Roteiro Penal

Preview:

Citation preview

  • DIREITO PENALCURSO SUPERIOR TECNOLGICO EM POLCIA OSTENSIVA

    PROF. VANESSA CHAVES DE JESUS DE MORAIS

  • O LIMITE DA ATUAO DO POLICIAL MILITAR NO CONTEXTO DA TIPICIDADE CONGLOBANTE*AULA EXPOSITIVA

  • *REFLEXO

  • - CONCEITO DE CRIME - EVOLUO DO CONCEITO DE TIPICIDADE- TIPICIDADE CONGLOBANTE- ILICITUDE- EXERCICIO REGULAR DE DIREITO & ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL- TEORIA X CDIGO- LEGALIDADE- PROPORCIONALIDADE- EXCESSO- O LIMITE DA ATUAO DO POLICIAL MILITAR- CONCLUSO- BIBLIOGRAFIA

    *SUMRIO

  • Hoje o conceito de crime eminentemente doutrinrio e pode ser dado por vrios ngulos:*CONCEITO DE CRIMEFORMAL: aquilo que est estabelecido em uma norma penal incriminadora.MATERIAL: comportamento humano ameaador de leso ou perigo de leso a bem jurdico.ANALTICO: considera os elementos que compe a infrao penal: Fato Tpico + Ilicitude + Culpabilidade (prevalece).

  • *C R I M E

    FATO TPICOANTIJURDICOCULPVELConduta Dolosa/culposa Comissiva/omissivaEstado de necessidadeImputabilidadeResultadoLegitima defesaPotencial conscincia da ilicitudeNexo de causalidadeEstrito cumprimento do dever legalExigibilidade de conduta diversaTipicidade Formal Conglobante Exerccio regular do direito

  • *EVOLUO DO CONCEITO DE TIPICIDADE

    1 FASECAUSALISMO: 1870 a 1906 Von Lizst e Belling Tipicidade objetiva e neutra (no traz valores). Requisitos: conduta, resultado, nexo (entre conduta e resultado) e adequao tpica.NEOKANTISMO: 1900 a 1930 Metzinger Fato tpico objetivo e valorativo mas os requisitos so os mesmos.FINALISMO: 1930 a 1960 Welzel Tipicidade objetiva e subjetiva (incluso do dolo e da culpa que antes estavam na culpabilidade) possui os mesmos requisitos mas aqui se torna complexa (objetiva e subjetiva)

  • *EVOLUO DO CONCEITO DE TIPICIDADE

    2 FASEFUNCIONALISMO TELEOLGICO: 1970 Roxin Subjetivismo penal (o que est na cabea do ru) ex. dolo normativo exige juzo de valor do juiz; a culpa tambm normativa (3 requisitos: teoria do risco proibido/permitido; nexo de imputao; mbito de proteo da norma).FUNCIONALISMO REDUCIONISTA: 1980 Zaffaroni (garantista, abolicionista e minimalista) Tipicidade objetiva biparte em formal e conglobante.TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO: 2001 Luiz Flvio Gomes Sistematizao objetiva e tipicidade conglobante, sendo a tipicidade objetiva e subjetiva. A objetiva dividindo em 2 dimenses formal (que continua com os 4 requisitos) e material (sistematizao do conglobante e imputao objetiva com dois juzos valorativos, ou seja, valora a conduta e o resultado que feita pelo juiz).

  • Na linguagem comum dizemos que no se pergunta se h um delito quando no h um problema. Ento para Zaffaroni o primeiro que se verifica se existe um espao problemtico. Devemos portanto acercar a tipicidade de perguntas: (a) primeiro comeamos pelo tipo objetivo, dentro dele (b) perguntamos se existe um espao problemtico e logo (c) verificar se ele conflitivo. O tipo objetivo ento depende dos momentos b e c, pelo qual em seu interior devem distinguir-se: uma funo sistemtica (afirma existncia do espao problemtico e descarta as condutas incuas) e a funo conglobante (que permite averiguar a conflitividade)*TIPICIDADE CONGLOBANTEEUGENIO RAUL ZAFFARONI

  • Na Tipicidade Sistemtica (existncia do espao problemtico) representa o tipo penal isolado tal qual aparece na lei. Ex. Matar algum (121), assim se um agente lesionou uma pessoa primeiramente se constata (a)a conduta (golpear), (b)o resultado (fratura) e (c) causalidade (sem o golpe no teria fratura)- esta etapa de comprovao tpica objetiva chamamos sistemtica.*TIPICIDADE CONGLOBANTEEUGENIO RAUL ZAFFARONI Confirmada a presena do espao problemtico determina-se se ele constitui um conflito (funo conglobante, no bastando, portanto, a considerao isolada do tipo. Agora, como parte de todo um conjunto orgnico normativo conglobado com o resto das normas vigentes, averiguando-se assim a tipicidade objetiva conglobante.

  • A conflitividade ento depende de duas circunstncias: (a) que haja lesividade, ou seja, uma leso ao bem jurdico alheio; e (b) que seja objetivamente imputvel ao agente como obra prpria.Por certo, usando exemplo do professor Zaffaroni: no haveria conflito tpico de furto se o apoderamento da coisa alheia fosse feito por um funcionrio pblico mediante ordem judicial.*TIPICIDADE CONGLOBANTEEUGENIO RAUL ZAFFARONI

  • *TIPICIDADE CONGLOBANTEEUGENIO RAUL ZAFFARONI

  • Ilicitude, ou antijuridicidadde, a relao de antagonismo, de contrariedade entre a conduta do agente (que nesta fase j foi considerada TPICA) e o ordenamento jurdico, que cause leso, ou exponha a perigo de leso um bem juridicamente protegido. *ILICITUDE Assim, CONDUTA ANTINORMATIVA aquela que NO imposta pelo ESTADO e nem fomentada ou incentivada por ele.

  • O CP traz em seu artigo 23 as EXCLUDENTES DE ILICITUDE e no inciso III temos que no h crime quando ao gente pratica o fato em estrito cumprimento de dever legal ou no exerccio regular de direito.*EXERCCIO REGULAR DE DIREITO &ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL: seus elementos caracterizadores se encontram na prpria expresso. Primeiramente preciso que haja um dever legal imposto ao agente e o cumprimento desse dever deve se dar nos termos impostos pela lei, no podendo ultrapass-los. EXERCICIO REGULAR DE DIREITO: interpretando a expresso esse direito pode surgir de situaes expressas nas regulamentaes legais em sentido amplo, ou at mesmo dos costumes. (cidado comum)

  • A TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE entende que o Estado no pode considerar como tpica o ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL & EXERCCIO REGULAR DE DIREITO uma vez que so condutas pautadas nos prprios limites legais, logo devendo o agente administrativo fazer to somente o que a lei manda, no estaria ele incidindo em FATO TPICO que futuramente seria EXCLUDA A ILICITUDE mas j em sua prtica representa um FATO ATPICO, permanecendo como excludentes apenas o Estado de Necessidade e a Legtima Defesa.*TEORIA X CDIGO

  • A Constituio da Repblica Federativa do Brasil prescreve que a segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio (art. 144). Estabelece ainda, quais so os rgos componentes do aparato da segurana pblica: Polcia Federal, Polcia Rodoviria Federal, Polcia Ferroviria Federal, Polcias Civis, Polcias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.*LEGALIDADE

  • Objetiva o controle e a conteno dos atos, decises e condutas dos agentes pblicos, evitando que sua atuao ocorra de forma abusiva (com excessos ou desvio de poder). *PROPORCIONALIDADE

    Ex.: CPM (no previsto no comum) Emprego da foraArt. 234 - O emprego de fora s permitido quando indispensvel, no caso de desobedincia, resistncia ou tentativa de fuga. Se houver resistncia da parte de terceiros, podero ser usados os meios necessrios para venc-la ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a priso do ofensor. De tudo se lavrar auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas.

  • O art. 23 do CP P. nico traz que o agente responder excesso doloso ou culposo em qualquer das hipteses do artigo. Contudo, a doutrina que no se aplica o excesso culposo nos casos de estrito cumprimento de dever legal uma vez que o agente tem vontade consciente de executar determinada conduta. J que tem o dever legal de cumprir os mandamentos do conjunto de ordem normativa utilizando-se de meios compatveis com o resguardo do ncleo de direitos inviolveis. *EXCESSOS

  • L E I

    *O LIMITE DA ATUAO DO POLICIAL MILITAR

  • O POLICIAL MILITAR como agente pblico, no desempenho de suas atividades, no raras vezes interfere na esfera privada dos cidados para assegurar o cumprimento da lei. Essa interveno redunda em agresso a bens jurdicos como a liberdade de locomoo, integridade fsica e at mesmo a prpria vida. Para tanto o agente tem que ter plena conscincia do seu MANDADO legal e agindo portanto, conforme prescreve o ESTADO no cometeria FATO TPICO (uma vez que o agente deve realizar condutas que estejam previstas em lei) logo, segundo a TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE no haver EXCLUDENTE DE ILICITUDE pelo seu estrito cumprimento do dever legal, to somente ao legtima do agente estatal. *CONCLUSO

  • ZAFFARONI, Eugenio Ral. Manual de derecho penal. Buenos Aires: Ediar, 2010, 2 edicin. *BIBLIOGRAFIA GRECO, Rogrio. Atividade policial: aspectos penais, processuais penais, administrativos e constitucionais. Rio de Janeiro: Impetus, 2009, 2 edio. SILVA, Nilson O. O policial militar e o estrito cumprimento do dever legal: elementos, conceitos e os requisitos necessrios a sua aplicabilidade. Mato Grosso do Sul: UEMS, 2010. SILVA, Carlos Henrique Jardim. PRINCPIOS orientadores da segurana pblica e limitadores da atividade policial, luz da Constituio Federal e das modernas tendncias legislativas. Artigo disponvel em: < http://www2.tjam.jus.br/esmam/index.php?option=com_docman&Itemid=90>. Acesso em 05fev2014.

Recommended