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livro de poesia

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HERBERT EMANUEL

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RESHerbert Emanuel

EDITORA2011

Projeto gráfico: Daniel neccapa: Daniel Nec e Jj Nunes | fotos: Daniel Necrealização: tatamirô grupo de poesiapatrocínio cultural: Rômulo de Jesus Dieguez de Freitasirmão de alma e advogado tributárioemail: romulo@maja.net.brwww.maja.net.br

Como todo o realé espesso

João Cabral de Melo neto

Seja o que for que esteja no centro do Mundo, Deu-me o mundo exterior por exemplo de Realidade, E quando digo "isto é real", mesmo de um sentimento, Vejo-o sem querer em um espaço qualquer exterior, Vejo-o com uma visão qualquer fora e alheio a mim. 

Fernando Pessoa

Nada mais frágil do que a faculdade humana de admitir a realidade, de aceitar sem reservas a imperiosa prerrogativa do real. Clément Rosset

este real com suas ranhurasde sonho e vidrosem sombras ou senhas de acessoduro, seco, abstrato

esquecido de todo peso vagandoem direções desiguais

este real é um alertaonde o jogose descobertose expressaem rosto, em sombraem luzem corque o poetaagora leitorcompleta

lo real con sus ranurasde sueño y vidrio sin sombras o señas de accesoduro, seco, abstracto

olvidado de todo peso vagandoen varias direcciones

lo real es un alertadonde el juegosi descubiertose expresaen rostro, en sombraen luzen colorque el poetaahora lectorcompleta

o realcom sua alegriasua belezae seu áspero desespero a cada passo, a Taça do Inesperadoa fúria da vida te lambendoos pés

lo realcon su alegríasu bellezay su áspero desespero a cada paso, el Vaso de lo Inesperadola furia de la vida lamiéndotelos pies

o realcom sua fome de fezessua sede de ônixseu deus desdentadoe sem palavra o que trazes na peleeste alfabeto de árvoresegredado em sombrasesta palavra sobrevoada por astros

lo realcon su hambre de hecessu sed de ónixsu dios sin dientesy sin palabras lo que traes en la pieleste alfabeto de árbolessegregado en sombrasesta palabra sobrevolada por astros

o realcauteloso, excessivoconfortável, em viagemrito de passagem ou imagem desolada do mito

em núpcias, lado a ladocéu e infernocompartilhados

lo realcauteloso, excesivoconfortable, en viajeen ritual de paso o imagen desolada del mito

en nupcias, lado a ladocielo e infiernocompartidos

o realsem pedras no caminhosem retinasfatigadasesquecido completamenteNonada

lo realsin piedras en el caminosin retinasfatigadasolvidado completamenteNo nada

o realcom suas partículas de afetomúltiplas capturasincêndios de silêncio, de verdadee de loucura

sempre forae entreo realem núpciaspermanente

lo realcon sus partículas de afectomúltiples capturasincendios de silencio, de verdady de locura

siempre afueray entre

lo realen nupciasrepetidas

lo realoculto en densas aguasel silencio lo atraviesase rindeacrónicoa esta escritasecreta:el poema devorando al lectorolvida al poeta

este realoculto em águas densaso silêncio o atravessarende-seacrônicoa esta escritasecreta:o poema devorando o leitoresquece o poeta

este realdesde o inícioseu furor de asassem metaleste sabor das coisasna casaa coro silêncio da luzque se expressa

lo realdesde el iniciosu furor de alassin metalel sabor de las cosasen la casael colorel silencio de la luzque se expresa

este realdeserdado de toda palavracom seu olho gordoseu assombro de pérolacoisa em si- promessa de gozo?sempre adiada

cego de tanto céuseco de tanta água

lo realdesheredado de toda palabracon su ojo gordosu asombro de perlacosa en sí- ¿promesa de goce?siempre postergada

ciego de tanto cieloseco de tanta agua

o real entre teus dedosofertado�ncoude azuleste ossoteu almoçofarto

lo real entre tus dedosofrecidopenetróde azulel huesoa tu almuerzoharto

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o realcom seus dois mil círculosconcêntricossuas formas de águasua gula de caos

desde o nadaeste realcorre(em)tié tua líquida morada

lo realcon sus dos mil círculosconcéntricossus formas de aguasu gula de caos

desde la nadalo realcorre(en)ties tu líquida morada

o realcom seu ar espessosuas sobras (dobras) do corpoo incestoo enxertocom tiros à queima-roupaeste real te provocaferve teus nervos

o realcom seu inseto de luzabre-se em pedracom seu faro nos conduzcom sua fúria nos enreda

o real – crês? –

res ist e

lo realcon su aire espesosus sobras (pliegues) del cuerpolo incestuosolo injertadoa tiros de quema-ropalo real te provoca te enfurece

lo realcon su insecto de luzse abre en piedracon su faro nos conducecon su furia nos enreda

lo real – ¿crees? –

res ist e

POST SCRIPTUM

POST SCRIPTUM

RES ... AINDA

RES ... AINDA

o real que se abismate engole e te devolve ao chãoseco sujo ácidosem promessas de passagemsem orifícios cravejados de palavrassó um corpoque alirespira

O autor:Herbert Emanuel é macapaense, poeta e professor de filosofia. Livros publicados: “Nada ou quase uma Arte” (1997 e 2009), “Do Crepúsculo ao Outro Dia”, com Jiddu Saldanha (2005), “Macapá – a Capital do meio do mundo”, com Adriana Abreu, pela Cortez Editora (2008). Integrante do Tatamirô Grupo de Poesia e do Pium Filmes – Movimento do Cinema Possível, em Macapá.

Daniel Nec

videomaker, ilustrador, diretor de arte e entusiasta. Reside em Macapá | natural de Natal / RN | 23 anos.

www.flavors.me/danielnec

esse livro foi impresso

patrocínio cultural: Rômulo de Jesus Dieguez de Freitasirmão de alma e advogado tributário

email: romulo@maja.net.brwww.maja.net.br