S. Gurgel - Processual Penal e Legislação Especial 19/07

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Material para o Aulão PF, do Canal dos Concursos

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Lei 11.343/06 (Drogas)

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a

37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de

sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a

conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Brasília, 7 a 11 de maio de 2012 – Informativo Nº 665.

Tráfico de drogas e liberdade provisória– 1

O Plenário, por maioria, deferiu parcialmente habeas corpus

— afetado pela 2ª Turma — impetrado em favor de

condenado pela prática do crime descrito no art. 33, caput, c/c

o art. 40, III, ambos da Lei 11.343/2006, e determinou que

sejam apreciados os requisitos previstos no art. 312 do CPP

para que, se for o caso, seja mantida a segregação cautelar

do paciente.

Incidentalmente, também por votação majoritária, declarou a

inconstitucionalidade da expressão ―e liberdade

provisória‖, constante do art. 44, caput, da Lei 11.343/2006

(―Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37

desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de

sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a

conversão de suas penas em restritivas de direitos‖).

A defesa sustentava, além da inconstitucionalidade da

vedação abstrata da concessão de liberdade provisória, o

excesso de prazo para o encerramento da instrução criminal

no juízo de origem.

HC 104339/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 10.5.2012. (HC-

104339).

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar

ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem

autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou

curso educativo.

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes

definidos neste Título rege-se pelo disposto neste

Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do

Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28

desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos

nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na

forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de

setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais

Criminais.

§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não

se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser

imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta

deste, assumir o compromisso de a ele

comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e

providenciando-se as requisições dos exames e perícias

necessários.

§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências

previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela

autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a

detenção do agente.

(MINSTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO / ANALISTA

PROCESSUAL / 2010)

Tratando-se de crimes de menor potencial ofensivo para os

quais não haja previsão de pena privativa de liberdade, em

hipótese alguma se imporá a prisão em flagrante ao autor da

infração.

Lei 9.605/98 (Lei Ambiental)

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de

setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial

ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:

I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o §

5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo de

constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a

impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo;

II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter

sido completa a reparação, o prazo de suspensão do

processo será prorrogado, até o período máximo previsto no

artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com

suspensão do prazo da prescrição;

III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições

dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput;

IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura

de novo laudo de constatação de reparação do dano

ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente

prorrogado o período de suspensão, até o máximo previsto

no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;

V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração

de extinção de punibilidade dependerá de laudo de

constatação que comprove ter o acusado tomado as

providências necessárias à reparação integral do dano.

(DEFENSORIA PÚBLICA / DEFENSOR / CEARÁ / 2008)

Em relação aos crimes contra o meio ambiente, julgue os

itens que se seguem.

1- Esses crimes submetem-se à ação penal pública

incondicionada e não admitem a transação penal, pois são

crimes de ofensividade máxima, que atingem toda a

coletividade.

2- Em processo que trate de crime ambiental, admite-se

suspensão condicional, caso em que a declaração da

extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação

de reparação do dano ambiental, salvo impossibilidade de

fazê-lo.

3- Caso o laudo de constatação comprove não ter sido

completa a reparação do dano ambiental, o prazo de

suspensão do processo será prorrogado, até o período

máximo previsto, acrescido de mais um ano, com suspensão

do prazo da prescrição.

Lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro)

Art. 70. Compete ao Ministro da Justiça, de ofício ou

acolhendo solicitação fundamentada, determinar a

instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.

Art. 71. Nos casos de infração contra a segurança nacional, a

ordem política ou social e a economia popular, assim como

nos casos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido

de substância entorpecente ou que determine dependência

física ou psíquica, ou de desrespeito à proibição

especialmente prevista em lei para estrangeiro, o inquérito

será sumário e não excederá o prazo de quinze dias, dentro

do qual fica assegurado ao expulsando o direito de defesa.

(POLÍCIA CIVIL / DELEGADO / PARAÍBA / 2009) Assinale

a opção correta com referência ao inquérito policial (IP).

a) Sendo o crime de ação penal pública incondicionada, se o

promotor de justiça com atribuições para tanto requisitar a

instauração do IP, a autoridade policial pode deixar de

instaurá-lo, se entender descabida a investigação, ante a

presença de causa excludente de antijuridicidade.

b)O IP possui a característica da indisponibilidade, que

significa que, uma vez instaurado, não pode a autoridade

policial, por sua própria iniciativa, promover seu

arquivamento, exceto nos crimes de ação penal privada.

c) No IP instaurado por requisição do ministro da

Justiça, objetivando a expulsão de estrangeiro, o contraditório

é obrigatório.

d) O IP possui a característica da oficialidade, que significa

que, ressalvadas as hipóteses de crimes de ação penal

pública condicionada à representação ou de ação penal

privada, o IP deve ser instaurado de ofício pela autoridade

policial sempre que tiver conhecimento da prática de um

delito.

e) Ocorrendo nulidade no IP, por inobservância das normas

procedimentais estabelecidas para realização de determinado

ato, a autoridade policial deve declarar a nulidade por

escrito, repetindo-se o ato.

Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos)

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito

de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são

insuscetíveis de:

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida

inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº

11.464, de 2007)

§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos

crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento

de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de

3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº

11.464, de 2007)Quarta-feira, 27 de junho de 2012

Condenado por tráfico pode iniciar pena em regime

semiaberto, decide STF

Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal

(STF) concedeu, durante sessão extraordinária realizada na

manhã desta quarta-feira (27), o Habeas Corpus (HC) 111840

e declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do

parágrafo 1º do artigo 2º da Lei 8.072/90, com redação dada

pela Lei 11.464/07, o qual prevê que a pena por crime de

tráfico será cumprida, inicialmente, em regime fechado.

No HC, a Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo

pedia a concessão do habeas para que um condenado por

tráfico de drogas pudesse iniciar o cumprimento da pena de

seis anos em regime semiaberto, alegando, para tanto, a

inconstitucionalidade da norma que determina que os

condenados por tráfico devem cumprir a pena em regime

inicialmente fechado.

O julgamento teve início em 14 de junho de 2012 e, naquela

ocasião, cinco ministros se pronunciaram pela

inconstitucionalidade do dispositivo: Dias Toffoli (relator), Rosa

Weber, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Ricardo Lewandowski

e Cezar Peluso. Em sentido contrário, se pronunciaram os

ministros Luiz Fux, Marco Aurélio e Joaquim Barbosa, que

votaram pelo indeferimento da ordem.

Na sessão de hoje (27), em que foi concluído o

julgamento, os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e

Ayres Britto acompanharam o voto do relator, ministro Dias

Toffoli, pela concessão do HC e para declarar a

inconstitucionalidade do parágrafo 1º do artigo 2º da Lei

8.072/90. De acordo com o entendimento do

relator, o dispositivo contraria a Constituição

Federal, especificamente no ponto que trata do princípio da

individualização da pena (artigo 5º, inciso XLVI).

Brasília, 27 a 31 de maio de 2013 - Nº 708. –

Informativo n.º 708

HC N. 111.837-SP

A fixação de regime inicial de cumprimento da pena mais

gravoso do que o previsto em lei, com fundamento no art.

2º, § 1º, da Lei n. 11.464/07 e na gravidade dos delitos, afronta

o entendimento firmado pelo Pleno desta Corte,

no HC n. 111.640, no sentido da inconstitucionalidade da

imposição de regime inicial fechado para o crime de tráfico de

entorpecentes, e contraria as Súmulas 718 e 719 do

Supremo Tribunal Federal.

Habeas corpus julgado extinto por inadequação da via

processual, mas concedido, ex officio, com fundamento no §

2º do art. 654 do CPP, para determinar que o início do

cumprimento da pena se dê no regime inicial semiaberto, em

consonância com a manifestação ministerial.

Código de Processo Penal

CAPÍTULO VI

DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.

Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a

promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for

perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu

estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua

atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das

partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o

que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou

as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua

credibilidade.

Art. 206. Atestemunha não poderá eximir-se da obrigação de

depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente

ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que

desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do

acusado, salvo quando não for possível, por outro

modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas

circunstâncias.

Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão

de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar

segredo, salvo se, desobrigadas pela parte

interessada, quiserem dar o seu testemunho.

Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art.

203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14

(quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.

Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão

contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias ou

defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de

fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e a resposta

da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não lhe

deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e

208.

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