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Monografia que aborda técnicas de recuperação de áreas degradadas em aterros sanitários
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTAS
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Recuperao de reas degradadas em Aterros Sanitrios.
Carolinne Matias de Souza
Orientador: Carlos Domingos da Silva
Seropdica, RJ 2007
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTAS
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Recuperao de reas degradadas em Aterros Sanitrios.
Carolinne Matias de Souza
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Florestal, como requisito parcial para obteno do Ttulo de Engenheiro Florestal, Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Orientador: Carlos Domingos da Silva
Seropdica, RJ 2007
Monografia aprovada em 22 de maro de 2007. Comisso examinadora, Orientador: ________________________________________________
Prof. Dr.Carlos Domingos da Silva Titular 1: ___________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Srgio dos Santos Leles Titular 2: ___________________________________________________
Dra. Eliane Maria Ribeiro da Silva
Deus que sonhou e projetou a minha vida e este
momento antes mesmo do meu nascimento. Todas as coisas
so para a glria e honra de Teu Nome. Aos meus pais
que tem potencializado todos os dons e talentos que
Deus derramou sobre mim.
Dedico
AGRADECIMENTOS
Ao Amado da minha alma, O Senhor Jesus por ser sempre a minha inspirao prosseguir.
Aos meus queridos e amados pais Orlando e Ktia por
acreditarem no potencial que h em mim e nunca medirem esforos para me ver crescendo e conquistando o meu espao nessa vida. Obrigado por seu apoio, amor e amizade. Amo vocs!
minha irm e amiga Jssica pela sua compreenso e amizade
em momentos difceis e por nossas muitas risadas em momentos de alegria.
Ao meu amado namorado Julio por sempre estar presente, por
sempre me ajudar, por sempre me ouvir, enfim, por sempre me amar de forma sincera e generosa. Voc uma beno em minha vida!
todos os meus familiares, avs, tios, primos por torcerem
e orarem por minha vida durante esse perodo de faculdade. todas as amigas por sua amizade inestimvel e sua
compreenso em todos os momentos que tive que estar ausente por compromissos com a universidade.
Aos meus paistores Mrcio Rocha e Marisngela Ciqueira
por todas as palavras profticas que liberam a cada Sbado sobre a minha vida. Eu creio, elas vo se cumprir. Ao Pr. Marcus Gregrio e Pra. Cristina Almeida por me fazer entender o princpio de prosperidade e sabedoria divina.
Ao meu orientador, Prof. Carlos Domingos por acreditar em
uma idia e trabalhar para faz-la acontecer. A todos os professores do Instituto de Florestas da UFRRJ
por dedicarem a sua vida rea do ensino contribuindo desta forma, para a minha formao.
Aos amigos da UFRRJ pela mtua ajuda que nos leva a chegar
a to esperada formatura, pois, nunca chegaremos a lugar algum sem ajudar e ser ajudado.
Aos funcionrios da UFRRJ por trabalharem para que a Universidade funcione da melhor forma.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro por durante
cinco anos de minha vida, ser a minha segunda casa.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo esclarecer o funcionamento do
mtodo de deposio de resduos slidos em Aterros Sanitrios e
seus principais impactos, assim como a importncia e alguns
mtodos para promover a recuperao das reas degradadas destes
locais. No Brasil ocorre um srio problema ambiental decorrente
da destinao inadequada de resduos slidos urbanos, que
ocasiona a contaminao do solo e lenol fretico atravs da
formao de chorume, contaminao do ar atravs da queima do lixo
e a poluio visual. Portanto, torna-se necessria uma maior
preocupao das autoridades competentes em utilizar mtodos menos
impactantes e mais eficientes para a destinao final do lixo
urbano. Alm disso, importante que seja feita a recuperao da
rea degradada, para mitigar os impactos causados pela criao
dos aterros sanitrios.
Palavras-chave: aterro sanitrio,recuperao de reas degradadas.
ABSTRACT
This work has as objective to clarify the operation of the
process of deposition of solid residues in Sanitary Dikes and
its main impacts, as well as the importance and some methods to
promote the recovery of degraded areas of these places. In Brazil
it happens a serious environmental problem decurrent of the
inadequate destination of urban solid residues, that cause
contamination of the soil and water sheet through the organic
compounds formation, air contamination through the burning of the
residues and the visual pollution. Therefore, it becomes
necessary a bigger concern of competent authorities in using
methods less impactant and more efficient for the final
destination of the urban residues. Moreover, is important that
the recovery of the degraded area is made, to mitigate the
impacts caused for the creation of the Sanitary Dikes.
Keywords: Sanitary Dikes, recovery of the degraded area.
SUMRIO 1- INTRODUO ........................................................................................................... 1
2- METODOLOGIA ....................................................................................................... 4
3- A PROBLEMTICA DO LIXO NO BRASIL ......................................................... 4
3.1- Sade pblica.......................................................................................................... 4
3.2- A questo social...................................................................................................... 5
3.3- Impactos ao meio ambiente..................................................................................... 5
3.4- Recursos financeiros dos municpios...................................................................... 7
4- ATERRO SANITRIO UMA SOLUO PARA A DISPOSIO FINAL
DO LIXO URBANO .......................................................................................................
11
4.1- Definio, construo e operao do aterro sanitrio............................................ 12
5- RECUPERAO DE REAS DEGRADADAS POR DISPOSIO DE
RESDUOS SLIDOS ....................................................................................................
17
5.1- Importncia da revegetao..................................................................................... 19
5.1.1- Estabilidade do talude...................................................................................... 19
5.1.2- Formao do solo............................................................................................. 25
5.2- Principais espcies utilizadas para recomposio vegetal....................................... 29
6- CONSIDERAES FINAIS...................................................................................... 35
REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................................... 36
ndice de figuras
FIGURA 1: Destinao do lixo para Aterros Sanitrios nas regies
do Brasil......................................................9
FIGURA 2: Desenho esquemtico da rea de um aterro sanitrio...13
FIGURA 3: Operao de carregamento dos sacos de aniagem........23
FIGURA 4: Fixao dos sacos no talude..........................23
FIGURA 5: rea coberta com os sacos............................24
FIGURA 6: Contraste entre leguminosas e gramneas..............24
FIGURA 7: Esquema do desenvolvimento de um projeto para rea
degradada de um aterro sanitrio no municpio de Petrpolis,
RJ.............................................................27
ndice de tabelas
TABELA 1: Destinao final do lixo das regies brasileiras.....10
TABELA 2 : Principais espcies de Gramneas utilizadas para
recomposio vegetal de taludes................................30
TABELA 3: Principais espcies de Leguminosas utilizadas para
recomposio vegetal de taludes............................... 31
TABELA 4: Exemplos de espcies pioneiras utilizadas na
recomposio florestal de reas degradadas.....................32
TABELA 5: Exemplos de espcies definitivas utilizadas na
recomposio florestal de reas degradadas.....................33
1
1 INTRODUO A problemtica dos resduos slidos de procedncia urbana
existe desde que as cidades surgiram. Segundo TORNISIELO et al.
(1995), Roma j se deparava com este problema na antiguidade e na
idade mdia quando foram constatadas doenas decorrente de
vetores, como foi o caso da peste bubnica. A partir da segunda
metade do sculo XVIII, com a revoluo industrial, houve um
inchao populacional devido s migraes dos trabalhadores do
campo para a cidade, visando atender a crescente demanda de mo-
de-obra decorrente dessa nova forma de produo, aumentando
significativamente a produo e a concentrao de lixo
(TORNISIELO et al.,1995).
No Brasil, o servio sistemtico de limpeza urbana foi
iniciado oficialmente em 25 de novembro de 1880, na cidade de So
Sebastio do Rio de Janeiro, ento capital do Imprio. Nesse
dia, o imperador D. Pedro II assinou o Decreto n. 3024,
aprovando o contrato de "limpeza e irrigao" da cidade, que foi
executado por Aleixo Gary e, mais tarde, por Luciano Francisco
Gary, de cujo sobrenome origina-se a palavra gari, que hoje se
denomina os
2
trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades brasileiras
(MONTEIRO et al., 2001).
Atualmente, vivemos em uma sociedade moderna onde adotou-se
um modelo de desenvolvimento que gera um elevado padro de
produo e consumo devido ao acelerado crescimento populacional,
o que resulta em um processo de urbanizao intenso e
desordenado, gerando srios problemas de ordem ambiental e de
sade publica (BELI et al., 2005).
MONTEIRO et al. (2001) citam que a Associao Brasileira de
Normas Tcnicas ABNT define lixo como os restos das
atividades humanas, considerados pelos geradores como inteis,
indesejveis ou descartveis, podendo-se apresentar no estado
slido, semi-slido ou lquido, desde que no seja passvel de
tratamento convencional.
A destinao final do lixo urbano das cidades hoje
considerada uma das atividades de grande impacto ambiental.
Segundo MONTEIRO et al. (2001), a gerao de resduos slidos
domiciliares no Brasil de cerca de 0,6kg/hab./dia e mais
0,3kg/hab./dia de resduos de varrio, limpeza de logradouros e
entulhos.
Sabe-se que existem alguns mtodos utilizados para
deposio do lixo urbano, entre eles o Aterro sanitrio. Segundo
a NBR 8419, aterro sanitrio de resduos slidos urbanos
3
consiste na tcnica de disposio destes resduos no solo, sem
causar danos ou riscos sade pblica e segurana, minimizando
os impactos ambientais. Este mtodo utiliza princpios de
engenharia para confinar os resduos slidos na menor rea
possvel e reduzi-los ao menor volume permissvel, cobrindo-os
com uma camada de terra na concluso de cada jornada de trabalho
ou em intervalos menores se necessrio (TORNISIELO et al.,
1995).
Apesar desta tcnica ser uma das menos impactantes em
comparao com os lixes a cu aberto, ela tambm causa efeitos
negativos para o meio ambiente que precisam e devem ser mitigados
com a recuperao das reas degradadas. De acordo com MOREIRA
(2004), tal atividade tem por objetivo restaurar a funo e a
estrutura do ambiente degradado, fazendo com que este retome as
caractersticas anteriores ao antrpica ou distrbio
ambiental que ocasionou a degradao.
Este trabalho visa esclarecer como funciona o mtodo de
deposio de resduos slidos em Aterros Sanitrios e seus
principais impactos, assim como a importncia e alguns mtodos
para promover a recuperao das reas degradadas destes locais.
4
2 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a realizao desta pesquisa
foi:
Pesquisa de bibliografias; Pesquisas na Internet. Visita tcnica ao lixo de Seropdica (RJ) e ao
Aterro Sanitrio de Petrpolis (RJ);
3 A PROBLEMTICA DO LIXO NO BRASIL As dificuldades encontradas para administrar esta questo
so inmeras, pois isto envolve a discusso de vrias questes
tais como a sade pblica, o problema social, o impacto ao meio
ambiente e os restritos recursos financeiros disponveis.
3.1 Sade pblica De acordo com BELI et al. (2005) no Brasil estima-se que a
maior parte do lixo jogado a cu aberto, gerando uma ameaa
constante de epidemias, pois os lixes fornecem condies
propcias para a proliferao de mosquitos, moscas, baratas e
ratos que so vetores de muitas doenas tais como febre tifide,
salmonelose, desinterias e outras infeces. Alm dos insetos e
5
roedores, muitos animais domsticos como cachorros e gatos,
juntamente com as aves presentes, podem transmitir toxoplasmose.
3.2 A questo social O problema social que se revela nestes lixes
principalmente a presena dos catadores de lixo que, segundo
AZAMBUJA et al.(2005), ainda permanecem em condies extremamente
insalubres e com elevados riscos sade. Este tipo de ambiente
atrai os catadores que fazem disso o seu meio de sobrevivncia,
permanecendo na rea do lixo em abrigos e casebres, criando
famlias e at mesmo formando comunidades (MONTEIRO et al.,
2001).
3.3 O impacto ao meio ambiente Muitos estudos tm sido feitos acerca dos impactos
ambientais provocados pelas reas de disposio final do lixo
urbano e industrial. Segundo BELI et al. (2005) estas reas no
tm infra-estrutura adequada para evitar os danos causados por
essa atividade. Os principais impactos so vistos no solo, gua
e ar. Um srio problema que ocorre nos aterros sanitrios a
formao de chorume, que o lquido produzido pela massa
orgnica do lixo durante o processo de degradao biolgica do
mesmo (NASCIMENTO FILHO et. al., 2001). O chorume o maior
poluidor do solo e da gua quando se fala em depsito de lixo. De
acordo com SERAFIM et al. (2003), chorume um lquido escuro
6
gerado pela degradao dos resduos em lixes. Ele pode surgir de
trs diferentes fontes. Primeiramente, da umidade natural do
lixo, aumentando no perodo chuvoso. Pode ser proveniente tambm
da gua de constituio da matria orgnica, que escorre durante
o processo de decomposio. Por ltimo, pode ser gerado a partir
das bactrias existentes no lixo, que expelem enzimas que
dissolvem a matria orgnica com a formao de lquido.
Este lquido em contato com a gua da chuva, que percola a
massa do aterro, gera o lixiviado txico, altos teores de metais
dissolvidos e amnia. No Brasil, o chorume coletado nos aterros
sanitrios e transportado, em caminhes pipa, para Estaes de
Tratamento de Esgotos (ETEs), onde submetido degradao
microbiolgica. Aps isso, o chorume lanado, juntamente com o
esgoto tratado em guas superficiais. Uma vez que so
desconhecidas as identidades dos compostos presentes no chorume,
no h como prever se este tratamento efetivo (NASCIMENTO FILHO
et al., 2001).
No que se refere aos gases provenientes das reas de
disposio de resduos, as conseqncias mais comuns referem-se
aos efeitos txicos na vegetao da rea de disposio e
adjacncias, devido a reduo do nvel de oxignio na zona
radicular das plantas. Neste documento encontra-se citado estudos
conduzidos por Rettenberger e Stegmann onde concluiu-se que a
7
composio mdia dos principais gases de aterro so: 55 a 65% de
metano, 40 a 45% de dixido de carbono e elementos-trao. Entre
todos, o metano o componente mais problemtico devido ao fato
de sua concentrao, nas reas de disposio de resduos slidos,
ser em torno de 3x105 vezes maior que a encontrada na atmosfera,
exigindo tcnicas apropriadas de controle. Alm disto,
Thornelone, citado no mesmo documento, identifica o metano
proveniente das reas de disposio de resduos slidos como o
segundo elemento causador de efeito-estufa na atmosfera (LIXO E
CIDADANIA, 2006).
3.4 Recursos financeiros dos municpios
A disposio final do lixo enfrenta ainda o problema de um
oramento restrito dos municpios. Segundo MONTEIRO et al.
(2001), com o crescimento das cidades, a limpeza urbana no pode
se resumir apenas na retirada do lixo dos logradouros e
edificaes, mas deve-se atentar tambm e principalmente para um
destino final adequado para tais resduos coletados. O mesmo
autor enfatiza a necessidade de ateno para esta questo, pois
ao realizar a coleta do lixo de forma ineficiente, a prefeitura
pressionada pala populao a melhorar a qualidade do servio,
pois se trata de uma operao totalmente visvel aos olhos da
populao. Ao contrrio disso, ao se dar uma destinao final
8
inadequada aos resduos, poucas pessoas sero diretamente
incomodadas, o que consequentemente, no gerar presso por parte
da populao.
Diante deste fato e do oramento restrito que ocorre em
grande parte dos municpios brasileiros, o sistema de limpeza
urbano no hesitar em colocar a disposio final para segundo
plano, dando prioridade coleta e limpeza pblica. Por essa
razo, comum observar na maior parte dos municpios a presena
de "lixes", ou seja, locais onde o lixo coletado lanado
diretamente sobre o solo sem qualquer controle e sem quaisquer
cuidados ambientais, poluindo tanto o solo, quanto o ar e as
guas subterrneas e superficiais das vizinhanas (Figura 1).
9
Fonte: IBGE, 2004.
Figura 1. Destinao de lixo para aterros sanitrios nas regies
do Brasil.
10
Segundo dados da ltima Pesquisa Nacional de Saneamento
Bsico, realizada pelo IBGE em 1989, cerca de 90% do destino
final do lixo nas regies Norte e Nordeste vo para os lixes
(Tabela 1).
Tabela 1. Destinao final do lixo das regies brasileiras.
SITUAO DO DESTINO FINAL NAS REGIES BRASILEIRAS (%) Regies Lixes Aterros Sanitrios
Aterros Controlados Usinas Outros
Norte 89,7 3,6 3,9 2,5 0,0 Nordeste 90,6 2,2 5,4 0,7 0,8
Centro-Oeste 54,0 13,1 27,0 5,0 0,8 Sudeste 26,5 24,6 40,4 4,4 3,9
Sul 40,7 51,9 4,9 0,9 1,4 Brasil 49,2 23,3 21,9 3,0 2,5
Fonte: MONTEIRO et al.(2001).
De acordo com a Tabela 1 nas regies Norte, Nordeste e
Centro-Oeste a maior parte do lixo ainda possui uma destinao
final inadequada. J nas regies mais populosas do pas, Sudeste
e Sul, os resduos tm uma destinao final mais adequada, sendo
para aterros controlados e aterros sanitrios respectivamente.
Mas no total, o Brasil ainda se mostra ineficiente no seu sistema
de destinao final do lixo.
11
4 ATERRO SANITRIO UMA SOLUO PARA A DISPOSIO FINAL DO LIXO URBANO
Brollo (2001), citado por GUIZARD et al. (2004), relata que
no Brasil cerca de 120 milhes de toneladas de resduos slidos
so produzidos anualmente e 50% , deste montante, so dispostos
nos chamados lixes a cu aberto, 21% nos chamados aterros
controlados e 23% nos aterros sanitrios. O lixo definido
por BRAGA et al. (2002), como local no qual se deposita o lixo,
sem projeto ou cuidado com a sade publica e o meio ambiente, sem
tratamento e sem qualquer critrio de engenharia. Toda esta falta
de planejamento, junto a enorme quantidade de resduos
depositados nestes locais, acarreta em impactos scio-ambientais
muito srios.
As outras duas tcnicas utilizadas hoje no Brasil para
depositar lixo so os Aterros sanitrios e os Aterros
controlados.
Em visitas tcnicas ao lixo do municpio de Seropdica e
ao Aterro Sanitrio de Petrpolis, pde ser observado os
principais impactos existentes nestes locais. Em comparao entre
estes dois mtodos de destinao final de resduos slidos, ficou
bem claro as vantagens da utilizao do Aterro Sanitrio por este
promover menos impactos ambientais e sociais.
12
Os principais impactos observados no lixo foram poluio
visual, contaminao do solo pela formao de chorume, presena
de vetores de doenas (moscas, ratos, cachorros entre outros),
poluio do ar atravs da queima constante do lixo e odores
desagradveis, e os impactos sociais devido a presena de pessoas
vivendo da coleta do lixo em condies insalubres.
J no aterro sanitrio no foram observados os impactos
presentes no lixo, j que este foi planejado para reduzir ao
mximo os impactos do lixo, como a captao e o tratamento do
chorume, a impermeabilizao do solo, a construo de canais de
drenagem das guas pluviais, aproveitamento dos gases produzidos
pela decomposio do lixo e ainda o impacto visual minimizado,
pois foi mantido um cinturo verde ao redor do aterro e o lixo
est constantemente sendo coberto.
4.1 Definio, construo e operao do Aterro Sanitrio Aterros sanitrios so definidos por MONTEIRO et al. (2001)
como, mtodo para disposio final dos resduos slidos urbanos,
sobre terreno natural, atravs do seu confinamento em camadas
cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas
operacionais especficas, de modo a evitar danos ao meio
ambiente, em particular sade e segurana pblica. Outra
13
definio dada pelo IPT (1995) como tcnica de disposio de
resduos slidos no solo, sem causar danos ou riscos sade
pblica e segurana, minimizando os impactos ambientais
(MONTEIRO et al., 2001).
Os aterros sanitrios apresentam uma configurao geral:
setor de preparao, setor de execuo e setor concludo (Figura
2).
Fonte: ATERRO SANITRIO DEFINIO E CONFIGURAO, 2006.
Figura 2. Desenho esquemtico da rea de um aterro sanitrio.
O setor de preparao aquele em que o terreno est
passando pelo processo de impermeabilizao para posteriormente,
14
receber a carga de lixo. O setor de execuo onde a operao de
empilhamento do lixo est sendo executada, ou seja, a rea
operacional do aterro. O setor de concluso aquele em que as
atividades de deposio de lixo j foram encerradas. Estas so as
reas destinadas a recuperao com a recomposio vegetal (ATERRO SANITRIO DEFINIO E CONFIGURAO, 2006).
No processo de construo de um aterro sanitrio se faz
necessria realizao da impermeabilizao e do nivelamento do
terreno, as obras de drenagem para captao do chorume e as vias
de circulao do aterro. Todo o entorno do aterro deve apresentar
um cinturo verde visando diminuir os impactos de odores e da
poluio visual.
Tambm necessrio a implantao de uma rede de drenagem
de guas pluviais, uma rede de drenagem de gua lixiviada, uma
rede de drenagem de biogs e o monitoramento constante da
qualidade das guas subterrneas. A importncia da instalao da
rede de drenagem de guas pluviais est no fato de que o volume
de gua que se acumula no interior do aterro depende em grande
parte da infiltrao das guas pluviais. Esta medida diminui o
acmulo de gua no aterro, diminuindo tambm a produo de
chorume que infiltrar no solo. A implantao de uma rede de
drenagem de gua lixiviada tem como principal objetivo a
15
diminuio de possveis riscos, devido sua elevada carga
poluente (NET RESIDUOS, 2006).
Outro item essencial para o funcionamento do aterro a
rede de drenagem de biogs. Esta rede deve fazer parte do projeto
de construo do aterro, pois no processo de degradao do lixo
ocorre a produo de gases de origem aerbia e anaerbia (NET
RESIDUOS, 2006). A degradao aerbia tem incio na parte
superficial dos resduos, ocorre de forma muito acelerada e d
origem a uma mistura gasosa formada de dixido de carbono,
amonaco e gua. J a degradao anaerbia ocorre nas camadas
inferiores, promovida pela compactao e pela cobertura dos
resduos, dando origem ao biogs. Este constitudo por cerca de
60% de metano e 40% de dixido de carbono. Os aterros podem
gerar cerca de at 125 m de gs metano por tonelada de lixo em
um perodo de 10 a 40 anos. O metano, por ser um gs menos denso
que o ar, migra para a superfcie. Esta migrao em aterro pode
produzir um mistura explosiva com o ar, quando se encontra numa
proporo entre 5 e 15%. O biogs resultante da degradao dos
resduos pode ser aproveitado para a produo de eletricidade
para iluminao da rea do aterro, por exemplo, uma vez que este
continuar a ser produzido muitos anos aps o seu encerramento.
16
De acordo com MONTEIRO et al. (2001), aps concludas as
obras de implantao e obtida a licena de operao, inicia-se a
atividade de recebimento de carga de lixo no aterro. A sntese do
procedimento operacional no aterro a seguinte:
O veculo de coleta pesado para que se saiba exatamente a quantidade de lixo a ser depositada.
O veculo segue para a rea operacional do aterro para descarregar o lixo.
O lixo espalhado em uma clula aberta e compactado. Esta clula no dever ultrapassar os
seis metros de altura para no comprometer a
decomposio do lixo.
A camada de solo de cobertura ideal de 20 a 30 cm para recobrimentos dirios.
Aps, uma nova clula ser instalada no dia seguinte. A instalao de uma clula sobre outra j fechada, s
dever acontecer aps um perodo de 60 dias.
17
5 RECUPERAO DE REAS DEGRADADAS EM REAS DE DEPOSIO DE RESDUOS SLIDOS.
A Lei 6938, de 31 de agosto de 1981 denominada Poltica
Nacional do Meio Ambiente, faz as seguintes citaes:
Art. 2 - A Poltica Nacional do Meio Ambiente tem por
objetivo a preservao, melhoria e recuperao da qualidade ambiental propcia vida, visando assegurar, ao Pas, condies ao desenvolvimento socioeconmico, aos interesses da segurana
nacional e proteo da dignidade da vida humana, atendidos os
seguintes princpios:
(...)
VIII recuperao de reas degradadas;
Como pde ser visto no pargrafo anterior, a legislao j
descreve que a recuperao de reas degradadas se faz necessria
para garantir uma situao de segurana em vrios aspectos para a
populao. Com isso pode-se afirmar que recuperar reas
destinadas ao acolhimento de resduos , em primeiro lugar, uma
questo de o municpio estar em conformidade com a lei. CORRA
(1992) afirma que prticas ecologicamente corretas se traduzem em
prticas politicamente corretas. Este fato pode ser confirmado
dando-se prosseguimento a leitura da Lei 6938 quando o artigo 4
- VI est mencionado que preservao e restaurao dos
18
recursos ambientais com vistas sua utilizao racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manuteno do
equilbrio ecolgico propcio vida
Uma vez que o aterro sanitrio segue as normas
estabelecidas de recuperao de sua rea degradada, estar tambm
trazendo benefcios para a populao local e, consequentemente,
para o restante da populao, j que o ecossistema ir, aos
poucos, voltar a manter um equilbrio ambiental.
MOREIRA et al. (2004) consideram reas degradadas como
extenses naturais que perderam a capacidade de recuperao
natural aps sofrerem distrbios. A degradao um processo
induzido pelo homem ou por acidente natural que diminui a atual e
futura capacidade produtiva do ecossistema. Considera-se ento,
Aterro Sanitrio como rea ambientalmente degradada porque
geralmente so utilizadas encostas onde havia um solo, uma
vegetao e a fauna natural e que foram retirados para a
implantao de atividades de recebimento e armazenamento de
resduos slidos, o que sem dvidas, causam distrbios severos e
que impedem uma regenerao natural da rea.
O artigo 8 da Lei n 8014/84 do Estado do Paran,
prescreve que o Poder Pblico Estadual ou Municipal dever
promover a recuperao das reas em processo de desertificao e
degradao, sem desapropri-las se esta iniciativa no partir do
19
proprietrio (CORRA, 1992). Com isto pode-se concluir que a
responsabilidade de recuperar a rea do aterro sanitrio aps o
trmino de sua vida til do municpio.
5.1 Importncia da revegetao
5.1.1 Estabilidade dos taludes Como em aterros sanitrios os resduos so depositados em
clulas e estas formam os taludes, depois de encerradas as
atividades de deposio de resduos, estes devem ser revegetados.
De acordo com EINLOFT et al. (1997) a deteriorao fsica do solo
favorece o processo erosivo durante a estao chuvosa e isso
acarreta em problemas como quedas de barreira e deslizamentos de
terra. Em se tratando de acmulo de resduos slidos,
imprescindvel que se d ateno especial questo da
revegetao desses taludes, pois neste caso, um deslizamento de
terra significaria toneladas de lixo sendo espalhados em
crregos, residncias ou at mesmo estradas. Isso causaria no s
um impacto visual negativo, mas tambm social e ambiental.
importante considerar as dificuldades inerentes esta
revegetao. Munshower (1994), citado por EINLOFT et al. (1997),
descreve alguns dos principais obstculos revegetao desses
20
taludes como, por exemplo: falta de solo de superfcie, a
deficincia de nutrientes, a alta declividade, a dificuldade em
selecionar espcies para a revegetao e a escolha de um mtodo
que apresente resultados mais satisfatrios no sentido de
realmente estabilizar esse talude. EINLOFT et al. (1997) citam
que as tcnicas mais utilizadas para a recuperao de taludes
so: mtodo de placas de grama, plantio em covas, uso de
serrapilheira, hidrossemeadura e semeadura a lano. Todos estes
mtodos podem apresentar resultados positivos dependendo das
condies especficas de determinados locais. Estas condies
determinaro se a recuperao ser ou no satisfatria.
H uma tcnica implantada por Silva (1993) (EINLOFT et al.,
1997) que vem sendo muito utilizada na recuperao de taludes que
denominada aplicao de sacos verdes. Segundo estudos esta
tcnica facilita a introduo de vegetao rasteira e arbustiva
em taludes ngremes de corte.
ARAJO et al. (2005) explicam que so utilizados sacos de
aniagem preenchidos com solo, sementes de vrias espcies e
fertilizantes. Aps o enchimento dos sacos eles so fechados e
fixados nos taludes atravs de grampos de ao ou estacas de bambu
ou madeira. A germinao das sementes ocorrer, geralmente, a
partir do terceiro dia da colocao dos sacos. As razes penetram
no talude natural favorecendo a fixao definitiva das plantas,
21
promovendo boa revegetao. Quanto s vantagens da utilizao do
saco de aniagem, EINLOFT et al. (1997) citam que, alm de reter
sementes e fornecer nutrientes para as plantas, inicialmente os
sacos protegem o substrato do impacto direto da chuva e dos raios
solares, retendo umidade e diminuindo as oscilaes de
temperatura.
Em termos de trabalhos prticos que comprovem realmente a
eficincia do uso desta tcnica, pode-se citar COSTA et al.
(1997), que testaram a capacidade de revegetao de taludes
usando sacos de aniagem e concluram que: a tcnica permite
recobrimento vegetal de taludes; os sacos do sustentabilidade s
espcies plantadas, criando uma condio inicial para que as
plantas fortaleam-se e adquiram capacidade para colonizar o solo
degradado; por permanecerem fixos ao solo, mesmo aps uma chuva
forte, os sacos de aniagem so recomendados para conteno de
deslizamentos de terra em taludes s margens das estradas e
rodovias.
Outro trabalho que obteve resultados satisfatrios foi o j
citado anteriormente, EINLOFT et al. (1997), que testaram
revegetao de taludes com gramneas e leguminosas, tanto com
sacos de aniagem, como com plantio em covas concluindo que a
tcnica com sacos de aniagem permite o rpido e abundante
recobrimento do talude do que o plantio em covas. A taxa de
22
cobertura, produo de matria vegetal e produo de razes se
mostraram muito superiores revegetao realizada em covas;
proporcionaram uma condio inicial favorvel s plantas,
permitindo que desenvolvam capacidade de suportar os ambientes
inspitos no substrato sob os sacos; proporcionaram ambiente que
favorece a colonizao da microfauna e plantas invasoras;
estimula o desenvolvimento da microbiota; foi eficaz no combate
ao processo erosivo, requerendo, entretanto, mais estudos para a
situao de eroso avanada. Concluram tambm que em declividade
maior que 35% a tcnica em plantio de covas no deve ser
utilizada devido a configurao das covas que facilitam a
formao de veios de escorrimento de gua e o arraste de
substratos; a tcnica de plantio em covas apresenta baixo
recobrimento vegetal e por isso no indicada para minimizao
rpida de impacto visual.
As figuras 3, 4, 5 e 6 ilustram o uso de sacos de aniagem.
23
Fonte: COSTA et al. (1997)
Figura 3. Operao de carregamento dos sacos de aniagem.
Fonte: COSTA et al. (1997)
Figura 4. Fixao dos sacos no talude.
24
Fonte: COSTA et al. (1997)
Figura 5. rea coberta com os sacos.
Fonte: COSTA et al. (1997)
Figura 6. Contraste entre Leguminosas e Gramneas.
25
5.1.2 Formao de solo Um obstculo que se encontra quando se decide recuperar os
taludes de um aterro sanitrio a falta de solo ideal para o
crescimento das espcies vegetais. Nestes locais, como j
mencionado anteriormente, os resduos so depositados e selados
com uma camada de solo. Este solo chamado material inerte
(MONTEIRO et al., 2001). Portanto, quando uma clula de deposio
de resduos encerrada o que se tem uma camada superficial de
um solo muito argiloso. Este aproveitado do prprio corte feito
na encosta para a montagem da clula de resduos. As reas a
serem recuperadas no contam com a camada superficial do solo
topsoil que segundo VASCONCELOS et al. (1997), onde se
encontra os maiores teores de matria orgnica, micro e mesofauna
do solo e nutrientes minerais.
Normalmente, o solo da rea de um aterro sanitrio no
possui estrutura primria necessria para estabelecimento e
crescimento de razes de boa parte das espcies arbreas
pioneiras e definitivas. Por este motivo recomenda-se fazer uma
primeira fase de colonizao do solo por consrcios herbceos e
arbustivos (geralmente gramneas e leguminosas). Espera-se com
isso que uma nova camada superficial de solo seja formada, pois
este consrcio estar desempenhando um papel de corretor do solo,
26
j que as espcies de leguminosas iro fixar nitrognio e desse
modo, melhorar as condies qumicas do solo para a introduo
futura de outras espcies mais nobres (PLANTHA PLANEJAMENTO E
TECNOLOGIA LTDA, 2006). Matria orgnica estar sendo adicionada
ao solo atravs da deposio de cobertura vegetal e as
propriedades fsicas deste solo estaro sendo melhoradas atravs
do crescimento do sistema radicular das espcies.
Tendo as condies do solo melhoradas, ser possvel pensar
no restabelecimento da vegetao original daquela rea, o que o
principal objetivo de se promover a recuperao de reas
degradadas. O esquema da figura 7 mostra como seria o processo de
recuperao de uma rea de aterro sanitrio. Este esquema foi
projetado justamente para a recuperao de uma rea degradada de
aterro sanitrio.
27
Fonte: PLANTHA PLANEJAMENTO E TECNOLOGIA LTDA,2006. Figura 7. Esquema do desenvolvimento de um projeto para rea
degradada de um aterro sanitrio no municpio de Petrpolis, RJ.
28
O esquema mostra o processo de estabelecimento da cobertura
vegetal da rea degradada. Primeiramente as sementes de gramneas
e leguminosas so disponibilizadas atravs de uma das tcnicas
conhecidas para recuperao de taludes. Aps o crescimento destas
espcies no campo, haver uma melhora das condies qumicas e
fsicas do solo que possibilitar a implantao de espcies
pioneiras e em seguida, das definitivas visando a recomposio
florestal do local.
No tempo n. 6 do esquema est exemplificado como deve
ficar o povoamento florestal ao passar de alguns anos. A
fisionomia deste povoamento deve ser semelhante ao que havia
originalmente no local.
29
5.2 Principais espcies utilizadas para recomposio vegetal
A recomposio vegetal a forma mais indicada para a
conservao de taludes e de grande importncia para evitar o
aparecimento de voorocas, desmoronamento de taludes,
soterramento de estradas, entupimento de suas calhas com solo,
assoreamento de rios, etc. Segundo Tenrio (1970), o estudo dessa
colonizao espontnea destes taludes pode indicar espcies
vegetais mais adaptadas a este ambiente. (SANTANA FILHO et al.,
1997). Isso quer dizer que para cada tipo de ambiente e de
talude, determinadas espcies vegetais iro se adaptar melhor.
De uma forma geral, sabe-se que para a atividade especfica
de recomposio vegetal de taludes, as espcies vegetais
selecionadas devem apresentar algumas caractersticas importantes
para o seu desenvolvimento no local. Segundo EINLOFT et al.
(1997), estas caractersticas so: tolerncia seca, sistema
radicular profundo, crescimento vigoroso, disponibilidade de
sementes, facilidade na propagao, sobrevivncia em condies de
baixa fertilidade e eficcia na cobertura do solo. Em muitos
casos uma s espcie no contm todas as caractersticas
desejveis, ento deve-se optar por aquelas que tenham o maior
nmero de caractersticas e procurar consorci-las.
30
A tabela 2 e 3 apresentam as principais espcies de
gramneas e de leguminosas utilizadas em atividades de
recomposio vegetal de taludes respectivamente.
Tabela 2. Principais espcies de Gramneas utilizadas para recomposio vegetal de taludes no Brasil.
ESPCIES DE GRAMNEAS Nome cientfico Nome vulgar
Andropogon gayanus
Fonte: PRPRIO AUTOR, 2007
andropogon Brachiaria brizantha brizantha Panicum maximum colonio Brachiaria decumbens decumbens Lolium multiflorum azevm Melinis minutiflora capim-gordura Hyparrhenia rufa capim-jaragu Aristida pallens capim-barba-de-bode Eragrostis curvula capim-choro Cymbopogon citratus capim-cidreira Rhynchelytrum roseum capim-favorito Pennisetum clandestinum capim-kikuio Rhynchelytrum repens capim-de-rhodes Paspalum falcatum grama-maca Paspalum notatum grama-batatais Cynodon dactylon grama-seda Paspalum conjugatum grama-forquilha Bambus bambusa Bambu Taquaras chusquea taquara
31
Tabela 3. Principais espcies de Leguminosas utilizadas para recomposio vegetal de taludes .
ESPCIES DE LEGUMINOSAS Nome cientfico Nome vulgar Cajanus cajan feijo-guandu Calopogononio mucunoides calopognio Styzolobium aterrimum mucuna-preta Dolichos lablab lab-lab Arachis prostrata amendoim Canavalia ensiformis feijo-de-porco Desmodium barbatum barbadinho Desmodium canum carrapicho Glycine wightii soja-perene
Fonte: PRPRIO AUTOR, 2007
Com relao implantao de espcies pioneiras e
definitivas aps o enriquecimento do solo atravs do consrcio
entre gramneas e leguminosas, ser necessrio se fazer um estudo
das espcies da flora da regio e procurar utilizar as mesmas
espcies na recuperao da rea degradada, dando continuidade
fisionomia da vegetao local. Nas tabelas 4 e 5 esto descritas
algumas espcies indicadas para a recomposio florestal de reas
degradadas. So espcies pioneiras e definitivas respectivamente.
32
Tabela 4. Exemplos de espcies pioneiras utilizadas na recomposio florestal de reas degradadas.
Fonte: PRPRIO AUTOR, 2007
ESPCIES FLORESTAIS PIONEIRAS Nome cientfico Nome vulgar
Miconia candoleana Jacatiro Cecropia sp Embauba Trema micrantha Candiuba Croton floribundus Capixingui Inga sp Ing Acacia glomearosa Monjoleiro Guazuma ulmilolia Mutambo Mimosa scabrella Bracatinga
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Tabela 5. Exemplos de espcies definitivas utilizadas na recomposio florestal de reas degradadas.
Fonte: PRPRIO AUTOR, 2007
ESPCIES FLORESTAIS DEFINITIVAS Nome cientfico Nome vulgar
Piptadenia macrocarpa Angico-vermelho Pelthophorun dubium Canafstula Tabebuia sp Ip Chorisia speciosa Paineira Luehea divaricata Aoita-cavalo Centrolobium tomentosum Araruva Gallesia gorazema Pau-dalho Myrocarpus frondosus Cabriva Gochnatia polymorpha Cambar Vochysia bifalcata Guaricica Dalbergia nigra Jacarand- da-BahiaPiptadenia gonocantha Pau-jacar Caesalpinia echinata Pau-Brasil Miracrodruom urundeuva Aroeira Ocotea catharinensis Canela-preta Hymenaea stilbocarpa Jatob Enterolobium contortisiliquum Timbava
GRIFFITH et al., (1994) diz que a implantao de um estrato
arbustivo vigoroso o primeiro passo para se atingir bons
resultados a longo prazo e a conseqente estabilizao ecolgica
do local. O estrato implantado deve ser autosustentvel e
conseguir dar suporte s futuras ilhas de vegetao arbrea que
sero pontos de disperso de propgulos, compostas por rvores de
alto poder de regenerao natural e com algum atrativo fauna
34
silvestre, principalmente a ornitofauna, de modo a induzir a
sucesso natural da rea.
35
6 CONSIDERAES FINAIS Em comparao com os lixes, os Aterros Sanitrios so, sem
dvidas, a melhor forma de destinao final do lixo por serem
locais planejados para causarem menos impactos possveis. Este
fato pode ser observado na prtica na oportunidade de visitas
tcnicas realizadas para este trabalho. Na visita ao lixo de
Seropdica os impactos de odores, degradao do solo e da
paisagem num todo foi claramente observado. Na visita ao Aterro
Sanitrio de Petrpolis todos estes impactos so
significativamente menores, gerando um ambiente menos agressivo
ao meio ambiente e sade pblica.
Apesar disso, os Aterros Sanitrios ainda causam impactos,
principalmente ambientais. Tais impactos devem ser mitigados com
a recuperao das reas degradadas.
possvel adquirir bons resultados, j que muitas
pesquisas neste ramo tm sido feitas e muitas tcnicas de
recuperao de reas degradadas tm sido desenvolvidas no sentido
de estabelecer uma cobertura vegetal que possa chegar a atingir
estrutura de floresta autosustentvel, assim como era antes da
degradao.
36
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
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