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RAQUEL TEIXEIRA PEREIRA
CARLA DO CARMO ALMEIDA
AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA DE
CONFECÇÃO NA ZONA DA MATA MINEIRA
Trabalho apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica e de Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das Exigências para a conclusão do curso de Engenharia de Produção
Orientador
Luciano José Minette
VIÇOSA
MINAS GERAIS- BRASIL
2006
ii
AGRADECIMENTO
A Deus, simplesmente por tudo em nossas vidas.
Aos nossos pais, grandes responsáveis pelas nossas conquistas, pelo carinho e
ausências consentidas.
Aos nossos irmãos, pela amizade e compreensão.
Aos nossos avós, tias e tios, primos e afilhados, pelo apoio incondicional.
Aos amigos de curso, pela motivação, apoio e amizade inestimável.
Aos amigos de Descoberto, Argirita e Viçosa e, às meninas da
república, pelos momentos de descontração.
Ao professor Luciano José Minette pela orientação, sabedoria e
confiança.
iii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................. 05
LISTA DE TABELAS............................................................................................. 06
RESUMO................................................................................................................. 07
1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 08
2. OBJETIVO.......................................................................................................... 08
3. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 09
3.1. Característica humanas dos trabalhadores................................................... 09
3.2. Antropometria.............................................................................................. 09
3.3. Avaliação da carga de trabalho físico.......................................................... 10
3.4. Frequência cardíaca..................................................................................... 10
3.5. Biomecânica................................................................................................. 11
3.6. Fatores ambientais....................................................................................... 12
3.6.1. Clima do local de trabalho................................................................ 12
3.6.2. Luz................................................................................................... 13
iv
3.6.3. Ruído ................................................................................................ 14
4. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 14
4.1. Região de estudo.......................................................................................... 15
4.2. Atividades desenvolvidas............................................................................ 15
4.3. População e amostragem............................................................................. 15
4.4. Perfil e condições de trabalho..................................................................... 15
4.5. Estudo antropométrico................................................................................. 15
4.6. Carga de trabalho físico............................................................................... 16
4.7. Análise da Biomecânica............................................................................... 17
4.8. Avaliação das condições do ambiente de trabalho...................................... 18
4.8.1. Calor.................................................................................................. 18
4.8.2. Luz..................................................................................................... 19
4.8.3. Níveis de ruído.................................................................................. 19
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 19
5.1. Perfil e condição de trabalho na indústria de confecção.............................. 19
5.2. Estudo antropométrico................................................................................. 22
5.3. Carga de trabalho físico............................................................................... 23
5.4. Biomecânica................................................................................................. 24
5.5. Condições do ambiente de trabalho............................................................. 24
5.5.1. Calor................................................................................................. 24
5.5.2. Luz..................................................................................................... 25
5.5.3.Ruído.................................................................................................. 26
6. CONCLUSÕES.................................................................................................. 27
7.RECOMENDAÇÕES........................................................................................... 27
8. REFERÊNCIAS................................................................................................. 29
ANEXOS............................................................................................................... 30
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fluxograma do processo produtivo............................................................ 40
Figura 2 - Distribuição da população por sexo........................................................... 40
Figura 3 - Opinião dos trabalhadores quanto às partes do corpo em que sentem
dores no fim do dia...................................................................................
40
Figura 4 - Amostra dos níveis médios de frequência cardíaca da atividade............... 41
Figura 5 - Amostra dos níveis de calor para parte da jornada de trabalho.................. 41
Figura 6- Níveis médios da iluminância durante a jornada de trabalho....................... 41
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -Limites de Tolerância Para Exposição ao Calor, em Conseqüência do
IBUTG Obtido (Válido Para Homens e Mulheres)....................................................
30
Tabela 2 - Classificação da carga de trabalho físico através da freqüência
cardíaca..................................................................................................
30
Tabela 3 - Resultado do levantamento do perfil......................................................... 31
Tabela 4 - Resultado das medidas antropométricas.................................................... 33
Tabela 5 - Análise das posturas adotadas no desempenho da atividade de costura.... 34
Tabela 6 - Níveis de ruído médios encontrados na confecção.................................... 39
vii
ALMEIDA, Carla do Carmo; PEREIRA, Raquel Teixeira. Avaliação ergonômica do
trabalho em uma indústria de confecção na Zona da Mata Mineira.2006,42
páginas.Trabalho de Graduação, (Curso de Engenharia de Produção)-Universidade
Federal de Viçosa.
RESUMO
O presente trabalho foi realizado em uma empresa de confecção situada na Zona da Mata, no estado de Minas Gerais, para avaliar as condições ergonômicas de trabalho, visando à melhoria da saúde, do conforto, da segurança e do bem-estar dos trabalhadores do referido setor, com os objetivos específicos de fazer o levantamento do perfil dos trabalhadores; avaliar a carga de trabalho físico; analisar a biomecânica da atividade de confecção e os fatores físicos do ambiente de trabalho; e fazer levantamento antropométrico.
O levantamento do perfil dos trabalhadores e das condições de trabalho foi realizado por intermédio da aplicação de questionários aos trabalhadores e das observações e anotações realizadas durante a coleta de dados. Os dados antropométricos foram obtidos pelas medições de variáveis do corpo humano na posição sentada. A avaliação da carga de trabalho físico foi realizada por meio da análise da frequência cardíaca da atividade.
Para analisar a biomecânica da atividade foi utilizada a técnica de fotogravação com o trabalhador visto em diversos ângulos.As posturas foram obtidas com a aplicação do software desenvolvido pela Universidade de Michigan e analisadas pelo método OWAS que permitiu classificar a intervenção necessária.
Com relação aos fatores físicos do ambiente de trabalho, foi analisada a sobrecarga térmica utilizando um termômetro digital de IBUTG. A avaliação lumínica foi feita utilizando um luxímetro digital com fotocélula, da marca Lutron LX-101.E, a avaliação dos níveis de ruído foi realizada com o uso de dosímetro de marca 01 dB Stell modelo dosebadge CR 100B.
Palavras-chave: Ergonomia, confecção, costureiras, trabalho sentado.
8 8
1.INTRODUÇÃO
A ergonomia é o conjunto de conhecimentos a respeito do desempenho do ser
humano em suas atividades, a fim de aplicá-los à realização das tarefas, aos instrumentos,
às máquinas e aos sistemas de produção.
A forma de execução das atividades do setor industrial sofreu muitas mudanças nos
últimos anos. Em busca de maior competitividade, a inovação tecnológica no setor resultou
novos processos de trabalho, aumentando o rendimento nas operações, reduzindo o esforço
despendido e melhorando as posturas adotadas. No entanto, dependendo da maneira como
estas atividades são executadas e das condições de trabalho fornecidas, os trabalhadores
muitas vezes ficam expostos a elevados níveis de ruído e vibração, poeiras, iluminamento
inadequado, além de que constantemente adotam posturas potencialmente lesivas ao
organismo, sendo que em muitas das vezes, movimentam, levantam e transportam cargas
com peso acima dos limites toleráveis.
Os estudos ergonômicos na indústria de confecção visam harmonizar o sistema de
trabalho adaptando-o ao ser humano, através da análise da tarefa, da postura, dos
movimentos e da vibração a que o trabalhador fica exposto, assim como de suas exigências
físicas e psicológicas, objetivando reduzir a fadiga e o estresse, proporcionando um local de
trabalho confortável e seguro. Com isso, pode-se reduzir o cansaço mental e físico dos
trabalhadores e conseqüentemente aumentar a eficiência e o rendimento do processo
produtivo.
2. OBJETIVOS
O objetivo geral deste estudo foi avaliar as condições ergonômicas de Trabalho em
uma Indústria de Confecção na Zona da Mata Mineira, visando à melhoria da saúde, do
conforto, da segurança e do bem-estar dos trabalhadores.
Especificamente, pretende-se:
a) Fazer o levantamento do perfil dos trabalhadores.
b) Fazer o levantamento antropométrico.
c) Avaliar a carga de trabalho físico.
d) Analisar a biomecânica da atividade de confecção.
9 9
e) Analisar os fatores físicos do ambiente de trabalho.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Características humanas dos trabalhadores
O estudo do perfil consiste no levantamento do trabalhador, analisando-se variáveis,
como idade, estado civil, escolaridade, origem, treinamento, tempo de trabalho na empresa
e experiência na função, dentre outras (FIEDLER, 1995), tendo a função de melhoria das
condições atuais de trabalho.
O que se observa é que nem todos os trabalhadores são iguais e que, portanto,
diferentes tipos de funções exigem diferentes habilidades dos seus ocupantes (IIDA, 1990).
3.2. Antropometria
A antropometria, segundo Pheasant (1998), é o ramo das Ciências Sociais que lida
com as medidas do corpo, particularmente com o tamanho e a forma. A importância das
medidas antropométricas ganhou especial interesse na década de 40, provocada, por um
lado, pela necessidade da produção em massa.
Toda população é constituída de indivíduos diferentes e sempre que possível e
justificável, devem-se realizar as medidas antropométricas da população para a qual está
sendo projetado um produto ou equipamento, pois equipamentos fora das características
dos usuários podem levar à estresse desnecessário e até provocar acidentes graves.
Normalmente as medidas antropométricas são representadas pela média e desvio padrão,
porém a utilidade dessas medidas depende do tipo de projeto em que vão ser aplicadas
(IIDA, 1991).
Um primeiro tipo de projeto pode ser considerado do tipo médio. Homem médio ou
padrão é uma abstração, pois poucas pessoas podem ser consideradas como padrão. Nestes
casos, aplica-se o projeto para indivíduos extremos, maiores ou menores, dependendo do
fator limitativo do equipamento. Deve-se tentar acomodar pelo menos 95% dos casos.
Do ponto de vista industrial, quanto mais padronizado for o produto, menores serão
seus custos de produção e de estoque.
10 10
Uma ferramenta bem desenvolvida terá desempenho melhor nas mãos de um
operador sem prejudicar as estruturas músculo-esquelético deste. Por outro lado, os dados
antropométricos só têm sentido para a ergonomia se analisadas também as atividades que o
trabalhador desenvolve.
3.3. Avaliação da carga de trabalho físico
Em estudos ergonômicos, utiliza-se medir os índices fisiológicos com o objetivo de
determinar o limite de atividade física que um indivíduo pode exercer.O limite de carga
máxima no trabalho pode ser calculado com base na freqüência cardíaca do trabalho (FCT)
ou pela carga cardiovascular (CCV). O limite de aumento da freqüência cardíaca durante o
trabalho, aceitável para uma “performance” contínua, é de 35 e 30 batimentos por minuto
(bpm), no homem e na mulher, respectivamente.
Isso significa que o limite é atingido quando a freqüência cardíaca média do
trabalhador estiver 35 bpm acima da freqüência cardíaca média de repouso (FCR)
(FIEDLER, 1998).
A carga cardiovascular corresponde à percentagem da freqüência cardíaca do
trabalho, em relação à freqüência cardíaca máxima utilizável, não devendo ultrapassar 40%
da freqüência cardíaca do trabalho (FIEDLER, 1998).
O aparecimento de sintomas de fadiga por sobrecarga física depende do esforço
desenvolvido, da duração do trabalho e das condições individuais, como: estado de saúde,
nutrição e condicionamento decorrente da prática da atividade. À medida que aumenta a
fadiga, reduz-se ritmo de trabalho, atenção e rapidez de raciocínio, tornando o operador
menos produtivo e mais sujeito a erros e acidentes (SILVA, 1999).
Para saber se um determinado trabalhador tem condição de executar uma atividade
laborativa durante uma jornada de trabalho completa, deve-se comparar o dispêndio
energético da atividade com a capacidade aeróbica média do trabalhador (COUTO, 1987).
A avaliação da carga de trabalho físico do ser humano pode ser efetuada através de
índices fisiológicos, como a freqüência cardíaca.
3.4. Frequência Cardíaca
11 11
A existência de fadiga pode ser determinada pela medida da freqüência cardíaca
durante a tarefa. Para evitar a fadiga, a freqüência cardíaca não deve exceder 110
batimentos por minuto durante uma jornada de trabalho de 8 horas (COUTO, 1995).
Entretanto, outros fatores podem interferir nesses índices aumentando os riscos, tais
como tensão mental, emoção, café e tabaco ( WISNER, 1987).
3.5. Biomecânica
A biomecânica estuda as interações entre o trabalho e o homem, sob o ponto de
vista dos movimentos músculos-esqueletais envolvidos e as suas conseqüências. Analisa
basicamente a questão das posturas corporais no trabalho e a aplicação de forças envolvidas
(IIDA, 1990).
Na posição sentada, como no caso das costureiras, a pessoa exige atividade
muscular do dorso e do ventre para manter essa posição. Todo o peso do corpo é suportado
pela pele que cobre o osso nas nádegas. Posturas inadequadas provocam dores nos
músculos.
Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) têm sido, nos
últimos anos, dentre as doenças ocupacionais registradas, as mais prevalentes, segundo as
estatísticas referentes à população trabalhadora segurada (Instituição Nacional do Seguro
Social,1997).É a segunda causa de afastamento do trabalho.Os distúrbios são devidos,
fundamentalmente, à utilização biomecanicamente incorreta dos membros superiores, como
força excessiva, manutenção de posturas incorretas, alta repetitividade de um mesmo
padrão de movimento e compressão mecânica das delicadas estruturas dos membros
superiores (IIDA,1998).
O ser humano é o principal componente que determina a produtividade, bem como
o sucesso ou o fracasso de um sistema de trabalho (MINETTE, 1996). Para atingir este
objetivo, deve-se, portanto, adaptar, de forma mais adequada possível, o trabalho às
características do trabalhador, buscando reduzir o cansaço, a possibilidade de erros, os
acidentes, o absenteísmo e aumentar o conforto e o seu bem estar social.
É importante ressaltar que a literatura tem destacado a função de costureira como
um grupo de risco principalmente em relação ao desenvolvimento de lesões por esforços
12 12
repetitivos (CUNHA, 1992; OLIVEIRA, 1991). Podendo então afetar o sistema músculo-
esquelético, principalmente a coluna vertebral e membros, resultando em dores que podem
se estender além do horário de trabalho.
A postura adotada pelas costureiras é predominantemente sentada, ombros elevados,
com ou sem apoio dos membros superiores, e flexão da região cervical para visualização
das tarefas. As variações dessa postura envolvem a flexão do tronco para executar a costura
e a rotação do mesmo para pegar os objetos a serem trabalhados que são colocados em
cavaletes situados lateralmente e atrás do sujeito. As peças confeccionadas ou consertadas
são depositadas em uma caixa de madeira colocada no chão e ao lado, exigindo a flexão
com rotação do tronco.
Foi verificada a inexistência de apoio para os pés, seja fornecido pela empresa ou
confeccionado pelo próprio funcionário.
Esta situação pode causar danos no que tange a circulação venosa nos membros
inferiores da costureira, bem como problemas nas articulações dos pés e joelhos.
3.6. Fatores ambientais
Em análises ergonômicas também se considera o meio físico no qual se efetua um
trabalho. O ruído, as vibrações, o calor, o frio, a altitude, os produtos tóxicos etc., quando
excedem certos limites podem provocar doenças ou alterar o bem-estar (APUD, 1997).
Uma grande fonte de tensão no ambiente de trabalho é uma condição desfavorável
de trabalho, como por exemplo, excesso de temperatura, ruído e vibração. Esses fatores
causam desconforto, aumentam o risco de acidentes e podem provocar danos consideráveis
à saúde (IIDA, 1990).
O trabalho na indústria de confecção é desgastante como qualquer processo
produtivo que exija uma produção em ritmo acelerado e com certo grau de concentração,
bem como contínua repetição padronizada de movimentos e predominância de posição
comprometedora à saúde do trabalhador.
As indústrias de confecção não são consideradas como áreas insalubres, inclusive
com anuência sindical.
3.6.1. Clima do local de trabalho
13 13
As condições climáticas têm grande efeito sobre o desempenho do trabalhador.
Quando o clima é desfavorável, ocorrem indisposição e fadiga, diminuindo a eficiência e
aumentando os números de acidentes (GRANDJEAN, 1981).
O trabalho em condições climáticas desfavoráveis produz fadiga, extenuações física
e nervosa, diminui o rendimento e causa um aumento nos erros e riscos de acidentes no
trabalho, além de expor o organismo a diversas doenças (COUTO, 1987).
A sensação térmica depende não somente da temperatura externa, mas também do
grau de umidade do ar e da velocidade do vento.A zona de conforto térmico é delimitada
pelas temperaturas entre 20 e 24ºC, com umidade relativa de 40 a 60% e velocidade do ar
moderada da ordem de 0,7 m/s. A Norma Regulamentadora NR15 – Anexo 3 prescreve o
uso do Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) para avaliação da
exposição do calor.
Os limites toleráveis para a exposição ao calor foram estabelecidos de acordo com a
Legislação Brasileira de Atividades e Operações Insalubres (NR 15 - anexo nº 3, da portaria
nº 3.214, do Ministério do Trabalho), conforme a tabela 1, indicado no anexo.
3.6.2. Luz
O aparelho visual fornece informação sensitiva extremamente precisa, no entanto o
grau de iluminação é muito importante na apreensão do que se vê. O tempo necessário para
percepção do estímulo é influenciado pela luz e pelas características do próprio objeto,
quanto melhor a luz, mais curto será o tempo necessário para uma visibilidade exata
(IIDA,1990).
A atividade de costura exige do ocupante do posto de trabalho a contínua utilização
da visão como componente vital para a efetividade da tarefa bem como para a manutenção
da qualidade exigida. A utilização contínua da musculatura da visão próxima,é fruto do
trabalho conjunto de toda a musculatura ocular, que pode vir a provocar,vários processos
físicos., estendendo a vários sintomas.A fadiga visual é um forte sinal do esgotamento do
trabalhador. Além da quantidade de luz oferecida, observa-se que o posto de costura exige
14 14
que a luminosidade seja do tipo fluorescente, principalmente pela capacidade de não alterar
cores. (GRANDJEAN,1998) .
3.6.3. Ruído
O som está presente, de forma contínua, na vida diária, sendo um poderoso aliado,
tanto para o manejo de máquinas, equipamentos e ferramentas, quanto para detectar falhas
que possam produzir danos irreparáveis. Todavia, apesar de seus benefícios, o som, muitas
vezes usado inadequadamente, provoca lesões ao ser humano, cuja gravidade depende da
magnitude física, do tempo de exposição e do estado psíquico da pessoa a ele exposto
(LAVILLE, 1977). O ruído é uma mistura de sons, medida numa escala logarítmica, em
uma unidade chamada decibel( dBA).
Para os indivíduos normalmente tensos, o ruído pode levar à irritabilidade, pode
agravar os estados de angústia nas pessoas predispostas às depressões, enquanto que nos
epilépticos, facilmente são desencadeadas crises. De acordo com as normas brasileiras, a
máxima exposição diária permissível sem protetor auricular é de 85 dBA. Exposições
superiores são permitidas, desde que para cada aumento de 5 dBA no nível do ruído, o
tempo de exposição seja reduzido pela metade (Atlas, 1985, citado por SOUZA, 1993).
4. MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa realizada pelo presente trabalho foi, segundo classificação de Moraes e
Mont’Alvão (2003), do tipo descritiva, buscando-se o conhecimento e interpretação dos
fenômenos relacionados à saúde e segurança do trabalho no setor de confecção.
4.1.Região de estudo
Esta pesquisa foi realizada com dados provenientes de uma indústria de confecção
de roupas masculina e feminina para adultos e crianças. A indústria está localizada no
Município de Descoberto à 22º 27’ 35’’S e à 42º 58’ 03’’W, na Zona da Mata, no Estado
de Minas Gerais.
15 15
Segundo o Senai (2001) a empresa é classificada como de pequeno porte por possuir
até 100 funcionários. A maior parte da População Economicamente Ativa (PEA) trabalha
no segmento de confecção, onde se reúne 17% das indústrias do vestuário.
4.2.Atividades desenvolvidas
A Figura1, em anexo, representa o fluxograma do processo produtivo, apesar deste
estender-se por todo o processo produtivo, apenas o setor de costura foi analisado.
4.3.População e amostragem
Para coletar os dados, utilizou-se o método de observação direta em situação real de
trabalho e entrevista.
A população pesquisada era composta por trabalhadores do sexo feminino e
masculino que atuam na indústria de confecção na Zona da Mata Mineira. A amostra
abrange 100% da população, totalizando 22 funcionários, de forma que todos os
trabalhadores foram entrevistados e submetidos às medições realizadas.
4.4.Perfil e condição de trabalho
As entrevistas foram realizadas junto aos trabalhadores da confecção, no local de
trabalho, mediante a realização da tarefa de cada trabalhador. Para se obter as variáveis do
perfil e condições de trabalho foram realizadas entrevistas direta e individual por meio de
questionário.
O questionário contém perguntas referentes a dados pessoais.
4.5.Estudo antropométrico
Os dados antropométricos foram coletados utilizando uma fita métrica de madeira
de 2 metros presa na parede, uma trena de engenharia, um paquímetro e uma cadeira de
altura facilmente regulável.
16 16
As medidas sentadas foram feitas de forma com que os pés da pessoa ficassem
totalmente apoiados sobre o chão e que as coxas ficassem na horizontal.
Foram realizadas as seguintes medidas:altura da fossa poplítea, altura do cotovelo,
altura da linha mamilar, altura dos olhos, largura do quadril, distância fossa poplítea-
nádega, largura do tronco e altura dos ouvidos.
4.6. Carga de trabalho físico
A carga de trabalho físico das diversas fases do ciclo de trabalho foi determinada
através da freqüência cardíaca de trabalho em batimentos por minuto, através de dados
coletados por um sistema da polar eletro oy da Finlândia.Esse sistema é constituído por um
instrumento digital de captação da freqüência cardíaca modelo polar Vantage NV, que
capta sinal da freqüência cardíaca emitida por sensores posicionados na altura do tórax do
trabalhador. O medidor de freqüência cardíaca armazena os dados, que através de uma
interface, podem ser transferidos para serem analisados em um “software” desenvolvido
pelo próprio fabricante. A freqüência cardíaca foi coletada em intervalos de 5 em 5
segundos, durante a jornada de trabalho dos colaboradores.
Com base nesses resultados, é possível determinar a carga de trabalho físico das
tarefas e estabelecer os limites aceitáveis para um ritmo contínuo no trabalho, bem como
ajustar a carga de trabalho físico à capacidade dos trabalhadores para melhor satisfação,
bem estar e melhor nível de saúde.
Por meio destas análises foi calculado também a carga cardiovascular no trabalho
conforme metodologia proposta por APUD (1989), que corresponde à percentagem da
freqüência cardíaca durante o trabalho, em relação à freqüência cardíaca máxima
utilizável.O valor da carga cardiovascular é calculado pela seguinte equação:
CCV=(FCT-FCR)/(FCM-FCR)*100 (1)
Em que:
CCV = carga cardiovascular [%]
FCT = freqüência cardíaca de trabalho
FCR = freqüência Cardíaca de Repouso
FCM = freqüência cardíaca limite
máxima [220-idade]
17 17
A freqüência cardíaca limite (FCL); em bpm, para a carga cardiovascular de 40% é
obtida pela seguinte fórmula.
FCL= 0,40 (FCM –FCR )+ FCR (2)
Quando a carga cardiovascular ultrapassa 40% acima da freqüência cardíaca limite,
para reorganizar o trabalho foi determinado, segundo APUD (1989), o tempo de repouso
(pausa) necessário pela seguinte equação:
TR = T (FCT – FCL) / (FCT – FCR). (3)
Em que:
TR = tempo de repouso, descanso ou pausa [min]
T=duraçãodo trabalho [min].
Através da freqüência cardíaca, será classificada a carga de trabalho físico, como mostra a
tabela 2, em anexo.
4.7. Análise da biomecânica
O método utilizado é o modelo Ovako de análises de posturas no trabalho
(“Working Postures Analysing System” - OWAS), que foi desenvolvido pelo Instituto
Finlandês de Saúde Ocupacional. Segundo esse modelo, cada segmento corporal tem um
"menu" de posições possíveis e o respectivo número de convenção. Cada postura a ser
analisada é registrada pela escolha de uma das posições básicas ou adicionais para cada
segmento. Além disso, devem ser fornecidas as informações a respeito do movimento e do
peso manuseado ou do esforço despendido (OWAS, 1990). Esse modelo dá acesso a
informações claras acerca do nível de exigência biomecânica das diversas articulações, nas
atividades de costura.
Foi utilizado também a técnica de fotogravação com o trabalhador visto em diversos
ângulos na atividade de costura. Os movimentos obtidos por meio de fotografias do
trabalho foram analisados e as imagens congeladas foram utilizadas para medição dos
ângulos entre as articulações. Esses ângulos foram analisados com a aplicação do
18 18
“software” modelo biomecânico tridimensional de predição de posturas e forças estáticas,
desenvolvido pela Universidade de Michigan, dos Estados Unidos.
4.8.Avaliação das condições do ambiente de trabalho
As condições do ambiente de trabalho foram avaliadas de forma quantitativa, com
base na legislação brasileira (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 1996), nas
Normas ISO (GRANDJEAN, 1982) e nas metodologias propostas por ARBETSMILJO
INSTITUTED et alii (1990), INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA (1988), IIDA
(1990), FIEDLER (1995) e MINETTE (1996).
4.8.1.Calor
Na avaliação da sobrecarga térmica foram realizados levantamentos cobrindo toda a
jornada de trabalho no setor de costura.
A avaliação da exposição ao calor foi realizada através da determinação da
sobrecarga térmica dentro dos ambientes de trabalho. Na coleta dos dados foi utilizado um
termômetro digital de IBUTG (Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo) da marca .
HiSeg, modelo LOG-550.
O aparelho foi posicionado nos setores de trabalho da costura e programado para
registrar as leituras de termômetro de bulbo seco, bulbo úmido e globo negro, assim como o
Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo, em intervalos de 10 minutos, durante toda
a jornada de trabalho. Ao final da jornada, os dados foram descarregados e armazenados em
um computador, para posterior análise.
Os dados foram analisados e confrontados com os limites determinados pela
Legislação Brasileira sobre Atividades e Operações Insalubres (NR 15 - anexo nº 3, da
Portaria nº 3.214/78, do Ministério do Trabalho e Emprego).
4.8. 2. Luz
A iluminância foi medida no campo de trabalho utilizando um luxímetro digital com
fotocélula, da marca Lutron LX-101, entendendo-se por campo de trabalho as máquinas e
as bancadas utilizadas para fabricação das peças de roupa. As leituras foram feitas
posicionando-se a base da fotocélula num plano horizontal dentro do campo de trabalho
determinado, obtendo-se os níveis de iluminância, em lux. Os dados foram coletados no
período da manhã e da tarde, abrangendo todo o turno de trabalho.
Os dados foram analisados e confrontados com os limites determinados pela Norma
Brasileira NBR 5413/1992 – Iluminação de interiores – da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT.
4.8.3.Níveis de ruído
Os níveis de ruído foram medidos nos postos de trabalho das costureiras, com o uso
de dosímetro de marca 01 dB Stell modelo dosebadge CR 100B, instalados na altura do
ouvido do trabalhador. Os resultados foram analisados com base nos limites de tolerância
para ruídos contínuos ou intermitentes (que não são de impacto), estabelecidos pela
Legislação brasileira, consoantes à Norma Regulamentadora número 15 da Lei 6514,
aprovadas pela Portaria 3214, de 8 de junho de 1978.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1.Estudo do perfil e condição de trabalho na indústria de confecção
O conhecimento do perfil dos trabalhadores é de suma importância para o
desenvolvimento de trabalhos referentes a treinamentos, orientações e interferências no
ambiente de trabalho e entre outros.
Para melhor compreender os resultados obtidos através da metodologia utilizada,
apresentam-se, dados que definem com exatidão o perfil do trabalhador ocupante do posto
de trabalho estudado. Os dados apresentados na tabela 3, em anexo, são resultados de
xx 20
respostas dos próprios trabalhadores a pesquisa direta ao trabalhador, uma vez que, foi
permitido o livre acesso aos ocupantes nos postos de trabalho.
Como podemos observar a população não é completamente feminina, contrapondo-
se aos relatos históricos em que a mulher dominava o ambiente fabril pela sua delicadeza e
dedicação.
A distribuição pode ser observada pela figura 2, em anexo.
A idade média para mulheres foi de 36 anos e para os homens de 22,3 anos, sendo
que 54,0 % dos entrevistados são solteiros, 39,0 % são casados e 7,0 % divorciados
Apesar de mais da metade dos trabalhadores serem solteiros, 58,5 % têm um ou mais filhos.
Esse dado é relevante, já que além das atividades no trabalho, a maior parte deles
também se dedicam às atividades da família no retorno da jornada de trabalho.
Quando questionados em relação ao motivo que os levaram a escolher a profissão,
46,0 % dos trabalhadores disseram ser porque gostam do trabalho e, 54,0 % afirmaram ser
por falta de outra oportunidade, o que pode justificar a antecipação dos jovens no mercado
de trabalho.Ainda assim, todos os entrevistados afirmaram gostar da atividade e, 76,9 %
consideraram-na como sendo cansativa e, 61,5% dizem ser uma atividade perigosa.
Dos funcionários, 84,6% falaram que eles mesmos controlam seu ritmo de trabalho
e 76,9 % dos entrevistados afirmaram não realizar outros serviços que não pertencem a sua
atividade diária.
Com relação a horários, 92,3 % revelaram que não fazem uso de remédios para
dormir, sendo que 84,6 % dizem não ter problemas de sono.O número de horas-média de
sono é para mulheres e homens, 7 horas e 20 minutos e 7 horas e 25 minutos,
respectivamente.Constatou-se que 69,2 % dos trabalhadores acham que o período de sono é
suficiente para o descanso, sobretudo apenas 38,5 % destes não se sente cansado ao iniciar
uma jornada de trabalho.Isso pode ser explicado pela mudança de horário na jornada de
trabalho, que deveria iniciar às 7 horas e terminar às 17:30 horas, com intervalo de almoço
no período de 11 às 12:30 horas e, na realidade, o turno matutino tem início às 6:30 e
término às 11 horas.Sendo assim, tem-se a redução de meia hora na carga horária da tarde.
Dos fucionários, 53,8 % disseram sentir cansaço físico após o dia de trabalho,
porém apenas 7,7% afirmaram faltar muito ao serviço. Esse índice se mantém baixo, devido
xxi 21
a uma bonificação em dinheiro, que é concedida aos funcionários que não faltam ao serviço
durante o mês.
Apenas 15,4 % dos entrevistados fumam, todavia 84,6 % dos colaboradores
consomem bebidas alcoólicas do tipo cerveja e cachaça nos finais de semana. E a
porcentagem de colaboradores que consomem quantidade razoável de café é de 23,1%.
Do total de trabalhadores, 84,6 % revelaram que fazem três refeições por dia, entre
elas café da manhã, almoço e jantar. Nas folgas, esse índice cai para 38,5% e, 46,1% dos
funcionários disseram fazer no mínimo cinco refeições.
É importante ressaltar que os intervalos sem alimentação são grandes, sendo de
cerca de cinco horas tanto na parte da manhã quanto na parte da tarde. É importante ainda,
considerar a queixa por maior parte dos funcionários com relação à alimentação. Eles
reclamam da ausência de lanches, principalmente à tarde. Isso faz com que os
colaboradores levem seu próprio lanche, que fica armazenado de forma inadequada,
juntamente com tesouras e outros equipamentos. Fato esse, que pode gerar acidentes de
trabalho e atrasar a produção.
Em relação a experiência profissional, 92,3 % dos trabalhadores não receberam
treinamentos para exercer a função. A maioria dos ocupantes do posto de trabalho aprendeu
o ofício na empresa onde atua ou numa empresa onde já tenha trabalhado. Registra-se que o
aprendiz passa a fazer parte do processo produtivo formal da organização desde o primeiro
instante do treinamento, caracterizando o aprendizado pela repetição, pelo desafio e pela
responsabilidade imposta.
Como a profissão, na cidade, passa de pai para filho, na maior parte dos casos, os
jovens entram no mercado com a preparação que os pais lhes despenderam. O relevante é
que nenhum funcionário recebe treinamento da empresa e, esse desinteresse é mútuo, pois
69,2 % dos colaboradores não consideram o treinamento importante para realizar seu
trabalho conseqüentemente, apenas 30,8 % gostaria de receber mais treinamentos para
aperfeiçoar as técnicas de trabalho na sua função e, os mesmos 30,8 % se interessam em
receber mais treinamentos para aprender uma nova função dentro da empresa.
Ao que se refere a escolaridade, não observa-se a preocupação da empresa em
captar trabalhadores com um grau de instrução mais elevada.
xxii 22
O mais alarmante é que 69,2% dos trabalhadores não conhecem nenhuma
instituição que oferece treinamentos e, nenhum funcionário recebeu treinamento sobre
segurança no trabalho e, mesmo assim é pequeno ou quase inexistente número de acidentes
de trabalho no posto de costura, permitido a inferência de que o posto de trabalho não
chega a oferecer riscos concretos no que tange a acidentes de trabalho, mesmo
caracterizada a pouca experiência de seus ocupantes.
Apenas 15,4% dos entrevistados afirmaram ter algum problema de saúde atualmente
e, ninguém relacionou esses problemas ao trabalho.
Do total de funcionários, 61,5% disseram que sentem dores nas vistas decorrentes
do serviço exercido e 38,5% relatam que seus olhos se irritam facilmente, 46,2% possuem
dificuldade para ouvir e 23,1% sentem dores de ouvido. Já 92,3% dos funcionários não têm
problemas respiratórios e 84,6% não têm problemas alérgicos, apesar do pó que é liberado
ao manusear os tecidos.
É importante ressaltar que as cadeiras não estão de acordo com a norma NR 17 e,
todos os operadores do posto analisado utilizam espumas, toalhas, almofadas ou outros
recursos para amenizar o desconforto gerado. Outro fato é que as mesas não oferecem
regulagem de altura.
Os colaboradores disseram sentir mais dor nas costas e coluna e, depois nos ombros.
Esses valores podem ser visualizados na figura 3, em anexo.
5.2. Estudo antropométrico
Os resultados das medidas antropométricas para os percentis de 5, 50 e 95% dos
trabalhadores encontram-se na tabela 4, em anexo.
Os resultados encontrados mostram que 5% dos trabalhadores tinham estatura
abaixo de 145 cm,, e 5% dos trabalhadores possuíam estatura acima de 176 cm, portanto,
90% dos trabalhadores estariam com estatura entre os valores de 145 e 176 cm. A mesma
análise pode ser considerada para as outras variáveis estudadas.
De acordo com BUSSACOS (1997), se o resultado do coeficiente de variação for
menor que 10%, isto significa que há pouca variabilidade na distribuição, ou seja, todos os
valores estão bem próximos do valor da média; neste caso, a distribuição é homogênea. Se
xxiii 23
o coeficiente de variação estiver entre 10 e 30%, significa que há média dispersão da
distribuição da variável. Se o coeficiente de variação for maior que 30%, existe grande
variabilidade, ou seja, os resultados da distribuição estão distantes da média e, nesta
situação, tem-se uma distribuição heterogênea.
De acordo com os resultados, os coeficientes de variação estão abaixo de 10%,
indicando que há distribuição homogênea para todos os valores encontrados, exceto para as
variáveis estatura, altura dos olhos e altura da linha mamilar, indicando média dispersão da
distribuição dessas variáveis.
Para se obter bom conforto, a altura correta e a distância adequada são aquelas em
que o corpo fica com o torque igual a zero, ou seja, o mais próximo da vertical. Os postos
de trabalho deveriam, portanto ter regulagem de altura e regulagem de distâncias entre o
corpo do trabalhador e o objeto do trabalho, o que não acontece na prática.
Através dos padrões antropométricos, conclui-se que a cadeira de trabalho deve ter
disponibilidade de regulagem entre 40,5 e 53,5 centímetros e com distância ântero -
posterior do assento de 34,5 centímetros.
5.3. Carga de trabalho físico
Com base nessas freqüências cardíacas determinou-se a carga cardiovascular da
atividade e a frequência cardíaca limite, estabelecendo os limites aceitáveis para um ritmo
contínuo no trabalho.
Pode-se enquadrar a atividade de costura como sendo uma atividade leve de acordo
com a tabela 2,em anexo, já que as freqüências cardíacas de trabalho dos funcionários
mantiveram-se na faixa de 75 a 100 bpm.
Como a carga cardiovascular não ultrapassou 40% acima da freqüência cardíaca
limite, não foi necessário determinar tempos de repouso para reorganizar o trabalho. No
entanto, em virtude de algumas freqüências ultrapassarem 100 bpm e a atividade de costura
ser realizada na posição sentada durante toda a jornada de trabalho, faz-se necessário
algumas pausas voluntárias durante a jornada, de acordo com a necessidade de cada
trabalhador. As pausas teriam o objetivo de evitar dores musculares em partes do corpo
como coluna, costas e ombros.
xxiv 24
Verifica-se pela figura 4, em anexo, que apesar de não ultrapassar 40% acima da
frequência cardíaca limite, os funcionários apresentam picos de batimentos cardíacos acima
da média, provavelmente ocasionados pela tensão mental, ingestão de café e intenso calor
no interior da indústria.
5.4.Biomecânica
De forma geral, pode-se dizer que 67% das amostras, com relação às costas,
encontram-se curvadas e necessitam de intervenção a longo prazo.
À respeito dos braços, afirma-se que 78%encontram-se abaixo dos ombros e não é
necessário intervir , assim como em relação as pernas e peso que é sempre menor que 10
quilos.
Analisando cada tarefa separadamente, devemos destacar a tarefa de pegar a peça,
pois 100% das amostras encontram-se com as costas curvadas e torcidas, indicando a
necessidade de intervenção a curto prazo.
Outra tarefa que também deve ser modificada é a de levantar o pedal, já que 33%
das amostras estão curvadas e torcidas, precisando ser modificada a médio prazo.
A análise das posturas adotadas no desempenho da atividade de costura encontra-se
em anexo na tabela 5.
5.5.Condições do ambiente de trabalho
5.5.1.Calor
O Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG) fornece o clima nos
ambientes avaliados. Os dados obtidos por intermédio do IBUTG para o ambiente de
trabalho da confecção são apresentados na figura 5, em anexo.
O índice registrado no início da jornada de trabalho foi em torno de 12,78ºC,
apresentando comportamento crescente até às 14:00 horas, declinando a partir daí e,no final
do período marcou 21,49 ºC.As amostras coletadas apresentaram picos de até 29,7ºC.
Segundo a Norma regulamentadora NR 15, o limite de tolerância para exposição ao
calor, em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de
prestação de serviço para atividade leve, ou seja, trabalho sentado com movimentos
xxv 25
moderados dos braços, pernas e tronco, é de 30ºC, sendo assim, a empresa estaria dentro
dos padrões estabelecidos pela NR 15 e Ministério do Trabalho e Emprego.
Seria interessante avaliar a temperatura efetiva pois esta, no interior do posto de
trabalho, delimitada pela Norma Regulamentadora - NR 17 é entre 20 e 23°C, sendo que
acima de 30°C aumenta o risco de danos à saúde do operador, as pausas se tornam maiores
e mais freqüentes, o grau de concentração diminui e a freqüência de erros e acidentes tende
a aumentar significativamente. A temperatura e a umidade ambiental influem diretamente
no desempenho do trabalho humano. Estudos realizados em laboratórios e indústrias
comprovam essas influências sobre a produtividade e os riscos de acidentes (VIEIRA e
PEREIRA JÚNIOR, 1997).
Vale mencionar ainda, que os dados foram coletados no outono, que apresenta
temperaturas inferiores. Provavelmente em épocas de calor intenso os níveis atingidos
devem estar fora dos limites de tolerância, portanto, deveria ser realizados novos
experimentos em outras estações do ano.
5.5.2.Luz
A medição dos níveis de iluminamento foi feita no campo de trabalho onde se
realiza a tarefa visual.
Os níveis de iluminância dependem da quantidade de aberturas laterais, janelas,
lâmpadas, telhas transparentes e posicionamento das máquinas.
O galpão tem 7 venezianas tipo shed de cado lado, três portas, sendo duas de 80 cm
e uma de 1,85m.As paredes são pintadas de branco, as telhas são de amianto e a iluminação
artificial é feita por 36 lâmpadas fluorescents de 110 watts cada, da marca OSRAM.
Pode-se afirmar que os níveis médios de iluminância atingem seu pico por volta de
14:00 horas, declinando a partir daí .Esses valores podem ser visualizados pela figura 6, em
anexo.
xxvi 26
Segundo a NBR 5413/1992, a iluminação para área de trabalho em indústria de
roupas, varia de 750 à 1500 lux, no posto de costura, de acordo com a idade da população
trabalhadora, velocidade e precisão da tarefa a ser realizada e refletância do fundo.
Confrontando e analisando os dados coletados, pode-se dizer que os níveis
encontrados estão muito inferiores ao limite mínimo especificado pela norma, ou seja, a
confecção apresenta iluminação inadequada.
5.5.3. Ruído
Para uma jornada de trabalho de 8 horas diárias, a exposição máxima permitida é de
85 dB(A), como prescreve a Norma Regulamentadora NR-15 anexo 1 (SEGURANÇA E
MEDICINA DO TRABALHO - Manuais de Legislação Atlas, 2002).
Os níveis de ruído registrados nos ambientes de trabalho da confecção avaliados
estão apresentados na Tabela 6, em anexo.
Pode-se dizer que as máquinas eletrônicas apresentam nível sonoro mínimo não
podendo ser determinados com exatidão.
Em relação às demais máquinas, afirma-se que a empresa enquadra-se dentro das
exigências da norma, à medida que não ultrapassa o limite de 85 db para a jornada de 8
horas.
Todavia, a jornada resume-se em 9 horas diárias e, às vezes até um valor superior,
quando os funcionários cumprem hora-extra.
Deveria, portanto, ser adotado protetores auriculares, principalmente para os
trabalhadores das máquinas de travetar, os quais estão submetidos a um maior nível de
ruído.
Deve-se considerar ainda, o fato do aparelho de som estar ligado ininterruptamente,
o que incomoda alguns funcionários, contribuindo para aumentar o desconforto e
irritabilidade.
xxvii 27
6.CONCLUSÃO
Através dos resultados encontrados constatou-se que existe de ambas as partes,
empregador e empregado, um desinteresse a respeito de treinamento, principalmente em
relação à segurança do trabalho.
As medidas antropométricas apresentaram distribuição homogênea para todos os
valores encontrados e, através dos padrões antropométricos, conclui-se que a cadeira de
trabalho deve ter disponibilidade de regulagem entre 40,5 e 53,5 centímetros e com
distância ântero - posterior do assento de 34,5 centímetros.
A atividade de costura foi considerada leve, não sendo necessário estabelecer
tempos de repouso por fadiga muscular.
Em relação à biomecânica da atividade,deve se dar atenção especial a tarefa de
pegar a peça, pois as amostras encontram-se com as costas curvadas e torcidas, indicando a
necessidade de intervenção a curto prazo.
Em relação as condições do ambiente de trabalho, as temperaturas estavam
conforme a Norma Regulamentadora NR 15.Os índices de iluminância apresentaram -se
inferiores aos limites estabelecidos pela norma NBR 5413 e, os níveis de ruídos não
ultrapassaram a exposição máxima permitida de 85 dB(A), como prescreve a NR-15.
7.RECOMENDAÇÕES
Com base nos dados levantados e no estudo realizado, são feitas as devidas
recomendações:
• Investir em treinamento da mão-de-obra;
• Oferecer cursos de higiene e segurança do trabalho;
• Adquirir cadeiras estofadas e com bordas arredondadas;
• Estabelecer pausas de acordo com a necessidade de cada funcionário;
• Melhorar ventilação artificial por meio de ventiladores;
• Melhorar iluminação natural, aumentando o número de portas, janelas ou
venezianas;
xxviii 28
• Aumentar o número de lâmpadas;
• Alternar o som com intervalos de silêncio;
• Adquirir equipamentos de proteção individual, como protetores auriculares e luvas
de aço;
• Deveriam ser colocados caixotes ao lado e à altura dos braços dos colaboradores,
para armazenar as peças, a fim de evitar que eles se abaixem, encurvando-se e
torcendo-se.
• Modificar o layout, reposicionando as máquinas, de forma que fiquem em pontos
mais iluminados, dando prioridade às atividades de maior exigência luminosa, como
as máquinas de travetar;
xxix 29
8. REFERÊNCIAS
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obra em cosecha forestal.In:SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE COLHEITA E
TRANSPORTE FLORESTAL, 3 , Vitória, 1997.Anais... Vitória :SIF/DEF, 1997,.
ARBETSMILJOINSTITUTED; FORSKINGSSTIFTELSEN SKORGSARBETEN; SLU
SKOGSHOGSKOLAN An ergonomic checklist for forestry machinery. Oskarshamn, 1990.
43 p.
COUTO, H.A. Ergonomia aplicada ao trabalho:o manual técnico da máquina humana.Belo
Horizonte, vol. I. Ergo,1995.353p.
COUTO, H.A. Ergonomia aplicada ao trabalho:o manual técnico da máquina humana.Belo
Horizonte, vol. II. Ergo,1996.383p
FIEDLER, N. C. Avaliação ergonômica de máquinas utilizadas na colheita de madeira.
Viçosa, UFV, 1995. 126 p. (Tese M.S.).
GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man - An Ergonomic Approach. London, Taylor
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IIDA, I. Ergonomia; projeto e produção. São Paulo, Edgard Blucher, 1990. 465 p.
INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA - INT. Pesquisa antropométrica e
biomecânica dos operários da indústria de transformação, RJ, medidas para postos de
trabalho. Rio de Janeiro, 1988. v. 1. 128 p.
INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA - INT. Pesquisa antropométrica e
biomecânica dos operários da indústria de transformação, RJ, medidas para vestuário. Rio
de Janeiro, 1988. v. 2. 86 p.
xxx 30
MINETTE, L. J. Análise de fatores operacionais e ergonômicos na operação de corte
florestal com motosserra. Viçosa, UFV, 1996. 211p. (Tese D.S.).
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 27 ed. São Paulo, Atlas, 2004. 415 p.
(Manuais de Legislação Atlas, 16).
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Belo Horizonte, 1987.
UFLA-Universidade Federal de Lavras. Avaliação da carga de trabalho físico.disponível
em <http://www.dcf.ufla.br/cerne> acesso em 28 de novembro de 2005.
VERDUSSEN,R. Ergonomia:a racionalização humanizada do trabalho.Rio de Janeiro,
Livro Técnico e Científico, 1978.162p.
WISNER, A. A inteligência no trabalho: textos selecionados de ergonomia. São Paulo,
FUNDACENTRO, UNESP, 1994.190p
3131
6. ANEXOS
Tabela1-Limites de Tolerância Para Exposição ao Calor, em Conseqüência do IBUTG
Obtido (Válido Para Homens e Mulheres)
TIPO DE ATIVIDADE Regime de Trabalho
Intermitente com
Descanso no Próprio
Local de Trabalho (por
hora)
Leve Moderada Pesada
Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0
45 minutos trabalho
15 minutos descanso 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
30 minutos trabalho
30 minutos descanso 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
15 minutos trabalho
45 minutos descanso 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
Não é permitido o
trabalho sem a adoção
de medidas adequadas
de controle
acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30
Fonte: Ministério do trabalho e Emprego
Tabela 2 :Classificação da carga de trabalho físico por meio da freqüência cardíaca
Carga de trabalho físico Freqüência cardíaca em bpm
Muito leve < 75
Leve 75-100
Moderadamente pesada 100-125
Pesada 125-150
Pesadíssima 150-175
Extremamente pesada >175
Fonte:Couto,1995
3232
Tabela 3 :Resultado da análise das variáveis do perfil
Variáveis analisadas Valores médios
Sexo Feminino
Masculino
69%
31%
Idade Feminino
Masculino
36
22,3
Peso (kg) Feminino
Masculino
60,4
73,8
Estatura(m) Feminino
Masculino
1,59
1,74
Cútis Branco
Mestiço
77%
23%
Estado civil Casado
Solteiro
Divorciado
39%
54%
7%
Destreza Destro
Ambidestro
92,3%
7,7%
Número de filhos 8
Escolha da profissão Gosto pelo trabalho
Falta de
oportunidade
46%
54%
Dificuldade da atividade 7,7%
Atividade cansativa 76,9%
Periculosidade na atividade de costura 38,5%
Outros serviços a exercer 23,1%
Auto controle do ritmo de trabalho 84,6%
Uso de remédio para dormir 7,7%
Horas de sono Feminino 7 h e 20 min
3333
Masculino 7 h e 25 min
Problemas no sono Sim
Não
15,4%
84,6%
Tempo de sono suficiente Sim
Não
69,2%
30,8%
Cansaço no início da jornada 61,5%
Cansaço no final da jornada 53,8%
Ausência no serviço 7,7%
Desejo de mudar de atividade 38,5%
Vícios Bebidas alcoólicas
Fumo
Café
15,4%
15,4%
23,1%
Número de refeições diárias 3
4
84,6%
15,4%
Número de refeições nas folgas 3
4
5
38,5%
15,4%
46,1%
Satisfação com número de refeições 92,3%
Treinamento para á função 7,7%
Treinamento periódico pela empresa -
Importância do treinamento para efetuar a
atividade
30,8%
Convite para realizar treinamentos não
obtendo a possibilidade de efetuá-lo
7,7%
Conhecimento de alguma instituição que
oferece treinamento
30,8%
Treinamento sobre segurança do trabalho -
Doenças 23,1%
Doença Atualmente 15,4%
Dores nas vistas 61,5%
Dificuldade para ouvir 46,2%
Dores de ouvido 23,1%
Problemas respiratórios 7,7%
3434
Problemas alérgicos 15,4%
Iluminação local ideal 100%
Quando a iluminação está deficiente, sua
influência é negativa na atividade.
92,3%
Temperatura Ideal
Alta
Baixa
53,8%
46,2%
-
Ruído excessivo 53,8%
Influência do ruído nas atividades 46,2%
Partes do corpo com dores Pescoço
Ombros
Cotovelos
Colunas
Quadris/coxas
Joelhos
Pernas
Tornozelos
Nádegas
Nenhum
13,8%
16,2%
18,6%
18,6%
2,31%
2,31%
2,31%
2,31%
2,31%
23%
Tabela 4: Análise das medidas antropométricas.
Percentis (cm)
Variável
5% 50% 95%
Média
(cm)
Desvio
Padrão (cm)
Pessoa em pé
Estatura 145,0 166,0 176,0 164,2 10,9
Altura dos olhos 137,0 157,0 169,0 155,3 10,9
Altura do mento 130,0 146,0 158,0 145,6 9,7
Altura do cotovelo 89,0 105,0 113,0 104,3 7,3
Altura do punho 69,0 82,0 87,0 81,4 5,5
3535
Altura da mão 55,0 63,0 70,0 63,7 4,1
Altura do joelho 42,0 47,0 54,0 47,2 3,5
Altura da linha mamilar 97,0 117,0 133,0 118,4 10,8
Altura do apêndice xifóide 91,0 108,0 122,0 108,5 8,9
Altura o umbigo 85,0 97,0 107,0 98,3 6,9
Altura do púbis 78,0 92,0 102,0 90,7 7,8
Tamanho do braço 22,0 26,0 29,0 25,5 2,3
Tamanho do ante-braço 21,0 23,0 27,5 23,6 2,0
Tamanho da mão 15,0 18,0 19,0 17,5 1,5
Pessoa sentada
Altura da fossa poplítea 40,5 41,2 53,5 45,0 3,9
Altura do cotovelo 61,0 65,0 70,0 65,0 2,5
Altura linha mamilar 69,0 78,0 85,0 77,0 4,8
Altura dos olhos 98,0 115,0 119,0 112,4 6,5
Largura do quadril 28,5 34,0 37,0 34,2 2,5
Distância fossa poplítea 34,5 42,0 46,5 41,0 5,5
Largura do tronco 27,0 41,0 46,5 42,6 2,5
Altura dos ouvidos 102,0 111,0 116,0 110,25 4,1
Tabela 5: Análise das posturas adotadas no desempenho da atividade de costura
Posturas
adotadas
Tarefa realizada Descrição da
postura
Intervenção de
acordo com
OWAS
Costurar
Ambos os braços abaixo dos ombros,
costas curvadas, utilizando as
duas mãos. Pés apertando o
pedal.
Médio Prazo
3636
Arrumar a peça
Costas curvadas,
braços abaixo do ombro, utilizando
ambas as mãos para
desempenhar a tarefa.
Longo Prazo
Costurar
Ambos os braços abaixo do ombro, pés apoiados no descanso do
banco. Costas
curvadas.
Curto Prazo
Costurar
Os dois braços na linha do
ombro, pernas e costas curvados, usando as duas
mãos para realizar a atividade.
Curto Prazo
Costurar
Braços na linha do ombro,
costas ereta, as duas mãos apoiando o tecido na
máquina, pernas esticadas.
Curto Prazo
Costurar
Ambos os
braços na linha dos ombros,
pernas esticadas,
coluna reta.
Curto Prazo
3737
Arrumar a peça
Braços abaixo dos ombros, pés
apoiados no pedal, costas
curvada.
Longo Prazo
Arrumar a peça
Costas
curvadas, utilizando
somente uma das mãos para desempenhar a
tarefa. Pés inclinados e apoiados no
pedal.
Longo Prazo
Costurar
Costas curvadas, braços abaixo do ombro,utilizando
ambas as mãos.Um dos pés
pressionando o pedal .
Médio Prazo
Levantar o pedal
Costas
curvadas, uma das pernas apertando a
alavanca que aciona o pedal,
o outro pé inclinado.
Longo Prazo
Pegar a peça
Costas curvadas e torcidas, um
dos braços esticados, mas ambos abaixo
do ombro.
Curto Prazo
3838
Costurar
Costas
curvadas, mãos apoiando o
tecido e, pés pressionando o
pedal.
Médio Prazo
Costurar
Braços abaixo dos ombros,
empregando as duas mãos. Pés
inclinados, apoiados no
pedal.
Médio Prazo
Arrumar a peça
Costa curvada e
parcialmente torcida. Braços
abaixo do ombro e ambas as mãos usadas
na tarefa.
Longo Prazo
Costurar
Costas
curvadas, braços abaixo
do ombro, mãos apoiando o tecido na
máquina e, pés pressionando o
pedal.
Médio Prazo
Pegar a peça
Costas curvada e torcida, um dos braços na altura da linha
do ombro.
Longo Prazo
3939
Costurar
Costas
curvadas, braços abaixo
dos ombros. Um dos pés
pressionando o pedal e o outro
apoiado no chão.
Médio Prazo
Arrumar a peça
Braços abaixo da linha do ombro, pés apoiados no pedal, costas
curvadas.
Longo Prazo
Costurar
Costas
curvadas, mãos apoiando o tecido, pés
pressionando o pedal.
Médio prazo
Levantar pedal
da máquina
Costas
curvadas, uma das pernas apertando a alavanca do
pedal, o outro pé apoiado no
chão.
Longo prazo
Costurar
Costas curvadas, mãos sobre a máquina
apoiando o tecido, pés
sobre o pedal e, ombros abaixo
dos ombros.
Médio prazo
4040
Costurar
Costas curvadas,
ambos os braços abaixo dos
ombros, Mãos apoiando o tecido, um dos
pés sobre o pedal e, outro
apoiado na cadeira.
Médio prazo
Tabela 6. Níveis de ruído registrados nos ambientes de trabalho.
Máquina
Critério
de tempo
(hrs)
Critério
limite
(dbA)
Nível pressão sonora
(dbA)
Dose estimada
(%)
Máquina de
corte 8 85 79,1 42
Máquina de cós 8 85 80,3 51
Máquina de
travetar 8 85 84,9 96
Máquina reta 8 85 78,2 37
Máquina 2
agulhas 8 85 81,8 62
Máquinas
eletrônicas em
geral 8 85
não pode ser calculado
com precisão por ser
muito pequeno 5
4141
Figura 1. Fluxograma do processo produtivo.
Figura 2. Distribuiçãoda população por sexo
Figura 3.Opinião dos trabalhadores quanto às partes do corpo em que mais
sentem dores no dia.
Mesa de modelagem
Corte Revisado
Costurado Separado Acabamento Passar
Expedição
Tecido no depósito
Distribuição por sexo
Feminino
69%
M asculino
31%
Partes do corpo em que sentem dores no fim do dia
2,31%
23,00%
16,20%
2,31%
13,80%
2,87%2,31%
18,60%18,60%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
Col
una
Cos
tas
Joelho
s
Nád
egas
Nen
hum
a
Om
bros
Perna
s
Pesco
ço
Tonoz
elos
Partes do corpo
Po
rcen
tag
em
4242
Figura 4-Amostra dos níveis médios de frequência cardíaca da atividade
Média da frequência cardíaca da atividade de
costura
80,00
85,00
90,00
95,00
100,00
105,00
110,00
0,0
0
16,4
2
32,8
3
49,2
5
65,6
7
82,0
8
98,5
0
114,9
2
131,3
3
147,7
5
164,1
7
180,5
8
197,0
0
213,4
2
229,8
3
246,2
5
262,6
7
Tempo(min)
Fre
qu
ên
cia
card
íaca
(bp
m)
Figura 5: Amostra dos níveis de calor para parte da jornada de trabalho
Amostra de IBUTG em parte da jornada de
trabalho
28,4
28,6
28,8
29
29,2
29,4
29,6
29,8
0:0
4
0:0
90:1
40:1
9
0:2
40:2
9
0:3
40:3
90:4
4
0:4
90:5
40:5
91:0
41:0
9
1:1
41:1
91:2
4
1:2
91:3
4
1:3
91:4
41:4
9
1:5
41:5
9
Tempo(min)
Tem
pera
tura
(ºC
)
Figura 6: Níveis médios da iluminância durante a jornada de trabalho
Níveis médios da iluminância
215
269 277 268 266299 308
238199
0
50
100
150
200
250
300
350
07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 13:00 14:00 15:00 16:00
Hora
Lu
x
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