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Relatório do I Encontro da Mesa Redonda da
Madeira Tropical Sustentável
São Paulo, 10 de Julho de 2013
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Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 3
2. Percurso metodológico.............................................................................................. 4 3. Gargalos e iniciativas prioritárias .......................................................................... 5
3.1. Apresentações dos grupos .................................................................................................................... 6 3.2. Agrupamento dos gargalos ................................................................................................................ 10 3.3. Agrupamento das iniciativas prioritárias................................................................................... 11 3.4. Debate após as apresentações .......................................................................................................... 12
4. Proposta de Objetivos e Modelo de Arranjo Organizacional Multissetorial ......... 13 4.1. Objetivos da Mesa Redonda ............................................................................................................... 13 4.2. Modelo de arranjo organizacional multissetorial .................................................................. 14
5. Momento final ............................................................................................................ 17 5.1 Encaminhamentos do encontro ........................................................................................................ 17 5.2. Avaliação do encontro .......................................................................................................................... 18
6. Anexos .......................................................................................................................... 20 6.1. Lista de participantes ............................................................................................................................ 20 6.2. Expectativas dos participantes ........................................................................................................ 21 6.3. Apresentações e materiais de apoio.............................................................................................. 23
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1. Introdução Foi realizado no dia 10 de julho de 2013 o 1o. Encontro da Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustável, iniciativa promovida por WWF, FGV, RAA e TRAFFIC. O Encontro teve os seguintes objetivos:
• Debate sobre os principais gargalos e propostas para o setor; • Apresentação e debate da proposta de arranjo organizacional
multissetorial e funcionamento da Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável;
• Definição de próximos passos.
O Encontro contou com a participação1 de 40 pessoas representando 33 organizações de diversos grupos que ligados ao setor madeireiro: ONGs, empresas, comunidades tradicionais da Amazônia e trabalhadores do setor. O presente relatório contém a descrição do percurso metodológico das atividades realizadas durante o encontro e os seguintes produtos:
Síntese do debate sobre gargalos e iniciativas prioritárias; Objetivos da Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável; Encaminhamentos.
Convém ressaltar que este documento não se trata de um relatório analítico e sim descritivo das etapas e aglutinador das produções alcançadas pelos participantes. Esperamos que este relatório contribua para a estruturação da Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável. Roberto Vilela, Luciana Martinelli e Marina Bitelman Dialógica - Desenvolvimento Humano e Institucional
1 Vide anexos para Lista de Participantes e Expectativas.
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2. Percurso metodológico O Encontro foi estruturado a partir de 4 momentos conforme apresentados a seguir:
• Boas vindas • Apresentação dos participantes e expectativas • Apresentação dos objetivos e agenda do encontro
Momento inicial
• Apresentação de sintese de material de apoio • Trabalho em subgrupos sobre gargalos e iniciativas prioritárias • Debate
Debate sobre gargalos e iniciativas prioritárias
• Apresentação de proposta de modelo e Objetivos da Mesa Redonda • Debate
Debate sobre modelo organizacional da Mesa
Redonda
•Encaminhamentos •Avaliação Momento final
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3. Gargalos e iniciativas prioritárias Após apresentação da síntese do material de apoio por Anna Fanzeres, foi realizado um trabalho em 5 subgrupos para responder as seguintes perguntas:
1. Considerando o contexto atual, quais são os 3 principais gargalos para a cadeia da madeira tropical sustentável no país?
2. Considerando o contexto atual, quais são 3 iniciativas que devem ser
priorizadas para o fortalecimento da cadeia da madeira tropical sustentável no país?
Cada grupo sintetizou suas ideias em folhas de flipchart e apresentou na plenária. Após todas as apresentações houve um debate. Apresenta-se a seguir: a síntese da produção dos grupos, a visualização dos gargalos e iniciativas agrupados por afinidade temática e o registro das principais contribuições do debate em plenária.
3.1. Apresentações dos grupos Os textos que aparecem em itálico e em azul são complementos feitos pelos representantes de cada grupo de trabalho no momento de apresentação na plenária. Grupo A Principais Gargalos Iniciativas Prioritárias
1) Política de comando e controle está defasada (desde a produção, solicitação de licença, até comercialização)
2) A normatização técnica atual está longe de garantir a sustentabilidade da floresta
3) Falta de incentivo (crédito) ao manejo florestal 4) Questão fundiária (está em último mas não é menos
importante, é um dos gargalos mais complexos)
1) Aprimoramento das estratégias de certificação através do aumento do poder de influência pela mobilização social. (Rastreamento, transparência)
2) Retomada do Programa Nacional de Florestas. (Seria interessante orquestrar com a Casa Civil, não só com o Meio Ambiente, para poder acontecer, com todos os ministérios que precisam ser articulados, todas as políticas públicas que precisam ser pensadas).
3) Iniciativas modulares de boas práticas (reconhecimento). (Hoje não existe mais assistência técnica. Treinar para quem e para que? Uma comissão podia sair daqui e marcar uma hora com a Casa Civil para isso).
4) Capacitação para inclusão
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Grupo B Principais Gargalos Iniciativas Prioritárias 1) Arcabouço Legal Atual É necessária uma revisão de normativos e indicadores técnicos.
“Falsa Legalidade” Foco na Identificação de Espécies (visão macro-
prejudicada). Dificuldade de identificação das madeiras. Fragilidade dos sistemas de controle (modernização
“DOF”). (DOF fomenta a ilegalidade). 2)Financiamento Florestal, Industrial
Ausência de mecanismos específicos, adequados e inovadores
Competitividade, viabilidade. (Os ciclos da madeira são longos).
3) Fiscalização
Foco na cadeia. (Não adianta segregar o manejo e o consumo).
Efetividade. (Não usamos as informações que temos).
Inteligência Capacitação/conhecimento/tecnologia Punição e consequência/ (Responsabilidade) Transparência e divulgação. (O setor é muito mal
visto. Pouca gente gostaria de sustentar o setor).
1) Arcabouço Legal Rastreabilidade Georeferenciamento de áreas de manejo Integração de Dados e informações/sistemas Foco na cadeia sócio/ambiental/produtiva – visão
macro Romaneio – revisão da documentação legal
comprobatória Revisão dos mecanismos de controle de origem e
circulação. (Revisão dos mecanismos de controle fiscal) 2) Financiamento Florestal, Industrial
Valorização e Valoração do Ativo Contabilidade: inserção nos balanços e contas públicas Produtos financeiros inovadores Disponibilidade de crédito – linhas de apoio financeiro Requisitos socioambientais e de conformidade legal para toda
a cadeia como condicionantes/ melhoria das condições de apoio (agenda positiva)
3) “Fiscalização Inteligente”
Integração de sistemas, ações, instituições Conceito de “Filtros lógicos”, garantia das espécies. Modernização tecnológica
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Grupo C Principais Gargalos Iniciativas Prioritárias Oferta
Oferta com origem garantida é insuficiente/ não tem mecanismo para comprovar origem. (Dificuldade de verificar a garantia).
Demanda Mercado não valoriza (adequadamente) produtos com garantia de origem. (Não paga o custo disso).
Controle
Fragilidade nos sistemas de monitoramento e controle (situação estrutural). (Os governos têm realmente interesse em resolver o problema? Tem fator de ordem econômica. Se fizer uma operação tipo Tailândia, vai quebrar a economia de vários municípios).
Políticas Públicas (Levar uma proposta para o Governo não é toda a resposta. Precisamos ter uma política ativa de mostrar como estes produtos podem ser valorizados).
Fomentar oferta com garantia o Financiamento o Isenção Tributária
Compra Pública Fortalecer e promover DOF e SISFLORAS
(Compromissos de ambos os lados, de adequar a produção e as políticas de compra).
Políticas/Compromissos Privados
o Construir mecanismos de rastreabilidade (Sistema de Gestão). (Esse grupo pode criar esse mecanismo com uma parte de gestão do manejo. Gestão tanto da oferta quanto da demanda).
Programa gradativo, modular, de oferta e demanda; com sistema de monitoramento/verificação independente; com compromissos da demanda Bases: CDP Florest.
Modeflora Chip
Campanha/marketing (Pode ser tanto positivo quanto negativo. Negativo: denunciar a falsa legalidade. Positivo: valorizar a garantia de origem). o Pró madeira com origem o Contra ilegalidade/falsa legalidade
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Grupo D Principais Gargalos Iniciativas Prioritárias Ausência de política para o Manejo Florestal Sistema de controle ineficiente Oferta e consumo indiscriminados de madeira não
manejada
(Promover uma) Melhor articulação dos atores voltada ao desenvolvimento da política para o Manejo Florestal
Sistema de rastreabilidade prático e monitorado (não somente por iniciativa pública, talvez com participação das empresas, mas que permita comprovar a origem).
Transparência e co-responsabilidade dos compradores/da cadeia produtiva
Marketing florestal Grupo E Principais Gargalos Iniciativas Prioritárias
1) Sistema Regularização Fundiária
2) Fiscalização 3) Incentivo Fiscal
1) Criar documento com propostas Política Florestal/Incentivos ao Setor/ Vinculação DOF/NF-e Manejo/Questões Fundiárias Fiscalização/Imagem do Setor/Levantamento de Dados
2) Conscientização do Consumidor Final Articulação das Entidades Publicação de Manuais Orientativos Melhoria da Imagem da Madeira como Produto Nobre Ecológico
3) Fiscalização Padronização (entre os estados) dos Critérios na Fiscalização e
no Controle, (para que tenha uma segurança para quem trabalha de que está fazendo corretamente).
4) Auditoria Externa nos Processos de Manejo, em paralelo à verificação do Estado, (mais auditoria preliminar interna)
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3.2. Agrupamento dos gargalos
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3.3. Agrupamento das iniciativas prioritárias
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3.4. Debate após as apresentações Apresentamos a seguir a síntese das principais contribuições ao longo do debate. Certificação e processos de rastreamento/ fiscalização
Mecanismos independentes: certificação e processos de rastreamentos independentes do governo está bastante presente nas apresentações e isso é importante. Mauro Armelin - WWF
Quem tem a capacidade de mudar é a gente. Mas politicamente é difícil, quem fiscaliza é pressionado pelo poder econômico, tem apoio/ acordos com os deputados. É muito dinheiro envolvido, é muita gente envolvida. Autuei um engenheiro e antes de autuar vieram 3 deputados falar comigo. Julio César Bachega – AMF - MT
O Fundo da Amazônia tem como um dos objetivos promover a madeira legal e sustentável, e todo projeto que vier nessa direção será considerado, como forma de melhorar o DOF. Claudia Costa - BNDES
Imagem do setor Além disso, a mudança da imagem do setor é extremamente importante.
Não tinha a percepção que era tão importante. Precisamos endereçar atividades para mudar a imagem do setor. Mauro Armelin - WWF
Temos que mudar a reputação do setor, mais do que imagem. Marco Fujihara – Key associados
Financiamento Hoje só temos BNDES como financiador. Temos pouquíssimos
mecanismos de financiamentos. Temos que fazer a lição de casa e propor para o Governo o que nós queremos, ter propostas concretas. Há 33 anos falamos com os secretários, com pires na mão. Não dá mais. Hoje o BNDES está estudando financiar diretamente os produtores. Marco Fujihara – Key associados
Mobilização, articulação e relação entre os atores
Deveríamos nos apropriar do que aconteceu recentemente no país, sair desse círculo de players e ampliar para a sociedade para aumentar nosso poder de barganha. Temos que estar sensíveis às novas formas de conseguir influenciar a agenda governamental. Aprender com os movimentos sociais. George Dobre - IIBA
Fui do setor público nos últimos 15 anos. O poder público está fragilizado para dar uma resposta efetiva, mas para dar essa melhoria precisa de pressão. Tinha 10 pedindo pra melhorar, 100 pra fragilizar e 1000 fraudando. Aqui está a grande possibilidade, nessa Mesa. Se juntarmos 30% do setor da madeira, podemos sensibilizar o governo. Mas nós não
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vamos conseguir mudar o DOF, a identificação... Há vários estados que são dependentes economicamente da ilegalidade do setor florestal. Mexer significa quebrar a economia de vários municípios. Tem que ser uma conversão, uma transição econômica, para fazer de maneira a esses municípios poderem entrar. Tem margem, dá pra fazer, é estratégia de transição do modelo, da base econômica desses municípios. Valmir Ortega
4. Proposta de Objetivos e Modelo de Arranjo Organizacional Multissetorial Esse momento teve início com a apresentação da proposta elaborada pela RAA e WWF2. Em seguida realizou-se um debate.
4.1. Objetivos da Mesa Redonda A proposta inicial apresentada tinha três objetivos descritos abaixo:
Tornar-se uma entidade agregadora que facilite o diálogo dos atores que influenciam o mercado de madeira tropical sustentável no Brasil
Apresentar Propostas ao governo, a fim de atingir viabilidade do mercado da madeira sustentável no país
Construir coletivamente propostas convergentes. No debate foi proposto a adição de novos objetivos, que enfatizam o papel dos próprios atores da cadeia produtiva na realização de ações:
Criar compromisso do segmento, fazer um pacto. Construir mecanismo de garantia de origem da madeira, independente do
Governo, entre compradores, produtores e 3o setor. Ter como foco a questão da origem da madeira.
2 Ver apresentação de apoio em Power Point e texto sobre da proposta nos anexos.
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4.2. Modelo de arranjo organizacional multissetorial Ao iniciar o debate sobre o modelo de arranjo organizacional, pela sugestão de temas para as câmaras técnicas, o grupo concluiu que não era o momento de entrar em detalhes do modelo de arranjo institucional, pois era necessário aprofundar o debate sobre objetivos e sobre a constituição de um comitê executivo. A discussão não foi conclusiva em relação ao modelo, mas levantou questões importantes a serem aprofundadas posteriormente pelo grupo. Apresentamos a seguir as principais reflexões dos participantes.
A WWF e a FGV podem fortalecer com um ciclo de ações, com três oficinas: duas de elaboração de propostas e uma de diálogo com o governo. Entre a 1a e a 2a oficina haverá momentos de pensar como o diálogo com o governo pode ser feito. Pensamos em uma forma participativa e numa dinâmica de trabalho. Para isso, pensamos em uma Secretaria Executiva, Câmaras Técnicas e Comitê Executivo. Talvez possamos adicionar um Conselho Consultivo. Thais Megid - CEAPG
Nós temos que saber jogar para interagir melhor com o governo. A idéia
de ter uma organização, ter um Comitê Executivo, que se responsabilize de entregar um produto, prestar um serviço para o setor, não só para um ator. O desafio vai ser encontrar uma forma de fazer o governo se mexer. Precisamos ver em que questões cada uma das instituições têm papel de agir/atuar. Ter uma agenda clara, com responsabilidades claras, todos agindo numa mesma direção. O principal player não está aqui, que é o Governo, mas é justamente para nos organizarmos que ele não está aqui. Precisamos nos organizar. Priorizar. Não podemos ter uma lista de 50 pontos. Temos que priorizar e perceber qual o locus em que estas questões estão ancoradas, onde é que vai resolver. Não é no meio ambiente. Temos que conversar com quem manda de fato, e não com ministérios que obedecem. Mauro Armelin - WWF
Parte do problema está no segmento. Falta criar compromisso do
segmento, mobilizar o segmento. Hoje não temos moral para criar. Precisamos fazer um pacto do segmento. Rubens Gomes - GTA
Tenho dúvida quanto aos objetivos. Não acho que deveria ser objetivo
principal apresentar propostas ao governo. A solução tem que ser criada nesse âmbito aqui. A gente tem que pensar qual solução esse grupo vai criar. As ONGs podem apoiar. A base, o segmento está preparado para assumir um compromisso? A ponta está preparada para instituir essa proposta? Teve encontro do setor no dia 18 de junho. Saímos da inércia. O Governo participou. Laurent Micol - ICV
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Temos agora um novo cenário. Precisamos reconstruir os mecanismos de garantia independente do governo mas também sem estar preso a uma legislação. Carlos Koury - IDESAM
O setor navegou dentro do conforto da legalidade. A legalidade deu um
conforto pra muita gente que precisava de um guarda-chuva, mas pode nos deixar acomodados, pois agora é o governo que tem que cuidar. Mas não, todos nós temos que assumir a responsabilidade, dá pra fazer muita coisa dentro de um conceito de consumo responsável. Na Soja, o mecanismo de rastreamento da origem da soja foi criado e o Governo foi informado. Falaram para o Governo que foi convidado a ajudar, a entrar com o INPI. Que entrou para ajudar. E está funcionando. Roberto Waack - AMATA
Precisamos pensar o modelo de governança: como um grupo de
multistakeholders vai funcionar? É o conselho que decide quais câmaras técnicas vão existir. A gente pode ter mais um conjunto de documentos para bater no Governo ou podemos ter uma agenda e lutar por isso. Roberto Waack - AMATA
Precisamos construir esse grande acordo. Depois definimos os temas.
Rubens Gomes - GTA
Nós temos que parar de ser limitados. Não ir só para o controle, mas propor uma política florestal. Estamos ouvindo as pessoas que estão aqui, que estão expressando a angústia da necessidade de mudança. O 2o setor vai se organizar necessariamente. É legal o 3o setor se articular junto. A FGV está apoiando esta organização. Se tivermos uma política de manejo florestal, teremos floresta nativa em pé produzindo, trazendo trabalho. Anna Fanzeres - Traffic
É necessário mobilizar parte importante do setor dos consumidores.
Começar a fazer um pacto intersetorial. Temos um período de 2 anos sem interlocução com governo por conta das eleições; só em meados de 2015 é que vai voltar a estar aberto para implementar uma política nacional. Se colocarmos todas as nossas fichas em fazer uma proposta de política pública, só em meados de 2015 ela será implementada. Participante
Quanto tempo tem para se fazer uma política pública, ela é mais a longo
prazo. Várias iniciativas de curto prazo podem ser tomadas enquanto isso. Participante
Estamos buscando novos parceiros. Porém, no Pará, Mato Grosso, não
estão sabendo do movimento. Precisaria fazer eventos nas localidades para tentar mobilizar os setores mais representativos. Juntar associações, fazer esforço mais conjunto. Usar mais a imprensa a favor, o Valor Econômico tem jornalistas bons que poderiam fazer matérias sobre o setor florestal. Participante
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Nós já estamos muito organizados, produtores certificados, do RS, Precisamos parar de falar um pouco e fazer. Participante
Não dá pra gente querer ter 100% dos players aqui. Vamos abrir frentes
para ir criando legitimidade. Participante
Precisamos sair da espiral, pensar grande e desenvolver passos emergenciais. Nunca participei antes de uma reunião assim com tantos players. Eu represento produtores na floresta. Se tivermos um impasse, devemos votar, para avançar. Discordo do objetivo de garantia de origem da madeira, pois isso cada empresa pode fazer. Tem outras formas de controle avançando, como a localização geográfica da origem da madeira. Participante
Antes as expectativas para a esta reunião eram umas, e agora todos
juntos, outras expectativas estão se colocando. Acho que precisamos aprofundar a questão dos objetivos da mesa. Esgotar os objetivos, para ter clareza e falar a mesma língua como um grupo. Leonardo Sobral - Imaflora
Cada pessoa aqui pode pensar: Eu me vejo dentro desse processo? Assim,
podemos enxergar a coisa de maneira mais sistêmica e menos espiral. Rafael Murta - CEAPG
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5. Momento final Após o intervalo, foram apresentados e debatidos encaminhamentos da Oficina para continuidade do processo e preparação para a próxima reunião.
5.1 Encaminhamentos do encontro 1. A Rede Amigos da Amazônia fará a secretaria executiva do primeiro ciclo de
reuniões da Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável. 2. Decidiu-se criar duas Frentes de Trabalho para desenvolvimento de ações
prioritárias, a serem apresentadas na próxima reunião, prevista para final de setembro. Cada frente de trabalho tem um coordenador e conta com participantes dos diversos setores. Outros participantes serão chamados para incrementar a composição das frentes de trabalho. Frente de trabalho para elaboração de um Pacto Setorial: essa frente
de trabalho irá desenvolver uma proposta de pacto para os atores dos diversos elos da cadeia da madeira.
Coordenador da frente: Dimitrios Paleologos - Fórum Nacional de
Atividades de Base Florestal. Participantes da frente:
Rafik Hussein - Sindimasp Janaína Pedral – Leo Madeira Anna Fanzeres - Traffic Xavier Andrillon - TFT Laurent Micol - ICV Ricardo Instituto Ekos Brasil David Escaquete - Imaflora Evandro Aquino - Cooperfloresta Murilo Araújo - Unifloresta George Dobre - IIBA Júlio Bachega - AMF -MT Liliam - Sinduscom Élcio - TNC
Frente de trabalho para elaboração de Propostas de Políticas
Públicas: essa frente irá elaborar um conjunto de propostas prioritárias para políticas públicas favoráveis à madeira tropical sustentável no país. Coordenador: Mauro Armelin – WWF Participantes da frente:
Rubens Gomes - GTA Ricardo Russo - WWF Edson Vidal - Esalq Anna Fanzeres - Traffic
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Hélio Oliveira - Unifloresta Rafik Hussein - Sindimasp Philippe - Esalq David Escaquete - Imaflora Carlos Koury - IDESAM
3. A Rede Amigos da Amazônia fará uma consulta a participantes da Mesa
Redonda para elaboração de uma proposta de governança. 4. Definições sobre o próximo encontro da Mesa Redonda:
Data sugerida: entre 24 e 27 de setembro em Belém. A ser confirmada posteriormente. Argumentou-se que a regionalização das reuniões seria oportuna para que mais atores possam participar.
Temas sugeridos para o próximo encontro:
Pacto Setorial Propostas para Políticas Públicas Governança
5.2. Avaliação do encontro A decisão está acertada. Definindo e construindo coletivamente em grupo. O
Consenso existe já pelo fato de estarmos reunidos nessa sala. É importante pensar quais pessoas/instituições seriam importantes de serem agregadas em cada frente de trabalho. Patinamos, é normal, mas avançamos.
Chegamos até onde deu pra chegar Ficou contente e agradece a participação de todos. Democracia se reúne
assim. Vai precisar de paciência para termos uma vitória. A idéia da mesa redonda nasceu de um evento pequeno, tentativa de juntar as
pontas do processo de produção da madeira, consumo... E aqui tem a mão de cada uma das pessoas que estavam naquele encontro. Tínhamos a expectativa de avançar hoje e ter a governança, mais a proposta elaborada para conversar com o governo, mas aqui ja é uma ampliação do grupo em relação àquele primeiro encontro. No próximo podemos ter avançado nisso, cada um de nós pode ativar sua rede. Podemos pensar nesse processo de maneira sistêmica, no Desenvolvimento econômico local. Agradece a todos, tem um olhar otimista, temos um conhecimento para ampliar essa base, podemos ter uma legitimidade para conversar com o governo federal, nós mesmos nos legitimarmos como representantes. Terem topado o desafio de estar aqui, gastar tempo, se deslocar e participar dessa construção.
Até um tempo atrás, para você ter o título da área precisava desmatar pelo
menos 50% da área. Algum tempo atrás até um cidadão com posse precária
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poderia ter um projeto de manejo florestal. Hoje só quem tem a posse legal pode ter um projeto de manejo. Hoje há 4 andares de área na Amazônia, pois a posse se confunde, há muitas formas diferentes de se comprovar a posse,... Precisamos avaliar que outros atores precisamos agregar da primeira parte da cadeia, para termos uma proposta forte. Para não chegar lá na frente e pensar que esqueceu de consultar o cara que derruba a árvore na floresta.
As frentes de trabalho precisam ser multissetoriais, isso é muito acertado.
IFT é um dos únicos centros do mundo que conseguiu sobreviver oferecendo treinamento.
Acho importante não voltarmos a discutir algo que já tinha discutido, mas de
avançar com base no que é comum. Data pro 2o encontro seria interessante definir virtualmente, proposta de regionalizar.
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6. Anexos
6.1. Lista de participantes
Nome Instituição Email Roberto Waack AMATA roberto@amata.com.br Júlio César Bachega AMF - MT j_bachega@hotmail.com Ariel Andrade ANPM anpm@anpm.org.br Claudia Costa BNDES ccosta@bndes.gov.br Carolina Reis CEAPG carolina.reis@fgv.br Felipe Rick CEAPG felipesrick@gmail.com Rafael Murta CEAPG rafael.reis@fgv.br Ricardo Bresler CEAPG ricardo.bresler@fgv.br Thais Megid CEAPG thais.megid@gmail.com Thiago Carneiro Dias Cikel thiagodias@cikel.com.br Mario Cardoso CNI mcardoso@cni.org.br Evandro Araújo de Aquino Cooperfloresta aquinoaraujo@hotmail.com Edson Vidal ESALQ edson.vidal@usp.br Gabriela Santos Ethos gabriela@ethos.com.br Ricardo Geoclock ricardo.scacchetti@geoklock.com.br Rubens Gomes GTA rubensgomes@oela.org.br Laurent Micol ICV laurent.micol@icv.org.br Carlos koury IDESAM carlosgabriel@idesam.org.br Philippe.tim@gmail.com IFAM/Esalq philippe.tim@gmail.com George Dobre IIBA george@iiba.com.br David Escaquete Imaflora david@imaflora.org Leonardo Sobral Imaflora mauricio@imaflora.org Marco Fujihara Keyassociados mfujihara@keyassociados.com.br Janaina Pedral Leo Madeiras janaina.pedral@leomadeiras.com.br Jonas Perutti Madeflona jonasperutti@uol.com.br Paulo Sergio Muçouçah OIT mucoucah@oitbrasil.org.br José Maria Archer Orsa jose.archer@grupojari.com.br Mariana Carriles Racional Engenharia mariana.carriles@racional.com Nadia Oliveira Racional Engenharia nadia.oliveira@racional.com Dimitrios Paleologos Sindimasp dimitrios@sindimasp.org.br Rafik Hussein Saab Filho Sindimasp rafik@sindimasp.org.br
Juliana Moura de Almeida Sinduscon lsarrouf@terra.com.br/ jalmeida@sindusconsp.com.br
Hugo Armelin Tégula hugo.armelin@tegula.com.br Xavier Andrillon TFT - gerente x.andrillon@tft-forests.org Helcio Souza TNC hsouza@tnc.org Anna Fanzeres Traffic anna.fanzeres@gmail.com Hélio Oliveira Unifloresta helio.oliveira@unifloresta.org.br Murilo Araujo Unifloresta muriloaraujo93@hotmail.com Mauro Armelin WWF mauro@wwf.org.br Ricardo Russo WWF ricardo@wwf.org.br Valmir Ortega valmir.ortega@gmail.com
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6.2. Expectativas dos participantes
Ter uma proposta consolidada para o Governo influenciar no Mato Grosso entender a proposta para encaminhar para os governos Saber como o final da cadeia pode contribuir (construção civil) Saber como o consumidor final pode consumir madeira legal 2008 vários pactos pela madeira legal foram assinados, mas além de ONG
e Governo, somente empresas certificadas assinaram Sair com alternativas para que empresas legais sejam viáveis Ter resultados concretos para os problemas do setor Aproveitar essa janela com obras grandes na Amazônia para aproveitar,
sentido de urgência Alinhamento, encaminhamento para o setor madeireiro Caminho que pode ser seguido para desatar o nó do setor que impede que
as pessoas invistam legalmente Sentimento de angústia, grande expectativa e força de vontade de avançar
numa agenda positiva, concreta Inserir nessa estratégia a participação das comunidades. AS comunidades
não são vistas pelos estudos, não se dá voz a essa população que faz um belíssimo trabalho e protege as florestas. Quem decide não está nessa sala, precisamos ter uma força suficiente para influenciar quem decide e garantir o manejo, que é a melhor forma de conservar a floresta
Sair com uma proposta, que tenha uma fortaleza suficiente para que possamos atrair e sentar com o Governo. Como esse setor tem muita legislação, sem o Governo não se avança muito
Como fazer com que essas propostas saiam do papel e beneficiem o setor Conseguir uma maior estruturação sustentável da cadeia Sente falta do Governo aqui, mas ficou tranquilo de que a estratégia é
envolver depois. Primeiro precisamos fazer a articulação política Como podemos ganhar mais força e voz, visibilidade para pressionar o
Governo, para fazer mudanças significativas Somar para que haja ações, proposições No coletivo podemos fazer uma boa proposta e melhorara situação Dar visibilidade para o problema do comércio da madeira ilegal Desenvolver estratégias de desenvolvimento sustentável no Xingu e
Tapajós, e pensando a responsabilidade social do setor madeireiro com as populações indígenas
Temos que ter uma boa idéia e sensibilizar o poder público para avançar. . Produtores precisam ver que funciona para aderir.
O DOF está legalizando mais de 6-% da madeira ilegal do país. O Governo é o maior consumidor de madeira ilegal, e precisa dar o exemplo.
É a primeira vez que nós todos estamos juntos fazendo essa discussão, tem esperança
Que a gente vá além de mais uma reunião, e que saiamos fora da ilusão de que a legalidade resolve o problema, ela não é o que resolve o problema.
O Governo não senta pra discutir o financiamento para a área florestal. Entender como o BNDES pode apoiar o setor
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Passar da legalidade, da lei, para a competitividade. Daqui vai sair um produto com certeza, mas temos que ir para cima. Tem inclusive técnicos do Governo querendo avançar no assunto. Nós, esse grupo eclético, estamos com a faca e o queijo na mão. Aproveitar que as ruas estão sendo ouvidas.
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6.3. Apresentações e materiais de apoio
Material de apoio – Texto Base Mesa Redonda Material de apoio – Propostas para política fiscal que incentive a indústria
de madeira nativa rastreável e certificada. Material de apoio – Propostas para alteração no sistema DOF Material de apoio - Propostas para melhorias na política de fiscalização da
cadeira da madeira oriunda de Manejo florestal rastreável Apresentação de Apoio – Proposta de modelo de arranjo multissetorial Material de apoio - Proposta de modelo de arranjo multissetorial
MESA REDONDA DA MADEIRA
TROPICAL SUSTENTÁVEL
TEXTO DE APOIO | 1º ENCONTRO | 10 DE JULHO DE 2013
Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável
2
Material de apoio à Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável
Sumário Executivo
A Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável, visa facilitar o diálogo intersetorial,
para o desenvolvimento de um modelo de arranjo organizacional multisetorial ancorado
em objetivos comuns elencados pelos diversos atores do setor florestal no Brasil, a fim de
atingir viabilidade do mercado da madeira sustentável no país, através de espaços de
negociações numa proposta conjunta e uníssona a ser debatida e apresentada ao governo
brasileiro. Para tanto, as partes interessadas devem avaliar de forma participativa os
desafios e oportunidades do sistema e os critérios referentes à sustentabilidade da cadeia
da madeira tropical da Amazônia. Promovida pela Rede Amigos da Amazônia |Fundação
Getulio Vargas, em parceria com o WWF‐Brasil e a Traffic Internacional, a Mesa Redonda
tem o apoio da Comissão Européia, Forest Legality Alliance e World Resources Institute.
O modelo de arranjo organizacional multisetorial proposto para a formalização da Mesa
Redonda busca reunir as partes interessadas em um determinado tema ou setor,
podendo ser composto por atores individuais, grupos ou organizações de interesse direto
ou indireto sobre o tema trabalhado. A partir da definição do modelo de
representatividade dos grupos, estes articulam‐se na tomada de decisões sobre
problemas ou metas comuns, por meio da facilitação de um diálogo aberto. Nesse
sentido, mais que um exercício prático, a Mesa Redonda tem como principal propósito
tornar‐se uma entidade agregadora, que facilite o diálogo deste grupo e una os atores
que influenciam o mercado de madeira tropical sustentável no Brasil. Inicialmente, a
Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável concentrará seus esforços iniciais em
quatro encontros intersetoriais e regionais, de forma a expandir sua representatividade.
Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável
3
Para subsidiar o primeiro encontro da Mesa Redonda, o presente material reflete
estudos, pesquisas e opiniões de especialistas, e apresenta os resultados do Painel
Diálogos: Mercado de Madeira Legal no Brasil, realizado pela RAA|FGV e WWF‐Brasil em
setembro de 2012, que teve como objetivo discutir os principais gargalos da cadeia de
custódia da madeira tropical e sugerir mudanças para sanar os desafios apresentados.
Reflete ainda os resultados do encontro anual do Fórum Nacional das Atividades de Base
Florestal (FNABF) realizado no dia 13 de junho de 2013, em Brasília, e que contou com
larga representação do setor florestal, incluindo governo, indústria e sociedade civil.
Este material resume alguns dos principais apontamentos levantados pelo Painel e pelo
estudo do FNABF, já trazendo oportunidades e sugestões de mudanças para se solucionar
os desafios apresentados.
Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável
4
A madeira e a sua origem
A madeira originária da floresta tropical pode ser extraída legalmente por meio do
desmate autorizado por órgão ambiental estadual ou federal ou por meio da aprovação
de Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) com técnicas de exploração planejadas
e controladas.
Além da retirada legal, há a exploração ilegal, realizada sem autorização do poder público
e feita, via de regra, de maneira predatória, gerando degradação. No cenário atual,
estima‐se que, em média, 33% da produção madeireira amazônica é de origem ilegal
(Imazon, 2010).
Opta‐se pelo termo “madeira tropical sustentável” como referência para todo este
documento, dado que o produto pode ser obtido a partir de origens diversas e pretende‐
se destacar aqueles provenientes de áreas nativas e que obedeçam a um conjunto de
princípios de sustentabilidade em toda sua cadeia. O termo “madeira tropical
sustentável” agrega diferentes princípios: madeira tropical refere‐se a madeira
proveniente das florestas nativas do Brasil e não de espécies exóticas ao bioma brasileiro.
Considera‐se o termo sustentável como aquele que abarca a conformidade legal, critérios
ambientais, sociais e econômicos da cadeia produtiva e de comercialização. A tabela a
seguir descreve, sucintamente, características da madeira de acordo com sua origem,
formas de exploração e comercialização.
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Definição
Madeira Ilegal
Extração sem nenhum critério ambiental ou social;
Vinculada à corrupção e sonegação de impostos;
Promove degradação florestal não planejada.
Madeira legal
Extração aprovada por plano de manejo ou
desmatamento autorizado;
Atendimento, no mínimo, de critérios sociais (leis
trabalhistas), de transporte (DOF, Sisflora) e
tributárias.
Em relação à forma de exploração
Madeira Sustentável
Extração legal, obtida por meio de plano manejo
florestal sustentável, atendendo a critérios
ambientais (leis ambientais e tratados), sociais (leis
trabalhistas), de transporte (DOF, Sisflora) e
tributárias. Pode também incluir o monitoramento
contínuo da cadeia de produção e rastreabilidade
do produto.
Madeira tropical
Madeira originária de florestas nativas brasileiras
ou plantios de árvores de espécies nativas.
Em relação à origem
Madeira Exótica
Madeira originária de espécies não nativas
adaptadas ao clima brasileiro.
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6
Gargalos e desafios na legalidade da madeira
Diversos estudos apontam que, para se endereçar a ilegalidade da madeira, é preciso
enfrentar diversos desafios simultaneamente. A exploração ilegal da madeira se relaciona
sistematicamente a outros desafios ligados à floresta amazônica, como a conservação do
bioma, o uso responsável dos recursos naturais, a geração de riqueza para a população da
floresta e o desenvolvimento territorial. Associada à ilegalidade da madeira estão
dificuldades relacionadas ao comando e controle, que tornam mais relevante a atenção à
cadeia de custódia da madeira nativa amazônica e à baixa capacidade institucional dos
órgãos responsáveis por implementar tais políticas públicas.
Outro grande gargalo, segundo algumas organizações, é a falta de informações
disponíveis e de transparência no setor, um elemento fundamental na definição da
legalidade, e a implementação efetiva de políticas públicas que fomentem o mercado
legal.
Somado aos problemas da implementação e viabilidade das políticas públicas que tangem
o setor, destaca‐se a falta de coordenação entre as demandas de organizações diversas e
classes produtivas dos operadores da cadeia madeireira. Nesse sentido, a melhoria da
viabilidade da cadeia de custódia da madeira tropical é objetivo central da Mesa Redonda
da Madeira Tropical Sustentável.
Propõe‐se a adoção de um modelo de arranjo organizacional multisetorial como
estrutura para se encaminhar e solucionar os problemas de diálogos setoriais, para que,
coordenado, o setor consiga encaminhar as propostas de soluções dos problemas
relacionados as políticas que o influencia.
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7
Propostas gerais para governança florestal – fortalecimento institucional
Entende‐se a falta de coesão na governança das políticas públicas de florestas nativas,
estando estas sujeitas a burocracia excessiva, corrupção e fraudes no licenciamento para
madeireiras, reflexo de irregularidades nos planos de manejo aprovados, falta de pessoal,
falta de estrutura e falta de capacitação para fiscalização. A iniciativa privada, por sua vez,
carece de tecnologia, mão‐de‐obra especializada e infraestrutura adequada para o
manejo florestal sustentável, agravados por fragilidades e falta de integração dos
sistemas de controle públicos.
Cria‐se, assim, um cenário de governança pública precária do setor florestal, dado que o
atual sistema de políticas públicas não é capaz de mitigar os problemas apontados. Como
exemplo, a Lei 11.284/2006 transfere a gestão florestal para os estados, que ainda hoje
não estão totalmente preparados para as novas funções, criando um cenário de órgãos
ambientais de estados e municípios com baixa capacidade institucional e deficiências
estruturais.
Mediante tais problemas, identifica‐se a necessidade de melhorar a governança pública
das florestas nativas, dado que a crescente demanda pela madeira requer a ampliação do
acesso a fontes legais com planejamento monitorado, o que, por sua vez, requer ações
integradas entre os órgãos dos governos federal e estaduais. Entende‐se ainda que uma
melhor operacionalidade da governança florestal, criada por meio de uma política
coordenada e transversal entre os ministérios e de incentivos econômicos ao setor, pode
reduzir custos de transação e tempo dos processos e atrair novos empreendimentos
florestais para operar as áreas de concessão, somado ao aperfeiçoamento e novos
instrumentos de gestão no Ministério do Meio Ambiente e demais ministérios (i.e.,
MAPA, MDIC, MJ, MTE) e instituições pertinentes (MPF, MPEs, etc.).
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Antecedentes para a Mesa Redonda
Painel Diálogos: mercado da madeira legal no Brasil
Em setembro de 2012, o painel fomentou discussões entre atores relevantes da cadeia de
custódia da madeira amazônica, promovido pela Rede Amigos da Amazônia e WWF‐Brasil
enquanto mediadores externos do setor. Ele buscou promover o diálogo entre
operadores da produção e consumidores da cadeia de custódia, tendo identificado a
região de São Paulo como ponto chave, principalmente pelo fato dela sediar a maior
parte das empresas que consomem madeira. Segundo o relatório “Acertando o Alvo I”,
17% da madeira tropical da Amazônia é consumida no Estado de São Paulo.
As discussões realizadas durante o Painel apontam para três principais gargalos
enfrentados pelo setor em relação às perspectivas de prospecção do mercado interno,
principalmente relacionado ao combate à ilegalidade e incentivos comerciais:
• Política tributária e fiscal
• Melhorias nos sistemas de controle eletrônico da madeira (Ex:DOF)
• Fiscalização
Como resultado do Painel, três documentos foram elaborados sistematizando os
principais gargalos para aquela amostra de operadores da cadeia, bem como propostas
efetivas de solução dos mesmos.
Encontro Anual do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNABF)
Realizado em Brasília no dia 18 de junho de 2013, o encontro anual do Fórum foi
fundamental para o setor florestal nacional reforçar sua proposta para o fortalecimento
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9
de uma economia florestal sustentável para o país. Em conjunto com a Associação
Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), foi lançado um
Estudo Setorial para 2013, um anuário que levantará indicadores de produção e consumo
de madeira no Brasil, assim como comércio nacional e exterior por produto e balança
comercial. Serão levantados ainda dados sócio econômicos, como geração de emprego e
renda, capacidade instalada e o universo de empresas em atuação no setor florestal. O
anuário será produzido até o final de setembro pela STCP Engenharia de Projetos, que
fornecerá também perspectivas de mercado para 2014.
Resultados a serem facilitados com o estabelecimento de uma Mesa Redonda da Madeira
Tropical Sustentável:
1. Propostas para a adoção de incentivos fiscais e tributários para uma indústria da
madeira rastreável e sustentável;
Acometido pela tributação excessiva, sobretudo na venda, a alta tributação ao setor
madeireiro faz com que a madeira ilegal seja economicamente mais atraente,
desestimulando a legalidade e o crescimento do setor e, em consequência, os resultados
da própria política fiscal. Além disso, aponta‐se como consequência da alta tributação a
preferência pela abertura de pequenas empresas, que implicam menos impostos, em
detrimento de empresas de maior porte que podem favorecer o desenvolvimento em
maior escala.
Somado a este cenário, identificou‐se a preferência por produtos substitutos, como aço
ou cimento, que mesmo com processos produtivos altamente insustentáveis, possuem
isenções fiscais mais atrativas.
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Neste sentido propõe‐se:
• Diminuir a carga tributária para que empresas idôneas possam entrar no
mercado e sobreviver;
• Criar um diferencial significativo para a madeira comprovadamente oriunda de
manejo sustentável para incentivar o crescimento desta indústria.
Com estas medidas, espera‐se alcançar a vantagem para o uso da madeira, de origem
sustentável ou certificada. De forma mais específica, espera‐se:
• Reforma da política tributária referente a madeira sustentável, de forma a
incentivar a formalização da cadeia produtiva;
• Manutenção da arrecadação por meio da formalização de vários produtores
hoje informais ou fazendo o uso de várias empresas optantes pelo Simples
Nacional;
• Elaboração de um sistema de cadastro tributário vinculado ao cadastro de
créditos para exploração e comercialização de madeira, evitando a ocorrência
de sonegação fiscal e rotatividade na abertura e fechamento de empresas sem
o cumprimento das obrigações legais pertinentes.
2. Propostas de melhorias nos sistemas de controle eletrônico da madeira
As discussões ocorridas no painel também trataram do Sistema DOF – Documento de
Origem Florestal, um sistema eletrônico controlado pelo IBAMA, que corresponde a uma
licença obrigatória para o controle do transporte e armazenamento de produtos e
subprodutos florestais de origem nativa.
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11
Entretanto, a proposta a ser desenvolvida pela Mesa Redonda deverá abranger os demais
sistemas de controle existentes no país. Esses sistemas, como o DOF e o Sisflora, por
exemplo, deveriam viabilizar a rastreabilidade da madeira desde sua origem, por toda a
sua cadeia de custódia.
As dificuldades começam com a burocracia de aprovação de planos de manejo florestal
pelos órgãos licenciadores, problemas de identificação das espécies, problemas de
cadastramento e homologação de pátios, e grande quantidade de empresas com
pendências no Cadastro Técnico Federal, o que inviabiliza a operação regular no sistema
DOF.
O sistema DOF, apesar de representar evidente avanço no controle dos produtos e
subprodutos florestais de origem nativa, apresenta fragilidades que permitem que grande
quantidade de madeira de origem ilegal seja comercializada por meio do
“esquentamento” da madeira, procedimentos irregulares no gerenciamento do sistema
DOF que permitem a comercialização de madeira com falsa legalidade. Esta situação é
amplamente divulgada como gargalo por meios de comunicação e reconhecida por
diversas autoridades.
Dentre os fatores que favorecem o esquentamento de madeira, aponta‐se a falta de
confiabilidade nas informações na origem, dado que não há corpo técnico suficiente para
exercer controle, falta de integração entre os sistemas estaduais operantes (DOF, Sisflora,
entre outros) e falta de integração com os dados da receita federal. Há ainda a
possibilidade de ofertas fraudulentas de créditos de madeira permitido pelo sistema, nas
quais a venda é aprovada para, muitas vezes empresas fantasmas ou irregulares.
Outro problema é o destino, uso e a forma de cálculo do índice de conversão de 45% de
madeira em tora para serrado determinado pelo sistema. Dado que o rendimento difere
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para cada espécie e especificação de produto, muitas sobras de conversão no sistema
DOF são usadas como possibilidades para entrada (esquentamento) de madeira ilegal
extraída sem autorização legal.
Neste contexto, propõe‐se:
• Transparência das informações dos planos de manejo aprovados pelo órgãos
licenciadores, que devem ser disponibilizadas em base de dados unificada,
transparente, única e centralizada. É essencial que as coordenadas geográficas
sejam apresentadas, assim como a área total, o responsável técnico com CREA,
o responsável pela aprovação do plano, bem como se houve fiscalização no
local;
• Melhoria dos sistemas de informação, que passem a ser unificados e tenham
as informações auditadas;
• Inserção de filtros lógicos que dificultem a inserção de dados inconsistentes;
• Manter o cadastramento de pátios das pessoas físicas e jurídicas e eliminar a
necessidade de homologação no CTF/IBAMA;
• Eliminar a taxa de conversão fixa e introduzir sistema de relatório de
rendimentos (declaratório), bem como criar base de dados por espécie e
especificação;
• Criar mecanismo de regularização das empresas com pendências junto ao CTF.
3. Propostas para melhorias na política de compras públicas da madeira oriunda de
manejo florestal sustentável
Apesar dos avanços ocorridos com a implementação do sistema DOF, este ainda
apresenta fragilidades. A falta de uma estrutura eficiente e inteligente na fiscalização
contribui para que grande parte da madeira comercializada no Brasil seja de origem ilegal.
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13
Esses gargalos são complexos e requerem um envolvimento conjunto e organizado da
sociedade civil, do setor privado e do Governo, para propiciar um ambiente favorável,
com espaços de negociações e ações integradas de forma a se criar uma Política Florestal
no Brasil.
A fiscalização governamental, em todas as esferas, apresenta imensos desafios,
principalmente devido à falta de ações integradas nas diversas instâncias governamentais
e, por outro lado, a sobreposição de funções e responsabilidades. Além desses fatores, há
um baixo investimento para suas ações, déficit de recursos humanos para executar as
ações de responsabilidade do Governo, um alto grau de informalidade entre os atores
envolvidos e tecnologia incipiente e não amplamente acessível aos sistemas eletrônicos
de fiscalização.
Os espaços de denúncia para a sociedade civil relatar a comercialização de madeira ilegal,
por sua vez, não são estruturados e promovidos.
Neste sentido, propõe‐se:
• Que a Caixa Econômica Federal exija do consumidor final (pessoa física e
jurídica), nota fiscal em conjunto com o DOF referentes à madeira nativa
utilizada na construção das obras de habitação, financiadas pela Secretária de
Obras e Habitação, como requisito para a liberação de fases de financiamento;
• Exigência, por parte das prefeituras, da apresentação do DOF para a liberação
do Habite‐se aos empreendimentos de pessoa física e pessoa jurídica;
• Exigência que os entes federativos utilizem o cadastramento no CTF em suas
compras públicas diretas e indiretas, a exemplo do Cadmadeira (Cadastro de
Comerciantes de Madeira do Estado de São Paulo);
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14
• Desenvolvimento de tecnologias offline replicáveis, de baixo custo e eficazes
para identificação eletrônica das espécies de madeira;
• Capacitação de órgãos especializados para auxiliar as operações de fiscalização
pela polícia ambiental e também nas estradas, potencializando as ações
realizadas pelo governo;
• Co‐responsabilização das autoridades de fiscalização estaduais (fisco e
rodoviário) para a checagem de DOF e notas fiscais;
• Envolvimento dos municípios ‐ desenvolvimento de modelos de convênios nos
quais o município disponibiliza fiscais para a realização de vistorias em
depósitos e pátios de madeira, em parceria com a Polícia Ambiental e
secretarias do meio ambiente. Esses módulos devem ser pensados e
articulados entre as secretarias estaduais e municipais e Ibama;
• Criação de um único canal de denúncia que integre os já existentes, garantindo
a publicidade, transparência e feedback da apuração;
• Promoção de campanha de divulgação dos riscos do uso da madeira ilegal e
dos mecanismos de verificação da legalidade;
• Campanha de vendas de produtos de base florestal, incentivando o
consumidor a optar pela sustentabilidade ambiental.
Considerações Finais
As entidades de classe do setor florestal brasileiro representam cerca de 4% do Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil, 7% das suas exportações e dois milhões de empregos
diretos. No entanto, o setor carece de uma agenda política articulada para o tema das
Florestas Nativas, proporcional a sua importância econômica e social.
A necessidade da reconstrução do cenário florestal abarca questões que envolvem tanto
o aspecto mercadológico quanto o aspecto ambiental. Compreende‐se, cada vez mais,
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15
que o quadro de ilegalidade da madeira tropical impacta fortemente o mercado de
madeira legal, além de trazer danos irreparáveis ao meio ambiente que, no médio e até
curto prazo, resultariam na escassez da madeira.
A questão do desmatamento vem sendo motivo de atenção e debates em âmbito
nacional e internacional na última década. A queda dos níveis de desmatamento, nesse
período, se deve, em parte, a um esforço de pressão e atuação conjunta de entidades da
sociedade civil e do governo por meio do aperfeiçoamento dos instrumentos de comando
e controle (fiscalização) adotados na Amazônia.
Apesar do reconhecimento da importância da Amazônia pela biodiversidade e o clima,
hoje, dá‐se um passo além, associando a conservação com a questão econômica e, nessa
direção, a viabilização efetiva do manejo florestal sustentável será a melhor forma de
evitar a invasão de áreas e por extensão o desmatamento e a extração ilegal de madeira
amazônica. O uso múltiplo da floresta, com critérios sustentáveis, é o caminho a ser
percorrido, por meio de arranjos institucionais que operem de forma organizada e
coordenada, para balizar o desenvolvimento econômico da região com a conservação do
bioma.
Em essência, com aproximadamente 24 milhões de habitantes, a Amazônia brasileira
poderá ser conservada se for trazida, para dentro da equação do desenvolvimento social
e econômico, a preocupação com o uso responsável da madeira tanto na própria região
amazônica quanto nos grandes centros de consumo do país.
Durante a última década, diversos atores entre organizações e empresas de base
florestal, organizações não governamentais, entidades de pesquisa e diversos órgãos do
governo vem, paulatinamente, unindo esforços, aprofundando o conhecimento e
buscando levantar as prioridades para a Amazônia brasileira.
Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável
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Recentemente, o surgimento de algumas políticas internacionais trouxe as exportações à
pauta de debate da rastreabilidade da madeira nativa brasileira. Leis como Lacey Act, dos
Estados Unidos e o Regulamento da União Europeia para madeira – EUTR/FLEGT tem
buscado enrijecer os critérios de importação da madeira tropical, visando assegurar o
combate à origem ilegal e promover a rastreabilidade desse produto no mercado
internacional.
No ambiente nacional, alguns avanços tem ocorrido no âmbito das compras públicas
sustentáveis, com a edição de normativas federal e estaduais elencando critérios
socioambientais para as compras governamentais. Nesse sentido, alguns trabalhos tem
sido feitos visando capacitar servidores e governos subnacionais na aquisição de madeira
nativa de origem legal nas compras diretas (mobiliário) e nas compras indiretas dos
governos (realização de obras e serviços de engenharia).
As concessões florestais, previstas na Lei 11.284/06, são grandes oportunidades de se
aumentar a oferta de madeira manejada sustentável e requerem maior celeridade nos
processo de licitação, instrumentos econômicos que diferenciem o produto da madeira
no mercado e destinação das áreas de florestas públicas não afetadas como florestas de
produção .
Para se atingir as mudanças necessárias, a interlocução multisetorial tem sido estratégica.
Algumas iniciativas já sinalizam alguns resultados, como o Encontro Anual do Fórum
Nacional das Atividades de Base Florestal, do qual participaram não só indústrias de
movelaria, madeireiros e afins, mas também o terceiro setor e representantes de
ministérios do governo federal como o da Indústria e Comércio (MDIC) e Meio Ambiente
(MMA).
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A Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável visa promover um modelo de arranjo
organizacional multisetorial para o setor florestal brasileiro, que será um espaço de
encontros e sinergias no qual a construção de pautas e demandas comuns é o primeiro
passo para a coesão do grupo. O processo terá como intuito promover, também, espaços
de negociação com o setor público, para que se aprimorem as políticas públicas e seja
viabilizado um mercado mais sólido para a madeira tropical sustentável.
Sugere‐se para aprofundamento no tema, as seguintes leituras :
Relatório “Acertando o alvo” – Imaflora
“Madeira de Ponta a Ponta” – RAA
Referências
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consumo.São Paulo, FGV, RAE, 2011.
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GURUMURTHY, Anita. IT for Change.
http://www.itforchange.net/sites/default/files/ITfC/WSIS%20+%2010%20closing%20stat
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LENTINI, Marco; GOMES, Partícia; SOBRAL, Leonardo. Acertando o alvo 3. Piracicaba, SP:
Imaflora, 2012.
PEREIRA, Denys; SANTOS, Daniel; VEDOVETO, Mariana; GUIMARÃES, Jayne; VERÍSSIMO,
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SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE. CADMADEIRA ‐ Cadastro de Comerciantes
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Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável
18
http://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam2/Default.aspx?idpagina=1317 acesso em 20
de abril de 2013.
VALOR ECONÔMICO. Dilma assina decreto para estimular compra governamental
'sustentável', em 05 de junho de 2012. Disponível em:
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governamental‐sustentavel#ixzz2DFTSgP6V acesso em 10 de abril de 2013.
VILLELA, M et al. Poder Público e Consumo de Madeira: desafios e alternativas para a
gestão responsável da madeira amazônica. São Paulo, FGV, RAE, 2011.
PROPOSTAS'PARA'MELHORAS'NA'POLÍTICA'DE'FISCALIZAÇÃO'NA'CADEIA'DA'MADEIRA'ORIUNDA'DE'MANEJO'FLORESTAL'RASTREAVEL'
'CONTEXTO'''Existem(diversos(gargalos(na(questão(da( fiscalização(e(da( rastreabilidade(da(madeira(nativa(no(Brasil.(Apesar(dos(avanços(ocorridos(com(a(implementação(do(sistema(DOF,(este(ainda(apresenta(fragilidades(e(a(falta(de(uma(estrutura(eficiente(e(inteligente(na(fiscalização(contribui(para(que(grande(parte(da(madeira(comercializada(no(Brasil(seja(de(origem(ilegal.((Esses(gargalos(são(complexos(e(requerem(um(envolvimento(conjunto(e( organizado( da( sociedade( civil,( do( setor( privado( e( do( Governo,( para( propiciar( um(ambiente(favorável,(com(espaços(de(governança(e(ações(integradas(de(forma(a(se(criar((uma(Política(Florestal(no(Brasil.(((Este( documento( tem( como( principal( objetivo( apresentar( propostas( que( contribuam(para( a( criação( de( iniciativas( de(melhorias( dos( sistemas( de( fiscalização( na( cadeia( de(custódia(da(madeira,(corresponsabilizando(as(empresas(do(setor,(governo((e(entidades(da(sociedade(civil(no(processo,(a(fim(de(tornáIlo(transparente(até(o(consumidor(final.(((I.'Corresponsabilidade'na'cadeia'de'custódia'da'madeira'(1)(FRAGILIDADE(A( fiscalização( governamental,( em( todas( as( esferas,( apresenta( imensos( desafios,(principalmente( devido( à( falta( de( ações( integradas( nas( diversas( instâncias(governamentais(para(compromissos(mais(eficazes.(Além(desses( fatores,(há(um(baixo(investimento(financeiro(para(suas(ações,(déficit(de(recursos(humanos(para(executar(as(ações(de(responsabilidade(do(Governo,(um(alto(grau(de(informalidade(entre(os(atores(envolvidos( e( tecnologia( incipiente( e( não( amplamente( acessível( aos( sistemas(eletrônicos(de(fiscalização.(((PROPOSTAS:(((i)(PropõeIse(que(a(Caixa(Econômica(Federal(exija,(do(consumidor(final((pessoa(física),(nota( fiscal( e( DOF( referentes( à(madeira( nativa( utilizada( na( construção( das( obras( de(habitação,( financiadas( pelo( Secretária( de( Obras( e( Habitação,( como( requisito( para( a(liberação(de(fases(de(financiamento.((((ii)(Exigência,(por(parte(das(prefeituras,(da(apresentação(do(DOF(para(a( liberação(do(HabiteIse(aos(empreendimentos((de(pessoa(física(e(pessoa(jurídica.((((iii)( Exigência( que( os( entes( federativos( utilizem( o( cadastramento( no( CTF( em( suas(compras( públicas( diretas( e( indiretas,( a( exemplo( do( Cadmadeira( (Cadastro( de(Comerciantes(de(Madeira(do(Estado(de(São(Paulo).(((iv)(Desenvolvimento(de(tecnologias(offline(replicáveis,(de(baixo(custo(e(eficazes(para(identificação(eletrônica(das(espécies(de(madeira(.(((
(v)(Capacitação(de(órgãos(especializados(para(auxiliarem(as(operações(de(fiscalização(pela( polícia( ambiental( e( também( nas( estradas,( potencializando( as( ações( realizadas(pelo(governo.(((vi)(Corresponsabilização(das(autoridades(de(fiscalização(estaduais((fisco(e(rodoviário)(para(a(checagem(de(DOF(e(notas(fiscais.((((vii)( Envolvimento( dos(municípios( I( desenvolvimento( de(modelos( de( convênios( nos(quais( o(município( disponibiliza( fiscais( para( a( realização( de( vistorias( em( depósitos( e(pátios( de( madeira,( em( parceria( com( a( Polícia( Ambiental( e( Secretarias( do( Meio(Ambiente.( ( Esses( módulos( devem( ser( pensados( e( articulados( entre( as( Secretarias(Estaduais,(Municipais(e(IBAMA.((((II.'Envolvimento'da'sociedade'civil''FRAGILIDADES((Os( espaços( de( denúncia( para( a( ( sociedade( civil,( nos( quais( seja( possível( relatar( a(comercialização(de(madeira(ilegal,(não(são(estruturados(e(promovidos.(((PROPOSTAS:(((i)(Criação(de(um(único(canal(de(denúncia(que( integre(os( já(existentes,(garantindo( (a(publicidade,(transparência(e(feedback(da(apuração.(((ii)( Promoção(de( campanha(de(divulgação(dos( riscos(do(uso(da(madeira( ilegal( e(dos(mecanismos(de(verificação(da(legalidade.(((
PROPOSTAS'PARA'POLÍTICA'FISCAL'QUE'INCENTIVE'A'INDÚSTRIA'DE'MADEIRA'NATIVA'RASTREAVEL'E'CERTIFICADA'!
1.'Contexto''
Este! documento! visa! contribuir! com! melhorias! na! política! fiscal,! indicando! fragilidades! e!apresentando! propostas! efetivas! para! diminuir! a! carga! tributária! e! criar! um! diferencial!significativo!para!a!madeira!comprovadamente!oriunda!de!manejo!sustentável!para!incentivar!o! crescimento! desta! indústria.! Desta! forma,! almeja=se! que! empresas! do! setor! de! madeira!nativa!rastreável!!possam!entrar!!e!sobreviver!no!mercado!.!!
I.'Alta'tributação'no'setor''e'em'produtos'de'origem'da'madeira'nativa'
FRAGILIDADE:!!
O!setor!é!altamente!tributado!e!a! !alta!tributação!do!setor!faz!com!que!a!madeira! ilegal!seja!economicamente!mais!atraente,!desestimulando!o!crescimento!do!setor.!Outra!conseqüência!da!alta!tributação!do!setor!é!a!preferência!pela!abertura!de!pequenas!empresas,!que!implicam!menos! impostos,! em! detrimento! de! empresas! de! maior! porte! que! podem! favorecer! o!desenvolvimento!em!maior!escala.!
i.#Embasamento#para#subsidiar#a#proposta#de#redução#da#tributação#do#setor:##
A!fim!de!entender!o!cenário!com!o!qual!trabalhamos,!inicialmente!foi!realizado!uma!pesquisa!com! o! objetivo! de! avaliar! o! nível! de! tributação! da! madeira! nativa! no! Brasil! nos! principais!Estados!produtores!e!consumidores,!para:!
1. Identificar! se! de! fato! a! carga! tributária! é! um! dos! motivos! do! elevado! grau! de!informalidade!no!setor;!
2. Identificar!se,!de!fato!este!seria!um!mecanismo!de!incentivo!ao!consumo!de!madeira!de!origem!legal!e!proveniente!de!manejo!sustentável.!
Foram!analisados!os!seguintes!tributos:!!
IPI' (Federal);' PIS' /' COFINS' (Federal);' e' ICMS' (Estadual),'para!15!produtos!de!origem!nativa!segundo! a! Nomenclatura! Comum!do!Mercosul! (NCMs)! analisados:! Virola,! Cedro,! Ypê,! entre!outros!(lista!completa!no!ANEXO!1).'O!ICMS,!por!ser!de!determinação!de!cada!Estado,!traz!um!cenário!mais!abrangente.!Portanto!focou=se,!inicialmente!nos!4!principais!Estados!Produtores!(PA,'MT,'AC'e'RO)!e!nos!3!Principais!Estados!Consumidores!(SP,'RJ'e'MG).'
Dentre!os!resultados!para!impostos!federais,!tem=se:!
● PIS'/'COFINS'=!9,25%!em!todas!as!vendas;'● IPI:!0%!em!madeira!serrada!(10%!para!tacos!e!forros).'
!
O!ICMS,!por!ser!imposto!estadual,!tem!um!comportamento!variável,!com!alíquotas!diferentes!para!ações!internas!ao!estado,!ou!entre!estados!diferentes.!Os!Estados!produtores!trabalham!com! uma! alíquota! interestadual! da! ordem! de! 12%,! enquanto! estados! consumidores! pagam!uma!alíquota! interna!da!ordem!de!18%' (dados!podem!ser!observados!no!ANEXO!2).'O!peso!
dessas!alíquotas!é!mais!evidente!quando!comparado!com! indústrias!de!produtos!substitutos!(dados! podem! ser! observados! no!ANEXO!3),! que! apresentam! taxas!muito!menores,! quando!não!nulas.'
Dessa!forma,!atualmente!a!empresa!que!trabalha!com!madeira!legal,!por!exemplo,!respeita!o!pagamento!de! ICMS!de!18%,!no!Estado!de!São!Paulo,!enquanto!produtos!da!construção!civil!pagam!12%!e!de!aquecimento!solar!0%.!!
Estes!dados!sobre!tributação!de!produtores!e!consumidores!podem!ser!confrontados!com!os!dados!de!arrecadação!disponibilizados!pela!Coordenadoria!da!Administração!Tributária!CAT!da!SEFAZ/SP,! que! demonstram! o! volume! de! produtos! de! origem! florestal! (madeira)!transacionados! no! estado! de! São! Paulo! (dados! podem! ser! observados! nos! ANEXOS! 4! a! 9).!Segundo!os!dados,!é!possível!inferir!que!a!redução!dos!impostos!aqui!proposta!não!afetará!a!arrecadação,!podendo!inclusive!aumentá=la,!dado!o!incentivo!para!formalização!daqueles!que!atuam!ilegalmente.!
ii.'PROPOSTA''
Mediante!esse!cenário,!trazemos!como!propostas:!
• Diminuir!a!carga!tributária!para!que!empresas!idôneas!possam!entrar!no!mercado!e!sobreviver;!
• Criar! um! diferencial! significativo! para! a! madeira! comprovadamente! oriunda! de!manejo!sustentável!para!incentivar!o!crescimento!desta!indústria.!
Para!tanto!serão!necessárias!as!seguintes!intervenções!na!política!fiscal!para!o!setor:!
Figura'1'T'Proposta'executiva'
Imposto! Situação'Atual!Proposta'T'Madeira'Rastreável''
(Sistema'DOF)'!
Proposta'T'Manejo'Certificado!
PIS/COFINS! 9,25%! 3,65%!(regime!não!cumulativo)!0%!idem!exportação!de!
madeira!
IPI! 0%,!5%!e!10%*! 0%!(para!qualquer!uso)!0%!idem!material!de!
construção!
ICMS!Produtores!
12%! 7%! 0%!idem!aquecimento!solar!
ICMS!Consumidores!
18%!
TOTAL! 21,25'a'37,25%! 10,25%! 0%!
*IPI!–!depende!do!grau!de!industrialização!do!produto!(tacos,!forros,!pisos,!decks!etc).!
Estas!mudanças!poderão!ser!alcançadas!pelos!seguintes!mecanismos:!
• Redução!das!alíquotas!de!ICMS!por!meio!de!acordo!geral!no!CONFAZ!(7%!de!todas!as!operações);!
• Criação!de!um!mecanismo!de!crédito'presumido'de!100%!do!ICMS!apurado!(ICMS'efetivo'='zero)!perante!6!condições:!
1. !Espécies!Nativas!Tropicais;!
2. !Oriunda!de!Manejo'Sustentável;!
3. !Com!rastreamento'comprovado;!
4. !Itens!1!a!3!auditados'por'organismos'creditados;!
5. !Organismo!Certificador!trocado'a'cada'2'anos!
6. Não'tomada'de'qualquer'crédito'de'ICMS'(como!por!exemplo,!insumos).!
Com! estas! medidas,! espera=se! alcançar! a! vantagem! de! uso! da! madeira! nativa! legal! e!certificada.!De!forma!mais!específica,!espera=se:!!
• Incentivo!à!formalização!de!cadeia!produtiva;!• Manutenção!da!arrecadação!por!meio!da!formalização!de!vários!produtores!hoje!
informais!ou!fazendo!o!uso!de!várias!empresas!optantes!pelo!Simples!Nacional;!• Fortalecimento!de!uma!Indústria!de!Madeira!oriunda!de!Manejo!Certificado.!
'
'
'
'
'
'
Unknown� 15/10/12 11:28Formatted: Bullets and Numbering
'
'
'
ANEXOS'
'
ANEXO'1'–'NCMs'analisados'
NCM! DESCRIÇÃO!ALÍQUOTA!IPI!(%)!
44.07! Madeira!serrada!ou!fendida!longitudinalmente,!cortada!transversalmente!ou!desenrolada,!mesmo!aplainada,!polida!ou!unida!pelas!extremidades,!de!espessura!superior!a!6mm.! !!
4407.22.00! ==Virola,!Imbuia!e!Balsa! 0!
4407.29.10! De!cedro! 0!
4407.29.20! De!ipê! 0!
4407.29.30! De!pau=marfim! 0!
4407.29.40! De!louro! 0!
4407.29.90! Outras! 0!
4407.94.00! ==De!cerejeira!(Prunus!spp.)! 0!
4407.95.00! ==De!freixo!(Fraxinus!spp.)! 0!
4407.99.20! De!peroba!(Paratecoma!peroba)! 0!
4407.99.30! De!guaiuvira!(Patagonula!americana)! 0!
4407.99.40! De!cabreúva!Parda!(Myrocarpus!spp.)! 0!
4407.99.60! De!amendoim!(Pterogyne!nitens)! 0!
4407.99.70! De!angico!preto!(Piptadenia!macrocarpa)! 0!
4407.99.90! Outras! 0!
44.09! Madeira!(incluídos!os!tacos!e!frisos!de!parquê,!não!montados)!perfilada!(com!espigas,!ranhuras,!filetes,!entalhes,!chanfrada,!com!juntas!em!V,!com!cercadura,!boleada!ou!semelhantes)!ao!longo!de!uma!ou!mais!bordas,!faces!ou!extremidades,!mesmo!aplainada,!polida!ou!unida!pelas!extremidades.! !!
4409.29.00! ==Outras! 10!
'
ANEXO'2'–'ICMS,'Cenário'Condensado'
ESTADO! ALÍQUOTA!ICMS! ALÍQUOTA'ICMS! ESTADO! !
PRODUTOR! INTERNA!(CF!E!COM)!INTERESTADUAL'(COMERC)! DESTINO! !
PARÁ! 17%! 12%! SP;!RJ;!MG! !
MATO!GROSSO! 17%! 12%! SP;!RJ;!MG! !
ACRE! 17%! 12%! SP;!RJ;!MG! !
RONDÔNIA! 17%! 12%! SP;!RJ;!MG! !
!! !!(maior'parte'das'operações)! !! !
CF!=!Consumidor!Final!(inclui!Construtoras)!COM!=!Comerciante!de!Revenda! ! !
! ! ! ! !
ESTADO! ALÍQUOTA'ICMS! ALÍQUOTA!ICMS! ALÍQUOTA!ICMS! ESTADO!
COMERCIALIZAÇÃO! INTERNA'(CF'E'COM)!INTERESTADUAL!(COMERC)!
INTERESTADUAL!CONS.FINAL! DESTINO!
SÃO!PAULO! 18%! 12%! 18%!SP;!RJ*;!MG;!PR!
RIO!DE!JANEIRO! 19%! 12%! 19%! SP;!RJ;!MG;!PR!
MINAS!GERAIS! 18%! 12%! 18%!SP;!RJ*;!MG;!PR!
!!(maior'parte'das'
!! !! !!
operações)!
CF!=!Consumidor!Final!(inclui!Construtoras)!COM!=!Comerciante!de!Revenda! ! !
Observação:!!Quando!houver!venda!para!consumidor!final!com!destino!ao!Estado!do!RJ,!o!consumidor!Final!deverá!recolher!1%!ICMS!ref.!
!FECP=Fundo!Estadual!Combate!a!Pobreza.! ! !
'
ANEXO'3'T'Comparação'com'outras'indústrias'afins'
Imposto! Madeira'Nativa! Outras'Indústrias!
PIS/COFINS! 9,25%!
0%!exportação!de!madeira!
3,65%!indústrias!de!extração!
IPI! 0%,!5%!e!10%*! 0%!Materiais!de!Construção!
ICMS!Produtores! 12%!
Telhas!Cerâmicas!7%!(RS,!SC,!PR,!SP*)!Aquecimento!Solar!0%!(Brasil)!Telhas!Cerâmicas!0%!(MG)!ICMS!
Consumidores!18%!
TOTAL! 21,25'a'37,25%! 0%'a'10,25%!
*IPI!–!depende!do!grau!de!industrialização!do!produto!(tacos,!forros,!pisos,!decks,!etc).!
!
'
ANEXO'4'–'Demonstrativo'de'compras'e'vendas'T'2010!
!
'
ANEXO'5'–'Arrecadação'de'ICMS'em'2010!
!
ANEXO'6'–'Arrecadação'e'faturamento'em'2010!
!
'
'
'
ANEXO'7'–'Compras'e'vendas'em'2011!
!
'
'
ANEXO'8'–'Arrecadação'de'ICMS'em'2011!
!
'
ANEXO'9'–'Arrecadação'e'faturamento'em'2011!
!
!
!
PROPOSTAS'PARA'ALTERAÇÃO'NO'SISTEMA'DOF''
CONTEXTO'
'Apesar! de! representar! evidente! avanço! no! controle! dos! produtos! e! subprodutos!florestais!de!origem!nativa!da!Flora!Brasileira,!o!Sistema!DOF!–!Documento!de!Origem!Florestal!–!apresenta!fragilidades!que!permitem!que!grande!quantidade!de!madeira!de!origem! ilegal! seja! “esquentada”,! ou! seja,! adquira! caráter! legal! por! meio! de!procedimentos! irregulares! de! inserção! no! sistema! DOF! e! seja,! posteriormente,!comercializada!como!madeira!legal.!Esta!situação!é!amplamente!divulgada!por!meios!de!comunicação!e!reconhecida!pelas!autoridades!do!Ministério!do!Meio!Ambiente.!Em!virtude! deste! cenário,! propostas! para! melhorias! do! Sistema! DOF! já! foram! iniciadas!pelo!MMA,!contando,!inclusive,!com!apoio!de!instituições!como!BNDES.!!
Este! documento! visa! contribuir! com! propostas! para! melhorias! do! Sistema! DOF,!indicando,!para!tanto,!as!suas!fragilidades.!TrataLse!de!uma!análise!cautelosa!do!setor!madeireiro,! juntamente! com! outras! organizações! de! renome,! nacional! e!internacionalmente,!que!propõe!um!ponto!de!partida!para!que,!através!de!um!diálogo!focado!no!tema,!medidas!de!curto!e!médio!prazo!possam!ser!implementadas.!!
I.'Análise'de'fragilidades'do'sistema'DOF'e'propostas'de'melhorias''
1) FRAGILIDADE:!Os!planos!de!manejo!podem!ser!completamente!falsos,! localizados!em!áreas!inexistentes,!sem!situação!fundiária!regular,!ou!ainda,!inacessíveis.!!!a) PROPOSTA:!!Todos!os!planos!de!manejo,!aprovados!pelo!IBAMA,!ou!ainda,!Secretarias!de!Meio!Ambiente! dos! Estados,! deverão! ! ser! publicados! (não! necessariamente! os! planos!integrais)! em! uma! base! de! dados! oficial,! transparente,! única! e! centralizada.! É!essencial!que!as!coordenadas!geográficas!sejam!apresentadas,!assim!como!a!área!total,! o! responsável! técnico! com! CREA,! o! responsável! pela! aprovação! do! plano,!bem! como! se! houve! fiscalização! no! local! (com! as! datas! e! nome! do! fiscal).! A!divulgação! das! coordenadas! geográficas! permite! maior! controle! do! Plano! de!Manejo!Florestal!Sustentável!(PMFS)!pela!sociedade!e!também!por!empresas!que!desejam!implantar!sistemas!de!rastreabilidade!independentes.!
!2) FRAGILIDADE:! Confusão! entre! sistemas! DOF,! Sisflora! e! outros! dificulta!
monitoramento!e!rastreabilidade.!!
b)!PROPOSTA:!Unificação! dos! sistemas! de! monitoramento! e! rastreabilidade! nacionais! (DOF,!Sisflora! e! demais)! e! integração! desses! com! o! sistema! da! Nota! Fiscal! eletrônica!(NFe).!!
!3) FRAGILIDADE:! O! Censo! Florestal! é! declaratório! e! a! auditoria! é! precária! (não!
realizada!ou! sujeita! à!manipulação).!Há! troca!de!espécies! e! inserção!de! volumes!falsos! e! maiores! que! o! real! no! sistema! eletrônico,! o! que! gera! créditos! falsos,!inexistentes! e! incorretos,! que,! no! futuro,! serão! utilizados! para! abastecer! o!
!
!
mercado! com! madeira! sem! origem! legal.! ! Além! disso,! não! há! informação,! no!sistema! DOF,! do! georreferenciamento! do! PMFS! e! da! AUTEX! que! deu! origem! ao!crédito.!
!c)!PROPOSTA:!!A!AUTEX!e!a!origem!da!madeira!(DOF)!deveriam!ser!divulgadas!publicamente,!em! uma! base! de! dados! única! e! centralizada,! juntamente! com! as! suas!coordenadas! geográficas! para! monitoramento! por! satélite! acessível,! via!IMAZON! e! INPE.! Podem! ser! aplicadas! tecnologias! que! avaliem! e! possibilitem!auferir! se! houve! exploração! acima! do! autorizado,! ou! ainda,! inconsistências!ambientais.! Assim,! esse! sistema! permitiria! maior! controle! pela! sociedade! e!também! por! empresas! que! desejam! fazer! a! rastreabilidade! de! maneira!independente.!
!4) FRAGILIDADE:! Na! etapa! do! transporte! da! madeira,! os! desafios! estão!
relacionados! com:! (i)! validade! do! DOF,! que,! hoje,! permite! que! um! mesmo!documento!seja!usado!mais!de!uma!vez!por!diferentes!modais!em!diferentes!espaços!de!tempo!(podendo!representar!transporte!de!madeira!legal,!no!início,!e! depois! de! madeira! ilegal);! (ii)! sistema! aceita! informações! incongruentes,!como! logísticas! e! prazos! impossíveis! ou! inviáveis! entre! a! venda! e! o!aceite/recebimento!do!comprador.!!
! !d)!PROPOSTA:!
!Alterar!a!base!do!sistema!de!controle,!inserindo!filtros!lógicos,!que!impeçam!ou!dificultem!a!inserção!de!dados!incongruentes!e!manipulação!dolosa!do!Sistema!DOF.! Nesse! sentido,! a! validade! do! DOF! deveria! ser! proporcional! à! distância!percorrida,! ao! aceite! da! mercadoria! pelo! comprador! e! à! baixa! imediata! do!volume!no! Sistema!DOF.! Além!disso,! propõe! se! a! integração! do!DOF! com!os!sistemas!de!transportes!nacionais,!para!checagem!da!placa!e!da!capacidade!de!carga!do!veículo!que!estiver!transportando!a!madeira.!!
5) FRAGILIDADE:! Há! possibilidades! de! ofertas! fantasmas! de! DOFs.! O! produtor!florestal!faz!a!oferta!e,!neste!momento,!a!produção!sai!do!estoque!virtual!sem!a! necessidade! do! comprador! aceitar! a! oferta.! Esta! operação! é! realizada,! em!geral,! no! momento! da! auditoria! para! ajustes! de! estoques! físicos,! gerando!oportunidades!para!balanceamento!de!estoques!oriundos!de!superexplorações!e!troca!de!espécies.!!e)!PROPOSTA:!!A!saída!da!mercadoria!do!estoque!virtual!só!se!dará!com!a!emissão!do!DOF.!!!
6) FRAGILIDADE:! O! rendimento! da! serraria! difere! para! cada! espécie! e!especificação! de! produto.! A! existência! de! um! valor! de! coeficiente! fixo! (45%)!gera!saldos!para!possibilitar!que!madeira! ilegal!seja! inserida!no!sistema!e!seja!
!
!
esquentada! e! comercializada! como! madeira! legal.! Anualmente,! a! empresa!pode! corrigir! as! taxas! de! conversão! pelo! Coeficiente! de! Rendimento!Volumétrico!(CRV),!gerando!burocracia!inútil!e!manipulável.!!f)!PROPOSTAS:!
!(i)! Eliminar! a! taxa! de! conversão! fixa! e! introduzir! sistema! de! relatório! de!rendimentos!(declaratório).!(ii)! Criar! base! de! dados! por! espécie! e! especificação,! possibilitando! que,! com!o!tempo,!rendimentos!fora!de!uma!curva!padrão!sejam!averiguados!e!auditados.!(iii)! Tornar! obrigatório! que! as! serrarias! mantenham! um! relatório! físico! que!possibilite,!com!rapidez!e!segurança,!o!confronto!do!estoque!físico!com!controle!do!sistema!DOF.!!(iv)!Possibilitar!que!os!produtos!com!saldos!zerados!do!sistema!não!permaneçam!na! mesma! tela! onde! se! selecionam! os! produtos! para! oferta.! Isso! permitiria! a!diminuição! do! tempo! de! acesso! ao! sistema! e! uma! melhor! visualização! dos!produtos!com!saldos!existentes.!!
7) FRAGILIDADE:! !Serrarias!vendem!resíduos!sem!valor!comercial!como!madeira.!Há!emissão!de!DOFs!de!resíduos,!mas!o!que!sai!da!serraria!é!madeira!ilegal,!o!que!gera!um!grande!canal!de!esquentamento!de!madeira.!!g)!PROPOSTAS:!!!!(i)!Criação!de!filtros!no!sistema!DOF!que!impeçam!a!emissão!do!documento!DOF!de!resíduos!para!outra!unidade!federativa.!!!(ii)Vincular!a!emissão!do!DOF!de!resíduos!à!solicitação!do!comprador!habilitado,!ou! seja,! para! quem! possua! justificativa! do! uso! dos! resíduos! pela! natureza! da!operação!!(por!exemplo:!impedir!que!varejistas!comprem!resíduo).!!
8) FRAGILIDADE:!Dificuldade!de!cadastramento!e!homologação!de!pátios.!!h)!PROPOSTAS:!!!Manter! o! cadastramento! de! pátios! das! pessoas! físicas! e! jurídicas! e! eliminar! a!necessidade!de!homologação!no!CTF/IBAMA.!!
9) FRAGILIDADE:!Exigências!de!que!na!venda!de!madeira!haja,!no!DOF,!descriminação!por!dimensões!e!espécies,!assim!como!acontece!na!separação!nos!pátios.!!!i) PROPOSTA:!
!Considerar!apenas!espécies!e!volumes!na!emissão!do!DOF.!!
10) FRAGILIDADE:! Grande! quantidade! de! empresas! com! pendências! no! Cadastro!Técnico!Federal,!o!que!inviabiliza!a!operação!regular!no!sistema!DOF.!
!
!
!j)!PROPOSTA:!!Criar!um!mecanismo!de!regularização!das!empresas!com!pendências!junto!ao!CTF.!
!
Mesa%Redonda%da%Madeira%Tropical:%Obje4vos%
Obje%vos)da)Mesa)Redonda)da)Madeira)Tropical)Sustentável)
no)Brasil)
Tornar6se%uma%en%dade)agregadora)que)facilite)o)diálogo)dos)atores%que%
influenciam%o%mercado%de%madeira%tropical%sustentável%
no%Brasil%
Construir%cole4vamente%propostas)
convergentes%
Apresentar)propostas%ao%governo,%a%fim%de%a4ngir%viabilidade)do)mercado)da)madeira)sustentável%no%
país%
Oficinas)I)(106Julho)%
• Iden4ficação%dos%principais%gargalos%e%propostas%de%enfrentamento%
• Pactuação%do%funcionamento%da%Mesa%Redonda%
• Iden4ficação%de%demandas%e%compromissos%para%Oficina%II%
Oficina)II)(Setembro))
• Preparação%para%Oficina%com%Governo%
Oficina)de)Diálogo)com)o)Governo)(Outubro/Novembro))
• Apresentar%o%conjunto%de%propostas%da%Mesa%Redonda%
• Iden4ficar%pontos%de%colaboração%
• Iden4ficar%possíveis%encaminhamentos%
Plano)de)Trabalho:)1)Ciclo)de)açoes))
Câmaras%Técnicas%
Comitê%Execu4vo%
Secretaria%Execu4va%
Mesa%Redonda%da%Madeira%Tropical%:%Modelo%de%organização%mul4ssetorial%para%encaminhamentos%de%propostas%&%soluções%
Câmaras%Técnicas%
Formação:%o%importante%é%a%diversidade)na%
formação,%independente%do%tema.%%
Por%diversidade,%entende6se%que%cada%câmara%deve%ter%pelo%menos%1%representante%de%empresa,%associação,%
sociedade%civil%e%financeiras,%quando%
possível.%%
É%importante%que%cada%câmara%técnica%tenha%um%representante%e%um%
suplente,%indicado%democra4camente%pelo%o%grupo%.%Essa%pessoa%será%responsável%por%
coordenar%o%trabalho%do%Grupo%e%reportar%a%Secretaria%Execu4va.%
Temas)propostos:%Poli4cas%de%viabilidade%do%manejo%florestal%e%indústria%madeireira,%
Poli4cas%de%comercialização%&%
consumo,%poli4cas%de%incen4vos%fiscais%e%
tributários.%%
Obje%vo:%Grupos%responsáveis%pela%construção%de%
propostas%a%serem%apresentadas%ao%Governo%Federal.%%
Secretaria%Execu4va%
Formação:%ins4tuição%neutra%no%setor.%%Deve%se%candidatar%e%ser%escolhida%por%todas%%as%ins4tuições%de%forma%democrá4ca.%%%
É%importante%manter%transparência,%periodicidade%e%compromisso%na%
ar4culação%entre%os%atores.%
Obje4vo:%Ar4cular%o%diálogo%,%encontros%e%a%comunicação%entre%as%câmaras%técnicas%e%da%Mesa%Redonda%com%o%
público%externo,%incluindo%Governo%
Federal.%%
Comitê%
Execu4vo%
Formação:%Secretária%Execu4va%+%1%
representante%de%cada%câmara%técnica.%%
O%Conselho%será%responsável%por%pensar,%estrategicamente,%as%
ações%da%mesa%redonda%internamente%e%
externamente%(governo%federal)%%
Obje4vo:%grupo%para%de%troca%de%informações%
entre%as%câmaras%e%deve%discu4r%de%forma%execu4va%os%
encaminhamentos%do%grupo.%
Plenárias%gerais%%
Esses%encontros%são%responsáveis%por%
legi4mar%as%propostas%estratégicas%do%
conselho,%assim%como%definir%agenda%
estratégica%e%poli4ca%%
Entre%Julho%e%novembro%de%2013,%RAA%e%WWF%se%comprometem%a%
fomentar%os%encontros%da%mesa.%%
Obje4vo:%Fazer%com%que%as%propostas%do%conselho%execu4vo%sejam%apresentadas,%discu4das%com%todos%
os%par4cipantes%%
Adesão,%responsabili6
dade.%
Responsabilidade:%Ao%aderir%a%ins4tuição%se%
compromete%%a%par4cipar%das%
discussões%,%reuniões%virtuais%e%presenciais%e%das%plenárias.%Além%de%
contribuir%com%o%desenvolvimento%das%%propostas%na%câmara%
técnica.%%
Adesão%é%voluntária%%e%cada%ins4tuição%deverá%indicar%representante%e%
suplente.%
Deverá%ser%assinado%um%termo%de%compromisso%
Arranjo organizacional multisetorial para as Florestas
O compromisso assumido pelo Brasil na área de mudanças climáticas teve impacto direto sobre o desmatamento da Amazônia, que vem diminuindo ao longo dos últimos anos. Entretanto, resultados de pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), demonstram que, em termos qualitativos, a floresta vem rapidamente empobrecendo.
Para o setor florestal, isso não é grande novidade. Estudos e enquetes intersetoriais e multisetoriais vêm apontando para a escassez de espécies de madeira presentes no cardápio de madeiras comerciáveis no país. Essa escassez é fruto de complexa variedade de fatores, atribuída a diversas causas e que acarreta – entre tantas - consequências gravíssimas para as populações que vivem da floresta, os recursos hídricos e a biodiversidade, no seu sentido mais amplo.
Figura como um dos maiores motivos para o problema o corte ilegal da madeira amazônica, dado apontado pelo Ministério do Meio Ambiente e diversas entidades da sociedade civil. Mas será simples assim? Coibe-se o corte ilegal e pronto, está tudo resolvido?
Atores em toda a cadeia da governança florestal da Amazônia, desde as grandes e pequenas empresas, comunidades, terceiro setor, instituições de pesquisa e até governo concordam que não. Pelo contrário. Ocorre que as próprias condições de mercado propiciam o corte ilegal. Enquanto não corrigir-se as questões de ocupação ilegal de terras (regularização fundiária), falta de incentivos econômicos para aderência à lei, falta de governança no setor público e a falta de uma política de compras responsável, sempre haverá corte ilegal de madeira, com implicações imensuráveis tanto a curto quanto a longo prazo.
Entretanto, ganha impulso, cada vez mais, a busca de adoção, pelo país, de uma política florestal compatível com a premissa do desenvolvimento sustentável. O ímpeto dado à governança florestal há muitos anos, mas principalmente desde a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente em 1992 (Rio 92), tem contribuído para as ações na batalha contra o desmatamento da floresta amazônica. Reconhece-se a importância do uso das florestas nacionais como fonte de renda para milhões de pessoas.
Como reflexo desse impulso, o setor florestal vem se reunindo para articular posições comuns entr e si, com o mercado e em acordo com a legislação nacional e internacional. Encontros como o Painel Diálogos: Mercado de Madeira Legal no Brasil, realizado pela RAA|FGV e WWF-Brasil, em setembro de 2012, e o Encontro Anual do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNABF), realizado no dia 18 de junho, em Brasília, demonstram a necessidade e vontade do setor de unir-se para endereçar a questão do uso sustentável da floresta e de seus produtos extrativistas e para buscar a viabilidade do mercado da madeira sustentável no país.
Além disso, diversos atores do setor florestal vem defendendo a adoção de um modelo de governança multi e intersetorial, que possa refletir de forma participativa e realista a tomada de decisões conjuntas que dizem respeito ao manejo e ao uso das florestas nacionais e dos recursos florestais como um todo. Propõe-se uma mudança de cultura no país, onde a governança florestal deverá ser executada não só em função e com base na legislação atual, e sim como reflexo do diálogo permanente de uma malha complexa de atores,do setor florestal e de atores fora dele.
Esta oficina propõe a adoção de um modelo de arranjo organizacional - multi e intersetorial – entitulado Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável - caracterizada pelo diálogo, transparência, participação pública, assim como a coordenação entre múltiplos atores interessados na temática proposta, contribuindo para endereçar problemas contundentes que tangem a madeira tropical como a conversão não planejada das florestas, o conflito sobre os usos dos recursos florestais, o corte de madeira ilegal, a ausência de governança no setor público, entre outros
Composta de atores de diversos segmentos ligados à temática florestal e à extração de madeira na Amazônia, as primeiras quarto reuniões da Mesa Redonda estão sendo organizadas pela Fundação Getúlio Vargas|Rede Amigos da Amazônia, WWF-Brasil e Traffic International, com apoio do World Resources Institute, Comissão Européia e Forest Legality Alliance.
Por meio de um modelo multisetorial, a Mesa Redonda da Madeira Tropical Sustentável, visa facilitar o diálogo intersetorial, para a adoção de um modelo organizacional ancorado em objetivos comuns encontrados pelos diversos grupos de atores do setor florestal no Brasil, que resultará numa proposta conjunta e uníssona a ser debatida e apresentada ao governo brasileiro. As partes interessadas devem avaliar de forma participativa os# desafios# e# oportunidades# do# sistema# e# os#critérios#referentes#à#sustentabilidade#da#cadeia#da#madeira#tropical#da#Amazônia.
Cada ator envolvido na Mesa Redonda tem, nesse formato, a responsabilidade intrínseca de zelar pelos interesses de sua instituição e de toda a cadeia que envolve o produto da madeira amazônica. A participação multisetorial é uma ferramenta de interlocução de um grupo em busca de interesses comuns. A legitimidade deste grupo é construída por meio de um processo participativo que busca contruir uma governança multisetorial que permitirá simplificar e flexibilizar processos para que mudanças no contexto florestal possam ser implementadas.
O sucesso desse processo estará intimamente ligado à capacidade do setor florestal em organizar suas demandas, criar disciplina de ação conjunta e do diálogo horizontal e permanente, de forma a manter a efetividade e credibilidade do exercício da governança.
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