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Material da disciplina de Empreendedorismo da Rede Etec Brasil/Uema/Uemanet
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RESUMO DAS VÍDEO AULAS
EMPREENDEDORISMO
INTRODUÇÃO – Fundamentos do empreendedorismo.
Conceituação e origem do Empreendedorismo
É questão recorrente nos dias atuais o empreendedorismo, mas muito associada ao
conceito de que, ser empreendedor é ter um negócio que seja gerador de lucro. Através
dos tempos, as pessoas se acostumaram com o termo empreendedorismo visando essa
conotação, que tem recortes históricos que a justifique.
A história do empreendedorismo
A palavra entrepreneur, ou empreendedor, surgiu na França entre os séculos XVII e
XVIII. Era utilizada para denominar pessoas ousadas, que estimulavam o progresso
econômico mediante formas inovadoras de pensar e, principalmente, de realizar seus
intentos.
Existe um conjunto de escolas que fundamentam o empreendedorismo, mas que não
conseguem fazer com que ainda hoje, seja comum associarmos alguém como sendo
empreendedor por que suas características comportamentais estão ligadas a atitudes
inovadoras e inquietas capazes de fazer, por exemplo, uma organização ou o lugar onde
vive sair da zona de conforto e buscar novos horizontes. Portanto, quanto maior for o
desenvolvimento do potencial empreendedor das pessoas, maior será a capacidade
empreendedora do lugar que as cerca.
Como exemplo, citamos o vale do silício, nos Estados Unidos, maior celeiro mundial de
empreendedorismo inovador.
O economista Joseph A. Schumpeter, nascido na República
Checa, em seu livro “Capitalismo, socialismo e
democracia”, publicado em 1942 associa o empreendedor
ao desenvolvimento econômico. Segundo ele, o sistema
capitalista tem como característica forte, uma força que ele
denomina de processo de destruição criativa,
fundamentada no princípio que reside no desenvolvimento
de novos produtos, novos métodos de produção e novos
mercados; em síntese, trata-se de destruir o velho para se
criar o novo.
Pela definição de Schumpeter, o agente básico desse processo de destruição criativa está
representado pela figura do que ele denominou de empreendedor.
Sintetizando: Podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê
o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do
desejo, e parte para a ação. “Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e
realiza visões”. Ser empreendedor significa, acima de tudo, ser um realizador que
produz novas idéias através da congruência entre criatividade e imaginação. Seguindo
este raciocínio; a professora Maria Inês Felippe defende a idéia de que o empreendedor,
em geral, é motivado pela auto-realização e pelo desejo de assumir responsabilidades e
ser independente
Maria Inês define empreendedor como sendo: “aquele capaz de deixar os integrantes da
empresa surpreendidos, sempre pronto para trazer e gerir novas ideias, produtos, ou
mudar tudo o que já existe. É um otimista que vive no futuro, transformando crises em
oportunidades e exercendo influência nas pessoas para guiá-las em direção às suas
ideias. Suas ações baseiam-se nas necessidades do mercado.” Uma das definições mais
aceitas hoje em dia é dada pelo estudioso de empreendedorismo, Robert Hirsch, em seu
livro “Empreendedorismo”. Segundo ele, empreendedorismo é o processo de criar algo
diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos
financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes
recompensas da satisfação econômica e pessoal. A satisfação econômica é resultado de
um objetivo alcançado (um novo produto ou empresa, por exemplo) e não um fim em si
mesma.
Características do empreendedor.
Muitos estudos na área do empreendedorismo mostram que as características do
empreeendedor ou do espírito empreendedor, não é um traço de personalidade. Para
Meredith, Nelson e Nech (apud UFSC/LED 2000 p. 51) “ Empreendedores são pessoas que
têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários
para pô-los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. São
orientadas para a ação, altamente motivados; assumem riscos para atingirem seus
objetivos”.
O empreendedor tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução.
Valoriza suas experiências, valoriza seu valor, tomando decisões e decisões acertadas.
Abre novas trilhas, explora novos conhecimentos, define objetivos e dá o primeiro passo.
Hoje, fala-se do “Capital Intelectual” que nada mais é do que: conhecimento, experiência,
especialização. Ferramentas ou estratégias utilizadas para se ter sucesso e ser
competitivo. A mão-de-obra passa a ser cabeça-de-obra. É o conhecimento e a capacidade
gerando novas idéias. O foco está nas pessoas. Assim, o perfil do profissional de sucesso
que lidera suas concepções e suas atitudes está em pessoas que conseguem harmonizar
esforços individuais ou coletivos e que criam algo novo e criativo.
Segundo Leite(2000), nas qualidades pessoais de um empreendedor, entre muitas,
destacam-se:
iniciativa
visão
coragem
firmeza
decisão
atitude de respeito humano
capacidade de organização e direção
Traçar metas, atualizar conhecimentos, ser inteligente, do ponto de vista emocional,
conhecer teorias de administração, de qualidade e gestão, são mudanças exigidas pela
globalização e pela revolução da informação. O empreendedor deve usar quatro pilares
de aprendizagem: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender
a ser, e com isso, ser capaz de tomar a decisão certa frente à concorrência existente.
Novas habilidades vêm sendo exigidas dos profissionais para poderem enfrentar a
globalização com responsabilidade, competência e autonomia.
Conquista-se a autonomia profissional quando se é perseverante, determinado,
aprendiz, flexível e quando se tem:
Organização Criatividade
Inovação
Positividade
Foco Essas qualidades ajudam a vencer a
competitividade dos tempos modernos.
Pela experiência pode-se afirmar que a
maioria das pessoas, se estimuladas,
podem desenvolver habilidades
empreendedoras. Ouve-se e fala-se que o
empreendedor precisa ter visão. Visão
pessoal. Uma visão que vem de dentro. A
maioria das pessoas tem pouca noção da
verdadeira visão, dos níveis de significado.
Metas e objetivos não são visão. Ser
visionário é imaginar cenários futuros,
utilizando-se de imagens mentais. Ter
visão é perceber possibilidades dentro do
que parece ser impossível. É ser alguém
que anda, caminha ou viaja para inspirar
pensamentos inovadores, com a clareza e
disposição de assumir riscos e nem todas
as pessoas têm esta mesma disposição.
Não foi feito para ser empreendedor aquele que valoriza ou precisa de uma vida regrada,
horários certos, salário garantido no fim do mês. O empreendedor assume riscos e seu
sucesso está na “capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles”
O desejo de empreender como característica definidora do
empreendedor.
É fato marcante que o desejo de ter ou de ser, é alavanca forte para a consecução dos
objetivos das pessoas. Muitos acham que esse desejo é 50% do esforço para conseguir o
alvo desejado. Os 50% restantes, serão produtos da capacidade que cada um tem, de
articular parcerias e buscar no ambiente, as condições que o levem a alcançar seu
projeto pessoal. Walt Disney antes de tornar-se um dos maiores empresários do mundo,
criando o império chamado Disneylandia, chegou a falir por várias vezes; não conseguia
recursos nem credibilidade dos apoiadores possíveis, para materializar seu projeto. Mas
ele não desistiu até alcançar seu intento. Ele tinha um grande desejo de empreender e
certeza das possibilidades dos seus sonhos; por isso, chegou onde chegou.
A pessoa nasce empreendedora?
Segundo Fernando Dolabela, consultor de importantes
instituições em todo o Brasil e também reconhecido por
ser um especialista em empreendedorismo, a tese de
que o empreendedor é fruto de herança genética não
encontra mais seguidores nos meios científicos.
Isso significa dizer que, no atual estágio dos meios de comunicação, da
disponibilidade de fontes de informações e das oportunidades de formação, ser
empreendedor não é apenas uma questão de genética; pode ser aprendido, se o foco das
pessoas for esse.
O cenário do empreendedorismo no Brasil.
Achamos interessante abandonar conceitos tradicionais e
características genéricas do empreendedor, tais como: ser
inovador, ser corajoso, ser motivado, etc; e começar por
tratar de informações oriundas de pesquisas, e que espelham
de maneira mais consistente o perfil do nosso empreendedor.
Vamos aos dados que representam esse cenário, para que se
possa conhecer a magnitude que esse tema está tomando em
nosso país, tornando-se objeto de atenção por parte de órgãos
públicos, privados e por parte da sociedade como um todo,
num momento em que, está cada vez mais difícil, a ascensão
a empregos públicos e privados, por força do grande
contingente de pessoas em idade economicamente ativa no
Brasil, e o pequeno número de vagas que é oferecido.
Por outro lado, as universidades e os cursos técnicos, ainda não tinham despertado para
esse aspecto, incentivando o empreendedorismo, o que gera ainda hoje, um
considerável número de pessoas, que se amontoam nos cursinhos preparatórios para
concursos, por um, dois, três anos ou mais, até uns poucos conseguirem aprovação.
Nesse intervalo de tempo, muitas demandas da sociedade, por produtos e serviços,
estão desatendidas e se constituem como uma enorme chance de sucesso e de geração
de emprego, trabalho e renda e de ganhos substanciais para aqueles que nelas
empreendem.
A mentalidade e perfil do empreendedor brasileiro. Afirmativas da população brasileira Brasil Norte Nordeste Centro
Oeste
Sudeste Sul
% % % % % %
Tem conhecimento e habilidade e
experiência necessária para começar
um no novo negócio.
54,0
55,9
54,4
53,0
51,5
55,3
A maioria das pessoas considera o início
de um novo negócio como uma opção
desejável de carreira
88,1
85,2
88,0
92,2
87,4
87,7
Aqueles que alcançam sucesso ao iniciar
um novo negócio têm status e respeito
perante a
Sociedade.
84,8
83,0
83,1
88,7
83,8
85,5
Pesquisas apontam para a evolução do pensamento empreendedor do brasileiro
conforme pode ser visto na tabela apresentada.
Os dados comprovam a força do empreendedorismo no Brasil, fato que já começa a ter
uma estrutura cultural, ou seja, fundamentando-se em oportunidades e uso de
conhecimentos, para a obtenção do sucesso. Verifica-se que mais da metade das pessoas
entrevistadas pela GEM, disseram sentirem-se com conhecimentos e habilidades para
iniciar um novo negócio. Comprova-se assim que já há no mercado, órgãos, apoio e
informações suficientes para a promoção de atividades empreendedoras de negócios.
Ficou evidenciado também que, mais de 80% dos brasileiros já considera o
empreendedorismo como uma opção desejável de carreira; e que aqueles que alcançam
sucesso ao iniciar um novo negócio, têm status e respeitabilidade perante a sociedade, o
que valoriza cada vez mais o ato de empreender.
O sonho do brasileiro e o empreendedorismo.
A mesma pesquisa GEM verificou que entre os doze principais sonhos do brasileiro, ter
seu próprio negócio está em terceiro lugar. Esses sonhos são respectivamente:
- Viajar pelo Brasil com 50,2% de preferência;
- Ter a casa própria, 48,%;
- Ter seu próprio negócio, 43,5% e,
- Comprar um carro, 36,4%.
- Casar ou formar uma família: 16,1%.
Quando analisamos esse resultado por região, verifica-se que na Região Centro Oeste, o
desejo de empreender, só perde para o desejo de ter a casa própria, sendo as
proporções, as que se seguem:
- Ter a casa própria: 46,0%;
- Ter seu próprio negócio: 37,2%;
- Viajar pelo Brasil: 35,0%.
- Comprar um automóvel: 23,3%.
A evolução da atividade empreendedora.
Percebe-se uma importante evolução da atividade empreendedora do nosso país,
conforme demonstrado em pesquisa a seguir:
Tabela 2 - Evolução da atividade empreendedora, segundo estágio do empreendimento:
Taxas – Brasil – 2002:2012
2002 2012 2002/2012
Empreendedores Iniciais 13,5% 15,4% 13,7%
Empreendedores Nascentes 5,7% 4,5% 4,6%
Empreendedores Novos 8,4% 11,3% 9,3%
Empreendedores Estabelecidos 7,7% 15,2% 11,5%
Total de empreendedores (TTE) 20,9% 30,2% 24,9%
Responderam essa pesquisa, pessoas da faixa etária entre 18 e 64 anos. Os resultados
comprovam o sonho do brasileiro em empreender por conta própria, justificando os
números do país, que hoje se posiciona entre as quatro nações mais empreendedoras do
mundo.
A força dos pequenos negócios do Brasil.
É expressiva a participação dos pequenos negócios na vida econômica e social do Brasil.
A força desses pequenos empreendimentos está expressa em números significativos e
que deixa orgulhosa a população produtiva do nosso país. Vejamos a seguir, esses
números, apresentados pelos pequenos negócios:
• São 6,1 milhões de Micro e pequenas empresas formais em atividade;
• Isso representa 99,0% do total de empresas do nosso país;
• São mais de 2.600 mil micros empreendedores individuais, segundo dados da Receita
Federal em 2012;
• São 4,1 milhões de estabelecimentos rurais familiares, que representam 85% do total
dos estabelecimentos rurais do país;
• São 14, 7 milhões de empregos com carteira assinada;
• São 51,6% da força de trabalho urbana empregada no setor privado;
• Representam 40% da massa salarial. As MPE’s respondem por 4 em cada 10 reais
pagos pelas empresas;
• Representam 25% do Produto Interno Bruto - PIB brasileiro;
Os pequenos negócios brasileiros estão presentes em todos os municípios brasileiros, e
são os principais responsáveis pela geração de emprego, trabalho e renda no Brasil.
O Micro empreendedor individual.
Pela legislação vigente, entende-se por Empreendedor Individual aquele empresário que
trabalha sem sócios e que tenha obtido com seu trabalho, uma receita bruta anual de até R$
60.000,00 (sessenta mil reais). O empreendedor individual pode ter no máximo um
empregado, devidamente formalizado, ou seja, com registro em carteira de trabalho, de acordo
com o que prevê a legislação trabalhista do país.
A legislação estipula que quase 500 atividades podem se transformar em Empreendedor
Individual - EI, dentre elas, o ambulante, a vendedora de cosméticos, o cabeleireiro, a
manicura, a costureira, o sapateiro, o borracheiro, dentre muitas outras. que com a
formalização, passam a ter direito a cobertura previdenciária para si e seus familiares:
• Auxílio-doença,
• Aposentadoria por idade;
• Salário-maternidade;
• Pensão e auxilio reclusão;
• Gratuidade de taxa de registro da empresa e da concessão do alvará de funcionamento;
É importante ressaltar que, com a formalização, o empreendedor individual pagará
mensalmente o equivalente a 5% do valor do salário mínimo como contribuição para o INSS,
mais R$ 1,00 se a atividade for comércio ou, R$ 5,00 se for prestação de serviços.
Outras vantagens da formalização como do empreendedor
individual
Com a formalização o Empreendedor terá condições de obter crédito junto aos Bancos,
principalmente Bancos Públicos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do
Nordeste. Esses Bancos dispõem de linhas de financiamento com redução de tarifas e taxas de
juros adequadas.
• Redução da carga tributária.
Como já dissemos, pagará apenas 5% do salário mínimo para a previdência; R$ 1,00 se a
atividade for comercial e R$ 5,00 se a atividade for prestação de serviços;
• Formação de consórcios.
A lei faculta a formação de consórcio para realizar compras, permitindo preços mais vantajosos
na aquisição.
• Controles muito simplificados
Controles simplificados (não há necessidade de contabilidade formal). Após a formalização o
empreendedor terá de fazer, anualmente, uma única Declaração de faturamento, também de
forma fácil e simples através da Internet.
Serviços gratuitos
Na formalização e durante o primeiro ano como Empreendedor Individual, haverá uma rede de
empresas contábeis que irão prestar assessoria de graça, como forma de incentivar e melhorar
as condições de negócio do País.
Apoio do técnico do SEBRAE na organização do negócio
O SEBRAE estará orientando e assessorando os Empreendedores que assim o desejarem. Serão
cursos e planejamentos de negócios com vistas a capacitar os empreendedores, tornando-os
mais aptos a manterem e desenvolverem as suas aptidões.
Possibilidade de crescimento como empreendedor
Com todo esse apoio e o fato de estarem no mercado de forma legal, as chances de crescer e
prosperar aumentam, e o que hoje é apenas um pequeno negócio amanhã poderá ser uma
média e até uma grande empresa. Os grandes empresários não nasceram grandes, eles
começaram pequenos e foram crescendo aos poucos, de modo sustentável.
Fonte: Sebrae/ 2010 e portal do empreendedor.
Pode-se concluir que, efetivamente, há um movimento ordenado, orientado através da
existência de oportunidades na economia, e que culminou com a posição de destaque que o
Brasil ocupa no mundo, também quando o tema é empreendedorismo.
Os pequenos negócios, já conseguem longevidade importante, em um mercado onde a
comunicação e a informação, se tornaram uma das principais armas para o sucesso, e isso não
é uma tarefa fácil.
Portanto, invista na sua idéia, ela pode ser inovadora e se constituir como um negócio de
sucesso.
Boa aprendizagem a todos!
Disciplina: Empreendedorismo
Professor: José de Ribamar Morais
Design Educacional: Marco Aurélio S. Vieira
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