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REGIME JURÍDICO DA EXPLORAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
• Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de Agosto, alteradopelo Decreto Lei n.º 63/2015, de 23 de Abril
FIGURA DO ALOJAMENTO LOCAL
A figura do Alojamento Local foi criada com o principal intuito de possibilitar a
prestação de serviços de alojamento temporário em estabelecimentos que não
preenchessem os requisitos legalmente exigidos para os empreendimentos
turísticos, tendo vindo a sofrer algumas alterações legislativas.
ENQUADRAMENTO LEGAL
Diploma legal Alterações
Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de MarçoAprova o Regime Jurídico da instalação, exploração e funcionamento dosEmpreendimentos Turísticos.
Alterado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de Setembro.
Portaria n.º 517/2008, de 25 de JunhoEstabelece os requisitos mínimos a observar pelos estabelecimentos de Alojamentolocal.
Alterada pela Portaria n.º 138/2012, de 14 de Maio.
Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de SetembroProcede à primeira alteração do Regime Jurídico da instalação, exploração efuncionamento dos Empreendimentos Turísticos.
Alterado pelo Decreto-Lei n.º 15/2014, de 23 deJaneiro.
Portaria n.º 138/2012, de 14 de MaioProcede à adaptação do Regime do Alojamento local, constante na Portaria n.º517/2008, ao Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de Julho, que transpôs a Directiva n.º2006/123/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro, a qualestabelece os princípios e regras para simplificar o livre acesso e exercício dasactividades de serviços.
Decreto-Lei n.º 15/2014, de 23 de JaneiroProcede à segunda alteração do Regime Jurídico da instalação, exploração efuncionamento dos Empreendimentos Turísticos.
Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de AgostoEstabelece o Regime Jurídico da exploração dos estabelecimentos de AlojamentoLocal.
Entra em vigor a26/11/2014.
REGIME JURÍDICO DA EXPLORAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
A criação de um regime próprio da figura do Alojamento local foi
impulsionada pela:
Dinâmica do mercado de
procura e oferta do alojamento
Proliferação de um conjunto de novas
realidades de alojamento
Relevância fiscal
Necessidade de autonomizar a
figura do alojamento local face à figura dos
empreendimentos turísticos.
NOÇÃO DE ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Entende-se por “estabelecimentos de alojamento local” aqueles que prestem
serviços de alojamento temporários a turistas, mediante remuneração, e que
reúnam os requisitos previstos no Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de Agosto.
Note-se, que é proibida a exploração como estabelecimentos de Alojamento
Local os estabelecimentos que reúnam os requisitos para serem considerados
Empreendimentos Turísticos, nos termos do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de
Março, alterado pelos Decretos-Lei n.º 228/2009, de 14 de Setembro e 15/2014,
de 23 de Janeiro.
MODALIDADES DE ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Os estabelecimentos de Alojamento Local podem adoptar qualquer uma das
seguintes modalidades:
Moradia – unidade de alojamento constituída por um edifício, de
carácter unifamiliar;
Apartamento – unidade de alojamento constituída por uma fracção
autónoma de edifício ou parte de prédio urbano
susceptível de utilização independente;
Estabelecimentos de hospedagem – unidades de alojamento
…………………………………………………………………….constituídas por quartos.
NOÇÃO DE EXPLORAÇÃO DE ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
A exploração de estabelecimentos de Alojamento Local corresponde ao
exercício, por pessoa singular ou colectiva, da actividade de prestação de serviços
de alojamento.
Presume-se existir exploração e intermediação de estabelecimento de
Alojamento Local quando um imóvel ou fracção deste:
i. Seja publicitado ou objecto de intermediação, por qualquer forma,
entidade ou meio, como alojamento para turistas ou alojamento
temporário;
ou
ii. Esteja mobilado e equipado e seja oferecido ao público em geral
dormida e serviços complementares ao alojamento (ex.: limpeza,
recepção), por períodos inferiores a 30 dias.
NOÇÃO DE EXPLORAÇÃO DE ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Note-se que a presunção poderá ser ilidida nos termos gerais de direito,
nomeadamente, através da apresentação de Contrato de Arrendamento urbano
devidamente registado nos Serviços de Finanças.
Relevância de ilidir ou não a presunção – impacto fiscal e diferente tributação
dos rendimentos
REGISTO DE ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Dirigida ao Presidente da
Câmara Municipal
territorialmente competente
Realizada exclusivamente
através do Balcão Único Electrónico
A cada pedido é atribuído um N.º,
que constitui o N.º de registo do Estabelecimento de Alojamento
Local
Por sua vez, a comunicação é
automaticamente remetida ao Turismo
de Portugal, I.P.
O registo é efectuado
mediante mera comunicação
prévia
REGISTO DE ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Informações que devem constar da mera comunicação prévia:
Autorização de utilização ou título de utilização válido do imóvel;
Identificação do titular da exploração do estabelecimento (nome ou
firma e NIF);
Endereço do titular da exploração do estabelecimento;
Nome adoptado pelo estabelecimento e endereço;
Capacidade do estabelecimento (quartos, camas e utentes);
A data pretendida de abertura ao público;
Nome, morada e número de telefone de pessoa a contactar em caso
de emergência.
REGISTO DE ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Documentos que devem acompanhar a mera comunicação prévia:
Cópia do documento de identificação do titular da exploração do
estabelecimento ou código de acesso à certidão permanente do registo
comercial;
Termo de responsabilidade, subscrito pelo titular da exploração do
estabelecimento, assegurando a idoneidade do edifício ou sua fracção
autónoma para prestar serviços de alojamento;
Cópia da Caderneta Predial Urbana do imóvel – caso o requerente
seja proprietário do mesmo;
REGISTO DE ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Cópia do Contrato de Arrendamento ou outro título que legitime a
exploração e, caso deste não conste prévia autorização para a
prestação de serviços pretendida, cópia simples de documento a
conter essa autorização;
Cópia da Declaração de Início ou alteração de actividade do titular
da exploração do estabelecimento para o exercício da actividade de
prestação de serviços de alojamento apresentada junto da Autoridade
Tributária e Aduaneira (Secção I, Subclasses 55201 ou 55204 da
Classificação Portuguesa de Actividades Económicas, Revisão 3,
aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007, 14 de Novembro).
TÍTULO DE ABERTURA AO PÚBLICO / VISTORIA
Título de Abertura ao Público
O documento emitido pelo Balcão Único Electrónico dos serviços, que
contém o número de registo do estabelecimento de alojamento local, constitui
o único título válido de abertura ao público.
No prazo de 30 dias após a apresentação da mera comunicação prévia, a
Câmara Municipal territorialmente competente realiza uma vistoria para
verificação do cumprimento dos requisitos legais.
NOTA: A qualquer momento a Câmara Municipal pode solicitar ao Turismo de Portugal,
I.P. a realização de vistorias.
CANCELAMENTO DO REGISTO
Cancelamento do registo
• Em caso de desconformidade em relação à informação constanteda mera comunicação prévia, o Presidente da Câmara Municipalpode cancelar o registo.
Cessação da Exploração
• Com o cancelamento do registo cessa imediatamente aexploração do estabelecimento, sem prejuízo do direito deaudição prévia.
Comunicação do cancelamento do
registo
• O cancelamento do registo deve ser comunicado pela CâmaraMunicipal territorialmente competente ao Turismo de Portugal,I.P. e à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
REQUISITOS DOS ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Capacidade máxima dos estabelecimentos de alojamento local:
- 9 quartos e 30 utentes;
Excepção: Hostels
- 9 estabelecimentos de alojamento local, explorados pelo mesmo
proprietário ou titular de exploração, por edifício, na modalidade de apartamento;
Ressalva de Abril 2015 – proibido se esse n.º for superior a 75% do n.º de
fracções do edifício
Cálculo de exploração: Para o cálculo de exploração consideram-se os
estabelecimentos de alojamento local na modalidade de apartamento registados em nome
do cônjuge, descendentes e ascendentes do proprietário ou titular da exploração, e bem
assim, os registados em nome de pessoas colectivas distintas em que haja sócios comuns.
REQUISITOS DOS ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Os estabelecimentos de alojamento local devem obedecer aos seguintes
requisitos gerais:
Apresentação de condições de conservação e funcionamento das instalações
e equipamentos adequadas;
Ligação à rede pública de abastecimento de água ou sistema privativo de
abastecimento de água com origem devidamente controlada;
Ligação à rede pública de esgotos ou a fossas sépticas dimensionadas para a
capacidade máxima do estabelecimento;
Dotados de água corrente quente e fria;
Apresentação de condições de ventilação e arejamento;
Dotados de mobiliário, equipamento e utensílios adequados;
Dispor de sistema de segurança que assegure privacidade aos utentes.
REQUISITOS DOS ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL
Requisitos de segurança:
- Os estabelecimentos de alojamento local devem cumprir as regras de
segurança contra riscos de incêndio nos termos do Decreto-Lei n.º 220/2008,
de 12 de Novembro e Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro.
Os estabelecimentos de alojamento local que tenham capacidade igual ou inferior a 10
utentes, os quais devem possuir:
Extintor e manta de incêndio acessíveis aos utilizadores;
Equipamento de primeiros socorros acessível aos utilizadores;
Indicação do n.º nacional de emergência em local visível.
Excepto:
HOSTEL
Noção/Requisitos:
- Estabelecimentos de hospedagem cuja unidade de alojamento
predominante seja o dormitório;
-Requisitos dos dormitórios: constituídos por um número mínimo de 4
camas (ou em n.º inferior se as mesmas forem em beliche); têm de ter janela
para o exterior e um espaço de arrumação próprio para cada cama, com
fecho
-Podem ter casas de banho individuais ou partilhadas, mistas ou separadas;
têm de ter espaços sociais comuns, área de refeição de utilização e acesso
livre
EXPLORAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Titular da exploração do estabelecimento de alojamento local:
- Pessoa singular ou Pessoa colectiva;
- Em todos os estabelecimentos do alojamento local deverá existir um titular
da exploração a quem cabe o exercício da actividade de prestação de
serviços de alojamento;
- Responde, independentemente da existência de culpa, pelos danos
causados aos destinatários dos serviços ou a terceiros, decorrentes da
actividade de prestação de serviços de alojamento, em desrespeito ou
violação do termo de responsabilidade subscrito.
EXPLORAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Identificação e publicidade:
- Os estabelecimentos deverão identificar-se como estabelecimentos de
alojamento locais, não podendo, em caso algum, utilizar a qualificação de
empreendimento turístico.
- A publicidade, a documentação comercial e o merchandising dos
estabelecimentos de alojamento local devem indicar o respectivo nome ou
logótipo e número de registo, não podendo sugerir características que os
mesmos não disponham.
Placa identificativa:
EXPLORAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Período de Funcionamento:
- Os estabelecimentos de alojamento local podem estabelecer livremente os
períodos de funcionamento;
- O período de funcionamento dos estabelecimentos de hospedagem deve
ser devidamente publicitado, excepto se os mesmos estiverem abertos todos
os dias do ano.
FISCALIZAÇÃO E SANÇÕES
Fiscalização:
A ASAE é a entidade competente pelo(a):
o Fiscalização do cumprimento das exigências elencadas no Decreto-Lei
n.º 128/2014, de 29 de Agosto;
o Instrução dos respectivos processos;
o Aplicação das respectivas coimas e sanções;
o Pedido de realização de vistorias ao Turismo de Portugal, I.P.
A AT é responsável pela fiscalização do cumprimento das obrigações fiscais
decorrentes da actividade exercida ao abrigo do referido diploma legal.
Consequência: Infracção tributária – cfr. Lei n.º 15/2001, de 5 de Junho (Reg. Geral das
Infracções Tributárias).
FISCALIZAÇÃO E SANÇÕES
Exemplos de Contraordenações:
Oferta de alojamento local não registados ou com registos desactualizados;
Oferta de alojamento local em violação do contrato de arrendamento ou da
autorização de exploração;
Prática de actos de angariação de clientela para estabelecimentos de
alojamento local não registados ou com registos desactualizados;
Violação das regras de informação e publicidade;
Não publicitação do período de funcionamento.
FISCALIZAÇÃO E SANÇÕES
Sanções acessórias:
Em função da gravidade e da culpa do agente, podem ser aplicadas as
seguintes sanções acessórias:
- Apreensão do material através do qual se praticou a infracção;
- Suspensão, por um período até 2 anos, do exercício da actividade
directamente relacionada com infracção praticada;
- Encerramento, pelo prazo máximo de 2 anos, do estabelecimento ou das
instalações onde estejam a ser prestados serviços de alojamento, de
angariação de clientela ou de intermediação de estabelecimentos de
alojamento local.
FISCALIZAÇÃO E SANÇÕES
Interdição da exploração:
A ASAE é competente para determinar a interdição temporária da exploração dos
estabelecimentos de alojamento local, na sua totalidade ou em parte:
- Caso o estabelecimento não tenha iniciado o processo de autorização de
utilização para fins turísticos dentro do prazo fixado pelo Turismo de
Portugal, I.P, após se ter verificado o incumprimento da legislação em vigor;
- Caso a falta de cumprimento das disposições legais aplicáveis puser em
causa a segurança dos utilizadores ou a saúde pública.
SISTEMA INFORMÁTICO
A tramitação dos procedimentos e formalidades previstos no Decreto-Lei n.º
128/2014, de 29 de Agosto é realizada electronicamente com recurso ao Balcão
Único Europeu.
REGIÕES AUTÓNOMAS
O regime previsto no Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de Agosto também é
aplicável às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, sem prejuízo das
adaptações decorrentes da estrutura própria da administração regional
autónoma.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
O N.º de Registo do alojamento local é disponibilizado pelo Balcão Único Electrónico no
prazo de 30 dias após a entrada em vigor do presente diploma;
No caso dos estabelecimentos de alojamento local registados à data da entrada em vigor do
DL n.º 128/2014, de 29 de Agosto, caberá às Câmaras Municipais territorialmente
competentes a responsabilidade de inserir os dados necessários no Balcão Único Electrónico
e de disponibilizar um novo número de registo;
Até à disponibilização do novo N.º de registo os estabelecimentos de alojamento local estão
dispensados da indicação do mesmo na sua publicidade;
Os titulares dos estabelecimentos de alojamento local já registados, que ainda não o
tenham feito devem, no prazo de 30 dias após a entrada em vigor do diploma, entregar a
documentação exigida junto da Câmara Municipal competente que, por sua vez, a remeterá
ao Turismo de Portugal, I.P.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Os requisitos referentes à capacidade máxima não se aplicam:
i) aos estabelecimentos de alojamento local registados à data da entrada em vigor
do DL n.º 128/2014;
ii) aos estabelecimentos que se venham a registar nos termos do n.º 4 do art. 75.º
do DL n.º 39/2008, de 7 de Março (com as sucessivas alterações).
Os estabelecimentos de alojamento local registados à data da entrada em vigor do DL n.º
128/2014 que utilizem já a denominação “Hostel” têm um prazo de 5 anos (a contar da data
da entrada em vigor do DL 63/2015, ou seja, a contar de 25 abril 2015 – n.º 2 do seu art. 4º)
para se conformarem com os requisitos elencados no art. 14.º deste diploma.
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