Rastro de sangue

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uma história envolvente dos batistas "A historia dos batistas desde o tempo de Cristo seu fundador, até os nossos dias"

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  • 1Rastro de Sangue

    PorJ. M. CARROLL

  • 2Ttulo em InglsThe Trail of Blood

    PorJ. M. CARROLL

  • 3O Rastro de SangueAcompanhando os cristos

    atravs dos sculos,desde os dias de Jesus at o tempo presente.

    ou

    A Histria das Doutrinas como ensinadas por Cristoe seus apstolos e aqueles que tem sido leais a elas.

    ou

    A Histria das Igrejas Batistas desde o tempo de Cristo,

    seu fundador, at os nossos dias.

  • 4CONTEDO

    INTRODUO .......................................................................................5

    CAPTULO I ......................................................................................... 12

    ALGUMAS CARACTERSTICAS ............................................ 14

    O MAPA ...................................................................................... 16

    PRIMEIRO PERODO: 30 A 500 A.D. ................................. 18

    CAPTULO II (600 - 1300 A. D.) .................................................... 31

    CAPTULO III (1400 1600 A. D.) .............................................. 43

    CAPITULO IV ..................................................................................... 54

    CAPTULO V ........................................................................................ 65

    ALGUMAS PALAVRAS FINAIS ............................................. 79

    DOUTRINAS FUNDAMENTAIS ........................................... 81

    MAPA - O RASTO DE SANGUE .......................................... 82

  • 5J. M. CARROLLINTRODUO - POR CLARENCE

    WALKER

    I

    O Dr. J. M. Carroll, autor deste livro, nasceu no Estado de Arkansas em 8 de janeiro de 1858 e faleceu em Texas em 10 de janeiro de 1931. Seu pai foi pastor batista e se mudou para Texas quando o irmo Carroll tinha apenas 6 anos de idade. Em Texas ele se converteu, foi batizado e consagrado ao ministrio. O Dr. Carroll no se tornou somente um lder entre os batistas Texanos, mas um lder influente entre os batista do Sul dos EUA. e do mundo.

    H anos passados ele veio para a nossa Igreja e nos trouxe as mensagens encontradas neste opsculo. Quando ele assim fazia me tornei grandemente interessado nos seus estudos. Eu tambm tinha feito pesquisas especiais em torno da Histria da Igreja, bem como sobre qual seria a mais antiga Igreja e a que mais se parece com as Igrejas do Novo Testamento.

    O Dr. J. W. Porter ouviu os discursos. Ficou bastante impressionado e consultou o irmo Carroll se ele escreveria as mensagens para serem publicadas num livro. Ele acedeu e as escreveu, autorizando o Dr. Porter a public-las, juntamente com o mapa anexo, que ilustra a histria assim vividamente.

    Infelizmente o irmo Carroll faleceu antes que o livro fosse tirado do prelo, mas o Dr. Porter o colocou venda e a edio foi prontamente vendida. Agora, pela graa

  • 6de Deus, lanamos esta edio. Desejo pedir a todos que lerem e estudarem estas pginas que unam suas oraes s minhas, no esforo por tornar sempre crescente o seu nmero de leitores:

    E demonstrar a todos qual seja a dispensao do mistrio que desde os sculos esteve oculto em Deus, que tudo criou; para que agora, pela Igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida... A esse glria na Igreja, por Jesus Cristo, em todas as geraes para todo o sempre. Amem. (Efs. 3:9,10, 21).

    II

    Era maravilhoso se ouvir o Dr. Carroll contar como se tornou interessado na histria das diferentes denominaes - principalmente na sua origem. Ele escreveu este livro depois de 70 anos de idade, todavia ele disse: Converti-me a Deus, quando era ainda menino. Vi as diversas denominaes e me interessei por saber qual delas teria sido a igreja fundada pelo Senhor Jesus.

    Quando ainda jovem ele sentiu que no estudo das Escrituras e da Histria, acharia a igreja mais antiga e mais semelhante s igrejas descritas no Novo Testamento.

    Esta pesquisa da verdade conduziu-o a muitos lugares e habilitou-o a adquirir uma das maiores bibliotecas sobre a Historia da Igreja. Esta biblioteca foi oferecida aps a sua morte ao Seminrio Teolgico Batista do Sudoeste, em Fort Worth, Texas, Estados Unidos da Amrica.

    Dr. Carroll encontrou muita coisa sobre a Histria da Igreja em geral, principalmente sobre a histria dos catlicos e protestantes. Ele descobriu que a histria dos batistas foi

  • 7escrita em sangue. Os batistas suportaram o dio do povo na Idade de Trevas. Seus pregadores e membros foram encarcerados e um sem nmero deles foi morto. O mundo nunca presenciou algo que se compare perseguio sofrida pelos batistas na Idade Mdia, por imposio da Hierarquia Catlica. O Papa era o ditador do mundo; por causa disto os Anabatistas de antes da Reforma, chamavam-no de anticristo.

    Sua histria est escrita nos documentos legais e papis avulsos daquele tempo. E atravs desses testemunhos que os RASTOS DE SANGUE serpeiam no caminho dos sculos, como se pode notar na seguinte narrao:

    Em Zurique depois de muitas disputas entre Zwingli e os Anabatistas, o Senado promulgou uma lei, segundo a qual, aquele que se atrevesse a batizar algum que tivesse sido batizado antes, na infncia, fosse afogado! Em Viena muitos Anabatistas foram ligados uns aos outros por cadeias, sendo ento arrastados at ao rio, onde, um a um, foram todos afogados. (Vide Supra, pg. 61).

    Em 1539, A. D. dois Anabatistas foram queimados alm de Southwark e um pouco antes deles 5 Anabatistas holandeses foram tambm queimados em Smithfield (Fuller Church History).

    No ano 1160 um grupo de Paulicianos (Batistas) entrou em Oxford . Henrique II ordenou que eles fossem publicamente marcados a fero na testa e acoitados atravs das ruas, com as vestes cortadas at a cintura, sendo, finalmente, enxotados para as estradas. Nas aldeias no lhes podia ser fornecido qualquer abrigo ou alimento e eles lentamente pereceram de fome e de frio ( Moore, Earlier and Later Nonconformity, in Oxford 12).

  • 8O velho cronista Stowe, 1533 A. D., relata: A 25 de maio na igreja de S. Paulo em Londres foram

    interrogados 19 homens e seis mulheres. Catorze deles foram condenados; um homem e uma senhora foram queimados em Smithfield e os outros 12 foram enviados a outras cidades para serem ali queimados.

    Froude, historiador ingls, diz desses mrtires anabatistas:

    As mincias so todas perdidas, seu nomes tambm o so. Isto no importa narrativa. Para eles a Europa no estava agitada; o tribunal no recebeu ordens de observar a luta, o corao dos seguidores do Papa no tremia de indignao. sua morte o mundo olhava com complacncia, ou indiferena ou mesmo com alegria. Ainda assim, de 25 pobres homens e mulheres `haviam achado 14 que nem pelo terror da fogueira ou da tortura, seriam tentados a dizer que no criam naquilo em que realmente cressem. A Historia no tem para eles palavras de louvor, mas ainda assim eles no estavam dando o seu sangue em vo. Suas vidas poderiam ter sido inteis, como a vida de muitos de ns. Mas com sua morte eles ajudaram a pagar o preo da liberdade inglesa.

    De igual modo nos escritos dos inimigos tanto quanto nos de seus amigos, o Dr. Carroll descobriu a Historia Batista e os rastos sanguinolentos que eles deixaram atravs dos sculos.

    O cardeal Hosius, catlico, 1524, presidente do Conclio de Trento, escreveu:

    No fosse o fato de terem os batistas sido penosamente atormentados e apunhalados durante os mil e duzentos

  • 9anos, eles seriam mais numerosos mesmo do que todos os que vieram da Reforma! (Hosius, Letters, Apud Opera, paginas 112,113).

    Nos mil e duzentos anos que precederam Reforma na qual Roma atormentou os batistas com a mais cruel perseguio que se possa imaginar.

    Sir Isaque Newton assim se expressou: Os batistas so o nico corpo de cristos que nunca tiveram similitudes com Roma.

    Mosheim, luterano escreveu:Antes de se levantarem Lutero e Calvino, estava

    ocultas em quase todos os pases da Europa pessoas que seguiam tenazmente os princpios dos modernos Batistas Holandeses.

    Enciclopdia de Edimburgo (autor Presbiteriano):Nossos leitores percebem agora que os Batista so a

    mesma seita dos Cristos que antes foram escritos como Anabatistas. Realmente parece ter sido o seu principio dominante desde o tempo de Tertuliano at o presente.

    Tertuliano nasceu exatamente 50 anos depois da morte do apstolo Joo.

    III

    Os batistas no crem na sucesso apostlica. O ofcio apostlico cessou com a morte dos apstolos. s suas Igrejas, que Cristo prometeu uma continua existncia desde quando organizou a primeira delas durante o seu ministrio terrestre at que ele venha outra vez, ele prometeu:

  • 10

    Edificarei a minha igreja e as portas do inferno no prevalecero contra ela (Mat. 16:18).

    Quando ele proferiu a Grande Comisso, que foi confiada Igreja para execuo, ele prometeu:

    Estou convosco todos os dias, at consumao dos sculos. Mat. 28:20.

    Esta Comisso - este trabalho - no foi dado aos apstolos como indivduos, mas a eles e aos demais presentes na sua capacidade de membros de Igreja. Os apstolos e demais que o ouviram pronunci-la, cedo morreram. Mas, sua Igreja tem vivido atravs dos sculos, fazendo discpulos, batizando-os e ensinando-lhes a verdade - as doutrinas - que ele comissionou Igreja de Jerusalm. E as igrejas fiis tm sido abenoadas com a sua presena, palmilhando com Ele atravs dos Rastos de Sangue.

    Esta histria mostra como a promessa do Senhor s suas igrejas tem sido cumprida. O Dr. Carroll mostra que Igrejas tem sido encontradas em todos os sculos que ensinam as doutrinas comissionadas por Cristo a elas. Ele chama a essas doutrinas caractersticos das Igrejas do Novo Testamento.

    CARACTERSTICAS DAS IGREJAS DO NOVO TESTAMENTO

    1. Seu cabea e fundador: - Cristo. Ele o legislador; a Igreja s executa essas leis. (Mat. 16:18, Col. 1:18).

    2. Sua nica regra de f e prtica: - a Bblia - (II Tim.

  • 113:15-17).

    3. Seu nome: - Igreja ou Igrejas. (Mat. 16:18; Apoc. 22:16).

    4. Seu governo: - Democrtico - todos os membros iguais (Mat. 2:24-28, Mat. 23:5-12).

    5. Seus membros: - Somente pessoas salvas - (Efs. 2:21, 1 Ped. 2:5).

    6. Suas ordenanas: - Batismo dos crentes e depois disto a Ceia do Senhor. (Mat. 28:19-20).

    7. Seus oficiais: - Pastores e diconos. - (I Tim. 3:1-16). 8. Seu trabalho: - Pregar a salvao s pessoas,

    batizando-as (com um batismo que concorde com todas as exigncias da Palavra de Deus), ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado . (Mat. 28:16-20).

    9. Seu plano financeiro: - Assim (dzimos e ofertas) ordenou tambm o Senhor aos que anunciam o Evangelho, que vivam do Evangelho (I Cor. 9:14). |

    10. Suas armas de combate: - Espirituais e no carnais. (1I Cor. 10-4, Efs. 6:10-20).

    11. Sua independncia - Separao entre a Igreja e o Estado. (Mat. 22:21).

    IV

    Em qualquer cidade onde existam diferentes igrejas, todas proclamam ser a verdadeira. Dr. Carroll fez como o senhor pode fazer agora: tome os caractersticos ou ensinos das diferentes igrejas e verifique quais delas apresentam esses caractersticos ou doutrinas. As que os possurem conforme ensinados na Palavra de Deus, sero

  • 12as verdadeiras igrejas.

    Dr. Carroll seguiu este mtodo no exame das igrejas de todos os sculos. Ele encontrou muitas que se afastaram desses caratersticos ou doutrinas. Outras igrejas, contudo, ele encontrou que mantinham estes caractersticos em cada dia e em cada poca assim corno disse Jesus:

    Edificarei a minha igreja e as portas do inferno no prevalecero contra ela. Mat. 16:18.

    Estou convosco todos os dias at consumao dos sculos. Mat. 28-20.

    CAPTULO I

    Lembra-te dos dias da antigidade, atenta para os anos de muitas geraes: pergunta a teu pai e ele te informa, aos teus ancios e eles to diro. - Deut. 32:7.

    1 - O que conhecemos hoje como Cristianismo ou religio crist comeou com Cristo entre os anos 25 e 30 da nossa era, dentro dos limites do Imprio Romano. Este foi um dos maiores imprios que o mundo tem conhecido em toda a sua histria.

    2 - Imprio Romano abrangia quase a totalidade do mundo conhecido e habitado. Tibrio Csar era o seu imperador.

    3 - Quanto religio o Imprio Romano era pago. Tinha uma religio politesta, isto , de muitos deuses. Alguns eram deuses materializados e outros deuses imaginrios. Havia muitos devotos e adoradores desses

  • 13deuses. No era simplesmente uma religio do povo, mas tambm to Imprio. Era uma religio oficial. Estabelecida por lei e protegida pelo governo. (Mosheim Sancionada, vol. 1, cap. 1).

    4 - O povo judeu deste perodo no constitua propriamente uma nao separada, uma vez que se encontravam judeus espalhados atravs de todo o Imprio. Eles tinham ainda o seu templo em Jerusalm e ali vinham adorar a Deus; estavam, pois, ciosos da sua religio. Mas, semelhantemente aos pagos encheram-se de formalismo e perderam seu poder. (Mosheim, col. 1, cap. 2).

    5 - No sendo a religio de Cristo uma religio deste mundo, no lhe deu o seu fundador um chefe terreno nem qualquer poderio temporal. Sua Igreja no procurou secularizar-se, nem qualquer, apoio de qualquer governo. Ela no procurou destronar a Csar. Disse Jesus: Dai pois a Csar o que de Csar e a Deus o que de Deus (Mat. 22:19-22; Mar. 12:17; Luc. 20:20). Sendo uma religio espiritual, no visava rivalizar-se com os governos terrenos. Seus aderentes, ao contrrio, eram ensinados a respeitar todas as leis civis, como tambm os governos. (Rom. 13:1-7, Tito. 3:1, I Ped. 2:13-16).

    6 - Desejamos agora chamar sua ateno para alguns dos caractersticos ou sinais desta religio - a religio crist. O leitor e eu vamos traar uma linha atravs destes 20 longos sculos, e com especialidade, atravs dos 1.200 anos de trevas da meia-noite, escurecidos pelos rios e mares do sangue mrtir, razo porque necessitamos compreender bem estes caractersticos. Eles sero muitas vezes terrivelmente desfigurados. No obstante haver sempre algum caracterstico indelvel. Mas ainda nos deixaro

  • 14de sobreaviso, cuidadosos e suplicantes. Encontraremos muita hipocrisia como tambm muita farsa. possvel que at escolhidos sejam enganados e trados. Desejamos se for possvel, traar atravs da histria verossmil, mas principalmente atravs da histria verdadeira e infalvel, palavras e caractersticos da verdade divina.

    ALGUMAS CARACTERSTICAS CERTAS E INFALVEIS

    Se atravessando os sculos encontramos um grupo ou grupos de pessoas fugindo observncia destes caractersticos distintivos e enunciando outras coisas alm das doutrinas fundamentais, tomemos cuidado.

    1 - Cristo, o autor da religio crist, reuniu seus seguidores numa organizao, a que chamou Igreja. E aos discpulos competia organizar outras igrejas como tambm fazer outros discpulos. (Baptist. Successions - Ray - Revised Edition, 1o cap.).

    2 - Nesta organizao, ou Igreja, de acordo com as Escrituras e com a prtica dos apstolos, desde cedo foram criadas duas classes de oficiais e somente duas: pastores e diconos. O pastor era tambm chamado bispo. Ambos eram escolhidos pela Igreja, e para servirem Igreja.

    3 - As Igrejas no seu governo e disciplina eram inteiramente separadas e independentes entre si. Jerusalm no tinha autoridade sobre Antioquia; n em Antioquia sobre feso; nem feso sobre corinto e assim por diante. Seu governo era Democrtico. Um governo do povo, pelo povo, e para o povo.

    4 - Igreja foram dadas duas ordenanas, e somente

  • 15duas, o Batismo e a Ceia do Senhor. So memoriais e perptuas.

    5 - Somente os Salvos eram recebidos para membros das Igrejas. (At. 2:47). Eram salvos unicamente pela graa, sem qualquer obra da lei (Efs. 2:5, 8, 9). Os salvos e eles somente deviam ser imersos em nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo (Mat. 28:19). E unicamente os que eram recebidos e batizados participavam da Ceia do Senhor, sendo esta celebrada somente pela Igreja e na capacidade de Igreja.

    6 - Somente as Escrituras Sagradas e, em realidade, o Novo Testamento so a nica regra de f e de vida, no somente para a Igreja como organizao, mas tambm para cada crente como indivduo.

    7 - Cristo Jesus, O fundador da igreja e O salvador de seus componentes, o seu nico sacerdote e rei, seu senhor e legislador e nico cabea das igrejas. Estas executavam simplesmente a vontade do seu Senhor expressa em suas leis completas, nunca legislavam ou emendavam ou abrigavam velhas leis ou formulavam novas.

    8 - A religio de Cristo era individual, pessoal e puramente voluntria ou persuasiva. Sem nenhuma compulso fsica ou governamental. Uma matria de exame individual e de escolha pessoal. Escolhei a ordem das Escrituras. Ningum seria aceito ou rejeitado para viver como crente, por procurao ou compulso de outrem.

    9 - Note bem! Nem Cristo nem os seus apstolos deram em qualquer tempo aos seus seguidores designaes como Catlico, Luterano, Presbiteriano, Episcopal, etc. (A no ser o nome dado por Cristo a Joo, que passou a ser chamado O Batista, Joo Batista. (Mat. 11:11 e 10 ou

  • 1612). Outras vezes, Cristo chamou discpulo ao indivduo que o seguia. Dois ou mais seguidores eram chamados discpulos. A assemblia de discpulos, quer em Jerusalm ou Antioquia ou outra qualquer parte era chamada Igreja.

    Se eles fossem se referir a mais de uma desses organizaes autnomas, as nomeariam como Igrejas. A palavra igreja, no singular, nunca foi usada para designar mais de uma destas organizaes. Nunca igualmente serviu para designar a totalidade delas.

    10 - Arrisco em dar mais um caracterstico distintivo. cham-lo-ei - completa separao entre a Igreja e o Estado. No combinao, no mistura da religio com o governo secular. E adiciono a isto a completa liberdade religiosa para todos.

    E agora, antes de prosseguir com a histria religiosa propriamente, deixai-me dizer alguma coisa sobre o MAPA

    O MAPA

    Creio que se o leitor estudar cuidadosamente o mapa colocado no FINAL deste livro, compreender melhor a Histria e ajudar a sua memria em reter aquilo que ouvir e ler.

    Lembre-se que esse mapa pressupe cobrar um perodo de 2.000 anos de histria religiosa.

    Observe agora em cima e em baixo do mapa as indicaes de 100, 200, 300, at 2.000. Elas representam os 20 sculos, sendo que cada sculo aparece separado pelas linhas verticais. Observe-o agora, quase em baixo. H uma linha reta que corre da esquerda para a direita ao longo de todo o mapa.

  • 17Abaixo dessa linha podemos ver uma parte do quadro

    em um tom mas escuro (cinza), o que representa a poca que conhecida como A Idade das Trevas. (Idade mdia). Ser explicada depois.

    Tambm abaixo dessa linha, quase na linha da base, existem nomes de pases: Itlia, Inglaterra, Espanha, Frana, etc., terminado com a Amrica do Norte. Estes so os nomes dos pases onde grande parte da histria se desenrolou, sendo que os fatos aparecem ligados aos nomes dos pases onde se deram. Certamente que nem toda a histria se deu nesses pases, mas alguns de seus fatos neles ocorreram, dentro de determinados perodos.

    Observe tambm que em baixo dessa linha longitudinal, compreendendo tambm um pouco da Idade das Trevas, vrios nomes, mas desta vez no so nomes de pases. Estes nomes so todas as alcunhas ou nomes que foram dados por seus inimigos ao que eram perseguidos.

    Cristos - este o primeiro: E em Antioquia foram os discpulos pela primeira vez chamados cristos. (At. 11:26). Isto ocorreu no ano 43 A. D. mais ou menos. Qualquer judeu ou pago usava este nome contra os cristos como um meio de escarnec-los. Todos os demais nomes abaixo dessa linha foram dados de igual maneira: Novacianos, Montanistas, Donatistas, Paulicianos, Albingenses, Waldenses, etc. e Anabatistas. Todos estes apareceram depois e sero apresentados com o correr do estudo. Mas, olhe novamente o mapa. Veja os crculos vermelhos. Eles esto espalhados em todo o mapa. Representam igrejas. Somente igrejas locais, na sia, na frica, na Europa, nas montanhas e nos vales e assim por diante. Visto que o vermelho representa o sangue, elas representam o sangue

  • 18dos mrtires. Cristo, seu fundador morreu na cruz. Todos os outros, seno dois, Joo e Judas, sofreram o martrio. Judas traiu o seu Senhor e suicidou-se. Joo, segundo a tradio, foi lanado em um grande caldeiro de leo quente.

    Poderia notar agora alguns crculos que esto na cor cinza (canto superior esquerdo). Eles representam igrejas tambm. Mas igrejas desviadas. Igrejas que se tomaram erradas na vida e na doutrina. Houve certo nmero destas mesmo antes da morte de Pedro, Paulo e Joo.

    Tendo terminado a introduo geral e dado algumas preliminares essenciais passemos histria propriamente dita.

    PRIMEIRO PERODO: 30 A 500 A.D. 1 - Sob a liderana maravilhosa e singular de Joo

    Batista, o homem eloqente do deserto e sob a delicada influencia e milagres e servios do prprio Cristo e a maravilhosa pregao dos 12 apstolos e os imediatos, a religio crist se desdobrou poderosamente nos primeiros 500 anos de sua histria. Contudo, por outro lado um terrvel rasto de sangue deixou atrs de si. O judasmo e paganismo contestaram amargamente todo o avano do movimento. Joo Batista foi o primeiro dos grandes lderes a dar sua vida. Sua cabea foi cortada. Logo em seguida, vem o prprio Salvador, o fundador da religio crist, que morreu na cruz. A cruel morte de cruz.

    2 - Seguindo seu Salvador em rpida sucesso muitos outros heris foram derrubados pelo martrio. Estvo foi apedrejado, Mateus morto na Etipia, Marcos arrastado atravs das ruas at morrer, Lucas enforcado, Pedro e Simeo

  • 19crucificados. Andr amarrado a uma cruz, Tiago degolado; Felipe, crucificado e apedrejado; Bartolomeu esfolado vivo; Tom traspassado com lanas; Tiago, o menor, foi arrancado do templo e espancado at morrer; judas (o zelote) morreu cravejado de flechas; Matias apedrejado e Paulo decapitado!

    3 - Mais que um sculo se passou antes que todas estas coisas tivessem sucedido. E esta cruel perseguio judeu-pag continuou por mais dois sculos. E, ainda assim, poderosamente se espalhava a religio crist. Ela penetrou em todo o Imprio Romano, Europa, sia, frica, Inglaterra, Gales e por toda parte onde existia qualquer rasto da civilizao. As igrejas multiplicaram-se grandemente e o nmero de discpulos aumentava continuamente. Todavia, algumas das igrejas comearam a descambar para o erro.

    4 - A primeira das mudanas aos ensinos do Novo Testamento foi no tocante ao governo da Igreja e doutrina. Nos primeiros dois sculos, as igrejas locais multiplicaram-se rapidamente e algumas mais depressa do que outras, como Jerusalm, Antioquia, feso, Corinto, etc. Jerusalm, por exemplo, tinha muitos milhares de membros (At. 2:41, 4:4, 5:14) possivelmente 25.000 ou talvez 50.000 ou mais. O cuidadoso estudante do livro de Atos e das epstolas ver que Paulo estava permanentemente preocupado em manter algumas das igrejas fiis, quanto s doutrinas. Veja as profecias de Pedro e Paulo com respeito s futuras igrejas (II Ped. 2:12, At. 20:29-31. Veja tambm Apoc. caps. 2 e 3).

    Estas grandes igrejas possivelmente tinham grandes pregadores e ancios. (At. 20:17). Alguns dos bispos e pastores comearam a usar de uma autoridade que no Lhes fora dada no Novo Testamento. Alguns comearam a exercer certa autoridade sobre outras igrejas maiores e

  • 20tambm menores. E juntamente a muitos ancio, comearam a assenhorear-se da herana do Senhor (III Joo 9). Aqui estava o incio de um desvio que se multiplicou em muitos erros igualmente perniciosos. Aqui estava o grmen das diferentes ordens no ministrio, chegando finalmente ao que hoje praticado por outros, tanto quanto pelos catlicos. Aqui foi o inicio daquilo que resultou numa mudana radical no governo democrtico original das primeiras igrejas. Esta irregularidade comeou em pequena escala, ainda antes do incio do 22 sculo. Este foi provavelmente, o primeiro afastamento srio da norma de uma igreja do Novo Testamento.

    5 - Uma outra mudana vital encontrada na Histria antes do inicio do 2o sculo foi na grande doutrina de salvao pela graa. Os judeus, assim como os pagos, tinham sido treinados durante muitas geraes, com a nfase do culto, no cerimonial. Eles costumavam considerar os tipos pelos anttipos, as sombras pelas substancias reais, tornando o cerimonial como verdadeira agncia de salvao. Quo simplesmente chegaram a considerar assim o batismo! Assim eles arrazoavam: A Bblia tem muito que dizer com relao ao batismo. Muita nfase colocada na ordenana e no dever concernente a ela. Evidentemente ela deve ter algo a ver com a salvao. Desta forma criou corpo a idia da Regenerao Batismal, iniciada neste perodo que comeou a ganhar aceitao em algumas igrejas (Shackelford, pg. 57; Camp. pg. 47; Benedito, pg. 286; Mosheim, vol. 1, pg. 134; Cristiano, pg. 28).

    6 - O erro seguinte a este e, do qual, encontramos meno em alguns historiadores (no todos) teve inicio no mesmo sculo e podemos dizer que veio como conseqncia

  • 21imediata da idia da Regeneraro Batismal. Este erro consistia na mudana dos candidatos ao batismo. Depois que o batismo foi considerado como uma agncia ou meio de salvao, pelas igrejas desviadas, quanto mais depressa fosse ele administrado, tanto melhor. Em conseqncia surgiu o batismo infantil. Antes disto crentes e crentes somente, eram considerados em condies de submeterem-se ao batismo. Asperso e derramamento eram formas at ento desconhecidas. Vieram muito mais tarde. Por vrios sculos os infantes eram, como os demais, imersos. A Igreja Ortodoxa Grega (que um grande ramo da Igreja Catlica) at hoje no mudou a forma original de batismo. Ela pratica o batismo infantil, mas nunca procedeu de outro modo que no o da imerso das crianas.

    Nota: alguns historiadores da igreja pem O inicio do batismo infantil neste sculo, mas eu citarei um pequeno pargrafo das Robinsons Ecclesiastical Researches (Pesquisas Eclesisticas de Robinson)

    Durante os primeiros trs sculos as congregaes

    espalhadas no oriente funcionaram em corpos independentes e separados, sem subveno por parte do governo, e, consequentemente, sem qualquer poder secular da Igreja sobre o Estado ou vice-versa. Em todo esse tempo as igrejas batizavam e, segundo o testemunho os Pais dos primeiros 4 sculos, at Jernimo (370, A. D.), na Grcia, Sria e frica, mencionado um grande nmero de batismos de adultos, sem a apresentao de ao menos um batismo de criana, at o ano 370 A. D. (Compndio de histria batista por Shackelford, p. 43; Vedder p. 50; Chrishan p. 31; Orchard p. 50, etc.)

  • 22

    7 - Convm-nos lembrar que estas mudanas no foram feitas em um dia e nem tampouco dentro de um ano. Elas foram aparecendo lentamente e nunca, a um s tempo, dentro de todas as igrejas. Algumas igrejas vigorosamente as repudiavam. Tanto que em 251 A. D. algumas igrejas leais declararam-se contrrias s igrejas que aceitavam e praticavam tais erros. Desta maneira veio a primeira ruptura completa entre as igrejas.

    8 - Notamos, pois, que durante os trs primeiros sculo houve trs e srios desvios dos ensinos de Cristo e de seus apstolos. E um significativo evento aconteceu. Note este sumrio e recapitulao:

    Mudana quanto concepo da funo do bispo ou pastor e do governo da Igreja, conforme aparece nas pginas do Novo Testamento. Esta mudana desenvolveu rapidamente e foi se tornando mais pronunciada, se bem que tambm altamente nociva.

    Mudana quanto aos ensinos do Novo Testamento, com relao regenerao, pela idia da regenerao batismal.

    Mudana no tocante administrao do batismo s crianas, em vez de somente aos crentes. (Esta no se tornou geral e nem to freqente at o sculo seguinte).

    9 - A regenerao batismal e batismo infantil. Estes dois erros so, na opinio da bem esclarecida histria, causadores de maior derramamento de sangue dos crentes, atravs dos sculos, do que todos os outros erros combinados ou, possivelmente, do que todas as guerras,

  • 23no contando com as perseguies se deixarmos de lado a primeira guerra mundial. Mais de 50.000.000 de cristos sofreram o martrio, principalmente por causa de rejeitarem esses dois erros, no perodo da idade das trevas, portanto 12 ou 13 sculos.

    10 - Trs eventos significativos podem ser encontrados na histria dos primeiros trs sculos, os quais foram observados pela grande maioria das igrejas:

    A separao e independncia das igrejas. 0 carter subordinado dos bispos ou pastores. 0 batismo somente para crentes.

    Vou citar agora Mosheim, o maior de todos os historiadores luteranos - vol. 1, pg. 71 e 72:

    Mas qualquer que suponha que os bispos desta idade de ouro da igreja tinham funo idntica dos bispos dos sculos seguintes, est confundindo coisas bastante diferentes, pois que neste sculo e nos seguintes um bispo tinha o encargo de uma s igreja, com a qual podia ordinariamente se reunir em uma casa particular; no era ele o senhor da igreja, mas realmente o seu ministro, ou servo... Todas as igrejas nos primitivos sculos eram corpos independentes, nenhuma delas sujeita jurisdio de qualquer outra. Alm disto, as igrejas que tinham sido fundadas pelos apstolos tinham freqentemente a honra de consult-los sobre os casos duvidosos, e, mesmo nestes casos, eles no exerciam uma autoridade judicial, nem controle nem a prerrogativa de dar-lhes leis. Ao contrrio, to claro como o meio-dia que todas as igrejas crists tinham iguais direitos e andavam sob todos os respeitos em p de igualdade.

  • 24

    11 - Durante este perodo, no obstante as muitas e srias perseguies, o Cristianismo fez maravilhoso progresso. Ele tinha alcanado e ultrapassado os limites do Imprio Romano. Quase todo o mundo habitado ouviu o evangelho. E, de acordo com alguns historiadores da Igreja, muitas das igrejas neo-testamentrias, organizadas pelos apstolos, esto ainda intactas e leais aos ensinos apostlicos. Contudo, como temos mostrado, um grande numero de erros caractersticos e perniciosos foram introduzidos e permaneceram em muitas igrejas. Algumas tornaram-se muito irregulares.

    12 - As perseguies tinham se tornado terrivelmente amargas. Prximo ao inicio do 4o sculo veio, possivelmente, o primeiro e definitivo dito do governo, autorizando a perseguio. O crescimento maravilhoso do Cristianismo tinha alarmado os lderes pagos do Imprio Romano. Ento o imperador Galrio expediu um dito autorizando mais severa perseguio. Isto ocorreu em 24 de fevereiro de 303 A.D. At este tempo parece que o paganismo tinha feito a perseguio sem a sano de uma lei.

    13 - Mas este dito falhou inteiramente no seu propsito de impediu o crescimento do Cristianismo e o mesmo imperador Galiro, 8 anos depois, promulgou um outro dito anulando o primeiro e concedendo TOLERNCIA - permisso para viver a religio de Jesus Cristo. Esta foi provavelmente, a primeira lei favorvel ao Cristianismo.

    14 - No incio do ano 313 A. D., o Cristianismo tinha alcanado uma poderosa vitria sobre o paganismo. Um novo imperador veio ocupar o trono do Imprio Romano. ele evidentemente reconheceu algo do misterioso poder dessa

  • 25religio que continuava a crescer, no obstante a intensidade da perseguio. A Histria diz que este Imperador que no era outro seno Constantino, teve uma maravilhosa e real viso. Divisou no cu uma CRUZ de brilhante luz vermelha na qual estavam escritas a fogo as seguintes palavras: Com este sinal vencers. Constantino interpretou isto como uma ordem para que se tornasse cristo. Entendeu ainda que abandonando o paganismo e uniu do o poder temporal do Imprio Romano ao poder espiritual do Cristianismo o mundo seria facilmente conquistado. Deste modo, a religio crist se tornaria uma religio universal e o Imprio Romano o Imprio de todo o mundo.

    15 - Assim sob a liderana do Imperador Constantino veio um descanso, um galanteio e uma proposta de casamento. Imprio Romano por intermdio do seu imperador pediu em casamento o Cristianismo. D-nos o seu poder espiritual e em troca lhe daremos nosso poder temporal.

    16 - Para tornar efetiva e consumada esta profunda unio, um conclio foi convocado. Em 313 A. D. foi feita uma convocao para que fossem enviados, juntamente, representantes de todas as igrejas crists. Muitas, mas nem todas, vieram. A aliana estava consumada. Uma hierarquia foi formada. Na organizao desta hierarquia Cristo foi destronado como cabea das igrejas e Constantino foi entronizado (ainda que temporariamente, j se v) como cabea da igreja.

    17 - A hierarquia estava definitivamente comeando a desenvolver-se no que conhecemos hoje como igreja Catlica ou universal. Pode-se dizer que isso tinha comeado, se bem que, indefinidamente, j no fim do 2o sculo ou

  • 26no incio do 3o quando as novas idias com referncia aos bispos e ao governo da Igreja comearam a se formar.

    18 - Deve ser tambm claramente lembrado que, quando Constantino fez a convocao para o citado Conclio houve muitos cristos (batistas) que deixaram de responder mesma. Eles no aprovavam o casamento da religio com o estado, nem a centralizaro do governo religioso, nem a criao de um tribunal religioso mais elevado, de qualquer espcie que no fosse a Igreja local. Estes cristos (batistas) bem como suas igrejas deste tempo ou mais tarde no aceitaram a hierarquia denominacional catlica.

    19 - Quando esta hierarquia foi criada, Constantino, que tinha sido feito o seu cabea, no era ainda cristo. Ele tinha decidido tornar-se, mas como as igrejas que o acompanharam na fundao desta organizao hierrquica, tinham adotado o erro da regeneraro batismal, uma srie questo se levantou na mente e Constantino: Se eu sou salvo dos meus pecados pelo batismo, como escapar os meus pecados posteriores ao batismo? Constantino levantou assim. uma questo que iria perturbar o mundo em todas as geraes seguintes. Pode o batismo lavar de antemo os pecados no cometidos? Ou, so os pecados cometidos antes do batismo lavados por um processo (isto , pelo batismo) e os cometidos depois do batismo, por um outro processo?

    20 - No tendo sido possvel resolver satisfatoriamente a muitas questes assim levantadas, Constantino resolveu finalmente unir-se aos cristos, mas adiando o seu batismo para mais perto da morte, porque assim todos os seus pecados poderiam se lavados de uma s vez. Este propsito ele seguiu e no havia sido ainda batizado at pouco antes

  • 27da sua morte.

    21 - Abandonando a religio pag e aderindo ao Cristianismo, Constantino incorreu em sria reprovao por parte do Senado Romano. Eles repudiaram ou, ao menos, opuseram-se sua resoluo. Esta oposio resultou finalmente na mudana da sede do Imprio de Roma para Biznico, uma velha cidade reedificada, que logo depois teve o nome mudado para Constantinopla, em honra a Constantino. Como resultado surgiram duas capitais para o Imprio Romano: Roma e Constantinopla. Essas duas cidades, rivais por vrios sculos, por fim se tomaram o centro da Igreja Catlica dividida: Romana e Grega.

    22 - At organizao da hierarquia e da unio entre a Igreja e o Estado todas as perseguies ao Cristianismo tinham sido feitas pelo judasmo ou ento pelo paganismo. Agora houve uma sria mudana. Os cristos nominais comearam a perseguir os cristos. 0 desejo de Constantino de ter todos os cristos unidos a ele, expressa pela sua nova idia de uma religio unida ao Estado e opondo-se a muitos que conscientemente repudiavam o afastamento dos ensinos do Novo Testamento comeou a usar o poder do governo para os perseguir. Comearam ento os dias e anos e at sculos de uma tenaz perseguio contra os cristos que eram leais ao Cristianismo original e aos ensinos apostlicos.

    23 - Lembremo-nos agora que estamos considerando eventos que se deram entre os anos 300 e 500 A. D. A hierarquia organizada sob a liderana de Constantino, rapidamente se concretizou naquilo que agora conhecemos como Igreja Catlica. E a novel igreja se associou ao governo temporal, no mais para ser simplesmente a entidade

  • 28executiva das leis completas do Novo Testamento, mas comeou a ser legislativa, comeando a emendar e anular leis primitivas, bem como a criar regras completamente estranhas letra e ao esprito do Novo Testamento.

    24 - Uma das primeira aes legislativas da Igreja, e uma das mais subversivas quanto aos resultados foi o estabelecimento, por lei, do batismo infantil. Em virtude desta lei o batismo infantil tornou-se compulsrio. Isto ocorreu em. cerca de 416 A. D. Ele j existia, em casos esparsos, provavelmente, um sculo antes desde decreto. Mas, com a efetivao por lei desta prtica dois princpios do Novo Testamento foram naturalmente abordados: - o do batismo dos crentes e o da obedincia voluntria ao batismo.

    25 - Como conseqncia inevitvel desta nova doutrina e lei, ,as igrejas desviadas foram rapidamente se enchendo de membros inconversos. E de fato no se passaram muitos anos at que a maioria, provavelmente, de seus membros fosse composta de pessoas no regeneradas. Assim os grandes interesses espirituais do Reino de Deus caram nas mos de um incrdulo poder temporal. Que se poderia esperar ento?

    26 - Por outro lado, os crentes e igrejas leais rejeitaram esta nova lei. Certamente que o batismo de crentes, o batismo do Novo Testamento era a nica lei para eles. Eles no s recusaram a batizar suas crianas, mas, crendo que o batismo devia ser ministrado a crentes somente, recusaram tambm aceitar como vlido o batismo feito pelas igrejas anti-escritursticas. Se alguns dos membros da igreja hierrquica quisessem se filiar a uma das igrejas fiis era-lhes exigido uma experincia crist e o rabatismo.

  • 2927 - O rpido curso seguido pelas igrejas leais provocou

    um grande desprazer aos fanticos da religio do Estado, muitos, seno a maioria, dos quais no era de genunos convertidos. O nome cristo entretanto foi negado s igrejas que no aceitavam os novos erros. Uma vez privados disto, foram chamados por outros nomes, alguns por uns e outros por outros, como sejam: Montanistas, Tertulianistas, Novacianos, Patelina, e alguns, ao menos, por causa do costume de rebatizar os que haviam sido batizados na infncia, foram chamados Anabatistas.

    28 - Em 426 A.D., justamente 10 anos depois do estabelecimento legal do batismo infantil, foi iniciado o tremendo perodo que conhecemos como Idade das Trevos (Idade Mdia, nota do trad.). Que perodo! Quo tremendo e sanguinolento o foi! A partir de ento, por mais uma dezena de sculos o rasto do cristianismo do Novo Testamento foi grandemente regado pelo sangue dos cristos. Observe no mapa alguns dos muitos O Rasto de Sangue diferentes nomes suportados pelos perseguidos. Vrios destes nomes foram dados por causa de alguns atos hericos de determinado lder e alguns por outras causas, sendo que os nomes assim dados variavam freqentemente, tanto com os pases,; como com o correr do tempo.

    29 - Foi ainda no alvorecer da Idade das Trevas que o Papismo tomou corpo definitivo. Seu inicio data de Leo II de 440 a 461 D. Este ttulo, semelhantemente ao nome dado Igreja Catlica, tinha possibilidade de um amplo desenvolvimento. O nome aparece aplicado primeiramente, para designar o bispo de Roma, 296404 D. mas foi formalmente adotado pela primeira vez por Cirilo, bispo de Roma 384-398. Mais tarde foi adotado oficialmente por

  • 30Leo II, 440461. Sua universalidade foi reclamada em 707. Alguns sculos mais tarde foi declarado por Gregrio VII, ser o titulo exclusivo do Papado.

    30 - Agora darei uma smula dos mais significativos eventos deste perodo de cinco sculos:

    1. A mudana gradual do governo democrtico da Igreja para o governo eclesistico.

    2. A mudana da salvao pela graa para a salvao pelo batismo.

    3. A mudana do batismo de crentes para batismo infantil. 4. A hierarquia organizada. Casamento da Igreja com

    Estado. 5. A sede do Imprio mudada para Constantinopla. 6. Batismo Infantil estabelecido por lei e tornado

    compulsrio . 7. Os cristos nominais comeam a perseguir os cristos. 8. A Idade de Trevas comea em 426 A. D. 9. A espada e a tocha, de referncia ao Evangelho, que se

    tornou o poder de Deus para a salvao. 10. Todo o vestgio de liberdade religiosa desfeito,

    coberto e enterrado por muitos sculos. 11. As igrejas fiis ao Novo Testamento so perseguidas

    e tratadas por nomes diversos. So ainda auladas para o mais longe possvel do poder temporal catlico. O remanescente destas igrejas se espalhou por todo mundo e achado, talvez escondido, em florestas, montanhas, vales, antros e cavernas da terra..

  • 31

    CAPTULO II (600 - 1300 A. D.)

    1 - Encerramos o 1o captulo com o fim do 5 sculo. E ainda um grande nmero de fatos que tiveram seu princpio naqueles sculos no foi mencionado. Tnhamos iniciado as consideraes em torno do terrvel perodo que conhecido na histria como Idade Mdia. Trevas, sangue, e terror houve desde o seu inicio. As perseguies pelo estabelecimento da Igreja Catlica Romana so duras, cruis e perptuas. A guerra de extermnio prosseguiu persistente e inexoravelmente, obrigando os cristos a se refugiarem em muitas terras. O Rasto de Sangue quase tudo que resta em qualquer lugar. Especialmente atravs da Inglaterra, Gales, frica, Armnia, Bulgria. Certo que em qualquer lugar cristos seriam achados os que estavam decididos a permanecerem restritamente leais ao Novo Testamento.

    2 - Agora chamaremos ateno aos conclios denominados ecumnicos ou Conclios do Imprio. Ser por bem baseados no chamado conclio de Jerusalm (Ver Atos 15). Mas provavelmente nada ter sido mais dessemelhante com o mesmo nome do que estes conclios - chamamos agora a ateno para somente oito, e estes convocados por diferentes imperadores. Nenhum deles pelos Papas e todos eles realizados entre as igrejas do Oriente ou Igrejas Gregas. Assistiram-nos todavia, alguns representantes do ramo ocidental ou da Igreja Romana.

    3 - O primeiro desses conclios foi realizado em Nice ou Nicia em 325 A.D. Foi convocado por Constantino, o Grande, e foi assistido por 318 bispos.

  • 32O segundo reuniu-se em Constantinopla em 3B1 A.D.

    Foi convocado por Teodsio, o grande. Assistiram-no 150 bispos. (Nos sculos primitivos a palavra bispo designava simplesmente pastores de igrejas locais).

    O terceiro foi convocado por Teodsio II e por Valentiano III. Este contou com a presena de 250 bispos. A reunio se efetuou em feso em 431 A.D.

    O quarto reuniu-se na Calcednia em 451 A.D., e foi convocado pelo imperador Marciano. Quinhentos ou 600 bispos metropolitanos, (metropolitanos eram pastores da cidade ou pastores de primeira igreja), estiveram presentes a este concilio. Nele foi promulgada a doutrina que conhecemos como Mariolatria. Este dogma compreende a adorao de Maria, me de Cristo. Esta nova doutrina no principio criou grande tumulto. Houve srias objees, mas finalmente foi aceita como doutrina da Igreja Catlica.

    O quinto destes 8 conclios foi realizado em Constantinopla. Foi o segundo que se realizou ali. Foi convocado por Justiniano em 553 A.D. e assistido por 165 bispos - este conclio aparentemente teve por objetivo condenar certos escritos.

    No ano 680 A.D. o sexto concilio foi convocado. Tambm foi realizado em Constantinopla e foi convocado por Constantino Pogonato, para condenar heresias. Durante este concilio o Papa Honrio foi deposto e excomungado. At este tempo a infalibilidade no tinha sido declarada.

    O stimo conclio foi chamado para se reunir em Nicia em 787 A.D. Foi o segundo a se realizar neste lugar. A imperatriz Irene o convocou. Nele parece ter tido inicio definitivo a adorao de imagens e o culto aos santos. Podeis, por esta amostra, perceber que o povo de ento j

  • 33estava se tornando mais paganizado que cristianizado.

    O ltimo dos conclios convocados pelos imperadores aos quais chamamos Conclios do Oriente reuniu-se em Constantinopla em 869 A.D. Foi convocado por Basilio Maredo. A Igreja Catlica tinha entrado em sria tribulao. Havia se levantado uma calorosa controvrsia entre os cabeas dos dois grandes ramos do catolicismo: acidental e oriental ou romano e grego. Pnico, o grego, em Constantinopla, e Nicolau I em Roma. Foi to grande a desavena entre eles que chegaram a se excomungar mutuamente. Desta forma por um pouco de tempo o catolicismo ficou inteiramente sem um cabea. O concilio foi convocado principalmente para dirimir esta dificuldade. Esta ciso no tronco do catolicismo nunca foi at hoje, completamente desfeita. Desde esse tempo at hoje, todas as tentativas para desfaz-la tm falhado. O poder de Latro (isto , dos Papas) desde esse tempo comeou a ter ascendncia. No os imperadores, mas os Pontfices passaram a convocar os conclios. E os ltimos conclios sero considerados em estudo subseqente.

    4 - H uma nova doutrina para a qual no podemos deixar de atentar. H, sem duvida, outras, mas uma especialmente queremos considerar e esta a da comunho infantil. As crianas eram no somente batizadas, mas recebidas na Igreja e consideradas membros dela, e portanto, devidamente habilitadas A Ceia do Senhor. Como administrar isto, era o problema, mas foi resolvido embebendo o po no vinho. Isto foi praticado por anos. E depois de algum tempo uma nova doutrina foi adicionado a esta. Passou a ser ensinado que a ceia era um outro meio de salvao. Uma outra nova doutrina foi mais tarde

  • 34adicionada a esta. E sobre ela voltaremos a falar mais tarde.

    5 - Durante o 5o sculo, no 4o conclio ecumnico, reunido em Calcednia em 451, uma doutrina inteiramente nova foi acrescentada j crescente lista de inovaes. a doutrina conhecida como Mariolatria ou adorao de Maria, me de Jesus. Parece ter sido sentida a necessidade de um novo Mediador. A distancia entre o homem e Deus era grande demais para um s mediador, ainda que fosse Cristo o Filho de Deus e realmente Deus-homem. Pensaram ser Maria necessria como outro mediador e oraes foram - feitas a ela. Ela existia para lev-los a Cristo.

    6 - Duas outras novas doutrinas foram adicionadas no sculo 8o f catlica. Ambas foram promulgadas pelo 2o conclio reunido em Nicia. O 2o conclio reuniu-se ali em 787. A primeira das doutrinas ali adicionadas foi a que conhecida como A adorao de imagens, uma violao direta do seguinte mandamento de Deus:

    No fars para ti imagens de escultura . Ex. 20:3, 4, 5. Essa adio tambm oriunda do paganismo. Logo

    depois seguiu-se O Culto dos Santos, doutrina que no tem justificao na Bblia. Somente um exemplo de invocao dos santos aparece na Bblia e esse mesmo para mostrar sua perfeita insensatez - o rico orando a Abrao em Luc. 16: 24-31. Estas so algumas, no todas, das mudanas revolucionrias aos ensinos do Novo Testamento, que vieram durante esse perodo da Histria da Igreja.

    7 - Durante o perodo que estamos considerando os perseguidos foram conhecidos por muitos e variados nomes. Entre eles encontramos Donatistas, Paterinos, Paulicianos Ctaros, e Anabatistas. Um pouco mais tarde sugiram Petrobrussianos, Arnoldistas, Henricianos, Albingenses e

  • 35Waldenses. Algumas vezes um desses grupos se destacava e outras vezes o outro. Alguns sempre se evidenciavam, por estarem sob persistente e cruel perseguio.

    8 - No devemos pensar que todos os que sofrerem perseguies estavam integralmente fiis ao Novo Testamento. Na maioria eram leais. E alguns deles, consideradas as circunstancias em que viveram e lutaram, eram maravilhosamente leais. Lembremo-nos de que muitos dos que viveram neste longo perodo, possuam somente partes do Novo Testamento ou do Velho Testamento para usar. A imprensa no tinha sido inventada. O que possuam eram manuscritos em pergaminho ou peles, ou coisa parecida, sendo por isto, grandes e volumosos. Poucas famlias (se que alguma) ou Igreja possuam cpias completada da Bblia. Antes do trmino formal do Cnon (em fins do sculo IV), havia provavelmente, muito poucos manuscritos completos do N. T. Dos 1.000 Mss. Conhecidos somente uns 30 incluem todos os livros.

    9 - Alm disso, durante toda a Idade Mdia e o plodo da perseguio, tenazes esforos foram feitos para destruir os Mss. das Escrituras, nas mos dos perseguidos. Assim, em muitos casos, os grupos s possuam pequenas partes da Bblia.

    10 - Ser bem de notar tambm que para prevenir a disseminao dos pontos de vista, de certo modo contrrios aos da Igreja Catlica, muitos planos e medidas extremas foram adotados. Em primeiro lugar, todo e qualquer escrito, que contivesse idias diferentes das Catlicas, seria queimado, especialmente os livros. Por vrios sculos esses planos e medidas foram estrita e persistentemente seguidos. Esta , de acordo com a Histria, a principal razo

  • 36porque difcil de se apresentar um relato minucioso da Histria. Por toda parte, os que persistiam em escrever e pregar, experimentaram a morte pelo martrio. Este era um perodo desesperadamente sangrento. Todos os grupos de herticos persistentes (assim chamados) e por quaisquer nomes apelidados, em qualquer parte onde vivessem eram cruelmente perseguidos. Os Donatistas e Paulicianos foram proeminentes entre os primeiros desses grupos. Os catlicos, estranho como parea, acusavam a todos que recusavam a abandonar sua f, que recusavam a crer como catlicos - chamando-os de herticos e os condenavam como tais. Os chamados catlicos tinham se tornado mais completamente paganizados e judaizados do que mesmo cristianizados e estavam sendo manejados mais pelo poder civil do que pelo poder religioso. Eles cuidavam mais de fazer novas leis do que de obedecer as de antes estabelecidas.

    11 - Daremos em seguida um pouco das muitas variaes por que passaram os ensinos do Novo Testamento, durante esses sculos. Elas, provavelmente, nem sempre aparecero na ordem em que surgiram. De fato, em alguns casos difcil seno impossvel, dar-se a data exata da origem de vrias dessas mudanas. Algumas apareceram provavelmente com todo o sistema catlico. Cresceram e se desenvolveram. Principalmente nos primeiros anos, seus ensinos foram sujeitos contentemente a mudanas. Estas vinham por acrscimo ou subtrao; por substituio ou abrogao. A Igreja Catlica no era mais uma igreja conforme o N. T., se que o foi algum dia. Ela no era mais um corpo puramente executivo, para cumprir as leis de Deus j estabelecidas, mas uma entidade legislativa, no somente por fazer novas leis, como tambm por ab-rogar a

  • 37seu jeito as de antes estabelecidas.

    12 - Uma das suas declaraes deste tempo foi: fora da Igreja no h salvao, da Igreja Catlica, criando portanto um dilema: ou o homem catlico, ou est perdido. No h outra alternativa.

    13 - A doutrina das indulgncias e a venda de indulgncias foi um novo acrscimo absolutamente contrrio s doutrinas do Novo Testamento. Mas para tornar prtica essa heresia, uma outra precisa ser criada: o estabelecimento de um crdito, que no obstante tivesse o lastro no cu era contudo acessvel terra. Assim, o mrito das boas obras como um meio de salvao, devia ser ensinado. Para justific-lo, colocaram as reservas celestes que davam valor s indulgncias passveis de aumento. O primeiro lastro do fundo das indulgncias, foi o que veio pelo trabalho perfeito de Jesus. Como Ele no praticou o mal, a totalidade de suas boas obras no seriam usadas em seu prprio benefcio mas colocada no fundo de reservas das indulgncias. Ainda mais, todo o excedente das boas obras necessrias salvao dos apstolos seria adicionado a esse depsito, bem como excedentes das vidas de todos os santos, o que tornou essa reserva imensamente grande. Mais ainda. Toda essa, imensa riqueza foi creditada nica Igreja, que tinha permisso para us-la em suprir as necessidades de algum pecador perdido, cobrindo de cada um o que julgava lhe ser possvel pagar, para que lhe beneficiasse com o crdito celestial. Seguiu-se a venda das indulgncias. Cada pessoa as poderia comprar para si, ou para seus amigos ou mesmo para os amigos mortos. Os preos variavam na proporo das ofensas cometidas ou a serem cometidas. Isto foi, muitas vezes, levada a absurdos

  • 38terrveis, dos quais at catlicos no descrem. Algumas histrias ou enciclopdias do uma lista de preos pelos diferentes pecados para os quais as indulgncias eram vendidas.

    14 - Mas, uma outra nova doutrina se tomou necessria, imperativa mesmo, para tornar efetivas essas duas ltimas. a doutrina chamada do Purgatrio, um lugar intermedirio entre o cu e o inferno, no qual todos devem passar para serem purificados de todos os pecados veniais. Mesmo os santos devem passar atravs desse lugar, permanecendo l at completa purificao, pelo fogo - a menos que eles possam ser socorridos pela aplicao do lastro das indulgncias, o que somente pode ser exercido por meio de oraes e compra das mesmas pelos vivos. Da a venda das indulgncias. Um desvio do Novo Testamento leva a outro inevitavelmente.

    15 - Cabe perfeitamente aqui um parnteses para mostrar as diferenas entre as igrejas Catlico-Romana e Catlico-Ortodoxa ou Grega:

    Quanto s nacionalidades: os ortodoxos so eslavos, congraando: gregos, russos, blgaro, srvio, etc. Os romanos so principalmente latinos, congraando: italianos, franceses, espanhis, americanos do Sul, mexicanos e povos da Amrica Central, etc.

    A Igreja Grega recusa a asperso ou derramamento como batismo. Os Romanos usam a asperso, reclamando a si o direito de mudar a frmula original do batismo, conforme o plano bblico que o da imerso.

    A Igreja Catlica Grega continua a observar a prtica de comunho para crianas. A Igreja Romana a tem

  • 39abandonado, usando-a como um outro meio de salvao.

    A Igreja Grega na administrao da Ceia do Senhor d o po e o vinho aos comungantes. A Igreja Romana d aos comungantes somente o po, reservando o vinho para o sacerdote.

    Na Igreja Grega os sacerdotes se casam. Na Igreja Romana eles so proibidos de o fazer.

    Os Gregos rejeitam a doutrina da infalibilidade papal; os Romanos a aceitam e insistem na sua exatido. Estes so alguns pontos, aos menos, nos quais essas duas Igrejas divergem. No demais, ao que parece, as Igrejas Grega e Romana, permanecem unidas.

    16 - Nossos estudos tm girado em tomo dos 9 primeiros sculos. Entraremos agora no 10o sculo. Olhem, por favor, no mapa. Foi justamente aqui que se deu a separao entre as igrejas Grega e Romana. Depressa veremos, como no correr desses sculos novas leis e doutrinas surgiram - e outras desesperadas n e terrveis perseguies. (Schaff. Herzogg, En. Vol. 11, pg. 901).

    17 - Novamente chamamos a ateno dos leitores para aqueles que caram sob a dura prova da perseguio. Se 50.000.000 pereceram, durante os 1.200 anos da Idade Mdia, como a histria parece positivamente ensinar, ento morreram em mdia 4 milhes de crentes por sculo. Isto parece ir alem do que permite a concepo humana. Como j foi mencionado, essa mo de ferro se alimentava com o sangue mrtir tirado dos Paulicianos, Arnoldistas, Henricianos, Petrobrussianos, Albingenses, Waldenses e Anabatistas - mais pesada sobre uns que sobre outros.

  • 40Sobre esta parte terrvel de nossa histria, passaremos rapidamente.

    18 - Vem agora o longo perodo dos conclios ecumnicos, que sem dvida no foram realizados consecutivamente. Houve atravs dos anos muitos conclios que no eram ecumnicos, nem do Grande Imprio. Esses conclios eram principalmente legislativos para decretar ou emendar leis do poder civil ou religioso, tanto a legislao quanto as leis contrrias ao Novo Testamento. Lembre-se que esses foram atos de uma Igreja oficializada, uma Igreja casada com um Governo pago. E esta Igreja se tomou em breve tempo mais paganizada, que o Estado cristianizado.

    19 - Quando qualquer grupo rejeita o Novo Testamento como norma completa de f e prtica, quer como indivduos, quer como Igrejas, esse grupo se atira num oceano imenso. Qualquer lei errnea (e toda adio Bblia errnea) inevitvel e rapidamente, exige a criao de outra e outras exigem outra, sem limite possvel. Eis porque Cristo no deu nem s suas Igrejas nem aos bispos (pastores) poderes legislativos. Convm notar outra vez, mais particularmente, porque o Novo Testamento inclui. no seu trmino essas significativas palavras: Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro, que se algum lhes acrescentar alguma coisa, Deus far vir sobre ele as pragas que esto escritas neste livro, e se algum tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirar a sua parte da rvore da vida e da cidade santa, que esto escritos neste livro. (Apoc. 21:18-19).

    Nota: Inserimos aqui esta clusula parenttica como uma advertncia. Devem as igrejas batistas tomar cuidado quanto s suas resolues, disciplinares ou no, como as

  • 41que se do nas sesses, resolues essas que podem se constituir em regras que afetam o governo das igrejas. O Novo Testamento contm todas 55 as leis e regras necessrias.

    20 - A limitao extrema deste pequeno livro impede-nos de dizer muito acerca desses conclios ou assemblias legislativas, mas necessrio que se diga alguma coisa pelo menos.

    21 - O primeiro dos conclios Lateranos ou ocidentais, convocados pelos papas, foi convocado por Calixto II, em 1123 A.D. Assistiram-no cerca de 300 bispos. Nesse conclio foi declarado que o padre romano no poderia casar-se. Isto foi chamado celibato do clero. No tentaremos, claro, relatar todas as resolues tomadas nesses conclios.

    22 - Anos mais tarde, isto , em 1139 A.D., o papa Inocncio II convocou um novo conclio, que tinha por finalidade principal condenar o trabalho de dois grupos dissidentes de cristos, os quais foram conhecidos como Petrobrussianos e Arnoldistas.

    23 - Alexandre III convocou ainda outro conclio em 1179 A.D., 40 anos depois do conclio precedente, no qual foi condenado o que eles chamavam erros e impiedades dos Waldenses e Albingenses.

    24 - Exatamente 36 anos aps o conclio anterior; um outro foi convocado pelo papa Inocncio III. Foi realizado em 1215 A.D. e parece ter sido o mais assistido dentre todos os grandes conclios. De acordo com a Histria havia presentes a esse conclio 412 bispos, 800 abades e priores, Embaixadores da Corte Bizantina e um grande nmero de prncipes e nobres. Pelos componentes dessa Assemblia,

  • 42podemos deduzir no terem sido somente de matria religiosa os assuntos discutidos.

    Por aquele tempo foi promulgada uma nova doutrina: a da Transubstanciao, segundo a qual o po e o vinho da Ceia do Senhor so transformados, realmente, no corpo e no sangue do Senhor, logo aps a palavra consagratria do sacerdote. Estas doutrina entre outras, foi a pedra de toque dos reformadores, poucos sculos mais tarde. Segundo o ensino desta doutrina todos os que participaram ou participam da Ceia do Senhor comeram o prprio corpo e beberam o prprio sangue de Jesus Cristo. A Confisso Auricular - confisso dos pecados, individualmente, aos ouvidos do sacerdote - parece ter tido seu incio nesse concilio. Mas provavelmente, o mais sanguinoso evento de todos que tm sido trazidos sobre os povos em toda a histria do mundo, foi o que conhecido como a Inquisio e outros tribunais semelhantes, criados para processar e combater a heresia. O mundo todo est cheio de livros que combatem esse ato de crueldade inexcedvel, no obstante ter sido criado por um povo que se dizia dirigido pelo Senhor! No existe nada, absolutamente nada, que possa ultrapassar crueldade da Inquisio! Eu nem tentarei descrev-la. Sugerirei simplesmente que os meus leitores procurem ler alguns dos muitos livros escritos sobre a Inquisio, deixando que cada um tire a sua prpria concluso. E h ainda uma outra coisa que foi resolvida nesse conclio como se no bastasse tudo que j mencionamos. Refiro-me ao decreto de extirpao para toda a heresia. certo que por causa deste decreto muitas pginas negras foram escritas na histria do mundo.

    25 - No ano de 1229 A.D., 14 anos depois do conclio

  • 43que acabamos de mencionar; reuniu-se ainda outro conclio. (Parece, todavia, no ter sido ecumnico). Foi convocado para Toulosa. Possivelmente uma das mais vitais resolues dos catlicos foi tomada nesse conclio. Trata-se do decreto segundo o qual a Bblia Sagrada seria negada ao uso de todos os leigos, de todas as Igrejas Catlicas, a no ser aos padres e oficiais superiores. Determinao incompreensvel em face do claro ensino da Palavra de Deus: Examinais as Escrituras porque vs cuidais ter nelas a vida eterna e so elas que de mim testificam Joo 5:39.

    26 - Ainda outro conclio foi chamado a reunir-se em Lion. Foi convocado pelo papa Inocncio IV em 1245 A. D. Parece ter sido o seu principal objetivo excomungar e depor o imperador Frederico I da Alemanha. A Igreja, noiva adltera desde o ano 313, quando foi realizado o seu casamento sob a gide de Constantino, o Grande, tinha se tornado a cabea da casa, ditando normas nos governos estabelecidos e colocando ou arrancando do trono os reis e rainhas, a seu bel prazer.

    27 - Em 1274 A.D., um outro conclio foi convocado, tendo por objetivo reunir outra vez num, os dois grandes grupos - o Romano e o Grego - formando destarte a grande Igreja Catlica. Esta grande assemblia falhou completamente no seu propsito.

    CAPTULO III (1400 1600 A. D.)

    1 - Os sculos 15o ,16o e 17o so dentre todos os mais acidentados na histria do mundo, e especialmente na histria do Cristianismo. Houve uma quase que continua

  • 44revoluo dentro da Igreja Catlica - tanto na Grega como na Romana - procurando uma reforma. Este despertar das conscincias h muito adormecidas, o desejo de uma reforma genuna, comeou realmente no sculo 13, ou possivelmente, um pouco antes. A Histria certamente parece indicar isto.

    2 - Voltemos um pouco. A Igreja Catlica por seus muitos desvios do Novo Testamento, suas muitas estranhas e cruis leis e por seu estado moral desesperadamente decado e suas mos e roupas manchadas com o sangue de milhes de mrtires, tomou-se repreensvel e dolorosamente repulsiva a muitos dos seus prprios adeptos, que eram muito melhores que seus prprios sistemas, leis, doutrinas e prticas. Vrios de seus mais destemidos, melhores e mais espirituais sacerdotes e demais lderes, um por um, procuraram sinceramente reformar muitas de suas mais censurveis leis e doutrinas e faz-la voltar, o quanto antes, ao nvel dos ensinos do Novo Testamento. Vamos dar alguns exemplos indiscutveis. Notemos, no somente onde e quando comea e at que ponto vai o fogo da reforma, mas notemos tambm os seus lideres. Os lideres eram, ou tinham sido, todos sacerdotes catlicos ou oficiais do clero. Havia, portanto, um pouco de bom entre o muito mal. Contudo, por esse tempo, provavelmente no havia nenhuma nica doutrina do Novo Testamento observadasua pureza original - mas notemos agora alguns reformadores e onde trabalhavam.

    3 - bom observar, todavia, que nos vrios sculos anteriores a esse grande perodo de reforma, havia um nmero de importantes caracteres que se rebelaram contra os terrveis excessos do catolicismo e sinceramente

  • 45procuraram permanecer leais Bblia - mas um rasto de sangue foi tudo o que deles ficou. Vamos estudar, por um momento, o perodo mais importante - o da Reforma.

    4 - De 1320 a 1384 viveu na Inglaterra um homem que atraiu a ateno de todo o mundo. Seu nome era Joo Wycliff. Foi ele o primeiro dos destemidos que tiveram a coragem de intentar uma real reforma dentro da Igreja Catlica. A Histria refere-se a ele varias vezes, como a Estrela dAlva da Reforma. Viveu uma vida sincera e frutfera. Precisaramos, sem dvida, escrever vrios volumes para contar de algum modo a historia de Joo Wycliff. Ele foi odiado, terrivelmente odiado, pelos lideres da hierarquia. Sua vida foi persistentemente buscada. Finalmente morreu paraltico. Anos depois, era to grande o dio catlico para com ele, que seus ossos foram desenterrados, queimados e as cinzas lanados s guas.

    5 - Seguindo bem de perto as pegadas de Wycliff veio Joo Huss, 1373-1415, um distinto filho da longnqua Bomia. Sua alma correspondeu ao sentimento da brilhante luz da Estrela dAlva da Reforma. Sua vida foi destemida e cheia de eventos, mas dolorosa e miseravelmente curta. Ao invs de despertar um ambiente favorvel a uma verdadeira reforma entre os catlicos, ele despertou medo, averso e oposio, que resultaram na sua morte amarrado a um poste e queimado - um mrtir entre os seus. Todavia, ele procurou o bem de seu prprio povo. Amou o seu Senhor e o seu povo. Todavia, ele foi apenas um entre os milhes que morreram por essa causa.

    6 - Depois de Joo Huss da Bomia, veio um maravilhoso filho da Itlia, o mui eloqente Savanarola,. 1452-1498. Huss foi queimado em 1415 e Savanarola

  • 46nasceu 37 anos depois. Ele como Huss, ainda que catlico devoto, encontrou os lideres de seu povo - povo da Itlia - como os da Bomia, contrrios a qualquer reforma. Mas por sua eloqncia poderosa, foi bem sucedido no despertar de algumas conscincias e assegurou um considervel nmero de seguidores. Uma reforma real, porm, na hierarquia significava runa absoluta para os superiores desta organizao. Assim, Savanarola, to bom quanto Huss, devia morrer. E tambm ele foi amarrado num poste e queimado. Dos homens eloqentes desse grande perodo, Savanarola, possivelmente, a todos suplantava. No obstante lutava contra uma organizao poderosa e sua existncia reclama que combatessem a reforma, e desta forma Savanarola devia morrer.

    7 - Naturalmente, muitos nomes de reformadores desse perodo tm sido deixados. S os mais proeminentes na Histria so aqui mencionados. Seguindo a Savanarola, a voz de ouro da Itlia, vem um lder da Sua. Zwingli nasceu antes da morte de Savanarola. Viveu de 1484 a 1531. O esprito da Reforma alastrava por toda a terra. Seu fogo abria caminho e espalhando-se muito rapidamente, tornou difcil refre-lo. O fogo ateado por Zwingli no tinha sido seno parcialmente sufocado e j um mais srio que todos os outros irrompera na Alemanha. Zwingli morreu na batalha.

    8 - Martinho Lutero - provavelmente o mais importante de todos os reformadores do 15o e 16o sculos, viveu de 1483 a 1546, e como se pode ver pelas datas era quase contemporneo de Zwingli. Nasceu 1 ano antes de Zwingli e viveu 15 anos mais. Seus grandes predecessores tornaram-lhes mais fcil o caminho que devera trilhar,

  • 47talvez muito mais do que encontramos registrado na Histria. Alm disso, Lutero aprendeu pela dura experincia deles, bem como das que ele prprio teve mais tarde, que uma verdadeira reforma no seio da Igreja Catlica seria claramente impossvel. Assim mesmo, muitas .medidas reformatrias seriam necessrias. Uma exigia outra e outras exigiam ainda outras e assim por diante.

    9 - Assim, Martinho Lutero, depois de ter tido muitas e difceis batalhas com os lderes do Catolicismo foi auxiliado por Melancton e outros proeminentes alemes, tornando-se em cerca de 1530 o fundador de uma organizao crist inteiramente nova, agora conhecida por Igreja Luterana, que se tornaria em breve a Igreja da Alemanha. Esta foi a 1a das novas organizaes a sair diretamente de Roma, renunciando toda lealdade Igreja Me (como chamada) para continuar a viver.

    10 - Deixando por um pouco a Igreja da Inglaterra, que teve seu comeo logo depois da luterana, seguiremos a Reforma no continente. De 1509 a 1564 viveu outro dos maiores reformadores. Era Joo Calvino, um francs, mas que parecia ao mesmo tempo ter vivido na Sua. Era um homem realmente poderoso. Foi contemporneo de Martinho Lutero por 30 anos, e tinha 22 anos quando Zwingli morreu. Calvino apontado como fundador da Igreja Presbiteriana. Alguns historiadores, contudo, admitem Zwingli se bem que as mais fortes evidncias favoream a Calvino. Indiscutivelmente o trabalho de Zwingli, tanto quanto o de Lutero, tornou muito mais fcil o trabalho de Calvino. Data de 1541, exatamente 11 anos (parece ser esse ano) depois da fundao da Igreja Luterana por Lutero, o incio da Igreja Presbiteriana. Esta igreja, como no

  • 48caso do Luteranismo, foi conduzida por um sacerdote ou oficial, que era catlico reformado. Este seis - Wycliff, Huss, Savanarola, Zwingli, Lutero e Calvino, grandes lderes em suas batalhas para a reforma, feriram o catolicismo at o tornar cambaleante.

    11 - Em 1560, 19 anos depois da 1a organizao Calvinista em Genebra, Sua, Joo Knox, discpulo de Calvino, estabeleceu a 1a Igreja Presbiteriana na Esccia, e justamente 32 anos depois, em 1592, o Presbiterianismo tornou-se ali a religio de Estado.

    12 - Durante todas essas difceis lutas da Reforma, contnuo e valoroso auxlio foi dado aos Reformadores por muitos anabatistas, ou qualquer outro nome que levavam. Esperando algum alvio para sua dura sorte, eles saram de seus esconderijos e lutaram corajosamente com os reformadores; todavia, eles estavam condenados a um medonho desapontamento. Haviam de ter, desde ento, mais dois inimigos a persegui-los. Tanto a Igreja Luterana como a Presbiteriana trouxeram da sua me, a igreja Catlica, muitos de seus males, entre os quais a idia de uma Igreja do Estado. Ambas tornaram-se igrejas ligadas ao Estado. Ambas tomaram gosto na perseguio, faltando pouco, se alguma coisa faltava, para igualar-se Me Catlica.

    *Triste e medonho era o destino desses grandes

    sofredor, os Anabatistas. O mundo de ento no oferecia sequer um lugar onde eles se pudessem esconder. Quatro temveis perseguidores esto agora furiosos em seu rasto. Na verdade seu caminho era um Rasto de Sangue .

    *13 - Durante o mesmo perodo, em realidade vrios

  • 49anos antes que os Presbiterianos, levantou-se mais uma nova denominao, no no continente, mas na Inglaterra. Contudo, ela surgiu no tanto como Reforma (ainda que evidentemente a facilitasse) mas como conseqncia de verdadeira diviso ou ciso nas fileiras catlicas. Semelhante diviso em 869, quando os catlicos do Leste separaram-se dos do Oeste e se tornaram conhecidos na Histria como Igrejas Catlicas Grega e Romana. Esta nova diviso surgiu mais ou menos assim.

    Henrique VIII, rei da Inglaterra, casou-se com Catarina da Espanha. Infelizmente, depois de algum tempo, surgiram algumas dificuldades amorosas, porquanto ele se apaixonara por Ana Bolena. Por isso Henrique queria divorciar-se de Catarina e casar-se com Ana. Obter o divrcio naquele tempo no era coisa fcil. Somente o Papa poderia conced-lo e, nesse caso, por razes especiais, o recusou. Henrique ficou num grande apuro. Sendo rei, sentiu que devia ter autoridade para seguir sua prpria vontade no assunto . Seu 1o ministro (a esse tempo Thomas Cromwell) chegou a zombar do rei. Por que se submete autoridade papal em tais questes? Henrique seguiu a sua sugesto, retirou-se de sob a autoridade do Papa e fez-se chefe da Igreja da Inglaterra. Comea, desse modo, a nova Igreja da Inglaterra. Isto se consumou em 1534 ou 1535. Nesse ocasio no houve mudana na doutrina, mas simplesmente, uma renncia autoridade papal. Henrique nunca se tornou realmente protestante de corao. Morreu na f catlica.

    14 - Esse rompimento, finalmente, resultou em vrias e considerveis mudanas, ou reformas. Uma reforma dentro da Igreja Catlica e sob a autoridade papal, como no caso

  • 50de Lutero e outros tinha sido impossvel at ento, mas tornou-se possvel depois desta diviso. Granmer, Latimer, Ridley e outros realizaram algumas notveis mudanas. Contudo, eles e muitos outros pagaram o preo de sangue por tais mudanas, pois poucos anos mais tarde, Maria, Maria Sanguinria, uma filha da divorciada Catarina, subiu ao trono da Inglaterra e levou a nova igreja a submeter-se ao domnio papal, novamente. Esta temvel e terrvel reao terminou com os tenazes e sanguinrios 5 anos do seu reinado. Enquanto as cabeas caam de sob o sanguinrio machado de Maria, a sua acompanhou-as. O povo havia adquirido, no entanto, um pouco de gosto pela liberdade, e ento, quando Elizabete, a filha de Ana Bolena, tornou-se rainha, a Igreja da Inglaterra novamente renunciou o poder do papa e foi restabelecida.

    15 - Desse modo, antes de findar o sculo 162, havia j 5 igrejas estabelecidas - igrejas oficializadas pelos governos civis: Catlica Romana e Grega, contadas como duas; depois a Igreja da Inglaterra; a Luterana ou da Alemanha; e a Igreja da Esccia, agora conhecida como Presbiteriana. Todas elas foram prdigas em seu dio e perseguio aos povos chamados Anabatistas, Waldenses e outras igrejas separadas do Estado, igrejas que nunca, de modo algum haviam tido relao com a Igreja Catlica. O grande auxlio dos Anabatistas nas pelejas em prol da Reforma foi esquecido ou estava sendo ento totalmente ignorado. Milhares deles, incluindo mulheres e crianas, pereciam cada dia, como resultado de interminveis perseguies. A grande esperana despertada e inspirada pela Reforma transformou-se em uma sangrenta desiluso. O remanescente deles encontrou um incerto refgio nos

  • 51Alpes amigos e em outros lugares escondidos do mundo.

    16 - Essas 3 novas organizaes, separadas ou sadas da Igreja Catlica, retiveram muitos dos seus erros mais prejudiciais entre os quais os seguintes: governo eclesistico da Igreja (diferente na forma). Igreja oficializada (Igreja e Estado unidos). Batismo infantil. Batismo por asperso ou abluo. Regenerao batismal (algumas pelo menos, e outras, se

    muitos dos seus historiadores podem ser acreditados). Perseguies (ao menos por alguns sculos).

    17 - No comeo todas essas Igrejas oficializadas perseguiram urna s outras, bem como s demais, at que num conclio realizado em Augsburgo em 1555, um tratado de paz, conhecido como a Paz de Augsburgo foi assinado entre catlicos de um lado e luteranos de outro, concordando em no se perseguirem mais. Deixem-nos ss e ns os deixaremos ss tambm. Para os catlicos, o lutar contra os luteranos significava guerra com a Alemanha, e para os luteranos, lutar ou perseguir os catlicos significava guerra com todos os pases onde o catolicismo predominava.

    18 - Mas as perseguies no cessaram. Os odiados Anabatistas (hoje chamados batistas) a despeito de todas as perseguies anteriores, e a despeito do terrvel fato de que 50 milhes j haviam sido martirizados, ainda existiam em grande nmero. Foi nesse mesmo perodo que ao longo de uma s estrada n a Europa, numa distancia de 56 quilmetros, encontravam-se de espao em espao, postes pontiagudos, no topo dos quais era colocada uma cabea ensangentada de um mrtir Anabatista. A imaginao humana no pode retratar uma cena to terrvel. E ainda

  • 52uma coisa perpetrada, de acordo com a histria verossmil, por um povo que se chamava devoto seguidor do meigo e humilde Jesus Cristo.

    19 - Lembremo-nos que os catlicos no consideram a Bblia como a nica regra de f e prtica. Eles a admitem como verdadeiramente infalvel, mas h duas outras coisas igualmente certas para eles: os Escritos dos Pais e os decretos da Igreja (Igreja Catlica) ou as declaraes infalveis do Papa.

    Desse modo, nunca poderia haver um debate satisfatrio entre catlicos e protestantes, ou entre catlicos e batistas, como tambm nunca seria possvel haver uma base de acordo final. A Bblia, para os catlicos no pode sozinha decidir coisa alguma.

    20 - Tomemos corno exemplo a questo do Batismo e autoridade final para o ato e para a forma. Eles admitem que a Bblia indiscutivelmente ensina o batismo e que Ela ensina a imerso como nica forma. Mas entendem ao mesmo tempo que a infalvel Igreja teve perfeito direito de mudar a forma de imerso para asperso, mas que os outros no tm esse direito ou autoridade que pertence somente autoridade infalvel do Papa.

    21 - O leitor estar notando por certo, e com surpresa talvez, que eu esteja fazendo muito poucas citaes. Estou esforando deveras por dar aos leitores em pequeno espao o que houve de importante e essencial em 20 sculos de histria religiosa.

    22 - Cabe justamente aqui uma palavra com referncia Bblia, durante esses sculos tenebrosos. Lembremo-nos que a Bblia no era ainda impressa e mesmo no havia papel onde pudesse ser escrita, ainda mesmo que a imprensa

  • 53tivesse sido inventada. O material usado para escrever constava de pergaminhos, que era extrado de peles de cabras ou de carneiros, e papiros, que constava de polpas te algumas espcies de madeira. Assim, para se imprimir um livro do tamanho da Bblia nesse material em caracteres de punho escritos com estiletes em lugar de penas (como usamos hoje) seria por certo um enorme volume, talvez maior do que o que algum homem pudesse carregar. No havia, ento, mais do que 30 Bblias completas em todo o mundo. Eram encontradas muitas pores ou livros da Bblia, como Mateus, Marcos, Lucas, Joo, Atos ou algumas das Epstolas ou Apocalipse ou mesmo livros do Velho Testamento. Sem dvida que um dos maiores milagres em toda a histria do mundo - segundo o meu modo de pensar - a unio de pensamento e crena do povo de Deus, no que respeita aos princpios essenciais e vitais do Cristianismo. Naturalmente, que a nica explicao para isso est em Deus. Isto nos faz sentir agora como glorioso o fato de possuirmos um exemplar completo da Bblia, cada uma na sua prpria lngua.

    23 - Seria igualmente proveitoso que pensssemos de um modo especial, sobre um outro fato vital em relao Bblia. Ele j foi ligeiramente mencionado em capitulo anterior a este, mas de tal maneira vital que julgamos prudente repeti-lo aqui. Referimo-nos atitude tomada pelos catlicos no concilio de Toulose, realizado em 1229 A.D., quando decidiram recusar a Bblia, a Palavra de Deus, aos leigos, que constituam a vasta maioria dos catlicos. Estou apresentando aqui exatamente o que eles decidiram no seu grande conclio. Recentemente um catlico disse-me em particular: Nosso propsito nisto

  • 54impedir a interpretao particular dela. No realmente interessante, que Deus tenha escrito um livro para o povo, mas que o tenha feito de tal maneira que ao prprio povo seja vedado le-lo: E, ainda mais, sabendo-se que no dia do juzo a justificao ou condenao do povo ser baseada na obedincia aos ensinos desse livro. No se maravilhe, pois, da declarao contida no livro: Examinais as Escrituras porque vs cuidais ter nelas a vida eterna e so elas que de mim testificam. Joo 5:39). Tremenda a responsabilidade assumida pelos catlicos.

    CAPITULO IV 17, 18, e 19 Sculos

    1 - Este capitulo comea com o inicio do sculo 17 A.D., ano de 1601. Temos passado rapidamente sobre muitos fatos importantes da histria, mas a necessidade nos obrigou a isto.

    2 - Este perodo de 300 anos comea com o levantamento de urna denominao inteiramente nova. Podemos asseverar com certeza que alguns historiadores do o inicio da Igreja Congregacional (primeiramente chamada Independente) como tendo sido em 1602. No entanto, Schaff-Herzogg, na sua Enciclopdia coloca o seu inicio bem antes do sculo 16, fazendo-o coincidir com o aparecimento dos luteranos e presbiterianos, na grande onda reformatria, quando muitos dos que saram da Igreja Catlica no estavam satisfeitos com os resultados da reforma de Calvino e Lutero. Esses decidiram repudiar o governo eclesistico e a idia democrtica, conforme o

  • 55Novo Testamento, e como tinha sido sustentado nos 15 sculos precedentes por aqueles que recusaram entrar na grande hierarquia de Constantino.

    3 - O esforo determinado dessa nova organizao em uma reforma particular colocou em perigo a cabea dos seus aderentes, por parte dos catlicos, luteranos, presbiterianos e Igreja da Inglaterra - todas igrejas oficializadas. Por outro lado, mesmo os independentes retiveram muitos erros da Igreja Romana, tais como a prtica do batismo infantil, asperso ou abluo por batismo e mais tarde adotaram e praticaram num grau extremo a idia da igreja ligada ao Estado. Depois de se refugiarem na Amrica, eles mesmos se tomaram cruis perseguidores.

    4 - O nome Independentes ou como agora chamados Congregacionalistas, derivado do tipo de governo que adotam para suas igrejas. Alguns dos pontos distintivos da Igreja Congregacional so dados na Schaff-Herzogg Enciclopdia, como se segue: Que Jesus Cristo o nico cabea da Igreja e que a

    Palavra de Deus a nica regra de f. Que as igrejas visveis so assemblias distintas, de

    indivduos piedosos, separados do mundo por puros propsitos religiosos, no se conformando com ele.

    Que essas igrejas separadas tm plenos poderes para escolher seus prprios oficiais e manter sua prpria disciplina.

    Que em relao ou seu regime interno, cada igreja independente da outra e independente do controle do Estado.

    Nota: No Brasil a Igreja Congregacional perdeu a sua

  • 56identidade e forma democrtica de governo. Tambm sofreu vrias alteraes quanto s doutrinas e praxes, diferenciando-se de outros grupos congregacionais de outras partes do mundo.

    5 - Quo diferentes so esses princpios daqueles que o Catolicismo, o Luteranismo, o Presbiterianismo ou o Episcopado da Igreja da Inglaterra, sustentam. E, por outro lado, como se assemelham aos batista, de hoje, bem como aos ensinamentos de Cristo e seus Apstolos!

    6 - Em 1611 apareceu a verso da Bblia conhecida como a verso do Rei Tiago. Nunca antes a Bblia fora to espalhada entre o povo. Iniciada a disseminao geral da Palavra de Deus entre o povo, comeou rpido o declnio do poder papal e o inicio, pelo menos depois de muitos sculos, da idia de liberdade religiosa.

    7 - Em 1648 veio a Paz de Westflia. Entre outras coisas resultantes deste pacto de paz ressalta-se o a trplice acordo firmado entre as grandes denominaes - Catlica, Luterana e Presbiteriana - de no mais perseguir uma outra. As perseguies entre essas denominaes significavam guerra com os governos que as protegiam. No obstante, todos os demais cristos, especialmente os Anabatistas, continuaram a receber deles o mesmo e duro tratamento, uma persistente perseguio.

    8 - Durante todo os 17 sculo as perseguies aos Waldenses, Anabatistas e Batistas (em alguns lugares o Ana comeou a ser deixado) continuaram severamente duras. Na Inglaterra, Joo Bunyan e muitos outros, poderiam testificar das perseguies da Igreja da Inglaterra; na Alemanha a perseguio vinha pelos luteranos; na Esccia pela Igreja da Esccia (Presbiteriana); na Itlia, na Frana e em todos os

  • 57lugares onde o papado exercia domnio, os perseguidores eram os catlicos. No havia, agora, paz em nenhum lugar para aqueles que no concordavam com as Igrejas que tinham feito o acordo com o Estado, ou ao menos com uma delas.

    9 - um fato fora de dvida, e que parece na histria verossmil, que um retrospecto atravs da Histria, mesmo at o 4 sculo, nos h de mostrar que eram chamados Anabatistas, todos aqueles que recusavam aceitar como vlido o batismo daqueles que tinham sido batizados na infncia, e que recusavam aceitar a doutrina da Regenerao Batismal e que rebatizavam todos aqueles que vinham da Hierarquia. No obstante tendo sido apelidados com outros ttulos, agora eram conhecidos somente como Anabatistas. J no limiar do sculo 16 o prefixo Ana caiu e o nome encurtado para Batista, caindo gradualmente todos os outros nomes. Evidentemente, se Bunyan tivesse sido chamados Bunitanitas ou Anabatistas.

    Provavelmente teriam sido chamados por ambos os nomes, como aconteceu a outros que os precederam.

    10 - O nome Batista um apelido e lhes foi dado por seus inimigos (se que no o fora dado legitimamente pelo prprio Salvador, quando Ele se referiu a Joo, como o Batista). At o dia de hoje o nome batista nunca foi oficialmente adotado por qualquer grupo de batistas. 0 nome, entretanto, se fixou e foi voluntariamente aceito e orgulhosamente recebido. Ele se ajustou perfeitamente. Este foi o nome distintivo do precursor de Cristo, o primeiro a ensinar a doutrina que os batistas agora mantm.

    11 - Vou citar um mui significativo pargrafo sobre a Histria dos Batistas na Europa, extrado da Enciclopdia

  • 58de Schaff-Herzogg, vol. 1, pg. 210:

    Os batistas apareceram primeiro na Sua em cerca de 1523, onde eles foram perseguidos por Zwingli e pelos romanistas. Nos anos seguintes, de 1525, eles so encontrados com grandes igrejas inteiramente organizadas, no Sul da Alemanha, Tirol e Alemanha Central. Em todos esses lugares as perseguies os fizeram sofrer amargamente.

    Nota: Tudo isto anterior fundao, das igrejas protestantes - Luterana, Episcopal, e Presbiteriana.

    Continuando a citao: A Morvia prometeu um lar com maior liberdade e para l muitos batistas emigraram, se bem que para serem decepcionados. Depois de 1534 os batistas eram numerosos no Norte da Alemanha, Holanda, Blgica e nas provncias onde os celtas predominavam. Eles cresceram ainda durante o governo de Alba (refere-se o autor ao tirano que conhecemos como Fernando Alvares de Toledo - Nota do Trad.) governador dos pases baixos onde desenvolveram um maravilhoso zelo missionrio. (Note a Zelo missionrio. E h quem diga que os Hardshells so os primitivos batistas).

    Nota: Os Hardshells constituem um grupo de crentes que se dizem batistas, mas que no apoiam o trabalho de misses estrangeiras.

    De onde pois, esses batistas vieram? No saram da Igreja Catlica durante a Reforma. Eles tinham grandes igrejas, antes da Reforma.

    12 - Como uma matria de considervel interesse, notemos as mudanas religiosas na Inglaterra com o passar dos sculos:

  • 59O Evangelho foi levado Inglaterra pelos apstolos

    e o permaneceu apostlico na sua religio at depois da organizao da Hierarquia no incio do quarto sculo at depois da organizao da Hierarquia no incio do quarto sculo, e realmente, por mais um sculo. O Evangelho foi sendo absorvido pelo poder da Hierarquia a qual ia rapidamente se desenvolvendo na Igreja Catlica. Assim permaneceu corno a religio do Estado, at o cisma que ocorreu entre 1534-35, durante o reinado de Henrique VIII. Neste tempo foi chamada a Igreja da Inglaterra. Dezoito anos mais tarde, (1553-58), durante o reinado da rainha Maria (Maria Sanguinria) a Inglaterra voltou a prestigiar os catlicos, correndo o sangue nos 5 anos deste perodo. Subiu ao trono Elizabete, que era meio irm de Maria, filha de Ana Bolena, a qual subiu ao trono em 1558. Os catlicos foram novamente derrotados e novamente a Igreja da Inglaterra tornou ao poder. Assim a situao permaneceu por quase um sculo, at que a Igreja Presbiteriana tomou por um pouco de tempo a ascendncia, quando pareceu que ela poderia bem se tornar a Igreja do Estado da Inglaterra, como na Esccia. Todavia, seguindo ao tempo de Oliver Cromwell, a Igreja da Inglaterra tornou a seu prprio lugar e continuou ento como Igreja oficial at hoje.

    13 - Notemos o gradual abrandamento das condies religiosas na Inglaterra, das difceis e terrveis perseguies por parte da Igreja Oficial, por mais de um sculo. O primeiro ato de tolerncia veio em 1688, 154 anos

    depois do incio dessa Igreja. Este ato permitiu o culto por parte de todas as denominaes existentes na Inglaterra, com exceo de duas: - os catlicos e os Unitarianos.

    O segundo ato de tolerncia veio em 1778, 89 anos

  • 60mais tarde. Nesse ato foram includos como livres para o exerccio do culto, tambm os catlicos. Todavia, os Unitarianos ainda continuaram impedidos.

    terceiro ato de tolerncia veio em 1813, isto , trinta e cinco anos mais tarde. Por este ato, foi dada liberdade aos Unitarianos.

    Entre 1828-29 foi promulgado o que conhecido como Test Act (Ato de prova) o qual deu aos dissidentes (todos os grupos religiosos que estavam em desacordo com a Igreja da Inglaterra) acesso aos cargos pblicos, bem como ao Parlamento.

    Em 1836-37 e tambm em 1844, vieram os atos de Registro e Casamento, pelos quais foram considerados legais os batismos e casamentos feitos pelos dissidentes.

    A Reform Bill (ato de libertao) veio em 1854. Por esse edital foram abertas as portas das Universidades de Cambridge e Oxford a todos os estudantes dissidentes. At esse tempo os filhos dos dissidentes no possuam o direito de acesso em nenhuma das grandes instituies.

    14 - Desse modo, foi a marcha do progresso da idia da liberdade Religiosa na Inglaterra. Mas cremos ser perfeitamente correto afirmar-se que a liberdade religiosa no pode vir em qualquer pas, enquanto nele houver uma igreja oficial. Na melhor das hipteses, pode haver nesses pases tolerncia religiosa, o que certamente est ainda bem distante da verdadeira liberdade religiosa. Enquanto uma denominao entre vrias, num determinando pas, amparada pelo governo com excluso de todas as outras, este favoritismo e proteo elimina a possibilidade da absoluta liberdade e igualdade religiosa.

    15 - Muito prximo do incio do sculo 18, nasceram

  • 613 membros na Inglaterra, os quais estavam destinados a deixar no mundo uma profunda e indestrutvel impresso. Esses rapazes eram Joo e Carlos Wesley e George Whitfield.

    Joo e Carlos Wesley nasceram em Epworth (e daqui vem a sugesto para a expresso Confederaro de Epworth), o primeiro em 28 de junho de 1703 e o segundo a 29 de maro de 1708. George Whitfield nasceu em 27 de dezembro de 1714 na cidade de Gloucesester. A histria dessas trs vidas no pode ser narrada aqui, se bem que sejam dignas de serem contadas e recontadas. Esses trs jovens tornaram-se os pais e fundadores do Metodismo. Era

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