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Fonte: https://www.academia.edu/13189679/ETNO_TCC_ORIGINAL
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
UNIDADE CARANGOLADEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
BRUNO DE SOUSA RAMOS
PRÉ PROJETO DE TCC
ETNOMATEMÁTICA: PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA LEVANDO O CONHECIMENTO DO “PINTOR
DE PAREDES” PARA SALA DE AULA.
CARANGOLA - MG2015
BRUNO DE SOUSA RAMOS
Pré Projeto de TCC.
Etnomatemática: Pesquisa e prática pedagógica levando o conhecimento do “pintor de paredes”
para sala de aula.
Trabalho apresentado à Universidade do
Estado de Minas Gerais – Unidade Carangola
como pré-requisito para obtenção parcial da
aprovação na disciplina PTCC sob orientação
da Profª. Me. Viviane da Silva de Oliveira.
Orientador: Prof. Me. Mauro de J. R.
Romanhol
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CARANGOLA - MG
2015
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 4
A Etnomatemática é um saber matemático, envolvendo cálculos, fórmulas e métodos
matemáticos desenvolvidos por grupos sociais, culturais, profissionais etc. sem o uso ou o
conhecimento da matemática acadêmica ensinada nas escolas e universidades. Este trabalho
tem como objetivo estudar a utilização da matemática não acadêmica do pintor de paredes
da construção civil................................................................................................................... 4
2.REVISÃO DE LITERATURA .....................................................................................................5
3.METODOLOGIA .................................................................................................................... 7
4.CRONOGRAMA..................................................................................................................... 8
5.REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 9
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1.INTRODUÇÃO
A Etnomatemática é um saber matemático, envolvendo cálculos, fórmulas e
métodos matemáticos desenvolvidos por grupos sociais, culturais, profissionais etc.
sem o uso ou o conhecimento da matemática acadêmica ensinada nas escolas e
universidades. Este trabalho tem como objetivo estudar a utilização da matemática
não acadêmica do pintor de paredes da construção civil.
O foco principal será o estudo de como os pintores fazem o cálculo de gasto
de tinta para pintar uma determinada área, e em seguida o resultado desse estudo
será aplicado na sala de aula, mostrando para os alunos como a matemática pode
ser usada no cotidiano, com isso, pretende – se despertar a vontade de aprender
matemática, mostrando a eles que aquele conhecimento passado pelo professor
pode ser usado não só na sala de aula para resolver as provas, bem como, no
cotidiano profissional.
É preciso que todas as áreas da sociedade tenham uma aproximação com a
matemática acadêmica, quando conseguimos entender e aplicar nosso
conhecimento acadêmico no cotidiano, estamos melhorando e facilitando o trabalho.
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Tudo aquilo que é ensinado nas aulas de matemática, é aplicado no cotidiano,
muitas vezes essa aplicação é involuntária e irracional, ou seja, não sabemos que
estamos usando as fórmulas e equações ensinadas pelo professor em sala de aula,
a matemática é aplicada até por quem nunca foi à escola e não tem nenhum
conhecimento da matemática acadêmica. Win Neeleman (1993), apoiando-se em
Alan Bishop, argumenta que o conhecimento matemático não é exclusivo de um
determinado segmento da sociedade, mas que todas as culturas geram Matemática.
Após a realização deste estudo, será mostrado aos alunos a ligação da
matemática acadêmica com a desenvolvida fora do ambiente escolar. Para isso será
demonstrado como os pintores de paredes da construção civil realizam a medição
de áreas e volumes a partir dos conceitos de proporção.
Este trabalho é baseado na metodologia de Santos (2002) apud Ferreira
(1999), que diz que a Etnomatemática é um método de ensinar matemática a partir
do trabalho de campo desenvolvido pelos educandos, pesquisando um determinado
tema da matemática utilizada por um grupo social.
1.REVISÃO DE LITERATURA
Chieus Junior (2002) apud Ferreira (1992) define Etnomatemática:
Parafraseando Paulo Freire, se me perguntarem o que é Etnomatemática eu diria: É a matemática, é a criança brincando, é o pedreiro construindo casa, é a dona de casa cozinhando, é o índio caçando, ou fazendo artesanato, isto é, é parte da vida, da existência de cada um.
A pesquisa Etnomatemática tem como objetivo entender como surgiu o
conhecimento matemático popular ao longo da história da humanidade, observando
uma variedade de grupos de interesse, comunidades, povos e nações. Essa
observação é focada em cada indivíduo, pois todos desenvolvem conhecimento e
tem um comportamento que reflete esse desenvolvimento e esse conhecimento vai
se modificando à medida que vai aperfeiçoando-o. Mas como surge esse
conhecimento capaz de desenvolver uma matemática aplicável na sua atividade
cultural e/ou cotidiana? Essa pergunta nos leva a dimensão epistemológica da
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Etnomatemática, a epistemologia é o pensamento da origem desse conhecimento,
ou seja, como o indivíduo desenvolveu tal conhecimento capaz de sanar suas
necessidades cotidianas/culturais? (D’ AMBROSIO, 2001).
Todo conhecimento é resultado de um longo processo cumulativo de geração, de organização, de organização social e de difusão, naturalmente não-dicotômicos entre si. (D’ AMBROSIO, 1997 p.18)
De acordo com Rosa e Orey (2008), se um sistema matemático, acadêmico
ou não, é utilizado constantemente por um determinado grupo étnico, sendo capaz
de solucionar situações-problemas desse grupo, então, esse sistema é tomado
como modelo para os indivíduos que os usa.
Conforme Giongo (2004), em sua dissertação de mestrado, a
Etnomatemática procura levar para a escola esse conhecimento popular advindo do
conhecimento acadêmico, trazendo para o ambiente acadêmico a cultura popular
dos mais variados grupos humanos, que vêm se perdendo ao longo da história.
E ainda, a Etnomatemática procura não anular a matemática acadêmica que
tem como função repassar os conhecimentos produzidos por gerações de
pensadores (Velho e Lara, apud D’ Amabrosio, 2005).
Santos (2002) apud Ferreira (1997) mostra que a Etnomatemática é uma
maneira de ensinar matemática e defende que os alunos devem fazer estudos
descritivos da cultura dos povos.
Fasheh (1998), relaciona o insucesso na Matemática à falta de ligação entre
cultura e indivíduo, o que tornaria esta área do conhecimento "sem significado,
imprevisível e um assunto não popular pela grande maioria dos estudantes".
D’ Ambrosio (1997), diz que não há interesse pelo conhecimento da
matemática, não como fonte primária, o interesse é no que a matemática ajuda na
elaboração de tecnologias e evolução das ciências
Halmenschlager (2001), diz que a Matemática estudada consiste em apenas,
mostrar aos estudantes como chegar a resultados pré-determinados através de
algoritmos, fórmulas e regras formalizadas academicamente de forma mecânica e
sem nenhuma ligação com a cultura desse estudante. Dessa forma, há uma
desvinculação da matemática na vida desse estudante e assim se predominam as
informações, que pra ele, são descontextualizadas à realidade. “Esse tipo de ensino
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gera a concepção de que o fracasso escolar é problema individual do aluno e acaba
culpando-o por um processo social que abrange muitas e diferentes dimensões.”
1.METODOLOGIA
Para o cumprimento desta proposta trabalhado à aplicação do estudo em
Etnomatemática na Escola Estadual João Belo de Oliveira sob supervisão docente
do professor e turma indicada pela Escola, cujo conteúdo é proporção. Onde serão
aplicados os conceitos do trabalho pedagógico em Etnomatemática para o ensino
de proporção.
Em suma este trabalho, juntamente com os professores, será iniciado a partir
de uma motivação para que o aluno colete dados por meio de entrevista com os
pintores de parede da construção civil, estudando o consumo de tinta por parede.
Estas atividades irão propiciar ao aluno a transformação da linguagem oral para a
linguagem acadêmica própria da matemática, a compreensão e medição de áreas e
volumes, o descobrimento de proporção entre duas unidades diferentes a partir da
modelagem dos dados e envolvimento com uma matemática prática e cultural.
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Este trabalho irá ser desenvolvido a partir das etapas assim discriminadas,
utilizando de três horas/aula na sala de aula e uma pesquisa de campo por equipe
de docente:
a)Elaboração de um plano de aula;
b)Comunicação oficial e aceite da proposta junto a direção da Escola;
c)Primeira aula: Apresentação da proposta aos educandos, motivação e
noções básicas de medição e marcação de data para apresentação das
pesquisas de campo;
d) Segunda e terceira aulas: Apresentação das pesquisas de campo
apuração e modelagem da coleta de dados. Aplicação de teste/questionário
aos alunos;
e)Apuração dos dados.
1.CRONOGRAMA
QUADRO I - CRONOGRAMA DE ATIVIDADESATIVIDADESMÊS12345678Levantamento de
literaturaXXComunicação e aceite da escolaXElaboração do Plano de AulaXAplicação da 1ª aulaXRealização das PesquisasXXAplicação da 2ª aula e supervisão das pesquisasX3ª aula e apresentação das pesquisasXAnálise de
dadosXXElaboração do TCCXXXRevisão e entrega da pesquisaX
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1.REFERÊNCIAS
CHIEUS JUNIOR, Gilberto. Matemática Caiçara: Etnomatemática contribuindo na
formação do docente. 2002. (Dissertação de mestrado). Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, São Paulo
D’ AMBROSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da teoria à prática. 2ed. São
Paulo: Papirus, 1997.
D’ AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade.
Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
FASHEH, Munir. Matemática, Cultura e Poder. Tradução de Maria Ines Santos
Domite e Maria do Carmo Domite Mendonça. In IV ICME. Berkeley: 1998.
GIONGO, Ieda Maria. Etnomatemática e produção do calçado. 2001.
(Dissertação de mestrado). Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Porto Alegre,
Rio Grande do Sul.
HALMENSCHLAGER, Vera Lúcia da Silva. Etnomatemática: uma experiência
educacional. São Paulo: Selo Negro, 2001.
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ROSA, Milton; OREY C. Daniel. Vinho e Queijo: Etnomatemática e Modelagem, 01
nov. 2008. Disponível em:
<http://www.somaticaeducar.com.br/arquivo/material/142008-11-01-16-07-09.pdf>.
Acesso em: 27 abr. 2015.
SANTOS, Benerval Pinheiro. A Etnomatemática e suas possibilidades pedagógicas: Algumas indicações. 2002. Disponível em: < http://www.mat.uc.pt/~mat1287/texto/etnomatematica.htm>. Acesso em 22 mai.
2015.
VELHO, Eliana Maria Hoffmann; LARA, Isabel Cristina Machado de. O Saber Matemático na Vida Cotidiana: um enfoque etnomatemático. Nov. 2011.
Disponível em: <http://alexandria.ppgect.ufsc.br/files/2012/03/Eliane.pdf> .
Acesso em: 27 abr. 2015.
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