View
0
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
REOT I CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
1
REOT I ÍNDICE
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
2
ÍNDICE
1.1 QUADRO LEGAL DE REFERÊNCIA….…………………………………………………………………………….8
1.2 PLANO DIRETOR MUNICIPAL……………………………….……………………………………………………..8
1.3 METODOLOGIA………………………………………………………………………………………………………..10
2.1 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS………………………………………………………………………………………12
2.2 EXECUÇÃO DO PLANO………………………………………………………………………………………..……20
2.3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL………………………………………………………………………..………………….20
4.1 DEMOGRAFIA………………………………………………………………………….………………………………24
População residente ...................................................................................................24
Estrutura etária ...........................................................................................................25
Nível de escolaridade .................................................................................................26
4.2 AMBIENTE………………………………………………………………………………………………………………28
4.2.1 Estrutura verde ............................................................................................................28
4.2.2 Floresta ........................................................................................................................31
4.2.3 Recursos hídricos .......................................................................................................34
4.2.4 Rede Natura ................................................................................................................38
4.2.5 Poluição sonora e atmosférica ..................................................................................40
4.2.6 Riscos naturais e antrópicos ......................................................................................44
4.3 EQUIPAMENTOS COLETIVOS ……………………………………………………………………………………45
4.3.1 Equipamentos de ensino ............................................................................................45
4.3.2 Equipamentos de saúde ............................................................................................47
4.3.3 Equipamentos de apoio social ...................................................................................51
4.3.4 Equipamentos culturais..............................................................................................52
4.3.5 Equipamentos da administração pública..................................................................54
4.3.6 Equipamentos de segurança e proteção civil ...........................................................54
4.3.7 Equipamentos desportivos .........................................................................................55
4.4 MOBILIDADE E TRANSPORTES…………………………………………………………………………………58
4.4.1 Rede de infraestruturas .............................................................................................58
4.4.2 Acidentes rodoviários .................................................................................................59
REOT I ÍNDICE
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
3
4.4.3 Transportes coletivos .................................................................................................59
4.4.4 Transportes escolares ................................................................................................60
4.4.5 Modos de transportes sustentáveis ..........................................................................60
4.4.6 Acessibilidades para todos os cidadãos ...................................................................61
4.5 ESTRUTURA URBANA………………………………………………………………………………………………62
4.5.1 Planeamento urbano ..................................................................................................62
4.5.2 Reabilitação urbana ...................................................................................................64
4.5.3 Dinâmica urbanística ..................................................................................................66
4.6 INFRAESTRUTURAS…………………………………………………………………………………………………71
4.6.1 Rede pública de abastecimento de água..................................................................71
4.6.2 Rede pública de drenagem de águas residuais .......................................................72
4.6.3 Resíduos sólidos urbanos ..........................................................................................72
4.7 ATIVIDADES ECONÓMICAS….……………………………………………………………………………………75
4.7.1 Tecido empresarial e produtivo .................................................................................75
4.7.2 Estrutura da população ativa .....................................................................................77
4.7.3 Níveis de instrução .....................................................................................................78
4.7.4 Situação profissional ..................................................................................................79
4.7.5 Infraestruturas de apoio às atividades económicas ................................................79
6.1 ANÁLISE SWOT…….……………………………………………………….…………………………………………85
6.2 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO…….………………………………………….…………………………………………87
6.2.1 Identificação dos fatores de mudança .......................................................................87
6.2.2 Reconfigurações territoriais ........................................................................................88
7.1 ALTERAÇÃO POR ADAPTAÇÃO OU REVISÃO DO PDM DE VILA POUCA DE
AGUIAR……………….…….……………………………………………………….…………………………………………91
7.2 MELHORIAS A INTRODUZIR NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
……………….…….……………………………………………………….……………………………………………………92
REOT I ÍNDICE
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
4
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Enquadramento geográfico do concelho de Vila Pouca de Aguiar no País ............22
Figura 2: Enquadramento geográfico do concelho de Vila Pouca de Aguiar no distrito de Vila
Real e delimitação administrativa das freguesias ...................................................................23
Figura 3: Estrutura Ecológica Municipal ...................................................................................29
Figura 4: Áreas sujeitas ao Regime Florestal ...........................................................................32
Figura 5: Áreas ardidas entre o ano de 2012 e 2016 .............................................................33
Figura 6: Rede Natura 2000-Sítio Alvão/Marão ......................................................................40
Figura 7: Mapa de ruído geral para o período diurno-entardecer-noturno ............................41
Figura 8: Mapa de ruído geral para o período noturno ...........................................................42
Figura 9: Distribuição geográfica dos equipamentos de saúde..............................................48
Figura 10: Distribuição geográfica dos equipamentos de apoio social..................................51
Figura 11: Distribuição geográfica dos equipamentos da administração pública ................54
Figura 12: Distribuição geográfica dos equipamentos de segurança e proteção civil ..........55
Figura 13: Distribuição geográfica dos equipamentos desportivos .......................................57
Figura 14: Planos de pormenor aprovados e em elaboração .................................................63
Figura 15: Distribuição geográfica das áreas de reabilitação urbana ...................................65
REOT I ÍNDICE
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
5
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1: Identificação dos eixos e setores de análise ..........................................................10
Quadro 2: Opções estratégicas e objetivos específicos definidos no PDM de Vila Pouca de
Aguiar ..........................................................................................................................................14
Quadro 3: População residente sem nível de escolaridade ....................................................26
Quadro 4: População residente com o ensino superior ..........................................................27
Quadro 5: Qualidade da água subterrânea (2006) .................................................................38
Quadro 6: Número de médicos por 1000 habitantes .............................................................50
Quadro 7: Acidentes rodoviários (2012-2016) ........................................................................59
Quadro 8: Evolução da produção de RSU (2012-2016) .........................................................73
Quadro 9: População residente desempregada (2001-2011) ...............................................79
REOT I ÍNDICE
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
6
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1: População residente por grupos etários .................................................................24
Gráfico 2: Estrutura etária da população residente (grandes grupos) ...................................25
Gráfico 3: Evolução da taxa de natalidade, mortalidade e crescimento natural ...................26
Gráfico 4: População residente segundo o nível de escolaridade (%)....................................27
Gráfico 5: Qualidade das águas superficiais – Estação Pedras .............................................36
Gráfico 6: Qualidade das águas superficiais – Estação Foz Corgo ........................................36
Gráfico 7: Qualidade das águas superficiais – Estação Foz Tinhela ......................................37
Gráfico 8: Qualidade das águas superficiais – Estação Ribeira de São Vicente ...................37
Gráfico 9: Qualidade das águas superficiais – Estação Foz Louredo ....................................37
Gráfico 10: Distribuição do índice de qualidade do ar pelo número de dias em cada ano
(2012-2015) ...............................................................................................................................44
Gráfico 11: Número de estabelecimentos de ensino público (2004/2005-2016/2017) ...45
Gráfico 12: Número de alunos (2007/2008-2016/2017) .....................................................46
Gráfico 13: Evolução do número de alunos e do número de estabelecimentos de ensino
(2007/2008-2016/2017) ........................................................................................................47
Gráfico 14: Evolução do número de médicos (2001, 2009-2016) ........................................49
Gráfico 15: Evolução do número de médicos e enfermeiros (2001, 2009-2016) ...............49
Gráfico 16: Evolução do número de equipamentos de apoio social (2004 e 2016) ............52
Gráfico 17: Equipamentos desportivos existentes (%) ............................................................56
Gráfico 18: Número de alojamentos (2001-2011)..................................................................66
Gráfico 19: Número de alojamentos, por freguesia (2001-2011) .........................................67
Gráfico 20: Número de edifícios (2001-2011) ........................................................................67
Gráfico 21: Número de edifícios, por freguesia (2001-2011) ................................................68
Gráfico 22: Evolução do número de licenças de construção (2012-2016) ...........................69
Gráfico 23: Evolução do número de licenças de construção por tipo de obra (2012-2016)
.....................................................................................................................................................70
Gráfico 24: Número de licenças de construção, por freguesia (2012-2016) .......................70
Gráfico 25: Número de licenças de construção por tipo de obra (2012-2016) (%) ..............71
REOT I ÍNDICE
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
7
Gráfico 26: Evolução da produção de RSU (2012-2016) .......................................................74
Gráfico 27: Número de ecopontos (2012-2016) .....................................................................74
Gráfico 28: Número de empresas (2002, 2004-2015) ..........................................................76
Gráfico 29: Empresas por setor de atividade (2002 e 2015) (%) ..........................................76
Gráfico 30: Total de empresas por atividade (2015) ..............................................................77
Gráfico 31: População empregada por setor de atividade (2001-2011) (%) ........................78
Gráfico 32: População residente por nível de instrução (2001-2011) (%) ............................78
REOT I CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
8
INTRODUÇÃO
1.1 QUADRO LEGAL DE REFERÊNCIA
A Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e Urbanismo1 conjugada
com o Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio2 vêm confirmar a importância da
monitorização dos instrumentos de gestão territorial como forma de avaliar se a sua
concretização está numa trajetória convergente com os objetivos pré-definidos,
responsabilizando os órgãos de poder central, regional e local pela elaboração dos
respetivos Relatórios do Estado de Ordenamento do Território.
A monitorização tem um papel muito importante a desempenhar na medida em que
serve para aferir a necessidade de efetuar ajustamentos e afinações ao Plano Diretor
Municipal (PDM) durante a sua execução.
Neste contexto legal compete à Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar a
elaboração quadrienal do Relatório do Estado do Ordenamento do Território que
deve ser submetido a um período de discussão pública de duração não inferior a 30
dias, à apreciação da Assembleia Municipal e divulgado através do site da Câmara
Municipal.
1.2 PLANO DIRETOR MUNICIPAL
Com a entrada em vigor do PDM do concelho de Vila Pouca de Aguiar, que decorreu
do processo de revisão do PDM de 1995, publicado em Diário da República através
do Aviso n.º 12613, de 20 de setembro de 2012, não se pode entender o processo
de planeamento municipal como terminado, impondo-se a implementação, no
sistema de planeamento, de um processo de monitorização e avaliação de planos.
O presente Relatório do Estado do Ordenamento do Território, adiante designado
abreviadamente por REOT, consubstancia assim, um modelo de avaliação do nível
de execução dos objetivos e da concretização das ações propostas no PDM em vigor
no concelho de Vila Pouca de Aguiar.
1 Lei n.º 31/2014 de 30 de maio
2 Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT)
REOT I CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
9
Pretende-se, com a elaboração do REOT, traduzir o balanço da execução deste
instrumento de gestão territorial, fundamentando uma eventual necessidade de
revisão e/ou reprogramação das opções estratégicas definidas.
Atendendo à natureza executória das propostas de revisão do PDM de Vila Pouca de
Aguiar, a monitorização e avaliação estratégica e operacional torna-se fundamental,
quer do ponto de vista do desempenho ambiental associado à execução das
mesmas, quer dos impactes sobre o ambiente. Esta importância é, aliás, sublinhada
no n.º 1 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, com as
alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio, quando refere
que “as entidades responsáveis pela elaboração dos planos e programas avaliam e
controlam os efeitos significativos no ambiente decorrentes da respectiva aplicação
e execução, verificando a adopção das medidas previstas na declaração ambiental,
a fim de identificar atempadamente e corrigir os efeitos negativos previstos”.
O objetivo central desta fase é de promover o acompanhamento sistemático de um
conjunto de dinâmicas em domínios que, de um modo mais direto ou indireto,
influenciam as condições ambientais e de sustentabilidade do território, procurando,
deste modo, apoiar os processos de conceção e decisão de políticas e medidas de
intervenção à escala urbana e permitindo acompanhar com regularidade o exercício
das atividades previstas, assim como, o desempenho das entidades responsáveis
pela sua execução.
Relativamente às fases processuais (artigo do 189.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de
14 de maio) são mencionadas as seguintes:
1. Elaboração;
2. Submissão a um período de discussão pública de duração não inferior a 30
dias;
3. Eventuais alterações;
4. Submissão à apreciação da Assembleia Municipal.
REOT I CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
10
1.3 METODOLOGIA
Para a avaliação do estado de ordenamento do território, tendo em conta os objetivos
a alcançar, quer os definidos no PDM, quer no âmbito do Relatório Ambiental, optou-
se por uma abordagem aos indicadores de monitorização através do enquadramento
em eixos e sectores de análise, designadamente:
Quadro 1: Identificação dos eixos e setores de análise
EIXO SETOR DE ANÁLISE
Demografia
População residente Estrutura etária Nível de escolaridade
Ambiente
Estrutura verde Floresta Recursos hídricos Flora Solo Poluição sonora e atmosférica Riscos naturais e antrópicos
Equipamentos Coletivos
Equipamentos de saúde Equipamentos de ensino Equipamentos de apoio social Equipamentos culturais Equipamentos da administração pública Equipamentos de segurança e proteção civil Equipamentos desportivos
Mobilidade e Transportes
Rede de infraestruturas Acidentes rodoviários Transportes coletivos Transportes escolares Modos de transportes sustentáveis Acessibilidades para todos os cidadãos
Estrutura Urbana
Planeamento urbano Reabilitação urbana Dinâmica urbanística
Infraestruturas Rede pública de abastecimento de água Rede pública de drenagem de águas residuais Resíduos sólidos urbanos
Atividades Económicas
Tecido empresarial e produtivo Estrutura da população ativa Níveis de Instrução Situação profissional Infraestruturas de apoio às atividades económicas
REOT I CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
11
O período temporal de incidência dos indicadores selecionados é compreendido
entre 2001 e 2011, possibilitando uma análise abrangente das dinâmicas ocorridas,
devido à abrangência de elementos estatísticos provenientes dos dois últimos
Censos, bem como, ao período temporal compreendido entre 2012 e 2016, mais
específico e direcionado aos quatro anos de vigência do PDM.
Apesar dos dados estatísticos utilizados corresponderem a um período temporal
anterior ao período de vigência do PDM (2012-2016), foram mesmo assim
considerados por constituírem os dados estatísticos oficiais mais atuais disponíveis.
Para além disso, os dados estatísticos utilizados nos estudos de caracterização do
território concelhio, documento elaborado no ano de 2005 e que acompanha o PDM,
reportam ao período censitário 1991-2001, o que torna possível, neste momento,
uma análise comparativa das dinâmicas ocorridas.
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
12
O PDM DE 2012
2.1 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
O PDM de 2012 foi publicado em Diário da República através do Aviso n.º 12613, de
20 de setembro de 2012.
No processo de revisão do PDM de Vila Pouca de Aguiar foi estabelecido um conjunto
de objetivos estratégicos e instrumentais que serviram de base à estratégia de
desenvolvimento e planeamento vertida na proposta de revisão do PDM, com o
propósito de fazer de Vila Pouca de Aguiar um concelho:
− polarizador, no sentido de potenciar a condição de nó rodoviário principal e
de placa giratória do Alto Tâmega que os três eixos viários previstos no Plano
Rodoviário Nacional 2000 (PRN 2000) [A7, A24 e IC5] vão criar e induzir;
− atrativo, no sentido de uma maior capacidade de fixação da população, de
maior poder de atracão de novos residentes, turistas ou meros utilizadores
de bens e serviços públicos e comerciais e de captação de maiores e mais
diversificados investimentos produtivos;
− policentrado, no sentido de reforçar ou consolidar o papel e as funções de um
conjunto de núcleos urbanos secundários que permita uma melhor
redistribuição espacial da população e das atividades e que evite uma
desertificação rápida e acentuada da grande maioria dos espaços rurais;
− ordenado, no sentido de um controle mais estreito da expansão urbana e da
dispersão do habitat ou ainda de uma melhor harmonização e
compatibilização dos diferentes usos do solo rural;
− empreendedor, no sentido de maiores iniciativas e investimentos produtivos,
que permitam um melhor aproveitamento dos recursos naturais e
patrimoniais (indústrias extrativas e agroalimentares e turismo), criando e
fixando mais riqueza e emprego;
− competitivo, no sentido de melhorar e qualificar os fatores que influenciam o
seu posicionamento nos diferentes mercados, regional, nacional e
internacional;
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
13
− sustentável, no sentido de uma proteção e valorização eficaz dos recursos e
valores naturais e culturais, de um planeamento, execução e gestão eficiente
e racional das infraestruturas, equipamentos e serviços e de uma melhoria
progressiva dos indicadores de qualidade ambiental;
− equitativo, no sentido de garantir a toda a população a igualdade de
oportunidades no acesso a bens e serviços públicos fundamentais e aos
padrões contemporâneos de qualidade de vida.
No quadro seguinte apresentam-se, de forma resumida, as opções estratégicas e os
objetivos específicos definidos no âmbito do exercício de análise prospetiva e
estratégica desenvolvida no PDM de Vila Pouca de Aguiar:
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
14
Quadro 2: Opções estratégicas e objetivos específicos definidos no PDM de Vila Pouca de Aguiar
DESÍGNIOS OPÇÕES ESTRATÉGICAS OBJETIVOS ESPECÍFICOS AÇÕES E PROJETOS INDICATIVOS
Um concelho polarizador e
atrativo
Potenciar a centralidade conferida pelos novos eixos
viários
Melhorar as ligações aos nós
rodoviários e condições para a instalação de novas
atividades e empresas
- Construção/Requalificação das ligações municipais de acesso aos nós da A24 (VPA e PS) - Criação de uma nova Área de Localização Empresarial (Bragado ou Alvão) - Expansão da Zona Industrial de Sabroso - Instalação de um Parque de Sucata
Melhorar a articulação do concelho com os centros urbanos e os
territórios envolventes
- Melhoria das ligações intermunicipais - Projetos intermunicipais de articulação de equipamentos e serviços coletivos - Articulação da rede de transportes públicos
Reforçar a capacidade de atracão e de polarização do
concelho
Consolidar o papel e as funções
urbanas e económicas da sede do concelho e de Pedras Salgadas
- Construção do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar - Pavilhão desportivo de Pedras Salgadas (Gimnodesportivo) - Conclusão do Complexo Desportivo de Vila Pouca de Aguiar (campo de jogos, pista de atletismo, campo de treinos, campo de futebol de 7)
- Construção de piscinas cobertas em Vila Pouca de Aguiar - Construção de campo de ténis em Vila Pouca de Aguiar (UOPG 06) - Construção de uma pista de cavalos em Vila Pouca de Aguiar (UOPG 06) - Construção de um campo de iniciação e aprendizagem de golfe (UOPG 10) - Construção do pavilhão multiusos de Vila Pouca de Aguiar - Construção de um percurso de manutenção (terra batida) em VPA (UOPG 6) - Construção de um lago em Vila pouca de Aguiar (UOPG 6) - Construção de um parque infantil (UOPG 6) - Atracão e fixação de novos serviços (públicos e privados) de âmbito supramunicipal
Atrair e fixar novos residentes - Projetar e difundir uma imagem do concelho associada à qualidade de vida - Incentivar a construção de habitação unifamiliar e coletiva da gama média/alta; - Incentivos à reabilitação do parque habitacional para segundas residências
Atrair e fixar iniciativas e investimentos
- Elaboração um guia de apoio ao empreendedor e investidor - Lançamento uma campanha de captação de projetos de investimento (indústrias extrativas e agroalimentares, energias renováveis, floresta e turismo)
- Ações de promoção dos recursos, potencialidades e atividades económicas do concelho, através da realização de eventos temáticos e da participação em feiras nacionais e internacionais
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
15
DESÍGNIOS OPÇÕES ESTRATÉGICAS OBJETIVOS ESPECÍFICOS AÇÕES E PROJETOS INDICATIVOS
Um concelho policentrado e ordenado
Promover o desenvolvimento
policêntrico do concelho e
reforçar as infraestruturas de
suporte à integração e coesão territorial
Completar, reordenar e requalificar as redes de infraestruturas básicas
- Conclusão das redes de abastecimento e tratamento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais - Sensibilização e incremento da recolha seletiva de RSU - Requalificação/pavimentação dos espaços públicos e dos arruamentos urbanos - Reforço da potência elétrica instalada
Completar, reordenar e requalificar a rede viária concelhia e facilitar a
mobilidade interna
Requalificação/beneficiação das vias municipais: - EM 549 Freixeda/EN2; EM Vales/Reboredo - CM Cavadas/Cidadelhe; CM Capeludos/Lama Bouça; CM Tinhela/Vales - Estrada de São Martinho, ligação EN2/Eiriz - CM Parada de Monteiros/ Pielas - CM de Granja/Mascanho
Completar, reordenar e requalificar a rede de equipamentos de utilização
coletiva
- Remodelação do edifício municipal (Palacete Silva) - Centros de convívio em diversas povoações
- Construção de polidesportivos cobertos (Campo de Jales e Telões) e descobertos (Cabanes, Capeludos, Bragado, Lixa do Alvão, Barbadães de Cima e Barbadães de Baixo)
Controlar, ordenar e qualificar os espaços
urbanos, harmonizar e
compatibilizar os
diferentes usos do solo rural
Reestruturar e requalificar as áreas urbanas da sede do concelho e da
vila de
Pedras Salgadas
- Planeamento, programação e execução de intervenções de requalificação urbanística (arruamentos, infraestruturas, edifícios, espaços públicos, espaços verdes e mobiliário urbano)
- Ações de proteção e de valorização dos solos afetos à EEM - Reestruturação do sistema viário - Criação de novos espaços verdes, de lazer e de socialização - Reabilitação do Parque Florestal de Vila Pouca de Aguiar
Reestruturar e requalificar os perímetros urbanos dos polos
secundários
- Planeamento, programação e execução de intervenções de requalificação urbanística (arruamentos, infraestruturas, edifícios, espaços públicos, espaços verdes e mobiliário urbano)
- Ações de proteção e de valorização dos solos afetos à EEM - Reestruturação do sistema viário - Criação de novos espaços verdes, de lazer e de socialização
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
16
DESÍGNIOS OPÇÕES ESTRATÉGICAS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS AÇÕES E PROJETOS INDICATIVOS
Um concelho policentrado e ordenado
Controlar, ordenar e qualificar os espaços
urbanos, harmonizar e compatibilizar os
diferentes usos do solo rural
Harmonizar e compatibilizar os diferentes usos do solo
rural
- Implementar o Plano Municipal de Defesa e de Desenvolvimento Florestal - Limpeza e renaturalização dos espaços florestais envolventes dos aglomerados - Incentivo e apoio à requalificação ambiental das zonas de extração mineira - Incentivo e apoio à reabilitação das construções rurais e agrícolas - Criar e infraestruturar pequenos núcleos rurais com vocação residencial e agroflorestal
Um concelho empreendedor e competitivo
Reforçar o peso das indústrias extrativas e
agroalimentares
Criar condições para a atração e instalação de novas
unidades industriais
- Elaboração de um guia de apoio ao empreendedor e investidor e lançamento de uma campanha de captação de investimento (indústrias extrativas, agroalimentares, energias renováveis, floresta e turismo) - Criação de uma nova área de localização empresarial (Bragado ou Alvão) - Expansão da Zona Industrial de Sabroso de Aguiar
Promover e apoiar novas iniciativas e investimentos,
fomentar parcerias estratégicas, a inovação e a
modernização dos processos produtivos e das empresas
- Apoio à dinamização do Centro Tecnológico do Granito - Incentivo à modernização das unidades de transformação do granito - Ações de qualificação da mão-de-obra local, nomeadamente nas áreas das indústrias extrativas e turismo - Certificação das produções locais, em particular do granito e dos produtos agrícolas - Construção/requalificação dos caminhos agrícolas e rurais
Promover os recursos e as atividades, conferindo-lhes
uma imagem de notoriedade e de qualidade
- Ações de promoção dos recursos, potencialidades e atividades económicas do concelho, através da realização de ventos temáticos e da participação em feiras nacionais e internacionais
Desenvolver o turismo e as atividades
socioeconómicas conexas
Afirmar Pedras Salgadas como o principal polo turístico
do concelho, associado ao turismo termal e de saúde
- Apoio e acompanhamento do projeto de investimento turístico da UNICER (Hotel, SPA, Hipódromo, etc) - Apoio à instalação de equipamentos e serviços turísticos complementares
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
17
DESÍGNIOS OPÇÕES ESTRATÉGICAS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS AÇÕES E PROJETOS INDICATIVOS
Um concelho empreendedor e competitivo
Desenvolver o turismo
e as atividades
socioeconómicas conexas
Consolidar e diversificar as iniciativas e os projetos ligados
ao turismo verde, de lazer e cultural, associando a estas as atividades económicas rurais e
agrícolas
- Instalação de parques de campismo rurais (Barragem da Falperra, Souto, Campo de Jales e Viveiros de Tinhela) - Criação de praias fluviais (Capeludos, Sabroso, Padrela, Telões, Vila Chã, Sra. da Graça, Sra. do Extremo, Tinhela, Sevivas, Tresminas e Alto da Presa) - Construção das piscinas fluviais da Falperra e Tresminas - Recuperação e adaptação das casas florestais para alojamento turístico - Instalação da ciclovia intermunicipal na antiga linha ferroviária do Corgo - Reabilitação do património histórico e dinamização dos roteiros turístico-culturais
Promover os recursos e as atividades turísticas do
concelho, conferindo-lhe uma imagem notoriedade e de
qualidade
- Criação de uma estrutura municipal vocacionada para a promoção turística - Apoiar a organização dos agentes turísticos locais, nomeadamente em iniciativas e eventos de animação turísticos - Lançar um programa de promoção que reforce a imagem turística do concelho junto das Regiões Metropolitanas do Porto e de Lisboa e da Galiza e de Castela Léon
Um concelho sustentável e equitativo
Preservar e valorizar a
biodiversidade e o
património natural,
paisagístico e cultural,
utilizar de modo
sustentável os
recursos naturais e
prevenir e minimizar os riscos
Proteger e valorizar a Estrutura Ecológica Municipal
- Preservar e recuperar sistemas fundamentais da paisagem (cabeços, zonas húmidas, áreas declivosas) - Conservação das espécies de floresta ripícolas constituídas por salgueiros, amieiros, freixos e choupos, que ocorrem ao longo dos principais cursos de água do concelho - Preservação dos valores naturais presentes na serra da Padrela e na serra do Alvão, nomeadamente habitats de povoamentos de carvalhais (carvalho alvarinho e carvalho negral) e charnecas secas - Proteger e criar áreas naturais nos espaços urbanos sem aptidão para a edificação, podendo alguns destes assumir um uso de espaços verdes e de utilização coletiva - Manutenção/recuperação da drenagem natural das linhas de água em espaços urbanos
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
18
DESÍGNIOS OPÇÕES ESTRATÉGICAS OBJETIVOS ESPECÍFICOS AÇÕES E PROJETOS INDICATIVOS
Um concelho sustentável e equitativo
Preservar e valorizar a
biodiversidade e o
património natural,
paisagístico e cultural,
utilizar de modo
sustentável os recursos
naturais e prevenir e minimizar os riscos
Utilizar de modo sustentável
os recursos naturais e
prevenir e minimizar os riscos naturais e tecnológicos
- Identificação dos recursos naturais com interesse económico (áreas de potencial eólico, explorações minerais, florestas de produção)
- Manutenção e incentivo da agricultura em solos de elevada aptidão agrícola (solos da RAN)
- Utilização racional de fertilizantes e pesticidas em sistemas húmidos (áreas contiguas
às linhas de água e de máxima infiltração) localizados nas margens dos principais cursos de água do concelho
- Promover a infiltração das águas pluviais no cabeço e nas bacias de receção localizadas
na serra da Padrela, no planalto da serra do Alvão e nas áreas de elevada permeabilidade
situadas ao longo dos vales do rios Corgo e Avelâmes, de forma a minimizar os impactos das cheias e aumentar a disponibilidade de águas subterrâneas
-Minimização dos riscos de contaminação causados por insuficiência de sistemas de
tratamento de águas residuais domésticos e de efluentes provenientes de instalações agropecuárias
- Reduzir o risco de incêndio nas manchas extensas de resinosas localizadas a norte e a sudeste do concelho (construção de caminhos florestais, pontos de água, postos de vigia
- Redução dos fenómenos de desertificação do solo em áreas ocupadas por incultos ou
ardidas recentemente com elevada declivosidade, através da conservação e recuperação do coberto vegetal
- Mitigar intrusões visuais causadas por lixeiras e escombreiras avulso
- Minimização dos impactes negativos causados pela exploração de pedreiras (poluição
sonora, emissão de poeiras, tráfego intenso de camiões, poluição das águas, destruição dos solos e dos habitats e a degradação paisagística)
Proteger e valorizar o
património natural, paisagístico e cultural
- Ações de mitigação das intrusões visuais; Classificação do património concelhio; Ações de reabilitação dos sítios, edifícios e valores patrimoniais; Ações de requalificação dos espaços culturais e das áreas de vocação religiosa
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
19
DESÍGNIOS OPÇÕES ESTRATÉGICAS OBJETIVOS ESPECÍFICOS AÇÕES E PROJETOS INDICATIVOS
Um concelho sustentável e equitativo
Assegurar a equidade territorial no provimento
de infraestruturas e equipamentos e na universalidade do
acesso aos respetivos serviços
Garantir a manutenção de serviços públicos mínimos nos
espaços rurais periféricos
- Identificação e programação de investimentos municipais na melhoria da rede de acessibilidades, assegurando que todos os aglomerados estarão ligados à sede de freguesia e estas à sede do concelho - Apoio domiciliar a idosos - Incentivo à criação de atividades e serviços comerciais móveis e itinerantes
Melhorar a acessibilidade e as condições de mobilidade das
populações rurais
- Requalificar as vias urbanas e os acessos domiciliares nos aglomerados rurais - Permitir a utilização dos serviços de transportes escolares pela população -Implementar um programa de habitação social nos aglomerados rurais de 2º nível
Fonte: Relatório do Plano e Programa de Execução do PDM de Vila Pouca de Aguiar, 2011
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
20
2.2 EXECUÇÃO DO PLANO
No processo de revisão do PDM do concelho de Vila Pouca de Aguiar foram efetuadas
uma série de propostas e de medidas de intervenção capazes de encetar os objetivos
de planeamento e ordenamento do território definidos para o espaço geográfico
concelhio.
Assim, dando cumprimento à legislação em vigor, o PDM de 2012 contém as
disposições indicativas de execução e os meios de financiamento para as
ações/propostas do Plano, bem como o horizonte temporal de cada uma das fases
de execução e as entidades a envolver na implementação do PDM.
O PDM estipula três domínios de ação para os quais são canalizados a maioria dos
esforços financeiros da Autarquia: o domínio dos instrumentos de planeamento e
gestão, o domínio da rede de equipamentos e o domínio das redes e infraestruturas.
Pretende-se proceder a uma monitorização das ações, através da identificação da
conformidade com os objetivos e o grau de implementação do Plano, associado a
uma programação efetiva.
2.3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL
Nos termos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 97.º do RJIGT, o PDM é
acompanhado por um relatório ambiental “no qual se identificam, descrevem e
avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do
plano e as alternativas razoáveis, tendo em conta os objetivos e o âmbito de
aplicação territorial respetivos”.
Assim, o PDM de Vila Pouca de Aguiar, enquanto instrumento de ordenamento rural
e urbano ou de utilização dos solos, foi sujeito a um processo de Avaliação Ambiental
Estratégica (AAE).
Os fatores críticos constituem os temas fundamentais para a decisão sobre os quais
a AAE se deve debruçar, uma vez que identificam os aspetos a ter em conta na
conceção da estratégia e das ações que as implementam, para melhor satisfazer
objetivos ambientais e um futuro mais sustentável.
REOT I CAPÍTULO 2 O PDM DE 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
21
A identificação destes fatores resultou de uma análise integrada das questões
estratégicas (QE) formulados para o PDM de Vila Pouca de Aguiar, das questões
ambientais relevantes identificadas com base na legislação em vigor e no âmbito,
natureza e alcance deste plano territorial e do Quadro de Referência Estratégico
Ambiental (QRE). Os Fatores Críticos para a decisão considerados foram os
seguintes:
− Ocupação e gestão do território: Contempla a dimensão do ordenamento
físico do território, incluindo os aspetos relacionados com a ocupação e usos
do solo, a distribuição espacial da população, as dinâmicas de urbanização e
a racionalização das infraestruturas públicas;
− Coesão e desenvolvimento territorial: Atende à dimensão da equidade e da
competitividade territorial, nomeadamente os aspetos relacionados com as
dinâmicas demográficas e construtivas, as dinâmicas económicas, a
mobilidade e a igualdade de oportunidades no acesso às redes públicas de
infraestruturas, equipamentos, serviços e funções urbanas;
− Recursos territoriais: Compreende a dimensão da proteção e valorização dos
recursos endógenos, incluindo os aspetos relacionados com os recursos
hídricos, a biodiversidade, a paisagem e o património cultural;
− Qualidade ambiental: Aborda a dimensão das condições e da qualidade de
vida da população, incluindo os aspetos relacionados com os níveis de
cobertura e a eficiência das redes de saneamento básico e resíduos, a
qualidade da água e do ar, o ruído e os riscos naturais e tecnológicos.
REOT I CAPÍTULO 3 ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
22
ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO
O concelho de Vila Pouca de Aguiar tem uma extensão territorial significativa,
437km2 de superfície. Localiza-se na região norte de Portugal, na região de Trás-os-
Montes, rodeado pelas serras do Alvão e da Padrela. Encontra-se a mais de 300 km
em linha reta da capital do País, e dista, aproximadamente, 100 km do oceano
atlântico, e o limite sul do território concelhio encontra-se a cerca de 30 km do rio
Douro.
Figura 1: Enquadramento geográfico do concelho de Vila Pouca de Aguiar no País
Fonte: Direção Geral do Território (CAOP), 2016
Vila Pouca de Aguiar é um dos 14 municípios do distrito de Vila Real, localizando-se
na parte central do distrito, tendo fronteira com 8 municípios, todos do distrito de
Vila Real. Assim, a norte é limitado pelo município de Chaves, a este pelos municípios
de Valpaços e Murça, a sudeste pelo município de Alijó, a sul faz fronteira com os
municípios de Sabrosa e Vila Real, a oeste com Ribeira de Pena e a noroeste com
Boticas.
REOT I CAPÍTULO 3 ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
23
A recente reorganização administrativa implementada em Vila Pouca de Aguiar veio
reduzir o número de freguesias de 18 para 14, a partir da aglutinação de freguesias
existentes. Assim, as antigas freguesias de Pensalvos e Parada de Monteiros
passaram a constituir apenas uma freguesia, designada união de freguesias de
Pensalvos e Parada de Monteiros, e as freguesias de Lixa do Alvão, Gouvães da
Serra, Afonsim e Santa Marta do Alvão, passaram a constituir uma única freguesia,
designada Alvão.
Figura 2: Enquadramento geográfico do concelho de Vila Pouca de Aguiar no distrito de Vila Real e delimitação administrativa das freguesias
Fonte: Direção Geral do Território (CAOP), 2016
As restantes freguesias do concelho são: Alfarela de Jales, Bornes de Aguiar,
Bragado, Capeludos, Sabroso de Aguiar, Soutelo de Aguiar, Telões, Tresminas,
Valoura, Vila Pouca de Aguiar, Vreia de Bornes e Vreia de Jales.
Pela indisponibilidade de informação estatística necessária à evolução temporal dos
parâmetros/indicadores analisados no período 2012-2016, na maioria das
situações representam-se os dados desagregados pelas antigas 18 freguesias
(freguesias consideradas nos censos de 2011), embora, sempre que possível,
tenham sido utilizadas e representadas as variáveis pelas novas freguesias.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
24
AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
4.1 DEMOGRAFIA
Este capítulo aborda a evolução das dinâmicas socioeconómicas ocorridas no
concelho de Vila Pouca de Aguiar em diferentes domínios ou áreas temáticas tendo
por referência, sempre que possível, o período compreendido entre 2001 e 2011.
População residente
A população do município de Vila Pouca de Aguiar, no período intercensitário de
2001-2011, registou uma diminuição de 12%, traduzindo uma densidade
populacional de 30,18 hab./Km2. Relativamente à variação da população residente
ao nível das freguesias, nenhuma registou aumentos, mesmo nas freguesias
urbanas de Vila Pouca de Aguiar e Bornes de Aguiar, com perdas na ordem dos 4%
e 7%, respetivamente.
Numa distribuição da população residente por grandes grupos etários verifica-se a
diminuição da população residente em todos os grupos etários, à exceção do grupo
etário com 65 ou mais anos que registou um aumento de 360 indivíduos entre 2001
e 2011 (3101 indivíduos em 2001 e 3461 indivíduos no ano de 2011).
Gráfico 1: População residente por grupos etários
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
25
Estrutura etária
A estrutura etária de Vila Pouca de Aguiar revela, na última década, um elevado
envelhecimento populacional com enormes dificuldades de renovação geracional
que condicionam fortemente as tendências futuras do Município em termos de
crescimento demográfico. Este progressivo envelhecimento da população pode ser
constatado através da análise comparativa das pirâmides etárias de 2001 e 2011
(Gráfico 2), as quais permitem visualizar a evolução da distribuição da população por
grupos etários, e os correspondentes índices demográficos.
O processo de envelhecimento registado é claramente visível, quer pelo alargamento
do topo da pirâmide (aumento da população idosa) quer simultaneamente pela
redução da base (redução das camadas jovens).
Gráfico 2: Estrutura etária da população residente (grandes grupos)
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
O envelhecimento demográfico de municípios das regiões interiores do país como
Vila Pouca de Aguiar deveu-se sobretudo à ação conjunta de três fatores: a
estagnação das taxas de mortalidade, a diminuição das taxas de natalidade e a
direção dos intensos fluxos migratórios de saída de população para fora do
Município. Entre 2001 e 2011 registou-se no Município a diminuição dos valores das
taxas de natalidade de 9‰ para 6‰.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
26
Ao nível da taxa de mortalidade a situação diferiu um pouco dado que esta sofreu
aumentos graduais, embora ligeiros, durante a última década, estabilizando-se em
torno dos 14‰. Com a estabilização da taxa de mortalidade, fruto da melhoria das
condições de vida e a regressão da taxa de natalidade, os valores do crescimento
natural diminuíram abruptamente atingindo os -8‰ em 2011, verificando-se assim
uma tendência de incapacidade de regeneração geracional.
Gráfico 3: Evolução da taxa de natalidade, mortalidade e crescimento natural
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
Nível de escolaridade
Na última década intercensitária a taxa de analfabetismo no concelho evoluiu
positivamente (os 17% de 2001 diminuíram para 11% em 2011). O Quadro 3 mostra
também que a taxa de analfabetismo é superior nas mulheres e que aumentou um
ponto percentual neste período, ao contrário do que se verifica no género masculino.
Quadro 3: População residente sem nível de escolaridade
ANO POPULAÇÃO RESIDENTE
POPULAÇÃO RESIDENTE SEM NÍVEL DE ESCOLARIDADE
HM Total % H % M %
2001 14998 2588 17 1092 42 1496 58
2011 13187 1455 11 600 41 855 59
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
27
Embora na última década a proporção de população com o ensino superior tenha
aumentado, passando de 5% em 2001 para 8% em 2011, ainda continua a ser
inferior à taxa de analfabetismo.
Ainda de acordo com a leitura do Quadro 4, podemos afirmar que a proporção de
mulheres com o ensino superior diminuiu (61% para 60%), ao contrário dos homens
que aumentou neste período (39% em 2001 e 40% em 2011).
Quadro 4: População residente com o ensino superior
ANO POPULAÇÃO RESIDENTE
POPULAÇÃO RESIDENTE COM O ENSINO SUPERIOR
HM Total % H % M %
2001 14998 777 5 302 39 475 61
2011 13187 1113 8 448 40 665 60
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
Verifica-se ainda pela análise do Gráfico 4 que a população do concelho tem baixos
níveis de habilitações, pela percentagem significativa da população detentora do
ensino básico (67%) e a que não possui nenhum nível de escolaridade (11%).
Gráfico 4: População residente segundo o nível de escolaridade (%)
Fonte: INE, Censos 2011
11%2%
67%
12%
8% Nenhum nível deescolaridade
Ensino pré-escolar
Ensino básico
Ensino secundário
Ensino superior
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
28
4.2 AMBIENTE
4.2.1 Estrutura verde
Estrutura Ecológica Municipal
De acordo com artigo 75.º do RJIGT, um dos objetivos dos planos diretores
municipais é a definição de uma estrutura ecológica para efeitos de proteção e de
valorização ambiental.
O Estrutura Ecológica Municipal (EEM) do PDM de Vila Pouca de Aguiar engloba as
áreas que desempenham um papel determinante na proteção e valorização
ambiental e na garantia da salvaguarda dos ecossistemas e da intensificação dos
processos biofísicos, designadamente:
a) Cursos de água e respetivas margens;
b) Áreas afetas à RAN;
c) Áreas afetas à REN;
d) Áreas afetas à Rede Natura 2000;
e) Espaços naturais;
f) Espaços florestais de conservação;
g) Espaços verdes urbanos.
O objetivo da EEM é assegurar a continuidade, conectividade e diversidade de
sistemas fundamentais para o funcionamento dos ecossistemas e o prolongamento
destes nos perímetros urbanos. Distingue-se portanto dentro da EEM, a estrutura
ecológica em solo rústico e a estrutura ecológica em solo urbano, estando a última
totalmente integrada a categoria de solo espaços verdes.
O concelho de Vila Pouca de Aguiar encontra-se inserido numa região com
características biofísicas e ecológicas singulares que motivaram a classificação de
uma grande parte do território como EEM (como se pode visualizar no mapa da Figura
3). A EEM aparece representada na Planta de Ordenamento, com relevância para os
espaços urbanos onde é definida como uma categoria de espaço e delimitada a uma
escala de maior pormenor. Por não ser considerada uma servidão e/ou restrição de
utilidade, a Planta de Condicionantes não contempla a delimitação da EEM. Apesar
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
29
disso, os regimes legais estabelecidos para a EEM são muito restritivos, sobretudo
no que se refere à edificação para habitação.
Figura 3: Estrutura Ecológica Municipal
Fonte: PDM de Vila Pouca de Aguiar, 2012
Segundo a Planta de Ordenamento do PDM, a área de estrutura ecológica em solo
rústico é de 29.452,09ha e em solo urbano de 177,88ha, o que significa que 68%
do território concelhio tem EEM.
Espaços verdes
Os espaços verdes são áreas com reduzida ou nenhuma capacidade edificatória,
integrados nos perímetros urbanos e englobam as áreas e sistemas fundamentais
para a proteção e valorização ambiental do solo urbano. Estes espaços subdividem-
se em: espaços verdes de utilização coletiva, espaços verdes de proteção e
salvaguarda e espaços verdes de enquadramento.
Considerando uma população de 13003 habitantes a residir em solo urbano (Censos
2011), a área de espaços verdes delimitada no PDM (1.782.531,89m2) corresponde
uma capitação para os aglomerados urbanos de 137,08m2/habitante, valor superior
aos padrões referenciados pela Direção Geral do Território (DGT) de 40m2/habitante.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
30
Se considerarmos apenas os espaços destinados à utilização pelos cidadãos,
designadamente os espaços verdes de utilização coletiva, obtemos uma capitação
de apenas 2,81m2/habitante.
Neste contexto, o PDM de Vila Pouca de Aguiar prevê a criação de mais espaços
verdes de utilização coletiva, designadamente através da integração nas zonas de
urbanização programável em Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG),
a executar por planos de pormenor.
Está em fase de elaboração um plano de pormenor e dois já em vigor que
contemplam a requalificação/criação de espaços verdes de utilização coletiva nos
locais onde existe maior carência deste tipo de infraestruturas que são as zonas
urbanas de Vila Pouca de Aguiar e de Pedras Salgadas, nomeadamente Plano de
Pormenor da Expansão de Pedras Salgadas, o Plano de Pormenor do Bairro das
Barreiras e o Plano de Pormenor do Castanheiro Redondo.
O Plano de Pormenor do Bairro das Barreiras prevê a requalificação de dois espaços
públicos existentes, designadamente um espaço entre a Travessa Guerra Junqueiro
e a rua com o mesmo nome e o espaço do Santuário de N. S.ª da Conceição. O
primeiro apresenta alguma descaracterização a nível estético e considerando que se
trata de um bairro periférico da Vila, onde ainda se pratica alguma agricultura de
subsistência, pretende-se criar um espaço de hortas comunitárias e uma zona de
pomar. Esta intervenção para além de permitir a criação de um espaço verde natural
permite à população manter a prática agrícola característica do local. O segundo
espaço, localizado num dos pontos de maior visibilidade do bairro, está desprovido
de vegetação pelo que se propõe uma intervenção paisagística que colmata esta
falha e proporcione zonas de repouso, convívio social e de lazer.
O Plano de Pormenor do Castanheiro Redondo prevê a criação de um espaço verde
de utilização coletiva, com cerca de 6700m2. A sua disposição central, qualidade
estética e ambiental e valor ecológico e cénico é fundamental para a sua conceção,
pretendendo-se por um lado tirar partido das potencialidades do sítio, equilibrar e
valorizar as novas edificações, enquadrar paisagisticamente a Fonte do Mouco,
assegurar a desobstrução das linhas de água existentes, preservar a bacia visual e
promover a criação de novas zonas de convívio social e de lazer, proporcionando as
condições necessárias para se criar um espaço verde de grande valor patrimonial,
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
31
com vários percursos pedonais que estabelecem a ligação entre o centro cívico de
Vila Pouca de Aguiar e outros pontos do bairro, como o Largo do Castanheiro
Redondo, a Rua da Igreja, a Travessa do Castanheiro Redondo.
Por último, o Plano de Pormenor da Expansão de Pedras Salgadas prevê a criação
de um espaço verde de utilização coletiva na margem direita do rio Avelâmes,
denominado Parque Natural de Pedras Salgadas, o qual se articula diretamente com
um espaço público existente e procura valorizar paisagisticamente o entorno ao
Parque Termal de Pedras Salgadas e o perímetro urbano de Pedras Salgadas.
Pretende-se que seja um espaço verde de usufruição coletiva, com percursos
pedonais e cicláveis que estabelecerão pontos de ligação entre os parques já
existentes (Pedras Salgadas Spa and Nature Park e parque urbano junto às margens
do Rio Avelâmes) e com a ciclovia existente no antigo canal ferroviário.
Pretende-se também que o parque natural ofereça as possibilidades de albergar
variados eventos com cariz cultural, recreativo, desportivo, lúdico entre outras
atividades sazonais e dinâmicas.
4.2.2 Floresta
Área florestal
Pelas suas características naturais, a maior parte da área concelhia é ocupada por
povoamentos florestais (onde se incluem pinhais, plantações de exóticas e manchas
de folhosas) e áreas cobertas por matos. Enquanto as primeiras são mais comuns
na parte norte e central, onde existe o domínio climático de transição, as segundas
estão associadas ao domínio da montanha. É largamente dominada pelas massas
de pinheiro – bravo que se distribuem pelo Vale do Tâmega e afluentes abrangendo
as freguesias de Capeludos, Bragado, Bornes de Aguiar e pelas vertentes ocidentais
da Padrela (freguesia de Tresminas) e zona oriental do concelho. Os carvalhais são
mais comuns nas encostas da bacia de Telões e em áreas mais elevadas como nos
planaltos do Alvão e Jales, muitas vezes associados ao castanheiro.
Pela análise da Carta de Ocupação do Solo (COS07), da DGT, a floresta é uma das
classes de ocupação do solo com maior extensão e importância no concelho,
ocupando uma área de 32589ha, o que representa 75% da superfície do concelho.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
32
De acordo com informação do PDM3, em 2002 a área de florestal era de 13075ha,
30% do território, pelo que em cinco anos a área florestal aumentou cerca de 45%.
Regime florestal
Em Vila Pouca de Aguiar a área submetida ao regime florestal ocupa atualmente
cerca de 48% da superfície do concelho e divide-se em três perímetros florestais,
designadamente: o Perímetro Florestal da Serra do Alvão, com uma área de
10020ha, o Perímetro Florestal da Serra da Padrela, com uma área de 10470ha e o
Perímetro Florestal da Serra de S. Domingos e Escarão, com uma área de 614ha
(Figura 4).
Figura 4: Áreas sujeitas ao Regime Florestal
Fonte: PDM de Vila Pouca de Aguiar, 2012
3 Caracterização do Território Municipal, PDM de Vila Pouca de Aguiar (2005)
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
33
Incêndios florestais
O concelho de Vila Pouca de Aguiar, à semelhança do resto do país, tem sofrido pela
presença constante de incêndios florestais, principalmente, na época mais quente e
seca do ano, tanto que, de acordo com o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra
Incêndios (PNDFCI), o concelho é considerado de tipologia T4, ou seja, muitas
ocorrências e muita área ardida.
Os dados disponibilizados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas
(ICNF) relativos à cartografia nacional de áreas ardidas, indicam que nos últimos
cinco anos arderam 10392 hectares de floresta no concelho, ou seja, 24% do
território.
Figura 5: Áreas ardidas entre o ano de 2012 e 2016
Fonte: ICNF, 2016
As áreas florestais percorridas por incêndios estão regulamentadas pelo Decreto-lei
n.º 327/90, de 22 de outubro, com as alterações introduzidas pela última redação,
no Decreto-lei n.º 55/2007, de 12 de março.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
34
Nos terrenos com povoamentos florestais percorridos por incêndios, não incluídos
em espaços classificados em planos municipais de ordenamento do território como
urbanos, urbanizáveis ou industriais, ficam proibidas, pelo prazo de dez anos, as
seguintes ações:
− A realização de obras de construção de quaisquer edificações;
− O estabelecimento de quaisquer novas atividades agrícolas, industriais,
turísticas ou outras que possam ter um impacte ambiental negativo;
− A substituição de espécies florestais por outras, técnica e ecologicamente
desadequadas;
− O lançamento de águas residuais industriais ou de uso doméstico ou
quaisquer outros efluentes líquidos poluentes;
− O campismo fora de locais destinados a esse fim.
Para além disso, o PDM prevê ainda a implementação do Plano Municipal de Defesa
da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) de Vila Pouca de Aguiar. Trata-se de um
instrumento operacional de planeamento, programação, organização e execução de
um conjunto de ações de prevenção, présupressão e reabilitação de áreas ardidas
que a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI) dispõe
para o desencadeamento das operações e coordenação das ações de prevenção e
combate a incêndios florestais. Este Plano foi alvo de revisão em 2015, tendo sido
aprovado em maio de 2016 a sua vigência para o período 2015-2019.
4.2.3 Recursos hídricos
Recursos hídricos superficiais
A rede hidrográfica do concelho está abrangida pelas bacias hidrográficas do
Tâmega, Tua, Corgo, Pinhão e Torno. Com exceção do rio Tâmega, são relativamente
reduzidos os caudais dos cursos de água, o que reflete a dimensão das bacias de
receção. No entanto, o facto de o concelho estar encravado pelas serras do Alvão e
da Padrela, onde a precipitação orográfica é abundante durante grande parte do ano,
leva a que as linhas de água que aqui têm as suas cabeceiras apresentem caudais
suscetíveis de serem aproveitados.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
35
Os benefícios não se resumem ao regadio e ao abastecimento doméstico pois muitos
cursos de água apresentam características propícias para aproveitamentos
hidroelétricos.
Os exemplos mais significativos da exploração deste recurso no concelho são: a
barragem do Alvão situada na bacia do rio Torno (ribeira do Cabouço), a barragem
de Raiz do Monte (ribeiro da Peliteira), a mini-hídrica do Bragado (rio Avelâmes). Mais
recentemente, em 2008, entrou em funcionamento a barragem do Pinhão, que
embora localizada no concelho de Vila Pouca de Aguiar, abastece os concelhos de
Vila Real, Sabrosa, Alijó e Peso da Régua, e em 2009 entrou em funcionamento a
mini-hídrica de Vales (rio Tinhela).
Atualmente, está em execução o Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET) que
integra a construção de três barragens, duas das quais no concelho de Vila Pouca de
Aguiar, designadamente a barragem de Gouvães e a barragem do Alto Tâmega. A
barragem de Daivões abrange os concelhos de Ribeira de Pena e Cabeceiras de
Basto.
No que diz respeito à qualidade das águas superficiais, de acordo com os dados
disponibilizados pelo SNIRH – Sistema Nacional de Informação dos Recursos
Hídricos, em 2009, com exceção do rio Corgo, a maioria dos cursos de água possuem
qualidade igual ou superior a C – Razoável, existindo ainda rios que apresentam uma
qualidade equivalente às condições naturais (classe A - Excelente) (Gráficos 5 a 9).
Comparativamente a 2001 (data considerada nos estudos de caracterização do
território para o PDM de Vila Pouca de Aguiar), verifica-se que a qualidade da água
dos rios que atravessam o concelho é superior. Em 20094, o rio Tinhela mantinha-se
na classe A – Excelente, o rio Tâmega e o rio Pinhão subiram de Razoável e Boa
qualidade da água para Excelente. Contudo, verifica-se uma diminuição da qualidade
da água do rio Avelâmes de Boa para apenas Razoável (Gráficos 5 a 9).
Este panorama na qualidade da água dos principais cursos de água do concelho em
muito se deve ao investimento do Município na drenagem e tratamento das águas
4 Dado que apenas alguns dos cursos de água analisados possuem informação referente ao ano de 2013, foi
considerado como referência o ano de 2009.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
36
residuais. Em dezembro de 2011 e abril de 2012 apresentou duas candidaturas ao
ON2 no valor de cerca de 3,5 milhões de euros, que incluíam obras de drenagem de
esgotos e remodelação das redes de água, em várias localidades do concelho. Mais
recentemente, em junho de 2016, a Autarquia submeteu candidaturas ao POSEUR
no valor de 1,7 milhões de euros para rede de drenagem de águas residuais.
Gráfico 5: Qualidade das águas superficiais – Estação Pedras
DESCRIÇÃO QUALIDADE DA ÁGUA
Rio: Avelâmes Estação: Pedras
A Excelente
B Boa
C Razoável
D Má
E Muito Má
Fonte: SNIRH
Gráfico 6: Qualidade das águas superficiais – Estação Foz Corgo
DESCRIÇÃO QUALIDADE DA ÁGUA
Rio: Corgo Estação: Foz Corgo
A Excelente
B Boa
C Razoável
D Má
E Muito Má
Fonte: SNIRH
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
37
Gráfico 7: Qualidade das águas superficiais – Estação Foz Tinhela
DESCRIÇÃO QUALIDADE DA ÁGUA
Rio: Tinhela Estação: Foz Tinhela
A Excelente
B Boa
C Razoável
D Má
E Muito Má
Fonte: SNIRH
Gráfico 8: Qualidade das águas superficiais – Estação Ribeira de São Vicente
DESCRIÇÃO QUALIDADE DA ÁGUA
Rio: Pinhão Estação: Ribeira de São Vicente
A Excelente
B Boa
C Razoável
D Má
E Muito Má
Fonte: SNIRH
Gráfico 9: Qualidade das águas superficiais – Estação Foz Louredo
DESCRIÇÃO QUALIDADE DA ÁGUA
Rio: Torno/Louredo Estação: Foz Louredo
A Excelente
B Boa C Razoável D Má E Muito Má
Fonte: SNIRH
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
38
Recursos hídricos subterrâneos
Para aferir sobre a qualidade da água subterrânea5 foram considerados os pontos
de água subterrânea inseridos na rede de qualidade e localizados no concelho de
Vila Pouca de Aguiar (Quadro 5) e concelhos vizinhos. Pelas classificações atribuídas
a estes pontos, é possível afirmar que a qualidade da água subterrânea no território
concelhio e zona envolvente é boa, principalmente nos pontos localizados em Murça
e em Chaves, apesar da escassez de dados relativos aos pontos considerados e de
os mesmos se reportarem ao ano de 2006, não existindo dados mais recentes.
Quadro 5: Qualidade da água subterrânea (2006)
ESTAÇÃO CLASSIFICAÇÃO PARÂMETROS RESPONSÁVEIS PELA CLASSIFICAÇÃO
74/N1 Vila Pouca de Aguiar
A2
pH
Fonte: SNIRH
4.2.4 Rede Natura
As áreas classificadas no concelho de Vila Pouca de Aguiar estão representadas pelo
Sítio Alvão/Marão da Rede Natura 2000 e pelo Biótopo Corine da serra da Padrela.
O Sítio Alvão/Marão abarca grosso modo as serras do Alvão e do Marão, orientadas
no sentido nordeste-sudoeste e com altitudes máximas de 1330 e de 1416m,
respetivamente, e encontra-se delimitado a oeste pelo rio Tâmega e a este pelo rio
Corgo.
Com uma área de 58788ha, o Sítio Alvão/Marão ocupa uma área de 23% (13495ha)
do território concelhio (Figura 6) e engloba uma grande diversidade de habitats
naturais, onde predominam os carvalhais de carvalho roble e carvalho negral (9230)
e os matos baixos de ericáceas e/ou tojos sobre substratos duros (4030).
5 A classificação da qualidade da água subterrânea é efetuada de acordo com o Anexo I do DL 236/98, de 1 de
Agosto, baseia-se nos parâmetros analíticos determinados pelo programa de monitorização de vigilância operada
pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
39
Em termos de flora destaca-se a ocorrência do ameaçado trevo-de-quatro-folhas
(Marsilea quadrifólia) e da precária Veronica micrantha.
No que respeita à fauna, trata-se de uma região de grande importância para o lobo
(Canis lupus), sendo a densidade de alcateias nesta zona das maiores do país. É um
Sítio igualmente relevante para a conservação da fauna aquática e ribeirinha, sendo
de destacar a sua importância para a toupeira-de-água, a lontra e a panjorca.
Ocorrem ainda várias espécies de morcegos ameaçados, sendo de salientar uma
colónia de hibernação de morcego-ratopequeno e de morcego-de-ferradura-grande.
Relativamente à herpetofauna salienta-se a presença do lagarto-de-água e da
salamandra-lusitânica. De referir ainda a presença de invertebrados, como a
borboleta Euphydryas aurinia e o coleóptero Lucanus cervus, sendo dos poucos
Sítios de ocorrência conhecida da libélula Oxygastra curtisii.
De acordo com o PDM, nas áreas integradas na Rede Natura 2000 são interditas as
seguintes ações, atividades ou projetos:
− A florestação e reflorestação com espécies de crescimento rápido;
− A deposição de resíduos líquidos e sólidos de inertes e de materiais de
qualquer natureza ou o lançamento de efluentes sem tratamento prévio
adequado de acordo com as normas em vigor;
− A instalação de indústrias poluentes;
− A exploração de recursos geológicos, fora das áreas de exploração
consolidada, descritas na Planta de Ordenamento;
− Nas áreas alvo de recuperação paisagística e ambiental não é possível
promover projetos, ações ou atividades que produzam novos impactes
negativos.
Por outro lado, estão condicionados a parecer do ICNF as ações, atividades e projetos
constantes do Anexo V do regulamento do PDM.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
40
Figura 6: Rede Natura 2000-Sítio Alvão/Marão
Fonte: ICNF, 2016
4.2.5 Poluição sonora e atmosférica
Poluição sonora
O concelho de Vila Pouca de Aguiar dispõe de Mapa de Ruído de acordo com o
Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro. No âmbito do processo de revisão do PDM
de Vila Pouca de Aguiar, publicado em setembro de 2012, o Mapa de Ruído foi
incorporado neste documento.
As principais fontes de poluição sonora no concelho são as vias de trafego rodoviário,
os pequenos aglomerados industriais, as indústrias extrativas e transformadoras de
inertes e os parques eólicos.
Para a elaboração do Mapa de Ruído foram no entanto consideradas todas as vias
de comunicação, quer estradas nacionais, quer municipais. Adicionalmente, foram
consideradas fontes industriais que, quer pelas suas dimensões, equipamentos
constantes e horas de laboração, foram consideradas representativas e importantes
para o cálculo de previsão dos níveis de poluição sonora no Município.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
41
A caracterização da situação de referência é expressa pelos mapas de ruído global,
ou seja, em que os níveis sonoros expressos são resultado do somatório da
contribuição de todas as fontes de ruído consideradas. No mapa da Figura 7 é
representado o mapa de ruído global para as 24 horas do dia, expresso pelo
indicador Lden.
Figura 7: Mapa de ruído geral para o período diurno-entardecer-noturno
Fonte: CMVPA, 2008
No mapa da Figura 8 é representado o mapa de ruído global para o período entre as
23h00 e as 07h00, expresso pelo indicador Ln.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
42
Figura 8: Mapa de ruído geral para o período noturno
Fonte: CMVPA, 2008
Pela análise dos dois mapas verifica-se que as principais fontes de ruído rodoviário
do Município são a A7, a A24 e as EN2, 206 e 212, já que são eixos rodoviários de
ligação aos concelhos vizinhos e atravessam o núcleo urbano de Vila Pouca de
Aguiar. O mesmo se verifica com a EM549 que apresenta um forte fluxo rodoviário,
sobretudo de veículos pesados, uma vez que esta via constitui um acesso direto à
zona do Fojo, onde se concentram variadas pedreiras de extração de granito, como
também constitui um ramal de acesso à A24.
O cruzamento desta informação com a delimitação das áreas sensíveis e mistas
permite-nos concluir que existem algumas zonas em que os valores modelados
ultrapassam os valores regulamentares. Estas zonas de conflito ocorrem em
pequenas zonas coincidentes com eixos de rodovia, pelo que nos termos do disposto
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
43
no artigo 8.º do Regulamento Geral do Ruído, a Câmara Municipal deve proceder à
elaboração de um Plano Municipal de Redução do Ruído para estas áreas.
Poluição atmosférica
A emissão de poluentes para a atmosfera está relacionada com as atividades
humanas, destacando-se a indústria, a agricultura, os transportes rodoviários,
marítimos e aéreos. A degradação da qualidade do ar ambiente depende das
quantidades de poluentes emitidas e das condições meteorológicas.
À escala local são os grandes centros urbanos que apresentam uma maior
degradação da qualidade do ar, resultante principalmente do tráfego rodoviário. Os
maiores impactos fazem-se sentir na saúde humana, na deterioração do património
construído e no ambiente em geral.
Os poluentes que mais contribuem para a deterioração da qualidade do ar são as
partículas (PM10), o ozono (O3), e o dióxido de azoto (NO2), sendo os dois primeiros,
os poluentes mais preocupantes no que se refere à saúde pública.
Em Portugal as competências de avaliação e gestão da qualidade do ar estão
atribuídas às Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional. Para efeitos
de avaliação da qualidade do ar na sua área de jurisdição, a CCDR-N dispõe de um
conjunto de estações fixas de monitorização.
A rede de monitorização da qualidade do ar (RMQA) na região Norte é constituída por
21 estações. Para aferir a qualidade do ar do concelho de Vila Pouca de Aguiar
considera-se o índice do ar da zona Norte Interior. A estação existente nesta área é
a estação de Lamas de Olo, localizada no concelho de Vila Real. Trata-se de uma
estação rural de fundo que mede os seguintes poluentes: Monóxido de Azoto, Dióxido
de Azoto, Óxidos de Azoto, Ozono, Dióxido de Enxofre, Partículas <10 µm e <2,5 µm.
O gráfico seguinte representa a distribuição dos valores do índice de qualidade do ar
(IQAr) para o Norte Interior, nos anos 2012 a 2015. Com base neste gráfico, verifica-
se que a classe do índice mais frequente é “Bom”, com valores sempre superiores a
50% dos dias, atingindo em todos os anos, à exceção de 2015, valores na ordem
dos 250 dias. Contudo, também se verifica que o IQAr para a classe “Bom” tem vindo
a diminuir, sobretudo de 2014 para 2015, em que apenas em 94 dias do ano a
qualidade do ar foi boa.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
44
Muito embora estes dados se reportem a uma estação de fundo de ambiente rural
regional, considera-se uma boa estimativa genérica da qualidade do ar no concelho,
uma vez que é a única estação incluída na rede de monitorização da qualidade do ar
na zona Norte Interior.
Gráfico 10: Distribuição do índice de qualidade do ar pelo número de dias em cada ano (2012-2015)
Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente (APA)
4.2.6 Riscos naturais e antrópicos
De acordo com o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Vila Pouca de
Aguiar (PMEPCVPA), no concelho de Vila Pouca de Aguiar os incêndios florestais são
a catástrofe que maior impacto tem causado. De salientar também o risco de
movimentos de massa, com especial incidência nas zonas mineiras abandonadas, o
que pode conduzir ao colapso das galerias. No que respeita aos riscos tecnológicos
são apontados os incêndios urbanos e industriais, os acidentes graves de tráfego e
o transporte de mercadorias perigosas, como sendo as tipologias de risco que mais
têm vindo a aumentar no concelho.
O PMEPCVPA está em fase de revisão, pelo que a próxima revisão do PDM deve
considerar essa informação mais atualizada, pois um dos fins da política de
ordenamento do território e do urbanismo definidos na Lei de Bases consiste em
1 0 0 06 7 0 0
4758
28
3
281269
249
94
1 1 5 00
50
100
150
200
250
300
2012 2013 2014 2015
Mau
Fraco
Médio
Bom
Muito Bom
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
45
acautelar a proteção civil da população, prevenindo os efeitos decorrentes de
catástrofes naturais ou da ação humana.
4.3 EQUIPAMENTOS COLETIVOS
A dotação de equipamentos coletivos constitui uma variável relevante para a
avaliação da evolução da qualidade de vida, na medida em que contribui para a
satisfação das expectativas das populações relativamente à oferta de um vasto
conjunto de bens e serviços. No contexto do REOT, foi selecionado um conjunto de
equipamentos de âmbito educativo, desportivo, social e de saúde que pelas suas
caraterísticas proporcionam uma melhor compreensão da evolução ocorrida.
4.3.1 Equipamentos de ensino
Os dados disponíveis, relativos ao ano letivo de 2016/2017 (Gráfico 11), sugerem
uma situação muito diferente da verificada no ano letivo de 2004/20056, tendo-se
verificado uma redução do número de estabelecimentos de ensino público no
concelho na ordem dos 21% (de 71 para 15 estabelecimentos).
Gráfico 11: Número de estabelecimentos de ensino público (2004/2005-2016/2017)
Fonte: Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar/MARKTEST
Esta situação deveu-se, sobretudo, ao encerramento de escolas do 1.º ciclo do
ensino básico nas duas últimas décadas. Devido a opções políticas de sucessivos
6 Caracterização do Território Municipal, PDM de Vila Pouca de Aguiar (2005)
7168
2926 26 28
2319 19 18 18 18
15
0
10
20
30
40
50
60
70
80
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
46
governos, as escolas de pequena dimensão foram sendo encerradas e as crianças
foram concentradas em estabelecimentos de ensino de dimensão maior.
Foi então necessário criar condições para receber os alunos das escolas que foram
sendo encerradas pelo que a Autarquia teve de reforçar o parque escolar,
construindo em 2004 uma nova escola em Pedras Salgadas, que contempla os três
níveis de ensino básico, e em 2011, a ampliação da Escola Básica do 2.º e 3.º ciclos
do ensino básico de Vila Pouca de Aguiar, para integrar também o 1.º ciclo.
Os dados disponíveis permitem ainda verificar que nos anos escolares mais recentes
se tem registado uma diminuição do número total de alunos a frequentar os
estabelecimentos de ensino do concelho, fenómeno que contraria alguma tendência
anterior de crescimento de população escolar até ao ano letivo de 2009/2010. Esta
regressão deve-se à diminuição das taxas de natalidade e consequentemente do
número de jovens.
Gráfico 12: Número de alunos (2007/2008-2016/2017)
Fonte: Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar/MARKTEST
O gráfico que se segue é ilustrativo da adaptação do parque escolar às políticas que
têm sido adotadas no ensino, sobretudo a partir do ano letivo de 2012/13, em que
se verifica claramente que a linha do número de estabelecimentos de ensino
acompanha a diminuição do número de alunos das escolas do concelho.
2004 1966 1978
1768 17381636
1539 15171451
1156
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
47
Gráfico 13: Evolução do número de alunos e do número de estabelecimentos de ensino
(2007/2008-2016/2017)
Fonte: Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar/ MARKTEST
4.3.2 Equipamentos de saúde
Desde a entra em vigor do PDM ocorreram transformações no âmbito do sistema
organizacional dos cuidados de saúde primários públicos. Entre as principais
alterações introduzidas pela legislação7 destacam-se a substituição da anterior
estrutura constituída por centros de saúde e respetivas extensões por agrupamentos
formados por uma ou várias unidades funcionais, vocacionadas quer para a
prestação de um apoio generalista, quer para a prestação de serviços
especializados, com reflexos na prestação dos cuidados de saúde do Município.
Estas alterações traduziram-se no encerramento de 1 extensão de saúde, com
carácter mais precário, designadamente a extensão de saúde de Capeludos, na
freguesia de Capeludos, pelo que, atualmente, a rede de equipamentos de saúde do
concelho é composta por 1 centro de saúde público, localizado no aglomerado sede
e apenas 2 extensões distribuídas pelos aglomerados de Pedras Salgadas e Campo
de Jales (Figura 9).
7 Decreto-Lei n.º 28/2008, de 22 de fevereiro e Despacho n.º 10143/2009, de 16 abril
0
5
10
15
20
25
30
0
500
1000
1500
2000
2500
Tota
l de
esta
bele
cim
ento
s
Tota
l de
alun
os
Total de alunos Total de estabelecimentos
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
48
Figura 9: Distribuição geográfica dos equipamentos de saúde
Fonte: CMVPA, 2016
A rede de equipamentos de saúde do concelho integra o Agrupamento de Centros de
Saúde do Alto Tâmega e Barroso (ACES do Alto Tâmega e Barroso) e é constituída
pelas seguintes unidades funcionais de prestação de cuidados de saúde primários:
− UCC (Unidade de Cuidados na Comunidade);
− UCSP (Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados);
− USP (Unidade de Saúde Pública);
− Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados.
Embora não sendo da responsabilidade da edilidade a resolução das carências
sentidas e identificadas ao nível dos equipamentos de saúde, é no entanto crucial
para esta entidade o conhecimento da realidade existente, na medida em que o seu
diagnóstico permite uma avaliação dos serviços prestados aos utentes em geral e à
comunidade local, em particular.
Com base na informação disponível, em 2016, estavam a trabalhar nas unidades
dos cuidados de saúde primários do concelho um total de 25 médicos, dos quais 9
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
49
são médicos de medicina geral e familiar, observando-se um aumento de 2 médicos
relativamente ao valor de referência do PDM (7 médicos, dados de 2002). Verifica-
se também que essa evolução é constante e positiva a partir do ano de 2009.
Gráfico 14: Evolução do número de médicos (2001, 2009-2016)
Fonte: PORDATA, 2016
Como já foi referido, em 2016, estavam a trabalhar nas unidades dos cuidados de
saúde primários do concelho um total de 25 médicos e 65 enfermeiros.
Ao contrário do que se verifica com a classe médica, no caso dos profissionais de
enfermagem a evolução não tem sido constante, observando-se um crescimento de
2009 até 2011, diminuindo em 2012 até 2014, retomando uma evolução positiva
em 2015 e em 2016.
Gráfico 15: Evolução do número de médicos e enfermeiros (2001, 2009-2016)
Fonte: PORDATA, 2016
10
8 8 8 8 89 9 9
1817
20 20 2021
2223
25
2001 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Nº de Médicos (Medicina Geral e Familiar) Nº de Médicos Residentes
18 1720 20 20 21 22 23
25
54
5961
58 5854 55
65
2001 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Médicos Enfermeiros
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
50
Com base na informação disponível (Quadro 6) verifica-se que em 2011 o número
de médicos por cada 1000 habitantes do concelho correspondia a 1,5, valor superior
ao valor de referência do PDM (rácio de 1,3 médicos por cada 1000 habitantes,
dados de 2002).
Em 10 anos verifica-se que o rácio médico/habitante teve um ligeiro aumento.
Porém, apesar do ligeiro aumento do número destes profissionais de saúde ocorrido
ente 2001 e 2011, não podemos negligenciar o decréscimo de população residente
no concelho ocorrido durante essa década, representando menos 1811 indivíduos
no concelho.
Quadro 6: Número de médicos por 1000 habitantes
ANO POPULAÇÃO RESIDENTE
Nº DE MÉDICOS RÁCIO MÉDICO/1000 HAB.
2001 14998 18 1.2
2002 14994 20 1.3
2003 15058 22 1.5
2004 15100 22 1.5
2005 15095 18 1.2
2006 15043 18 1.2
2007 14930 17 1.1
2008 14837 18 1.2
2009 14735 17 1.2
2010 14634 20 1.4
2011 13187 20 1.5
Fonte: MARKTEST, 2016
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
51
4.3.3 Equipamentos de apoio social
No concelho de Vila Pouca de Aguiar, os equipamentos socais existentes estão
vocacionados essencialmente para o apoio a crianças, idosos e pessoas portadoras
de deficiência.
De acordo com os dados disponibilizados pelo gabinete de Ação Social, atualmente,
existem no concelho 2 creches e 1 centro de atividades de tempos livres (CATL), no
que diz respeito à oferta para crianças. No que diz respeito às valências destinadas
ao apoio de pessoas com deficiência, a oferta regista apenas a existência de 1 centro
de atividades ocupacionais (CAO). Quanto aos serviços de apoio à população idosa
verifica-se a existência de 1 centro de convívio, 4 centros de dia, 1 centro de noite, 4
lares de idosos e 1 residência. Relativamente aos serviços de apoio à família e
comunidade, verifica-se a existência de 8 instituições com serviço de apoio
domiciliário (SAD).
No mapa abaixo podemos verificar que as freguesias de Vila Pouca de Aguiar e
Bornes de Aguiar possuem mais respostas sociais, ao contrário das freguesias de
Capeludos, União de Freguesias de Pensalvos e Parada de Monteiros, Alvão e Vreia
de Jales que não possuem qualquer resposta.
Figura 10: Distribuição geográfica dos equipamentos de apoio social
Fonte: CMVPA, 2016
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
52
Em relação aos dados apresentados no PDM (2004) observa-se um decréscimo da
oferta ao nível do apoio à população jovem no que respeita a CATL, devido à aposta
na escola a tempo inteiro e, por outro lado, do crescimento da oferta relacionada
com o apoio à população idosa, em resultado de uma maior resposta às
necessidades fruto do declínio da taxa de natalidade e do aumento do peso da
população das camadas etárias mais elevadas.
Gráfico 16: Evolução do número de equipamentos de apoio social (2004 e 2016)
Fonte: PDM (2004) e CMVPA (2016)
4.3.4 Equipamentos culturais
Espaços culturais
Relativamente aos equipamentos dedicados a atividades de carácter cultural,
resume-se à Biblioteca Municipal, ao Cineteatro, ao Museu Municipal Padre José
Rafael Rodrigues, à Casa da Cultura, todos localizados na sede de concelho, e o
Centro Interpretativo de Tresminas, na localidade e freguesia de Tresminas.
Os equipamentos culturais existentes no concelho continuam a ser, em termos
absolutos, os mesmos que existiam à data de elaboração dos trabalhos de revisão
do PDM. Apenas o Centro Interpretativo de Tresminas foi alvo de requalificação no
ano de 2015. Este equipamento permite a compreensão da dinâmica do Complexo
Mineiro Romano de Tresminas, considerado como uma das maiores explorações
mineiras do mundo romano. Dispõe de dois edifícios, vocacionados para a
interpretação do património histórico-arqueológico e património natural, bem como
1
3
0
1
0
2
4
3
0
4 4
1 1 1
2
1
8
1
Lar Centro deDia
Centro deNoite
Centro deConvívio
Residência Creche CATL SAD CAO
2004 2016
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
53
uma área exterior com instalações relacionadas com o tratamento do ouro em época
romana - moinho de pilões e moinho rotativo de marcha lenta.
Património arquitetónico e arqueológico
O concelho de Vila Pouca de Aguiar compreende um conjunto de elementos
patrimoniais edificados, classificados e em vias de classificação, os quais estão
representados na Planta de Condicionantes do PDM.
No que respeita ao património classificado como “Monumento Nacional” temos as
Antas da Serra do Alvão, localizadas na freguesia do Alvão, e o Castelo de Pena de
Aguiar, na freguesia de Telões.
No que respeita aos imóveis classificados com “Imóvel de Interesse Público” temos
o Altar de Talha Dourada da Capela de Cidadelhe, na freguesia de Vila Pouca de
Aguiar, a Igreja de Santa Eulália de Pensalvos, na freguesia de Pensalvos e Parada
de Monteiros, a Mamoa do Alto do Cotorino, na freguesia do Alvão, as Minas
Romanas de Tresminas, na freguesia de Tresminas, o Pelourinho de Alfarela de Jales,
na freguesia de Alfarela de Jales e o Recinto Fortificado de Cidadelha, também na
freguesia de Vila Pouca de Aguiar.
Relativamente ao património classificado como “Imóvel de Interesse Municipal”
temos os Altos dos Canastros, na freguesia de Vreia de Jales, a Ponte de Cidadelha,
na freguesia de Vila Pouca de Aguiar e o antigo edifício dos CTT de Pedras Salgadas,
na freguesia de Bornes de Aguiar.
No que concerne ao património em vias de classificação, o PDM identifica os
seguintes: Barragem Romana de Tinhela de Baixo — Norte, Barragem Romana de
Tinhela de Baixo — Sul, ambas na freguesia de Bornes de Aguiar, a Ponte do Arco ou
Ponte da Barrela, na freguesia de Vreia de Jales, a Ponte da Ola, na freguesia de
Bragado, e o Túnel do Pedroso, na freguesia de Tresminas.
Para além do património classificado e em vias de classificação, no âmbito do
processo de revisão do PDM procedeu-se a uma transposição dos elementos
inventariados na Carta Arqueológica para a Planta de Ordenamento do PDM.
Após a publicação do PDM, todos os imóveis em vias de classificação foram
efetivamente classificados como Monumentos de Interesse Público.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
54
4.3.5 Equipamentos da administração pública
A reorganização administrativa implementada em Vila Pouca de Aguiar no ano de
2013 veio reduzir o número de freguesias de 18 para 14. Como tal, também se
verificou uma redução dos equipamentos da administração pública devido ao
encerramento de 4 instalações das freguesias que foram aglutinadas.
Os restantes equipamentos concentram-se na freguesia sede de concelho e
continuam a ser os mesmos que existiam à data de elaboração dos trabalhos de
revisão do PDM (dados de 2004), designadamente Câmara Municipal, Cartório
Notarial, Conservatória e Registo Civil, Repartição de Finanças, Segurança Social e
Tribunal (Figura 11).
Figura 11: Distribuição geográfica dos equipamentos da administração pública
Fonte: CMVPA, 2016
4.3.6 Equipamentos de segurança e proteção civil
No concelho de Vila pouca de Aguiar existem 2 postos da GNR, o posto de Vila Pouca
de Aguiar e o posto de Pedras Salgadas e 1 corporação de bombeiros voluntários
(Figura 12).
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
55
Os equipamentos de segurança e proteção civil existentes no concelho continuam a
ser, em termos absolutos, os mesmos que existiam à data de elaboração dos
trabalhos de revisão do PDM (dados de 2004). No entanto, desde então, observou-
se a desativação do Quartel de Bombeiros existente no centro da sede do concelho
e a respetiva deslocalização para um novo edifício construído na periferia da vila, o
qual já estava previsto no PDM, tendo sido concretizado em 2016.
A evolução deste indicador não sofreu qualquer alteração desde 2004 até 2016,
com exceção do já referido quanto à relocalização do posto da corporação de
bombeiros nas novas instalações.
Figura 12: Distribuição geográfica dos equipamentos de segurança e proteção civil
Fonte: CMVPA, 2016
4.3.7 Equipamentos desportivos
Ao nível equipamento desportivos verifica-se que o município tem apostado
sobretudo na requalificação dos existentes.
Assim, em 2015, foram feitas obras de beneficiação do piso no campo de jogos da
Portelinha, na freguesia de Bornes de Aguiar, onde o saibro deu lugar a um piso relva
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
56
sintética, bem como a beneficiação das piscinas municipais cobertas e do pavilhão
Francisco Gomes da Costa ao nível da eficiência energética, na freguesia de Vila
Pouca de Aguiar.
Atualmente existem no concelho de Vila Pouca de Aguiar 47 grandes campos de
jogos, 22 pequenos campos de jogos, 5 salas de desporto, 2 piscinas municipais
(uma coberta e outra descoberta), 1 pista de atletismo e 6 instalações especiais,
designadamente: 1 centro equestre, 1 parque de campismo, 1 crossódromo e 3
campos de tiro.
Os grandes campos de jogos e os pequenos campos de jogos são as tipologias mais
frequentes, representando os primeiros 57% e os segundos 27% das instalações
existentes no concelho. As salas de desporto representam apenas 6% das
instalações desportivas, as piscinas municipais (coberta e descoberta) 2% e as
instalações especiais 7% dos equipamentos desportivos existentes no concelho.
Existe apenas 1 pista de atletismo, localizada na sede do concelho.
Gráfico 17: Equipamentos desportivos existentes (%)
Fonte: CMVPA, 2016
Relativamente à distribuição das instalações desportivas no território municipal
(Figura 13) verifica-se que existe alguma heterogeneidade, com maior concentração
de instalações desportivas nas freguesias de Bornes de Aguiar e Vila Pouca de
Aguiar.
57%
27%
6%1%
1% 1%7%
Grande Campo de Jogos
Pequeno Campo de Jogos
Sala de Desporto
Pista de Atletismo
Piscina Coberta
Piscina Descoberta
Instalações Especiais
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
57
Figura 13: Distribuição geográfica dos equipamentos desportivos
Fonte: CMVPA, 2016
O parque desportivo do concelho caracteriza-se pela predominância de instalações
desportivas descobertas (de ar livre), relativamente às cobertas, sendo também
aquelas as que dispõem de maior área útil desportiva. Contudo, verifica-se que a as
instalações do tipo grande campo de jogos localizados nas freguesias rurais estão
em mau estado de conservação, alguns deles apresentam mesmo um elevando grau
de abandono, sem manutenção.
A estagnação das taxas de mortalidade, a diminuição das taxas de natalidade e o
aumento dos fluxos migratórios de saída de população para fora do Município, fruto
do contexto socioeconómico atual, provocaram o envelhecimento da população e a
incapacidade de regeneração geracional, sobretudo nos aglomerados rurais do
concelho, pelo que é natural que a prática de atividades desportivas associadas a
esta tipologia tenham sido abandonadas, o que levou também ao abandono/falta de
manutenção das respetivas instalações.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
58
4.4 MOBILIDADE E TRANSPORTES
4.4.1 Rede de infraestruturas
O concelho de Vila Pouca de Aguiar, geograficamente situado no centro do distrito de
Vila Real, é atravessado por três eixos principais, respetivamente pelas EN2, EN206
e EN212, que asseguram a ligação de Vila Pouca de Aguiar aos concelhos limítrofes.
Esta localização geográfica proporciona ao concelho uma estratégia importante na
região, valorizada pela existência da A24 e da A7.
Relativamente à rede rodoviária nacional, o PDM considera as infraestruturas
previstas no Plano Rodoviário Nacional de 2000 (PRN2000), designadamente a
construção do itinerário complementar nº 5 (IC5), atual A7, então já em fase de
execução, que ligaria o concelho a Póvoa de Varzim, passando por Guimarães. A
construção desta via traria ao concelho, em parceria com a A24, uma posição
estratégica importante, ficando bem servido em termos de acessibilidade ao litoral,
através do IC5, e ao norte e sul através da A24.
Ao nível das infraestruturas municipais, o PDM refere a existência de 270km de
estradas, das quais 29.5% apresentavam mau estado de conservação, pelo que
propõe a requalificação das seguintes vias:
− EM 549 Freixeda/EN2;
− EM Vales/Reboredo;
− CM Cavadas/Cidadelha;
− CM Capeludos/Lama Bouça;
− CM Tinhela/Vales;
− Estrada de São Martinho, ligação EN2/Eiriz;
− CM Parada de Monteiros/ Pielas;
− CM de Granja/Mascanho.
Com base na informação disponibilizada pelo Setor de Trânsito e Toponímia, no que
respeita às vias municipais em mau estado de conservação, durante os 4 anos de
vigência do PDM, apenas não foram requalificadas a EM549 Freixeda/EN2, o CM
Tinhela/Vales e o CM Granja/Mascanho. A estrada de São Martinho, ligação
EN2/Eiriz apenas foi requalificada parcialmente.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
59
Relativamente às restantes infraestruturas viárias, durante os 4 anos de vigência do
PDM, registaram-se alterações significativas, tendo sido concluída a construção do
IC5/A7 e do IP3/A24, reforçando as fortes acessibilidades regionais e a localização
geoestratégica central, numa perspetiva de potenciação funcional do território
concelhio.
4.4.2 Acidentes rodoviários
Como se pode observar no quadro seguinte, entre 2012 e 2016 ocorreram no
concelho de Vila Pouca de Aguiar 433 acidentes com vítimas, dos quais resultaram
99 vítimas ligeiras e 9 graves. Não se verificaram vítimas mortais. O ano de 2012 foi
o que registou o maior número de acidentes rodoviários e 2015 o que registou
menos.
Quadro 7: Acidentes rodoviários (2012-2016)
Fonte: GNR - Posto Territorial de Vila Pouca de Aguiar, 2016
4.4.3 Transportes coletivos
Os transportes coletivos no concelho são assegurados por duas empresas de
camionagem, designadamente a AUTO VIAÇÃO DO TÂMEGA e a RODONORTE, que
asseguram as ligações para fora deste.
As ligações dentro do concelho são asseguradas pela Autarquia (autocarros
municipais), para além do aluguer de “Táxi” que constitui uma componente
importante do sistema de transporte, em particular nas áreas rurais com
aglomerados dispersos e de pequena dimensão característicos deste território,
constituindo para muitos o principal acesso à sede do concelho.
ANO
N.º DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
N.º DE FERIDOS
LIGEIROS GRAVES
2012 117 33 0
2013 88 26 3
2014 83 16 5
2015 65 12 1
2016 80 12 0
TOTAL 433 99 9
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
60
As empresas de camionagem mencionadas efetuam grande parte das ligações Vila
Real – Vila Pouca de Aguiar – Chaves e vice-versa, em horários especificados.
Contudo, face à inexistência de dados por parte das operadoras não foi possível
quantificar o total de passageiros que utilizam este meio de transporte.
4.4.4 Transportes escolares
A Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, de acordo com o estipulado no Decreto-
Lei n.º 299/84, de 5 de setembro, garante o serviço de transporte entre o local de
residência e o local do estabelecimento de ensino frequentado por todos os alunos
do ensino básico e secundário, desde que estes residam a mais de 3km dos
estabelecimentos de ensino mais próximos da sua área de residência.
O transporte escolar é gratuito para os estudantes sujeitos à escolaridade obrigatória
e comparticipado para estudantes do ensino secundário, desde que a situação
económico-financeira familiar o justifique.
O plano de transportes escolares para os anos letivos 2016/2017/2018 envolve:
− 10 itinerários assegurados por carreiras públicas exploradas por empresas de
transportes (AUTO VIAÇÃO DO TÂMEGA e RODONORTE);
− 8 circuitos assegurados pelos autocarros da Autarquia;
− 23 circuitos assegurados pelas Juntas de Freguesia.
4.4.5 Modos de transportes sustentáveis
Relativamente aos modos de transporte não motorizado, os mesmos podem ser
incrementados através da criação de ciclovias localizadas em meio urbano, bem
como pela criação de percursos pedonais.
O PDM de 2012 refere no documento de Avaliação Ambiental Estratégica que
“relativamente à circulação pedonal a maioria das vias do concelho não existem
bermas, principalmente dentro das localidades onde é indispensável salvaguardar a
segurança dos peões”. Para além disso aponta-se como estratégia, entre outras:
”Promover a reorganização e/ou criação de redes de transporte público coletivo,
valorizando a intermodalidade, que assegurem a coordenação de horários entre os
serviços rodoviários e os modos de transporte suaves e menos poluentes (pedonal e
ciclovia)”.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
61
Preocupações com as deslocações pedonais são também evidentes nas diversas
Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG) definidas e delimitadas na
Planta de Ordenamento do PDM, a executar através de plano de pormenor, que
evidencia a necessidade de “…requalificar toda a malha urbana da área de
intervenção, definindo os espaços públicos de circulação viária e pedonal…”.
Nos últimos anos estas preocupações com a qualidade de vida das populações tem
auxiliado na melhoria das condições associadas às deslocações pedonais, quer em
termos de conforto, quer em termos de segurança. Exemplos disso são as diversas
obras de regeneração urbana previstas no PDM e executadas entre 2012 e 2016,
designadamente: a regeneração urbana do Centro Histórico de Vila Pouca de Aguiar
com a colocação do espaço da feira na Praça João Paulo II, a construção do novo
Quartel dos Bombeiros e do Complexo Desportivo e outros espaços envolventes e a
requalificação das margens do rio Avelâmes em Pedras Salgadas.
Embora o PDM preveja a execução de dois troços de via cicláveis de carácter urbano,
um em Vila Pouca de Aguiar e outro em Pedras Salgadas, ainda não foram
executados.
Contudo, o concelho de Vila Pouca de Aguiar é atravessado por uma ecopista de
lazer, a Ecopista da Linha do Corgo, com uma extensão de 22,9 km, constituída por
3 percursos: o percurso sul, entre os limites concelhios com Vila Real e a rotunda da
anta em Vila Pouca de Aguiar; o percurso de Pedras Salgadas, entre Vila Pouca de
Aguiar e Pedras Salgadas, e o percurso norte, entre a rotunda da torneira (Pedras
Salgadas) e os limites concelhios com Chaves.
O percurso entre Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas foi o primeiro a ser
executado, em 2008, porém os restantes percursos, já previstos no PDM, foram
executados após a sua entrada em vigor, designadamente em novembro de 2012.
4.4.6 Acessibilidades para todos os cidadãos
No que concerne à execução de projetos e ações com vista à promoção da
“mobilidade para todos”, no concelho de Vila Pouca de Aguiar dá-se cumprimento ao
Decreto-Lei n.º 163/2006 de 8 de agosto, que define as condições de
acessibilidades a cumprir no projeto e na construção de espaços públicos,
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
62
equipamentos coletivos e habitacionais, quer ao nível do projeto urbano, como dos
edifícios.
4.5 ESTRUTURA URBANA
4.5.1 Planeamento urbano
O PDM de Vila Pouca de Aguiar identifica e delimita na respetiva Planta de
Ordenamento um conjunto de 14 Unidades Operativas de Planeamento e Gestão
(UOPG) cuja execução deve ser garantida através da elaboração de planos de
pormenor.
O plano de pormenor é uma figura de plano municipal, cuja função permite ao
município estabelecer e aplicar um conjunto de regras de uso e de ocupação de solo,
com vista à disciplina urbanística de determinada área do território. Define a
implantação de infraestruturas e o desenho dos espaços de utilização coletiva, a
forma de edificação e a disciplina de integração na paisagem, a localização e
inserção urbanística dos equipamentos e a organização de demais atividades de
interesse geral.
Compete à Câmara Municipal a elaboração de planos municipais de ordenamento
do território, pelo que em reunião de Câmara de 26 de junho de 2014, deliberou
proceder à elaboração dos planos de pormenor, procedimento que iniciou com a
respetiva publicação na 2.ª Série do Diário da República, pelo Aviso n.º 4745/2015,
de 30 de abril.
Contudo, foram estabelecidas prioridades de intervenção ao nível de planeamento,
tendo sido determinado que numa 1.ª fase seriam apenas elaborados 7 planos de
pormenor, designadamente:
− Plano de Pormenor do Castanheiro Redondo (UOPG n.º 2);
− Plano de Pormenor do Núcleo Histórico de Vila Pouca de Aguiar (UOPG n.º 3);
− Plano de Pormenor do Bairro das Barreiras (UOPG n.º 4);
− Plano de Intervenção no Espaço Rústico (PIER) da Área de Exploração
Consolidada de Recursos Geológicos da Serra da Falperra (UOPG n.º 9);
− PIER da Área de Exploração Consolidada de Recursos Geológicos de Telões
(UOPG n.º 10);
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
63
− PIER da Área de Exploração Consolidada de Recursos Geológicos de Pedras
Salgadas (UOPG n.º 11);
− PIER da Expansão de Pedras Salgadas (UOPG n.º 13).
Dos 7 planos de pormenor, 3 já foram aprovados e estão em vigor, designadamente
o Plano de Pormenor do Castanheiro Redondo, o Plano de Pormenor do Núcleo
Histórico de Vila Pouca de Aguiar e o Plano de Pormenor do Bairro das Barreiras. Os
restantes 4 estão em fase de elaboração (Figura 14).
Figura 14: Planos de pormenor aprovados e em elaboração
Fonte: CMVPA, 2016
Os 3 planos de pormenor eficazes têm como foco a reabilitação urbana do núcleo
histórico central e de 2 bairros periféricos da sede do concelho. Três dos planos em
fase de elaboração correspondem à necessidade de ordenar e regulamentar 3 áreas
de exploração de recursos geológicos existentes no concelho e um quarto à
necessidade de potenciar o desenvolvimento turístico da vila termal de Pedras
Salgadas.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
64
4.5.2 Reabilitação urbana
Ao longo dos anos, o concelho de Vila Pouca de Aguiar tem sido alvo de várias
intervenções, no sentido da qualificação e revitalização urbana, programadas para
dar resposta a várias problemáticas e colmatar deficiências existentes. Apesar dos
investimentos realizados nas zonas centrais e históricas do concelho, numa
perspetiva de reabilitação urbanística quer do edificado, quer das infraestruturas e
equipamentos, o concelho continua a debater-se com sintomas de degradação ao
nível do espaço urbano e da insuficiência de espaços verdes e de lazer,
acompanhado do abandono e progressivo envelhecimento populacional traduzindo-
se na perda de dinâmica populacional, económica e social.
Tendo em conta este cenário, o PDM elege como objetivo impulsionar a reabilitação
urbana, numa perspetiva integrada de regeneração do seu tecido urbano, social e
económico.
Esta estratégia de reabilitação urbana, decorrente do PDM, vem enquadrar
mecanismos de incentivo à reabilitação, previstos na Lei, generalizando-os aos
núcleos mais antigos dos aglomerados urbanos do concelho, bem como clarificar o
papel de cada ator neste processo: aos particulares cumpre conservar e reabilitar o
seu património construído e à Autarquia, requalificar o espaço público e reabilitar ou
prover de equipamentos, enquanto âncoras de regeneração e alavancas
potenciadoras da reabilitação urbana.
No âmbito desta estratégia, no ano de 2016 foram delimitadas e aprovadas 88 Áreas
de Reabilitação Urbana (ARU), correspondendo estas áreas aos núcleos mais
antigos, e por isso mais degradados, dos aglomerados urbanos do concelho (Figura
15).
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
65
Figura 15: Distribuição geográfica das áreas de reabilitação urbana
Fonte: CMVPA, 2016
A ARU possibilita que qualquer intervenção de reabilitação dentro do seu perímetro
possa beneficiar dos seguintes incentivos:
− IRS: dedução à coleta de 30% dos encargos suportados pelos proprietários
relacionados com a reabilitação, até ao limite de €500.
− IRS: tributação à taxa autónoma de 5%, sem prejuízo da opção pelo
englobamento, das mais-valias auferidas por sujeitos passivos residentes em
território português quando sejam inteiramente decorrentes da alienação de
imóveis situados na ARU recuperados nos termos da estratégia de
reabilitação.
− IRS: tributação à taxa de 5%, sem prejuízo da opção pelo englobamento, dos
rendimentos prediais auferidos por sujeitos passivos quando sejam
inteiramente decorrentes do arrendamento de imóveis situados na ARU
recuperados nos termos da estratégia de reabilitação.
− IVA: taxa reduzida (6%) em obras de reabilitação urbana.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
66
− IMT: isenção de pagamento pela aquisição de prédio urbano, ou de fração
autónoma, destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, na
primeira transmissão onerosa do prédio reabilitado.
− IMI: isenção por período de 5 anos aos prédios urbanos objeto de ação de
reabilitação, a contar do ano, inclusive, da conclusão da mesma reabilitação,
podendo ser renovada por um período adicional de 5 anos.
Aos apoios e incentivos referidos anteriormente, poderão ainda, se assim vier a ser
decidido no âmbito da Operação de Reabilitação Urbana (ORU), ser concedidos
outros, de âmbito municipal.
4.5.3 Dinâmica urbanística
Ao analisar a problemática do ordenamento urbano, é fundamental compreender a
importância das diversas ocupações humanas e dos aglomerados de forma a entender
que fatores poderão influenciar a construção da urbe. A análise das dinâmicas de
crescimento dos aglomerados associada à gestão dos recursos naturais e às atividades
produtivas é fundamental para o conhecimento das ocupações humanas de cada local.
Neste âmbito, considera-se fundamental avaliar e caracterizar os pedidos de operações
urbanísticas tendo em consideração os vários tipos de operações.
Dados estatísticos
Ao longo da última década, o número de alojamentos familiares registou um
crescimento considerável. Entre 2001 e 2011 registou-se um aumento de quase
12% (Gráfico 18).
Gráfico 18: Número de alojamentos (2001-2011)
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
8976
10046
2001 2011
Alojamentos
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
67
À escala da freguesia, verifica-se que o incremento do número de alojamentos foi
quase generalizado, constituindo Soutelo de Aguiar, Tresminas e União de
Freguesias de Pensalvos e Parada de Monteiros as exceções.
As freguesias que registaram o maior aumento do número de alojamentos foram as
freguesias de Vila Pouca de Aguiar (passando de 1791 alojamentos para 2074).
Seguem-se as freguesias de Bornes de Aguiar (1288 para 1500 alojamentos) e
Telões (871 para 1011 alojamentos).
Gráfico 19: Número de alojamentos, por freguesia (2001-2011)
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
Analisando os dados relativos ao número de edifícios no concelho e a sua variação
no período entre 2001 e 2011, verifica-se que houve um aumento na ordem dos
11%, passando de 8345 edifícios para 9268 (Gráfico 20).
Gráfico 20: Número de edifícios (2001-2011)
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
0
500
1000
1500
2000
2500
Alojamentos 2001 Alojamentos 2011
8345
9268
2001 2011
Edifícios
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
68
À semelhança dos alojamentos, também se verificou um aumento quase
generalizado dos edifícios nas freguesias do concelho, exceto nas freguesias de
Soutelo de Aguiar, Tresminas e União de Freguesias de Pensalvos e Parada de
Monteiros.
Gráfico 21: Número de edifícios, por freguesia (2001-2011)
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
As freguesias que registaram um maior aumento do número de edifícios foram Vila
Pouca de Aguiar (1321 edifícios para 1482), seguindo-se as freguesias de Bornes de
Aguiar (1197 para 1371) e Telões (863 para 1006). Verifica-se uma elevada
correspondência na tendência evolutiva dos alojamentos e edifícios nas diversas
freguesias do concelho.
As freguesias que registaram os menores aumentos relativamente ao número de
edifícios foram as freguesias de Capeludos (6%) e Vreia de Jales (9%).
Licenciamentos
A manipulação de dados recolhidos da gestão urbanística é uma questão sensível já
que a seleção de informação não pode ser interpretada de forma linear, uma vez
que, nem todos os pedidos aprovados chegam a ser concretizados no território e, por
outro lado, alguns destes refletem alterações a situações existentes. Assim, perante
esta dificuldade, tomou-se a opção de olhar para a emissão de licenças de
construção como um indicador da dinâmica urbanística, tendo consciência que este
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
Edifícios 2001 Edifícios 2011
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
69
procedimento engloba tanto novas construções como intervenções em situações
existentes e, que algumas destas licenças podem não ter sido consequentes no
território mas refletem intensões de intervenção e dinâmica urbanística.
Durante os 4 anos de vigência do PDM foram atribuídas 284 licenças, tendo-se
verificado um abrandamento acentuado nos últimos 3 anos (Gráfico 22).
Gráfico 22: Evolução do número de licenças de construção (2012-2016)
Fonte: CMVPA, 2016
A evolução é particularmente mais notória no caso das obras de construção nova
(58%) do que nas obras de ampliação e reconstrução. As obras de reabilitação
(alteração, ampliação e reconstrução) ainda continuam sem grande expressão,
sendo que neste grupo se destacam as obras de reconstrução (24%) [Gráfico 23].
43
95
47 44
55
2012 2013 2014 2015 2016
Alvarás emitidos
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
70
Gráfico 23: Evolução do número de licenças de construção por tipo de obra (2012-2016)
Fonte: CMVPA, 2016
No que respeita à distribuição geográfica das licenças emitidas verifica-se, sem
supressa, que as freguesias mais populosas são as que apresentam maior
concentração de operações, nomeadamente a freguesia de Bornes de Aguiar e Vila
Pouca de Aguiar (Gráfico 24).
Gráfico 24: Número de licenças de construção, por freguesia (2012-2016)
Fonte: CMVPA, 2016
6
31
52
20
13
18
18
22
7
5
12
44
12
24
Alfarela de Jales
Alvão
Bornes de Aguiar
Bragado
Capeludos
Sabroso de Aguiar
Soutelo de Aguiar
Telões
Tresminas
UF de Pensalvos/Parada de Monteiros
Valoura
Vila Pouca de Aguiar
Vreia de Bornes
Vreia de Jales
0
10
20
30
40
50
60
2012 2013 2014 2015 2016
Alvarás emitidos
Construção nova Alteração Ampliação
Reconstrução Legalização
58%4%
12%
24%
2%
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
71
Verifica-se ainda que das 284 licenças atribuídas, 58% correspondem a habitações
unifamiliares e 19% a edifícios destinados a arrumos.
Gráfico 25: Número de licenças de construção por tipo de obra (2012-2016) (%)
Fonte: CMVPA, 2016
Em conclusão, o número de alojamentos e edifícios têm aumentado em todas as
freguesias contrariando a tendência evolutiva da população residente.
Quanto aos licenciamentos, conclui-se que o número de licenças teve um
abrandamento acentuado nos últimos 3 anos.
4.6 INFRAESTRUTURAS
4.6.1 Rede pública de abastecimento de água
De acordo com os últimos dados do INSAAR8, em 2010, a rede pública de
distribuição domiciliária de água do concelho atingiu níveis de cobertura superiores
a 95%, verificando-se o cumprimento da meta estabelecida no âmbito do PEAASAR9
(2007-2013), de 95% da população servida com sistema público de abastecimento
de água, bem como o cumprimento do objetivo proposto no PDM.
8 Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais
9 Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais
58%
0%
19%
5%4%
14% Habitação familiar
Habitação multifamiliar
Arrumos
Anexo
Armazém
Outro
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
72
4.6.2 Rede pública de drenagem de águas residuais
Em 2005 (dados de referência do PDM), das oitenta dezenas de povoações
existentes no concelho de Vila Pouca de Aguiar, apenas duas dezenas possuíam
infraestruturas de recolha de águas residuais que serviam aproximadamente 50%
da população residente. Relativamente ao tratamento, apenas eram tratadas as
águas residuais de metade da população servida, ou seja, 25% da população
residente. A maioria dos aglomerados eram servidos por fossas séticas.
O panorama atual é muito diferente. O Município presta este serviço em todas as
freguesias do concelho, cobrindo uma área de 300km de rede de saneamento.
Apenas as localidades de Cubas, freguesia de Valoura, Povoação e Gouvães da
Serra, freguesia do Alvão, não possuem rede pública de drenagem de águas
residuais, o que equivale a uma cobertura superior a 95%, alcançando deste modo
a meta nacional definida no PEAASAR que estabelece como valor de referência servir
90% da população do país com sistemas públicos de drenagem e tratamento de
águas residuais.
Este nível de satisfação é fruto do investimento do Município na drenagem e
tratamento das águas residuais. Em dezembro de 2011 e abril de 2012 apresentou
duas candidaturas ao ON2 no valor de cerca de 3,5 milhões de euros, que incluíam
obras de drenagem de esgotos e remodelação das redes de água, em várias
localidades do concelho. Mais recentemente, em junho de 2016, o Município
submeteu candidaturas ao POSEUR no valor de 1,7 milhões de euros para rede de
drenagem de águas residuais.
4.6.3 Resíduos sólidos urbanos
O Município de Vila Pouca de Aguiar é responsável pela recolha e transporte de RSU
através da prestação de serviços de recolha da ECOAMBIENTE.
Quanto à recolha seletiva de resíduos (vidrões, papelões e embalagens) é da
responsabilidade da RESINORTE, estando também a cargo desta entidade a recolha,
transporte e tratamentos dos resíduos.
O Município disponibiliza ainda, gratuitamente, a recolha de monstros e monos que
pelas suas características e volume, não podem ser depositados nos contentores
nem removidos através dos circuitos normais de recolha.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
73
De acordo com os dados da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
(ERSAR), em 2016 recolheram-se 3737 toneladas de resíduos sólidos urbanos no
concelho, dos quais 78% dizem respeito a resíduos indiferenciados e 22% a recolha
seletiva.
Quanto aos anos transatos, assistiu-se a um decréscimo do volume total de resíduos
sólidos recolhidos no concelho e, simultaneamente, ao crescimento do peso da
recolha seletiva, em detrimento da recolha de resíduos indiferenciados, com uma
percentagem mais significativa de resíduos produzidos no concelho a ser enviada
para tratamento/reciclagem e valorização de resíduos.
Este panorama possivelmente decorre de uma série de fatores, tais como, a recente
e desfavorável conjuntura socioeconómica, a redução do número de residentes no
concelho (segundo os Censos, a população diminuiu de 14998 habitantes para
13187 entre 2001 e 2011).
Quadro 8: Evolução da produção de RSU (2012-2016)
Fonte: ERSAR, 2016
ANO TOTAL (t) INDIFERENCIADOS SELETIVOS
(t) % (t) %
2012 4368 3954 90,5 414 9,5
2013 3288 2921 88,8 367 11,5
2014 4063 3724 91,7 339 8,3
2015 4386 3672 83,7 714 16,3
2016 3737 3737 77,9 1063 22,1
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
74
Gráfico 26: Evolução da produção de RSU (2012-2016)
Fonte: ERSAR, 2016
O número de ecopontos tem vindo a aumentar. Em 2012/2013 existiam 65
ecopontos instalados no concelho, atualmente existem 71 (Gráfico 27).
Gráfico 27: Número de ecopontos (2012-2016)
Fonte: ERSAR, 2016
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
2012 2013 2014 2015 2016
Resíduos indiferenciados Resíduos recolhidos seletivamente
65 65
7069
71
2012 2013 2014 2015 2016
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
75
4.7 ATIVIDADES ECONÓMICAS
A estrutura e a dinâmica económica de um concelho constituem um indicador de
importância fundamental para a definição de estratégias de desenvolvimento
municipal.
4.7.1 Tecido empresarial e produtivo
De acordo com o PDM, em 2002, o número de empresas existentes no concelho era
de 1306 (Gráfico 28). Caracterizava-se por um concelho com um tecido empresarial
com uma estrutura onde predominavam as unidades produtivas ligadas à agricultura
e ao comércio, que representavam cerca de 54% do total de empresas do concelho,
tendo as unidades de comércio, com 31% do total (Gráfico 29).
O panorama atual é um pouco diferente. Em 2015 estavam sediadas no concelho
de Vila Pouca de Aguiar 1564 empresas (Gráfico 28). Em termos de variação
percentual, entre 2002 e 2015 (embora sem os dados de 2003) verificou-se um
crescimento de cerca de 20% no número de empresas, sobretudo, no setor terciário,
que representa agora 51% das empresas existentes, em detrimento dos restantes
setores de atividade.
Assim, em 2015, o concelho de Vila Pouca de Aguiar continua a caracteriza-se por
uma estrutura fortemente marcada pelo peso do comércio e serviços. Constata-se
que o setor terciário mantém a sua posição dominante, concentrando 51% das
empresas sediadas no concelho, com um crescimento acentuado do peso relativo
face a 2002, período em que era de 31%. O setor secundário regista uma diminuição
significativa do seu peso face a 2002, passando de 46% para 14% das empresas
sedeadas no concelho. O setor primário continua a deter um peso relevante,
correspondendo a 35% do total de empresas do concelho, valor superior ao registado
em 2002 (Gráfico 29).
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
76
Gráfico 28: Número de empresas (2002, 2004-2015)
Fonte: MARKTEST, 2016
Gráfico 29: Empresas por setor de atividade (2002 e 2015) (%)
Fonte: MARKTEST, 2016
De acordo com a MARKTEST, em 2015, 98% das empresas sediadas em Vila Pouca
de Aguiar tinham menos de 10 pessoas ao serviço, caracterizando a maioria do
tecido empresarial marcado por pequenas unidades ligadas à atividade agrícola, ao
pequeno comércio e serviços. A indústria transformadora que representou em tempo
uma larga fatia das atividades municipais tem vindo a registar progressivamente um
peso cada vez mais diminuto no concelho (Gráfico 30).
1306
1155 1177 1204 1239 1231 1226 1188 11821134
14711517
1564
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
23%
46%
31%
2002
35%
14%
51%
2015
Primário
Secundário
Terciário
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
77
Gráfico 30: Total de empresas por atividade (2015)
Fonte: MARKTEST, 2016
4.7.2 Estrutura da população ativa
O município de Vila Pouca de Aguiar registava, em 2011, 4847 residentes ativos, o
que representava 36,76% da população residente. Estes dados absolutos
representam uma variação negativa de apenas 0.03% face a 2001.
Do total de residentes ativos, estavam empregados 4178 pessoas, o que significa
que cerca de 86% da população ativa estava empregada. Relativamente a 2001
verifica-se uma redução da taxa de atividade, uma vez que nessa data, cerca de 92%
da população ativa estava empregada.
Da análise da proporção da população empregada por setor de atividade, verifica-se
que em 2011 o setor terciário empregava o maior número de pessoas (61%), seguido
do setor secundário (29%) e do setor primário com apenas 10%. Comparativamente
a 2001, verificou-se um crescimento significativo do setor terciário, em detrimento
do setor secundário e primário. Conforme se pode verificar no gráfico seguinte o setor
terciário empregava cerca de 48% da população ativa, o setor secundário 34% e o
primário 18%.
553
22
56
4
135
250
34
133
185
112
80
Agricultura e Pesca
Indústria Extrativa
Indústria Transformadora
Eletricidade, Água e Gás
Construção
Comércio
Trasnportes e Armazenagem
Alojamento e Restauração
Serviços
Educação e Saúde
Outros
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
78
Gráfico 31: População empregada por setor de atividade (2001-2011) (%)
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
4.7.3 Níveis de instrução
Relativamente ao nível de instrução da população residente empregada no
Município, em 2011, a maior parte (68%) possui o ensino básico completo e apenas
9% possui o ensino superior completo.
A população sem qualquer grau de ensino representa ainda uma relevante fatia dos
residentes (11% da população total), contudo relativamente a 2001, verifica-se uma
diminuição desta taxa em 6 pontos percentuais.
Por outro lado, salienta-se o facto de que, entre 2001 e 2011, ao nível dos ensinos
mais elevados, nomeadamente o ensino secundário e o superior, os níveis de
escolarização do concelho registaram um aumento, facto que está obviamente
relacionado com a terciarização do emprego.
Gráfico 32: População residente por nível de instrução (2001-2011) (%)
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
18%
34%
48%
2001
10%
29%
61%
2011
Primário
Secundário
Terciário
17%
69%
9%
5%
2001
11%
68%
12%9%
2011
Nenhum nível de
escolaridade
Ensino básico
Ensino secundário
Ensino superior
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
79
4.7.4 Situação profissional
Ao nível do desemprego, e no que diz respeito aos desempregados à procura do 1.º
emprego tem muito pouca expressão, representando 1,5% do total dos residentes,
situação que não teve grandes alterações face a 2001 (valor de referência do PDM).
O acentuado envelhecimento da população e a consequente não existência de
muitos jovens a iniciar atividade laboral no concelho, justificam em grande parte este
valor (Quadro 9).
No outro grupo de desempregados, os valores registados revelam uma realidade
semelhante, embora que um pouco melhor do que no ano de 2001, havendo apenas
3,5% do total de residentes nesta situação de desemprego. O que à partida poderia
revelar-se como um fator positivo para o Município, não se apresenta de facto como
tal uma vez que quando analisado o número de indivíduos residentes sem qualquer
atividade económica, este apresenta valores na ordem dos 51% no total do
Município, tendo, no entanto, diminuído face a 2001, o que representa um fator
positivo revelador de alguma recuperação do Município em termos de estrutura
laboral (Quadro 9).
Quadro 9: População residente desempregada (2001-2011)
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
4.7.5 Infraestruturas de apoio às atividades económicas
A definição de estratégias de territorialização do desenvolvimento das atividades
económicas integrada na organização espacial global de todo o território municipal
é fundamental para a criação de um modelo de planeamento coerente, equilibrado,
adequado e eficaz. Neste subcapítulo pretende-se apresentar, de forma resumida,
as principais infraestruturas de apoio às atividades económicas.
ANO TOTAL HM
RESIDENTES
INDIVÍDUOS RESIDENTES
EMPREGADOS
INDIVÍDUOS RESIDENTES
DESEMPREGADOS À PROCURA 1º
EMPREGO
INDIVÍDUOS RESIDENTES DESEMPREGADOS À PROCURA DE NOVO
EMPREGO
INDIVÍDUOS SEM ATIVIDADE ECONÓMICA
Nº % Nº % Nº % Nº %
2001 14998 5062 33.8 167 1.1 289 1.9 9480 63.2
2011 13187 4178 31.7 202 1.5 467 3.5 6805 51.6
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
80
Infraestruturas rodoviárias, ferroviárias, aéreas e marítimas
O concelho de Vila Pouca de Aguiar é servido por excelentes infraestruturas
rodoviárias, com destaque para as principais vias de distribuição a servirem o
concelho, nomeadamente a A7 e a A24 que com a sua construção vieram reforçar
as acessibilidades regionais e a localização geoestratégica central do Município.
Quanto às restantes infraestruturas, o concelho encontra-se a cerca de 49Km da
estação de comboios do Peso da Régua, a 115km do aeroporto internacional
Francisco Sá Carneiro, que é o aeroporto que se encontra mais próximo, a 33km do
aeródromo de Vila Real e a 121km do Porto de Leixões.
Área de localização empresarial e industrial
O PDM em vigor preconiza vários espaços destinados à ocupação industrial e de
armazenagem. Em sede de revisão do PDM foi criada uma nova área industrial, junto
à localidade de Bragado, freguesia de Bragado, foi ampliada o já existente Parque
Industrial de Sabroso de Aguiar, foi redefinida a área industrial do Alvão, na freguesia
do Alvão e foi definido um espaço empresarial, o designado Parque Empresarial de
Vila Pouca de Aguiar, na antiga fábrica da TABOPAN, junto à localidade de Telões,
freguesia de Telões.
Os critérios e princípios orientadores da sua localização e programação foram,
essencialmente, localização próxima das principais acessibilidades.
Apenas a área industrial de Bragado se encontra sem ocupação, sendo o Parque
Empresarial de Vila Pouca de Aguiar e a Zona Industrial de Sabroso de Aguiar os que
apresentam maior taxa de ocupação.
O Parque Empresarial de Vila Pouca de Aguiar é gerido e propriedade da empresa
PARMONTES, é um espaço estruturado para a instalação de empresas com uma área
de 84.693m2. Dispõe de áreas para instalação de empresas a partir de 240m2
descobertos por lote, dotados das infraestruturas necessárias.
O Parque Industrial de Sabroso de Aguiar encontra-se situado na localidade de
Sabroso de Aguiar, freguesia de Sabroso de Aguiar, sendo o Município a entidade
proprietária e gestora.
REOT I CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
81
O loteamento deste Parque Industrial foi efetuado em 3 fases:
− Fase I: Composta por 12 lotes, num total de 62.849m2;
− Fase II: Composta por 6 lotes, num total de 20.488m2;
− Fase III: Composta por 11 lotes, num total de 31.062m2.
As Fase II e III do loteamento apenas foi possível concretizar devido à ampliação
efetuada ao Parque em sede de revisão do PDM.
REOT I CAPÍTULO 5 AVALIAÇÃO DAS NORMAS DO PDM
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
82
AVALIAÇÃO DAS NORMAS DO PDM
Nos termos do artigo 97.º, n.º 1, alínea a) do RJIGT os planos diretores municipais
são constituídos por um regulamento que contém as regras relativas à ocupação,
transformação e uso dos solos. Esta peça escrita integra os instrumentos de gestão
territorial e faz parte dos elementos que compõem o plano (elementos constituintes),
denominação esta utilizada pelo RJIGT para os distinguir dos demais elementos que
os acompanham.
O Regulamento do PDM de Vila Pouca de Aguiar é composto por 80 artigos e 7
anexos que dele fazem parte integrante, constituindo, tal como vem mencionado
logo no seu artigo 1.º, o elemento normativo que estabelece as regras a que deve
obedecer a ocupação, o uso e a transformação do solo.
Neste momento de avaliação das políticas de ordenamento do território torna-se
evidente avaliar o PDM e efetuar o balanço da aplicação do seu regulamento, tendo
presente que a avaliação do impacto normativo é um instrumento apto para
promover a melhoria da qualidade, racionalidade e eficiência da regulamentação e
contribuir para aumentar a certeza, a compreensibilidade e a efetividade do Direito.
Cabendo ao Município a tarefa de aplicação das normas do Plano à realidade
concreta, constata-se, de um modo geral que têm existido alguns constrangimentos
na aplicação normativa do PDM que afetam a gestão urbanística municipal,
designadamente as seguintes normas:
Artigo 5.º, n.º 1, alínea m) – Deveria contemplar no final da definição a expressão
“resultado expresso em percentagem”.
Artigo 13.º, n.º 4 - Entende-se que deveria acrescentar “…e para o caso do solo rural
as regras definidas na subsecção II da presente secção”, isto porque, para que
ocorra alteração ao uso torna-se necessário que, para além das disposições de
compatibilidade referidas pelo artigo 12.º do regulamento, no caso do solo rural,
sejam salvaguardas as medidas de defesa contra incêndios. Entende-se que esse é
também o espirito do PDM.
Artigo 15.º - Refere-se às condições de edificabilidade para todo o tipo ou utilização
de edifícios a construir, porém, não se percebe se é aplicável a todas as categorias
de espaços ou se é só para o solo urbano.
REOT I CAPÍTULO 5 AVALIAÇÃO DAS NORMAS DO PDM
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
83
No entanto, atendendo a que o articulado tem enquadramento nas disposições
comuns da Secção II, tem sido aplicado a todos as categorias de espaço e a todos
os tipos ou utilizações de edifícios a construir. Todavia, parece excessivo que um
edifício destinado a arrumações que se localize em solo rural e até mesmo em solo
urbano necessite de cumprir estes requisitos.
Ainda no âmbito do artigo 15 entende-se que, no n.º 2 deveria ser solicitada a entrega
de uma declaração do requerente a referir que não solicitará as infraestruturas
necessárias à Câmara Municipal ficando as mesmas a seu cargo.
Artigo 20.º, n.º 1, alínea d) - Corrigir a dimensão do estacionamento para 2,5mx5,0m.
Artigo 20.º, n.º 1, alínea f), subalínea i) - Corrigir a dimensão do estacionamento para
5,0x8,0m.
Artigo 38.º, n.º 1, alínea c) - Substituir por “Equipamentos e infraestruturas que visem
o interesse público”.
Artigo 38.º, n.º 1, alínea e) - Nos espaços agrícolas são admissíveis estações de
serviço que tenham abastecimento de combustível. Contudo, não se entende que
não sejam admissíveis estações de serviço que não tenham abastecimento de
combustível ou outro tipo de construções ou atividades, como sejam as oficinas. Esta
interdição prejudica o desenvolvimento económico do concelho, uma vez que este
tipo de atividades apenas é permitida nos solos urbanos/urbanizáveis e nos espaços
de atividades económicas.
Tem-se verificado um forte interesse dos privados na criação de empresas neste
ramo de atividade, fora dos espaços admissíveis, por não possuírem capacidade
financeira para aquisição/arrendamento de lotes nos espaços
industriais/empresariais existentes no concelho.
Artigo 39.º, n.º 1, 2 e 3 - Não define altura máxima da fachada.
Artigo 40.º, n.º 2, alínea d) - Onde refere “… o índice de utilização do solo seja de
0,025” deveria dizer no máximo 0,025, ou não exceder 0,025.
Artigo 41.º n.º 1, alínea c) - Onde refere “… o índice de utilização do solo seja de 0,10,
nos espaços agrícolas e silvopastorícia, e de 0,08 nos espaços florestais” deveria
dizer no máximo/não exceder.
REOT I CAPÍTULO 5 AVALIAÇÃO DAS NORMAS DO PDM
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
84
Artigo 42.º - Ausência de índices e parâmetros urbanísticos.
Artigo 48.º - Ausência de índices e parâmetros urbanísticos.
Artigo 50.º, n.º1 - As atividades de prospeção e pesquisa e as de exploração de
recursos geológicos poderão ocorrer no interior das poligonais delimitadas na Planta
de Ordenamento, designadas por: a) Área de exploração consolidada (Telões,
Falperra, Pedras Salgadas); b) Área em Recuperação; c) Área Termal; d) Área de
prospeção e pesquisa”. Contudo, a área termal e a área de exploração e pesquisa
não estão delimitadas na Planta de Ordenamento. Verificam-se, portanto,
incongruências entre o Regulamento e a Planta de Ordenamento.
Artigo 54º, n.º 3, aliena d) – Onde refere “Índice de utilização do solo de 1,5” deveria
dizer no máximo ou não exceder 1,5.
Artigo 55.º, n.º 2, aliena d) - Refere que o “… índice de utilização do solo será de
1,20...”, no entanto deveria referir que este não pode exceder 1,20. Por sua vez, a
alínea e) menciona que “ … o índice de utilização do solo será de 1,20 e o índice de
impermeabilização do solo de 70% da área total do terreno objeto do loteamento”,
quando deveria referir que não pode exceder esses valores.
Artigo 56, n.º 2, alínea d) - Refere que “… o índice de utilização do solo será de 0,80...”
Deveria referir que este não pode exceder esse valor. O mesmo deve ser aplicado à
alínea e).
Artigo 59.º, n.º 3 - Deveria referir claramente que se refere aos espaços turísticos
Artigo 59.º, n.º 5 - Não define altura máxima da fachada.
Anexo III - Atualização do quadro no que respeita aos imóveis em vias de classificação
pois após publicação do PDM foram classificados como Monumentos de Interesse
Público.
REOT I CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
85
CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 ANÁLISE SWOT
Da avaliação do estado do ordenamento do território construiu-se a seguinte matriz
de análise dos pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças:
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Diminuição da taxa de analfabetismo
Aumento da população residente com o ensino superior
Estrutura Ecológica Municipal cobre 68% do território do concelho
Capitação dos espaços verdes global de 137,08m2/ habitante, valor superior aos padrões referenciados pela DGT (40m2 por habitante)
Ocupação florestal em 75% do território concelhio
Aumento da área florestal entre 2002 e 2007 (45%)
Aprovação do PMDFCI de Vila Pouca de Aguiar
Percentagem significativa do território do concelho integra a Rede Natura 2000 – Sítio Alvão/Marão
Aumento da qualidade dos recursos hídricos superficiais
Boa qualidade da água subterrânea
Entre 2012 e 2015, o índice de qualidade do ar (IQAr) mais frequente é “Bom”
Reforço do parque escolar com a construção de uma nova escola em Pedras Salgadas, que contempla os três níveis de ensino básico e a ampliação da Escola Básica do 2.º e 3.º ciclo do ensino básico de Vila Pouca de Aguiar, para integrar também o 1.º ciclo
Aumento do número de médicos de medicina geral e familiar
Aumento do número de médicos por cada 1000 habitantes (de 1,3 médicos por cada 1000 habitantes em 2002 para 1,5 médicos em 2011)
Aumento da oferta de equipamentos ao nível do apoio à população idosa, sobretudo em lares para idosos e serviço de apoio domiciliário
Os imóveis em vias de classificação referenciados no PDM foram classificados como Imóveis de Interesse Público
Requalificação do Centro Interpretativo de Tresminas
Requalificação dos equipamentos desportivos existentes, designadamente: obras de beneficiação do piso no campo de jogos da Portelinha, beneficiação das piscinas municipais cobertas e do pavilhão Francisco Gomes da Costa ao nível da eficiência energética
Conclusão da construção da A7 e da A24, reforçando as acessibilidades regionais e a localização geoestratégica central do concelho
Diminuição da população residente em 12% no período intercensitário
Aumento da população com 65 ou mais anos e redução das camadas jovens
Diminuição da taxa de natalidade
Maior taxa de analfabetismo em relação à população residente com o ensino superior
População com baixos níveis de habilitações (67% da população tem apenas o ensino básico e 11% não possui qualquer nível de ensino)
Capitação de espaços verdes de utilização coletiva de apenas 2,8m2/habitante
Entre 2002 e 2016 ardeu 24% do território municipal
Entre 2012 e 2015, o índice de qualidade do ar (IQAr) para a classe “Bom” tem vindo a diminuir
Redução do número de estabelecimentos de ensino público na ordem dos 21% entre 2004 e 2017 (de 71 para 15 estabelecimentos)
Diminuição do número de alunos a frequentar o ensino público a partir do ano letivo de 2010/11
Decréscimo da oferta ao nível do apoio à população jovem no que respeita a CATL
Baixa cobertura dos equipamentos de apoio às crianças até aos 2 anos (creches)
As freguesias do Alvão, Pensalvos/Parada de Monteiros, Capeludos e Vreia de Jales não possuem qualquer equipamento de apoio social
As instalações do tipo grande campo de jogos localizados nas freguesias rurais estão em mau estado de conservação, alguns deles apresentam mesmo um elevando grau de abandono, sem manutenção
Abrandamento acentuado do número de licenças de construção entre 2014 e 2016
58% dos alvarás emitidos dizem respeito a obras de construção nova e apenas 24% a obras de reconstrução
Diminuição da população residente em idade ativa
Redução dos residentes ativos empregados (de 92% em 2001 para 86% em 2011)
68% da população residente empregada possui o ensino básico completo e apenas 9% possui o ensino superior completo
REOT I CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
86
Realização de várias obras de regeneração urbana previstas no PDM, designadamente: a regeneração urbana do centro histórico de Vila Pouca de Aguiar com a colocação do espaço da feira na Praça João Paulo II, a construção do novo Quartel de Bombeiros e do Complexo Desportivo e outros espaços envolventes e a requalificação das margens do rio Avelâmes em Pedras Salgadas
Construção do percurso sul da Ecopista da Linha do Corgo, entre os limites concelhios com Vila Real e a rotunda da anta em Vila Pouca de Aguiar e o percurso norte, entre a rotunda da torneira (Pedras Salgadas) e os limites concelhios com Chaves
Delimitação e aprovação de 88 ARU
Aumento de 12% do número de alojamentos e de 11% do número de edifícios no período intercensitário
Rede pública de distribuição domiciliária de água com níveis de cobertura superiores a 95%
Cobertura superior a 95% de população servida por sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas residuais
Evolução da percentagem de resíduos recolhidos seletivamente que passou de apenas 9,5% no ano de 2012 para 22,1% em 2016
Aumento do número de empresas sedeadas no concelho na ordem do 20% entre 2002 e 2015
Existência de espaços destinados à ocupação industrial e de armazenagem, infraestruturados e com boas acessibilidades
Tecido empresarial marcado por pequenas unidades ligadas à atividade agrícola, ao pequeno comércio e serviços, com menos de 10 pessoas ao serviço. A indústria transformadora que representou em tempo uma larga fatia das atividades municipais tem vindo a registar progressivamente um peso cada vez mais diminuto no concelho
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Diminuição da população residente sem qualquer grau de ensino
Entre 2001 e 2011, ao nível dos ensinos mais elevados, nomeadamente o ensino secundário e o superior, os níveis de escolarização do concelho registaram um aumento
Aprovação de 3 planos de pormenor que contemplam a requalificação/criação de espaços verdes de utilização coletiva, bem como a reabilitação urbana do núcleo histórico central e de 2 bairros periféricos da sede do concelho (Bairro do Castanheiro Redondo e Bairro das Barreiras)
Excelentes infraestruturas rodoviárias, com destaque para as principais vias de distribuição, nomeadamente a A7 e a A24 que reforçam as acessibilidades regionais e a localização geoestratégica central do Município
Revisão do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil de Vila Pouca de Aguiar
Regressão demográfica
Envelhecimento populacional
Diminuição dos valores do crescimento natural o que se traduz numa incapacidade de regeneração geracional
O número de alojamentos e edifícios têm aumentado em todas as freguesias do concelho, contrariando a tendência evolutiva da população residente
Crescimento significativo do setor terciário, em detrimento do setor secundário e primário
REOT I CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
87
6.2 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO
A conjuntura do início dos anos noventa indiciava uma expectativa de crescimento,
no âmbito da qual se formularam estratégias e objetivos, que em parte foram
operacionalizados e implementados durante a fase de revisão do PDM, que decorreu
entre 2002 e 2012. Durante este período, ocorreram alterações estruturais que
comprometeram parcialmente as condições de operacionalização do Plano, e
porventura, puseram em causa alguns dos seus objetivos. De facto, uma primeira
fase foi marcada por um conjunto de fatores que estimularam o crescimento; porém,
a partir da segunda metade da primeira década do novo século, a conjuntura
económico financeira conduziu a uma recessão que culminou no programa de
assistência financeira (2011-14). Esta circunstância afetou quer as dinâmicas
territoriais, quer a intervenção pública por força das fortes restrições financeiras.
6.2.1 Identificação dos fatores de mudança
Condições de contexto, marcadas numa primeira fase pelo forte crescimento a que
se seguiu a recessão económico-financeira, com repercussões na base económica e
degradação das condições de vida.
Politicas nacionais setoriais, por exemplo, a execução do PNR 2000 que alargou o
nível de cobertura viária com a criação dos itinerários principais e complementares
que atravessam o concelho de Vila Pouca de Aguiar, designadamente o IP3/A24 e o
IC5/A7.
Fundos comunitários disponíveis para dotação de equipamentos, qualificação do
espaço público e programas de coesão socio territorial.
Políticas municipais fundadas na implementação de políticas setoriais como
aconteceu na habitação social, na educação (o aumento da escolaridade obrigatória
e reordenamento e integração da rede escolar), na saúde (agrupamento dos centros
de saúde), na ação social (pela dotação de equipamentos e respostas para infância
e idosos) e no ambiente com obrigação de cumprir metas em vários domínios.
Política de ordenamento do território com o desenvolvimento de planos municipais
de ordenamento de território a várias escalas.
REOT I CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
88
Degradação das áreas urbanas consolidadas, a par da contínua expansão
tendencialmente fragmentada.
Estrutura etária da população residente marcada pelo acentuado envelhecimento
demográfico. À luz destes fatores podemos reconhecer um conjunto de alterações
na estrutura do território do concelho.
6.2.2 Reconfigurações territoriais
A evolução ocorrida está sintetizada nas matrizes de análise dos pontos fortes,
pontos fracos, oportunidades e ameaças atrás apresentada. As formas e processos
dessas transformações decorrem de:
Alteração estrutural das infraestruturas de mobilidade
Alteração das condições de acessibilidade externa pela conclusão da construção da
A7 e da A24, reforçando as acessibilidades regionais e a localização geoestratégica
central do concelho.
Alteração das condições de mobilidade suave priorizando o modo pedonal,
sobretudo na sede de concelho e na vila de Pedras Salgadas.
Alteração das redes de infraestruturas e equipamentos
O Município de Vila Pouca de Aguia supriu os défices fundamentais ao nível da
infraestruturação do território, nomeadamente no domínio dos serviços urbanos, dos
espaços verdes e dos equipamentos, o que projetou um espaço urbano mais
equilibrado e qualificado. Findo o ciclo da cobertura, a aposta agora centra-se na
eficiência, nomeadamente na implementação de novas politicas ambientais
fundadas em soluções economizadoras de energia e amigas do ambiente.
Concretização de uma estrutura verde global de 137,08m2/ habitante, valor superior
aos padrões referenciados pela DGT.
Implementação de um sistema de recolha seletiva de resíduos sólidos, execução da
rede pública de distribuição domiciliária de água, que atinge, nos dias de hoje, níveis
de cobertura superiores a 95%, bem como a execução de rede de drenagem e
tratamento de águas residuais, cuja cobertura é superior a 95%.
REOT I CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
89
Realização de intervenções de qualificação do espaço público, com impacte positivo
na qualidade de vida da população do concelho.
Implementação de um sistema educativo municipal ajustado à procura de alunos
que assentou na construção/requalificação de equipamentos de educação e ensino.
Alargamento da rede de equipamentos sociais para idosos através do reforço da
capacidade instalada em lar e serviço de apoio domiciliário.
Alteração da base económica e emprego
A experiência mostra-nos que os territórios são cada vez mais permeáveis às
dinâmicas verificadas no domínio económico e, no contexto da globalização, é a
escala local/regional que se reconhece como a mais adequada para potenciar a
diferenciação territorial.
O poder público tem uma intervenção muito limitada no domínio económico e a
lógica reguladora que o PDM assumiu revelou-se não ser a mais adequada para
planear o desenvolvimento local.
As tendências de evolução do tecido económico articulam a importância decrescente
da indústria e da construção civil e o papel crescente do comércio/serviços.
Reforço da capacidade empregadora, comprovado pelo aumento do número de
estabelecimentos.
Registou-se uma progressiva regressão do peso da indústria.
O sector terciário afirmou-se como grande empregador: em 2001 garantia emprego
a cerca de 48% da população residente e em 2011 cerca de 61%.
Em 2011, 68% dos empregados possuía apenas o ensino básico, 12% possuía o 12.º
ano de escolaridade e apenas 9% detinha o ensino superior.
A par das mudanças territoriais verificou-se uma acentuada alteração da estrutura
demográfica e dos níveis de qualificação da população residente
A população do município de Vila Pouca de Aguiar, no período intercensitário 2001-
2011, registou uma diminuição de 12%. Numa distribuição da população residente
por grandes grupos etários verifica-se a diminuição da população residente em todos
REOT I CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
90
os grupos etários, à exceção do grupo etário com 65 ou mais anos que registou um
aumento de 360 indivíduos.
Na última década intercensitária a taxa de analfabetismo no concelho evoluiu
positivamente (os 17% de 2001 diminuíram para 11% em 2011).
Embora a proporção de população com o ensino superior tenha aumentado,
passando de 5% em 2001 para 8% em 2011, ainda continua a ser inferior à taxa de
analfabetismo (11%).
Neste contexto, verificou-se a total inoperância do PDM relativamente à capacidade
de atração e fixação no Município dos escalões mais jovens da população ativa, com
reflexos evidentes na dinâmica populacional.
Face à análise efetuada, considera-se que são conhecidas as dinâmicas do território,
os fatores que lhe deram origem e a atual organização territorial. Identificaram-se os
avanços conseguidos, as ações não concretizadas e a emergência de novos
problemas, aspetos a ter em conta numa futura revisão do PDM de Vila Pouca de
Aguiar.
REOT I CAPÍTULO 7 RECOMENDAÇÕES
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
91
RECOMENDAÇÕES
7.1 ALTERAÇÃO POR ADAPTAÇÃO OU REVISÃO DO PDM DE VILA POUCA DE AGUIAR
Em resultado das últimas alterações do quadro legislativo relativo ao ordenamento
do território, com a publicação da nova Lei de Bases Gerais da Política Pública de
Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo (LBPPSOTU) e do novo RJIGT
torna-se necessário proceder à alteração do PDM de Vila Pouca de Aguiar por forma
a adequa-lo às alterações legislativas (artigo 121.º, n.º 1, alínea a) do RJIGT).
Nos termos do artigo 50.º da LBPPSOTU, a atualização dos planos territoriais
decorrentes da entrada em vigor de normas legais e regulamentares é obrigatória,
devendo ser feita no prazo máximo de 5 anos após a entrada em vigor do RJIGT
(artigo 199.º, n.º 2 do RJIGT), prazo que termina em maio de 2020.
A alteração por adaptação do PDM pode ainda ser feita na sequência da entrada em
vigor de outros programas e planos territoriais com quem devem ser compatíveis ou
conformes (artigo 121.º, n.º 1, alínea b). Assim sendo, a adaptação ao PDM é imposta
pela aprovação do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Vila
Pouca de Aguiar pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Torna-
se, por isso, necessário proceder à atualização da Planta anexa à Planta de
Condicionantes do PDM no que respeita à perigosidade de incêndio.
Neste contexto, deve ser iniciado o procedimento de adaptação do PDM às
alterações legislativas decorrentes da nova LBPPSOTU e do novo RJIGT (artigo 121.º,
n.º 1, alínea a) do RJIGT), bem como a adaptação do PDM imposta pela aprovação
do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Vila Pouca de Aguiar
(artigo 121º, n.º 1, alínea b) do RJIGT).
Por outro lado, importa ainda refletir sobre a necessidade de iniciar um procedimento
de revisão do PDM, em vez da sua alteração por adaptação, devido aos seguintes
aspetos:
− Como referido no Capítulo 5, têm existido alguns constrangimentos na
aplicação normativa do PDM que afetam a gestão urbanística municipal;
− Para além disso, a conjuntura económico-financeira afetou quer as dinâmicas
territoriais, quer a intervenção pública por força das fortes restrições
REOT I CAPÍTULO 7 RECOMENDAÇÕES
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
92
financeiras, sendo por isso recomendável reponderar as condições
económicas e sociais subjacentes à elaboração do PDM em vigor;
− A vigência do PDM termina a setembro de 2022, sendo muito curto o período
de tempo que medeia os dois procedimento (alteração por adaptação e
revisão).
7.2 MELHORIAS A INTRODUZIR NO PROCESSO DE MONITORIZAÇÃO
A elaboração do REOT defrontou-se com obstáculos que remetem para a
disponibilidade de informação e para problemas organizacionais inerentes à própria
Câmara Municipal. Estes dois aspetos encontram-se, frequentemente, interligados.
Com efeito, nem sempre os planos são concebidos de modo a que o impacto das
suas propostas seja facilmente mensurável com base na informação disponível. Esta
escassez de informação tem, por sua vez, origem frequente em dificuldades de
ordem organizacional.
No caso concreto do PDM de Vila Pouca de Aguiar, a não incorporação de um
conjunto de indicadores destinados a monitorizar a operacionalização das suas
propostas e as dinâmicas ocorridas no concelho desde a sua aprovação, constituiu
um obstáculo à elaboração do REOT. A recolha de informação surge ainda agravada
com a inexistência de um Sistema de Informação Geográfica (SIG) suficientemente
integrado e abrangente, de modo a incorporar informação permanentemente
atualizada, compreendendo as diversas áreas de intervenção da Câmara Municipal.
Um segundo conjunto de preocupações relaciona-se com a organização interna da
Autarquia. Uma maior articulação entre os vários setores constitui um elemento
chave para uma melhor perceção dos problemas do concelho e para a eficácia da
intervenção dos instrumentos destinados a orientar a sua evolução futura. Tal torna-
se particularmente evidente no caso das ferramentas que oferecem amplas
oportunidades de articulação transversal da intervenção autárquica, como os SIG.
A um nível mais geral, recomenda-se uma maior incorporação das preocupações de
avaliação na conceção de instrumentos de política urbana, não apenas os
instrumentos de gestão do território como os que se relacionam com as políticas
territoriais em geral (com destaque para as ARU) e com as políticas setoriais com
forte impacto no território.
REOT I CAPÍTULO 7 RECOMENDAÇÕES
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
93
A um nível mais específico, definiram-se as seguintes melhorias a introduzir no
próximo ciclo do processo de monitorização:
Melhorias procedimentais:
Desenvolvimento de um sistema de monitorização participativo, sendo
imprescindível o envolvimento dos técnicos das diferentes estruturas municipais e
do Executivo.
Articulação dos níveis de planeamento e dos principais atores, convergindo todos
para o cumprimento dos mesmos objetivos.
Melhorias materiais:
Desenvolver um sistema de partilha de informação, atualização sistemática e
também de rigor na recolha e tratamento da informação, designadamente através
da integração da informação no âmbito de um SIG.
Agilizar o processo de captação de informação relativa a indicadores cuja fonte de
informação seja proveniente das entidades externas.
Melhorias de recursos humanos:
Disponibilização/afetação de recursos humanos das diferentes estruturas
municipais, sobretudo na alimentação dos indicadores de monitorização.
REOT I CAPÍTULO 8 FICHA TÉCNICA
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
94
FICHA TÉCNICA
Presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar
António Alberto Pires Aguiar Machado
Vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar
Luís Filipe Nascimento Teixeira
Chefe da Divisão de Ambiente e Urbanismo
Carlos Alberto Barros Costa Pinto
Setor de Planeamento e Ordenamento do Território
Silvana Alexandrina dos Santos Rodrigues
Colaboração
Divisão de Ambiente e Urbanismo
− Setor de Licenciamento e Vistorias
− Setor de Trânsito e Toponímia
− Setor de Zonas Verdes, Saúde e Higiene Públicas
Divisão de Desenvolvimento Social
− Setor de Educação, Ação Social, Inserção Profissional e Saúde
Gabinete de Fundos Comunitários
Proteção Civil Municipal
REOT I BIBLIOGRAFIA
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
95
BIBLIOGRAFIA
Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar (2005) – Caracterização do Território
Municipal, Plano Diretor Municipal de Vila Pouca de Aguiar
Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar (2008) – Mapa de Ruído do Concelho de
Vila Pouca de Aguiar
Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar (2011) – Relatório do Plano e Programa
de Execução, Plano Diretor Municipal de Vila Pouca de Aguiar
Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar (2012) - Plano Municipal de Emergência
de Proteção Civil de Vila Pouca de Aguiar
Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar (2015) – Estudo de Viabilidade Económica
e Financeira, Rede de Saneamento Fase II, Rede de Saneamento Municipal
Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar (2015) – Plano Municipal de Defesa da
Floresta Contra Incêndios de Vila Pouca de Aguiar
Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar – Plano Municipal de Gestão de Resíduos,
Plano de Ação
LOPES, José (2011) - Indicadores de Monitorização de Planos Municipais de
Ordenamento do Território. Tese de Mestrado em Engenharia do Território. Instituto
Superior Técnico
PRADA, Olga (2008) – Relatórios de Estado de Ordenamento do Território:
Orientações metodológicas para a sua elaboração. Tese de Mestrado em Urbanística
e Gestão do Território. Instituto Superior Técnico
Legislação
Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de setembro - Regula a transferência para os
municípios das novas competências em matéria de organização, financiamento e
controle de funcionamento dos transportes escolares
REOT I BIBLIOGRAFIA
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
96
Decreto-Lei n.º 327/90, de 22 de outubro, com as alterações introduzidas pelo
Decreto-Lei n.º 55/2007, de 12 de março - Regula a ocupação do solo objecto de um
incêndio florestal
Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de agosto - Estabelece normas, critérios e objetivos de
qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das
águas em função dos seus principais usos
Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 de agosto - Aprova o regime da acessibilidade aos
edifícios e estabelecimentos que recebem público, via pública e edifícios
habitacionais
Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro – Regulamento Geral do Ruído
Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, com as alterações introduzidas pelo
Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio - Estabelece o regime a que fica sujeita a
avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente
Decreto-Lei n.º 28/2008, de 22 de fevereiro - Estabelece o regime da criação,
estruturação e funcionamento dos agrupamentos de centros de saúde do Serviço
Nacional de Saúde
Despacho n.º 10143/2009, de 16 abril – Regula a organização e o funcionamento
da unidade de cuidados na comunidade
Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio – Regime Jurídico dos Instrumentos de
Gestão Territorial
Lei n.º 31/2014, de 30 de maio - Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos,
de Ordenamento do Território e de Urbanismo
Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento Águas Residuais
PEAASAR 2007-2013
REOT I BIBLIOGRAFIA
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA POUCA DE AGUIAR I DAU I SETOR DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
97
Referências Eletrónicas
www.dgterritorio.pt
www.icnf.pt
www.ine.pt
www.marktest.com
www.pordata.pt
www.qualar.apambiente.pt
www.snirh.apambiente.pt
Recommended