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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO
ESCOLAR E O
HABITO ALIMENTAR DE ESCOLARES
ADOLESCENTES
POLIANA AZEVEDO SANTOS
Cuiabá-MT, fevereiro de 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO
ESCOLAR E O
HABITO ALIMENTAR DE ESCOLARES
ADOLESCENTES
POLIANA AZEVEDO SANTOS
Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de
Nutrição da Universidade Federal de Mato
Grosso como parte dos requisitos exigidos para
obtenção do Título de Bacharel em Nutrição, sob
orientação da professora drª Shirley F. Pereira.
Cuiabá-MT, fevereiro de 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E O
HABITO ALIMENTAR DE ESCOLARES ADOLESCENTES
POLIANA AZEVEDO SANTOS
Orientadora:
Profª Drª Shirley F. Pereira
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
Julgado em: 11/02/2019
A994r Azevedo Santos, Poliana.
Relação entre a adesão à alimentação escolar e o hábito alimentar de escolares adolescentes / Poliana Azevedo Santos. -- 2019
45 f. ; 30 cm.
Orientador: Shirley F. Pereira. TCC (graduação em Nutrição) - Universidade Federal de Mato
Grosso, Faculdade de Nutrição, Cuiabá, 2019. Inclui bibliografia.
1. adolescentes. 2. habitos alimentare. 3. escolares. 4. adesão. I. Título.
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu Deus que me possibilitou realizar o meu sonho de cursar a
faculdade, sempre realizando milagres em minha vida, me amparando nos momentos de
fraqueza e me dando forças para continuar a minha jornada.
À minha mãe que deu o seu melhor para cuidar de mim, me protegeu e me orientou em
todos os momentos difíceis da minha vida, sempre me incentivando a buscar o caminho da
dignidade.
Aos meus irmãos Paulo e Geycielle Azevedo que são meus alicerces e ao amor da
minha vida, o meu sobrinho Heitor que veio ao mundo para me dar mais um motivo para
sorrir.
Sou imensamente grata por todos meus amigos, que os considero como anjos que
foram colocados por Deus em meu caminho.
Aos alunos que se dispuseram a participar desta pesquisa, fornecendo as informações
necessárias e a coordenação escolar que apoiou o estudo, prestando toda assistência à nossa
equipe.
Agradeço às minhas professoras Gabriela Dalcin, Emanuele Batistela e Patricia
Nogueira que foram mais que mestres para mim.
À todos servidores da Faculdade de Nutrição pela dedicação e compromisso com
ensino.
Agradeço especialmente à minha orientadora por toda sua paciência, compreensão e
dedicação, me auxiliando com o seu exímio conhecimento.
E por fim, a todos que de alguma forma contribuíram para a minha formação acadêmica.
“De nada vale o brilho da inteligência se o coração permanece às escuras”.
(Bezerra de Menezes)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 11
2.1.OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 11
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 11
3. POPULAÇÃO E MÉTODO ..................................................................................... 12
3.1. POPULAÇÃO ......................................................................................................... 12
3.2. MÉTODO ................................................................................................................ 12
3.3. DEFINIÇÃO DO GRAU DE ACEITABILIDADE .................................................. 12
3.4. DEFINIÇÃO DO GRAU DE ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ............... 13
3.5. AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR ....................................................... 13
3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS ................................................................ 13
3.7. ANÁLISE ÉTICA DOS DADOS ............................................................................. 14
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 15
4.1. CARACTERIZAÇÃO DOS ESCOLARES .............................................................. 15
4.2. GRAU DE ADESÃO E ACEITABILIDADE DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR .... 16
4.3. CARACTERIZAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS ADOLESCENTES
......................................................................................................................................... 18
4.4. RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E O HÁBITO
ALIMENTAR DOS ADOLESCENTES ......................................................................... 24
5. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 29
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 30
APÊNDICE 1 – PLANILHA DE CONSUMO ALIMENTAR ........................................ 35
ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO DE ADESÃO À MERENDA ESCOLAR ..................... 37
ANEXO 2 – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ..................... 39
ANEXO 3 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................. 40
ANEXO 4 – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA ACADÊMICO CIENTÍFICA
(COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA) ............................................................................. 41
RESUMO
Este trabalho é um estudo de abordagem quantitativa, descritivo e transversal realizado em 5 escolas
públicas dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande-MT, com o objetivo de avaliar a relação entre a adesão da
alimentação escolar e o hábito alimentar dos estudantes. A população estudada foi composta por 120 estudantes
com idade entre 13 e 16 anos, de ambos os sexos cursando o 9º ano do ensino fundamental. Os dados do
consumo alimentar foram coletados através de questionário, estimando a ingestão das últimas 24 horas. Para
tabulação e análise dos dados foi utilizado o programa Epi-Info versão 3.5.4. Foi utilizado o Teste do Qui-
quadrado para comparação entre a prevalência das variáveis estudadas. Os resultados mostraram que 51,2% dos
alunos gostam da alimentação oferecida pela escola e somente 1,2% afirmaram não gostar. Entre as refeições,o
maior percentual dos escolares relatou consumir principalmente o almoço (95,8%) e o jantar (91,7%). Foram
analisados os alimentos saudáveis e não saudáveisconsumidos no dia anterior por todo grupo. Entre os alimentos
saudáveis, os mais consumidos foram arroz, feijão, carnes em geral e pão e entre os alimentos não saudáveis os
mais consumidos foram os biscoitos e bolos, pirulitos, balas, chicletes e bebidas adoçadas. Não foi observada
diferença na ingestão de alimentos não saudáveis entre os jovens que consumiam habitualmente a alimentação
escolar e os que não consumiam. Dentre os alimentos saudáveis observou-se uma tendência ao maior consumono
grupo que aderiu à alimentação escolar, sendo que o leite foi mais ingerido por este grupo.
PALAVRAS-CHAVE: Adolescentes; hábitos alimentares; escolares; adesão.
ABSTRACT
This work is a quantitative, descriptive and cross-sectional study carried out in 5 public schools in the
municipalities of Cuiabá and Várzea Grande-MT, in order to evaluate the relationship between school feeding
adherence and students' eating habits. The study population consisted of 120 students aged 13 to 16 years old, of
both sexes attending the 9th year of elementary school. Food intake data were collected through a questionnaire,
estimating the intake of the last 24 hours. Epi-Info version 3.5.4 was used to tabulate and analyze the data. The
Chi-square test was used to compare the prevalence of the studied variables. The results showed that 51.2% of
students enjoy the school's nutrition and only 1.2% said they did not like it. Among meals, the highest percentage
of schoolchildren reported consuming mainly lunch (95.8%) and dinner (91.7%). We analyzed the healthy and
unhealthy foods consumed the previous day by each group. Among the healthy foods, the most consumed were
rice, beans, meats in general and bread and among the unhealthy foods the most consumed were biscuits and
cakes, lollipops, candies, chewing gums and sweetened drinks. There was no difference in the intake of
unhealthy foods among young people who routinely consumed school meals and those who did not consume.
Among the healthy foods, there was a trend towards greater consumption in the group that adhered to school
feeding, and milk was more ingested by this group.
KEY WORDS: Adolescents; feeding habits; school; children; adhesion.
1. INTRODUÇÃO
O perfil nutricional da população brasileira tem sofrido mudanças na qualidade e
quantidade de produtos que são disponíveis, gerando um importante aumento no consumo de
alimentos que possuem um alto valor calórico que, aliado ao sedentarismo, causam sobrepeso
na população (MORATOYA et al., 2013). Para Coutinho et al. (2008), o Brasil, assim como
outros países em desenvolvimento, vivencia essa transição, determinada pela má-alimentação
e consequentemente a ocorrência da deficiência de micronutrientes, sobrepeso, obesidade e
doenças crônicas não transmissíveis coexistindo em um mesmo grupo de indivíduos.
A transição nutricional é caracterizada pela alteração do padrão dietético concomitante
a prática do estilo de vida cada vez mais sedentário, refletindo no estado nutricional e perfil de
saúde da população. O início da mudança no padrão alimentar data das últimas décadas do
século XX, período em que as populações passaram a adotar dieta rica em gordura saturada e
carboidratos simples, com um baixo teor de fibras (MONDINI, GIMENO, 2011).
Hábitos alimentares como o baixo consumo de frutas e hortaliças e a elevada ingestão
de alimentos ultraprocessados associados ao estilo de vida sedentário potencializam o
desenvolvimento de alterações metabólicas imediatas e em longo prazo podem acarretar no
surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (PEDRAZA et al., 2017).
A alimentação saudável consiste na ingestão de alimentos que ofereçam qualidade,
variedade, quantidade suficiente e que se adequem aos aspectos culturais, sociais,
econômicos, climáticos e ecológicos de cada pessoa ou grupo (PINHEIRO, 2005). Uma
alimentação adequada desempenha papel fundamental na manutenção das necessidades
básicas do organismo durante todos os estágios da vida, principalmente durante a infância e
adolescência, por refletirem na saúde do indivíduo na vida adulta (LEVY et al., 2010).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência compreende o
período entre os 10 e 19 anos (BRASIL, 2018)e é caracterizada por inúmeras alterações
biológicas, fisiológicas, de personalidade, entre outras. Devido à velocidade no crescimento
estatural e maturação sexual, os adolescentes manifestam uma demanda energética elevada
devendo sua alimentação conter características adequadas às suas necessidades.
Algumas pesquisas têm identificado hábitos alimentares inadequados nesse grupo
etário, determinado pelo baixo consumo de laticínios, frutas, hortaliças e elevada ingestão de
alimentos ricos em carboidratos simples, gorduras e sódio (SILVA et al., 2008; SOUZA et al.
,2016).
9
De acordo com um estudo epidemiológico liderado pela Imperial College London e pela
OMS, no qual foi avaliado o índice de massa corporal (IMC) de cerca de 130 milhões de
pessoas do mundo inteiro com mais de 5 anos de idade, se as tendências atuais continuarem,
em 2022 poderá haver mais crianças e adolescentes com obesidade do que com desnutrição
moderada e grave (BRASIL, 2017).
No Brasil, onde a desnutrição, a fome e o aumento dos casos de obesidade merecem
uma atenção especial, nota-se a importância da implantação de medidas eficazes com o intuito
de amenizar esse problema. A alimentação saudável é reconhecida como um fator
determinante para a promoção da saúde e proteção contra doenças na vida adulta (ACIOLLY,
2009). Partindo desse pressuposto, várias estratégias são utilizadas como o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que foi implantado com o objetivo de atender as
necessidades nutricionais dos estudantes durante o período escolar, a formação de hábitos
alimentares saudáveis, contribuir para o seu desenvolvimento físico e intelectual e
consequentemente diminuir a evasão escolar (SANTOS et al., 2008).
A alimentação escolar é um artifício utilizado pelo fato de que as instituições
educacionais acompanham diversas fases do desenvolvimento dos indivíduos beneficiados
inclusive a construção dos bons hábitos alimentares que vão ser perpetuados por toda a vida
(CARVALHO et al., 2016).
O PNAE é o mais antigo programa de alimentação escolar do Brasil sendo reconhecido
como um dos maiores programas de acesso à alimentação escolar do mundo. O governo
federal repassa o recurso financeiro aos estados, municípios e escolas federais, com base no
censo escolar do ano anterior, para custear PNAE (BRASIL, 2018). Além disso, de acordo
com a Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% do valor repassado, deve ser investido na compra de
produtos originados da agricultura familiar, com o intuito de estimular o desenvolvimento
econômico e sustentável local (BRASIL, 2017).
O PNAE preconiza que a alimentação escolar, também conhecida como “merenda
escolar”, seja distribuída para os alunos de toda educação básica que estejam matriculados em
escolas públicas, filantrópicas e também de entidades comunitárias (BRASIL, 2010). O
cardápio fornecido aos beneficiários deve ser elaborado por nutricionista, de acordo com a
cultura e práticas alimentares locais, atendendo as necessidades nutricionais dos estudantes e
obedecendo às legislações vigentes (BELIK, CHAIM, 2009).
Segundo Basaglia et al. (2015) a alimentação escolar é um importante fator que
estimula os alunos a frequentarem as escolas públicas, devido a precariedade da alimentação
10
na sua residência, inclusive em alguns casos, chegando a representar a única refeição diária
dos estudantes.
Apesar dos esforços do governo em suplementar os estudantes em até 20% das suas
necessidades nutricionais diárias de alunos das creches, pré-escolares e escolas do ensino
fundamental, através da distribuição da merenda escolar, esse propósito só será alcançado se
houver uma elevada aceitação das refeições pelos estudantes. Teo et al. (2009), em um estudo
realizado em 21 escolas públicas estaduais e municipais do município de Chapecó, SC,
analisaram a aceitação da merenda escolar, obtendo um resultado de 70,8% de aceitabilidade
entre os escolares.Um resultado diferente foi encontrado na pesquisa de Oliveira e Luz
(2009), onde a maioria dos alunos do ensino fundamental de uma escola pública na zona oeste
do município do Rio de Janeiro, não consumiam a merenda e mesmo quando consumiam,
selecionavam os alimentos, excluindo as frutas e verduras.
Outra vertente abordada é a distinção entre adesão e aceitação da merenda escolar, pois
apesar de muitos alunos consumirem frequentemente a alimentação escolar é possível que
isso não reflita a uma aceitação e sim uma falta de opção, sendo que esta última está associada
à satisfação, ou seja, a interação positiva entre o indivíduo e o alimento ingerido (BASAGLIA
et al., 2015).
Portanto, a simples distribuição das refeições aos escolares, não garante que as metas
estabelecidas pelo governo através do PNAE sejam atingidas, sendo necessária uma
investigação mais detalhada da aceitação da merenda escolar e se ela está de acordo com os
hábitos alimentares dos estudantes.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Avaliar a relação entre a adesão da alimentação escolar e o hábito alimentar de
estudantes do ensino fundamental de escolas públicas no município de Cuiabá e VG-MT
2.2.Objetivos específicos
Caracterizar os escolares;
Verificar o índice de adesão da merenda escolar;
Determinar o grau de satisfação dos alunos quanto às refeições servidas;
Caracterizar os hábitos alimentares dos escolares;
Identificar a frequência do consumo de alimentos marcadores de alimentação
saudável e não saudável pelos escolares;
Relacionar o consumo alimentar com a adesão à alimentação escolar.
3. POPULAÇÃO E MÉTODO
Este estudo foi desenvolvido como parte do projeto “Avaliação da regularidade e da
qualidade do Programa Nacional de Alimentação Escolar em escolas da rede estadual de
Cuiabá e Várzea Grande, MT.” - Alimentação Digoreste desenvolvido por docentes e
discentes da Faculdade de Nutrição da UFMT e pela Ouvidoria Geral da União Regional
Mato Grosso e a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso. Foi realizado um estudo
de abordagem quantitativa descritiva e transversal, do qual participaram cinco escolas
públicas estaduais, três de Cuiabá e duas de Várzea Grande, durante o ano letivo de 2018.
3.1. POPULAÇÃO
As escolas foram selecionadas entre as com nível sócio econômico médio classificadas
pelo ENEM em 2017 sendo excluídas aquelas que não tinham turmas de 9ª série ou que a
direção não concordasse em participar do estudo.
A amostra do estudo foi composta por 120 alunos de ambos os sexos, cursando o 9º ano
do ensino fundamental, dos turnos matutino e vespertino de 5 escolas públicas estaduais, da
área urbana do município de Cuiabá e Várzea Grande-MT. Este foi um estudo transversal de
abordagem quantitativa.
Como critérios de inclusão, os alunos deveriam estar cursando o 9º ano do ensino
fundamental, possuírem idade entre 13 e 18 anos, aceitarem participar do estudo e entregarem
o Termo de Compromisso Livre e Esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis.
3.2. MÉTODO
A coleta dos dados foi realizada nas escolas, pela pesquisadora e pela equipe de
docentes e discentes do Curso de Nutrição previamente treinada para a pesquisa, com horário
agendado.
Foram aplicados questionários contendo perguntas sobre dados de identificação pessoal,
de aceitabilidade e adesão à merenda, e consumo alimentar (Apêndice 1 e anexo 1).
3.3. DEFINIÇÃO DO GRAU DE ACEITABILIDADE
13
Os alunos foram questionados quanto à satisfação em relação à merenda escolar. Os que
referiram consumir a alimentação escolar podiam escolher entre a opção "gostei", "não
gostei" e "gostei de algumas". Para classificar o grau de aceitabilidade foi considerado o
critério do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE), sendo que quando a
amostra apresentar um percentual maior ou igual a 85% nas opções “gostei”, quando for
utilizada a escala hedônica, é considerada como alta aceitabilidade (BRASIL, 2017).
3.4. DEFINIÇÃO DO GRAU DE ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
Os estudantes responderam questões referentes ao seu hábito de consumir a refeição
escolar. Para calcular o índice de adesão, foram desconsiderados os alunos que relataram não
consumir ou consumir a refeição escolar esporadicamente (de um a dois dias por semana).
Como critério de classificação foram utilizados os pontos de corte recomendados pelo
PNAE, que foram obtidos em um estudo realizado pela Faculdade de Engenharia de
Alimentos da Universidade de Campinas (VIEIRA, 1981). Este autor classificou a adesão dos
escolares em quatro categorias: alto (acima de 70% dos estudantes), médio (50 a 70%), baixo
(30 a 50%) e muito baixo (menor que 30%).
O número de estudantes que afirmaram consumir a alimentação regularmente (entre três
e cinco dias por semana) foi multiplicado por 100 e dividido pelo número total de
participantes.
3.5. AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR
Uma planilha de consumo alimentar (Apêndice 1), foi utilizada para estimar a ingestão
alimentar dos adolescentes nas últimas 24 horas. Essa planilha foi adaptada do modelo dos
Marcadores de Consumo Alimentar (BRASIL, 2015) utilizado em Unidades Básicas de Saúde
(UBS).
3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
Para tabulação e análise dos dados foi utilizado o programa Epi-Info versão 3.5.4. Os
resultados foram apresentados sob a forma de frequências, e aplicado o Teste do Qui-
quadrado para comparação entre a prevalência das variáveis estudadas. Para significância
estatística foi considerado o nível de confiança de 95% (p <0,05).
14
Os resultados com diferenças significativas foram destacados com *.
3.7. ASPECTOS ÉTIC0S
O presente estudo foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Área
de Saúde da UFMT (CEP-SAÚDE) sob o CAAE 87454918.9.0000.8124e aprovado em
04/06/2018 (Anexo 4).
Os estudantes foram convidados a participar da pesquisa através de um Termo de
Assentimento (Anexo 2) sendo esclarecidos previamente quanto aos objetivos e descrição da
mesma. Os escolares receberam duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Anexo 3), a fim de obter a autorização do responsável legal pelo aluno, sendo devolvidos
devidamente assinados pelos pais ou responsáveis, após o consentimento, uma via
permanecendo sob sua posse e a outra entregue e arquivada pelo entrevistador.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DOS ESCOLARES:
Participaram do estudo adolescentes cursando o 9ª ano do Ensino Fundamental, de 5
escolas públicas dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, sendo excluídos da pesquisa
aqueles que não responderam ao formulário de hábitos alimentares ou não apresentaram o
TCLE assinado pelos pais, totalizando 120 escolares analisados.
Observa-se na tabela 1 que 38,3% eram do sexo masculino e 61,7% do sexo feminino,
com idades entre 13 e 16 anos, sendo que a maioria (80,8%) possuía 14 anos no momento do
estudo.
Tabela 1: Caracterização dos adolescentes das escolas estaduais avaliadas
(Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):
Variável N %
Sexo
Masculino 46 38,3
Feminino 74 61,7
Idade
13 anos
14 anos
15 anos
16 anos
4
97
16
03
3,3
80,8
13,3
2,5
Escola
Dr Estevão Alves Correa
Prof João Crisóstomo de Figueiredo
Dep. Salim Nadaf
Profª Eliane Digigov Santana
Maria Leite Markoski
26
23
19
24
28
21,7
19,2
15,8
20,0
23,3
16
4.2.GRAU DE ADESÃO E ACEITABILIDADE DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR:
Entre os participantes do estudo, 54,2% (n=65) afirmaram consumir habitualmente a
merenda escolar (de 3 a 5 dias por semana) e 45,8% (n=55) não. Resultado semelhante ao
encontrado foi observado por Nascimento et al. (2016), em seu estudo realizado em três
escolas do ensino fundamental do município de Itapetinga, BA, cujo percentual de adesão ao
programa em uma das escolas avaliadas,foi de57%, sendo que as demais atingiram um
percentual satisfatório (83% e 94%).
Ao observar os índices de adesão em cada unidade escolar (tabela 2), nota-se uma baixa
adesão à merenda escolar nas escolas Profª Eliane Digigov Santana, Prof João Crisóstomo de
Figueiredo e Dep. Salim Nadaf, respectivamente (42,1%, 47,8%, 48,0%) e média adesão nas
escolas Drº Estevão Alves Correa, Maria Leite Markoski. As escolas participantes eram todas
de áreas urbanas da grande Cuiabá, não apresentado grande diferença de adesão entre elas. A
localização em áreas de menor poder aquisitivo pode ser um determinante do aumento da
adesão por parte dos alunos.
Um resultado diferente foi encontrado no estudo de Flávio et al. (2004) que ao analisar
a adesão da merenda escolar por alunos do Ensino Fundamental de uma escola Estadual do
município de Lavras em Minas Gerais, verificaram uma adesão de 72%. Por outro lado, na
pesquisa de Oliveira e Luz (2009), a maioria dos alunos do Ensino Fundamental de uma
escola pública na zona oeste do município do Rio de Janeiro, não consumiam a merenda e
mesmo quando consumiam, selecionavam os alimentos, excluindo as frutas e verduras.
Valentim et al (2017), verificaram os fatores associados à adesão à alimentação escolar
entre adolescentes de escolas da rede pública estadual do município de Colombo no estado do
Paraná e constataram que a maior adesão estava entre os adolescentes com menor renda
familiar, ao menor consumo de alimentos que não os da alimentação escolar, entre os que
consideravam a alimentação escolar como saudável e entre os escolares que consideravam o
espaço do refeitório adequado.
17
Tabela2: Adesão à alimentação escolar dos adolescentes por escola
participante (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):
Escola N %
Drº Estevão Alves Correa
Profº João Crisóstomo de Figueiredo
Profª Eliane Digigov Santana
Maria Leite Markoski
Dep. Salim Nadaf
17
11
08
17
12
68,0
47,8
42,1
60,7
48,0
Total 65 54,2
Apesar da adesão média encontrada quando considerados todos os alunos, é notável a
adoção de hábitos alimentares inadequados, pois 72,5% dos escolares (n=87) afirmaram
comprar lanche na cantina da escola (tabela 3).Entre os adolescentes que consumiam
regularmente a merenda escolar, 73,8% compravam lanche na cantina da escola, enquanto que
67,2% dos que não consumiam a merenda regularmente, compravam alimentos na cantina.
Carlini et al. (2015) observaram um resultado semelhante em seu estudo realizado com
alunos do ensino médio integrado aos cursos técnicos do Instituto Federal do Sertão
Pernambucano no qual 76,79% dos escolares entrevistados consumiam o lanche adquirido na
cantina mesmo havendo um alto índice de adesão da merenda escolar (98,21%). Os autores
ainda observaram que os alunos ao consumirem alimentos da cantina optavam pelos não
saudáveis, destacando a necessidade da realização de atividades de educação alimentar e
nutricional.
Carvalho et al. (2016)destacam que o alto consumo de alimentos industrializados
oriundos de casa ou de cantinas escolares que geralmente são pobres em nutrientes deve
receber uma atenção especial por estarem associados ao surgimento da obesidade entre os
escolares.
Em um estudo sobre o comportamento alimentar dos estudantes, realizado em 6
instituições públicas do município de Campinas, SP, ao observar a influência do convívio do
PNAE e das cantinas, foi possível perceber que conforme crescia a frequência de adesão ao
programa, havia uma redução na frequência de adesão à cantina (DANELON et al., 2008),
realidade não encontrada em nosso estudo.
18
Tabela3: Distribuição das respostas dos alunos quanto à compra de lanches
nas cantinasdas escolas estaduais avaliadas (Cuiabá e Várzea
Grande, MT, 2018):
Compram lanche N %
Sim 87 72,5
Não 33 27,5
Total 120 100
Entre os alunos que habitualmente utilizam a alimentação escolar, foi analisado o grau
de satisfação em relação às preparações servidas. Pode-se notar na tabela 4, que a maior parte
dos adolescentes gosta de todas as refeições servidas (51,2%), sendo que apenas uma minoria
(1,2%) afirma não gostar da alimentação escolar.Entre as refeições mais citadas pelos
escolares que menos os agradavam estava a farofa, que era julgada como seca ou que não
tinha nenhuma bebida para acompanhar, a polenta, o biscoito servido juntamente com o suco,
leite ou iogurte e o pão que é servido com ou sem bebida como acompanhamento. De acordo
com o critério estabelecido pelo FNDE para a aceitabilidade do PNAE, quando o percentual
mínimo atinge 85% é considerada uma alta aceitabilidade da alimentação escolar, por parte
dos alunos (BRASIL, 2017). Assim, o resultado encontrado nas escolas investigadas,
demonstra que a aceitabilidade da merenda presente no cardápio está abaixo do índice
determinado pelo FNDE.
Tabela4: Grau de satisfação da refeição dos adolescentes das escolas
estaduais avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):
Alimentação escolar N %
Gosta
Não gosta
Gosta de algumas
43
01
40
51,2
1,2
47,6
4.3.CARACTERIZAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS ADOLESCENTES:
19
Ao observar a tabela 5, nota-se que apenas 24,2% dos adolescentes costumam realizar
as 6 refeições diárias, enquanto que a maioria deles (29,2%) costumam fazer 4 refeições
durante o dia, sendo que o almoço é a mais comum (95,8%), seguida do jantar (91,7%),
enquanto que a colação (45,8%) e a ceia (40,8%) respectivamente, são as refeições que eles
afirmaram menos realizar (tabela 6).
Esse resultado foi divergente do resultado obtido por Araki et al. (2011), ao avaliarem o
padrão de refeições realizadas por adolescentes que frequentavam escolas técnicas na cidade
de São Paulo, onde apenas 49% dos estudantes relataram realizar todos os dias o café da
manhã, 65% o almoço e 51% o jantar.
Alguns estudos afirmam que existe uma relação entre o consumo do café da manhã e a
faixa etária, sendo que há um aumento no consumo dessa refeição entre os adultos e em
contrapartida, diminui o consumo entre crianças e adolescentes (TRANCOSO et al., 2010).
Após um estudo de revisão de artigos, Rampersaud et al. (2005) constataram que
mesmo variando a qualidade do café da manhã entre os estudos, as crianças que relataram
consumir essa refeição, expressaram perfis nutricionais superiores aos colegas que não
consumiam, o que torna preocupante observarmos que somente 62,5% dos nossos avaliados
consumiam esta refeição.
Levy et al. (2010), ao analisarem os hábitos alimentares de adolescentes que cursavam o
9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas das 26 capitais de estados
brasileiros e do Distrito Federal no ano de 2009, uma característica encontrada foi a omissão
das refeições como o desjejum e almoço ou mesmo a sua substituição por lanches rápidos e de
baixo valor nutricional, apenas com o objetivo de sanar a fome ou mesmo por compulsão.
20
Tabela5: Número de refeições consumidas diariamente pelos adolescentes
das escolas estaduais avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT,
2018):
Nº de refeições N %
1
2
3
4
5
6
05
13
17
35
21
29
4,2
10,8
14,2
29,2
17,5
24,1
Total 120 100
Tabela6: Refeições consumidas diariamente pelos adolescentes das escolas
estaduais avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):
Refeições consumidas N %
Desjejum
Colação
Almoço
Lanche
Jantar
Ceia
75
55
115
93
110
49
62,5
45,8
95,8
77,5
91,7
40,8
Com base nos dados de consumo de alimentos marcadores de alimentação saudável
analisados na tabela 7, observa-se um alto consumo de arroz (97,5%), carne em geral (83,3%),
feijão (79,2%) e pão (74,2%). Em relação ao consumo de frutas, apenas 35,0% referiram
consumir nas últimas 24 horas, sendo que o resultado encontrado ainda foi ainda menor em
relação ao consumo de legumes (23,3%). Entre os alimentos que são importantes fontes de
proteína, o leite foi o segundo mais consumido (51,7%) sendo que o primeiro foi a carne.
21
Algumas pesquisas têm identificado hábitos alimentares inadequados nesse grupo
etário, determinado pelo baixo consumo de laticínios, frutas e hortaliças e elevada ingestão de
alimentos ricos em carboidratos simples, gorduras e sódio (SILVA et al., 2008; SOUZA et al.,
2016), em concordância com os nossos dados.
Pegolo e Silva (2010) apontam para um baixo índice de consumo de leite e derivados
entre os adolescentes, podendo ser explicado pela substituição do leite por bebidas de baixo
valor nutritivo, a omissão do café da manhã, além do custo dos alimentos que são fontes de
cálcio. Entretanto, Leal et al. (2010) verificaram em uma escola pública do município de
Ilhabela, SP, que dentre os alimentos mais consumidos em substituição às refeições
principais, encontrava-se o leite e o achocolatado.
O baixo consumo de alimentos como legumes, frutas e verduras, implica na ingestão
insuficiente de fibras, sendo a sua ingestão adequada associada à manutenção da saúde e a
prevenção de doenças (MAICHAKI et al., 2014). De acordo com alguns estudos o consumo
adequado das fibras ainda parece reduzir o risco de desenvolvimento de algumas doenças
crônicas e de desordens gastrointestinais, além de auxiliar na melhora dos níveis de lipídeos
séricos, redução dos níveis da pressão arterial, atua no controle da glicemia em pacientes
diabéticos, auxilia na redução do peso corporal e ainda atua na melhora do sistema
imunológico (BERNAUD e RODRIGUES, 2013).
22
Tabela7: Frequência no consumo de alimentos marcadores de alimentação
saudável dos adolescentes das escolas estaduais avaliadas (Cuiabá e
Várzea Grande, MT, 2018):
Alimentos N %
Arroz 117 97,5
Feijão 95 79,2
Frutas 42 35,0
Legumes 28 23,3
Verduras 52 43,3
Mandioca, batata 37 30,8
Farinha/farofa 30 25,0
Macarrão 41 34,2
Pão 89 74,2
Leite 62 51,7
Queijos 23 19,2
Ovos 42 35,0
Carnes em geral 100 83,3
Fígado, moela 07 6,7
Café 66 55,0
Chás 23 19,2
Sucos naturais 51 42,5
Iogurte/beb. Láctea 36 30,0
Vitaminas 19 15,8
Oleaginosas (castanhas, nozes,
amendoim)
11 9,2
LEVY et al.(2010), ao realizarem uma análise dos dados de uma pesquisa
epidemiológica no qual o público alvo eram adolescentes de 14 a 19 anos regularmente
matriculados no sistema de ensino público, constataram que houve uma variação de 31,3% a
57,4% de alunos que consumiam regularmente alimentos marcadores de alimentação
saudável, sendo que a proporção daqueles que consumiam feijão e leite era maior do que
23
aqueles que consumiam hortaliças e frutas e dentre estes, 20% relataram não haver consumido
leite, frutas ou hortaliças na semana anterior à pesquisa.
Na tabela 8 nota-se que entre os alimentos marcadores de alimentação não saudável,
os mais consumidos são os biscoitos e bolos (68,3%), pirulitos, balas e chicletes (67,5%) e as
bebidas adoçadas (65,0%). Os menos consumidos foram os enlatados (16,7%), sobremesas
(20,8%) e batata frita (20,0%).
Tabela8: Frequência no consumo de alimentos marcadores de alimentação
não saudável dos adolescentes das escolas estaduais avaliadas
(Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):
Alimentos N %
Macarrão instantâneo 29 24,2
Margarina 74 61,7
Bebidas adoçadas 78 65,0
Pirulitos, balas, chicletes 81 67,5
Sorvete, sacolé, cremosinho 30 25,0
Chocolates 45 37,5
Biscoitos salgados e doces, bolos 82 68,3
Salgados, salgadinho 54 45,0
Fast-food (lanche) 39 32,5
Batata frita 24 20,0
Enlatados (milho, ervilha) 20 16,7
Sobremesa (pudim, mousse) 25 20,8
Zanini et al. (2013), ao analisarem o consumo geral de refrigerantes e doces entre
adolescentes da rede pública estadual de Caruaru em Pernambuco no ano de 2007,
observaram um consumo elevado destes alimentos (90,9% e 95,4% respectivamente). O Guia
Alimentar para a População Brasileira recomenda que os alimentos denominados
ultraprocessados como biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes e macarrão
instantâneo, sejam evitados por serem nutricionalmente desbalanceados. Orienta ainda para a
substituição das sobremesas industrializadas pelas caseiras, dos refrigerantes, bebidas lácteas
24
e biscoitos recheados pela água, leite e frutas, e a substituição de produtos que não necessitam
de preparação culinária por comidas preparadas na hora (BRASIL, 2014).
4.4. RELAÇÃO ENTRE A ADESÃO À ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E O HÁBITO
ALIMENTAR DOS ADOLESCENTES:
Ao relacionar a adesão da merenda escolar com o consumo de alimentos marcadores de
alimentação saudável, observa-se que em geral os adolescentes que aderem à alimentação
escolar apresentam um consumo semelhante ou superior dos alimentos considerados
saudáveis, do que os alunos que não aderiram à alimentação ofertada pela escola, entretanto
apenas em relação ao leite foi observada diferença significativa entre os dois grupos. Os
alimentos que apresentaram maior diferença foram os legumes, as verduras, leite, queijos, pão
e vitaminas.
Dentre os alimentos marcadores de alimentação saudável, os sucos naturais seguidos do
iogurte foram os alimentos que apresentaram maior consumo entre os escolares que não
consumiam regularmente a merenda escolar, em comparação aos que consumiam. Destaca-se
que apesar de serem considerados saudáveis, são alimentos que sofrem algum tipo de
processamento na sua fabricação.
25
Tabela9: Relação entre a adesão à alimentação escolar e o hábito de consumo
de alimentos saudáveis dos adolescentes das escolas estaduais
avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):
Alimentos Adesão à alimentação escolar p valor
M.A.S. Sim (n=65) Não (n=55)
N % N %
Arroz 64 98,5 53 96,4 0,463
Feijão 53 81,5 42 76,4 0,486
Frutas 23 35,4 19 34,5 0,923
Legumes 18 27,7 10 18,2 0,219
Verduras 32 49,2 20 36,4 0,156
Mandioca, batata 20 30,8 17 30,9 0,986
Farinha/farofa 20 24,6 14 25,5 0,915
Macarrão 22 33,8 19 34,5 0,935
Pão 52 80,0 37 67,3 0,112
Leite 39 60,0 23 41,8 0,047*
Queijos 15 23,1 8 14,5 0,236
Ovos 22 33,8 20 36,4 0,773
Carnes em geral 55 84,6 45 81,8 0,682
Fígado, moela 5 7,7 3 5,5 0,624
Café 35 53,8 31 56,4 0,782
Chás 13 20,0 10 18,2 0,800
Sucos naturais 23 35,4 28 50,9 0,086
Iogurte/beb. Láctea 16 24,6 20 36,4 0,161
Vitaminas 13 20,0 6 10,9 0,174
Oleaginosas (castanha,
nozes, amendoim)
6 9,2 5 9,1 0,978
Com base nos dados apresentados na tabela 10, observa-se que, entre os alimentos
marcadores de alimentação não saudável, o consumo foi semelhante entre os dois grupos
sendo que o macarrão instantâneo e os doces (pirulitos, balas e chicletes) foram os que
apresentaram maior percentual de consumo entre os escolares que consomem frequentemente
a alimentação escolar do que entre os que não consomem ou consomem esporadicamente.
26
Nota-se que o hábito de ingestão de alimentos não saudáveis foi maior em quase todos os
itens entre os que consomem a alimentação escolar. Entretanto, os alimentos que obtiveram
percentual superior mesmo não havendo diferença estatisticamente significativa entre os
alunos que relataram não consumirem frequentemente a alimentação escolar em relação aos
que aderem à merenda, foram os salgados e salgadinhos e a batata frita. Esse resultado pode
ser explicado pela substituição das refeições principais, por lanches industrializados e que
muitas vezes possuem um alto teor de gordura, açúcares e sódio.
Teixeira et al. (2012), ao avaliarem a prevalência da substituição do almoço e do jantar
por lanches entre adolescentes do ensino médio de uma escola técnica do município de São
Paulo, constataram que um terço dos avaliados substituíram o almoço e metade deles
substituíram o jantar por lanches, sendo que os sanduíches, salgados, pizzas e hambúrgueres
estavam entre os principais substitutos das refeições.
Nascimento et al. (2015) observaram em seu estudo que entre os alimentos mais aceitos
pelos alunos se destacaram o bolo, suco e cachorro quente, tendo em vista que essas
preparações apresentavam características que se assemelhavam com lanche. Os autores ainda
justificam o resultado encontrado pela tendência dos alunos em associarem a merenda escolar
a um lanche e não a uma refeição, ressaltando a necessidade de adequação do cardápio às
preferências dos escolares.
27
Tabela10: Relação adesão à alimentação escolar e o hábito de consumo de
alimentos não saudáveis dos adolescentes das escolas estaduais
avaliadas (Cuiabá e Várzea Grande, MT, 2018):
Alimentos Adesão à alimentação escolar p valor
M.A.N.S. Sim (n=65) Não (n=55)
N % N %
Macarrão instantâneo 20 30,8 9 16,4 0,066
Margarina 43 66,2 31 56,4 0,271
Bebidas adoçadas 45 69,2 33 60,0 0,316
Pirulitos, balas,
chicletes
49 75,4 32 58,2 0,044*
Sorvete, sacolé,
cremosinho
16 24,6 14 25,5 0,915
Chocolates 23 35,4 22 40,0 0,602
Biscoitos salgados e
doces, bolos
45 69,2 37 67,3 0,818
Salgados, salgadinhos 27 41,5 27 49,1 0,407
Fast-food (lanche) 22 33,8 17 30,9 0,732
Batata frita 12 18,5 12 21,8 0,646
Enlatados (milho,
ervilha)
13 20,0 7 12,7 0,286
Sobremesa (pudim,
mousse)
16 24,6 9 16,4 0,267
28
A partir dos dados obtidos observamos que são poucas as diferenças entre os hábitos
dos adolescentes que consomem a alimentação escolar e dos que não consomem, inclusive em
relação ao uso das cantinas. Estes resultados permitem algumas considerações sobre os
objetivos do PNAE como a realização da educação alimentar e nutricional ea adaptação da
refeição servida de acordo com os hábitos alimentares dos alunos, sendo este último, um
importante aspecto que irá influenciar na adesão e aceitabilidade da refeição escolar pelos
estudantes.
É imprescindível também que as cantinas escolares disponham de opções mais
saudáveis de lanches, contribuindo com as necessidades apresentadas por esse público,
facilitando e estimulando escolhas alimentares mais benéficas para a saúde dos alunos.
A amostra estudada foi limitada para maiores conclusões e muitos estudos ainda devem
ser realizados em relação à efetiva melhora do hábito alimentar desses adolescentes, mas já
pode ser um indicativo das intervenções que os gestores do PNAE deverão enfrentar em
futuro próximo.
5. CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos em nosso estudo, podemos concluir que:
- Os jovens estudados eram na maioria do sexo feminino, com 14 anos, distribuídos de
forma semelhante entre as cinco escolas pesquisadas.
- A adesão dos estudantes à alimentação escolar foi considerada média, de acordo com
os valores de referência recomendado pelo FNDE. Contudo, três escolas tiveram uma baixa
adesão quando se observou isoladamente os resultados, enquanto que as demais mantiveram a
média adesão.
- A maioria dos alunos referiu gostar das refeições servidas pelas escolas. Entre eles,
apenas 1,2% afirmaram não gostar das preparações servidas.
- Em relação ao número de refeições diárias realizadas pelos alunos, as quantidades
mais referidas foram 4 e 6. Entre as refeições diárias, os escolares relataram consumir
principalmente o almoço e jantar e menos consumir a ceia e colação.
- Dentre os alimentos marcadores de alimentação saudável os mais consumidos pelos
alunos foram o arroz, carnes em geral, feijão e pão. Entretanto, os resultados apontaram para
um abaixo consumo de frutas, legumes e verduras. Entre os alimentos marcadores de
alimentação não saudável houve um alto consumo de biscoitos doces e salgados, bolos,
pirulitos, balas e chicletes e bebidas adoçadas.
- Quando relacionamos os alimentos marcadores de alimentação saudável com a adesão
à merenda escolar, observamos que estes eram mais consumidos pelos que ingeriam
habitualmente a merenda, sendo esta diferença significativa em relaçãoà ingestão do leite.
- A ingestão dos alimentos marcadores de alimentação não saudável foi semelhante entre
os dois grupos, sendo muitas vezes mais consumidos pelos adolescentes que aderiam à
alimentação escolar.
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APÊNDICE 1 –PLANILHA DE CONSUMO ALIMENTAR
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO
Unidade Educativa:
Turno: matutino Série: Turma:
Data da coleta de dados:
Nome do aluno:
Data de Nascimento: Idade:
Sexo: ( )Feminino ( )Masculino
PLANILHA DE CONSUMO ALIMENTAR
1.Quais refeições você faz ao longo do dia?
( ) Café da manhã ( ) Lanche da manhã ( ) Almoço ( )Lanche da tarde ( ) Jantar ( )Ceia
2.Você tem costume de realizar suas refeições assistindo TV, mexendo no
computador ou celular?
( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
3.Ontem você consumiu:
Arroz ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Feijão ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Frutas frescas (Banana, Laranja, Maçã, Uva, Caju, Manga, Mamão, abacate, abacaxi,
goiaba, maracujá, melancia, ameixa, acerola, morango, cajá-manga, jaca, pêssego, pêra,
caqui, coco, amora, framboesa, tangerina)
( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Legumes? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Verduras? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Mandioca, Batata? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Farinha de mandioca/ farofa? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Macarrão? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Pão?( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
36
Leite integral? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Queijo? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Ovo? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Carne bovina, frango ou peixe? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Fígado/moela? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Café ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Chá ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Suco natural ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Iogurte/bebida láctea ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Vitamina ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Oleaginosas(castanha, nozes, amendoim) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Macarrão Instantâneo (miojo) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Margarina? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Bebidas adoçadas (refrigerante, suco de caixinha, suco de pó, água de coco de caixinha,
xaropes de guaraná/groselha)
( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Pirulitos, balas, chicletes? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Sorvete, sacolé, cremosinho? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Chocolate? ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Biscoito Salgado, doce, bolos ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Salgados, Salgadinhos ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Fast-food (lanches) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Batata frita ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Enlatados (milho, ervilha) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Sobremesas (pudim, mousse) ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Cachorro quente ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
Pizza ( )Sim ( )Não ( )Não Sabe
ANEXO 1 –QUESTIONÁRIO DE ADESÃO À MERENDA ESCOLAR
38
ANEXO 2– TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
ANEXO 3– TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
ANEXO 4–AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA ACADÊMICO CIENTÍFICA
(COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA)
42
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