.27
Pode-se verificar que ocorreu um crescente aumento no índice de envio de
amostras de quirópteros por municípios a partir de 2008. Este fato pode ter ocorrido
após o registro de diversos casos de espoliação em humanos em área urbana do
Recife em 2007, e de um caso de raiva humana transmitida por morcegos
hematófagos, em Floresta, Sertão de Pernambuco, o que demandou cobranças dos
órgãos responsáveis por esse monitoramento pela mídia.
O agrupamento dos morcegos em hematófagos e não hematófagos, segundo
Pacheco et al20 (2010) e Uieda et al29 (1996), ainda é fator rotineiro, entretanto esse tipo de
medida inviabiliza e/ou dificulta o desenvolvimento de determinadas ações para o controle
da raiva em morcegos urbanos, pois esse controle depende da identificação segura do
animal14, uma vez que cada espécie apresenta características biológicas peculiares que são
importantes na avaliação preliminar da situação encontrada.29 Isso pode está acontecendo
devido aos órgãos responsáveis pelo monitoramento da raiva em morcegos nas áreas
urbanas não possuírem pessoas treinadas para identificar as diferentes espécies de
morcegos, bem como, criar medidas que diminuam os problemas encontrados. Os maiores
números de envios estavam relacionados a municípios onde ocorreram capacitações e
desenvolvimento de projetos em parcerias. Assim, reforçando a afirmação de que além de
um monitoramento eminente e a longos prazos, a fim de obter dados concretos do status e
conservação dos morcegos, os Centros necessitam de profissionais capacitados para o
manejo de quirópteros.
REFERÊNCIAS
1. Albas A, Zocolaro PT, Rosa TZ, Cunha SEM. Diagnóstico laboratorial da
raiva na região oeste do Estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras.Med Trop.
2005:38: 493-495.
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de Raiva Humana no Brasil. Brasília: Brasil Epidemiologia e Serviços de
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censo2010/populacao_por_municipio.shtm
13. Kotait I, Carrieri ML, Júnior PC, Castilho JG, Oliveira RN, Macedo CI, et al.
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brasileiros. Rev. Fac. Fil. Ciê. Let. São José do Rio Preto. 1973;1:1-72.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O isolamento do vírus rábico em quirópteros está crescendo entre as espécies mais
bem adaptadas a áreas urbanas. Sendo os Molossideos, com maiores índices de positividade.
Contudo, há uma grande parcela de quirópteros com registros de raiva sem identificação,
destacando que é necessário o treinamento de agentes e profissionais para a identificação e
manejo de morcegos, gerando o preenchimento corretos de fichas de registros, subsidiando a
criação de ações eficientes voltadas para cada espécie.
O perfil epidemiológico demonstra quais ações de controle de animais domésticos
vêm sendo desenvolvidas, registrando-se a diminuição do número de casos de raiva neste
grupo. Porém, atividades voltadas para monitoramento dos quirópteros na RMR são pouco
desenvolvidas, reforçando a necessidade de atividade contínua de monitoramento das
populações de morcegos sinantrópicos por meio do encaminhamento de amostras suspeitas
para exame laboratorial.
O controle das populações de hematófagos (Desmodus rotundus) instaladas nas áreas
urbanas e as campanhas de vacinação, aliadas as atividades de educação e saúde voltadas aos
munícipes sobre a importância dos morcegos e os cuidados que devemos ter com esses
animais, também são ações para a erradicação da raiva no ambiente urbano e preservação das
comunidades de quirópteros.
ANEXOS
ISSN 0034-8910 versão
impressa ISSN 1518-8787 versão on-line
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Categorias de artigos Autoria Processo de julgamento dos manuscritos Preparo dos manuscritos Suplementos Conflito de interesses Documentos
Categorias de Artigos
Artigos Originais
Incluem estudos observacionais, estudos experimentais ou quase-experimentais, avaliação de programas, análises de custo-efetividade, análises de decisão e estudos sobre avaliação de desempenho de testes diagnósticos para triagem populacional. Cada artigo deve conter objetivos e hipóteses claras, desenho e métodos utilizados, resultados, discussão e conclusões.
Incluem também ensaios teóricos (críticas e formulação de conhecimentos teóricos relevantes) e artigos dedicados à apresentação e discussão de aspectos metodológicos e técnicas utilizadas na pesquisa em saúde pública. Neste caso, o texto deve ser organizado em tópicos para guiar os leitores quanto aos elementos essenciais do argumento desenvolvido.
Recomenda-se ao autor que antes de submeter seu artigo utilize o "checklist" correspondente:
CONSORT checklist e fluxograma para ensaios controlados e randomizados
STARD checklist e fluxograma para estudos de acurácia diagnóstica
MOOSE checklist e fluxograma para meta-análise QUOROM checklist e fluxograma para revisões
sistemáticas STROBE para estudos observacionais em
epidemiologia
Informações complementares:
Devem ter até 3.500 palavras, excluindo resumos, tabelas, figuras e referências.
As tabelas e figuras, limitadas a 5 no conjunto, devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas. As figuras não devem repetir dados já descritos em tabelas.
As referências bibliográficas, limitadas a cerca de 25, devem incluir apenas aquelas estritamente pertinentes e relevantes à problemática abordada. Deve-se evitar a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação. Citações de documentos não publicados e não indexados na literatura científica (teses, relatórios e outros) devem ser evitadas. Caso não possam ser substituídas por outras, não farão parte da lista de referências bibliográficas, devendo ser indicadas nos rodapés das páginas onde estão citadas.
Os resumos devem ser apresentados no formato estruturado, com até 300 palavras, contendo os itens: Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões. Excetuam-se os ensaios teóricos e os artigos sobre metodologia e técnicas usadas em pesquisas, cujos resumos são no formato narrativo, que, neste caso, terão limite de 150 palavras.
A estrutura dos artigos originais de pesquisa é a convencional: Introdução, Métodos, Resultados e Discussão, embora outros formatos possam ser aceitos. A Introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordadas no artigo. As fontes de dados, a população estudada, amostragem, critérios de seleção, procedimentos analíticos, dentre outros, devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A seção de Resultados deve se limitar a descrever os resultados encontrados sem incluir interpretações/comparações. O texto deve complementar e não repetir o que está descrito em tabelas e figuras. A Discussão deve incluir a apreciação dos autores sobre as limitações do estudo, a comparação dos achados com a literatura, a interpretação dos autores sobre os resultados obtidos e sobre suas principais implicações e a eventual indicação de caminhos para novas pesquisas. Trabalhos de pesquisa qualitativa podem juntar as partes Resultados e Discussão, ou mesmo ter diferenças na nomeação das partes, mas respeitando a lógica da estrutura de artigos científicos.
Comunicações Breves – São relatos curtos de achados
que apresentam interesse para a saúde pública, mas que não comportam uma análise mais abrangente e uma
discussão de maior fôlego.
Informações complementares
Devem ter até 1.500 palavras (excluindo resumos tabelas, figuras e referências) uma tabela ou figura e até 5 referências.
Sua apresentação deve acompanhar as mesmas normas exigidas para artigos originais, exceto quanto ao resumo, que não deve ser estruturado e deve ter até 100 palavras.
ARTIGOS DE REVISÃO
Revisão sistemática e meta-análise - Por meio da síntese de resultados de estudos originais, quantitativos ou qualitativos, objetiva responder à pergunta específica e de relevância para a saúde pública. Descreve com pormenores o processo de busca dos estudos originais, os critérios utilizados para seleção daqueles que foram incluídos na revisão e os procedimentos empregados na síntese dos resultados obtidos pelos estudos revisados (que poderão ou não ser procedimentos de meta-análise).
Revisão narrativa/crítica - A revisão narrativa ou revisão crítica apresenta caráter descritivo-discursivo, dedicando-se à apresentação compreensiva e à discussão de temas de interesse científico no campo da Saúde Pública. Deve apresentar formulação clara de um objeto científico de interesse, argumentação lógica, crítica teórico-metodológica dos trabalhos consultados e síntese conclusiva. Deve ser elaborada por pesquisadores com experiência no campo em questão ou por especialistas de reconhecido saber.
Informações complementares:
Sua extensão é de até 4.000 palavras. O formato dos resumos, a critério dos autores, será
narrativo, com até 150 palavras. Ou estruturado, com até 300 palavras.
Não há limite de referências.
COMENTÁRIOS
Visam a estimular a discussão, introduzir o debate e "oxigenar" controvérsias sobre aspectos relevantes da saúde pública. O texto deve ser organizado em tópicos ou subitens destacando na Introdução o assunto e sua
importância. As referências citadas devem dar sustentação aos principais aspectos abordados no artigo.
Informações complementares:
Sua extensão é de até 2.000 palavras, excluindo resumos, tabelas, figuras e referências
O formato do resumo é o narrativo, com até 150 palavras.
As referências bibliográficas estão limitadas a cerca de 25
Publicam-se também Cartas Ao Editor com até 600 palavras e 5 refêrencias.
Autoria
O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere sobretudo à concepção do projeto de pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica. A contribuição de cada um dos autores deve ser explicitada em declaração para esta finalidade (ver modelo). Não se justifica a inclusão de nome de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios acima. A indicação dos nomes dos autores logo abaixo do título do artigo é limitada a 12; acima deste número, os autores são listados no rodapé da página.
Os manuscritos publicados são de propriedade da Revista, vedada tanto a reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos impressos. Resumos ou resenhas de artigos publicados poderão ser divulgados em outros periódicos com a indicação de links para o texto completo, sob consulta à Editoria da RSP. A tradução para outro idioma, em periódicos estrangeiros, em ambos os formatos, impresso ou eletrônico, somente poderá ser publicada com autorização do Editor Científico e desde que sejam fornecidos os respectivos créditos.
Processo de julgamento dos manuscritos
Os manuscritos submetidos que atenderem às "instruções aos autores" e que se coadunem com a sua política editorial são encaminhados para avaliação.
Para ser publicado, o manuscrito deve ser aprovado nas
três seguintes fases:
Pré-análise: a avaliação é feita pelos Editores Científicos
com base na originalidade, pertinência, qualidade acadêmica e relevância do manuscrito para a saúde pública.
Avaliação por pares externos: os manuscritos selecionados na pré-análise são submetidos à avaliação de especialistas na temática abordada. Os pareceres são analisados pelos editores, que propõem ao Editor Científico a aprovação ou não do manuscrito.
Redação/Estilo: A leitura técnica dos textos e a
padronização ao estilo da Revista finalizam o processo de avaliação.
O anonimato é garantido durante todo o processo de julgamento.
Manuscritos recusados, mas com a possibilidade de reformulação, poderão retornar como novo trabalho, iniciando outro processo de julgamento.
Preparo dos manuscritos
Devem ser digitados em extensão .doc, .txt ou .rtf, com letras arial, corpo 12, página em tamanho A-4, incluindo resumos, agradecimentos, referências e tabelas.
Todas as páginas devem ser numeradas.
Deve-se evitar no texto o uso indiscriminado de siglas, excetuando as já conhecidas.
Os critérios éticos da pesquisa devem ser respeitados. Para tanto os autores devem explicitar em Métodos que a pesquisa foi conduzida dentro dos padrões exigidos pela Declaração de Helsinque e aprovada pela comissão de ética da instituição onde a pesquisa foi realizada.
Idioma
Aceitam-se manuscritos nos idiomas português, espanhol e inglês. Para aqueles submetidos em português oferece-se a opção de tradução do texto completo para o inglês e a publicação adicional da versão em inglês em meio eletrônico. Independentemente do idioma empregado, todos manuscritos devem apresentar dois resumos, sendo
um em português e outro em inglês. Quando o manuscrito for escrito em espanhol, deve ser acrescentado um terceiro resumo nesse idioma.
Dados de identificação
a) Título do artigo - deve ser conciso e completo,
limitando-se a 93 caracteres, incluindo espaços. Deve ser apresentada a versão do título em inglês.
b) Título resumido - com até 45 caracteres, para fins de legenda nas páginas impressas.
c) Nome e sobrenome de cada autor, seguindo formato
pelo qual é indexado.
d) Instituição a que cada autor está afiliado, acompanhado
do respectivo endereço (uma instituição por autor).
e) Nome e endereço do autor responsável para troca de correspondência.
f) Se foi subvencionado, indicar o tipo de auxílio, o nome
da agência financiadora e o respectivo número do processo.
g) Se foi baseado em tese, indicar o nome do autor, título, ano e instituição onde foi apresentada.
h) Se foi apresentado em reunião científica, indicar o
nome do evento, local e data da realização.
Descritores - Devem ser indicados entre 3 e 10, extraídos do vocabulário "Descritores em Ciências da Saúde" (DeCS), quando acompanharem os resumos em português, e do Medical Subject Headings (MeSH), para os resumos em inglês. Se não forem encontrados descritores disponíveis para cobrirem a temática do manuscrito, poderão ser indicados termos ou expressões de uso conhecido.
Agradecimentos - Devem ser mencionados nomes de pessoas que prestaram colaboração intelectual ao trabalho, desde que não preencham os requisitos para participar da autoria. Deve haver permissão expressa dos nomeados (ver documento Responsabilidade pelos Agradecimentos). Também podem constar desta parte agradecimentos a instituições quanto ao apoio financeiro ou logístico.
Referências - As referências devem ser ordenadas
alfabeticamente, numeradas e normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, de acordo com o Index Medicus, e grafados no formato itálico. No caso de publicações com até 6 autores, citam-se todos; acima de 6, citam-se os seis primeiros, seguidos da expressão latina "et al".
Exemplos:
Fernandes LS, Peres MA. Associação entre atenção básica em saúde bucal e indicadores socioeconômicos municipais. Rev Saude Publica. 2005;39(6):930-6.
Forattini OP. Conceitos básicos de epidemiologia molecular. São Paulo: Edusp; 2005.
Karlsen S, Nazroo JY. Measuring and analyzing "race", racism, and racial discrimination. In: Oakes JM, Kaufman JS, editores. Methods in social epidemiology. San Francisco: Jossey-Bass; 2006. p. 86-111.
Yevich R, Logan J. An assessment of biofuel use and burning of agricultural waste in the developing world. Global Biogeochem Cycles. 2003;17(4):1095, DOI:10.1029/2002GB001952. 42p.
Zinn-Souza LC, Nagai R, Teixeira LR, Latorre MRDO, Roberts R, Cooper SP, et al . Fatores associados a sintomas depressivos em estudantes do ensino médio de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica. 2009; 42(1):34-40.
Para outros exemplos recomendamos consultar o documento "Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Medical Publication" (http://www.icmje.org).
Comunicação pessoal, não é considerada referência bibliográfica. Quando essencial, pode ser citada no texto, explicitando em rodapé os dados necessários. Devem ser evitadas citações de documentos não indexados na literatura científica mundial e de difícil acesso aos leitores, em geral de divulgação circunscrita a uma instituição ou a um evento; quando relevantes, devem figurar no rodapé das páginas que as citam. Da mesma forma, informações citadas no texto, extraídas de documentos eletrônicos, não mantidas permanentemente em sites, não devem fazer parte da lista de referências, mas podem ser citadas
no rodapé das páginas que as citam.
Citação no texto: Deve ser indicado em expoente o
número correspondente à referência listada. Deve ser colocado após a pontuação, nos casos em que se aplique. Não devem ser utilizados parênteses, colchetes e similares. O número da citação pode ser acompanhado ou não do(s) nome(s) do(s) autor(es) e ano de publicação. Se forem citados dois autores, ambos são ligados pela conjunção "e"; se forem mais de dois, cita-se o primeiro autor seguido da expressão "et al".
Exemplos:
Segundo Lima et al9 (2006), a prevalência se transtornos mentais em estudantes de medicina é maior do que na população em geral.
Parece evidente o fracasso do movimento de saúde comunitária, artificial e distanciado do sistema de saúde predominante.12,15
A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do manuscrito.
Tabelas - Devem ser apresentadas separadas do texto,
numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. A cada uma deve-se atribuir um título breve, não se utilizando traços internos horizontais ou verticais. As notas explicativas devem ser colocadas no rodapé das tabelas e não no cabeçalho ou título. Se houver tabela extraída de outro trabalho, previamente publicado, os autores devem solicitar autorização da revista que a publicou , por escrito, parasua reprodução. Esta autorização deve acompanhar o manuscrito submetido à publicação
Quadros são identificados como Tabelas, seguindo uma única numeração em todo o texto.
Figuras - As ilustrações (fotografias, desenhos, gráficos,
etc.), devem ser citadas como figuras. Devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto; devem ser identificadas fora do texto, por número e título abreviado do trabalho; as legendas devem ser apresentadas ao final da figura; as ilustrações devem ser suficientemente claras para permitir sua reprodução, com resolução mínima de 300 dpi.. Não se permite que figuras representem os
mesmos dados de Tabela. Não se aceitam gráficos apresentados com as linhas de grade, e os elementos (barras, círculos) não podem apresentar volume (3-D). Figuras coloridas são publicadas excepcionalmente.. Nas legendas das figuras, os símbolos, flechas, números, letras e outros sinais devem ser identificados e seu significado esclarecido. Se houver figura extraída de outro trabalho, previamente publicado, os autores devem solicitar autorização, por escrito, para sua reprodução. Estas autorizações devem acompanhar os manuscritos submetidos à publicação.
Submissão online
A entrada no sistema é feita pela página inicial do site da RSP (www.fsp.usp.br/rsp), no menu do lado esquerdo, selecionando-se a opção "submissão de artigo". Para submeter o manuscrito, o autor responsável pela comunicação com a Revista deverá cadastrar-se. Após efetuar o cadastro, o autor deve selecionar a opção "submissão de artigos" e preencher os campos com os dados do manuscrito. O processo de avaliação pode ser acompanhado pelo status do manuscrito na opção "consulta/ alteração dos artigos submetidos". Ao todo são oito situações possíveis:
Aguardando documentação: Caso seja detectada qualquer falha ou pendência, inclusive se os documentos foram anexados e assinados, a secretaria entra em contato com o autor. Enquanto o manuscrito não estiver de acordo com as Instruções da RSP, o processo de avaliação não será iniciado.
Em avaliação na pré-análise: A partir deste
status, o autor não pode mais alterar o manuscrito submetido. Nesta fase, o editor pode recusar o manuscrito ou encaminhá-lo para a avaliação de relatores externos.
Em avaliação com relatores: O manuscrito está em processo de avaliação pelos relatores externos, que emitem os pareceres e os enviam ao editor.
Em avaliação com Editoria: O editor analisa os
pareceres e encaminha o resultado da avaliação ao autor.
Manuscrito com o autor: O autor recebe a comunicação da RSP para reformular o manuscrito e encaminhar uma nova versão.
Reformulação: O editor faz a apreciação da nova
versão, podendo solicitar novos esclarecimentos ao autor.
Aprovado Reprovado
Além de acompanhar o processo de avaliação na página de "consulta/ alteração dos artigos submetidos", o autor tem acesso às seguintes funções:
"Ver": Acessar o manuscrito submetido, mas sem alterá-lo.
"Alterar": Corrigir alguma informação que se esqueceu ou que a secretaria da Revista solicitou. Esta opção funcionará somente enquanto o status do manuscrito estiver em "aguardando documentação".
"Avaliações/comentários": Acessar a decisão da
Revista sobre o manuscrito.
"Reformulação": Enviar o manuscrito corrigido com um
documento explicando cada correção efetuada e solicitado na opção anterior.
Verificação dos itens exigidos na submissão:
1. Nomes e instituição de afiliação dos autores, incluindo e-mail e telefone.
2. Título do manuscrito, em português e inglês, com até 93 caracteres, incluindo os espaços entre as palavras.
3. Título resumido com 45 caracteres, para fins de legenda em todas as páginas impressas.
4. Texto apresentado em letras arial, corpo 12, em formato Word ou similar (doc,txt,rtf).
5. Nomes da agência financiadora e números dos processos.
6. No caso de artigo baseado em tese/dissertação, indicar o nome da instituição e o ano de defesa.
7. Resumos estruturados para trabalhos originais de pesquisa, português e inglês, e em espanhol, no caso de manuscritos nesse idioma.
8. Resumos narrativos originais para manuscritos que não são de pesquisa nos idiomas português e inglês, ou em espanhol nos casos em que se aplique.
9. Declaração, com assinatura de cada autor, sobre a "responsabilidade de autoria"
10. Declaração assinada pelo primeiro autor do manuscrito sobre o consentimento das pessoas nomeadas em Agradecimentos.
11. Documento atestando a aprovação da pesquisa por comissão de ética, nos casos em que se aplica. Tabelas numeradas seqüencialmente, com título e notas, e no máximo com 12 colunas.
12. Figura no formato: pdf, ou tif, ou jpeg ou bmp, com resolução mínima 300 dpi; em se tratando de gráficos, devem estar em tons de cinza, sem linhas de grade e sem volume.
13. Tabelas e figuras não devem exceder a cinco, no conjunto.
14. Permissão de editores para reprodução de figuras ou tabelas já publicadas.
15. Referências normalizadas segundo estilo Vancouver, ordenadas alfabeticamente pelo primeiro autor e numeradas, e se todas estão citadas no texto.
Suplementos
Temas relevantes em saúde pública podem ser temas de suplementos. A Revista publica até dois suplementos por volume/ano, sob demanda.
Os suplementos são coordenados por, no mínimo, três editores. Um é obrigatoriamente da RSP, escolhido pelo Editor Científico. Dois outros editores-convidados podem ser sugeridos pelo proponente do suplemento.
Todos os artigos submetidos para publicação no suplemento serão avaliados por revisores externos, indicados pelos editores do suplemento. A decisão final sobre a publicação de cada artigo será tomada pelo Editor do suplemento que representar a RSP.
O suplemento poderá ser composto por artigos originais (incluindo ensaios teóricos), artigos de revisão, comunicações breves ou artigos no formato de
comentários.
Os autores devem apresentar seus trabalhos de acordo com as instruções aos autores disponíveis no site da RSP.
Para serem indexados, tanto os autores dos artigos do suplemento, quanto seus editores devem esclarecer os possíveis conflitos de interesses envolvidos em sua publicação. As informações sobre conflitos de interesses que envolvem autores, editores e órgãos financiadores deverão constar em cada artigo e na contra-capa da Revista.
Conflito de interesses
A confiabilidade pública no processo de revisão por pares e a credibilidade de artigos publicados dependem em parte de como os conflitos de interesses são administrados durante a redação, revisão por pares e tomada de decisões pelos editores.
Conflitos de interesses podem surgir quando autores, revisores ou editores possuem interesses que, aparentes ou não, podem influenciar a elaboração ou avaliação de manuscritos. O conflito de interesses pode ser de natureza pessoal, comercial, política, acadêmica ou financeira.
Quando os autores submetem um manuscrito, eles são responsáveis por reconhecer e revelar conflitos financeiros ou de outra natureza que possam ter influenciado seu trabalho. Os autores devem reconhecer no manuscrito todo o apoio financeiro para o trabalho e outras conexões financeiras ou pessoais com relação à pesquisa. O relator deve revelar aos editores quaisquer conflitos de interesse que poderiam influir em sua opinião sobre o manuscrito, e, quando couber, deve declarar-se não qualificado para revisá-lo.
Se os autores não tiverem certos do que pode constituir um potencial conflito de interesses, devem contatar a secretaria editorial da Revista.
Documentos
Cada autor deve ler, assinar e anexar os documentos: Declaração de Responsabilidade e Transferência de Direitos Autorais (enviar este somente após a aprovação). Apenas a Declaração de responsabilidade pelos Agradecimentos deve ser assinada somente pelo primeiro autor (correspondente).
Documentos que devem ser anexados ao manuscrito no momento da submissão:
1. Declaração de responsabilidade 2. Agradecimentos
Documento que deve ser enviado à Secretaria da RSP somente na ocasião da aprovação do manuscrito para publicação:
3. Transferência de direitos autorais
1. Declaração de Responsabilidade
Segundo o critério de autoria do International Committee of Medical Journal Editors, autores devem contemplar todas as seguintes condições: (1) Contribuí substancialmente para a concepção e planejamento, ou análise e interpretação dos dados; (2) Contribuí significativamente na elaboração do rascunho ou na revisão crítica do conteúdo; e (3) Participei da aprovação da versão final do manuscrito.
No caso de grupo grande ou multicêntrico ter desenvolvido o trabalho, o grupo deve identificar os indivíduos que aceitam a responsabilidade direta pelo manuscrito. Esses indivíduos devem contemplar totalmente os critérios para autoria definidos acima e os editores solicitarão a eles as declarações exigidas na submissão de manuscritos. O autor correspondente deve indicar claramente a forma de citação preferida para o nome do grupo e identificar seus membros. Normalmente serão listados em rodapé na folha de rosto do artigo.
Aquisição de financiamento, coleta de dados, ou supervisão geral de grupos de pesquisa, somente, não justificam autoria.
Todas as pessoas relacionadas como autores devem assinar declaração de responsabilidade.
MODELO
Eu, (nome por extenso), certifico que participei da autoria do manuscrito intitulado (título) nos seguintes termos:
"Certifico que participei suficientemente do trabalho para tornar pública minha responsabilidade pelo seu conteúdo."
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manuscrito, em parte ou na íntegra, nem outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, de minha autoria, foi publicado ou está sendo considerado para publicação em outra revista, quer seja no formato impresso ou no eletrônico."
"Atesto que, se solicitado, fornecerei ou cooperarei totalmente na obtenção e fornecimento de dados sobre os quais o manuscrito está baseado, para exame dos editores."
Contribuição: _______________________________________________________________
_________________________ ___________________
Local, data Assinatura
Documentos
2. Declaração de Responsabilidade pelos Agradecimentos
Os autores devem obter permissão por escrito de todos os indivíduos mencionados nos Agradecimentos, uma vez que o leitor pode inferir seu endosso em dados e conclusões. O autor responsável pela correspondência deve assinar uma declaração conforme modelo abaixo.
MODELO
Eu, (nome por extenso), autor responsável pelo manuscrito intitulado (título):
Certifico que todas as pessoas que tenham contribuído substancialmente à realização deste manuscrito mas não preenchiam os critérios de autoria, estão nomeados com suas contribuições específicas em Agradecimentos no manuscrito.
Certifico que todas as pessoas mencionadas nos Agradecimentos me forneceram permissão por escrito para tal.
Certifico que, se não incluí uma sessão de Agradecimentos, nenhuma pessoa fez qualquer contribuição substancial a este manuscrito.
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Local, Data Asssinatura
3. Transferência de Direitos Autorais
Enviar o documento assinado por todos os autores na ocasião da aprovação
do manuscrito.
A RSP não autoriza republicação de seus artigos, exceto em casos especiais. Resumos podem ser republicados em outros veículos impressos, desde que os créditos sejam devidamente explicitados, constando a referência ao artigo original. Todos as solicitações acima, assim como pedidos de inclusão de links para artigos da RSP na SciELO em sites, devem ser encaminhados à Editoria Científica da Revista de Saúde Pública.
MODELO
"Declaro que em caso de aceitação do artigo por parte da Revista de Saúde Pública concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornarão propriedade exclusiva da Faculdade de Saúde Pública, vedado qualquer produção, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se obtida, farei constar o competente agradecimento à Faculdade de Saúde Pública e os créditos correspondentes."
Autores:
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Título:
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Local, data Assinatura
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Local, data Assinatura
Figura 3: Algumas espécies de morcegos identificados, enviados para análise rábica
Peropterix macrotris Artibeus lituratus Artibeus planirostris Carollia perspicillata
Chrotopterus auritus Desmodus rotundus Glossophaga soricina Loncorhina aurita
Phyllostomus discolor Plathyrrinus lineattus Sturnira lillium Cynomops planirostris
Molossus molossus Molossus rufus Eptesicus furinalis Noctilio leporinus
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